tag:blogger.com,1999:blog-43819886979605962912024-03-05T11:55:36.242-08:00O PatativaBernardo Schmidthttp://www.blogger.com/profile/12196150324865840023noreply@blogger.comBlogger229125tag:blogger.com,1999:blog-4381988697960596291.post-20655412331013104672022-09-26T10:59:00.000-07:002022-09-26T10:59:07.652-07:00O debate de ontem<div><br /></div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi1eJ_S9bAbGkfSnj0EOVMNRZFiCJ5ZDpM0KftcCjnRxhojn6WYAnXtQ0MCMsS-Az4pE-swf4Y6ct7Zj3zvsdz4KEMGsZffeyOqZtROP-hccXjsRLJSpMzC02RyvVQ8Uom6JU-oVXjsEOOfdl6BXZxmVYe9QhWqtdOfosJ2ZAZ_2EpmoZGEFrGbGFoUeA/s552/debate.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="311" data-original-width="552" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi1eJ_S9bAbGkfSnj0EOVMNRZFiCJ5ZDpM0KftcCjnRxhojn6WYAnXtQ0MCMsS-Az4pE-swf4Y6ct7Zj3zvsdz4KEMGsZffeyOqZtROP-hccXjsRLJSpMzC02RyvVQ8Uom6JU-oVXjsEOOfdl6BXZxmVYe9QhWqtdOfosJ2ZAZ_2EpmoZGEFrGbGFoUeA/s16000/debate.jpg" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i><span style="font-size: medium;">O debate do SBT</span></i></td></tr></tbody></table><br /><div><span style="font-size: large;">Vamos à terrível tarefa de fazer um comentário rápido sobre o debate de ontem:</span></div><div><br /></div><div><span style="font-size: large;">LULA - Não foi. Repetiu expediente comum nas eleições brasileiras: candidato que lidera não perde tempo se chamuscando em debates. O caso de Lula é mais grave porque precisa responder a dezenas de acusações de corrupção, e está fresca em nossa memória o chilique histérico dado pelos petistas quando Bolsonaro fez isso, em 2018. Enfim, nada que já não esperássemos de um desclassificado como Lula.</span></div><div><br /></div><span style="font-size: large;">BOLSONARO - Como sempre soubemos, é o Lula da direita. Que país de merda o nosso: Valdemar Costa Neto, o homem que costurou a aliança de Lula e José de Alencar em 2002, mais tarde condenado e preso pelo mensalão, é hoje colega de Bolsonaro no PL. Bolso atravessou com tranquilidade o debate. Mentiu, se esquivou, citou avanços fictícios e jogou fumaça sobre as acusações de corrupção dele e dos filhos. A presença de inúteis como Soraya, Dávilla e aquela criatura que se diz padre ajudaram a diluir a contundência e a eficácia dos ataques. E de mais a mais, o eleitorado de Bolso é o mesmo de Lula. Vão apoiá-lo não importa que barbaridade ele disser ou fizer.</span><div><br /></div><div><span style="font-size: large;">SIMONE TEBET - Decepcionante. Eu gosto dela e ficarei satisfeito se ela tiver uma boa votação, mas não vejo maior profundidade em seu discurso. Ela embarcou na onda da terceira via e ainda marcou o tento de escalar Mara Gabrilli como companheira de chapa. Pertence, entretanto, a um partido fisiológico que é, hoje, sombra do que foi no passado, e não creio que possa fazer frente aos dois répteis pré-históricos que polarizam as intenções de voto. Deveria ter tido a humildade de aceitar a vice-presidência na chapa de Ciro Gomes.</span></div><div><br /></div><div><span style="font-size: large;">E não posso deixar passar o fato de que ela pronunciou uma das frases mais horrendas e anacrônicas que já ouvi: <b>"O feminismo no Brasil precisa ser entendido não como uma pauta de esquerda, mas como uma pauta cristã"</b>. ARGH! Em cemitérios do mundo inteiro, os ossos de grandes feministas devem ter dado cambalhotas de nojo e revolta. Mulheres que sofreram e morreram lutando pelo direito do aborto. Pelo direito de poderem decidir sobre seu corpo e sua gravidez. Que vergonha, Simone.</span></div><div><br /></div><div><span style="font-size: large;">CIRO - É de longe o mais bem preparado. É, aliás, o ÚNICO bem preparado. Sempre deixei claríssimas as minhas restrições a Ciro, mas sua superioridade diante desse elenco de candidatos é uma das coisas mais berrantes que já vi. Lamento imensamente que ele tenha flertado tanto com o PT na segunda metade da década passada, e batido tão forte em Sérgio Moro nos últimos tempos, porque isso efetivamente o inviabilizou com o centro e o centro-direita, que o verão para sempre com desconfiança. Ciro é o melhor candidato. Mas há um limite para a quantidade de vezes que um homem honesto pode dar tiros no próprio pé. Rezo para que Ciro ainda não tenha alcançado esse limite.</span></div><div><br /></div><div><span style="font-size: large;">FELIPE D'ÁVILA - Não conheço mas parece ser boa pessoa. Só que a premência de nos livrarmos de Lula e Bolso é grande demais para que esta eleição sirva de vestibular para gente que quer se lançar na política. A terceira via não aconteceu pelo egoísmo de gente assim. Além de perder, ainda contribui para a vitória de alguém deplorável.</span></div><div><br /></div><div><span style="font-size: large;">SORAYA - Nada a dizer sobre o Bolsonaro de saias.</span></div><div><br /></div><div><span style="font-size: large;">CRIATURA QUE SE DIZ "PADRE" - Por que essa criatura ridícula pode participar, e o Eymael fica de fora? Ou seja, esse zé-ruela que ninguém nunca viu mais gordo pode atrapalhar e falar merda numa boa, mas o Eymael, que é ex-deputado constituinte não pode nem estar presente? É o fim da picada.</span></div>Bernardo Schmidthttp://www.blogger.com/profile/12196150324865840023noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4381988697960596291.post-82819946104266131242022-06-20T00:10:00.006-07:002022-06-21T13:18:45.839-07:00Minestrone Cultural XX<span style="font-size: large;"><br /><div style="text-align: center;"><b style="color: red;">LUIS GUSTAVO (1934/2021)</b></div></span><div><br /></div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjHmT-BOo9fWH7rGa0PBBcq2Ju4SDkyDmtVZGbEVcGqCsw7yCqI93uEPJ0O9akU8YRagkya7xnOgg6aHH1k-uv_YGEgvsGAlghhtjctYd6zfpaieB0VkDZrnX02N8meEVDNWIuME__Z-bifAd_C-n99GTpRNHmmCYU5EG0E2ODqKhIkLh76VvZy6YRFJw/s561/Tat%C3%A1.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="418" data-original-width="561" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjHmT-BOo9fWH7rGa0PBBcq2Ju4SDkyDmtVZGbEVcGqCsw7yCqI93uEPJ0O9akU8YRagkya7xnOgg6aHH1k-uv_YGEgvsGAlghhtjctYd6zfpaieB0VkDZrnX02N8meEVDNWIuME__Z-bifAd_C-n99GTpRNHmmCYU5EG0E2ODqKhIkLh76VvZy6YRFJw/s16000/Tat%C3%A1.jpg" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i><span style="font-size: medium;">Teatro Copacabana, Rio, julho de 1991</span></i></td></tr></tbody></table><div><br /></div><div><span style="font-size: large;">Que ano mais terrível... Tatá... Tatá tinha quase setenta anos de carreira. Começou pouco depois da inauguração da TV Tupi mas explodiu, mesmo, em fins da década de 60 com Beto Rockfeller, de Bráulio Pedroso e Cassiano Gabus Mendes. Direção de Lima Duarte. A novela foi um fenômeno. Tatá se tornou o ator mais famoso, mais descolado, mais desejado do Brasil. Era jovem, bonito, divertido, tinha aquelas sobrancelhas expressivíssimas e trazia a temeridade da malandragem. Tatá era Beto e Beto era Tatá. Não havia ninguém mais perfeito para interpretar Beto, do que Tatá.</span></div><div><br /></div><div><span style="font-size: large;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjaQu5l2VFZ6Ej262OcUleOBI8vJLcbLErTeDID1EEsy880Ahpyum81D6GmPeBjSVb_CbScyka3ePTm7RxA8PiJE7GQn2RLA3lwsTvAOfYYvdLwwNzTCxahuyA_zGSMTYoGWorpoqufbio3eSmLC9_aAhisDFItElD7-SEOdTcQK-P7-cFm2z4AijfNUg/s548/m_22770ca.jpg" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" data-original-height="548" data-original-width="542" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjaQu5l2VFZ6Ej262OcUleOBI8vJLcbLErTeDID1EEsy880Ahpyum81D6GmPeBjSVb_CbScyka3ePTm7RxA8PiJE7GQn2RLA3lwsTvAOfYYvdLwwNzTCxahuyA_zGSMTYoGWorpoqufbio3eSmLC9_aAhisDFItElD7-SEOdTcQK-P7-cFm2z4AijfNUg/s320/m_22770ca.jpg" width="316" /></a></div>Desde criança eu via um LP entre os discos de meus pais, com a trilha de uma novela chamada "A Volta de Beto Rockfeller". Associava uma coisa à outra mas só anos depois vim a saber que aquela fora uma tentativa de reeditar o sucesso da primeira. A Tupi investiu pesado, chamou Bráulio Pedroso e grande parte do elenco original, a direção foi para o grande Osvaldo Loureiro, mas a magia não se repetiu. Tatá transcendera o personagem e estava pronto para novas aventuras.</span></div><div><br /></div><div><span style="font-size: large;">Não sei como escrever um texto sobre Tatá. Sua carreira é vasta e riquíssima, mas ao mesmo tempo ele é uma referência de toda a minha vida, assim como Tarcísio. Acompanho sua carreira na TV desde que me conheço por gente. Era seu fã incondicional. Assistia e gravava TiTiTi todos os dias.</span></div><div><br /></div><div><span style="font-size: large;">Pude vê-lo ao vivo e beijar sua mão depois de uma apresentação de <i>Ações Ordinárias</i>, no Teatro Copacabana. Mas nada se compararia ao que estava prestes a acontecer, nos anos seguintes. Certa noite , em 1995 (terminada a temporada da peça <i>Batom</i>, que Tatá estrelava com Fúlvio Steffanini, Elaine Cristina e Ana Paula Arósio), vou com meu amigo Alexandre Santilli ao Bodega, bar que Tatá mantinha em Moema, com os sobrinhos Tato e Cássio. Lá pelas tantas, próximo à meia-noite, eis que Tatá aparece e vendo Alexandre (de cuja irmã era amigo), senta-se tranquilamente conosco. Meus olhos brilhavam e meu coração batia descompassado. Deixei-o falar. Precisava de tempo para me acalmar e digerir a presença daquele meu ídolo ali, na minha frente, tão disponível. E de mais a mais, Tatá gostava de falar e era um grande conversador.</span></div><div><br /></div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgdzq2A3sdwG-Wo86nFWPn-PQO77ZS8O7ygVlyBeySppKdlxbDUvYaN0ScRRjXQ_s65nAWTQhmAdsD2CB26mVw-E1jQqfzvOCqAzaODALKKnN3ISezxE8ot8fLCcI57eIx94Z1hxNB6Jl71qO718EF28Jvaz640EDnXHUENx6oOl6L_8_5hfxbf9RaqIg/s536/Batom%201995.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="280" data-original-width="536" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgdzq2A3sdwG-Wo86nFWPn-PQO77ZS8O7ygVlyBeySppKdlxbDUvYaN0ScRRjXQ_s65nAWTQhmAdsD2CB26mVw-E1jQqfzvOCqAzaODALKKnN3ISezxE8ot8fLCcI57eIx94Z1hxNB6Jl71qO718EF28Jvaz640EDnXHUENx6oOl6L_8_5hfxbf9RaqIg/s16000/Batom%201995.jpg" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i><span style="font-size: medium;">Batom: Fúlvio, Arósio, Tatá e Elaine Cristina</span></i></td></tr></tbody></table><div><br /></div><div><span style="font-size: large;">Passado o choque, comecei a me inserir na conversa e a trazer informações sobre sua carreira. Pude comprovar pela centésima vez que é o que qualquer artista com décadas de experiência mais aprecia. E passamos em revista a sua longa carreira, desde a Tupi até aquele momento. Ele falava, empolgado e bem-humorado, sobre o Cego Léo ("Te Contei?", 1978), que considerava um personagem injustamente engolido pela fama dos que vieram a seguir. Gostava de Mário Fofoca mas sentia que um de seus maiores momentos fora, de fato, o Victor Valentim da novela TiTiTi. Pergunto-lhe se era verdadeiro o boato de que ele e Reginaldo Farias tiveram rusgas durante a gravação da novela. "Nenhuma. Mas havia uma previsão de que em determinado momento os personagens iam começar a brincar e explorar mais a questão do espanhol e do francês; o Reginaldo toca muito bem o violão, queriam que ele tocasse aquelas melodias francesas, e tal, e no fim ele não quis. Eu, por outro lado, me entreguei a isso de corpo e alma. O resultado é que meu personagem acabou maior e mais rico".</span></div><div><br /></div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiRjUPKvO6DpYfUYG4-EejdY_rO2CcWuCyJEzIer8j2k_a4R7B-Ami8neHU1MrcSxnsYZuN54PL6WDJmd344o3UAk8Wlfv6ccv5_YRrVujWfy9xIulHSF26Obadt3oASbnXvWPoGNbfqDtlNoUjqib-ICMSKDALI74KU7vWQ0Olr2ynpTrD4dr8g5uqgA/s542/tititi.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="418" data-original-width="542" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiRjUPKvO6DpYfUYG4-EejdY_rO2CcWuCyJEzIer8j2k_a4R7B-Ami8neHU1MrcSxnsYZuN54PL6WDJmd344o3UAk8Wlfv6ccv5_YRrVujWfy9xIulHSF26Obadt3oASbnXvWPoGNbfqDtlNoUjqib-ICMSKDALI74KU7vWQ0Olr2ynpTrD4dr8g5uqgA/s16000/tititi.jpg" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i><span style="font-size: medium;">Tatá e Reginaldo Farias, em TiTiTi</span></i></td></tr></tbody></table><div><br /></div><div><span style="font-size: large;">Comento a peça que assistira pouco antes no Rio e falo de minha admiração por Sebastião Vasconcelos. "Maravilhoso", me diz Tatá. Quando lhe disse que havia um filme no qual seu papel era feito por Danny Devito e o de Vasconcelos foi para Gregory Peck ele riu: "Imagina comparar um puta ator como o Sebastião a um canastrão como o Gregory". Pergunto-lhe sobre o malfadado último projeto de Cassiano Gabus Mendes, "Mapa da Mina". Ele responde com saudade: "Eu gostei do meu núcleo, com a Paula (Burlamaqui). Fazíamos com carinho, sobretudo por saber que ele já não estava bem. Mas quando ele morreu e a novela acabou eu simplesmente não consegui mais entrar num estúdio para gravar uma novela". E efetivamente, se passaram nove anos até que ele voltasse às novelas. Naquele período ele só trabalhou na série "Confissões de Adolescente". O humorístico "Sai de Baixo" estava no embrião. Tatá nos deu alguns <i>insights</i> curiosos do que foi o projeto inicial: "Estou trabalhando com o Fúlvio na idéia de uma série em que seremos vizinhos. E provavelmente trabalharemos com o Luiz Fernando Guimarães".</span></div><div><br /></div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgxXXkwdVP-1ZxuM1Z5ZcIFrJGE4h775uVuVxJW45uEqvKEawFQ-QFHAJDGcSqxjF0slAq1ZAd934sS6QDVfhJzra9CiAz93F4f0KIWDwpAuBdhoGlSJdLjVPYZ7B6VVKpsgUk8V2iJRH7lp_4_hYhq-Ksp0N2eUorq9BQR-2z4uLhuehoNnbxqeKV54g/s496/confiss%C3%B5es.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="328" data-original-width="496" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgxXXkwdVP-1ZxuM1Z5ZcIFrJGE4h775uVuVxJW45uEqvKEawFQ-QFHAJDGcSqxjF0slAq1ZAd934sS6QDVfhJzra9CiAz93F4f0KIWDwpAuBdhoGlSJdLjVPYZ7B6VVKpsgUk8V2iJRH7lp_4_hYhq-Ksp0N2eUorq9BQR-2z4uLhuehoNnbxqeKV54g/s16000/confiss%C3%B5es.jpg" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i><span style="font-size: medium;">Tatá e o elenco de "Confissões de Adolescente"</span></i></td></tr></tbody></table><div><br /></div><div><span style="font-size: large;">O próximo encontro ocorreu meses depois, novamente no Bodega, só que desta vez após a gravação de um dos primeiros episódios do "Sai de Baixo". Mesmo jogo: Tatá se senta na nossa mesa, pede sua garrafa de Red Label e inicia-se mais uma conversa deliciosa com essa figura extraordinária de nossa arte. Primeiro, esclarece que o projeto inicial do programa fora abandonado por uma série de razões (Fúlvio estava envolvido com a gravação de infomerciais e no fim Tatá ou a Globo aparentemente optaram por Miguel Falabella, no lugar de Luiz Fernando Guimarães). Estava adorando fazer o "Sai de Baixo" e só tinha elogios para Falabella e Tom Cavalcante. Aracy nem se comentava, porque eram amigos há quarenta anos. Falamos de diversos artistas e me marcou muito o respeito e a admiração com que Tatá se referiu à atriz Ana Rosa (sua colega de "Beto Rockfeller") e sobretudo a Francisco Cuoco: "É um dos maiores atores brasileiros e provou isso, a partir de <i>Boeing-Boeing</i>", referindo-se à peça de Camoletti que Cuoco estrelou em 1964, com grande elenco e direção de Celli.</span></div><div><br /></div><div><span style="font-size: large;">À certa altura um sujeito com sotaque espanhol se aproxima e o cumprimenta. Estava bêbado, mas falava coerentemente de sua admiração por Tatá no papel de Victor Valentim. Tatá agradeceu, calmo, e o sujeito continuou: "Mas é uma maravilha, a mãe do sujeito faz as coisas e ele leva a fama, e blá blá blá blá", falando da trama e cansando nossos ouvidos e nossa paciência. Tatá ouviu imperturbável e não objetou quando o sujeito pediu para tirar uma foto não deles dois, mas de nós três, sendo que ele ficaria de fora. Se esse inconveniente um dia ler isto aqui, saiba que hoje eu seria capaz de pagar para ver essa foto...</span></div><div><br /></div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjQZdMZ7kCIJOCy9BxC1bG2OoG4psvW5YSkbCLDZ7o_0y0lcl6hPFQCMnuDhXgQhNreG5pURp9MyPls5YStEDB1namjLE16YfPiBptr7x246jz93y4B7F8_QleEtxfe29nSsYZ_54VUEIV49_LlTR-xnaqxMGwjVKbv0K0kmA8ctB1Kg5dr-5Djj6-aEw/s557/sai%20de%20baixo.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="456" data-original-width="557" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjQZdMZ7kCIJOCy9BxC1bG2OoG4psvW5YSkbCLDZ7o_0y0lcl6hPFQCMnuDhXgQhNreG5pURp9MyPls5YStEDB1namjLE16YfPiBptr7x246jz93y4B7F8_QleEtxfe29nSsYZ_54VUEIV49_LlTR-xnaqxMGwjVKbv0K0kmA8ctB1Kg5dr-5Djj6-aEw/s16000/sai%20de%20baixo.jpg" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i><span style="font-size: medium;">Tatá e o elenco de "Sai de Baixo"</span></i></td></tr></tbody></table><br /><div><span style="font-size: large;">Tatá estava feliz e realizado. Chegando quase aos sessenta e cinco anos, namorava uma moça de quem gostava muito (a mesma que esteve com ele até o fim) e pretendia trazer à capital o espetáculo solo que chegou a fazer no interior de São Paulo, <i>Meu nome é Beto Rockfeller</i>, no qual contava histórias de sua extraordinária carreira. Ria ao lembrar-se da história que envolvia a desastrosa produção do <i>Julio Cesar</i>, de Shakespeare, com tradução de Carlos Lacerda e direção de Antunes. Curioso, peço-lhe que conte. A resposta foi um balde de água fria: "Essa você terá que assistir no espetáculo". Também sorria ao comentar que pretendia mudar o nome do espetáculo para <i>Luis Gustavo em Con</i>S<i>erto</i>.</span></div><div><br /></div><div><span style="font-size: large;">Pergunto-lhe sobre sua absoluta ausência em programas de entretenimento ou entrevistas. Ele é categórico: "Não dou entrevistas. Não gosto". Comento seu depoimento ao especial de 40 anos da TV brasileira, na Cultura, em 1990: "Ah, mas aí era o Júlio Lerner, um puta cara competente, excelente profissional". Menciono sua raríssima entrevista a Bob Coutinho: "Esse é meu amigo. E para os amigos a gente abre exceções". Às cinco da manhã Tatá se levantou, veio em minha direção e me deu um abraço: "Foi uma honra conversar com um jovem como você".</span></div><div><br /></div><div><span style="font-size: large;">Experiências que valem uma vida.</span></div><div><br /></div><div><span style="font-size: large;">Tanta história e tantas histórias. Preciso de tempo para relembrar muita coisa. Sóbrio, Tatá era absolutamente encantador. Falava de maneira articulada e inteligente sobre TV, Cinema, Teatro e qualquer outro assunto. Só quem o conheceu pode dizer o que era rasgar uma madrugada com ele, proseando e bebendo. </span></div><div><br /></div><div><span style="font-size: large;">E agora ele se foi. Tatá era imensamente talentoso. Quem se recorda dele somente por Beto, por Victor Valentim ou Vavá, em "Sai de Baixo", não sabe o ator que ele era. O ator dramático que ele podia ser, quando queria. Quando o papel pedia.</span></div><div><br /></div><div><span style="font-size: large;"><span>Tatá era único e maravilhoso. </span><span style="color: #cccccc;">(19/09/2021)</span></span></div><div><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiJv9o_MlirvFykDKKpVRDdGElBQxnxzooACs2317XXA85x4AFDI4x9p0KVckhsHhb8KFzBwggqw1Bi_HU289bvd8ZDX00l0SEPnzbaMhbxaH5svHtW4z1CxH79rktP-D8LMLu3ULZQQINuR6nFYsNSg5W1HYNvnWzOtjJsgRmiXwe3fnIPsW76vW_xsg/s558/Luis%20Gustavo.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="324" data-original-width="558" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiJv9o_MlirvFykDKKpVRDdGElBQxnxzooACs2317XXA85x4AFDI4x9p0KVckhsHhb8KFzBwggqw1Bi_HU289bvd8ZDX00l0SEPnzbaMhbxaH5svHtW4z1CxH79rktP-D8LMLu3ULZQQINuR6nFYsNSg5W1HYNvnWzOtjJsgRmiXwe3fnIPsW76vW_xsg/s16000/Luis%20Gustavo.jpg" /></a></div><br /><div><br /></div><div><span style="font-size: large;"><div style="text-align: center;"><b><span style="color: red;">CÉLIO DEBES (1926/2021)</span></b></div></span></div><div><br /></div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi9ZSW07h3dYShUbLanaDYtSakeSPDaRe-1zMd-32B-bg9shnG8kEzzDHGC4j36hYB-5hGIQKL0B3gvfwrkRIbe2g2eo6eUxqSxl7JHA-rOh-xn1fBJrs0Ari_mUVOPV_N206I38yQItum8iltH0C3IMHsbMfGOQEB7MUG_mEaD2i97VLvGqZG0CZxeiw/s561/C%C3%A9lio%20Debes.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="402" data-original-width="561" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi9ZSW07h3dYShUbLanaDYtSakeSPDaRe-1zMd-32B-bg9shnG8kEzzDHGC4j36hYB-5hGIQKL0B3gvfwrkRIbe2g2eo6eUxqSxl7JHA-rOh-xn1fBJrs0Ari_mUVOPV_N206I38yQItum8iltH0C3IMHsbMfGOQEB7MUG_mEaD2i97VLvGqZG0CZxeiw/s16000/C%C3%A9lio%20Debes.jpg" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i><span style="font-size: medium;">Com Fernando Jorge e Célio na Academia Paulista de Letras, 2002</span></i></td></tr></tbody></table><div><br /></div><div><span style="font-size: large;">Somente ontem fiquei sabendo que meu querido amigo e mestre Célio Debes - biógrafo de Campos Salles, Júlio Prestes e Washington Luís - se foi no dia 5 de setembro, aos 95 anos.</span></div><div><br /></div><div><span style="font-size: large;">Havia um maravilhoso sebo 24 horas na Consolação, no fim da década de 90, e lá, certa madrugada, encontro os dois volumes da biografia de Campos Salles. Comprei-os. A leitura era pedregosa, mas a pesquisa era riquíssima. Pouco depois, na bibliografia de um livro de Fernando Jorge encontro citação ao primeiro volume da biografia de Washington Luís, escrito por Célio. Eu mal começara minha pesquisa sobre Jânio e os trabalhos de Célio me despertaram curiosidade.</span></div><div><br /></div><div><span style="font-size: large;">Procurei-o na lista telefônica. Lá estava seu número. Liguei, falei com ele e dias depois, estávamos em uma prosa que foi de Jânio ao Largo São Francisco, e de lá para o início do século XX, com escalas no Paulista de Macaé e em dezenas de outros políticos paulistas que foram relegados propositalmente ao esquecimento por uma espécie de ditadura getulista de sociólogas e historiadores nacionais.</span></div><div><br /></div><div><span style="font-size: large;">Célio tornou-se meu oráculo para lançamentos recentes de livros sobre assuntos referentes às décadas de 20 e 30. Naquela época foi lançada a biografia de Antônio Carlos; eram quatro horas de conversa com o Dr. Célio. Murilo Badaró lançou seu livro sobre Capanema; quatro horas de conversa com o Dr. Célio. E muito mais: "Dr. Célio, compro a biografia do Bernardes escrita pelo Bruno Magalhães?" "De jeito nenhum. É um livro tão parcial que chega a ser ridículo. É uma piada!" "Dr. Célio compro a biografia do Afonso Pena escrita pelo Lacombe?" "Ah, sim... o Américo é um grande historiador, o maior conhecedor de Ruy que já tivemos"...</span></div><div><br /></div><div><span style="font-size: large;">Tenho histórias lindas com o Dr. Célio... sua posse na diretoria do Instituto Histórico (hoje em escombros), com Israel Dias Novaes e Paulo Bonfim... o lançamento do segundo volume do Washington, com Fernando Jorge, Farabulini, Miguel Reale... a amizade colateral com o Dr. Altino... lembranças preciosas. Escreverei sobre o Dr. Célio no blog, quando tiver digerido a tristeza de sua partida.</span></div><div><br /></div><div><span style="font-size: large;">No momento trago apenas estes vídeos com o Dr. Célio. Filmei uma prosa nossa em junho de 2011 sobre o então ainda inédito terceiro volume de sua biografia de Washington. Praticamente me esqueci que tinha este material, e hoje lamento tão amargamente não tê-lo postado antes.</span></div><div><br /></div><div><span style="font-size: large;">Célio Debes era um cavalheiro. Na mais ampla e profunda acepção da palavra. Um dos homens mais gentis, elegantes e generosos que conheci. <span style="color: #cccccc;">(30/10/2021)</span></span></div><div><br /></div><div style="text-align: center;"><span style="font-size: large;">**********</span></div><div><div><br /></div><div style="text-align: center;"><span style="font-size: large;"><b>Célio Debes fala sobre Washington Luís em Batatais (2011)</b></span></div><div><br /></div><div><span style="font-size: large;">Célio fala sobre o início da carreira política de Washington Luís em Batatais, como Intendente, e a série de melhorias que empreendeu por lá no último lustro do século XIX.</span></div></div><div><br /></div><div><span style="font-size: large;"> <iframe allow="accelerometer; autoplay; clipboard-write; encrypted-media; gyroscope; picture-in-picture" allowfullscreen="" frameborder="0" height="315" src="https://www.youtube.com/embed/e1ozFvMUyo0" title="YouTube video player" width="560"></iframe></span></div><div><br /></div><div><div style="text-align: center;"><span style="font-size: large;"><b>Célio Debes fala sobre Washington Luís no exílio (2011)</b></span></div><div><br /></div><div><span style="font-size: large;">Célio fala descontraidamente de Washington Luís no governo e no exílio, e ainda fala sobre seu colega historiador Antônio Barreto do Amaral (1903/1995), autor de diversos trabalhos significativos de nossa historiografia.</span></div></div><div><br /></div><div><br /></div><div><span style="font-size: large;"> <iframe allow="accelerometer; autoplay; clipboard-write; encrypted-media; gyroscope; picture-in-picture" allowfullscreen="" frameborder="0" height="315" src="https://www.youtube.com/embed/pS-tAU6byC4" title="YouTube video player" width="560"></iframe> </span></div><div><br /></div><div><div style="text-align: center;"><span style="font-size: large;"><b>Célio Debes fala sobre o PRP e a eleição presidencial</b></span></div><div style="text-align: center;"><span style="font-size: large;"><b>que não houve (2011)</b></span></div><div><br /></div><div><span style="font-size: large;">Célio fala sobre o PRP, o Partido Constitucionalista de Armando de Salles, sobre Altino Arantes, José Américo, Getúlio e a eleição presidencial de 1938, frustrada pelo golpe do Estado Novo.</span></div></div><div><br /></div><div><span style="font-size: large;"> <iframe allow="accelerometer; autoplay; clipboard-write; encrypted-media; gyroscope; picture-in-picture" allowfullscreen="" frameborder="0" height="315" src="https://www.youtube.com/embed/Q2I972hRl18" title="YouTube video player" width="560"></iframe><div style="text-align: center;"><b><span style="color: red;"><br /></span></b></div><div style="text-align: center;"><b><span style="color: red;">HÁ 30 ANOS - BIBI E AMAURY JR.</span></b></div></span></div><div><span style="font-size: large;"><br /> <iframe allow="accelerometer; autoplay; clipboard-write; encrypted-media; gyroscope; picture-in-picture" allowfullscreen="" frameborder="0" height="350" src="https://www.youtube.com/embed/3KkybRPe6bA" title="YouTube video player" width="560"></iframe><br /><br /></span></div><div><span style="font-size: large;">Quando gravei esta magnífica entrevista de Bibi para Amaury Jr. (creio eu, no início de 92), não poderia imaginar que o VHS se tornaria obsoleto e que, por não ter mais um video-cassete, eu ficaria mais de duas décadas sem assisti-la.