sábado, 14 de novembro de 2020

Meu voto para Prefeito será em Márcio França




Vamos à tarefa ingente de analisar as atrações do CIRCO SÃO PAULO. Confesso que ao contrário de eleições passadas, em que escrevo com convicção e interesse, este ano quase esqueci de escrever qualquer coisa, tal é a indiferença com que vejo a atual lista de postulantes. Ei-los:

BRUNO COVAS - Neto do saudoso Mário Covas, Bruno se elegeu deputado estadual em 2006 e 2010, e licenciou-se do cargo em 2011 para ocupar a Secretaria de Meio Ambiente no governo de Geraldo. Em 2014 elegeu-se deputado federal e em 2016 elegeu-se vice-prefeito na chapa de Dória. Em 2019 descobriu um câncer entre o esôfago e o estômago, que vem tratando desde então. Aparentemente, no momento o câncer encontra-se em remissão.

Nada tenho contra o neto de Mário Covas. Não é segredo (e nem acredito que ele negaria) que fez sua carreira graças ao sobrenome do avô. Quanto a ser vice de Dória, todos cometemos erros; eu mesmo sou da turma que votou em Dória, engolindo aquela conversinha de "eu sou gestor" e me arrependo amargamente. Bruno foi do PSDB a vida inteira, homem de Geraldo e a incumbência recaiu sobre ele. Até aí morreu Neves. O que importa é que seja como deputado, seja como prefeito, não se lhe conhece uma única obra que valha registro. Foi considerado um deputado razoável, mas um prefeito medíocre. Entendo que este seja um mandato tampão e que não seja exatamente a SUA prefeitura, mas até onde sei, a única coisa pela qual ele será lembrado é a destruição do Boulevard do Anhangabaú, tal como Jânio o imaginara e deixara parcialmente pronto.

O local já sofrera uma mudança de projeto motivada pela vingança e pelo revanchismo de Luiza Erundina, mais preocupada em paralisar as obras de Jânio do que com o bem estar que elas poderiam ocasionar ao povo paulistano. Nas décadas seguintes o que restou do Boulevard se deteriorou pela incúria das gestões que se sucederam, e Dória/Covas deram o golpe final; pela bagatela de 100 milhões de reais, passaram uma motoniveladora por cima e transformaram o que poderia ter sido um lindo boulevard, em um calçadão feio e sem graça.

No mais, não é acusado de corrupção, não há deslizes em sua vida pessoal e, malgrado o que fez com o Boulevard, já conta com experiência para gerir o município. Se fará as escolhas certas, considerando o balaio de gatos que compõe sua coligação, não sabemos. Mas é meu voto num eventual segundo turno.

BOULOS - O próprio "Rebelde sem Causa" da música do Ultraje a Rigor. Filho de dois médicos, Boulos foi do dinheiro da família para o dinheiro do fundo partidário. Não trabalha, não produz, não NADA. O PSOL é uma dissidência do PT criada em 2004 por petistas que discordavam da orientação dada por Lula a seu governo, e o partido cresceu ainda mais quando explodiu o escândalo do mensalão, entre 2005 e 2006. Alguém precisa avisar isso ao Boulos, que não tem sido outra coisa, nestes últimos anos, além de um dos mais baixos e fedorentos puxa-sacos do ex-presidente e ex-presidiário. Boulos deveria assumir sua idolatria por Lula e ir para o PT de uma vez. E é interessante como só se candidata a cargos majoritários; cuidou para que a deputada federal Sâmia Bomfim - que merecia a candidatura muito mais do que ele - fosse defenestrada na convenção de seu partido, mas não é capaz de aprender um pouquinho, conhecer a cidade, ser vereador, ser síndico de um prédio, se desintoxicar um pouquinho de sua vida besta e inútil, preenchendo-a com o que nunca fez: trabalhar. 

Como disse anteriormente, não passa de "um demagogo menor, ridículo e tagarela".

