segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

Jânio - Vida e Morte do Homem da Renúncia - Vol. 1 - "Um Moço Bem Velhinho"

         A Biografia Definitiva de Jânio - Parte I

O leitor deste livro, fruto de treze anos de pesquisas, acompanha a descrição envolvente, magnética, da juventude de Jânio, como nunca antes havia sido feita. (...) Quem quiser, a partir de agora, conhecer a fundo a vida de Jânio da Silva Quadros e a sua época, os seus contemporâneos, precisará ler o livro de Bernardo, sob a pena, se não fizer isto, de se tornar omisso, lacunoso, mal informado.

Fernando Jorge

Acompanhei atentamente os dez últimos anos de vida de Jânio. Desde sua derrota na eleição de 1982 para o governo de São Paulo, quando ficou atrás de Montoro e Reinaldo de Barros, passando por sua inexplicável indecisão em 84, período em que o Brasil inteiro se uniu pelas Diretas-Já e em seguida por Tancredo; sua brilhante eleição no ano seguinte, derrotando um super-confiante Fernando Henrique Cardoso, sua atuação na sucessão de Montoro, em 86, na qual prometeu apoio a Quércia, Ermírio e Maluf, não apoiando nenhum; seus três anos de mandato, sua complicada sucessão, em 88, dividindo-se entre Leiva e Maluf, abrindo caminho para Erundina; sua quase candidatura em 89, o começo do fim com os constantes AVCs, a despedida da política, o apoio a Maluf e a Aureliano, e mais tarde a Collor, no segundo turno; o declínio progressivo em 90, o apoio final a Fleury e a morte de Dona Eloá.

Daí em diante sentiu que a vela de sua vida – como ele mesmo dizia – “bruxuleava”. Era um espectro, uma sombra esmaecida e distante do que fora um dia. Aqui e ali os jornais davam notícias de suas repetidas internações. Foi desaparecendo. Jânio já não existia mais. Sua morte, em fevereiro de 1992, só veio encerrar de vez aquilo que terminou com a morte de sua esposa.

Em 1991, a professora Vera Chaia lançou em livro sua tese de doutorado sobre a “liderança política” do mato-grossense (A Liderança Política de Jânio Quadros – 1947/1990. Ibitinga, Humanidades, 1991), analisando a atuação do político pelos diferentes cargos públicos que ocupou. Vera chegou a contatar a assessoria de Jânio para um possível encontro; o ex-presidente não era refratário a conversar com estudantes (sobretudo se fossem mulheres) e dera, no passado, uma proveitosa entrevista a Miriam Limoeiro Cardoso, que preparava uma tese comparada sobre a economia nos governos de Jânio e Juscelino (Ideologia do desenvolvimento – Brasil: JK/JQ. Rio de Janeiro, Paz e Terra, 2ª ed. 1978). Como a pesquisa de Vera ocorreu entre o fim do mandato na prefeitura e os primeiros problemas de saúde, o pedido foi negado. 


Seu trabalho de pesquisa, não obstante, é de alta qualidade e contou com os depoimentos de alguns janistas históricos, como J. B. Vianna de Moraes e Jair Carvalho Monteiro, assessores da segunda prefeitura de Jânio, como Alex Freua e Wilson Pereira, e até de um célebre contemporâneo de faculdade e de política, Ulysses Guimarães. Presa, porém, ao tema que escolheu e às limitações de um trabalho acadêmico, Vera não chegou a escrever um livro compreensivo e definitivo sobre o ex-presidente. Lamenta-se, por sinal, que não tenha partido para uma iniciativa de maior fôlego, considerando que na época em que realizou sua pesquisa, muitos dos maiores amigos, colegas e correligionários de Jânio ainda estavam vivos e bem. É a mesma sensação de oportunidade perdida que se tem ao compulsar o trabalho acadêmico de Regina Sampaio sobre Adhemar e seu partido (Adhemar de Barros e o PSP. São Paulo, Global Editora, 1982), cuja lista de depoentes inclui notáveis protagonistas da história, como Lucas Nogueira Garcez, Conceição da Costa Neves, Paulo Lauro, Erlindo Salzano e Mário Beni.

Morto Jânio em 92, por toda a década seguinte foram poucos os livros que apareceram para jogar alguma luz sobre a lendária figura do ex-presidente. Em 1996 vieram três de uma só vez: A Renúncia de Jânio (Rio de Janeiro, Revan, 1996), o tão esperado “livro-confissão” que Carlos Castello Branco só permitiu que lançassem após seu falecimento, e que pouco ou nada esclareceu. Foi escrito no primeiro lustro da década de 60 e tem o mérito único de trazer a visão do próprio Castelinho acerca de todo o episódio da renúncia, sem no entanto explicá-lo, que era o que todos esperavam. Também decepcionante é Jânio Quadros – Memorial à história do Brasil (São Paulo, Rideel, 1996), coleção caótica de artigos de e sobre Jânio, cujo ponto alto é o texto de recordações do neto do ex-presidente. O melhor deles é o terceiro, justamente o que não se pretende nem analítico e nem biográfico: Viagem com o Presidente Eleito (Rio de Janeiro, Mauad, 1996), de Joel Silveira, no qual o saudoso jornalista consigna, com talento e graça, as recordações da viagem que fez com Jânio logo após a eleição de outubro de 1960.