</span></div><div><br /></div><div><span style="font-size: large;">Na minha recordação, a estréia paulistana do "Bibi in Concert" ocorreu no primeiro semstre de 1992, no extinto Palladium, no Shopping Eldorado. Perdi esse espetáculo e dei graças a Deus quando ele voltou em temporada relâmpago no Cultura Artística, no fim daquele ano. A título de curiosidade, Bibi contou-me, bem depois, que a temporada do Palladium não fora a melhor, pelo pouco tempo que a orquestra - diferente daquela que vemos no especial da Globo, gravado durante a temporada carioca - teve para aprender e estudar as músicas do espetáculo. Em se tratando de Bibi, contudo, quem assistiu pode se considerar amplamente privilegiado.</span></div><div><br /></div><div><span style="font-size: large;">Bibi gostava de Amaury e sabia que o entrevistador estava lá para fazê-la sentir-se bem e dar uma entrevista gostosa e descontraída. E quando alcançava esse nível de conforto, Bibi se abria em recordações e contava histórias com o charme, o encanto e a bonomia que sempre a caracterizaram. E aqui vemos o melhor de Bibi. Sua memória estava perfeita, ela estava bem-humorada, sorridente, saudável e disposta. Fala sobre os 50 anos de sua carreira, fala do pai, dos amigos, do teatro, de sua idade, de seus espetáculos e de uma porção de outras coisas.</span></div><div><br /></div><div><span style="font-size: large;">Rever esta entrevista depois de mais de 20 anos é agridoce. É sempre bom rever Bibi. Mas a saudade bate com violência. Bate com crueldade.</span></div><div><br /></div><div><span style="font-size: large;">Divirtam-se. <span style="color: #cccccc;">(07/12/2021)</span></span></div><div><span style="font-size: large;"><br /><div style="text-align: center;"><b><span style="color: red;">HOMENAGEM AO DR. ATHOS (MACKENZIE/1996)</span></b></div></span></div><div><br /></div> <iframe allow="accelerometer; autoplay; clipboard-write; encrypted-media; gyroscope; picture-in-picture" allowfullscreen="" frameborder="0" height="350" src="https://www.youtube.com/embed/5MqSDji5TXo" title="YouTube video player" width="560"></iframe><div><br /></div><div><span style="font-size: large;">O grupo de teatro formado por mim e pelo César no Mackenzie enfrentou todos os tipos de dificuldades, desde materiais até a incompreensão, a hostilidade e o absoluto descaso da direção da faculdade. Foi quando conhecemos o Dr. Athos, presidente do Instituto, com quem topávamos ocasionalmente pelo campus ou em eventos protocolares e nos cumprimentávamos com cortesia, mas sem intimidade.</span></div><div><br /></div><div><span style="font-size: large;">Um dia estávamos no MAM, em alguma exposição da Faculdade de Comunicação e Artes que mal me recordo; seguiu-se uma mesa, com os discursos congratulatórios de praxe e o evento estava prestes a ser encerrado quando, sem qualquer aviso prévio, o Dr. Athos se levantou, na primeira fileira e pediu a palavra. Fez um discurso rápido, mas acalorado no qual assinalou pontos positivos e negativos na condução de determinados aspectos do Instituto e da Universidade. Passou a comentar iniciativas que extrapolavam o campo acadêmico, mas que careciam do apoio e do patrocínio da Universidade: "Por exemplo: nós temos um grupo de teatro", disse, virando-se e olhando diretamente para mim e para César, "que eu aprecio muito e considero da maior importância!" Nosso queixo caiu. Ele continuou falando do grupo e nos fez um elogio extemporâneo, repassado em carinho e gentileza. Acostumados à indiferença, aquilo nos emocionou e nos estimulou.</span></div><div><br /></div><div><span style="font-size: large;">A partir daquele momento estreitamos relações com o Dr. Athos, passamos a freqüentar sua sala, no prédio 1, recebendo dele todas as atenções e deferências que jamais recebemos por parte da direção da faculdade. Em maio de 1996 veio o convite para inaugurarmos o Auditório George Chamberlain, teatro do recém-finalizado Mackenzie de Brasília. Antes de irmos, tive a idéia de fazermos um video em homenagem ao Dr. Athos; a inauguração do Mackenzie Brasília seria, efetivamente, seu último ato como presidente do Instituto e depois disso ele se aposentaria e se mudaria com a família para sua Belo Horizonte querida. Em junho de 96, portanto, nos unimos no prédio da radiodifusão e gravamos esses depoimentos que vem a seguir. No dia seguinte voltei e editei o video (com um rapaz muito prestativo cujo nome infelizmente me foge) colocando as fotos - que me foram cedidas em segredo por Dona Amélia, esposa do Dr. Athos - e as músicas.</span></div><div><br /></div><div><span style="font-size: large;">O video foi mostrado antes de nossa apresentação, à noite. Dr. Athos estava acompanhado de sua família e de alguns vice-presidentes do Instituto. Eu me encontrava atrás da cortina, só olhando, emocionado, a reação do público. Terminado o video, sob uma chuva de aplausos, eu ponho minha cabeça pra fora o suficiente para ver que o Dr. Athos chorava convulsivamente. Soluçava, escondendo o rosto com uma das mãos. Ao mesmo tempo, Alexandre vai até o microfone do palco e nas primeiras palavras sua voz se embarga completamente, ele dá meia-volta e retorna aos bastidores, chorando. Ficamos os três, eu, César e Alexandre abraçados, chorando como crianças, ao lado de Céci, que também chorava. Foram necessários alguns minutos até que todos pudessem se recompor e iniciar o espetáculo.</span></div><div><br /></div><div><span style="font-size: large;">Dr. Athos me contou no dia seguinte que todos eles pretendiam ir embora depois do video, já que haviam assistido a apresentação que fizéramos à tarde, para as crianças. Depois do video e sua imensa carga emocional, eles resolveram ficar. Foi um momento magnífico. Que bom que pudemos homenagear o Dr. Athos e agradecer por tudo que ele fez por nós. E que alegria saber que essa homenagem lhe tocou o coração.</span></div><div><br /></div><div><span style="font-size: large;">Dr. Athos se foi em junho de 2010, aos 82 anos. <span style="color: #cccccc;">(08/12/2021)</span></span></div><div><span style="font-size: large;"><br /><div style="text-align: center;"><b><span style="color: red;">THE REAL CHARLIE CHAPLIN (2021)</span></b></div></span></div><div><br /></div><div><div class="separator" style="clear: both; font-size: x-large; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhwMsE4h07OizjriNjZlcSu1UJ5mYU_1Ps9yLZCw8Ix5hGRKtM0DCh-M0k2jDbMndpkKPNoHQwVaKQJZ0hlBo-GUcY_5J9KhkB4Am4ib4sncVRUvhBxKIdQ26VO42P6g5H65GRQ3ez8PzXxTKotT1MFkaR2rbGHqUl7ndhOPpHyq8SrFZ269fFUFGGWMg/s900/Chaplin.jpg" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" data-original-height="900" data-original-width="600" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhwMsE4h07OizjriNjZlcSu1UJ5mYU_1Ps9yLZCw8Ix5hGRKtM0DCh-M0k2jDbMndpkKPNoHQwVaKQJZ0hlBo-GUcY_5J9KhkB4Am4ib4sncVRUvhBxKIdQ26VO42P6g5H65GRQ3ez8PzXxTKotT1MFkaR2rbGHqUl7ndhOPpHyq8SrFZ269fFUFGGWMg/w266-h400/Chaplin.jpg" width="266" /></a></div><span style="font-size: large;">Interessantíssimo. O assunto pode parecer esgotado para quem o conhece, mas há sempre material inédito aparecendo e neste caso somos agraciados com alguns audios preciosos, como o depoimento de uma amiga de infância de Chaplin a Kevin Brownlow, a famosa entrevista de Chaplin à revista Life, em 1966, palestras de cunho político na década de 40 e - o que considerei fantástico - a horrenda entrevista coletiva do lançamento de Monsieur Verdoux, em 1947, com uma imprensa inteira contra ele, fustigando-o com perguntas sobre seu suposto comunismo, e tachando-o de ingrato.</span></div><div><span><br /><span style="font-size: large;">Os filmes caseiros e os outtakes de Chaplin não são inéditos (estão em sua maioria em documentários como "Unknown Chaplin" e "The Gentleman Tramp"), mas são certamente desconhecidos das duas últimas gerações. E ainda há o acréscimo de entrevistas com Lita Grei e depoimentos de três dos filhos de Chaplin com Oona O'Neill.</span><br /><br /><div class="separator" style="clear: both; font-size: x-large; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjd_nSXIIVsoL4IJZlIH4ax_ePrJFIs1IEBjhqQSHV2rTMlf-gzHQVGPDw6TFi66YOn-GAQtPGwDxKR--K_xRZgaSiV3nxBbwbf-uPO-a-1UE3uAlTrh4dTBG_heMLAb6ML0Dw3LEgvF3xPG91xGuFz4I6Mw614bwtSBaJEp5Rq9hNdyV31hsChIZSuHQ/s514/verdoux.jpg" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="514" data-original-width="312" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjd_nSXIIVsoL4IJZlIH4ax_ePrJFIs1IEBjhqQSHV2rTMlf-gzHQVGPDw6TFi66YOn-GAQtPGwDxKR--K_xRZgaSiV3nxBbwbf-uPO-a-1UE3uAlTrh4dTBG_heMLAb6ML0Dw3LEgvF3xPG91xGuFz4I6Mw614bwtSBaJEp5Rq9hNdyV31hsChIZSuHQ/w242-h400/verdoux.jpg" width="242" /></a></div><div><span style="font-size: large;">Há, por outro lado, algumas omissões inexplicáveis. Não compreendo como o último monólogo de Verdoux pôde ser deixado de fora, sendo tão crítico à política da época e tão carregado de ideologia anti-bélica. E "A King in New York" vira nota de roda-pé, sendo a vingança simbólica de Chaplin contra a ridícula e perversa Comissão de Atividades Anti-Americanas (no que de cambulhada se desperdiça olimpicamente o depoimento de Michael, o filho de Chaplin que trabalhou com ele nesse filme). Também lamentei que mais uma vez se mostrasse apenas seu Oscar honorário e não a homenagem que lhe foi prestada no Festival de Veneza, em 72.</span></div><br /><span style="font-size: large;">Ainda no quesito "ausências", não entendo o porquê de tanto tempo ser dedicado ao making of da cena da florista, em City Lights, e o magnífico Limelight ter sido reduzido a uma única cena, sendo que Claire Bloom está viva, bem e poderia ter dado um belíssimo depoimento sobre o assunto. Mas marcante, mesmo, é a ausência de qualquer comentário sobre Charlie Jr. e Sidney, seus filhos com Lita Grei. Não por qualquer sensacionalismo (Charlie Jr. morreu de alcoolismo, com menos de 50 anos), mas porque suas existências mereceriam ser mencionadas, pura e simplesmente.</span><br /><br /><span style="font-size: large;">É um ótimo documentário para quem já conhece bem o assunto. Inúmeros filmes são deixados de fora, assim como diversos aspectos de sua carreira artística. Chaplin é um assunto vasto demais para ser encapsulado em um único documentário. Leigos vão apreciar, até certo ponto, mas sem saber que estão na ponta da ponta do iceberg. <span style="color: #cccccc;">(16/12/2021)</span></span><br /><br /><div style="text-align: center;"><b><span style="color: red; font-size: large;">LURAY CAVERNS</span></b></div></span></div><div><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhSbKA9jQjVNpyYMipRcrHY2gIjjySTgL_cKYgqjkDet0wa7BBlAOw4kct_pKNSQ8-ktNRiwTq4mqipXZuL5xleVfC1COv_wLjlkjkeKSnYPqOolmF6L8IPuf2bRpDc4sSwfnzBsk9P9A0cAjw6FBAOQpQJaYeh-lAUUMJkdQ_WNFOXAy5ZuCWJQZP6IA/s536/Luray.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="500" data-original-width="536" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhSbKA9jQjVNpyYMipRcrHY2gIjjySTgL_cKYgqjkDet0wa7BBlAOw4kct_pKNSQ8-ktNRiwTq4mqipXZuL5xleVfC1COv_wLjlkjkeKSnYPqOolmF6L8IPuf2bRpDc4sSwfnzBsk9P9A0cAjw6FBAOQpQJaYeh-lAUUMJkdQ_WNFOXAy5ZuCWJQZP6IA/s16000/Luray.jpg" /></a></div><br /><div><span style="font-size: large;">#FBF NATALINO 1984 - As Luray Caverns eram (e ainda são) grande atração turística da Virginia. Em meio às estalagmites e às estalactites, uma barra que delimitava o espaço que podia ser ocupado pelos visitantes. Em determinado local, além da barra, eu e meus irmãos vimos uma formação pétrea que fazia lembrar um ovo de gema cinzenta. Imediatamente posamos para a foto com o ovo, desrespeitando completamente (e intencionalmente) o limite de espaço para a observação dos visitantes.</span></div><div><br /></div><div><span style="font-size: large;">Inesquecível. E minha foto favorita com meus irmãos. <span style="color: #cccccc;">(24/12/2021)</span><br /><br /><div style="text-align: center;"><b><span style="color: red;">MERCADO MODELO</span></b></div></span><div><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh7ORnKwqYF6h9EJPpupC2VPj5umKG9zguCoLUYBFDFQvFi8e2Zon0m9_Wms6fTqYCU5KbmkeIrmJ-1idorAwmu3PxoAwNflwRg2Y4H7cTBpfKkydTdcf6C4LrF3GPTmDbLdW909XdOTe_ZJ8FRffNEU2JsPERTPD-PN_BJoX3TY0sz1i0NLlEHbNMarw/s706/Mercado.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="706" data-original-width="565" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh7ORnKwqYF6h9EJPpupC2VPj5umKG9zguCoLUYBFDFQvFi8e2Zon0m9_Wms6fTqYCU5KbmkeIrmJ-1idorAwmu3PxoAwNflwRg2Y4H7cTBpfKkydTdcf6C4LrF3GPTmDbLdW909XdOTe_ZJ8FRffNEU2JsPERTPD-PN_BJoX3TY0sz1i0NLlEHbNMarw/s16000/Mercado.jpg" /></a></div><div><br /></div><div><span style="font-size: large;">Orgulhosíssimo de ser nome de rua no Mercado Modelo de Salvador. E na trilha vai “Na Baixa do Sapateiro”, de Ary Barroso, na interpretação de Dilermando Reis, professor de violão de meu pai. <span style="color: #cccccc;">(29/12/2021)</span><br /><br /><div style="text-align: center;"><b><span style="color: red;">PAULO</span></b></div></span></div><div><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi6vdtvrun5D3UFxOdcatZO2g-EbfIhaqDkoyN0MqY1y9DDotzmuNLglZKiu3zLZrNw20Jz8qkZgMZ_W5drt1cxzKdHAIWlOMwpB7CHHovUvH__pWlQGHEFfqSJ9PnEwmVNxvvnaxMu3f_TW5AjpSTxg5S38K221pUKBqI972V4k24B39dzVEKoDZGmyQ/s548/Paulo1.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="548" data-original-width="548" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi6vdtvrun5D3UFxOdcatZO2g-EbfIhaqDkoyN0MqY1y9DDotzmuNLglZKiu3zLZrNw20Jz8qkZgMZ_W5drt1cxzKdHAIWlOMwpB7CHHovUvH__pWlQGHEFfqSJ9PnEwmVNxvvnaxMu3f_TW5AjpSTxg5S38K221pUKBqI972V4k24B39dzVEKoDZGmyQ/s16000/Paulo1.jpg" /></a></div><div><br /></div><div><span style="font-size: large;">Tentando copiar a bela imagem do meu irmão Paulo em frente à Igreja de São Francisco, no Pelourinho, em fevereiro deste ano. E o mérito é da lente privilegiada de @danielledsj, autora das duas fotos, e perfeita tanto na frente quanto atrás das câmeras. <span style="color: #cccccc;">(29/12/2021)</span></span></div><div><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjL151GuZk3u9QDqPxyQFqXPq1V0Rb7_yAf6BEs1069huDYTuVoAHJ5ydfZjdrLUM2jbejtZ2KxY3A9c5NZ5PF19VovrynzoPAtTwaly6TVS9Xf3lXox5tF-vl7lDNBMbjONXrNtj9MTP1gUhu_OyIAlvM9TwBZTdV1GRGLFbcf-uX-2rVunp_AVnWnOQ/s549/F1000025.JPG" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="436" data-original-width="549" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjL151GuZk3u9QDqPxyQFqXPq1V0Rb7_yAf6BEs1069huDYTuVoAHJ5ydfZjdrLUM2jbejtZ2KxY3A9c5NZ5PF19VovrynzoPAtTwaly6TVS9Xf3lXox5tF-vl7lDNBMbjONXrNtj9MTP1gUhu_OyIAlvM9TwBZTdV1GRGLFbcf-uX-2rVunp_AVnWnOQ/s16000/F1000025.JPG" /></a></div><div><br /></div><div><span style="font-size: large;">Encerrando 2021, ano de alegrias e tristezas tão intensas e terríveis, com uma lembrança doce e grata que me foi trazida pela cunhada e amiga Patrícia: a foto dos três irmãos, tirada por minha mãe no Natal de 2005. <span style="color: #cccccc;">(31/12/2022)</span></span></div><div><span style="font-size: large;"><br /><div style="text-align: center;"><b><span style="color: red;">OSCAR</span></b></div><div><br /></div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj9YT4Dgg34GwhUYXK-RfNq7Yz8x0emLusGoDJNPRDQOJgbGU-HSMg80MZM5GMgGhTcA2T_u__3Y97lRS2TkkeCZF6NbzQlfX2c6O4SghLItimv3SmqwoyQcmcvl7Q-OB0XrQgXTHEA3sqcOZF4740PputTE4sehTn4V4NMIDXVJF-OnzHi7IAsz759Eg/s511/chris%20Rock.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="511" data-original-width="508" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj9YT4Dgg34GwhUYXK-RfNq7Yz8x0emLusGoDJNPRDQOJgbGU-HSMg80MZM5GMgGhTcA2T_u__3Y97lRS2TkkeCZF6NbzQlfX2c6O4SghLItimv3SmqwoyQcmcvl7Q-OB0XrQgXTHEA3sqcOZF4740PputTE4sehTn4V4NMIDXVJF-OnzHi7IAsz759Eg/s16000/chris%20Rock.jpg" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i><span style="font-size: medium;">Chris Rock</span></i></td></tr></tbody></table><div><br /></div><div>Desde a década de 80 eu cultivei a cerimônia do Oscar como um dos momentos mais empolgantes e divertidos do ano, na TV. Não perdia um, gravava todos e passava dias conversando sobre o assunto. Para mim, o Oscar era tão ou mais importante do que os filmes que premiava.</div><div><br /></div><div>No novo século me dediquei mais aos filmes e menos à cerimônia. Por algum tempo escrevi artigos resenhando todos os filmes indicados. A maratona de resenhas era pedreira à qual eu me dedicava com prazer. Em 2020 eu já tinha todo o trabalho estruturado mas não me sobrou tempo; estamos falando de resenhar mais de 30 filmes, além de análises comparativas sobre todas as versões de "Little Women" no cinema. Penso até em voltar a esse artigo específico, qualquer dia.</div></span></div><div><span style="font-size: large;"><br /></span></div><div><span style="font-size: large;">Em 2021 me faltou vontade. A decadência do prêmio e de seus critérios de indicação e premiação foram berrantes. Sequer assisti todos os filmes indicados.<br /><br />Em 2022 meu desinteresse foi tal que pela primeira vez em mais de 30 anos acabei pego de surpresa pelos avisos, na internet, de que ontem seria a transmissão do Oscar.<br /><br />Não assisti. Mas fui bombardeado, ao longo da noite, com notícias sobre Will Smith. Não tenho palavras para definir meu desgosto com sua atitude. A que ponto chegamos? Um comediante conta uma piada, o sujeito e a mulher dão risada e no minuto seguinte o que vemos é um sujeito de 53 anos subindo ao palco e dando um tapa na cara de outro que tem 57.<br /><br />O sujeito volta à sua cadeira e grita para o outro não falar de sua mulher, fazendo a mais canhestra expressão de seu personagem em "Um maluco no pedaço"?!...<br /><br />É a quintessência da vergonha alheia. Espero que a juventude tenha visto, para compreender o verdadeiro significado da palavra "cringe".<br /><br />Chris Rock é um comediante. Faz piadas, Tira sarro das pessoas. Faz isso há quase 40 anos. Sua piada sobre Jada foi leve e descontraída. Não teve qualquer jaça ou maldade. Está a anos-luz de distância das piadas realmente pesadas que ele já fez em seus espetáculos de stand-up. É o tipo de piada que alguém com alopecia faria sobre si próprio. Já vi comediantes cadeirantes fazendo piadas muito piores sobre sua situação. É da comédia. É da condição humana.<br /><br />Que coisa RIDÍCULA! No afã oportunista e patético de posar como grande paladino de sua esposa, Will Smith conseguiu macular o maior momento de sua carreira com uma atitude lamentável e desprezível.<br /><br />Ele levou a estatueta. Mas é impossível vê-la, porque ele está coberto de ridículo, da cabeça aos pés. <span style="color: #cccccc;">(28/03/2022)</span></span></div><div><br /></div><div style="text-align: center;"><span style="font-size: large;">**********</span></div><div><br /></div><div><span style="font-size: large;">Will Smith pediu desculpa. Um pedido tão pífio quanto as razões que o levaram a estapear Chris Rock. Rock fez uma piada divertida, sem qualquer ofensa, sem desmerecer Jada, e pelo que se sabe, sem sequer saber que ela tem alopecia.<br /><br />Só no Instagram, Smith tem 60 milhões de seguidores. Seu pedido de desculpas deveria ter vindo em video, explicando em viva voz o quanto ele errou fazendo o que fez. O quanto ele não deve jamais ser imitado pelos milhões que o seguem. Porque a população negra do mundo inteiro - sobretudo as crianças - o tem como exemplo e sua atitude deplorável normaliza o que existe de pior entre os seres humanos.<br /><br />Lamento horrivelmente por tudo isso. E ainda mais por ver que um inacreditável punhado de mulheres achou essa covardia escrota o máximo.<br /><br />Essa claque é interessantíssima. Feministas de rede social, muito engajadas no facebook. "Não à violência", mas se for o Will Smith "defendendo" a esposa de uma piada de salão, maravilha. E não adianta nem o cara admitir que errou; elas continuam babando ovo. E depois se perguntam como foi que Bolsonaro se elegeu... <br /><br />E eu me pergunto: se no lugar de Rock estivesse alguém como Shaq, será que Smith teria "reagido emocionalmente"? Ou teria ficado quietinho em seu canto e agido como um pessoa normal e elegante, que é o que deveria fazer sempre? <span style="color: #cccccc;">(28/03/2022)</span><br /><br /><div style="text-align: center;"><b><span style="color: red;">JIM CARREY</span></b></div></span></div><div><span style="font-size: large;"><br /> <iframe allow="accelerometer; autoplay; clipboard-write; encrypted-media; gyroscope; picture-in-picture" allowfullscreen="" frameborder="0" height="350" src="https://www.youtube.com/embed/65xfZ5auZvw" title="YouTube video player" width="560"></iframe><br /></span></div><div><span style="font-size: large;"><br /></span></div><div><span style="font-size: large;">Obrigado, Jim Carrey, por lavar nossa alma. <span style="color: #cccccc;">(30/03/2022)</span><br /><br /><div style="text-align: center;"><b><span style="color: red;">BILL MAHER</span></b></div></span></div><div><br /> <iframe allow="accelerometer; autoplay; clipboard-write; encrypted-media; gyroscope; picture-in-picture" allowfullscreen="" frameborder="0" height="350" src="https://www.youtube.com/embed/cUCo1G8T1NA" title="YouTube video player" width="560"></iframe>
</div><div><br /></div><div><span style="font-size: large;">Brilhante e clarividente como sempre, o comentarista político e comediante Bill Maher analisa o vexame deplorável protagonizado por Will Smith no Oscar. <span style="color: #cccccc;">(30/03/2022)</span></span></div><div><span style="font-size: large;"><br /><div style="text-align: center;"><b><span style="color: red;">JUCA</span></b></div></span></div><div><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh8PosQNENuvESSGcFWuYH21veFnq3q8kgVXoBZcSlKhg_MDlJ7YEZ0s9AD6DIseXzI5WmGa5kC-5G7MhIxFTX-aTkjLafNV3mw9rDov_Iw8Jmf1FBcYIGzBig6grKnRMaULSKG9Ehuih4WS-sbI1tTTnIfzbLRLSMfzwzVT262xF3LvGqR7H_imTN5Tg/s665/Juca%20de%20Oliveira.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="665" data-original-width="539" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh8PosQNENuvESSGcFWuYH21veFnq3q8kgVXoBZcSlKhg_MDlJ7YEZ0s9AD6DIseXzI5WmGa5kC-5G7MhIxFTX-aTkjLafNV3mw9rDov_Iw8Jmf1FBcYIGzBig6grKnRMaULSKG9Ehuih4WS-sbI1tTTnIfzbLRLSMfzwzVT262xF3LvGqR7H_imTN5Tg/s16000/Juca%20de%20Oliveira.jpg" /></a></div><div><br /></div><div><span style="font-size: large;">Com Juca de Oliveira nos bastidores de "Procura-se um Tenor", em 1992, e de "A Flor do meu Bem-Querer". Que delícia viver sob a inspiração dessa geração genial de artistas. Viva Juca de Oliveira!!! <span style="color: #cccccc;">(02/04/2022)</span><br /><br /><div style="text-align: center;"><b><span style="color: red;">THE MYSTERY OF MARILYN MONROE:</span></b></div><div style="text-align: center;"><b><span style="color: red;">THE UNHEARD TAPES (Netflix, 2022)</span></b></div></span></div><div style="text-align: center;"><br /></div><div><div class="separator" style="clear: both; font-size: x-large; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjq-CudB0B-CNp3GJrmeQAPJpfco86LAjihWLPQZUOjIxMSMpisbbGUnrqMG4NfZl7Lx64eS79Q3vuLNqiy7ikBkIQ_Dpn50Xyw8IvsTWOe7AX7_7yN5irf491KBy5a0iBbkKWed7ZKFx8msTxReONPJ4W8b1r8hHn1b4Io4GxvL-ihZHP9vig4jdRurA/s1075/Marilyn.jpg" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1075" data-original-width="768" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjq-CudB0B-CNp3GJrmeQAPJpfco86LAjihWLPQZUOjIxMSMpisbbGUnrqMG4NfZl7Lx64eS79Q3vuLNqiy7ikBkIQ_Dpn50Xyw8IvsTWOe7AX7_7yN5irf491KBy5a0iBbkKWed7ZKFx8msTxReONPJ4W8b1r8hHn1b4Io4GxvL-ihZHP9vig4jdRurA/w286-h400/Marilyn.jpg" width="286" /></a></div><span style="font-size: large;">Sou fã de Marilyn desde os quinze anos e o primeiro livro que li sobre ela foi precisamente a biografia escrita por Anthony Summers, que recebeu sua edição brasileira naquele ano de 1987 (Eduardo, dê um beijo no teu pai por mim) e cuja vasta lista de entrevistados é a coluna vertebral de "The Mystery of Marilyn Monroe: The Unheard Tapes".</span></div><div><span><br /><span style="font-size: large;">Seguindo a linha dos documentários recentes sobre Brando e Chaplin, que optam por contar sua história através de áudios originais, ao invés de roteiros narrados, este vai atrás dos áudios das centenas de entrevistas realizadas no início da década de 80 por Anthony Summers para poder escrever seu best-seller "Goddess: The Secret Lives of Marilyn Monroe". O título do livro tinha razão de ser, na época, porque de fato ainda havia muitos aspectos da vida de Marilyn que eram desconhecidos (ou secretos). No caso do documentário, o título é simplesmente enganoso, porque não há qualquer "mistério" nessas fitas; o livro de Summers é honesto, explora todas as facetas da vida de Marilyn e disse tudo que precisava ser dito. Mas como ocorre com o trabalho acerca de Chaplin, o assunto já está liquidado há muitos anos, então o documentário se concentra na única questão que ainda levanta alguma controvérsia: o que aconteceu na madrugada do dia 5 de agosto de 1962.</span></span></div><div><br /></div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgoCZT-xYJu58aEFtUzxacIT6X2rdGgDcsE7ieNAVpzeWFDfJ9pmFu01Q4EG8rOkbWShV6HD2Xk2purZ6n6QoKhQPhzGb3LwJo_dqf63D-j_TBLLe30uUBQIsnVrxPlzTKmBSOPPMFQS8YsPM6m4dDexOYUzSo8_E6sDCvDippGv9O6fgpDYklTieEqxA/s538/Marilyn%20Kennedy.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="377" data-original-width="538" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgoCZT-xYJu58aEFtUzxacIT6X2rdGgDcsE7ieNAVpzeWFDfJ9pmFu01Q4EG8rOkbWShV6HD2Xk2purZ6n6QoKhQPhzGb3LwJo_dqf63D-j_TBLLe30uUBQIsnVrxPlzTKmBSOPPMFQS8YsPM6m4dDexOYUzSo8_E6sDCvDippGv9O6fgpDYklTieEqxA/s16000/Marilyn%20Kennedy.jpg" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: large; font-style: italic;">A famigerada foto de Marilyn com os irmãos Kennedy,<br />no aniversário de Jack</span><br /><div style="text-align: left;"><span style="font-size: large; font-style: italic;"><br /></span></div></td></tr></tbody></table><div><span style="font-size: large;">Há três escolas de pensamento:</span></div><div><span><br /><span style="font-size: large;">1 - Marilyn tomou uma overdose de barbitúricos - intencional ou não - foi encontrada desacordada por sua empregada e pronunciada morta por volta das três da manhã.</span><br /><br /><span style="font-size: large;">2 - Marilyn foi assassinada pelo Serviço Secreto dos EUA porque teve um caso com Jack e Bobby Kennedy e temia-se que soubesse demais.</span><br /><br /><span style="font-size: large;">3 - Marilyn tomou uma overdose de barbitúricos - intencional ou não - o Serviço Secreto descobriu e tentou levá-la ao hospital por volta de dez da noite, ela morreu no meio do caminho e foi levada de volta à sua casa. Armou-se toda a cena dela deitada com o telefone na mão e verdadeira varredura foi feita na casa para sumir com quaisquer vestígios de que Jack ou Bobby em algum momento estiveram lá. E ela foi encontrada desacordada por sua empregada e pronunciada morta por volta das três da manhã.