Sempre tive a mais perfeita noção do cafajeste tapado, imoral e oportunista que é Trump. E do quanto seria perigoso elegê-lo simplesmente pela piada. Porque a piada pode ter sua graça quando é contada na televisão e o bobo da côrte não passa disso: um bobo da côrte. Mas quando o cetro do reino é entregue ao bobo, a graça termina. A ascensão de Trump à presidência norte-americana pôs a descoberto a fragilidade dessa democracia de duzentos anos, tão respeitada e tão emulada. Pôs a descoberto a fragilidade de instituições que o país por décadas não se atreveu jamais a questionar. E pôs a descoberto a confiança que os norte-americanos têm na segurança dessas instituições. Foi chocante ver o Capitólio, centro da vida legislativa de Washington, ruindo como um castelo de cartas diante da primeira investida dos idiotas pró-Trump. Imaginávamos que ao menor rebuliço, um tiro de tanque reduziria todo mundo a pó. Não foi bem assim. É tanta a confiança de que ninguém jamais se atreveria a invadir o Capitólio (incólume desde 1814) que a segurança parecia ser feita pelos Keystone Cops, ou por uma equipe de guardas de trânsito, completamente inermes diante da baderna.
Curioso, também, que o termo "república de bananas", tão comumente associado a nós pelos norte-americanos, tenha sido usado por eles para caracterizarem-se a si próprios. A presença de Trump e sua camarilha no mais alto escalão do governo é a prova de que - assim como no Brasil - quando o povo elege de maneira irracional, movido pelo ódio ou pelo radicalismo, incide-se no erro funesto de deixar o hospício nas mãos dos loucos, ou, pior ainda, de entregar a chave do cofre nas mãos dos bandidos. Vemos isso acontecer no Brasil há dezoito anos. Nos Estados Unidos, porém, a culpa não é do povo: W foi derrotado em seu primeiro mandato e Trump foi derrotado nas duas vezes em que concorreu. Só chegou ao Salão Oval por causa do Colégio Eleitoral.
Não é necessário ser pitonisa para saber que Bolso - sendo uma cópia piorada de Trump - vai tentar a mesma coisa, ou ainda pior, no Brasil, em 2022. E haverá embate entre dois exércitos de bucéfalos: bolsoafetivos e viúvas ensandecidas do lulopetismo. Espero que aqueles que não comungam com nenhum desses dois movimentos asquerosos se unam em busca de uma alternativa.
Ainda tem o livro do Janio para vender? Meu avô era primo do Janio.
ResponderExcluirNo topo da página vc verá a capa do livro, escrito "CLIQUE NA FOTO E COMPRE AGORA!"
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