Ao contrário do que se imagina, à parte dos dois já mencionados as opções são simples. Temos quatro candidatos de centro e centro direita - Geraldo, Álvaro Dias, Meirelles e Amoêdo - e três candidatos (supostamente) de esquerda - Ciro, Marina e Boulos. Não esquecendo nunca que são políticos e vão mudar de opinião com facilidade, ao sabor da conveniência.
A ideologia, a rigor, é muito divertida, mas só durante a campanha. Quando a pessoa já está eleita, ou faz um governo que equilibra a agenda neoliberal com uma política social bem planejada e mantém a economia do país nos trilhos, ou repete a catástrofe do governo Dilma. Os governos do PT (e de alguns países da América Latina) são exemplos eloqüentes de que o socialismo é aquela utopia que só funciona quando outro país paga a conta, como foi o caso de Cuba nos tempos áureos da URSS. Fidel era aquela criança irresponsável com acesso ao cartão de crédito dos pais. Lula e Dilma tentaram a mesma coisa, se meteram a ricos, aparelharam o Estado, criaram dezenas de ministérios e estatais para aboletar seus apaniguados e corruptos, bancaram obras em vários países, inclusive na Venezuela - maior produtora de petróleo da América Latina e hoje em situação miserável e calamitosa por conta de vagabundos com os mesmos delírios de poder do PT - e pedalaram até a ruína de sua reputação e da nossa.
Tudo o que eu tinha a dizer sobre os candidatos, já o fiz nos textos que escrevi sobre dois dos debates realizados. Acrescento apenas que lamento por essa multiplicação de candidatos e a necessidade de criar partidos para acomodar novas candidaturas. É um expediente que não dá certo. Já liquidou duas candidaturas de Marina - e vai liquidar agora a terceira - e está relegando ao desconhecimento candidaturas que mereceriam uma análise mais profunda, como as de Álvaro Dias e João Amoêdo, duas pessoas corretas e competentes. E Ciro - com seu histórico de adesismo e seu namoro mal-sucedido com o PT - ficaria no máximo para um plano B, nesta eleição. Parece que nem a isso vai chegar.
Prefeito, 1977 |
Com a candidata a vice, Ana Amélia |
Se Geraldo tem culpa no cartório, que seja investigado, condenado e preso.
Se não, prove-se a culpa antes de condenar. O que resta, tirando a fumaça das acusações, é um governador com uma folha impecável de serviços prestados a São Paulo. Possui defeitos, certamente, como todos. Mas tem experiência, competência e serenidade para governar, escolheu uma mulher absolutamente excepcional para ser sua vice e eu não hesito nem por um minuto em dar a essa dupla o meu voto para presidente e vice.
2 - Governo
Dória |
Esta é a terceira vez que Paulo Skaff tenta chegar ao governo de São Paulo. Em 2010 se candidatou pelo PSB, o que, como já consignei anteriormente, é uma ironia, já que, presidente da FIESP desde 2004, Skaf é tudo menos socialista. Perdeu. Em 2011 aproveitou que o PMDB estava em alta, com a eleição de Dilma e Temer e, a convite do vice-presidente, foi para esse partido. Em 2014 tentou o governo pela segunda vez. Perdeu. Agora volta como candidato de Temer, na chapa de Meirelles. Não há nada a dizer. É empresário e nunca exerceu um único cargo público. Só voto em Skaf no segundo turno, se o adversário for Dória.
Meu voto para governador, neste primeiro turno, vai para Márcio França - 40. A biografia política de França é admirável e, em muitos aspectos, semelhante à de Geraldo. São políticos que levam a sério a coerência e o respeito às idéias e não a pessoas. França está filiado ao PSB há trinta anos. Nunca mudou de partido. Foi vereador de sua cidade - São Vicente - por duas legislaturas, depois foi prefeito de lá duas vezes, sendo que sua reeleição foi um recorde no Brasil inteiro, já que ele recebeu inacreditáveis 91% dos votos válidos. Depois se elegeu deputado federal duas vezes e quando iniciaria o segundo mandato foi para a Secretaria de Turismo de São Paulo, a convite de Alckmin. Com o rompimento de Geraldo e Afif Domingos, França foi candidato a vice do tucano em 2014 e uma vez eleito, assumiu a Secretaria Estadual de Desenvolvimento. É portanto, um político experiente e um campeão de votos. É também homem discreto e não pesa sobre ele uma única acusação de corrupção. E como a eleição é sempre um teste que reúne o combo caráter/ experiência/ competência, Márcio França me parece imbatível. É meu candidato.
3 - Congresso
Na eleição passada não votei em Suplicy e nesta também não votarei. Repito exatamente o que disse em 2014: "Eduardo Suplicy é um excelente figura. Gosto dele, conheço-o pessoalmente, é pessoa acessível e gentil. Mas há limite para tudo, e o fato de Suplicy teimar em permanecer no PT, mesmo sendo públicas, notórias e escancaradas as provas de que se trata de um partido corrupto, de cima a baixo e de baixo para cima, não mostra mais lealdade, e sim, cumplicidade, conivência. Como dizia Ulysses Guimarães, não basta não roubar; é preciso também NÃO DEIXAR ROUBAR. E ficando no PT, Suplicy pode até não corromper, mas está fazendo vista grossa para a corrupção de seus colegas. É uma pena". Meu segundo voto para o senado, portanto, vai para Ricardo Tripoli. É um político experiente, deputado estadual e federal por várias legislaturas e tem propostas na área ambiental e de proteção aos animais que o recomendam.
Meu candidato a Deputado Federal é Roberto Freire - 2323. É outro que dispensa comentários. Experiente, brilhante, tem uma vida limpa e uma carreira política pautada pela honestidade, pela generosidade e pela sensatez.
Para deputado estadual eu votaria em Janaína Paschoal se ela não tivesse se aproximado de Bolsonaro e se sua candidatura não fosse pelo partido dele. Ainda não tenho candidato.
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