</span><br /><br /><span style="font-size: large;">O documentário tenta contar a história amarrando os depoimentos de pessoas envolvidas nos episódios daquela noite, como detetives contratados pela Máfia, o motorista da ambulância, a empregada de Marilyn e outras figuras interessantíssimas que ainda estavam vivas quando Summers começou seu trabalho.</span><br /><br /><div class="separator" style="clear: both; font-size: x-large; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjSqi_BVE_yrtdkbwE9q8tHkZxMX0eG1pQpvj7i9YRFcTM-mxefuwipvy27DNI8vYPL0SehEZFBHz-YmR0kGl3q21lHhAt6kKbiV1tSjWZvY0Y75O7W_zBao2jjYfxpnVzBAZbdVnF3hPQmg9dYFeUdCpDkhoQ2hgjmEZH4tQLPwA5VnjtVoRBC41ttjA/s640/livro%20a%20deusa.jpg" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" data-original-height="640" data-original-width="422" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjSqi_BVE_yrtdkbwE9q8tHkZxMX0eG1pQpvj7i9YRFcTM-mxefuwipvy27DNI8vYPL0SehEZFBHz-YmR0kGl3q21lHhAt6kKbiV1tSjWZvY0Y75O7W_zBao2jjYfxpnVzBAZbdVnF3hPQmg9dYFeUdCpDkhoQ2hgjmEZH4tQLPwA5VnjtVoRBC41ttjA/w264-h400/livro%20a%20deusa.jpg" width="264" /></a></div><div style="text-align: right;"><i><span style="font-size: medium;">A primeira edição</span></i></div><div style="text-align: right;"><i><span style="font-size: medium;">brasileira do livro de Summers</span></i></div></span></div><div><br /></div><div><span style="font-size: large;">Achei frustrante. A diretora é uma ilustre desconhecida, sem qualquer trabalho de mérito sob sua direção, e é evidente que seu conhecimento sobre a atriz é recente e ainda precisa ser digerido. Summers conta com nada menos do que 650 horas de depoimentos sobre Marilyn, e seria necessário um grande conhecedor do assunto para poder decupar essa tonelada de material.</span></div><div><br /></div><div><span style="font-size: large;">Há vários depoimentos que ficaram de fora, assim como circunstâncias que o espectador precisa conhecer para poder tirar suas conclusões. Marilyn se despediu de forma enigmática ou definitiva, em alguns desses telefonemas, o que sustentaria a tese do suicídio. Por outro lado falava de compromissos futuros, o que põe por terra essa hipótese. Por que cargas d'água Jeanne Carmen, que era vizinha de Marilyn e possivelmente a última pessoa a conversar com ela, não foi sequer citada? Por que só segundos da patética entrevista de Peter Lawford, aos prantos, foram mostrados? Isso é poeira de ouro de Hollywood!</span></div><div><br /></div><div><span style="font-size: large;">Lembro-me também (li o livro há trinta anos) que Summers falava extensamente sobre Eunice Murray, a empregada de Marilyn, que durante anos contou a mesma história padronizada pela polícia de Los Angeles, mas próxima à morte comentou, nos bastidores de uma entrevista de TV: "Por que continuo alimentando essa farsa?", ou coisa que o valha. Nada disso está no documentário. Pelo lado positivo, fico feliz que oportunistas como James Bacon e Robert Slatzer não tenham sido citados, porque passaram sua vida tentando capitalizar sobre suas efêmeras ligações com Marilyn.</span></div><div><br /></div><div><span style="font-size: large;">Mas no cômputo geral o resultado é bem decepcionante. O documentário tem uma hora e cinquenta minutos, e quando termina não sentimos ter aprendido efetivamente nada novo sobre Marilyn. A tese defendida acaba sendo a terceira, a mesma já conhecida desde que o caso foi encerrado.</span></div><div><br /></div><div><span style="font-size: large;">Os melhores momentos são aqueles nos quais escutamos o áudio da própria Marilyn, que vem de uma entrevista que deu à revista Life em julho de 1962, e que foi publicada dois dias antes dela morrer. E - a menos que eu muito me engane - a fonte não é sequer citada nos créditos.</span></div><div><br /></div><div><span style="font-size: large;">Enfim, bola fora. Não entreguem a crianças um trabalho que deve ser feito por adultos. Desperdiçou-se o dinheiro da Netflix e a maior estrela que Hollywood já produziu. <span style="color: #cccccc;">(29/04/2022)</span></span></div><div><span style="font-size: large;"><br /></span></div><div style="text-align: center;"><span style="color: red; font-size: large;"><b>PAPA HIGHIRTE, com o Grupo TAPA</b></span></div><div><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiR35ZIjpNXrEODNzWV00th5rGIZZtsyRKRAL_3awL-ibp2Uc-QC02CXxu6anQjEcAMeSnlJMGE3j5gLr9wNpIYXxX3wmCVGD7obRfpQsOqcgn6tiJEYHPOrRErNlRehgv_jb_EPGVQ5WN0jzkv7XrZaySO4INO4tWy2-1GcefXp_Ly7HO-0CIEiWTByA/s558/Papa%20Highirte.JPG" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="440" data-original-width="558" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiR35ZIjpNXrEODNzWV00th5rGIZZtsyRKRAL_3awL-ibp2Uc-QC02CXxu6anQjEcAMeSnlJMGE3j5gLr9wNpIYXxX3wmCVGD7obRfpQsOqcgn6tiJEYHPOrRErNlRehgv_jb_EPGVQ5WN0jzkv7XrZaySO4INO4tWy2-1GcefXp_Ly7HO-0CIEiWTByA/s16000/Papa%20Highirte.JPG" /></a></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiVzOqjrsBX3IyA48wM3d5dSYm9LNFx4aFjeaCOz2VtaGX4P5SofL4dtyPDRvdHpUno67vfueWMSUgZAlCi7LW-RBtjWjNT4hULT-Rce6nwSoWgAzPMEicnaqwyETPaDLYq3eqfhNfzFymAFQiegxka66aMpSp9zZslEU0J_hFMkw2m5tHgN9qbG5F6KQ/s559/Ros%C3%A2ngela%20Patriota%20Eduardo%20Tolentino.JPG" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="420" data-original-width="559" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiVzOqjrsBX3IyA48wM3d5dSYm9LNFx4aFjeaCOz2VtaGX4P5SofL4dtyPDRvdHpUno67vfueWMSUgZAlCi7LW-RBtjWjNT4hULT-Rce6nwSoWgAzPMEicnaqwyETPaDLYq3eqfhNfzFymAFQiegxka66aMpSp9zZslEU0J_hFMkw2m5tHgN9qbG5F6KQ/s16000/Ros%C3%A2ngela%20Patriota%20Eduardo%20Tolentino.JPG" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i><span style="font-size: medium;">Com Rosângela Patriota e Eduardo Tolentino</span></i></td></tr></tbody></table><br /><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEihTaom90533PaMszgrXBtQV39qhRO5dtEyB_ZFzBv0BBUpiXJxX_pu26RipL5wlcellzlPQLGGeoITCI_2mkJmTmhDb49fiqtsjEUVTz1rnBZgOWF2jgUTv9c1ThBmvgcIWinHYM1l8BvUbWDnMmQ4YVmRasbjv_AnPlDu8qq62mN8csG0cmOfaw8ALQ/s565/Z%C3%A9carlos%20Machado.JPG" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="458" data-original-width="565" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEihTaom90533PaMszgrXBtQV39qhRO5dtEyB_ZFzBv0BBUpiXJxX_pu26RipL5wlcellzlPQLGGeoITCI_2mkJmTmhDb49fiqtsjEUVTz1rnBZgOWF2jgUTv9c1ThBmvgcIWinHYM1l8BvUbWDnMmQ4YVmRasbjv_AnPlDu8qq62mN8csG0cmOfaw8ALQ/s16000/Z%C3%A9carlos%20Machado.JPG" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i><span style="font-size: medium;">Com Papa Highirte em pessoa, o grande Zécarlos Machado</span></i></td></tr></tbody></table><div><br /></div><div><span style="font-size: large;"><div>A noite de hoje não pode ficar na efemeridade dos stories. Assistir o <i>Papa Highirte</i>, de Vianinha, dirigido por Eduardo Tolentino foi simbólico e catártico por várias razões. Em primeiro lugar a montagem foi excepcional, na excelência da direção, do elenco encabeçado por Zécarlos Machado - brilhante como sempre - e na consagração do texto, tão atemporal e tão tristemente adequado ao Brasil de hoje. Em segundo, trombei de maneira totalmente acidental com Rosângela Patriota, uma de nossas melhores pesquisadoras de Teatro Brasileiro, cujos livros sobre Vianinha e Antônio Fagundes adquiri faz pouquíssimo tempo. Em terceiro, pude conversar sem amarras de tempo com Eduardo, um dos melhores papos da classe teatral e prosa para esquecer das horas. E por fim pude abraçar meu querido ídolo (e culpado - junto a Luis Melo, Diogo Vilela, Marco Pâmio, Walter Breda e Luiz Bacelli - por ter me inspirado a virar ator, na época da faculdade), o grande Zécarlos Machado, onde não se sabe mais o que é maior, seu talento ou sua simpatia. Que prazer imenso!</div><div><br /></div><div>Recomendo <i>Papa Highirte</i> a todos.</div><div>Sexta e Sábado às 20h00, Domingo às 18h00</div><div>Até 17 de Julho</div><div>Galpão do Grupo TAPA</div><div>Rua Lopes Chaves, 86, São Paulo - São Paulo</div></span></div><div><span style="font-size: large;"><br /></span></div><div><span style="font-size: large;"><span style="background-color: white; color: #333333; font-family: Georgia, serif; font-size: large;"><span style="font-family: georgia, serif; font-size: medium;"><span style="font-size: small;">_________________________________</span><br style="font-size: 13px;" /><span style="font-size: small;"><br /></span><span style="font-size: 13px;"></span><span style="font-size: small;"><span style="font-size: x-small;"><span style="font-size: 13px;">Veja mais:</span><br style="font-size: 13px;" /><span style="font-size: 13px;"></span><span style="font-size: 13px;"></span></span></span></span></span><br style="background-color: white; color: #333333; font-family: Georgia, serif; font-size: 13px;" /><ul style="background-color: white; color: #cc6600; font-family: georgia, serif; font-size: 13px; line-height: 1.4; margin: 0.5em 0px; padding: 0px 2.5em;"><li style="font-family: "trebuchet ms", trebuchet, verdana, sans-serif; font-size: 18.2px; margin: 0px 0px 0.25em; padding: 0px;"><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm;"><span style="color: #e36c0a; font-family: georgia, serif; font-size: 14pt;"><a href="http://bernardoschmidt.blogspot.com.br/2014/04/minestrone-cultural_18.html" style="color: #cc6600; display: block; text-decoration-line: none;" target="_blank">Minestrone Cultural</a></span></div></li><li style="font-family: "trebuchet ms", trebuchet, verdana, sans-serif; font-size: 18.2px; margin: 0px 0px 0.25em; padding: 0px;"><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm;"><a href="http://bernardoschmidt.blogspot.com.br/2015/01/minestrone-cultural-ii.html" style="color: #cc6600; display: block; font-family: georgia, serif; font-size: 14pt; text-decoration-line: none;" target="_blank">Minestrone Cultural II</a></div></li><li style="font-family: "trebuchet ms", trebuchet, verdana, sans-serif; font-size: 18.2px; margin: 0px 0px 0.25em; padding: 0px;"><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm;"><span style="color: #e36c0a; font-family: georgia, serif; font-size: 14pt;"><a href="http://bernardoschmidt.blogspot.com.br/2015/07/minestrone-cultural-iii.html" style="color: #cc6600; display: block; font-size: 14pt; text-decoration-line: none;" target="_blank">Minestrone Cultural III</a></span></div></li><li style="font-family: "trebuchet ms", trebuchet, verdana, sans-serif; font-size: 18.2px; margin: 0px 0px 0.25em; padding: 0px;"><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm;"><span style="color: #e36c0a; font-family: georgia, serif; font-size: 14pt;"><a href="http://bernardoschmidt.blogspot.com.br/2016/02/minestrone-cultural-iv.html" style="color: #cc6600; display: block; font-size: 14pt; text-decoration-line: none;" target="_blank">Minestrone Cultural IV</a></span></div></li><li style="font-family: "trebuchet ms", trebuchet, verdana, sans-serif; font-size: 18.2px; margin: 0px 0px 0.25em; padding: 0px;"><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm;"><span style="color: #e36c0a; font-family: georgia, serif; font-size: 14pt;"><a href="http://bernardoschmidt.blogspot.com.br/2016/05/minestrone-cultural-v.html" style="color: #cc6600; display: block; font-size: 14pt; text-decoration-line: none;" target="_blank">Minestrone Cultural V</a></span></div></li><li style="font-family: "trebuchet ms", trebuchet, verdana, sans-serif; font-size: 18.2px; margin: 0px 0px 0.25em; padding: 0px;"><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm;"><span style="color: #e36c0a; font-family: georgia, serif; font-size: 14pt;"><a href="http://bernardoschmidt.blogspot.com/2016/08/minestrone-cultural-vi.html" style="color: #cc6600; display: block; text-decoration-line: none;" target="_blank">Minestrone Cultural VI</a></span></div></li><li style="font-family: "trebuchet ms", trebuchet, verdana, sans-serif; font-size: 18.2px; margin: 0px 0px 0.25em; padding: 0px;"><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm;"><a href="http://bernardoschmidt.blogspot.com.br/2016/09/minestrone-cultural-vii.html" style="color: #cc6600; display: block; font-family: georgia, serif; font-size: 14pt; text-decoration-line: none;" target="_blank"><span style="color: #e36c0a;">Minestrone Cultural VII</span></a></div></li><li style="font-family: "trebuchet ms", trebuchet, verdana, sans-serif; font-size: 18.2px; margin: 0px 0px 0.25em; padding: 0px;"><a href="http://bernardoschmidt.blogspot.com.br/2016/12/minestrone-cultural-viii.html" style="color: #cc6600; display: block; font-family: georgia, serif; font-size: 14pt; text-decoration-line: none;" target="_blank"><span style="color: #e36c0a;">Minestrone Cultural VIII</span></a></li><li style="font-family: "trebuchet ms", trebuchet, verdana, sans-serif; font-size: 18.2px; margin: 0px 0px 0.25em; padding: 0px;"><a href="https://bernardoschmidt.blogspot.com.br/2017/05/minestrone-cultural-ix.html" style="color: #cc6600; display: block; font-family: georgia, serif; font-size: 14pt; text-decoration-line: none;" target="_blank"><span style="color: #e36c0a;"><h3 class="post-title entry-title" style="color: #cc6600; font-size: 18.2px; font-weight: normal; line-height: 1.4em; margin: 0.25em 0px 0px; padding: 0px 0px 4px;">Minestrone Cultural IX</h3></span></a></li><li style="font-family: "trebuchet ms", trebuchet, verdana, sans-serif; font-size: 18.2px; margin: 0px 0px 0.25em; padding: 0px;"><h3 class="post-title entry-title" style="font-family: georgia, serif; font-size: 18.2px; font-weight: normal; line-height: 1.4em; margin: 0.25em 0px 0px; padding: 0px 0px 4px;"><span style="color: #e36c0a; font-size: 14pt;"><a href="https://bernardoschmidt.blogspot.com.br/2017/10/minestrone-cultural-x.html" style="color: #cc6600; display: inline; font-size: 14pt; text-decoration-line: none;" target="_blank">Minestrone Cultural X</a></span></h3></li><li style="font-family: "trebuchet ms", trebuchet, verdana, sans-serif; font-size: 18.2px; margin: 0px 0px 0.25em; padding: 0px;"><h3 class="post-title entry-title" style="font-family: georgia, serif; font-size: 18.2px; font-weight: normal; line-height: 1.4em; margin: 0.25em 0px 0px; padding: 0px 0px 4px;"><span style="color: #e36c0a; font-size: 14pt;"><a href="https://bernardoschmidt.blogspot.com.br/2018/02/minestrone-cultural-xi.html" style="color: #cc6600; display: inline; font-size: 14pt; text-decoration-line: none;" target="_blank">Minestrone Cultural XI</a></span></h3></li><li style="font-family: "trebuchet ms", trebuchet, verdana, sans-serif; font-size: 18.2px; margin: 0px 0px 0.25em; padding: 0px;"><h3 class="post-title entry-title" style="font-family: georgia, serif; font-size: 18.2px; font-weight: normal; line-height: 1.4em; margin: 0.25em 0px 0px; padding: 0px 0px 4px;"><span style="color: #e36c0a; font-size: 14pt;"><a href="http://bernardoschmidt.blogspot.com/2018/05/minestrone-cultural-xii.html" style="color: #cc6600; display: inline; font-size: 14pt; text-decoration-line: none;" target="_blank">Minestrone Cultural XII</a></span></h3></li><li style="font-family: "trebuchet ms", trebuchet, verdana, sans-serif; font-size: 18.2px; margin: 0px 0px 0.25em; padding: 0px;"><h3 class="post-title entry-title" style="font-family: georgia, serif; font-size: 18.2px; font-weight: normal; line-height: 1.4em; margin: 0.25em 0px 0px; padding: 0px 0px 4px;"><span style="color: #e36c0a; font-size: 14pt;"><a href="https://bernardoschmidt.blogspot.com/2018/07/minestrone-cultural-xiii.html" style="color: #333333; display: block; text-decoration-line: none;" target="_blank">Minestrone Cultural XIII</a></span></h3></li><li style="font-family: "trebuchet ms", trebuchet, verdana, sans-serif; font-size: 18.2px; margin: 0px 0px 0.25em; padding: 0px;"><a href="https://bernardoschmidt.blogspot.com/2018/07/minestrone-cultural-xiii.html" style="color: #333333; display: block; text-decoration-line: none;" target="_blank"></a><a href="https://bernardoschmidt.blogspot.com/2018/11/minestrone-cultural-xiv.html" style="color: #333333; display: block; font-family: georgia, serif; font-size: 18.2px; text-decoration-line: none;" target="_blank">Minestrone Cultural XIV</a></li><li style="font-family: "trebuchet ms", trebuchet, verdana, sans-serif; font-size: 18.2px; margin: 0px 0px 0.25em; padding: 0px;"><a href="https://bernardoschmidt.blogspot.com/2018/11/minestrone-cultural-xiv.html" style="color: #333333; display: block; font-family: georgia, serif; font-size: 18.2px; text-decoration-line: none;"></a><a href="https://bernardoschmidt.blogspot.com/2019/01/minestrone-cultural-xv.html" style="color: #333333; display: block; font-size: 18.2px; text-decoration-line: none;" target="_blank"></a><h3 class="post-title entry-title" style="font-family: georgia, serif; font-size: 18.2px; font-weight: normal; line-height: 1.4em; margin: 0.25em 0px 0px; padding: 0px 0px 4px;"><a href="https://bernardoschmidt.blogspot.com/2019/01/minestrone-cultural-xv.html" style="color: #333333; display: block; font-size: 18.2px; text-decoration-line: none;" target="_blank"><span style="color: #e36c0a; font-size: 14pt;"></span></a><a href="https://bernardoschmidt.blogspot.com/2019/01/minestrone-cultural-xv.html" style="color: #cc6600; display: inline; font-size: 14pt; text-decoration-line: none;" target="_blank">Minestrone Cultural X</a>V</h3></li><li style="font-family: "trebuchet ms", trebuchet, verdana, sans-serif; font-size: 18.2px; margin: 0px 0px 0.25em; padding: 0px;"><a href="http://bernardoschmidt.blogspot.com/2019/07/minestrone-cultural-xvi.html" style="color: #333333; display: block; font-size: 18.2px; text-decoration-line: none;" target="_blank"></a><h3 class="post-title entry-title" style="font-family: georgia, serif; font-size: 18.2px; font-weight: normal; line-height: 1.4em; margin: 0.25em 0px 0px; padding: 0px 0px 4px;"><a href="http://bernardoschmidt.blogspot.com/2019/07/minestrone-cultural-xvi.html" style="color: #333333; display: block; font-size: 18.2px; text-decoration-line: none;" target="_blank"><span style="color: #e36c0a; font-size: 14pt;"></span></a><a href="https://bernardoschmidt.blogspot.com/2019/07/minestrone-cultural-xvi.html" style="color: #cc6600; display: inline; font-size: 14pt; text-decoration-line: none;" target="_blank">Minestrone Cultural X</a>VI</h3></li><li style="font-family: "trebuchet ms", trebuchet, verdana, sans-serif; font-size: 18.2px; margin: 0px 0px 0.25em; padding: 0px;"><h3 class="post-title entry-title" style="font-family: georgia, serif; font-size: 18.2px; font-weight: normal; line-height: 1.4em; margin: 0.25em 0px 0px; padding: 0px 0px 4px;"><a href="https://bernardoschmidt.blogspot.com/2020/04/minestrone-cultural-xvii.html" style="color: #333333; display: block; text-decoration-line: none;">Minestrone Cultural XVII</a></h3></li><li style="font-family: "trebuchet ms", trebuchet, verdana, sans-serif; font-size: 18.2px; margin: 0px 0px 0.25em; padding: 0px;"><a href="https://bernardoschmidt.blogspot.com/2020/04/minestrone-cultural-xvii.html" style="color: #333333; display: block; text-decoration-line: none;"></a><h3 class="post-title entry-title" style="font-family: Georgia, serif; font-size: 18.2px; font-weight: normal; line-height: 1.4em; margin: 0.25em 0px 0px; padding: 0px 0px 4px;"><a href="https://bernardoschmidt.blogspot.com/2020/04/minestrone-cultural-xvii.html" style="color: #333333; display: block; text-decoration-line: none;"></a><a href="http://bernardoschmidt.blogspot.com/2020/07/minestrone-cultural-xviii.html" style="color: #333333; display: block; text-decoration-line: none;">Minestrone Cultural XVIII</a></h3></li><li style="font-family: "trebuchet ms", trebuchet, verdana, sans-serif; font-size: 18.2px; margin: 0px 0px 0.25em; padding: 0px;"><a href="http://bernardoschmidt.blogspot.com/2020/07/minestrone-cultural-xviii.html" style="color: #333333; display: block; text-decoration-line: none;"></a><a href="http://bernardoschmidt.blogspot.com/2021/08/minestrone-cultural-xix.html" style="color: #cc6600; display: inline; font-family: georgia, serif; font-size: 14pt; text-decoration-line: none;" target="_blank">Minestrone Cultural XIX</a></li></ul></span></div><div><span style="font-size: large;"><br /></span></div><div><br /></div></div>Bernardo Schmidthttp://www.blogger.com/profile/12196150324865840023noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4381988697960596291.post-56093660672025580752021-09-11T13:15:00.019-07:002021-11-28T08:23:41.288-08:00Minestrone Cultural XIX<div style="text-align: center;"><br /></div><div style="text-align: center;"><b style="background-color: white; color: #333333; font-family: Georgia, serif; font-size: large;"><u>EDIÇÃO PANDEMIA</u></b></div><div style="text-align: center;"><br /></div><div style="text-align: center;"><div style="text-align: left;"><span style="font-size: large;"><div style="text-align: center;"><b><span style="color: red;">O PATATIVA</span></b></div></span></div><div style="text-align: left;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjJV4Ogwik4reAn04VDCwW8IfqIt-IQEZ-R9bjLjLOCjceoVCTQ7NzubsJeQg-TfWK8o9g2HjEFuFehMrIi03DGTlokZPBIg48GL-WBUmZ18T2yHYa-B4wat-pNjX_spYg8y-voBxdRVmsk/s519/blog+o+patativa+%25283%2529.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="366" data-original-width="519" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjJV4Ogwik4reAn04VDCwW8IfqIt-IQEZ-R9bjLjLOCjceoVCTQ7NzubsJeQg-TfWK8o9g2HjEFuFehMrIi03DGTlokZPBIg48GL-WBUmZ18T2yHYa-B4wat-pNjX_spYg8y-voBxdRVmsk/s16000/blog+o+patativa+%25283%2529.jpg" /></a></div><br style="text-align: left;" /><div style="text-align: left;"><span style="font-size: large;">Fico muito satisfeito quando vejo textos do meu blog sendo utilizados em trabalhos acadêmicos. Desta vez trago alguns artigos publicados em revistas científicas, uma tese de mestrado e duas citações em livro. O primeiro artigo é de Michelle dos Santos, para a "Revista Expedições: Teoria da História e Historiografia", da UEG. Ela é Professora de História Moderna e Contemporânea na Universidade Estadual de Goiás (campus de Formosa), e mestra em História pela Universidade de Brasília.</span></div><div style="text-align: left;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhHoQtua-CLRBsJq3b_o67obEyNQMPZrU_fmHrZ1oD6wNKJPYlhYMjJE3Q_tO_n9F0F3hTd7mqKkTyriRrJK3Tn_FI9lTW6QzJZ3v1E_8W7EfhZOKO318_XGHmbeA0v4OdLnMoGEcCIPEy9/s528/blog+o+patativa+%25282%2529.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="457" data-original-width="528" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhHoQtua-CLRBsJq3b_o67obEyNQMPZrU_fmHrZ1oD6wNKJPYlhYMjJE3Q_tO_n9F0F3hTd7mqKkTyriRrJK3Tn_FI9lTW6QzJZ3v1E_8W7EfhZOKO318_XGHmbeA0v4OdLnMoGEcCIPEy9/s16000/blog+o+patativa+%25282%2529.jpg" /></a></div><div style="text-align: left;"><br /></div><div style="text-align: left;"><span style="font-size: large;">O segundo é de Lucas Henrique Ribeiro, pesquisador do OBCOM - Observatório de Comunicação, Liberdade de Expressão e Censura da USP, núcleo interdisciplinar de apoio à pesquisa que se dedica ao estudo da liberdade de expressão e da censura nas artes e nos meios de comunicação.</span></div><div style="text-align: left;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj8D4lNIsWjCK4W9g9ZqvPTrGOhDM9NhPWJI98TVfEw7-YCWJ6bgBQtBBCODGQwuEZS-SHWHooVMKp99tMyBvL1DzqV90GwaGFCBdc5fGSYKZDB2RjTnAXfJuHI9SufkWdCY9N8UT0COLno/s521/blog+o+patativa+%25281%2529.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="440" data-original-width="521" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj8D4lNIsWjCK4W9g9ZqvPTrGOhDM9NhPWJI98TVfEw7-YCWJ6bgBQtBBCODGQwuEZS-SHWHooVMKp99tMyBvL1DzqV90GwaGFCBdc5fGSYKZDB2RjTnAXfJuHI9SufkWdCY9N8UT0COLno/s16000/blog+o+patativa+%25281%2529.jpg" /></a></div><br style="text-align: left;" /><div style="text-align: left;"><span style="font-size: large;"><span>O terceiro artigo é de Walter de Souza Jr., que o escreveu para o livro "Leituras e Releituras" do Instituto Palavra Aberta. O Instituto "promove a liberdade de expressão e informação manifestada na liberdade de imprensa, na liberdade de expressão comercial e na livre iniciativa como pilar fundamental de uma sociedade avançada e sustentável". Ele é Professor doutor pela Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo (ECA/USP) e é também pesquisador do OBCOM. </span><span style="color: #cccccc;">(24/09/2020)</span></span></div><div style="text-align: left;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhmlMumLh11OihCGkf9itB820Y8wUYp1IW5IAaER3qKvxXZ3e0r1P1-fwNym0HZOUHY4jp7w5ud9DM2Rq_fC8lUsJrWr_-5Kvr2X7aOQL55p2YTc1dVSTSKLALTuul2xjK5btI3RrpQ7ls-/s528/St%25C3%25AAnio+Dias+Ramos.png" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="414" data-original-width="528" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhmlMumLh11OihCGkf9itB820Y8wUYp1IW5IAaER3qKvxXZ3e0r1P1-fwNym0HZOUHY4jp7w5ud9DM2Rq_fC8lUsJrWr_-5Kvr2X7aOQL55p2YTc1dVSTSKLALTuul2xjK5btI3RrpQ7ls-/s16000/St%25C3%25AAnio+Dias+Ramos.png" /></a></div><div style="text-align: left;"><br /></div><div style="text-align: left;"><span style="font-size: large;">A tese de mestrado em Artes Cênicas pela ECA/USP é de Stênio Dias Ramos. Chama-se "O que é público não é de vocês: A ATBC e os Modelos de Gestão dos Grupos de Teatro em São Paulo" e foi apresentada em 2019.</span></div><div style="text-align: left;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhnUgiMUAKvIiCx5m0_N25y0XuW-81XB0ZOJYRQWxN8QW1hQgO9saNWItudq2gUZ-CSADjf-7yE9pJzfWN89qeMmrMCVp0HlkFg4G8CkbNuKFUKVLyvJ-CriUfmHPtbbWBCwZsj-sc88uca/s709/zbetti+-+Copia.png" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="709" data-original-width="532" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhnUgiMUAKvIiCx5m0_N25y0XuW-81XB0ZOJYRQWxN8QW1hQgO9saNWItudq2gUZ-CSADjf-7yE9pJzfWN89qeMmrMCVp0HlkFg4G8CkbNuKFUKVLyvJ-CriUfmHPtbbWBCwZsj-sc88uca/s16000/zbetti+-+Copia.png" /></a></div><div style="text-align: left;"><br /></div><div style="text-align: left;"><span style="font-size: large;"><div>Na seqüência temos o artigo de Maria Sílvia Betti: "A Politização do Teatro: Do Arena ao CPC" e faz parte do livro "História do Teatro Brasileiro - Do Modernismo às tendências contemporâneas", organizado por João Roberto Faria para a Editora Perspectiva, em 2013. Betti é doutora em Literatura Brasileira pela USP e realizou pós-doutorado na New York University.