RUSSOMANO - O bom de Russomano se candidatar (e perder) em todas as eleições é que não preciso escrever um texto novo. É só refundir o que escrevi em 2016: É um reles oportunista. Começou com Maluf, aboletou um irmão na chapa de Orestes Quércia para o governo em 2006, e em 2010 apoiou Dilma para a presidência. Hoje bate continência a Bolsonaro. Não tem qualquer estofo ideológico ou social e é inteiramente despreparado para um cargo como a prefeitura. Vai para onde lhe convém e não tem compromisso com pessoas ou programas. Suas campanhas são sempre iguais: ele começa muito bem e acaba se enrodilhando num emaranhado dos seus próprios erros e limitações. Não merece ser eleito de forma alguma. E o video no qual maltrata a funcionária de uma loja, querendo bancar um paladino de fancaria, é nódoa que o acompanhará eternamente.

MÁRCIO FRANÇA - Mesma coisa. Refundo o texto que escrevi em 2018: Meu voto para prefeito, neste primeiro turno, vai para Márcio França - 40. A biografia política de França é admirável. Foi vereador de sua cidade - São Vicente - por duas legislaturas, depois foi prefeito de lá duas vezes, sendo que sua reeleição foi um recorde no Brasil inteiro, já que ele recebeu inacreditáveis 91% dos votos válidos. Depois se elegeu deputado federal duas vezes e quando iniciaria o segundo mandato foi para a Secretaria de Turismo de São Paulo, a convite de Alckmin. Com o rompimento de Geraldo e Afif Domingos, França foi candidato a vice do tucano em 2014 e uma vez eleito, assumiu a Secretaria Estadual de Desenvolvimento. É portanto, um político experiente e um campeão de votos. É também homem discreto e não pesa sobre ele uma única acusação de corrupção. E como a eleição é sempre um teste que reúne o combo caráter/ experiência/ competência, Márcio França me parece imbatível. É meu candidato.

JILMAR TATTO - Sem comentários.

ARTHUR DO VAL - Tentou capitalizar sobre a fama do seu canal no Youtube. Conseguiu virar deputado estadual, mas desta vez deu um passo maior do que perna.

JOICE - Até onde sei, começou como apresentadora de telejornais no Paraná, na Jovem Pan de São Paulo e como comentarista do programa que a Veja tinha na Internet. Ficou famosa na esteira da derrocada petista e se bolsonarizou. Virou deputada federal com grande votação e murchou junto ao balão bolsonarista. Brigou com o chefe e agora tenta brilhar por si só. Não decolou. Mas sou obrigado a citar meu amigo Guilherme Bôrghi: "A eleição do meu coração ela já ganhou". Que mulher linda, meu Deus! O lugar de Joice é na TV, e não no Congresso. Entretanto, se quer mesmo fazer política, deve começar lembrando que recebeu mais de um milhão de votos em sua eleição para a Câmara, e jogar isso no lixo para tentar a prefeitura de uma cidade onde mora há apenas seis anos, não é nem um pouco recomendável.

ANDREA MATARAZZO - Político de gabinete, exerceu diversas secretarias de Estado e foi embaixador na Itália de 1999 a 2001. Filiado ao PSDB desde 1991, teve boa votação para a Câmara Municipal em 2012 e desejou concorrer à prefeitura em 2016. Defenestrado por Geraldo para que Dória pudesse ser o candidato, Andrea deixou o partido e se filiou imediatamente ao PSD de Kassab, onde concorreu como vice na chapa de Marta Suplicy, que concorria pelo PMDB. Chegaram num magro quarto lugar, atrás de Dória, Haddad e Russomano. Andrea perdeu o bonde da história. Devia ter tentado uma vaga na Câmara, e mesmo assim com grande risco de perder.

ORLANDO SILVA - O ministro da tapioca é outro que perdeu o bonde faz tempo. Que necessidade patológica de permanecer na política, mesmo quando o seu tempo acabou.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...