sexta-feira, 2 de novembro de 2018

Moro Ministro


Sérgio Moro
Vejo com simpatia e otimismo a escolha de Moro para o futuro super-ministério da Justiça. Sou crítico de Bolsonaro desde o primeiro momento mas estou longe de sectarismos e me dá satisfação poder elogiar os acertos daqueles a quem critico. E neste caso creio que Bolso foi feliz na escolha e na iniciativa. Enquanto Trump - seu deplorável alterego norte-americano - se rodeou só de imbecis e nulidades, Bolso demonstra a um tempo humildade e arrojo, com essa indicação. Sabe que Moro é um homem sério, de personalidade, inteligente e conhecedor de suas atribuições e não o convidaria se o objetivo fosse de alguma forma desprimoroso. No ministério que cuidará não só da justiça mas englobará também a Polícia Federal, ele quer alguém que tenha credibilidade junto à classe política e junto ao povo.

A escolha de Moro - assim como a tentativa frustrada de transformar Janaína Paschoal em vice - traz um elemento simbólico equivalente ou maior ao que será sua conseqüência prática: por conta de idiotices como elogiar Brilhante Ustra e um verdadeiro elenco de bobagens ditas no passado, a oposição a Bolso o compara a um nazista, a um fascista, a um prussiano ensandecido, a um sujeito que não hesitaria em pisar na Constituição, e assim por diante. Moro, por outro lado, representa o Estado de Direito, o respeito às leis, a aplicação draconiana da Justiça e, acima de tudo, o freio que impedirá quem quer que seja de extrapolar de sua autoridade, invadindo a autoridade alheia. Se me afigura como uma garantia, de Bolsonaro ao povo brasileiro, de que o ministério da Justiça - e portanto do Direito, dos direitos e da constituição - estará nas mãos de alguém que não permitirá que ela seja malbaratada.

Os lulopetistas, é claro, estão histéricos. Moro é o sujeito que liderou o processo que levou pra cadeia o Pulha de Garanhuns e alguns de seus asseclas. Ver Sérgio Moro receber um convite que assume foros evidentes de recompensa ao magnífico trabalho exercido nestes últimos anos pela força-tarefa de Curitiba deve provocar revertérios de medo ao que restou da bancada da chupeta. Estão inclusive desenterrando uma entrevista dada por Moro em 2016 na qual dizia que não entraria jamais na política. Ahã. No Vox Populi de 1978 Lula disse exatamente a mesma coisa. Dois anos depois fundou o PT e em 1982 concorreu a governador. Foda-se. As pessoas mudam.

Em relação à extinção de alguns ministérios e o agrupamento de outros, a grita também vem com o selo permanente de mimimi lulopetista. Durante o governo da Rainha Louca chegamos a um píncaro inaudito do mais sórdido aparelhamento do estado, com 39 ministérios, cada um deles servindo de cabide gigante para centenas e centenas de acólitos, apaniguados e demais agregados do lulopetismo. Ainda durante o terremoto "Dilma", o número caiu para 31. Temer cortou mais dois e temos hoje 29 ministros e secretários. Os Estados Unidos tem uma área com 1 milhão a mais de km² do que o Brasil e uma população superior em 120 milhões de pessoas; contando o vice-presidente, eles tem 23 ministérios.

Há que cortar ministérios MESMO. Depois de 16 anos de incompetência e corrupção, o governo vai ter que fazer uma belíssima bariátrica. Ou uma grande redução de mama e reaprender a governar de forma austera. Fundir agricultura e meio ambiente foi uma má idéia e o povo apedrejou. A assessoria de Bolso voltou atrás e pelo jeito não haverá mais a fusão. Tanto melhor. Aplauda-se o governo pela capacidade de reconhecer um equívoco. Aplauda-se qualquer pessoa capaz de fazer aquilo que um lulopetista vai morrer sem conseguir: voltar atrás e admitir que errou.

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