</div><div style="font-size: medium;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi0LfzRaLAhlINA5GIYmnh7dWYXT-HDeKF4lQw2OH0s6T9LYsNYfUd4WJPGstuWQUfkWKywnroJ_DtkditFTqdcqF3HJNyfK4w-iZdvGNEtd_eSN6RDgqdVwOhtb15H3WEkX1gSb3n5SLoe/s547/zpatriota2.png" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="547" data-original-width="511" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi0LfzRaLAhlINA5GIYmnh7dWYXT-HDeKF4lQw2OH0s6T9LYsNYfUd4WJPGstuWQUfkWKywnroJ_DtkditFTqdcqF3HJNyfK4w-iZdvGNEtd_eSN6RDgqdVwOhtb15H3WEkX1gSb3n5SLoe/s16000/zpatriota2.png" /></a></div><div style="font-size: medium;"><br /></div><div>E por fim temos o artigo de Alcides Freire Ramos - "Muito além do ressentimento e da inação: pensando as sensibilidades dos anos 1960, no Brasil, a partir do filme O desafio (1964, Paulo César Sarraceni)", que está no livro "Sensibilidade históricas: entre narrativas, gestos e imagens", organizado pela notável pesquisadora Rosângela Patriota em 2020. Alcides é Doutor em História pela USP e professor titular da Universidade federal de Uberlândia.</div></span></div><div style="text-align: left;"><br /></div><div style="text-align: left;"><span style="font-size: large;">O ego agradece. <span style="color: #cccccc;">(11/09/2021)</span></span></div></div><div style="text-align: left;"><br /></div><div style="text-align: left;"><div><div style="text-align: center;"><b style="color: red;"><span style="font-size: large;">HALLEY</span></b></div><div><br /></div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEitIlnv9lLRKmKMEpd72_5LDASlxhRQmB2QG-yPK8BTkUPCgrGAUUv15VBhRoq6Guw0b02F2y6IQvSWhZw2iV2DkPDQaHM7Sl0vwOd_ZDMLfNDk6yWKZLTR-U2uk9gdV176gMA6hfZPAOBj/s520/halley+1986.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="446" data-original-width="520" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEitIlnv9lLRKmKMEpd72_5LDASlxhRQmB2QG-yPK8BTkUPCgrGAUUv15VBhRoq6Guw0b02F2y6IQvSWhZw2iV2DkPDQaHM7Sl0vwOd_ZDMLfNDk6yWKZLTR-U2uk9gdV176gMA6hfZPAOBj/s16000/halley+1986.jpg" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i><span style="font-size: medium;">Minha mãe e eu depois de ver o Halley (fev. ou mar./1986)</span></i></td></tr></tbody></table><div><br /></div><span style="font-size: large;">O Cometa Halley voltou á nossa órbita em fevereiro de 1986. Sua passagem revestiu-se de imensa expectativa, já que os avanços tecnológicos na área da astronomia eram gigantescos desde a última visita do cometa, em 1910. O Brasil, entretanto, não pôde participar dessa festa porque o céu ficou nublado durante semanas e somente um punhado de privilegiados, em planetários ou pontos específicos de observação, conseguiu ver o cometa.</span><br /><br /><span style="font-size: large;">Eu tive a sorte de estar nos Estados Unidos, na ocasião, e - melhor ainda - em uma fazenda cheia de descampados no meio da Virginia. Certa noite do fim de fevereiro ou início de março, eu e minha família levamos uma luneta para o meio de um desses descampados e, munidos de coordenadas relativamente simples, mostradas diariamente pelos jornais para identificá-lo, começamos a observar.</span><br /><br /><span style="font-size: large;">O tempo foi passando e nada. Eu olhava com atenção, com cuidado, meticulosamente. Olhava, olhava e olhava. Olhava com todo o saco do mundo, como só um adolescente é capaz. Todos tentaram encontrar e nada. "The air bites shrewdly", como diria Hamlet. O frio noturno variava entre zero e cinco graus negativos. O pessoal começou a desistir. Eu peguei aquele jornal uma última vez.</span><br /><br /><span style="font-size: large;">Estudei as coordenadas. Constelação tal, estrelas tal e tal, a leste ou oeste de não sei-o-quê e de repente percebo, do nada, o que parecia ser uma estrela cadente. Era o próprio. O tal cometa batizado em homenagem ao astrônomo Edmund Halley (1656/1742), que estudou a órbita do cometa que passou pela Terra em 1682, afirmando que se tratava do mesmo que estivera entre nós em 1456, 1531 e 1607, e ainda previu acertadamente sua volta em 1758.</span><br /><br /><span style="font-size: large;">Minha visão do cometa foi perfeita. Movia-se de maneira lenta e contínua, e quando o observei mais detalhadamente me dei conta de que era estranhamente colorido. Era tricolor. Sua cabeça era avermelhada, a cor se esmaecia levemente no corpo, assumindo tonalidade de uma chama clara, amarelada, e a cauda se azulava. Eram três tons de fogo.</span></div><div><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEirk6TWcGSnyNh-WgfRfho3bct3kgvbr8ponIausDsF1JketnomC6WNFkh8GWEH3HeRYR1g2qjKVgJJHzIOd_G5SzdFb5ENzB6JQe0v3c5EFSeNq7DrKT728P9f1rt8G0g7sUwCdQh0OYWF/s519/Halley+1986a.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="510" data-original-width="519" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEirk6TWcGSnyNh-WgfRfho3bct3kgvbr8ponIausDsF1JketnomC6WNFkh8GWEH3HeRYR1g2qjKVgJJHzIOd_G5SzdFb5ENzB6JQe0v3c5EFSeNq7DrKT728P9f1rt8G0g7sUwCdQh0OYWF/s16000/Halley+1986a.jpg" /></a></div><div><br /></div><div><span style="font-size: large;">Uma experiência transcendental. Não digo "única" porque ele voltará em 2061, e não duvido que chegarei aos 89 anos. Quem sabe terei o curioso privilégio de ver duas vezes o arredio cometa.</span><br /><br /><span style="font-size: large;">* Na foto estou com minha mãe naquela noite, em uma primeira foto em que trago expressão de zumbi, e na segunda, mais simpática. <span style="color: #cccccc;">(10/09/2020)</span></span></div><div><br /></div><div><div style="text-align: center;"><span style="color: red; font-size: large;"><b>70 ANOS DE TV NO BRASIL</b></span></div><div><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEidf1N21m8Y1yfcZNE_s-P3lIj60Ws3V0rZsTf3EcbXK7AQZGbA4BIfcRIxYCMlp2DYeYGVObyQy8e4oVVExOYo-jTZR1R6mdJxpWsnkG55UK-PWcfkHeiKNzbe1CLQvfmDCnAvFvLzTA87/s536/forster.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="399" data-original-width="536" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEidf1N21m8Y1yfcZNE_s-P3lIj60Ws3V0rZsTf3EcbXK7AQZGbA4BIfcRIxYCMlp2DYeYGVObyQy8e4oVVExOYo-jTZR1R6mdJxpWsnkG55UK-PWcfkHeiKNzbe1CLQvfmDCnAvFvLzTA87/s16000/forster.jpg" /></a></div><div><br /></div><div><span style="font-size: large;">Não há melhor maneira de comemorar os 70 anos da TV Brasileira do que lembrar do homem que disse, em 18 de setembro de 1950, assim que as luzes foram acesas e a câmera começou a rodar:</span></div><div><span style="font-size: large;">"Está no ar a PRF-3 TV TUPI de São Paulo, a primeira estação de televisão da América Latina".</span></div><div><br /></div><div><span style="font-size: large;">O saudoso Walter Forster (foto de 1991) <span style="color: #cccccc;">(19/09/2020)</span></span></div></div><div><br /></div><div><div style="text-align: center;"><span><b><span style="color: red; font-size: large;">LARRY KING</span></b></span></div><div><div><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjWndrBwxfFIRgULG0o5wAb4KYsbOdjqAM3HHXT43IvMRWhnCQlUOW4VF_soHCPp8gPsfFo98MbJemu6PttYm9f3Wj5pH_rRI8ldRcVZss2f2AJl50sWbsByT94tZU5hzCcn55nPc7xZ2jY/s616/142044701_3860479340639221_483319438533038934_n.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="616" data-original-width="524" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjWndrBwxfFIRgULG0o5wAb4KYsbOdjqAM3HHXT43IvMRWhnCQlUOW4VF_soHCPp8gPsfFo98MbJemu6PttYm9f3Wj5pH_rRI8ldRcVZss2f2AJl50sWbsByT94tZU5hzCcn55nPc7xZ2jY/s16000/142044701_3860479340639221_483319438533038934_n.jpg" /></a></div><div><br /></div><div><span style="font-size: large;">Assisti Larry já nos primeiros anos de seu talkshow da CNN. Tenho até hoje a fita na qual gravei, nos Estados Unidos, a entrevista de Ronald Reagan a Larry, em 1989. Decepcionei-me com algumas conversas preciosas que a meu ver ele desperdiçou, como sua entrevista com Sinatra, mas acabei tornando-me espectador de carteirinha depois de vê-lo com Sammy Davis (em estado terminal de seu câncer na garganta), Jerry Lewis, Brando, Mel Brooks e centenas de outros.</span></div><div><br /></div><div><span style="font-size: large;">Larry não ia atrás da fofoca e não queria encurralar seus entrevistados. Diferia de Mike Wallice nesse quesito. Era do bem. Tinha um estilo simples, quase ordinário; ao contrário do empoado Merv, do charmosíssimo Carson ou do descolado Cavett, King parecia um executivo velho e mal-ajambrado, com cara de sapo e uma risada esquisita. Mas era inteligente e perspicaz. A combinação era exatamente o que lhe dava credibilidade. Não tinha compromisso com nada a não ser consigo mesmo. Aparentava certa frieza, e com isso fazia com que seus entrevistados se abrissem. E não da maneira lacrimosa e apelativa que caracaterizava os entrevistados de Barbara Walters, mas de forma descontraída e, no mais das vezes, divertida.</span></div><div><br /></div><div><span style="font-size: large;">Transitava com igual desenvoltura e falava com a mesma naturalidade sobre assuntos tão díspares quanto os espinhosos problemas sócio-políticos do Oriente Médio, até as bobagens e os mexericos das celebridades de ocasião. É notável a facilidade com que conseguia conversar com os mais arredios ex-presidentes, como Nixon e Ford. Ou a tranquilidade com que trocava idéias com figuras como Margaret Thatcher. Promoveu debates antológicos entre inimigos figadais, como Jerry Falwell e Larry Flint. Organizou conversas que envolviam sete ou oito artistas homenageando este ou aquele ícone da música, do cinema ou da TV. Também entrevistou artistas reservadíssimos como Prince e Al Pacino.</span></div><div><br /></div><div><span style="font-size: large;">Assim como Carson e Cavett, colecionou entrevistas históricas e momentos divertidos e inesquecíveis em seu programa da CNN. Depois de 25 anos deixou esse programa e partiu para um formato menor, na ORA TV. Continuava o mesmo. Apenas mais velho e cansado. O cigarro lhe provocara um câncer na próstata e outro no pulmão. Batalhou contra os dois e contra a diabetes. Frágil, ligeiramente corcunda, com seus óculos que mais lembravam janelas de ônibus, e os suspensórios que foram sua marca registrada, ele seguiu firme e forte. Fez excelentes entrevistas com artistas mais novos. Emanava respeito e confiança.</span></div><div><br /></div><div><span style="font-size: large;">Próximo ao fim - e quiçá prevendo esse fim - tinha prazer em rever seus colegas mais antigos. Suas últimas entrevistas com Regis Philbin, Don Rickles ou Dick Van Dyke foram mais do que entrevistas; eram atestados de amizades que ultrapassavam os sessenta anos. A felicidade de King era visível. Era o encontro de velhos que tinham as mesmas lembranças que remontavam aos anos trinta.</span></div><div><br /></div><div><span style="font-size: large;">Em 2019 a vida o golpeou com força: separou-se da mulher depois de vinte anos e perdeu dois filhos adultos no mesmo mês, um deles para o câncer de pulmão e o outro com um tumor no cérebro. Ele continuou como pôde. O coronavírus o liquidou, aos 87 anos.</span></div><div><br /></div><div><span style="font-size: large;">King foi uma grande figura. Infinitamente melhor e mais competente do que Charlie Rose ou qualquer outro dos entrevistadores ditos "sérios". Assisti suas entrevistas até o fim.</span></div><div><br /></div><div><span style="font-size: large;">Sentirei saudade. </span><span style="color: #cccccc; font-size: large;">(23/01/2021)</span></div></div></div></div><div style="text-align: left;"><br /></div><div><div style="text-align: center;"><span style="color: red; font-size: large;"><b>TARCÍSIO E PAULO JOSÉ</b></span></div><div><br /></div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiYBEeUx_njFnplNsonjU-1XnwB0TYodweUVsufBp9Tje5iijnXPY07ddvWCxgNFSjN0-LxvhCYDWRJjQm9fBwIBFzoHW3UxfqMqkrBl8rPDPfeugEm3DhWgaOxvtvJD5tzHAZBNUkr_wmn/s513/Tarc%25C3%25ADsio+Meira+Paulo+Jos%25C3%25A9.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="513" data-original-width="510" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiYBEeUx_njFnplNsonjU-1XnwB0TYodweUVsufBp9Tje5iijnXPY07ddvWCxgNFSjN0-LxvhCYDWRJjQm9fBwIBFzoHW3UxfqMqkrBl8rPDPfeugEm3DhWgaOxvtvJD5tzHAZBNUkr_wmn/s16000/Tarc%25C3%25ADsio+Meira+Paulo+Jos%25C3%25A9.jpg" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i><span style="font-size: medium;">Tarcísio e Paulo José</span></i></td></tr></tbody></table><div><br /></div><div><span style="font-size: large;">Tarcísio e Francisco Cuoco foram desde sempre os galãs fundamentais, basilares de nossas novelas e por isso foi tão difícil vê-los envelhecer e perceber que aos poucos iam se tornando anciães. Assisti Cuoco no teatro em 2006, em <i>O Último Bolero</i>. Ele fazia um galã envelhecido, evidentemente, mas o charme estava todo lá. Aos 73 anos, Cuoco era basicamente o mesmo. Por essa época trombei com Tarcísio em um restaurante. Mesma coisa. Ele ainda mantinha um pouco seu ar de galã. Alto, largo, era um armário vindo em minha direção. Um armário com um sorriso aberto, generoso que conhecemos tão bem. Já quando o assisti - finalmente - no teatro, em fins de 2019, o galã deixara completamente de existir e, aos 84 anos, ele abraçara sua senectude. A condição, por sinal, era positiva para o papel que interpretava - um velho ator.</span></div><div><br /></div><div><span style="font-size: large;">Intimamente, porém, me doeu ver Tarcísio tão alquebrado. Não era nascido quando <i>Irmãos Coragem</i> foi ao ar mas o Dom Pedro I que interpretou em <i>Independência ou Morte</i> (1972) e em <i>Saramandaia</i> (de 1976, em ponta de luxo de presente para Dias Gomes) foi gravado a fogo em minha memória. Não consegui jamais pensar no Imperador sem pensar em Tarcísio. A cena do grito no Ipiranga é um primor. Que pena que o filme foi jogado numa vala comum de sectarismo ideológico, simplesmente porque foi produzido durante a ditadura para comemorar o 7 de setembro. É um belíssimo filme e deveria ser conhecido e festejado pelas novas gerações.</span></div><div><br /></div><div><span style="font-size: large;"><table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: right;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjoAgbBB13tfdqxMkLZ4EbSNAOkpKlsBIX2d39rI4EILesfLm07PI8ElQfnJKp4o_xmWixkDVjXheB9QjjSr-lVo7njvwmfitC1B4wqynVkDl95mJo0RmEH8i0aJoedBprAXF58mo3dOaor/s1600/Dom+Pedro+Tarc%25C3%25ADsio.jpg" style="clear: right; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1600" data-original-width="1200" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjoAgbBB13tfdqxMkLZ4EbSNAOkpKlsBIX2d39rI4EILesfLm07PI8ElQfnJKp4o_xmWixkDVjXheB9QjjSr-lVo7njvwmfitC1B4wqynVkDl95mJo0RmEH8i0aJoedBprAXF58mo3dOaor/s320/Dom+Pedro+Tarc%25C3%25ADsio.jpg" width="240" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i><span style="font-size: medium;">O Dom Pedro de Tarcísio</span></i></td></tr></tbody></table>Vi quase tudo que Tarcísio fez nas novelas desde o fim da década de 70 até o início da década de 90. Não cheguei a fixar tão bem seu Capitão Rodrigo de <i>O Tempo e o Vento</i> - quase tão marcante quanto seu Dom Pedro, no imaginário popular - e nem seu Hermógenes, de <i>Grande Sertão, Veredas</i> - que Lima Duarte considerou melhor e mais merecedor de todos os prêmios daquele ano, 1985, do que seu Sinhozinho Malta - lacunas pelas quais hoje me penitencio. Talvez eu fosse muito novo para mergulhar no oceano literário daquelas duas obras, tanto é que só muito mais tarde fui assistir seu <i>Beijo no Asfalto</i>. <i>Amor, Estranho Amor</i> marcou minha geração por razões muito diversas a seu valor artístico; e o filme de fato tem valor, escoimando-se os excessos de Walter Hugo Khoury. Já seu Renato Villar de <i>Roda de Fogo</i>, foi, para mim, inesquecível. Mas é inesquecível porque alimentou seu status de grande galã das novelas, sem embargo de Tarcísio já contar mais de 50 anos, na época. Seus melhores trabalhos vieram, como não poderia deixar de ser, quando o galã foi sendo gradualmente aposentado. Eu seria injusto, entretanto, se não relembrasse uma seqüência em particular: em determinado capítulo, Renato tinha um embate violento com seu agora inimigo Labanca (Paulo Goulart). Quando se livra de Labanca, chega sua ex-mulher Maura (Eva Wilma), que confessa ainda estar apaixonada por ele. Assim que ela sai ele não suporta esse choque de emoções e tem um derrame. Tarcísio foi excepcional. Seu ataque apoplético assemelhava-se a um prédio ruindo e destruindo tudo em volta. A seqüência inteira foi dramática, eletrizante, num crescendo fantástico de tensão.</span></div><div><br /></div><div><span style="font-size: large;">Em 1990 Tarcísio interpretou Euclydes da Cunha na minissérie <i>Desejo</i>, adaptação de Glória Perez da tragédia real de Euclydes, sua esposa Anna e o amante da esposa, Dilermando. Foi, a meu ver, a primeira ruptura interpretativa séria de sua carreira. Tarcísio saiu inteiramente de sua zona de conforto: estava com 55 anos, sendo que Euclydes morreu com 43; não tinha um pingo de semelhança física com o cronista da guerra de Canudos, e, como se não bastasse, ainda estava interpretando um homem atrabiliário e amorosamente frio, o que levava sua mulher a procurar outro homem, jovem e fogoso. O Euclydes de Tarcísio era, por assim dizer, o "anti-galã". E sua performance foi irretocável. Lembro-me de suas discussões com a esposa (Vera Fischer, também brilhante) e seus gritos tonitruantes: "Não és a cavalariça do sargentão?" E a cena crucial do duelo com Dilermando. Baleado duas vezes, o Euclydes de Tarcísio tremia inteiro. Estrebuchava. Uma cena fortíssima.</span></div><div><br /></div><div><span><div class="separator" style="clear: both; font-size: x-large; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEifLYG_Su4AT-xP2u14Y8aEDb_RIOXlHcpntCjvExACgyR_WsTO-vM2-BsY7-oru3plfokiF6es2bxMNKH0M-c1VZQ_G3fWpX4GR66CFe6-HTvaYDu8MNx7G1DOb8Gft_maf3rfCfFyHXS9/s464/taveira.jpg" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="464" data-original-width="303" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEifLYG_Su4AT-xP2u14Y8aEDb_RIOXlHcpntCjvExACgyR_WsTO-vM2-BsY7-oru3plfokiF6es2bxMNKH0M-c1VZQ_G3fWpX4GR66CFe6-HTvaYDu8MNx7G1DOb8Gft_maf3rfCfFyHXS9/w261-h400/taveira.jpg" title="Tarcísio" width="261" /></a></div><div><span style="font-size: medium;"><i>O Taveira de Tarcísio</i></span></div><br /><span style="font-size: large;">O Berdinazzi da primeira fase do <i>Rei do Gado</i> (1996) me deixou absolutamente estarrecido. Tarcísio quebrara, com Euclydes, o molde de seus galãs quadrados e limitados, e com a tragicidade do atribulado personagem criado por Benedito Ruy Barbosa, passava definitivamente a outro patamar. Era a performance de um grande ator. De um ator consumado, realizado e competentíssimo. Tarcísio escorava-se agora só em seu talento. Suas cenas com Eva Wilma e com Antônio Fagundes eram duelos de titãs. A cena de sua morte é antológica e a cereja do bolo veio em 2000, quando interpretou o facinoroso Taveira de <i>A Muralha</i>. Um exercício e um desafio para qualquer ator. Principalmente um ex-galã, já que Taveira era um personagem velho e asqueroso. Eu já nem sequer lembrava mais do galã. Mais do que isso: eu, que rira às casquinadas de seus papéis cômicos - Tarcísio era muito eclético - sobretudo o palhacíssimo Felipe de Alcântara Pereira Barreto, em <i>Guerra dos Sexos</i>, agora me emocionava com ele. Ele alcançou o píncaro de sua profissão. Deixou de ser uma estrela e se transformou em um ATOR.</span></span></div><div><br /></div><div><span style="font-size: large;">Paulo José é um daqueles cometas que eu persegui mas não pude tocar. Estudei o Teatro de Arena, conheco praticamente todos os seus membros, mas Paulo, que morava no Rio, eu não pude conhecer. Cecília Thompson tecia loas intermináveis a seu trabalho de ator e diretor em <i>O Filho do Cão</i>, de Guarnieri (onde Paulo conheceu Dina Sfat, diga-se de passagem). Não precisava. Paulo (assim como Tarcísio) era polivalente e brilhou igualmente no teatro, na TV e no cinema nos últimos sessenta anos. Lamento imensamente não ter podido abraçá-lo. Minha admiração por ele é perene.</span></div><div><br /></div><div><span style="font-size: large;">Perdemos duas referências do teatro, da TV e do cinema.</span></div><div><br /></div><div><span style="font-size: large;">Em uma época em que somos mendigos culturais. Mas <i>La Nave Va</i>. Eles viveram muito e muito bem. E serão sempre lembrados com carinho e respeito. <span style="color: #cccccc;">(12/08/2021)</span></span></div></div><div><br /></div><div><span style="font-size: large;"><div style="text-align: center;"><b><span style="color: red;">BEATRIZ E TEREZA</span></b><br /></div><div style="text-align: center;"><br /></div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg6UjQ777PHSMQ13NTibdJhAl3R7rY7VtsXOmb40wrYyLvyszkzPjcGWHlzTqokcu5rN0KIQV8LRHW7959NhFqbmbiGMu4_2faskho7Rg680xVJrVNrAGLefVQk5AfIpWcyzrPkQderQi-n/s812/Tereza+Rachel+Beatriz+Segall.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="812" data-original-width="528" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg6UjQ777PHSMQ13NTibdJhAl3R7rY7VtsXOmb40wrYyLvyszkzPjcGWHlzTqokcu5rN0KIQV8LRHW7959NhFqbmbiGMu4_2faskho7Rg680xVJrVNrAGLefVQk5AfIpWcyzrPkQderQi-n/s16000/Tereza+Rachel+Beatriz+Segall.jpg" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i><span style="font-size: medium;">Tereza Rachel e Beatriz Segall (Foto de Bernardo Schmidt)</span></i></td></tr></tbody></table></span><div><br /><span style="font-size: large;">31 de Outubro de 1993 - Nos bastidores do SESC Consolação, após a apresentação de "A Guerra Santa", de Luis Alberto de Abreu, direção de Gabriel Vilella.</span></div><div><br /></div><div><span style="font-size: large;">Beatriz Segall saiu de seu camarim e encontrou uma conversa animada que incluía Tereza Rachel, Vilella e José Rubens Chachá (e eu, que levava apenas minha cara de pau e meu amor incontido por todos eles). Tereza - acredito eu - estava lá para ver Gabriel Vilella e não Beatriz. Quando se cumprimentaram amistosamente, não resisti de pedir às duas que posassem juntas para uma foto.</span></div><div><br /></div><div><span style="font-size: large;">Um encontro antológico, de duas das estrelas mais difíceis e mais brilhantes do Teatro Brasileiro. A antipática Beatriz e a problemática Tereza. De Beatriz, posso dizer que fazia jus à fama; de Tereza, entretanto, guardo a mais doce das recordações. Conversamos, rimos e saímos juntos do teatro. Andamos até a Maria Antônia, ela ficou em um restaurante de cozinha típica nordestina que existia, na época, e lá nos despedimos.</span></div><div><br /></div><div><span style="font-size: large;">Saudade. É bom ter 21 anos. <span style="color: #cccccc;">(26/10/2020)</span></span></div></div><div><br /></div><div><div style="text-align: center;"><span style="color: red; font-size: large;"><b>SÉRGIO E ZÉ CELSO</b></span></div><div><br /></div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjfHOOn4OnsxUX8XvSpRFMwfBa7xI8cyhRYc2oiqXgnyFlDcBCKYmcgyaQGdGHbM6J7sVXkkxKA4HpNH_IyjPqk-uFwHtQdDm2HjIa0O8I35H4xpfgwlH643xQ1p_FfNHR1MwxfG5vj5Q7Z/s768/mamberti+e+z%25C3%25A9+celso.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="768" data-original-width="531" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjfHOOn4OnsxUX8XvSpRFMwfBa7xI8cyhRYc2oiqXgnyFlDcBCKYmcgyaQGdGHbM6J7sVXkkxKA4HpNH_IyjPqk-uFwHtQdDm2HjIa0O8I35H4xpfgwlH643xQ1p_FfNHR1MwxfG5vj5Q7Z/s16000/mamberti+e+z%25C3%25A9+celso.jpg" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i><span style="font-size: medium;">Sérgio Mamberti e José Celso Martinez Corrêa (Foto de Bernardo Schmidt)</span></i></td></tr></tbody></table><div><br /></div><div><span style="font-size: large;">Em novembro de 1997, fui com meu irmão Alexandre assistir a peça "Santidade", de José Vicente, com direção do saudoso Fauzi Arap. O evento revestiu-se de grande valor simbólico pois o texto tinha sido escrito em 1967 e censurado em 1968. Era, portanto, sua primeira montagem depois de quase 30 anos de forçado ineditismo.</span></div><div><br /></div><div><span style="font-size: large;">O teatro era o Crowne Plaza, que há tempos trazia a direção artística de Sérgio Mamberti. Sérgio era amigo e ex-professor de Alexandre. No fim do espetáculo, estamos conversando com Sérgio quando vejo que Zé Celso estava lá. Mais uma vez, como sempre acontecia, não resisti e pedi aos dois que posassem para uma foto. E aí está ela, depois de quase 24 anos. Dois queridos mestres do teatro.</span></div><div><br /></div><div><span style="font-size: large;"><i>(Agradecimento especial à Dani Silva de Jesus)</i> <span style="color: #cccccc;">(03/09/2021)</span></span></div></div><div><br /></div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjO23XSsqOHlA_Y25_-rAfPpQejlzZfL2TDTN3enRpFrAr4B1ONfEp-UPwzDMrPxp6geZP-lT5xUA5pL0bITD-9w80FetY60q4YWg0yrkvR9ggq9q_UBjTGvDGKlQg87pXwO9aN8b0KRmOX/s516/mamberti.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="438" data-original-width="516" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjO23XSsqOHlA_Y25_-rAfPpQejlzZfL2TDTN3enRpFrAr4B1ONfEp-UPwzDMrPxp6geZP-lT5xUA5pL0bITD-9w80FetY60q4YWg0yrkvR9ggq9q_UBjTGvDGKlQg87pXwO9aN8b0KRmOX/s16000/mamberti.jpg" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: medium;">Vá em paz, querido, talentoso e aguerrido Sérgio!<i> (Foto de 1999. Festa dos</i><br /><i>60 anos de Sérgio, organizada pelo mano Alexandre)</i></span></td></tr></tbody></table><div><div style="text-align: center;"><br /></div></div><div><div><br /></div><div><div style="text-align: center;"><span style="color: red; font-size: large;"><b>A LEI DO ABORTO E O ABORTO DA LEI, NO TEXAS</b></span></div><div><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhG-IcsjJDPVTcZD4ltn9wtntLDiEI19m_sp8N3ALH72tTi5caTySEwixEi28HrDH4Phyphenhyphen8wSA492SustA0WcGe3v9FQC_Uq95hmCCYzJ6EbYaZsKJCFuln7VMecV68XZEK3YpmkKX5p37b5/s1215/rbg.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1215" data-original-width="1080" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhG-IcsjJDPVTcZD4ltn9wtntLDiEI19m_sp8N3ALH72tTi5caTySEwixEi28HrDH4Phyphenhyphen8wSA492SustA0WcGe3v9FQC_Uq95hmCCYzJ6EbYaZsKJCFuln7VMecV68XZEK3YpmkKX5p37b5/w569-h640/rbg.jpg" width="569" /></a></div><br /><div><br /></div><div><span style="font-size: large;">Pensei que poderia passar o dia de hoje apenas recordando Mamberti e lamentando sua partida, mas não posso diante do que ocorreu nos Estados Unidos.</span></div><div><br /></div><div><span style="font-size: large;">O procedimento do Texas, revertendo Roe v. Wade - pela qual a Suprema Corte determinou, em 1973, que a Constituição protege a liberdade de uma mulher grávida optar pelo aborto - proibindo o aborto depois de seis semanas e contrariando aquilo que dita a lei em todo o país é asqueroso. É estúpido e cruel.</span></div><div><br /></div><div><span style="font-size: large;">Sou favorável não apenas ao aborto até a 20ª semana, ou até a hora que for; <b>sou favorável à absoluta e incondicional descriminalização do aborto.</b></span></div><div><br /></div><div><span style="font-size: large;">Que o Brasil esteja na lanterninha da história, não permita sequer que o assunto seja discutido, e ainda se deixe controlar e guiar moralmente pelos ditames cínicos e medievais da religião e de suas batinas emboloradas e grudentas, não me surpreende. Mas que um estado norte-americano, a esta altura de nossa história, dê uma de Curupira e comece a andar para trás, cobrindo o país inteiro de vergonha, é grotesco. <span style="color: #cccccc;">(03/09/2021)</span></span></div></div><div><br /></div><div><div style="background-color: white; color: #333333; font-family: Georgia, serif; text-align: center;"><b><span style="color: red; font-size: large;">RICKLES E OUTROS, LEGENDADOS</span></b></div><br style="background-color: white; color: #333333; font-family: Georgia, serif; font-size: 13px;" /><div style="background-color: white; color: #333333; font-family: Georgia, serif; text-align: center;"><span style="font-size: large;"><b>CARRIE FISCHER ROASTS GEORGE LUCAS (2005)</b></span></div></div><div style="background-color: white; color: #333333; font-family: Georgia, serif; font-size: 13px; text-align: left;"><br /></div><div style="background-color: white; text-align: left;">
