quarta-feira, 3 de outubro de 2018

Accedente voto



Esta eleição está sendo um triste aprendizado para todos nós. Os amigos e amigas petistas fecharem com o poste não me surpreende; esse poste se elegeu lambendo Maluf e hoje está lambendo Renan, e não se ouve sobre isso um pio de revolta dos petistas. Se amanhã Lula mandar sua militância votar no Bolsonaro o movimento muda para "ele sim" da noite para o dia. Lulopetistas são vacas de presépio e serão para sempre. E sobre os bolsominions prefiro nem me pronunciar. São lulopetistas sem sensibilidade artística e sem diploma universitário. Igualmente sectários. Igualmente incapazes de digerir a opinião alheia. Gêmeos xifópagos.

O que mais chamou minha atenção recentemente foi ter saído inteiramente pela culatra o movimento do "ele não". Enquanto ocorria foi uma belezura; todo mundo usando esse avatar no Facebook e no Instagram, artistas participando, até a Madonna apareceu pra dar pitaco, e reservou-se um dia para que o movimento se mostrasse nas ruas. Na hora das pesquisas pós-movimento, verificou-se que a votação de Bolso cresceu na mesma medida em que aumentou a rejeição ao poste. Bolso saiu absolutamente ileso da grita internética.

O que se depreende disso é que os organizadores desse movimento parecem ter esquecido que rede social é rede social, e o Brasil não resiste a uma micareta. Vejamos: as manifestações pró-impeachment de Dilma foram antológicas porque o objetivo era um só: retirar o PT do poder a pontapés. Não havia líderes e ninguém estava pedindo votos. Não havia bandeiras vermelhas ou metralhadoras. Era um balaio de gatos que se juntou de verde e amarelo para exigir que a camarilha petista fosse varrida da presidência. Só. Já o "ele não" caiu na vala comum do oportunismo. É um movimento que se mostrou formado por 90% de lulopetistas e 10% de gente bem-intencionada que não quer ver Bolso na presidência. O resto é micareta. Gente que não está nem aí para a eleição mas viu uma festa acontecendo e caiu pra dentro. Os indecisos certamente perceberam a chicana e descarregaram seus votos em Bolso. Perceberam duas coisas:

1) o "ele não" poderia tranqüilamente ser chamado de "poste sim", palhaçada comum nas estratégias lulopetistas quando confrontados com a possibilidade da derrota. Vide "não vai ter golpe" e idiotices desses mesmo jaez. Se no lugar de Bolso estivesse qualquer um dos outros candidatos, o movimento ia ser igual. Se fosse o Ciro seria "machista não", se fosse o Geraldo, "chuchu não", se fosse a Marina, "crente não", e assim por diante. O lulopetista encontraria alguma coisa para encher a boca e tentar a desmoralização do adversário. Dane-se a corrupção do PT, danem-se os machistas dentro do PT, dane-se tudo. Existe uma chance de voltar pro bem-bom? Meu pirão primeiro.

2) Um movimento "contra" algo ou alguém tem uma legitimidade no mínimo questionável dentro do primeiro turno de um processo eleitoral. Se o PT abomina Bolso de tal forma não seria o caso de fazer propaganda A FAVOR do seu próprio candidato, que está bem nas pesquisas, ao invés de CONTRA o outro? É claro que sim, só que o teto para se elogiar o poste é baixíssimo, considerando que ele chegou sem quaisquer predicados aos cargos que exerceu, e neles teve uma performance abaixo do medíocre. Sem falar que sua candidatura, como testa de ferro de um presidiário, é vexaminosa e ofensiva para os brasileiros de bem, e os indecisos não estão alheios a isso.

Quem quer a derrota do bolsopetismo deve votar de forma consciente e clara. Meu voto neste primeiro turno é A FAVOR de Geraldo Alckmin - 45, Márcio França - 40 e Mara Gabrilli - 457.

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