A eles podemos acrescer trabalhos pequenos mas bem-intencionados como os de Marcone Formiga (Jânio – Herói ou bandido? Brasília, Dom Quixote, 1992) e Arnaldo Lacombe (Jânio Quadros – A Renúncia e os Governos Militares. São Paulo, Legenda, 1998), livros de escopo mais amplo como o Testemunho Político, do jornalista Murilo Melo Filho (Rio de Janeiro, Bloch, 1997), fantasias bem-humoradas como Uma vassoura na história do Brasil, de Cleiber de Andrade (Belo Horizonte, Consórcio Mineiro de Comunicação, 1998), até as “Memórias”, que podem ser mais ou menos reveladoras, de Roberto Campos (A lanterna na popa. Rio de Janeiro, Topbooks, 2ª ed. 1994), Abreu Sodré (No Espelho do Tempo – Meio Século de Política. São Paulo, Best Seller, 1995), Júlio de Sá Bierrenbach (1954/1964 – Uma década política. Rio de Janeiro, Domínio Público, 1996), Mário Martins (Valeu a Pena. Rio de Janeiro, Nova Fronteira, 1996), Toledo Piza (Por quem morreu Getúlio Vargas. Rio de Janeiro, Ampersand, 1998) e poucos outros.

Foi a essa altura, no fim daquela década que se iniciou com as mortes de Jânio e de Ulysses, que comecei a estranhar a inexistência de um trabalho longo e detalhado sobre o presidente que renunciou. Por que um personagem tão fascinante, com um vida tão rica, tão cheia de fatos interessantes, misteriosos, emocionantes e anacrônicos, estaria relegado ao esquecimento? O general Castello Branco foi objeto das ótimas biografias complementares de Luiz Vianna e Foster Dulles; JK deixou vários volumes de memórias, além de ter sua infância e juventude esquadrinhada com a competência e a erudição tradicionais de Francisco de Assis Barbosa; até Costa e Silva mereceu um estudo bastante respeitável, da autoria de Jayme Portella. Para o “homem da vassoura”, entretanto, só havia lugar nos anedotários, no folclore, na área humorística da história. Percebi aos poucos que a escassez de estudos profundos sobre a vida de Jânio não era apenas fruto da preguiça dos historiadores, mas de uma rematada má-vontade com sua figura política.


Jânio não estava sendo só ignorado na escolha de personagens históricos a serem biografados; o pouco que se contava de sua história vinha sempre eivado do ressentimento de seus adversários e do desprezo da geração que o sucedeu. E a maioria dos escritores (jornalistas ou sociólogas, visto que a rigor, nenhum historiador se debruçara, ainda, sobre a vida de Jânio) que ocasionalmente falava do ex-presidente não conseguia transcender sua própria orientação política e carregava para seus textos um teor vingativo. No fito de punir o mato-grossense pelas eventuais posições mais reacionárias tomadas durante sua vida pública, ou por simples antipatia pessoal, ignoram-no ou perpetuam-no em livro com a imagem de palhaço, de alcoólatra ou de reles desequilibrado mental, sem ressaltar suas múltiplas qualidades. Essa injustiça não provoca danos somente ao estabelecimento da história do mato-grossense, mas ao estudo de nossa história republicana. Embora nascido no Mato Grosso, Jânio é o político mais representativo e importante de São Paulo na segunda metade do século XX. A partir do estudo de sua vida, contudo, é possível mapear os momentos mais marcantes de todo esse último século.

O tio de Jânio, Miguel Quadros, participou da campanha civilista de Ruy Barbosa em 1909; Gabriel Quadros (pai de Jânio) foi estudante da primeira turma de agronomia da Universidade do Paraná, reduzida a ¼ pela gripe espanhola; foi ligado pessoal e profissionalmente a Affonso Alves de Camargo e teve que sair do Paraná com a família, em direção a São Paulo durante o golpe de 1930 por ter ligações históricas com o PR paranaense. Fugiu da polícia de João Alberto Lins de Barros no Paraná e fugiu novamente em 31, já em São Paulo, rumo a Cândido Mota. Durante a Revolução de 32, Gabriel pertenceu ao MMDC no posto de tenente-médico (o mesmo de Adhemar e Juscelino); Jânio estava na tradicionalíssima Faculdade de Direito do Largo São Francisco durante a intentona comunista de 35, o golpe do Estado Novo e o putsch integralista de 38. Era simpatizante do PRP e da candidatura de José Américo, caso ela tivesse ocorrido. Estava no último ano do curso quando estourou a grande guerra; empregou em seu escritório um nissei que perdera seu trabalho em virtude da animosidade com o Japão; ele próprio começou a trabalhar no prestigioso Dante Alighieri, que cuidadosamente ocultava sua origem italiana sob o nome temporário de “Colégio Visconde de São Leopoldo”.