<iframe allow="accelerometer; autoplay; clipboard-write; encrypted-media; gyroscope; picture-in-picture" allowfullscreen="" frameborder="0" height="315" src="https://www.youtube.com/embed/9XsChLOAxxE" title="YouTube video player" width="560"></iframe></div><div style="background-color: white; text-align: left;"><br /></div><div style="background-color: white; text-align: left;"><span style="font-size: large;">Homenageado pelo AFI em 2005, George Lucas recebe um "roast" exemplar da eterna Leia, Carrie Fisher.</span></div><div style="background-color: white; text-align: left;"><br /></div><div style="background-color: white; text-align: center;"><b><span style="font-size: large;">RICKLES ROASTS FRANK SINATRA (1978)</span></b></div><div style="background-color: white; text-align: left;"><br /></div><div style="background-color: white; text-align: left;"> <iframe allow="accelerometer; autoplay; clipboard-write; encrypted-media; gyroscope; picture-in-picture" allowfullscreen="" frameborder="0" height="315" src="https://www.youtube.com/embed/XMJiCKiOSUo" title="YouTube video player" width="560"></iframe>
<br /></div><div><br /></div><div><span style="font-size: large;">Em noite especialmente célebre do "The Dean Martin Celebrity Roast", no dia 7 de fevereiro de 1978, a vítima foi o grande amigo de Dean, Frank Sinatra. Rickles foi o último roaster e não decepcionou, roçando ombros com Ronald Reagan, Gene Kelly, George Burns, Redd Foxx, Jimmy Stewart, Flip Wilson, Telly Savalas, Jonathan Winters, Orson Welles, LaWanda Page, Red Buttons, e etc.</span></div><div><br /></div><div style="text-align: center;"><b><span style="font-size: large;">FRANK SINATRA AND DON RICKLES -</span></b></div><div style="text-align: center;"><b><span style="font-size: large;">THE TONIGHT SHOW (1977)</span></b></div><div><br /></div><div> <iframe allow="accelerometer; autoplay; clipboard-write; encrypted-media; gyroscope; picture-in-picture" allowfullscreen="" frameborder="0" height="315" src="https://www.youtube.com/embed/Qc2dBW_093w" title="YouTube video player" width="560"></iframe>
</div><div><br /></div><div><div><span style="font-size: large;">No dia 14 de novembro de 1977 foi ao ar na NBC o The Tonight Show with Johnny Carson, e o apresentador convidado foi Frank Sinatra. Os convidados foram George Burns, Angie Dickinson, Carrol O'Connor e - claro - Don Rickles. Desnecessário dizer que foi a melhor entrevista, e Frank certamente passou a pensar duas vezes antes de aceitar os convites de Carson para ser o guest-host.</span></div></div><div><br /></div><div style="text-align: center;"><b><span style="font-size: large;">RICKLES ROASTS JOHNNY CARSON (1968)</span></b></div><div><br /></div><div>
<iframe allow="accelerometer; autoplay; clipboard-write; encrypted-media; gyroscope; picture-in-picture" allowfullscreen="" frameborder="0" height="315" src="https://www.youtube.com/embed/IJ1cLgP_dNs" title="YouTube video player" width="560"></iframe>
</div><div><br /></div><div><div><span style="font-size: large;">O "The Kraft Music Hall Friars Club Roast" de Johnny Carson foi ao ar em 23 de outubro de 1968. Contou com o apresentador Alan King e os "roasters" foram Groucho Marx, os apresentadores Ed Sullivan, Steve Allen e Dick Cavett, os comediantes Flip Wilson e Don Rickles, além de seu colega Ed McMahon e o prefeito de Nova York, John V. Lindsay.</span></div><div><br /></div><div><span style="font-size: large;">Alguns comentários:</span></div><div><br /></div><div><span style="font-size: large;">1 - Para aqueles que conheceram Rickles mais velho e mais calmo, deve impressionar o nível de sua agressividade nas piadas com Ed Sullivan. Nada se compara, entretanto, ao pelourinho a que o comediante foi submetido pelo próprio Carson em um roast um ano antes, ou no início daquele ano, no Friars ou em outro clube. O audio está no Youtube.</span></div><div><br /></div><div><span style="font-size: large;">2 - Ainda no que concerne ao relativo mau gosto das piadas com Sullivan, é notável a expressão de absoluto desagrado manifestada por Groucho Marx. Também me parece significativo que Rickles não tenha mencionado Groucho.</span></div><div><br /></div><div><span style="font-size: large;">3 - A expressão "the bowl blew up" era inteiramente desconhecida para mim. Na Internet, encontrei uma explicação que remete ao consumo exagerado de maconha ou - se optarmos pela inocência - de narguile. Por não ter qualquer certeza a respeito, coloquei simplesmente que a pessoa fumava muito. Se alguém tiver uma tradução mais fiel, me avise. Estou sempre disposto a aprender.</span></div></div><div></div></div><div><br /></div><span style="background-color: white; color: #333333; font-family: Georgia, serif; font-size: large;"><span style="font-family: georgia, serif; font-size: medium;"><span style="font-size: small;">_________________________________</span><br style="font-size: 13px;" /><span style="font-size: small;"><br /></span><span style="font-size: 13px;"></span><span style="font-size: small;"><span style="font-size: x-small;"><span style="font-size: 13px;">Veja mais:</span><br style="font-size: 13px;" /><span style="font-size: 13px;"></span><span style="font-size: 13px;"></span></span></span></span></span><br style="background-color: white; color: #333333; font-family: Georgia, serif; font-size: 13px;" /><ul style="background-color: white; color: #cc6600; font-family: georgia, serif; font-size: 13px; line-height: 1.4; margin: 0.5em 0px; padding: 0px 2.5em;"><li style="font-family: "trebuchet ms", trebuchet, verdana, sans-serif; font-size: 18.2px; margin: 0px 0px 0.25em; padding: 0px;"><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm;"><span style="color: #e36c0a; font-family: georgia, serif; font-size: 14pt;"><a href="http://bernardoschmidt.blogspot.com.br/2014/04/minestrone-cultural_18.html" style="color: #cc6600; display: block; text-decoration-line: none;" target="_blank">Minestrone Cultural</a></span></div></li><li style="font-family: "trebuchet ms", trebuchet, verdana, sans-serif; font-size: 18.2px; margin: 0px 0px 0.25em; padding: 0px;"><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm;"><a href="http://bernardoschmidt.blogspot.com.br/2015/01/minestrone-cultural-ii.html" style="color: #cc6600; display: block; font-family: georgia, serif; font-size: 14pt; text-decoration-line: none;" target="_blank">Minestrone Cultural II</a></div></li><li style="font-family: "trebuchet ms", trebuchet, verdana, sans-serif; font-size: 18.2px; margin: 0px 0px 0.25em; padding: 0px;"><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm;"><span style="color: #e36c0a; font-family: georgia, serif; font-size: 14pt;"><a href="http://bernardoschmidt.blogspot.com.br/2015/07/minestrone-cultural-iii.html" style="color: #cc6600; display: block; font-size: 14pt; text-decoration-line: none;" target="_blank">Minestrone Cultural III</a></span></div></li><li style="font-family: "trebuchet ms", trebuchet, verdana, sans-serif; font-size: 18.2px; margin: 0px 0px 0.25em; padding: 0px;"><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm;"><span style="color: #e36c0a; font-family: georgia, serif; font-size: 14pt;"><a href="http://bernardoschmidt.blogspot.com.br/2016/02/minestrone-cultural-iv.html" style="color: #cc6600; display: block; font-size: 14pt; text-decoration-line: none;" target="_blank">Minestrone Cultural IV</a></span></div></li><li style="font-family: "trebuchet ms", trebuchet, verdana, sans-serif; font-size: 18.2px; margin: 0px 0px 0.25em; padding: 0px;"><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm;"><span style="color: #e36c0a; font-family: georgia, serif; font-size: 14pt;"><a href="http://bernardoschmidt.blogspot.com.br/2016/05/minestrone-cultural-v.html" style="color: #cc6600; display: block; font-size: 14pt; text-decoration-line: none;" target="_blank">Minestrone Cultural V</a></span></div></li><li style="font-family: "trebuchet ms", trebuchet, verdana, sans-serif; font-size: 18.2px; margin: 0px 0px 0.25em; padding: 0px;"><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm;"><span style="color: #e36c0a; font-family: georgia, serif; font-size: 14pt;"><a href="http://bernardoschmidt.blogspot.com/2016/08/minestrone-cultural-vi.html" style="color: #cc6600; display: block; text-decoration-line: none;" target="_blank">Minestrone Cultural VI</a></span></div></li><li style="font-family: "trebuchet ms", trebuchet, verdana, sans-serif; font-size: 18.2px; margin: 0px 0px 0.25em; padding: 0px;"><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm;"><a href="http://bernardoschmidt.blogspot.com.br/2016/09/minestrone-cultural-vii.html" style="color: #cc6600; display: block; font-family: georgia, serif; font-size: 14pt; text-decoration-line: none;" target="_blank"><span style="color: #e36c0a;">Minestrone Cultural VII</span></a></div></li><li style="font-family: "trebuchet ms", trebuchet, verdana, sans-serif; font-size: 18.2px; margin: 0px 0px 0.25em; padding: 0px;"><a href="http://bernardoschmidt.blogspot.com.br/2016/12/minestrone-cultural-viii.html" style="color: #cc6600; display: block; font-family: georgia, serif; font-size: 14pt; text-decoration-line: none;" target="_blank"><span style="color: #e36c0a;">Minestrone Cultural VIII</span></a></li><li style="font-family: "trebuchet ms", trebuchet, verdana, sans-serif; font-size: 18.2px; margin: 0px 0px 0.25em; padding: 0px;"><a href="https://bernardoschmidt.blogspot.com.br/2017/05/minestrone-cultural-ix.html" style="color: #cc6600; display: block; font-family: georgia, serif; font-size: 14pt; text-decoration-line: none;" target="_blank"><span style="color: #e36c0a;"><h3 class="post-title entry-title" style="color: #cc6600; font-size: 18.2px; font-weight: normal; line-height: 1.4em; margin: 0.25em 0px 0px; padding: 0px 0px 4px;">Minestrone Cultural IX</h3></span></a></li><li style="font-family: "trebuchet ms", trebuchet, verdana, sans-serif; font-size: 18.2px; margin: 0px 0px 0.25em; padding: 0px;"><h3 class="post-title entry-title" style="font-family: georgia, serif; font-size: 18.2px; font-weight: normal; line-height: 1.4em; margin: 0.25em 0px 0px; padding: 0px 0px 4px;"><span style="color: #e36c0a; font-size: 14pt;"><a href="https://bernardoschmidt.blogspot.com.br/2017/10/minestrone-cultural-x.html" style="color: #cc6600; display: inline; font-size: 14pt; text-decoration-line: none;" target="_blank">Minestrone Cultural X</a></span></h3></li><li style="font-family: "trebuchet ms", trebuchet, verdana, sans-serif; font-size: 18.2px; margin: 0px 0px 0.25em; padding: 0px;"><h3 class="post-title entry-title" style="font-family: georgia, serif; font-size: 18.2px; font-weight: normal; line-height: 1.4em; margin: 0.25em 0px 0px; padding: 0px 0px 4px;"><span style="color: #e36c0a; font-size: 14pt;"><a href="https://bernardoschmidt.blogspot.com.br/2018/02/minestrone-cultural-xi.html" style="color: #cc6600; display: inline; font-size: 14pt; text-decoration-line: none;" target="_blank">Minestrone Cultural XI</a></span></h3></li><li style="font-family: "trebuchet ms", trebuchet, verdana, sans-serif; font-size: 18.2px; margin: 0px 0px 0.25em; padding: 0px;"><h3 class="post-title entry-title" style="font-family: georgia, serif; font-size: 18.2px; font-weight: normal; line-height: 1.4em; margin: 0.25em 0px 0px; padding: 0px 0px 4px;"><span style="color: #e36c0a; font-size: 14pt;"><a href="http://bernardoschmidt.blogspot.com/2018/05/minestrone-cultural-xii.html" style="color: #cc6600; display: inline; font-size: 14pt; text-decoration-line: none;" target="_blank">Minestrone Cultural XII</a></span></h3></li><li style="font-family: "trebuchet ms", trebuchet, verdana, sans-serif; font-size: 18.2px; margin: 0px 0px 0.25em; padding: 0px;"><h3 class="post-title entry-title" style="font-family: georgia, serif; font-size: 18.2px; font-weight: normal; line-height: 1.4em; margin: 0.25em 0px 0px; padding: 0px 0px 4px;"><span style="color: #e36c0a; font-size: 14pt;"><a href="https://bernardoschmidt.blogspot.com/2018/07/minestrone-cultural-xiii.html" style="color: #333333; display: block; text-decoration-line: none;" target="_blank">Minestrone Cultural XIII</a></span></h3></li><li style="font-family: "trebuchet ms", trebuchet, verdana, sans-serif; font-size: 18.2px; margin: 0px 0px 0.25em; padding: 0px;"><a href="https://bernardoschmidt.blogspot.com/2018/07/minestrone-cultural-xiii.html" style="color: #333333; display: block; text-decoration-line: none;" target="_blank"></a><a href="https://bernardoschmidt.blogspot.com/2018/11/minestrone-cultural-xiv.html" style="color: #333333; display: block; font-family: georgia, serif; font-size: 18.2px; text-decoration-line: none;" target="_blank">Minestrone Cultural XIV</a></li><li style="font-family: "trebuchet ms", trebuchet, verdana, sans-serif; font-size: 18.2px; margin: 0px 0px 0.25em; padding: 0px;"><a href="https://bernardoschmidt.blogspot.com/2018/11/minestrone-cultural-xiv.html" style="color: #333333; display: block; font-family: georgia, serif; font-size: 18.2px; text-decoration-line: none;"></a><a href="https://bernardoschmidt.blogspot.com/2019/01/minestrone-cultural-xv.html" style="color: #333333; display: block; font-size: 18.2px; text-decoration-line: none;" target="_blank"></a><h3 class="post-title entry-title" style="font-family: georgia, serif; font-size: 18.2px; font-weight: normal; line-height: 1.4em; margin: 0.25em 0px 0px; padding: 0px 0px 4px;"><a href="https://bernardoschmidt.blogspot.com/2019/01/minestrone-cultural-xv.html" style="color: #333333; display: block; font-size: 18.2px; text-decoration-line: none;" target="_blank"><span style="color: #e36c0a; font-size: 14pt;"></span></a><a href="https://bernardoschmidt.blogspot.com/2019/01/minestrone-cultural-xv.html" style="color: #cc6600; display: inline; font-size: 14pt; text-decoration-line: none;" target="_blank">Minestrone Cultural X</a>V</h3></li><li style="font-family: "trebuchet ms", trebuchet, verdana, sans-serif; font-size: 18.2px; margin: 0px 0px 0.25em; padding: 0px;"><a href="http://bernardoschmidt.blogspot.com/2019/07/minestrone-cultural-xvi.html" style="color: #333333; display: block; font-size: 18.2px; text-decoration-line: none;" target="_blank"></a><h3 class="post-title entry-title" style="font-family: georgia, serif; font-size: 18.2px; font-weight: normal; line-height: 1.4em; margin: 0.25em 0px 0px; padding: 0px 0px 4px;"><a href="http://bernardoschmidt.blogspot.com/2019/07/minestrone-cultural-xvi.html" style="color: #333333; display: block; font-size: 18.2px; text-decoration-line: none;" target="_blank"><span style="color: #e36c0a; font-size: 14pt;"></span></a><a href="https://bernardoschmidt.blogspot.com/2019/07/minestrone-cultural-xvi.html" style="color: #cc6600; display: inline; font-size: 14pt; text-decoration-line: none;" target="_blank">Minestrone Cultural X</a>VI</h3></li><li style="font-family: "trebuchet ms", trebuchet, verdana, sans-serif; font-size: 18.2px; margin: 0px 0px 0.25em; padding: 0px;"><h3 class="post-title entry-title" style="font-family: georgia, serif; font-size: 18.2px; font-weight: normal; line-height: 1.4em; margin: 0.25em 0px 0px; padding: 0px 0px 4px;"><a href="https://bernardoschmidt.blogspot.com/2020/04/minestrone-cultural-xvii.html" style="color: #333333; display: block; text-decoration-line: none;">Minestrone Cultural XVII</a></h3></li><li style="font-family: "trebuchet ms", trebuchet, verdana, sans-serif; font-size: 18.2px; margin: 0px 0px 0.25em; padding: 0px;"><a href="https://bernardoschmidt.blogspot.com/2020/04/minestrone-cultural-xvii.html" style="color: #333333; display: block; text-decoration-line: none;"></a><h3 class="post-title entry-title" style="color: #cc6600; font-family: Georgia, serif; font-size: 18.2px; font-weight: normal; line-height: 1.4em; margin: 0.25em 0px 0px; padding: 0px 0px 4px;"><a href="https://bernardoschmidt.blogspot.com/2020/04/minestrone-cultural-xvii.html" style="color: #333333; display: block; text-decoration-line: none;"></a><a href="http://bernardoschmidt.blogspot.com/2020/07/minestrone-cultural-xviii.html" style="color: #333333; display: block; text-decoration-line: none;">Minestrone Cultural XVIII</a></h3><div class="post-header" style="font-family: Georgia, serif; font-size: 13px;"><div class="post-header-line-1"></div></div></li></ul><div><br /></div><div><br /></div>Bernardo Schmidthttp://www.blogger.com/profile/12196150324865840023noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4381988697960596291.post-54362155261605972352021-08-17T13:54:00.004-07:002023-01-31T11:48:20.415-08:00Paulo (1964/2021)<p> </p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjByc3CQGUNPKyTyxbSnzoncTzcSgoMxWyUTlGcCsg4q5Gf7FRRTqfKbm_6Ynh1iibbZfBj85ZVxDba9vizr5ofW5h1gcQVSFtWpxnNUSDuAXetScwa86dCkf_txrSSNYmcF61lP57e42JA/s671/Paulo1.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="671" data-original-width="565" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjByc3CQGUNPKyTyxbSnzoncTzcSgoMxWyUTlGcCsg4q5Gf7FRRTqfKbm_6Ynh1iibbZfBj85ZVxDba9vizr5ofW5h1gcQVSFtWpxnNUSDuAXetScwa86dCkf_txrSSNYmcF61lP57e42JA/s16000/Paulo1.jpg" /></a></div><div class="separator" style="clear: both;"><br /></div><div><span style="font-size: large;">Meu irmão mais velho, Paulo, nos deixou sexta-feira, levado pela Covid.</span></div><div><br /></div><div><span style="font-size: large;">Ele foi a maior influência que tive em minha infância e adolescência. Assistindo-o desenhar comecei a rabiscar meus primeiros desenhos. Vendo seus personagens criei os meus. Usei suas cartolinas, suas canetas "Futura", "Pilot" e as de nanquim. Atravessei cadernos tentando aos trancos e barrancos imitar as maravilhas que ele desenhava sem qualquer esforço. Com quinze anos Paulo desenhou inteiro um álbum de figurinhas para uma entidade judaica beneficente. O resultado foi tão positivo que o álbum foi distribuído pelo mundo. Por intermédio do Beit Chabad, Paulo recebeu uma benção especial do venerando Lubavitcher rebe shlita, Menachem Mendel Schneerson. Pouco depois desenhou capas e ilustrou livros do célebre e saudoso autor infantil Ganymédes José. Por essa época foi convidado para trabalhar no estúdio de Maurício de Souza. Ficou entusiasmado. Veio a ressalva: "Mas você terá que esquecer os teus próprios personagens e se concentrar única e exclusivamente na Turma da Mônica e no traço característico do Maurício". Paulo polidamente recusou o convite.</span></div><div><br /></div><div><span style="font-size: large;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh_oUkhlV3qxbDtUD8dZGPIYdIJ0Dy2vXrg6c2FwIBVyxarPTPg9wv2UU1LfQhc8k5A2gtk5qjWMXDtxXSuFg9K4dPAnZu4QO4r5dNK29FCIwdVS4eKoapDT8bgRDGrHgHhqVPhvtkouenN/s960/A+macaca+Sofia.jpg" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="960" data-original-width="639" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh_oUkhlV3qxbDtUD8dZGPIYdIJ0Dy2vXrg6c2FwIBVyxarPTPg9wv2UU1LfQhc8k5A2gtk5qjWMXDtxXSuFg9K4dPAnZu4QO4r5dNK29FCIwdVS4eKoapDT8bgRDGrHgHhqVPhvtkouenN/w266-h400/A+macaca+Sofia.jpg" width="266" /></a></div>Continuou maravilhando a todos com sua arte. Participou, em 1981, de uma campanha do grêmio escolar. A propaganda era feita com seus desenhos. O mascote de sua chapa era um elefante. E todos os dias, eu - que estudava na mesma escola, só que no primário - andava pelos corredores e olhava com total incredulidade sua criação espalhada pela escola. Dezenas - literalmente dezenas - de cartolinas, por vezes duas ou quatro, coladas com fita crepe, gigantes, todas sensacionais. Verdadeiros murais. Propagandas, histórias em quadrinhos, mensagens rápidas, slogans, piadas, tudo ilustrado com o máximo capricho e profissionalismo. Poderia se imaginar que a chapa contratara uma agência de propaganda, não apenas pela quantidade, mas, sobretudo, pela notabilíssima qualidade do trabalho. E ele não chegara nem aos dezoito anos.</span></div><div><br /></div><div><span style="font-size: large;">Com dezenove, desenhou seu perfil com uma fita crepe na porta de seu quarto. Uma obra-prima de proporção e simplicidade. Em outra ocasião fez seu próprio busto em argila. Magnífico. Eu e meu outro irmão só observávamos, embasbacados com a absoluta perfeição de seu trabalho. Paulo estava longe de ser apenas talentoso. Seus desenhos e esculturas tocavam, realmente, a perfeição. Eram formidáveis. Certa vez chego em casa e encontro uma escultura retratando o mito de Leda e o Cisne, em argila. Não pude acreditar no que via. Minha mãe apareceu e confirmou o que eu já imaginava: "Você viu o que o Paulo fez?"</span></div><div><br /></div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEisuIP78BASkdWxLOhObSOPywWy7_cRudiKaJxkw7VtlQbXndRjSwGbFsS3qQJ4H36JOaG1J_MdxlGfIpoTOYuoMHI-t10FbcoTRegLKAKeIxaVBMAYTPZUMOTwhwKC7_22vEX8dKE6QAB-rZFXaqv0nhxZOrDBRW2BlFFn3r1CcZri3yrEoQ6ocHlj4A/s558/Paulo.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="451" data-original-width="558" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEisuIP78BASkdWxLOhObSOPywWy7_cRudiKaJxkw7VtlQbXndRjSwGbFsS3qQJ4H36JOaG1J_MdxlGfIpoTOYuoMHI-t10FbcoTRegLKAKeIxaVBMAYTPZUMOTwhwKC7_22vEX8dKE6QAB-rZFXaqv0nhxZOrDBRW2BlFFn3r1CcZri3yrEoQ6ocHlj4A/s16000/Paulo.jpg" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i><span style="font-size: medium;">1984</span></i></td></tr></tbody></table><div><br /></div><div><span style="font-size: large;">Em 1982 o Shopping Iguatemi - como costumava ocorrer, naquela época dourada desse shopping - promoveu um concurso de desenho para crianças. O tema era Monteiro Lobato e o prêmio era uma viagem para os estúdios da Globo em Sepetiba, onde era gravado o <i>Sítio do Pica-Pau Amarelo</i> (na incomparável versão de Geraldo Casé, com Zilka Salaberry e Jacira Sampaio). Paulo tomou para si a tarefa de fazer o desenho com o qual eu concorreria. Sentou de frente para sua mesa e fez um desenho de Monteiro Lobato cercado dos personagens do Sítio. Um primor de idéia, de execução e de criação artística. Um desenho que poderia ser capa de qualquer obra contendo os livros de Lobato sobre o Sítio. Venci o concurso em primeiro lugar e fui ao Rio conhecer o Sítio com tudo pago.</span></div><div><br /></div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEha4i0xFNu2R5tAP-TJzKy2AzQem-rvQPs0mBYpV0Nl9sW8GIquSfFEh2NT59pNn5opPx-avv8iEW0AQo0LNG4_yRDX8EbEtHeE-o4p531Beebv4c70zrXcwff2T8zN-GrYwBxHfQfnRsZ4/s557/Inacabado.png" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="443" data-original-width="557" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEha4i0xFNu2R5tAP-TJzKy2AzQem-rvQPs0mBYpV0Nl9sW8GIquSfFEh2NT59pNn5opPx-avv8iEW0AQo0LNG4_yRDX8EbEtHeE-o4p531Beebv4c70zrXcwff2T8zN-GrYwBxHfQfnRsZ4/s16000/Inacabado.png" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: medium;"><i>Paulo comentava que este desenho estava "inacabado".</i></span></td></tr></tbody></table><br /><div><span style="font-size: large;">Na prova de admissão para o curso superior de Artes que cursou em Nova York, em fins da década de 80, Paulo começou a espirrar pequenos jatos de tinta sobre uma cartolina. Os juízes fecharam a cara, esperando um manjadíssimo plágio de Jackson Pollock. Minutos depois ele levantou a cartolina e a colocou de frente para os juízes. Era seu auto-retrato. Foi aprovado com loas.</span></div><div><br /></div><div><span style="font-size: large;">A influência de Paulo, entretanto, extrapolou em muito os limites do desenho. Ele acompanhou assiduamente a campanha para governador de 1982. E se ele com dezoito anos acompanhava aquela chatice, eu com dez também tinha que acompanhar, então sentava e assistia com ele o tosco e estático horário eleitoral gratuito, todos os dias. O hoje famosíssimo debate da Band nós assistimos juntos. Só que eu dormi durante grande parte do debate, até que ele me acordou para que eu pudesse me deliciar com a pancadaria entre Jânio e Montoro. E foi ali que se iniciou meu interesse pela política. Foi ali que conheci Jânio, cuja existência se tornaria tão fundamental para mim. A partir dali, com ele ou sem ele, eu acompanhei religiosamente (e em alguns casos participei) de todas as campanhas que se seguiram.</span></div><div><br /></div><div><span style="font-size: large;">A campanha municipal de 1985, que elegeu Jânio, nós vimos juntos, de cabo a rabo. Anos depois, já em meados da década de 90, ele abre uma editora e passamos dias discutindo que livros poderíamos publicar. Comento minha irritação por Jânio não ter, até aquele momento, uma biografia meticulosa e completa. Ele me responde sem quaisquer rodeios: "Por que VOCÊ não escreve?" A idéia, que jamais passara pela minha cabeça, foi plantada e floresceu. Um ano depois - 1998 - comecei informalmente a pesquisa para a biografia cujo primeiro volume lancei em 2013.</span></div><div><br /></div><div><span style="font-size: large;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi5AmvgD27yg-Q4LKnDEdY8KWKxxcbA-jDmAPGDxDPIl-xomF-3Z_2fiBmMMvycZYX_Z1DPE7W6neX1GFKb_Kv_AHKg9lCRxk0XMZvXC1s6AGkbf0povzAdAjSdHhNTFX5J3J0KUQcK5vv0/s960/busto.jpg" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" data-original-height="960" data-original-width="720" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi5AmvgD27yg-Q4LKnDEdY8KWKxxcbA-jDmAPGDxDPIl-xomF-3Z_2fiBmMMvycZYX_Z1DPE7W6neX1GFKb_Kv_AHKg9lCRxk0XMZvXC1s6AGkbf0povzAdAjSdHhNTFX5J3J0KUQcK5vv0/s320/busto.jpg" width="240" /></a></div>Com ele assisti <i>Gandhi</i> no cinema, aos onze anos. Com ele assisti <i>Amadeus</i> no cinema, aos doze anos. Com ele assisti pela primeira vez em video um filme do Monty Python, que eu nem sabia o que era. E mijei de tanto rir, porque se tratava de nenhum outro a não ser <i>And now for something completely different</i>. Graças a ele assisti o primeiro <i>Rocky</i> de Stallone, em video, pelo qual eu passava todos os dias na locadora e ignorava olimpicamente. Mas isso não é nada; com ele assisti Chaplin pela primeira vez, em filmes que a Globo passava domingo pela manhã. Lembro-me que asisstimos <i>O Garoto</i> juntos e no meio do filme, na seqüência em que o policial tenta levar o menino e Chaplin dá um jeito de recuperá-lo, Paulo deu um salto: "Cortaram o filme! Cortaram uma cena inteira!" Sem noção do que ele dizia, ele explicou: "Existe uma seqüência inteira de perseguição pelos telhados das casas! A Globo cortou!" Dias depois ele me mostra a seção de correspondência da <i>Folha de S. Paulo</i>. Inconformado, ele escreveu para o jornal e relatou o corte criminoso da obra-prima de Chaplin. E o jornal publicou a carta. Paulo sentiu-se melhor. Seu dever, como <i>chaplófilo</i> (obrigado, Jô, pelo termo), estava cumprido.</span></div><div><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi91ikDmX0-Lo9FmBwLhEzXw_aDujd6DFaJhwiBk2sBkxrTkwmAp5n4QE6EtbiFBW-fxXcuMHR9l1nLmnhzXx7J3S-h-5yihtmOce9Gqrs6f75jjnFReYjNgVCek647k_Xaq_sOgH5fBkzM/s536/Paulo.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="401" data-original-width="536" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi91ikDmX0-Lo9FmBwLhEzXw_aDujd6DFaJhwiBk2sBkxrTkwmAp5n4QE6EtbiFBW-fxXcuMHR9l1nLmnhzXx7J3S-h-5yihtmOce9Gqrs6f75jjnFReYjNgVCek647k_Xaq_sOgH5fBkzM/s16000/Paulo.jpg" /></a></div><div><br /></div><div><span style="font-size: large;">Com ele assisti o <i>Rei Lear</i> de Olivier, em video, meu primeiro contato com Shakespeare. Com ele assisti <i>Ubu-Rei</i>, do Ornitorrico, no teatro. Ri às lágrimas com Cacá Rosset, José Rubens Chachá e o saudoso Gerson de Abreu. Como esquecer o gordíssimo Gerson entrando nu em pelo no palco, tendo apenas uma pequena cartola cobrindo-lhe as pudendas? E em 1987, a grande obra de Paulo: ele me levou para assistir o <i>Cyrano de Bergerac</i> de Fagundes, dirigido por Flávio Rangel. Mudou minha vida. Me quebrou ao meio e inoculou o teatro no meu sangue para sempre. Assistimos</span><span style="font-size: large;"> <i>Cyrano</i></span></div><div><span style="font-size: large;"><span>duas vezes. </span>Na segunda ele me comprou a tradução de Ferreira Gullar, à venda no saguão do teatro.</span></div><div><br /></div><div><span style="font-size: large;">Ele conhecia tudo, sabia de tudo, me explicava tudo. Foi o maior leitor que já conheci. Era um manancial inesgotável de conhecimento. E gostava de transmitir essa cultura ao irmão oito anos mais novo. Uma criança talvez tão curiosa quanto ele o fora. Mas nossos pais estavam sempre ocupadíssimos com seus próprios pepinos, trabalho, pagamentos, construção de casa, etc., e Paulo abriu suas picadas culturais sozinho. Não teve quem o tomasse pela mão como ele fez comigo.</span></div><div><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjsLawM9KD3nnfK_3zDb9DHGUOy0CfMlsZrhJXzO1z7fd6flycAFnGqbHUlKoS4drdGueNZXRBO1fCeG319au-YNLKUwbzYMofhKC53IZL2c_7q82byXZQVn2nd0HUWStGxF5PgfLZjhL5n/s700/livros+paulo.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="700" data-original-width="466" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjsLawM9KD3nnfK_3zDb9DHGUOy0CfMlsZrhJXzO1z7fd6flycAFnGqbHUlKoS4drdGueNZXRBO1fCeG319au-YNLKUwbzYMofhKC53IZL2c_7q82byXZQVn2nd0HUWStGxF5PgfLZjhL5n/s16000/livros+paulo.jpg" /></a></div><div><br /></div><div><span style="font-size: large;">Além do desenho, Paulo também brilhou na literatura. Em 2008 lançou <i>Jack , o Estripador - A Verdadeira História, 120 Anos Depois</i>. Em 2016 veio o <i>Guia politicamente incorreto dos presidentes da República</i>, best-seller da notória coleção criada por Leandro Narloch. Em 2018 lança pela Harper Collins o divertido <i>Cogumelo Jesus e Outras Teorias Bizarras Sobre Cristo</i>, juntando as mais absurdas histórias e teorias atribuídas a Cristo. E no mesmo ano lança o romance, <i>Anjo Negro</i>, história ficcional de Gregório Fortunato contada em primeira pessoa pelo próprio. Por esse livro ele recebeu o Prêmio Cepe Nacional de Literatura 2017, na categoria Romance.</span></div><div><br /></div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi_y1M2TESQEsPNNRnFzG1ezIGPAetqqjgHvxmn5hjKhqz5gB5_SHjnWCoQWCc0GveqVZLuAqHljIL08Wh2uAJG2Xny-qo1_YWPKIguAEmjItDvGkwUCMNpuHCGhjkcoVM-SXGNFBY_wWuT/s522/Paulo.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="392" data-original-width="522" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi_y1M2TESQEsPNNRnFzG1ezIGPAetqqjgHvxmn5hjKhqz5gB5_SHjnWCoQWCc0GveqVZLuAqHljIL08Wh2uAJG2Xny-qo1_YWPKIguAEmjItDvGkwUCMNpuHCGhjkcoVM-SXGNFBY_wWuT/s16000/Paulo.jpg" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i><span style="font-size: medium;">2009</span></i></td></tr></tbody></table><br /><div><span style="font-size: large;">Tenho milhares de histórias com o Paulo. Aprendi tanto com ele. Fomos tão próximos quanto dois irmãos podem ser. Tivemos rompimentos estrepitosos, reconciliações fantásticas, trabalhamos juntos um punhado de vezes... Paro por aqui porque nem sequer me atreveria a tentar elencar algumas dezenas de episódios, que fossem, neste momento. Não é a hora e nem eu conseguiria. Quero apenas comunicar que ele se foi. Que morreu um homem inteligente numa época em que não podemos prescindir de homens inteligentes. Morreu o homem mais culto que já conheci. Morreu um super-dotado. Um raríssimo ser humano bafejado pela genialidade. Alguém que poderia ensinar professores de História sobre Napoleão e professores de Cinema sobre Zeffirelli. Alguém que falara em escrever um romance sobre Sherlock Holmes no Brasil anos antes de Jô Soares escrever <i>O Xangô de Baker Street</i>. Alguém que falou em fazer um filme sobre a guerra de Canudos anos antes de Sérgio Rezende dirigir o filme <i>Guerra de Canudos</i>. Alguém que se foi de maneira ridiculamente prematura, aos 56 anos, mas que deixou no mundo sua imensa impressão digital. E nela, sua preciosa impressão mental, sentimental e espiritual. E era meu irmão. <span style="color: #cccccc;">(07/06/2021)</span></span></div><div><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiUZQBNAov1UlghJwJo5lP9mviNfh95Baie4-VZpQG4yG4_r_Ku3B-PdU3r5FMTNtyf2Qy7RGFNRFIUcy3RrNar5UoJNMzznw1-uJqI7eeEKGm1SeVwzpp7X00GCFoAr6X4sjicwVZlGQxT/s519/Paulo2.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="456" data-original-width="519" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiUZQBNAov1UlghJwJo5lP9mviNfh95Baie4-VZpQG4yG4_r_Ku3B-PdU3r5FMTNtyf2Qy7RGFNRFIUcy3RrNar5UoJNMzznw1-uJqI7eeEKGm1SeVwzpp7X00GCFoAr6X4sjicwVZlGQxT/s16000/Paulo2.jpg" /></a></div><div><br /></div><div><br /></div>Bernardo Schmidthttp://www.blogger.com/profile/12196150324865840023noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-4381988697960596291.post-87312245753863687672021-07-03T17:36:00.006-07:002021-07-13T13:54:02.202-07:00Sandra Bullock fala de "Fire on the Amazon" no Programa Livre, em 1997<div><br /></div><span style="font-size: large;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh_N04NoQGRwRr42a7i5-StxLsISSxhdsUokGI_Rz5KfGAaeMaM-kO6HDwIQ16RPpWlz0nXI_kP4V1tfqc-29VG5rteWZBdZSHfNCpEuu17k9iLMaLwRcqzm1LVKnYWTAasC4BG0w1zxTOk/s1953/1997.jpg" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img alt="Sandra, em 1997" border="0" data-original-height="1953" data-original-width="1405" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh_N04NoQGRwRr42a7i5-StxLsISSxhdsUokGI_Rz5KfGAaeMaM-kO6HDwIQ16RPpWlz0nXI_kP4V1tfqc-29VG5rteWZBdZSHfNCpEuu17k9iLMaLwRcqzm1LVKnYWTAasC4BG0w1zxTOk/w288-h400/1997.jpg" width="288" /></a></div>Meus caros,</span><div><div><span style="font-size: large;">em 1997, três anos depois do sucesso de <i>Speed</i> ("Velocidade Máxima"), o diretor Jan de Bont se juntou novamente à Sandra Bullock para uma continuação. Keanu Reeves, talvez prevendo que a seqüência ou não era necessária, ou não alcançaria jamais o sucesso do primeiro, não quis participar. Perguntada sobre isso, a razão dada por Bullock era de que Reeves acabara de fazer um filme de ação e não desejava emendar um no outro. Mentira. Seu último filme de ação, <i>Chain Reaction</i>, estreara um ano antes, e desde então ele já emendara três filmes que nada tinham a ver com o gênero: a comédia <i>Feeling Minnesota</i>, o indie <i>The Last Time I Committed Suicide</i> e o drama <i>The Devil's Advocate</i>, prestes a estrear. Em seu lugar os produtores cometeram a insanidade de colocar um dos mais deploráveis canastrões de Hollywood, um galãzinho insignificante, de quinta categoria chamado Jason Patric. Para piorar, o roteirista original, Graham Yost, também ficou de fora e o roteiro acabou nas mãos de dois ilustres ninguéns, Randall McCormick e Jeff Nathanson. O resultado foi um desastre de proporções estratosféricas. Um fracasso de público e crítica. Mas isso só ficou meridianamente claro tempos depois.</span></div><div><br /></div><div><span style="font-size: large;">Em agosto de 1997, entretanto, dois meses depois da estréia norte-americana, o estúdio resolveu trazer Sandra e Jason ao Brasil para promover o filme. Apreciador de Bullock, eu assisti algumas de suas entrevistas no Brasil, para o Metrópolis e outros programas eminentemente culturais. Não creio que foi ao Jô, aliás, por alguma razão. A impressão inicial foi claríssima: Sandra era exatamente o que se esperava dela, ou seja, simpática, engraçada e divertida. E o substituto de Keanu Reeves também não surpreendeu; era, nas entrevistas, o que é em frente as câmeras: uma nulidade. Insípido, inexpressivo, desagradável e descartável.</span></div><div><br /></div><div><span style="font-size: large;">Soube (já não me recordo se pela <i>Ilustrada</i> ou através de um amigo que trabalhava no SBT) que na segunda-feira, 4 de agosto de 1997, ela daria uma entrevista para o Programa Livre, de Sérgio Groisman. Acionei meu amigo e ele deu um jeito de me colocar na platéia do programa, que era ao vivo. Sentei-me no canto de uma das arquibancadas do estúdio, que dava diretamente para a saída dos convidados. Cumprimentei Groisman, que passou por ali pouco antes de começar a transmissão, e qual não foi minha surpresa quando ele me tratou com inusitada familiaridade. A única coisa que posso imaginar é que se lembrou de quando o conheci pessoalmente, na Semana Cultural do Mackenzie, anos antes, na qual integrou uma mesa com o jornalista Nelson Gomes e o dramaturgo Geraldo Vietri. Ou talvez ele seja, mesmo, naturalmente legal e boa praça com todo mundo.</span></div><div><br /></div><div><span style="font-size: large;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhrCG2WwE6gZD-82a5hVjZeVx4pHJuKTC-jiU3PhyphenhyphenfsEvowPpvRaPkJwyo33D2pk1YrKCuB5RMHr3X2gcfxCAat0Rp6SRfQp4CMcldqvxyVezz5AW7PGfY0PmtnaPiNw98a7pMiBcYzueiC/s682/Programa+Livre.JPG" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" data-original-height="682" data-original-width="467" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhrCG2WwE6gZD-82a5hVjZeVx4pHJuKTC-jiU3PhyphenhyphenfsEvowPpvRaPkJwyo33D2pk1YrKCuB5RMHr3X2gcfxCAat0Rp6SRfQp4CMcldqvxyVezz5AW7PGfY0PmtnaPiNw98a7pMiBcYzueiC/s320/Programa+Livre.JPG" /></a></div>O apresentador, porém, estava um pouco alterado e compreendi o porquê minutos depois. No centro do estúdio, ele cumprimentou o público e disparou: "Galera, em primeiro lugar, o ator que vinha com a Sandra Bullock deu o cano! O convite era para os dois e ele simplesmente não veio". Como ninguém nem conhecia aquele inútil e 100% do público estava lá para ver Sandra, não houve qualquer comoção. A notícia que veio a seguir foi um pouco mais traumática: "A assessoria dela acaba de me avisar que o uso de máquinas fotográficas está completamente proibido. E não é só isso: me disseram que se uma foto for tirada, ela levanta e vai embora". O público chiou. Ele continuou: "Vai passar uma pessoa da produção para pegar as máquinas de todos vocês. E no fim do programa elas serão devolvidas". Enquanto parte do público vaiava ou reclamava, ao entregar suas máquinas, ele desabafou: "É a primeira vez que isso acontece no Programa Livre. Temos atrações internacionais toda hora e nunca houve uma exigência desse tipo. Peço desculpas a vocês". O público aplaudiu, sabendo que nenhuma culpa cabia a Groisman, sempre liberal e tranqüilo com sua platéia, e apesar da decepção inicial com as câmeras houve grande empolgação quando Sandra foi anunciada e entrou no estúdio. A bem da verdade, em questão de segundos qualquer contratempo foi esquecido, diante da estrela, mais linda e mais simpática do que nunca.</span></div><div><br /></div><div><span style="font-size: large;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh1cW2e-Afbw0iLT6bbECsnGzWyC_9U_RdIRP3-vY2JNCP0GG4XdnQYoFeLZWpALkzpcx3AEobcD-97no5torqUxFFi90fn9V5qn4YK3q3xiyi1qp9mIC4o6VDNvD6M8djoo2HhSY5AJOPm/s507/fire+on+the+amazon.jpg" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="507" data-original-width="338" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh1cW2e-Afbw0iLT6bbECsnGzWyC_9U_RdIRP3-vY2JNCP0GG4XdnQYoFeLZWpALkzpcx3AEobcD-97no5torqUxFFi90fn9V5qn4YK3q3xiyi1qp9mIC4o6VDNvD6M8djoo2HhSY5AJOPm/s320/fire+on+the+amazon.jpg" /></a></div>No meio do programa eu perguntei sobre <i>Fire on the Amazon</i>, filme que ela protagonizou ainda em início de carreira, com produção executiva de Roger Corman. Sua resposta foi inteligente, objetiva e informativa. Confessou que só aceitou o trabalho para poder conhecer a Amazônia peruana, em Iquitos, onde foi gravado o filme, e que aproveitou a experiência para aprender sobre aspectos básicos de uma filmagem, como respeitar marcas e coisas do tipo. Anos depois ouvi rumores de que ela se arrependera de ter feito esse filme, em virtude de cenas de nudez e a exploração gratuita delas, agora que ela era famosa. Para mim, que nem sequer vira o filme e só o mencionara por achar interessante sua associação com o velho mestre dos filmes B, não fazia qualquer diferença. Durante a entrevista ela equilibrou-se entre o humor e a seriedade, pendendo mais para o sério. E não por decisão sua, mas porque as perguntas foram inesperadamente inteligentes e relevantes. Isso permitiu que ela desse vazão a um curioso traço de sua personalidade: considerada inicialmente apenas uma brincalhona, sempre bem-humorada e descontraída em suas entrevistas, não foi necessário muito tempo para perceber que por trás disso há uma profissional dedicada, competente, e uma mulher articulada e brilhante. E sua participação foi um deleite para todos os presentes e para aqueles que assistiram a transmissão ao vivo, do SBT. Quando a entrevista terminou e o programa foi para o comercial, ela levantou e veio em minha direção, já que eu estava sentado ao lado da saída dos convidados. Beijei-lhe a mão. Ela pôs sua outra mão em minha cabeça e agradeceu, maravilhada com a gentileza do público brasileiro. Dito isto passo ao epílogo deste texto:</span></div><div><br /></div><div><span style="font-size: large;">Estando presente à trasmissão ao vivo, não pude gravar o programa e durante anos tentei encontrar alguém que o tivesse gravado. Na época do Orkut eu cheguei a entrar em comunidades de Sandra Bullock no Brasil e nos Estados Unidos, na esperança de que colecionadores tivessem essa fita. Não tinham. No Youtube a coisa não foi muito melhor. Há uns dez anos vi no site a cena de sua entrada e ela cumprimentando Groisman. Terminava ali, e aparecia um e-mail para que o programa fosse encomendado na íntegra. Escrevi. Nada. E conversando outro dia com esse mesmo amigo que conseguiu minha entrada no programa, e lamentando nunca ter conseguido assistir a entrevista, ele pergunta sobre o Youtube. Por desencargo de consciência fui dar uma olhada e eis que a entrevista foi postada, finalmente, no ano passado, depois de 23 anos. Pude, portanto, assistir a entrevista e minha pequena participação, depois de 24 anos. E foi muito divertido. Lamento apenas não ter tirado os óculos na hora de perguntar.</span></div></div><div><span style="font-size: large;"><br /></span></div><div><br /></div>
<iframe allow="accelerometer; autoplay; clipboard-write; encrypted-media; gyroscope; picture-in-picture" allowfullscreen="" frameborder="0" height="415" src="https://www.youtube.com/embed/AyIpLtVbf6Y" title="YouTube video player" width="580"></iframe>Bernardo Schmidthttp://www.blogger.com/profile/12196150324865840023noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4381988697960596291.post-63935426046928390342021-01-08T10:06:00.003-08:002021-02-24T11:41:50.010-08:00Comentário rápido sobre ante-ontem<div><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEghUV2LzTtgQJXcxY73qqprdw8rtcsGC-HtH4zRvxTiA0AUEHbvhGJx5AseIhqIiz-P4q2VQsBY2pNOY3p8pLDjpqIU-e2Gl_4qCpc8UPbjX0hkLps9_i__mWGBUbmjz97ocgE3h04-7a9M/s543/riots.png" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="394" data-original-width="543" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEghUV2LzTtgQJXcxY73qqprdw8rtcsGC-HtH4zRvxTiA0AUEHbvhGJx5AseIhqIiz-P4q2VQsBY2pNOY3p8pLDjpqIU-e2Gl_4qCpc8UPbjX0hkLps9_i__mWGBUbmjz97ocgE3h04-7a9M/s16000/riots.png" /></a></div><div><br /></div><span style="font-size: large;">O que aconteceu ante-ontem em Washington foi uma página negra na história dos Estados Unidos e de todas as democracias ocidentais. Durante os últimos dois anos Bill Maher buzinou em seu programa que Trump não sairia da Casa Branca, ganhando ou perdendo. A profecia acabou caindo no vazio pelo excesso de sua repetição. Ontem, entretanto, vimos sua concretização. E vimos também do que é capaz essa tropa de depravados, inescrupulosos e imbecis que vota em Trump. Protagonizaram uma invasão que é um espelho de quem a idealizou e incitou: caótica, criminosa, e acima de tudo, ridícula. Perucas de touro, bandeiras confederadas, selfies com policiais, roubo de púlpitos e toda a burrice oceânica que caracteriza esse rebotalho da humanidade que Hillary Clinton tão inspiradamente denominou "basket of deplorables". Como cereja desse bolo humano macabro, uma trumpista de carteirinha, veterana das Forças Armadas, foi baleada e morreu. Outras três pessoas morreram na barafunda. Parabéns a Trump e seus <i>deplorables</i>.</span><div><br /></div><div><span style="font-size: large;">Sempre tive a mais perfeita noção do cafajeste tapado, imoral e oportunista que é Trump. E do quanto seria perigoso elegê-lo simplesmente pela piada. Porque a piada pode ter sua graça quando é contada na televisão e o bobo da côrte não passa disso: um bobo da côrte. Mas quando o cetro do reino é entregue ao bobo, a graça termina. A ascensão de Trump à presidência norte-americana pôs a descoberto a fragilidade dessa democracia de duzentos anos, tão respeitada e tão emulada. Pôs a descoberto a fragilidade de instituições que o país por décadas não se atreveu jamais a questionar. E pôs a descoberto a confiança que os norte-americanos têm na segurança dessas instituições. Foi chocante ver o Capitólio, centro da vida legislativa de Washington, ruindo como um castelo de cartas diante da primeira investida dos idiotas pró-Trump. Imaginávamos que ao menor rebuliço, um tiro de tanque reduziria todo mundo a pó. Não foi bem assim. É tanta a confiança de que ninguém jamais se atreveria a invadir o Capitólio (incólume desde 1814) que a segurança parecia ser feita pelos Keystone Cops, ou por uma equipe de guardas de trânsito, completamente inermes diante da baderna.</span></div><div><br /></div><div><span style="font-size: large;">Curioso, também, que o termo "república de bananas", tão comumente associado a nós pelos norte-americanos, tenha sido usado por eles para caracterizarem-se a si próprios. A presença de Trump e sua camarilha no mais alto escalão do governo é a prova de que - assim como no Brasil - quando o povo elege de maneira irracional, movido pelo ódio ou pelo radicalismo, incide-se no erro funesto de deixar o hospício nas mãos dos loucos, ou, pior ainda, de entregar a chave do cofre nas mãos dos bandidos. Vemos isso acontecer no Brasil há dezoito anos. Nos Estados Unidos, porém, a culpa não é do povo: W foi derrotado em seu primeiro mandato e Trump foi derrotado nas duas vezes em que concorreu. Só chegou ao Salão Oval por causa do Colégio Eleitoral.</span></div><div><br /></div><div><span style="font-size: large;">Não é necessário ser pitonisa para saber que Bolso - sendo uma cópia piorada de Trump - vai tentar a mesma coisa, ou ainda pior, no Brasil, em 2022. E haverá embate entre dois exércitos de bucéfalos: bolsoafetivos e viúvas ensandecidas do lulopetismo. Espero que aqueles que não comungam com nenhum desses dois movimentos asquerosos se unam em busca de uma alternativa.</span></div>Bernardo Schmidthttp://www.blogger.com/profile/12196150324865840023noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-4381988697960596291.post-83580987618070824572020-11-14T22:45:00.002-08:002020-11-14T22:45:55.531-08:00Meu voto para Prefeito será em Márcio França<div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjoHAs_gsTrg4jZgFHOqDl92TL9QLrpp7Hhho_TPavTitWhPhk6zRweUBh3FuJEfxmMu56CneL_lhELVoNyHfM-Srxfb-eSTg_09KiZkt8JOI6YQNH8M_BR2HiGmznqh_2Vn6kuDYJWUu74/s545/1600568792383.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="545" data-original-width="545" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjoHAs_gsTrg4jZgFHOqDl92TL9QLrpp7Hhho_TPavTitWhPhk6zRweUBh3FuJEfxmMu56CneL_lhELVoNyHfM-Srxfb-eSTg_09KiZkt8JOI6YQNH8M_BR2HiGmznqh_2Vn6kuDYJWUu74/s16000/1600568792383.jpg" /></a></div><br /></div><div><br /></div><span style="font-size: large;">Vamos à tarefa ingente de analisar as atrações do CIRCO SÃO PAULO. Confesso que ao contrário de eleições passadas, em que escrevo com convicção e interesse, este ano quase esqueci de escrever qualquer coisa, tal é a indiferença com que vejo a atual lista de postulantes. Ei-los:</span><div><br /></div><div><span style="font-size: large;">BRUNO COVAS - Neto do saudoso Mário Covas, Bruno se elegeu deputado estadual em 2006 e 2010, e licenciou-se do cargo em 2011 para ocupar a Secretaria de Meio Ambiente no governo de Geraldo. Em 2014 elegeu-se deputado federal e em 2016 elegeu-se vice-prefeito na chapa de Dória. Em 2019 descobriu um câncer entre o esôfago e o estômago, que vem tratando desde então. Aparentemente, no momento o câncer encontra-se em remissão.</span></div><div><br /></div><div><span style="font-size: large;">Nada tenho contra o neto de Mário Covas. Não é segredo (e nem acredito que ele negaria) que fez sua carreira graças ao sobrenome do avô. Quanto a ser vice de Dória, todos cometemos erros; eu mesmo sou da turma que votou em Dória, engolindo aquela conversinha de "eu sou gestor" e me arrependo amargamente. Bruno foi do PSDB a vida inteira, homem de Geraldo e a incumbência recaiu sobre ele. Até aí morreu Neves. O que importa é que seja como deputado, seja como prefeito, não se lhe conhece uma única obra que valha registro. Foi considerado um deputado razoável, mas um prefeito medíocre. Entendo que este seja um mandato tampão e que não seja exatamente a SUA prefeitura, mas até onde sei, a única coisa pela qual ele será lembrado é a destruição do Boulevard do Anhangabaú, tal como Jânio o imaginara e deixara parcialmente pronto.</span></div><div><br /></div><div><span style="font-size: large;">O local já sofrera uma mudança de projeto motivada pela vingança e pelo revanchismo de Luiza Erundina, mais preocupada em paralisar as obras de Jânio do que com o bem estar que elas poderiam ocasionar ao povo paulistano. Nas décadas seguintes o que restou do Boulevard se deteriorou pela incúria das gestões que se sucederam, e Dória/Covas deram o golpe final; pela bagatela de 100 milhões de reais, passaram uma motoniveladora por cima e transformaram o que poderia ter sido um lindo boulevard, em um calçadão feio e sem graça.</span></div><div><br /></div><div><span style="font-size: large;">No mais, não é acusado de corrupção, não há deslizes em sua vida pessoal e, malgrado o que fez com o Boulevard, já conta com experiência para gerir o município. Se fará as escolhas certas, considerando o balaio de gatos que compõe sua coligação, não sabemos. Mas é meu voto num eventual segundo turno.</span></div><div><br /></div><div><span style="font-size: large;">BOULOS - O próprio "Rebelde sem Causa" da música do Ultraje a Rigor. Filho de dois médicos, Boulos foi do dinheiro da família para o dinheiro do fundo partidário. Não trabalha, não produz, não NADA. O PSOL é uma dissidência do PT criada em 2004 por petistas que discordavam da orientação dada por Lula a seu governo, e o partido cresceu ainda mais quando explodiu o escândalo do mensalão, entre 2005 e 2006. Alguém precisa avisar isso ao Boulos, que não tem sido outra coisa, nestes últimos anos, além de um dos mais baixos e fedorentos puxa-sacos do ex-presidente e ex-presidiário. Boulos deveria assumir sua idolatria por Lula e ir para o PT de uma vez. E é interessante como só se candidata a cargos majoritários; cuidou para que a deputada federal Sâmia Bomfim - que merecia a candidatura muito mais do que ele - fosse defenestrada na convenção de seu partido, mas não é capaz de aprender um pouquinho, conhecer a cidade, ser vereador, ser síndico de um prédio, se desintoxicar um pouquinho de sua vida besta e inútil, preenchendo-a com o que nunca fez: trabalhar. </span></div><div><br /></div><div><span style="font-size: large;">Como disse anteriormente, não passa de "um demagogo menor, ridículo e tagarela".</span></div><div><br /></div><div><span style="font-size: large;">RUSSOMANO - O bom de Russomano se candidatar (e perder) em todas as eleições é que não preciso escrever um texto novo. É só refundir o que escrevi em 2016: É um reles oportunista. Começou com Maluf, aboletou um irmão na chapa de Orestes Quércia para o governo em 2006, e em 2010 apoiou Dilma para a presidência. Hoje bate continência a Bolsonaro. Não tem qualquer estofo ideológico ou social e é inteiramente despreparado para um cargo como a prefeitura. Vai para onde lhe convém e não tem compromisso com pessoas ou programas. Suas campanhas são sempre iguais: ele começa muito bem e acaba se enrodilhando num emaranhado dos seus próprios erros e limitações. Não merece ser eleito de forma alguma. E o video no qual maltrata a funcionária de uma loja, querendo bancar um paladino de fancaria, é nódoa que o acompanhará eternamente.