Com o fim da ditadura getulista Jânio se integra instantaneamente ao novo movimento político que começa a tomar forma; tem duas experiências partidárias (UDN e PPS) em 1945, entregando-se de corpo e alma à campanha de Eduardo Gomes. Assiste – frustrado por estar do lado de fora – a Constituinte e as eleições estaduais de janeiro de 1947. Candidata-se, finalmente, pelo PDC à Câmara Municipal de São Paulo, em uma das mais conturbadas eleições municipais de todos os tempos, e inicia sua vida pública. Estava ligeiramente atrasado em relação aos políticos com quem roçaria ombros ou terçaria armas durante as décadas de 50 e 60: Adhemar já fora deputado estadual, interventor, e ocupava o governo de São Paulo pela segunda vez; Juscelino chefiara a Casa Civil da interventoria de Benedito Valadares, fora nomeado prefeito de Belo Horizonte e exercia pela segunda vez o mandato de deputado federal. Carvalho Pinto, economista e advogado, já era considerado um papa das finanças municipais a partir da prefeitura de Abrahão Ribeiro. Carlos Lacerda, três anos mais velho que Jânio e filho de um dos mais proeminentes políticos da República Velha, tem no início de sua vida pública um detalhe dos mais interessantes: flertara com o comunismo, fincara o pé no jornalismo e em janeiro de 1947 se elegeu vereador pelo Rio de Janeiro. Apenas onze meses depois, em 16 de dezembro, renunciou a seu mandato, reclamando da falta de autonomia do Distrito Federal e acoimando a Câmara de “dispendiosa inutilidade”. Teria Jânio – que por essa época já era vereador diplomado, a poucos dias da posse – tomado conhecimento da atitude de seu colega carioca?

Nesta investigação inédita sobre a juventude de Jânio, e o caminho trilhado por ele para se tornar o maior fenômeno da política brasileira no século XX (bem como os próximos volumes, que cobrirão detalhadamente a existência do mato-grossense até sua morte), mais de 600 livros foram consultados, milhares de edições de jornais de oito décadas diferentes, documentação até hoje desconhecida e entrevistas com mais de 130 pessoas. Foi, portanto, fundamental ter começado a pesquisa ainda em 1998, porque as experiências do ex-presidente na infância e na juventude, detalhadas neste primeiro volume, só poderiam ser contadas, ou confirmadas e enriquecidas, por testemunhas oculares, esses depoentes preciosos, basilares que tive a sorte de encontrar, cheios de disposição, na faixa dos 80 e 90 anos. Desnecessário dizer: 90% deles não haviam sido procurados jamais para falar sobre Jânio. E a partir deles é que se desenrola toda a trama de uma vida que percorreu 75 anos, 42 dos quais, dedicados exclusivamente à política. A dezenas delas recorri mais de uma vez, a outras tantas recorri mais de dez vezes e a um grupo mais limitado, venho recorrendo há mais de dez anos, sempre que preciso de informações.

Num primeiro momento posso citar a importância fundamental de pessoas como a prima-irmã de Jânio, Clotilde de Quadros Cravo, cuja memória perfeita para nomes e datas envolvendo sua família me ajudou sobremaneira nas lacunas inevitáveis de uma pesquisa que há muito deveria ter sido feita. Lícia, Maria de Lourdes e Maria do Carmo da Silva Vendas, três sobrinhas de Leonor, mãe de Jânio, da mesma forma, uniram esforços e me deram belíssimos depoimentos, no Rio de Janeiro, esclarecendo questões jamais levantadas sobre a desconhecida origem da família Silvano da Silva. E como não falar de meu querido e saudoso Glaucus Quadros, filho de Miguel – o tio querido e admirado por Jânio – que esteve, ainda criança, junto ao pai em momentos decisivos, inclusive instantes após o atentado covarde que o matou, no próprio dia em que eclodiu o golpe do Estado Novo?

Glaucus foi testemunha das brigas horríveis de Jânio e seu pai, viu os preventórios de Gabriel – popularmente conhecidos como “lava-pau” – no Bom Retiro, os porres homéricos de Jânio na casa dos amigos, o tratamento autoritário dele com Eloá e as preocupações que isso causava aos pais da moça. E, se isso não fosse suficiente, era irmão mais novo de Jacyr, filho primogênito de Miguel, e único primo a quem Jânio realmente estimava.