</span></div><div><br /></div><div><span style="font-size: large;">MÁRCIO FRANÇA - Mesma coisa. Refundo o texto que escrevi em 2018: Meu voto para prefeito, neste primeiro turno, vai para Márcio França - 40. A biografia política de França é admirável. Foi vereador de sua cidade - São Vicente - por duas legislaturas, depois foi prefeito de lá duas vezes, sendo que sua reeleição foi um recorde no Brasil inteiro, já que ele recebeu inacreditáveis 91% dos votos válidos. Depois se elegeu deputado federal duas vezes e quando iniciaria o segundo mandato foi para a Secretaria de Turismo de São Paulo, a convite de Alckmin. Com o rompimento de Geraldo e Afif Domingos, França foi candidato a vice do tucano em 2014 e uma vez eleito, assumiu a Secretaria Estadual de Desenvolvimento. É portanto, um político experiente e um campeão de votos. É também homem discreto e não pesa sobre ele uma única acusação de corrupção. E como a eleição é sempre um teste que reúne o combo caráter/ experiência/ competência, Márcio França me parece imbatível. É meu candidato.</span></div><div><br /></div><div><span style="font-size: large;">JILMAR TATTO - Sem comentários.</span></div><div><br /></div><div><span style="font-size: large;">ARTHUR DO VAL - Tentou capitalizar sobre a fama do seu canal no Youtube. Conseguiu virar deputado estadual, mas desta vez deu um passo maior do que perna.</span></div><div><br /></div><div><span style="font-size: large;">JOICE - Até onde sei, começou como apresentadora de telejornais no Paraná, na Jovem Pan de São Paulo e como comentarista do programa que a Veja tinha na Internet. Ficou famosa na esteira da derrocada petista e se bolsonarizou. Virou deputada federal com grande votação e murchou junto ao balão bolsonarista. Brigou com o chefe e agora tenta brilhar por si só. Não decolou. Mas sou obrigado a citar meu amigo Guilherme Bôrghi: "A eleição do meu coração ela já ganhou". Que mulher linda, meu Deus! O lugar de Joice é na TV, e não no Congresso. Entretanto, se quer mesmo fazer política, deve começar lembrando que recebeu mais de um milhão de votos em sua eleição para a Câmara, e jogar isso no lixo para tentar a prefeitura de uma cidade onde mora há apenas seis anos, não é nem um pouco recomendável.</span></div><div><br /></div><div><span style="font-size: large;">ANDREA MATARAZZO - Político de gabinete, exerceu diversas secretarias de Estado e foi embaixador na Itália de 1999 a 2001. Filiado ao PSDB desde 1991, teve boa votação para a Câmara Municipal em 2012 e desejou concorrer à prefeitura em 2016. Defenestrado por Geraldo para que Dória pudesse ser o candidato, Andrea deixou o partido e se filiou imediatamente ao PSD de Kassab, onde concorreu como vice na chapa de Marta Suplicy, que concorria pelo PMDB. Chegaram num magro quarto lugar, atrás de Dória, Haddad e Russomano. Andrea perdeu o bonde da história. Devia ter tentado uma vaga na Câmara, e mesmo assim com grande risco de perder.</span></div><div><br /></div><div><span style="font-size: large;">ORLANDO SILVA - O ministro da tapioca é outro que perdeu o bonde faz tempo. Que necessidade patológica de permanecer na política, mesmo quando o seu tempo acabou.</span></div>Bernardo Schmidthttp://www.blogger.com/profile/12196150324865840023noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4381988697960596291.post-79841300310271347582020-11-08T12:30:00.011-08:002021-03-21T15:05:21.392-07:00Sobre Biden e a eleição norte-americana<div><span style="font-size: large;"><br /></span></div><span style="font-size: large;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhvWrhf24eyL-CB2nUAdy1Vthal3uzV2hG0MJQPLGwmBKK4Jpv-2nkgITxjeECxaU95sxam681AJH14ylEZhLPJ6SV9RuAQsBPMT-L6_C7GNnWwGAUXvuJ6WnrG52QjCL3QLg907sVocoPR/s600/Joe_Biden.jpg" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="600" data-original-width="480" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhvWrhf24eyL-CB2nUAdy1Vthal3uzV2hG0MJQPLGwmBKK4Jpv-2nkgITxjeECxaU95sxam681AJH14ylEZhLPJ6SV9RuAQsBPMT-L6_C7GNnWwGAUXvuJ6WnrG52QjCL3QLg907sVocoPR/w320-h400/Joe_Biden.jpg" width="320" /></a></div>Não há segredo na eleição de Biden porque os Estados Unidos estão plenamente acostumados com a alternância de poder entre democratas e republicanos. É bem verdade que grande exceção deve ser observada no fato de que os dois últimos presidentes republicanos (Bush filho e Trump) não se elegeram pelo voto popular, e sim por votações altamente questionáveis no Colégio Eleitoral. Mas deixemos isso de lado, por enquanto; o que importa, aqui, é analisar a vitória de Biden no presente cenário.</span><div><br /></div><div><span style="font-size: large;">1 - Embora a eleição de Trump em 2016 se assemelhe, de certa forma, à eleição de Bolso no Brasil, dois anos depois - no sentido de que dois populistas inteiramente incapazes foram eleitos - não há maior paralelismo. Bolso foi aquela remédio tomado às pressas para matar o vírus do PT. E no fim substituiu-se a corrupção desenfreada de um pela anarquia psicótica do outro. Tomou-se o remédio primeiro, leu-se a bula depois.</span></div><div><br /></div><div><span style="font-size: large;">Haveria um paralelo mais fiel na eleição de 2002, que levou Lula ao poder; Fernando Henrique estabilizou o moeda e o Brasil viveu oito anos de relativa calmaria financeira. Quando chegou a hora de sua sucessão, porém, Mário Covas fez a maldade de morrer e deixou o destino do PSDB nas mãos de José Serra, um candidato de competência comprovada mas de pouquíssimo apelo popular. Conclusão: Lula ganhou no segundo turno.<br /></span></div><div><br /></div><div><div class="separator" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em; text-align: center;"><img border="0" data-original-height="901" data-original-width="681" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEisgJA94vonIkAkf2ZU8VzB-2iHSjKvcc5IeOGe4HFHMsI1y8A2TTlES7v-qgwMRJwC1nA0AUt9TTAiqvDCyTNjS9NmIHOGXamDJQ2pk3Es4OuGfKM9Pov7zp7Ew4wM1i_22JZ-jNvpMsTL/w303-h400/joe+obama.jpg" width="303" /></div><span style="font-size: large;">Na mesma medida, Obama foi o presidente que tirou os Estados Unidos de sua pior crise desde o crash de Wall Street em 1929, mas quando seu segundo mandato terminou, o Partido Democrata meteu os pés pelas mãos e endossou a candidatura de Hillary Clinton. Poderia (e deveria) ter cerrado fileiras em torno de Elizabeth Warren - uma espécie de versão <i>friendly</i>, confiável e ligeiramente mais à esquerda de Hillary - mas ela própria sabotou sua candidatura e resolveu não concorrer. Sobrava Bernie Sanders - aquele tio velho, </span><span style="font-size: large;"><span>liberal e progressista, sempre </span><span>mal-humorado e, por isso mesmo, divertidíssimo sem querer - mas denominar-se um "democrata socialista" nos Estados Unidos é o mesmo que jurar lealdade a Lenin e Stalin. Bernie foi até o fim e fez uma bela campanha dentro do partido, mas acabou defenestrado. A escolhida foi Hillary. Os eleitores de Bernie - que incluíam quase 100% da classe artística e intelectual - jamais a perdoaram. Muitos estão naquele percentual que seria capaz de votar em branco para não ter que votar na candidata. </span></span></div><div><br /></div><div><span style="font-size: large;">Não poderia haver pessoa mais preparada para o cargo do que a esposa do ex-presidente Bill Clinton. O fato de ser mulher também era altamente representativo, somando-se ao ineditismo de suceder o primeiro presidente negro. Mas Hillary era uma candidata difícil de ser vendida ao establishment. Experiente, competente e pessoalmente desagradável, ela pisava forte no calo do patriarcado norte-americano e, para usar um termo conhecido por lá, "não excitava a base" de seu partido. Trazia também a nódoa de, como senadora, ter votado a favor da guerra do Iraque, fato do qual se arrependeu publicamente, mas que é sempre lembrado como sinal de sua fraqueza (Biden, por sinal, apoiou a mesma guerra e não foi tão cobrado por isso quanto Hillary. Dois pesos e duas medidas? Certamente).</span></div><div><br /></div><div><span style="font-size: large;">Não obstante tudo isso, ela venceu a eleição pelo voto popular com três milhões de votos a mais do que seu oponente, mas no Colégio Eleitoral levou uma surra pior do que a que Trump está levando hoje. Dessa forma, podemos afirmar que tanto 2002 no Brasil quanto 2016 nos Estados Unidos não foram exatamente eleições de protesto contra o governo que saía, mas derrotas que talvez devam ser debitadas a escolhas partidárias equivocadas. No Brasil, pela morte do candidato ideal; nos Estados Unidos, porque a candidata ideal não quis concorrer.</span></div><div><br /></div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiCDhzP_4yMZsOJTtQ3A9UaikQJZ8jq3U6XAd40KaknRW1myn4WVM-GEOnM9qTiW1zUDwKoYIX_SR_H7Ewisizn1Nyq7RBimrO0Psn68a-BBOwCIrlKWKf_2bSGLCMBwpEnY6Uehz8MyDpY/s556/hillary+warren+bernie.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="314" data-original-width="556" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiCDhzP_4yMZsOJTtQ3A9UaikQJZ8jq3U6XAd40KaknRW1myn4WVM-GEOnM9qTiW1zUDwKoYIX_SR_H7Ewisizn1Nyq7RBimrO0Psn68a-BBOwCIrlKWKf_2bSGLCMBwpEnY6Uehz8MyDpY/s16000/hillary+warren+bernie.jpg" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i><span style="font-size: medium;">Hillary, Elizabeth Warren e Bernie</span></i><br /></td></tr></tbody></table><div><br /></div><div><span style="font-size: large;"><span>O 2020 norte-americano é o 2006 brasileiro. Só que enquanto os brasileiros perdoavam Lula e </span><span>derrotavam Geraldo</span><span> - mesmo que o petista estivesse chamuscadíssimo pelos escândalos de Valdomiro Diniz e Carlinhos Cachoeira, além do recém-denunciado mensalão - os americanos tiveram mais senso e chutaram Trump para longe.</span></span></div><div><br /></div><div><span style="font-size: large;">2 - Houve dezenas de postulantes à vaga de candidato do Partido Democrata para a eleição presidencial de 2020. Alguns desses jovens eram interessantíssimos e representavam várias minorias, como o empresário descendente de taiwaneses, Andrew Yang, o ex-prefeito de South Bend, Indiana, </span><span style="font-size: large;">Pete Butigieg, assumidamente homossexual, a senadora por Massachusetts, Amy Klobuchar e a senadora pela California, Kamala Harris (que conseguiu abocanhar a vice-presidência, na chapa de Biden). Todos seriam boas opções, mas os democratas tiveram medo de apresentar um nome relativamente desconhecido numa eleição tão fundamental, e desde o primeiro momento apostaram no favoritismo dos experientíssimos septuagenários Elizabeth Warren e Bernie Sanders, e agora o ex-vice de Obama, Joe Biden.</span></div><div><br /></div><div><div class="separator" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em; text-align: center;"><img border="0" data-original-height="570" data-original-width="423" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgiIi8da1pU63KLkIOfHBx5QonpPSIxXK9AiKZ9bZgmhmPB0qgPKewstjyVjdQHK1KMYgFbxsa2hggDRXUP46_2hN34AUZyJg_PQU8b9qPSaxzO-xBC2_FV60UMHZ62BSS80g75WtuNsvOR/w296-h400/don.jpg" width="296" /></div><span style="font-size: large;">Só que 2020 não é 2016 e a percepção do público mudou drasticamente de direção. Não havia mais idéias em jogo, e sim a necessidade premente de tirar Trump da presidência. No fim das contas, o alaranjado empresário não cumpriu uma única de suas promessas, mesmo as mais cretinas, como construir um muro separando o país do México. Só fez trombetear uma estabilidade financeira que herdou de seu antecessor (exatamente a mesma coisa que Lula fez em seu primeiro governo). No mais, Trump tentou acabar com o Obama Care e foi obstado pelos próprios republicanos no senado. Notabilizou-se apenas pelas múltiplas investigações que sofreu por intromissão externa nas eleições que lhe deram sua questionabilíssima vitória; por nunca ter revelado sua declaração do imposto de renda, por ter sofrido um impeachment na Câmara, por ser um homem ignorante e sem qualquer refinamento e por um sem-número de declarações idiotas e ofensivas pelo twitter. E, obviamente, é indescritível sua estupidez na forma como lidou com a pandemia mais séria que enfrentamos desde a gripe espanhola. Bernie e Warren perderam o bonde da história em 2016 e quem se tornou a opção mais viável foi o folclórico vice de Obama, Joe Biden.</span></div><div><br /></div><div><span style="font-size: large;"><span>Político de carreira há 50 anos, Biden enfrentou tragédias pessoais (a morte da primeira esposa e da filha em um acidente automobilístico, e a morte de um filho, recentemente, por cãncer no cérebro) e tentou se candidatar à presidência duas vezes, anteriormente </span>(1988 e 2008), mas não conseguindo qualquer respaldo dentro do partido, simplesmente retirou sua candidatura antes da convenção.</span></div><div><br /></div><div><span style="font-size: large;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgtGKJ-EVzJQDmXTbxsk2ZayI3bip94met0dVAs8cyab9nltCsA5zbMYLDcIaAPsMYDT1dhwS1F148CcPwab2-TY4AOgWGg9RVgIfl8v-0VIC8hEtiGs1V-FzKl7ln82NVLcxELlP8t_IF8/s936/joey.jpg" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" data-original-height="936" data-original-width="936" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgtGKJ-EVzJQDmXTbxsk2ZayI3bip94met0dVAs8cyab9nltCsA5zbMYLDcIaAPsMYDT1dhwS1F148CcPwab2-TY4AOgWGg9RVgIfl8v-0VIC8hEtiGs1V-FzKl7ln82NVLcxELlP8t_IF8/s320/joey.jpg" /></a></div>Mas por quê Biden e não Bernie ou Warren? Os três <i>seniors</i> tem basicamente os mesmos pontos de vista e são, cada um à sua maneira, o "anti-Trump". Em termos sociais, aliás, Bernie e Warren são bem mais progressistas e já advogavam - sobretudo Bernie - direitos com os quais Biden só passaria a concordar depois de um longo e lento processo de evolução que culminou com seu apoio ao casamento gay, em 2012, antes mesmo do próprio Obama embarcar nessa onda. Há duas razões: a primeira é de que o Partido Democrata quer cooptar o eleitor de Trump que está decepcionado com seu governo, e não fortalecer a ideologia de quem já vota com os democratas. Nesse sentido, o homem branco e conservador que se arrependeu de votar em Trump se sentirá muito mais confortável votando em alguém inteligente, embora simples e tosco, que evoluiu publicamente em seu ponto de vista, do que em candidatos que possuem uma agenda historicamente engajada e um indisfarçável verniz professoral, como é o caso de Bernie e Warren. Biden é visto como povo. Suas muitas gafes ao longo dos anos não são máculas em sua vida, tanto quanto momentos que fizeram o povo rir e se identificar com ele.</span></div><div><br /></div><div><div class="separator" style="clear: both; font-size: x-large; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiGwU998vobDDuk6Yg5jke37R3EmX0BoUrgPOINPQiR6TL68zI-WADCuZ8U7OGmLTHNJnrGyHQzqqOJTo8F3SzT-Vzo3f6aisH6CRn3Ey-mON6QDJYxYD53Z2QDDFL6I1LraUeOxRSvAjHu/s1586/john-mccain-joe-biden.jpg" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1586" data-original-width="1498" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiGwU998vobDDuk6Yg5jke37R3EmX0BoUrgPOINPQiR6TL68zI-WADCuZ8U7OGmLTHNJnrGyHQzqqOJTo8F3SzT-Vzo3f6aisH6CRn3Ey-mON6QDJYxYD53Z2QDDFL6I1LraUeOxRSvAjHu/s320/john-mccain-joe-biden.jpg" /></a></div><div><span style="font-size: medium;"><i>Com John McCain</i></span></div><div><br /></div><span style="font-size: large;">A segunda razão é eminentemente política: Biden foi senador durante trinta e seis anos e nesse período granjeou a fama de ser um excelente negociador. É conhecida sua capacidade de conversar com os republicanos e é lendária sua amizade com John McCain, expoente do GOP e figura acima do bem e do mal, dada sua história. Essa qualidade "anfíbia" de Biden lhe abriu portas, nesta eleição, que jamais se abririam para figuras como Bernie e Warren, e muito menos Hillary. Mais do que isso: o Partido Republicano rachou e nunca mais será o mesmo. Ou por outra, haverá um AT (antes de Trump) e um DT (depois de Trump). Ex-presidentes como Bush filho, governadores e dezenas de outros políticos republicanos, estomagados e envergonhados com o comportamento ridículo e irresponsável de Trump, hipotecaram seu apoio a Biden. Não resta dúvida de que seus delegados seguiram o mesmo caminho, consagrando ao nativo de Scranton, Pennsylvania, a vitória que foi tirada de dentro da boca de Hillary, em 2016.</span></div><div><br /></div><div><span style="font-size: large;">Biden será a volta à normalidade democrática. Será a tentativa de consertar, no campo social e do Meio Ambiente, aquilo que Obama cimentou durante oito anos e Trump destruiu em quatro. Se acontecerá como Biden planeja e deseja, não sabemos. Ele tem hoje 77 anos. Na próxima campanha estará com 81. Tem uma boa vice, mas à esta altura, ninguém pode prever. O que fica patente é que os norte-americanos deram um exemplo ao mundo recusando (pela segunda vez) o narcisista laranja, racista e preconceituoso.</span></div><div><br /></div><div><span style="font-size: large;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiSVMvv0NgZ4Vkd0ExAS-qsNgqgW2Nw1o3o0bEOTHm6b4U8JNmW2tAcZ8p_TELQ_H0w63qRK659GC9Zi2mPdCiD_2bLXyTAILLLlgXF-18kHNI_oOyU7n9x07I2jALBHSIsv5UNHSpc7y86/s1024/don+bolso.jpg" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" data-original-height="798" data-original-width="1024" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiSVMvv0NgZ4Vkd0ExAS-qsNgqgW2Nw1o3o0bEOTHm6b4U8JNmW2tAcZ8p_TELQ_H0w63qRK659GC9Zi2mPdCiD_2bLXyTAILLLlgXF-18kHNI_oOyU7n9x07I2jALBHSIsv5UNHSpc7y86/s320/don+bolso.jpg" width="320" /></a></div>3 - Me perguntaram se o trumpismo vai acabar. Pergunto de volta: o lulopetismo acabou? O nazismo acabou? Enquanto houver pessoas que professam sua idolatria por um político - incensando-o e adorando-o por tudo, inclusive seus defeitos - e não por idéias, o movimento não acaba. Trump nos Estados Unidos e Lula no Brasil, transformaram o erro em hábito e a contravenção em acerto. Criaram precedentes e justificativas para os piores procedimentos que um político poderia adotar. Manipularam o povo mais simples e desinformado e se mancomunaram com os mais deletérios elementos da política e da imprensa. Valeram-se disso para criar o conceito de fake news. E depois, evidentemente, se disseram vítimas disso. Assim como chamaram Deus e o mundo de corruptos, e uma vez na presidência, não houve crime no qual não incidissem. E gritassem, ultrajados, cada vez que eram pegos pela mesma justiça que tanto desejavam para todos, menos para eles e seus comparsas. É o proverbial trombadinha que bate uma carteira e sai gritando "pega ladrão".</span></div><div><br /></div><div><span style="font-size: large;">No Brasil, já tivemos um desdobramento monstruoso do radicalismo lulopetista: foi o surgimento de seu antípoda siamês, Bolsonaro. Nos Estados Unidos o ciclo dos <i>deplorables</i> foi interrompido. Ainda bem. Vamos esperar que o mesmo ocorra aqui em 2022. Resta saber quem será nosso Biden.<br /></span><div><br /></div></div>Bernardo Schmidthttp://www.blogger.com/profile/12196150324865840023noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-4381988697960596291.post-35171803958678440932020-09-22T19:14:00.000-07:002020-09-22T21:01:44.697-07:00Pílulas Janísticas — 11<i style="background-color: white; color: #333333; font-family: georgia, serif; font-size: 13px; line-height: 20.8px;">Compilação de publicações da página da <a href="https://www.facebook.com/janioquadrosbiografia/" style="color: #999999; text-decoration-line: none;" target="_blank">biografia de Jânio Quadros</a> no Facebook</i><br />
<br />
<div style="text-align: center;">
<span style="font-size: large;"><b>JÂNIO E JANGO TOMAM POSSE</b></span></div>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjRQEIBHbKqcEBZJnsaqmZlehZmdbyN9z8LttqXDr60aZSvDajiyp4kfBzF9VI1BmteWAdF-riwPUNpviNwD1SXwek_iXWxtV_400gWU7zP1YzYD6rcYt_ha7qF3M0S52MvpSJSko5C4_Gp/s1600/11-2-61a.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="426" data-original-width="559" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjRQEIBHbKqcEBZJnsaqmZlehZmdbyN9z8LttqXDr60aZSvDajiyp4kfBzF9VI1BmteWAdF-riwPUNpviNwD1SXwek_iXWxtV_400gWU7zP1YzYD6rcYt_ha7qF3M0S52MvpSJSko5C4_Gp/s1600/11-2-61a.jpg" /></a></div>
<br />
<span style="font-size: large;">Na verdade, a posse de Jânio e Jango só ocorreu no dia 31 de janeiro de 1961. Foi a primeira posse de um presidente em Brasília. E antes de se dirigirem ao parlatório, para a transmissão da faixa e o célebre encontro dos TRÊS JOTAS, presidente e vice foram para a diplomação no STE, presidida pelo ministro Ary Franco.</span><br />
<br />
<span style="font-size: large;">Deve ter sido a última vez em que Jânio e Jango se cumprimentaram com um sorriso no rosto. <span style="color: #cccccc;">(01/01/2019)</span></span><br />
<br />
<div style="text-align: center;">
<span style="font-size: large;">**********</span></div>
<br />
<div style="text-align: center;">
<span style="font-size: large;"><b>SALÉM</b></span></div>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiiD7IktsvsV3_6xUbdFQ1Saqj4OPzizieS4l1Jy4z4JZvnT0jcKT2E4TG4OkNvy-nvSdM58xk3y5cw83qRcMs9Avo8lMwjukHxk-t3V0ctYbIhXDU2Co-y5stXCXCsw-8gdGuseN5nK7oI/s1600/Sal%25C3%25A9m.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="468" data-original-width="564" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiiD7IktsvsV3_6xUbdFQ1Saqj4OPzizieS4l1Jy4z4JZvnT0jcKT2E4TG4OkNvy-nvSdM58xk3y5cw83qRcMs9Avo8lMwjukHxk-t3V0ctYbIhXDU2Co-y5stXCXCsw-8gdGuseN5nK7oI/s1600/Sal%25C3%25A9m.jpg" /></a></div>
<br />
<span style="font-size: large;">Escrevi no ano 2000 um artigo sobre William Salém, um político paulista da década de 50. Na época surgiu a possibilidade dele ser publicado no suplemento literário de um jornal; tal, porém, não ocorreu. Publiquei-o no blog em 2011 e em 2017 ele virou uma das fontes do livro que a Escola do Parlamento - órgão de pesquisa da Câmara Municipal de São Paulo - publicou sobre a 2ª Legislatura da Câmara depois do Estado Novo.</span><br />
<br />
<span style="font-size: large;">Fico satisfeito.</span><br />
<br />
<span style="font-size: large;">Quem quiser ler o artigo, basta clicar <a href="http://bernardoschmidt.blogspot.com/2011/03/william-salem-morte-do-corrupto.html" target="_blank">AQUI</a>. <span style="color: #cccccc;">(29/01/2019)</span></span><br />
<br />
<div style="text-align: center;">
<span style="font-size: large;">**********</span></div>
<br />
<div style="text-align: center;">
<span style="font-size: large;"><b>GASTONE</b></span></div>
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEguhaD-bswDX1VoyeAShdmfd8i55AswwdBg9HnjFBi_7VOLVR3RBb4bM9-8Aji_BiHCD-svTU99b4ciiguTgZso8W_FLEmOo5u3wMpRD7ACAXMhQYJP6lCBHBuTUIGBusB2DR07D-IYFahw/s1600/Gastone+Righi.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="618" data-original-width="530" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEguhaD-bswDX1VoyeAShdmfd8i55AswwdBg9HnjFBi_7VOLVR3RBb4bM9-8Aji_BiHCD-svTU99b4ciiguTgZso8W_FLEmOo5u3wMpRD7ACAXMhQYJP6lCBHBuTUIGBusB2DR07D-IYFahw/s1600/Gastone+Righi.jpg" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i><span style="font-size: small;">Com Gastone no Palácio dos Bandeirantes, em 25/01/2017</span></i></td></tr>
</tbody></table>
<br />
<span style="font-size: large;">Dia 17 Gastone Righi se foi, aos 83 anos. Nascido em Santos, foi daquela leva notável de janistas que trazia Mário Covas e Esmeraldo Tarqüínio. Inteligente, operoso e ótimo advogado, representou os presos do navio Raul Soares, episódio heróico que ainda precisa ser contado em detalhes; eleito deputado federal pelo MDB em 1966, foi cassado na primeira lista do AI-5; voltou com a abertura e se elegeu deputado em 1982 pelo PTB; em 1986 se reelegeu e foi líder do PTB na constituinte.</span><br />
<br />
<span style="font-size: large;">Debochava publicamente de Erasmo Dias. Quando Armando Falcão lançou um livro de memórias, lembro-me de Gastone no programa de Maria Lídia, dizendo "agora, depois de todo esse tempo esse homem vem falar esse monte de bobagens" e espinafrou o livro, para o espanto e o deleite dos parlamentares petistas presentes.</span><br />
<br />
<span style="font-size: large;">Em 1989 ele tentou promover a união do PTB e do PDT em torno de Leonel Brizola, como uma coroação simbólica do ideal trabalhista de Getúlio; trombou nas ambições de Afonso Camargo, que insistiu em lançar sua ridícula candidatura, derrotada desde o primeiro dia. Em 1992 alinhou-se à tropa de choque que defendeu Fernando Collor no processo de impeachment e sua carreira política acabou liquidada.</span><br />
<br />
<span style="font-size: large;">Minha primeira entrevista com Gastone em sua casa durou sete horas. Era bem-humorado, solícito, divertido. E ao mesmo tempo sério e compenetrado. Que cabeça tinha esse homem! Uma memória prodigiosa, certeira, detalhista, um raciocínio rápido, lógico, objetivo e uma oratória caudalosa, escorreita, que nos fazia ver a história com seus relevos, suas depressões, suas reentrâncias, seus mistérios e tudo aquilo que ele observou ou do qual participou. Tinha aquela mente privilegiada desses janistas que chegaram calejados pela política, na década de 80, como Faria Lima, Baldacci e Mastrobuonno, pessoas com quem eu poderia passar a vida proseando.</span><br />
<br />
<span style="font-size: large;">Fiquei sem vê-lo pelos anos seguintes e só o reencontrei em 2017, na cerimônia de comemoração do centenário de Jânio, no Palácio do Governo. Abracei-o efusivamente. Com a gratidão do formado que reencontra o professor. Gastone me tratou com carinho e consideração num momento inicial de minha pesquisa, dando-me subsídios e informações inestimáveis sobre sua longa convivência com Jânio. E instado pelo filho Flavio ele chegou a comentar em um dos posts de minha página sobre o livro. E suas palavras, sempre inspiradas e repassadas de sua bonomia e sua gentileza, são perfeitas para este momento triste de despedida:</span><br />
<br />
<span style="font-size: large;"><i>É meu passado! Suspiro de saudade! Nada tenho do que me arrepender!</i></span><br />
<span style="font-size: large;"><i>Orgulho-me de meus leais amigos e companheiros!</i></span><br />
<span style="font-size: large;"><i>Especialmente dos jovens!</i></span><br />
<span style="font-size: large;"><i>Feliz deles que participaram da construção de uma pátria livre e democrática, podendo agora assisti-la, sendo passada a limpo, varrendo-se, da política, a demagogia e a corrupção.</i></span><br />
<span style="font-size: large;"><i>Espero, neste ocaso de vida, que nosso povo tenha aprendido a lição.</i></span><br />
<span style="font-size: large;"><i>Eleja, com seu voto, governos e representantes que imponham e respeitem os mais elevados princípios de dignidade, honradez e moralidade, na vida pública.</i></span><br />
<br />
<span style="font-size: large;">Obrigado, mestre!</span><br />
<span style="font-size: large;">Por tudo. <span style="color: #cccccc;">(19/04/2019)</span></span><br />
<br />
<div style="text-align: center;">
<span style="font-size: large;">**********</span></div>
<br />
<div style="text-align: center;">