João Brasil Vita e seu irmão Fiore me levaram às peladas que a mocidade do Cambuci promovia no campinho da vizinhança; Ruth Prado me provou que Jânio amou e teve seu coração partido antes de conhecer Eloá; Anis Aidar e José Lourenço me transportaram, com seus depoimentos, ao bonde que os levava de suas casas até o Arquidiocesano, que na época ficava em frente à Estação da Luz; Francisco Ladeira chegou a conhecer a clínica de abortos de Herculano, irmão de Gabriel; Hilário Torloni por pouco não estagiou com o pai de Jânio na zona do meretrício, junto a outros estudantes de medicina; Sebastião Giraldes, Granadeiro Guimarães e Octavio Machado de Barros lembravam vivamente de seus tempos de “Sanfran”, da avareza de Jânio no jogo de cartas ao tapa-olho que foi obrigado a usar nos primeiros meses de curso; J. Pereira o viu professorar, Heloisa Selmi-Dei foi sua aluna e quem o apresentou a seu pai, Roberto Selmi-Dei; José Yamashiro foi seu colega de escritório e cabo eleitoral; a viúva de Afrânio de Oliveira, Vera, e a filha de Quintanilha Ribeiro, Maria Luiza, falaram com carinho e saudade da ligação umbilical de Jânio com esses, que foram dois dos maiores companheiros do “homem da vassoura” desde os bancos universitários; Nicolau Tuma e seu pai, José, contaram cédulas da eleição à Câmara com Jânio e Gabriel; Décio Grisi e Jânio se abraçaram em plena Praça Clóvis Bevilaqua quando descobriram que estavam eleitos... fatos extraordinários, lembranças ricas, esclarecimentos e correções.

Acima de tudo, o INEDITISMO. A vida de Jânio nunca havia sido pesquisada exaustiva e criteriosamente. Sua história começa a ser contada agora, com o lançamento desta biografia, 96 anos depois de seu nascimento e 21 anos depois de sua morte.


Jânio, presidente da República, visita o Arquidiocesano e conversa com um de seus velhos professores, o Irmão Amandino. Logo atrás do padre, sorrindo, está José Lourenço. (foto: Memorial Arquidiocesano)

O autor e a filha de Jânio

No mais, só posso agradecer a Oscar Pedroso Horta Filho pela fidalga gentileza, o bom humor e a paciência evangélica com que sempre me atendeu desde o início da pesquisa, e a Fernando Jorge, a quem Jânio disse, em carta, que “se vai ser o meu biógrafo asseguro-lhe que meus ossos dormirão em paz”. O grande escritor, o maior de nossos historiadores, cedeu-me essa tarefa e ainda me honrou com prefácio que me lisonjeia e enriquece meu trabalho.

Gratidão imensa e amizade fraterna me ligam à Ana Laura Quadros Gomes, sempre solícita, gentil e atenciosa nas diversas vezes em que recorri à sua ajuda. Foi elo valioso e indispensável no contato com sua mãe. Aproveito, assim, o ensejo para enviar meu melhor agradecimento à Dirce “Tutu” Quadros. A filha de Jânio foi de uma sinceridade constante e absoluta em seu depoimento – o único que deu até hoje, desde a morte de seu pai – e em momento algum se evadiu de qualquer pergunta minha, mesmo quando o assunto não fosse agradável. Tutu sempre soube da importância de seu depoimento e só concordou em me receber depois de muitas conversas, e a certeza de que meu trabalho primava pela imparcialidade, pelo bom senso e pela ambição única de contar, enfim, a história de Jânio, sem omissões e sem distorções.

Leia a PARTE 2
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Jânio - Vida e Morte do Homem da Renúncia
Vol I: "Um Moço Bem Velhinho"
Bernardo Schmidt
Editora O Patativa
350 pgs ilustradas
R$ 30,00 (Frete incluso para todo o Brasil)

Compre através do e-mail editora.opatativa@gmail.com
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4 comentários:

  1. Parabéns Bernardo, pelo livro !!! Sucesso meu caro !!!

    Sou um grande fã e admirador do Ex Presidente Jânio Quadros, meu pai trabalhou com ele quando ele foi prefeito de São Paulo de 1986-1988.

    Abraços,

    Mateus Tognella

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  2. Concordo com este comentário. É um excelente livro. Obrigado, Doutor Schmidt. Saudações da California de um americano que gosta muito da história brasileira!

    Bradley Nelson
    San Diego, California

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  3. Muito interessante, vou ler com calma. Me disseram que meu pai era primo do Jânio, ele até foi um dia visitar nossa cidade. (só não sei se primo próximo ou distante, pelo menos tinha uma semelhança).

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    1. Jaque, teu pai pode até não ser primo em primeiro grau, mas sendo de SC a possibilidade de um parentesco é grande.

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