<span style="font-size: large;"><b>JÂNIO E A GENEALOGIA</b></span><span style="font-size: large;"></span></div>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhXJN0ATxOWk8jkaM0RIXFCJu2EIK_6ULJ1aNQoENVmMBc0WdXk08f3McDOJk55o5qQhtt7IgdoRdXR9GVaYzYijuGIs-XEFtk1CjJ4ryZczuW0WGilDLQCPCyU6Gk5L4mfn7hoa1ytPeiP/s1600/J%25C3%25A2nio+genealogia.png" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="509" data-original-width="565" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhXJN0ATxOWk8jkaM0RIXFCJu2EIK_6ULJ1aNQoENVmMBc0WdXk08f3McDOJk55o5qQhtt7IgdoRdXR9GVaYzYijuGIs-XEFtk1CjJ4ryZczuW0WGilDLQCPCyU6Gk5L4mfn7hoa1ytPeiP/s1600/J%25C3%25A2nio+genealogia.png" /></a></div>
<br />
<span style="font-size: large;">A Revista NEP é feita pelos membros do Núcleo de Estudos Paranaenses do Programa de Pós-Graduação em Sociologia da Universidade Federal do Paraná, e segundo eles, “tem o propósito de constituir um espaço permanente de interlocução com sociólogos e pesquisadores de áreas afins, no país e no exterior que se dedicam ao estudo do Paraná, em específico e a temática Sociedade, Instituições e Estado, em geral”.</span><br />
<br />
<span style="font-size: large;">No Volume IV, nº2, de 2018, os pesquisadores Ricardo Costa de Oliveira, doutor em Ciências Sociais, e Mônica Goulart, doutora em Sociologia, contribuíram com o artigo “Jânio Quadros: genealogia e conexões paranaenses”, que não apenas utilizou extensamente a biografia de Jânio, como acrescentou excelentes informações que aproveitarei na segunda edição do primeiro volume.</span><br />
<br />
<span style="font-size: large;">É um belo artigo, cuja leitura recomendo com prazer, e pode ser lido <a href="https://revistas.ufpr.br/nep/article/download/63839/37146" target="_blank">AQUI</a>. <span style="color: #cccccc;">(26/04/2019)</span></span><br />
<br />
<div style="text-align: center;">
<span style="font-size: large;">**********</span></div>
<br />
<div style="text-align: center;">
<span style="font-size: large;"><b>300 ANOS DE POLÍTICA</b></span></div>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiBnBPESPHTXE6fZZ9XMAgdQ8XlcanEw_xLh-Fj9PLTnVH6ZY7tgVhbT9ERqd8Bz5SotVLeNduldJ8PfMyB7KTaptrjrPxBxjEQRZvL8fNcgNSRiG0LDpqAvPyHKOXhQKC1plYHJTWPivE6/s1600/30-4-2019.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="474" data-original-width="554" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiBnBPESPHTXE6fZZ9XMAgdQ8XlcanEw_xLh-Fj9PLTnVH6ZY7tgVhbT9ERqd8Bz5SotVLeNduldJ8PfMyB7KTaptrjrPxBxjEQRZvL8fNcgNSRiG0LDpqAvPyHKOXhQKC1plYHJTWPivE6/s1600/30-4-2019.jpg" /></a></div>
<br />
<span style="font-size: large;">Jânio, Montoro, Laudo, Paulo Egydio, Maluf e prosa para meses seguidos. Da esquerda para a direita: Faria Lima (sobrinho do Brigadeiro, duas vezes deputado federal), Tonico Ramos (três vezes deputado estadual) e Jacob Pedro Carolo (vereador e prefeito de Pontal, deputado federal por um mandato e estadual por quatro mandatos). <span style="color: #cccccc;">(30/04/2019)</span></span><br />
<br />
<div style="text-align: center;">
<span style="font-size: large;">**********</span></div>
<br />
<div style="text-align: center;">
<span style="font-size: large;"><b>JÂNIO, LIMA E ALENCAR</b></span></div>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj5cbAhGxRShNJHY5mlSGBS5U8v0tDeR3cpTmxPHQybPUnY0aH2JOGeGDjuA62-U0gCT0K34tXcT4wuWdlNPPFJpAq-ZE5k4_D49mPcFpUY_njLjo4T80RkQOC83NrwKsFM13jqQxMT5igJ/s1600/Lima.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="507" data-original-width="562" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj5cbAhGxRShNJHY5mlSGBS5U8v0tDeR3cpTmxPHQybPUnY0aH2JOGeGDjuA62-U0gCT0K34tXcT4wuWdlNPPFJpAq-ZE5k4_D49mPcFpUY_njLjo4T80RkQOC83NrwKsFM13jqQxMT5igJ/s1600/Lima.jpg" /></a></div>
<br />
<span style="font-size: large;">O Dia da Literatura Brasileira se comemora em 1º de maio porque coincide com o aniversário de José de Alencar, um dos nossos maiores romancistas.</span><br />
<br />
<span style="font-size: large;">O diretor Lima Barreto (1906/1982), celebrizado por dirigir o magnífico "O Cangaceiro", em 1953, acalentou durante anos o sonho de levar às telonas o romance "O Sertanejo", de Alencar. Preparou roteiro, locações, escalou Paulo Ruschel para o papel de Cirino, mas infelizmente não conseguiu transformar o projeto em filme. Segundo se diz por aí, ele era uma espécie de Orson Welles nacional: talentoso mas difícil de se conviver, então acabava sempre afastando os potenciais investidores.</span><br />
<br />
<span style="font-size: large;">A foto é de 1957 e mostra o governador Jânio - que já conhecia Lima da época de "O Cangaceiro" e incentivava calorosamente o cinema nacional - em uma locação de "O Sertanejo", onde Lima lhe fala sobre a indumentária do personagem interpretado por Ruschel. <span style="color: #cccccc;">(01/05/2019)</span></span><br />
<br />
<div style="text-align: center;">
<span style="font-size: large;">**********</span></div>
<br />
<div style="text-align: center;">
<span style="font-size: large;"><b>JÂNIO, INEZITA E CRAVEIRO</b></span></div>
<br />
<iframe allowfullscreen="" frameborder="0" height="370" src="https://www.youtube.com/embed/rGbs_KIl5J4" width="580"></iframe><br />
<br />
<span style="font-size: large;">A visita do presidente português Craveiro Lopes ao Brasil, em junho de 1957, foi memorável em todos os sentidos. Sua estada em São Paulo foi antológica, não só pelas visitas à Beneficência Portuguesa, à Casa de Portugal e a outras associações luso-brasileiras, mas porque ele veio em um período político controverso em que Jânio era governador e Adhemar era prefeito, o que provocou involuntariamente o encontro protocolar dos dois grandes adversários da política paulista.</span><br />
<br />
<span style="font-size: large;">Craveiro chegou em 15 de junho e depois de um dia inteiro de solenidades, Jânio ofereceu-lhe uma recepção no Palácio dos Campos Elíseos (à qual Adhemar preferiu não comparecer). Uma das artistas responsáveis pelo entretenimento da noite foi Inezita Barroso, já considerada rainha do folclore brasileiro e integrando, na época, os Jograis de São Paulo, grupo teatral que realizava espetáculos de poesia e música, fundado pelo ator, diretor e poeta Ruy Affonso, e formado pelos atores Ítalo Rossi, Felipe Wagner e Rubens De Falco (atrás de Inezita são visíveis Ruy Affonso e De Falco).</span><br />
<br />
<span style="font-size: large;">No video podemos identificar a presença de Ângela Maria (lindíssima como sempre) e o jornalista Carlos Spera. Curiosamente, era o aniversário de 28 anos de Spera. <span style="color: #cccccc;">(07/05/2019)</span></span><br />
<br />
<div style="text-align: center;">
<span style="font-size: large;">**********</span></div>
<br />
<div style="text-align: center;">
<span style="font-size: large;"><b>JÂNIO E JUAREZ</b></span><span style="font-size: large;"></span></div>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi4bniqjW1IlrlFJjVAedeSbST7HT9AEvpZL1Du6v3dnnVBbs4h0GSuD8oj2qRX6kDfKyznJLI0jej-9hDD9XOA0tGlYvouEJSvGXbh5ywsrAO7x_jLLObcRTJfOw0La-v7bjvprZ72LbrY/s1600/juarez.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="331" data-original-width="558" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi4bniqjW1IlrlFJjVAedeSbST7HT9AEvpZL1Du6v3dnnVBbs4h0GSuD8oj2qRX6kDfKyznJLI0jej-9hDD9XOA0tGlYvouEJSvGXbh5ywsrAO7x_jLLObcRTJfOw0La-v7bjvprZ72LbrY/s1600/juarez.jpg" /></a></div>
<br />
<span style="font-size: large;">“União Democrática Nacional (UDN) lança a candidatura do general cearense Juarez Távora à Presidência da República. É a terceira vez consecutiva que o partido aposta num nome do meio militar — nas duas eleições anteriores (1950 e 1955), o candidato foi o brigadeiro Eduardo Gomes.</span><br />
<br />
<span style="font-size: large;">Nas articulações que resultaram na escolha de Juarez, o primeiro nome cogitado havia sido o de Etelvino Lins, dissidente do PSD, apoiado por Carlos Lacerda. O governador Jânio Quadros também foi lembrado, mas ele abriu mão da disputa ao saber que Távora pleiteava a candidatura.</span><br />
<br />
<span style="font-size: large;">(...) Por isso, a derrota de Juarez já era esperada até pelos udenistas antes mesmo do início da campanha, mas seria o candidato da UDN com a menor margem de diferença para o primeiro colocado desde 1945 — obteria 28,7% dos votos, contra 33,82% de Juscelino Kubitschek (PSD), presidente eleito. Em São Paulo, onde teve o apoio de Jânio, seria o segundo mais votado, com 626 mil votos, perdendo apenas para o ex-governador Ademar de Barros (PSP)”.</span><br />
<br />
<span style="font-size: large;">Fonte - <a href="http://memorialdademocracia.com.br/card/o-vice-rei-do-norte-pede-votos"><i>http://memorialdademocracia.com.br/card/o-vice-rei-do-norte-pede-votos</i></a></span><br />
<br />
<span style="font-size: large;">Na verdade Jânio estava louco para concorrer, mas tendo renunciado à prefeitura com apenas um ano de mandato e exercido o governo do Estado por ainda menos tempo, seria uma temeridade renunciar novamente. Seus planos acabaram obstados pelas articulações partidárias. Inicialmente Jânio ficou irritadíssimo com sua preterição, mas relevou e embarcou de corpo e alma na campanha de Juarez.</span><br />
<br />
<span style="font-size: large;">Na foto vemos Jânio, Juarez e o prestigioso deputado federal do PSD, Antônio Sylvio da Cunha Bueno, que exerceu por pouco tempo o cargo de Secretário do Governo na gestão de Jânio. <span style="color: #cccccc;">(12/05/2019)</span></span><br />
<br />
<div style="text-align: center;">
<span style="font-size: large;">**********</span></div>
<br />
<div style="text-align: center;">
<span style="font-size: large;"><b>LEONOR</b></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjwwx0hf1n4QzbULC6iIrIBU7iRBvBSrbnr5egFa1MjLGzvVJMJiNSeMf59TnHtuVP6gt3SRLED6lyXqsBhrhZchdsrqXDeVKooehBu7U7z5qiwA3OmleQb9t-dvw3QPztBnpR9rjL8S5X_/s1600/leonor.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="607" data-original-width="533" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjwwx0hf1n4QzbULC6iIrIBU7iRBvBSrbnr5egFa1MjLGzvVJMJiNSeMf59TnHtuVP6gt3SRLED6lyXqsBhrhZchdsrqXDeVKooehBu7U7z5qiwA3OmleQb9t-dvw3QPztBnpR9rjL8S5X_/s1600/leonor.jpg" /></a></div>
<br />
<span style="font-size: large;">Posse de Jânio na presidência. Na foto vemos sua mãe Leonor, sua filha Tutu e o genro Alaor Gomes.</span><br />
<br />
<span style="font-size: large;">Apesar da expressão hilária na foto, Leonor não trazia em sua personalidade a loucura fundamental dos Quadros. Era uma mulher discreta, divertida e inteligente. Jânio teve na mãe o esteio emocional indispensável para lidar com a perda da irmã, com o pai irascível, com a política e com todas as suas dificuldades.</span><br />
<br />
<span style="font-size: large;">Tutu disse-me resoluta, sem rodeios, que possuía uma ligação de mãe e filha muito mais forte com a avó do que com a mãe, Eloá.</span><br />
<br />
<span style="font-size: large;">Era uma mulher notável e muito querida pelos que a conheceram.</span><br />
<br />
<span style="font-size: large;">(Foto da Manchete, 11/2/61) <span style="color: #cccccc;">(12/05/2019)</span></span><br />
<br />
<div style="text-align: center;">
<span style="font-size: large;">**********</span></div>
<br />
<div style="text-align: center;">
<span style="font-size: large;"><b>JÂNIO E BOLSO</b></span></div>
<br />
<iframe allow="accelerometer; autoplay; clipboard-write; encrypted-media; gyroscope; picture-in-picture" allowfullscreen="" frameborder="0" height="380" src="https://www.youtube.com/embed/dzdw_hVVqVI" width="580"></iframe><br />
<br />
<span style="font-size: large;">Apesar de Villa errar ao repetir a bobagem de que Jânio se elegeu apenas para uma suplência nas eleições de novembro de 1947, suas colocações são corretíssimas.</span><br />
<br />
<span style="font-size: large;">Comparar Jânio - um homem brilhante, bom orador, político extraordinário, grande administrador e campeão de votos - a um completo boçal como Bolsonaro é ridículo.</span><br />
<br />
<span style="font-size: large;">O comentário está em 2:53:07. <span style="color: #cccccc;">(16/05/2019)</span></span><br />
<br />
<div style="text-align: center;">
<span style="font-size: large;">**********</span></div>
<br />
<div style="text-align: center;">
<span style="font-size: large;"><b>GABRIEL QUADROS</b></span></div>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgwOZdoyHXrnDxSUrWFlq3-wqIoEqVmyz4yHkdan094oyAN9dSxGE2ys7R4cJhDAjXsvNhCm5jYy74ZeTJYsU9VH3iaphyphenhyphenXWhlHxFemyPv1FPhJzuW_S4flsgArTtewpEnsNDIxWFdbN6Th/s1600/gab.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="499" data-original-width="558" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgwOZdoyHXrnDxSUrWFlq3-wqIoEqVmyz4yHkdan094oyAN9dSxGE2ys7R4cJhDAjXsvNhCm5jYy74ZeTJYsU9VH3iaphyphenhyphenXWhlHxFemyPv1FPhJzuW_S4flsgArTtewpEnsNDIxWFdbN6Th/s1600/gab.jpg" /></a></div>
<br />
<span style="font-size: large;">O jornal A NOITE noticia o assassinato de Gabriel, em 1957. <span style="color: #cccccc;">(01/06/2019)</span></span><br />
<br />
<div style="text-align: center;">
<span style="font-size: large;">**********</span></div>
<br />
<div style="text-align: center;">
<span style="font-size: large;"><b>JÂNIO E A ARTE</b></span></div>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjUl0rxF-krPHXktYu9fUibCbamIPOdXZEtqY3pTgeVMd_v925GETKvbtYP3cAKelZJ7Fud1CjsiK50Zvv5w2xnMxjJ9vdXIQqL-sJFqyECN8LWRHDlPedNaX_PtXlDojOskYu-aTDSFdHm/s1600/T%25C3%25B4nia.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="960" data-original-width="636" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjUl0rxF-krPHXktYu9fUibCbamIPOdXZEtqY3pTgeVMd_v925GETKvbtYP3cAKelZJ7Fud1CjsiK50Zvv5w2xnMxjJ9vdXIQqL-sJFqyECN8LWRHDlPedNaX_PtXlDojOskYu-aTDSFdHm/s640/T%25C3%25B4nia.jpg" width="424" /></a></div>
<br />
<span style="font-size: large;">Em novembro de 1959 a revista Radiolândia - famosíssima nos anos 50 - resolveu fazer uma sabatina com Jânio, então candidato à presidência, levando artistas como Tônia Carrero, Grande Otelo, Caribé, Maysa, Joel Silveira, Ary Barroso e outros, liderados por Flávio Cavalcanti, para que perguntassem o que quisessem ao candidato, no assunto ARTE.</span><br />
<br />
<span style="font-size: large;">Como já era de se esperar, sendo Jânio um eterno amigos dos artistas e dos intelectuais, a sabatina foi divertida e edificante. O trecho com Tônia é significativo nos dias de hoje, em que pessoas insistem no erro crasso de comparar Jânio a Bolsonaro, que é, em tudo e por tudo, seu antípoda e seu contrário.</span><br />
<br />
<span style="font-size: large;">Jânio não era um refinado cultor das artes mas era um homem culto, de mente aberta e sabia valorizar, festejar e estimular as variadas manifestações artísticas de nosso povo. A pessoa que hoje ocupa a presidência é um ignorante exatamente como os dois que o precederam. <span style="color: #cccccc;">(12/11/2019)</span></span><br />
<br />
<div style="text-align: center;">
<span style="font-size: large;">**********</span></div>
<br />
<div style="text-align: center;">
<b><span style="font-size: large;"></span>
<span style="font-size: large;">JÂNIO E REINALDO ELIAS</span></b></div>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjw8u1CqwDN8N4BJLdP5CNdBiWZr95KeQ28PunE2fOD9kUhcleALl0Av-qtrfBui3WIRC3BRP17reh_cExEu0deXjeeIM9Ns4w3LksashDoLrXX11gUlNzyx2WWhlGr_kfIQncaz3dxcW4X/s1600/J%25C3%25A2nio+colorizado.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="960" data-original-width="763" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjw8u1CqwDN8N4BJLdP5CNdBiWZr95KeQ28PunE2fOD9kUhcleALl0Av-qtrfBui3WIRC3BRP17reh_cExEu0deXjeeIM9Ns4w3LksashDoLrXX11gUlNzyx2WWhlGr_kfIQncaz3dxcW4X/s640/J%25C3%25A2nio+colorizado.jpg" width="508" /></a></div>
<br />
<span style="font-size: large;">Trabalho impecável de Reinaldo Elias sobre a foto de Chico Albuquerque. <span style="color: #cccccc;">(26/11/2019)</span></span><br />
<br />
<span style="font-size: large;"><a href="https://www.facebook.com/colorizandoopassado/"><i>https://www.facebook.com/colorizandoopassado/</i></a></span><br />
<br />
<div style="text-align: center;">
<span style="font-size: large;">**********</span></div>
<br />
<div style="text-align: center;">
<span style="font-size: large;"><b>DÉCIO GRISI (19/06/1918 + 02/01/2020)</b></span></div>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhaY2LUsSlvgS9fB9WbjoECGv0oy-P2bdHg5jw0lNdJ9Wg0I3l1PDbCxAJRK0cDzaF-7ewufr2ZepVJripf6b07zEIsukytUes6ZzJY5tsQ9HnpYKCKet6USi0sbJ3zIQ1xD6s3_C3UKTcI/s1600/D%25C3%25A9cio+Grisi.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="587" data-original-width="511" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhaY2LUsSlvgS9fB9WbjoECGv0oy-P2bdHg5jw0lNdJ9Wg0I3l1PDbCxAJRK0cDzaF-7ewufr2ZepVJripf6b07zEIsukytUes6ZzJY5tsQ9HnpYKCKet6USi0sbJ3zIQ1xD6s3_C3UKTcI/s1600/D%25C3%25A9cio+Grisi.jpg" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i><span style="font-size: small;">Décio, em 2013</span></i></td></tr>
</tbody></table>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<br />
<span style="font-size: large;">Só esta semana tive a triste notícia de que no dia 2 de janeiro deste ano morreu Décio Grisi, aos 101 anos. Ele era o último remanescente da Legislatura Municipal de 1948, a primeira depois do Estado Novo, na qual foi colega (e amigo) de Jânio, Ermano Marchetti, José Diniz, Cantídio Sampaio, Marrey Jr. e tantos outros.</span><br />
<br />
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: right; text-align: right;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjQ0-JqEwCsUtcvv1kwxtmcc2wZDllcbL04PJwg_O_cpGfOptZVhh1RRXhoi5LlSlDKy7a0RP0bILPlbwUlaEvLqXnH13yE7eGfnVepam5zJ7xkxenbBwVl1p8M-a4N1fp0wwMnSb2Ta_f7/s1600/DSC07425.JPG" imageanchor="1" style="clear: right; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1600" data-original-width="1200" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjQ0-JqEwCsUtcvv1kwxtmcc2wZDllcbL04PJwg_O_cpGfOptZVhh1RRXhoi5LlSlDKy7a0RP0bILPlbwUlaEvLqXnH13yE7eGfnVepam5zJ7xkxenbBwVl1p8M-a4N1fp0wwMnSb2Ta_f7/s400/DSC07425.JPG" width="300" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i style="font-size: 12.8px;"><span style="font-size: small;">Lendo o manuscrito do 2º volume da biografia<br />de Jânio, da qual é um dos protagonistas. O<br />terno velho e os sapatos sovados são símbolo<br />de uma vida simples e honesta (foto de 2012)</span></i></td></tr>
</tbody></table>
<span style="font-size: large;">Por sua longevidade, sua extraordinária memória, mas, acima de tudo, por sua gentileza e sua inestimável amizade, tive a sorte de poder estar com Décio inúmeras vezes desde que o procurei pela primeira vez, há mais de vinte anos. Ele sempre me recebeu com boa vontade, satisfeito e animado de poder compartilhar com as novas gerações suas múltiplas experiências no Palacete Prates, naquele quatriênio inigualável de 1948 a 1951.</span><br />
<br />
<span style="font-size: large;">Minhas conversas com Décio são inesquecíveis. Sei que tanto ele, com 101 anos, quanto Chico Ladeira, com 100, viveram vidas longas, intensas e completas. Mas minha convivência com esses dois - cujos depoimentos são pedra angular do segundo volume da biografia de Jânio - é um presente que eu daria tudo para poder desfrutar por mais tempo. </span><span style="font-size: large;">Chico partira há algum tempo quando lancei o primeiro volume, mas Décio o viu publicado, vibrou comigo a realização desse sonho, tanto dele quanto meu, e esperava ansioso pelo segundo. Não deu tempo.</span><br />
<br />
<span style="font-size: large;">Vou escrever sobre Décio brevemente. Por enquanto estou sofrendo com sua partida. Queria ter podido abraçá-lo e agradecer tudo que fez por mim uma última vez. <span style="color: #cccccc;">(03/05/2020)</span></span><br />
<br />
<div style="text-align: center;">
<span style="font-size: large;">**********</span></div>
<br />
<div style="text-align: center;">
<span style="font-size: large;"><b>2X JÂNIO E DÉCIO</b></span></div>
<br />
<iframe allowfullscreen="" frameborder="0" height="370" src="https://www.youtube.com/embed/rL1yHROXQ6s" width="580"></iframe><br />
<br />
<span style="font-size: large;">Décio Grisi - colega de Jânio na Câmara Municipal - conta, neste video inédito que filmei em 2008, a maneira como conheceu Jânio quando ambos eram candidatos a vereador, em 1947, e a história do discurso que Jânio fez em homenagem a um diplomata italiano que visitava a Câmara em outubro de 1948, e a reação a esse discurso por parte de Higino Pellegrini, que não perdeu a oportunidade de aludir a um certo jogo de futebol ocorrido em abril daquele ano. <span style="color: #cccccc;">(06/05/2020)</span></span><br />
<br />
<div style="text-align: center;">
<span style="font-size: large;">**********</span></div>
<br />
<div style="text-align: center;">
<b><span style="font-size: large;"></span>
<span style="font-size: large;">JÂNIO E THEODORO MENDES</span></b></div>
<br />
<span style="font-size: large;">José Theodoro Mendes, ou como era popularmente conhecido, Theodoro Mendes, foi advogado, radialista, professor, bancário e político. Em 72 elegeu-se vereador de Sorocaba, em 74 elegeu-se deputado federal e em 76 elegeu-se prefeito. Tentou a reeleição para deputado em 78 e, perdendo, ficou na prefeitura. Essas fotos são provavelmente de 1980, quando Jânio viajou o interior paulista fazendo palestras e procurando cooptar todos os prefeitos peemedebistas (caso de Theodoro) que pudessem ajudá-lo em sua tentativa de filiação ao PMDB. O objetivo era a eleição de 1982, a primeira em 20 anos e considerada favas contadas para quem fosse lançado pelo partido.</span><br />
<br />
<span style="font-size: large;">Não deu outra: Montoro fez tudo para impedir a entrada de Jânio, conseguiu a candidatura e se elegeu. Sua única vitória em um pleito para o executivo. Jânio engoliu seco, se filiou ao PTB, perdeu 82 mas voltou prefeito em 85, derrotando o candidato de Montoro, que não era outro senão Fernando Henrique Cardoso.</span><br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiN13haOVioEYCdMZXvnky11KMnO_Tlz4r9SGKUZ6ByBUGsnR9fTUOqrYgWh4U4rmF3tyJd4S4nUfS6UDhNwXP4Xcjqaw5aQZlVeO8RXLV8wHusaMPWcp6O1R1mV0BnHkY7D-UjsvK5fUM9/s1600/009.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="367" data-original-width="553" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiN13haOVioEYCdMZXvnky11KMnO_Tlz4r9SGKUZ6ByBUGsnR9fTUOqrYgWh4U4rmF3tyJd4S4nUfS6UDhNwXP4Xcjqaw5aQZlVeO8RXLV8wHusaMPWcp6O1R1mV0BnHkY7D-UjsvK5fUM9/s1600/009.jpg" /></a></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj8yv_ycskxMlafydkTuaZV8wJ6cWJ6E5msrgt1FiE54HAK6bCwKjapBSrejYBPjX-ySThTi5iCHpYRq1bF05DVTn819roNHKZR_g7GJ_ca7yS0hJW2nVQCNATLm2ol0cZGRTRcLAi4MAGj/s1600/010.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="365" data-original-width="549" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj8yv_ycskxMlafydkTuaZV8wJ6cWJ6E5msrgt1FiE54HAK6bCwKjapBSrejYBPjX-ySThTi5iCHpYRq1bF05DVTn819roNHKZR_g7GJ_ca7yS0hJW2nVQCNATLm2ol0cZGRTRcLAi4MAGj/s1600/010.jpg" /></a></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiAVYIkxKA55ZMa6b3OX_bp3Thyphenhyphenl7sz3i7bITSPGhnMXOA8OmqChYQ_Z5nEjQTdVUzcD4DtOVcy_dB-OO_aPhUL9D-xQnNV4Iz25-ZFWKKtR2GlRTbCBhGVtyk_xFC9On-ecjYirJkOeoWH/s1600/011.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="365" data-original-width="554" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiAVYIkxKA55ZMa6b3OX_bp3Thyphenhyphenl7sz3i7bITSPGhnMXOA8OmqChYQ_Z5nEjQTdVUzcD4DtOVcy_dB-OO_aPhUL9D-xQnNV4Iz25-ZFWKKtR2GlRTbCBhGVtyk_xFC9On-ecjYirJkOeoWH/s1600/011.jpg" /></a></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjdEYVwSQCE9FypFh2CVZA6vQbq5sYC2ndCDfRJf_1WYvlNJp_NnBRKVFvB8wCqxjgebHb3j37IHKYpVfhgZUrwJDnlV4pwZ4FfR93Yten3PRvDJVn3wpWD5ahLXO1J9Jm7TRQz1ukuL1NG/s1600/012.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="367" data-original-width="554" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjdEYVwSQCE9FypFh2CVZA6vQbq5sYC2ndCDfRJf_1WYvlNJp_NnBRKVFvB8wCqxjgebHb3j37IHKYpVfhgZUrwJDnlV4pwZ4FfR93Yten3PRvDJVn3wpWD5ahLXO1J9Jm7TRQz1ukuL1NG/s1600/012.jpg" /></a></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiBO0RkmGSuA4hFTxvRXkUVRf5GZE_n0qLY7tZAYkcBbzjFnJVINk1dUAsc1rJOBRIJTpUSZAnmGcXJX9clEqlTndlQJvRvcFhZ36581yO9ssZDWiYXBiC4qlMuAzXFT8efElhFqb_L0EM3/s1600/013.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="368" data-original-width="555" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiBO0RkmGSuA4hFTxvRXkUVRf5GZE_n0qLY7tZAYkcBbzjFnJVINk1dUAsc1rJOBRIJTpUSZAnmGcXJX9clEqlTndlQJvRvcFhZ36581yO9ssZDWiYXBiC4qlMuAzXFT8efElhFqb_L0EM3/s1600/013.jpg" /></a></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEizla1LdRWwXrroUroq5NHm23aVn0v-tHOly3Lmu-kuNUyiC7dIFUWP_MyKMd1afBcFJrKSemEySk5xapG9ocSy5W42LVyOfv6vvEDWMaqOK-INpdZ6DeRSLoMWC9RA4Yx0c35l9ms82Pyq/s1600/014.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="365" data-original-width="555" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEizla1LdRWwXrroUroq5NHm23aVn0v-tHOly3Lmu-kuNUyiC7dIFUWP_MyKMd1afBcFJrKSemEySk5xapG9ocSy5W42LVyOfv6vvEDWMaqOK-INpdZ6DeRSLoMWC9RA4Yx0c35l9ms82Pyq/s1600/014.jpg" /></a></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgXD0rQBg5omXDEMbNa27pxTEzevLnDgYXivvErFQtxe1zOwNUuSYPGCqDvcZ2wpCNcX7SiZdJHYJ-lDMzd26L0VILqKqwUEh7iAI7X-LV9lWcOliNELQZ_BSc0bO5oFG2xDnOyqQZBtdFm/s1600/015.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="368" data-original-width="553" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgXD0rQBg5omXDEMbNa27pxTEzevLnDgYXivvErFQtxe1zOwNUuSYPGCqDvcZ2wpCNcX7SiZdJHYJ-lDMzd26L0VILqKqwUEh7iAI7X-LV9lWcOliNELQZ_BSc0bO5oFG2xDnOyqQZBtdFm/s1600/015.jpg" /></a></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgVhqQpBQmZVvBWBudgpE5ot84Y53hdewcwIyTo_RbB1R5sv9LoKGAOxMnXqYmvMDvtwHvG5ZgamaQOkL5dQWsRUvqt-3ZwGZZyNkeAu4NgwdvfkOpF3mpE-mEe5xP0Y7ULWFYaS_Qp2Ygj/s1600/016.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="368" data-original-width="555" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgVhqQpBQmZVvBWBudgpE5ot84Y53hdewcwIyTo_RbB1R5sv9LoKGAOxMnXqYmvMDvtwHvG5ZgamaQOkL5dQWsRUvqt-3ZwGZZyNkeAu4NgwdvfkOpF3mpE-mEe5xP0Y7ULWFYaS_Qp2Ygj/s1600/016.jpg" /></a></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjPBybCP_AVS4pwgixlJhjPyJD6rCCij18jkl-Ii5rRHaIfFf1pJT17gnlxzXYdHntmaLraWGXcomPqXyv3BMI_UlIbQcl7CvSAALzI8K71MgyXP3afrVNlvfU70nnpK90QUOnNL5CzkyZ1/s1600/017.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="368" data-original-width="555" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjPBybCP_AVS4pwgixlJhjPyJD6rCCij18jkl-Ii5rRHaIfFf1pJT17gnlxzXYdHntmaLraWGXcomPqXyv3BMI_UlIbQcl7CvSAALzI8K71MgyXP3afrVNlvfU70nnpK90QUOnNL5CzkyZ1/s1600/017.jpg" /></a></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgds-b5Ss9hqr9mKUaYokJXp6dMg3joQWORNsc5Kvh8Yh9hwhpiQWDKjt2BlMJWRBsSm0h5OMoCIgHNdlpHDRsbzGKw49LBdep7cPFOg6WQZ6W218EQBzBP6NBZwuuQ8bQmnkicBnDpPrtJ/s1600/018.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="369" data-original-width="555" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgds-b5Ss9hqr9mKUaYokJXp6dMg3joQWORNsc5Kvh8Yh9hwhpiQWDKjt2BlMJWRBsSm0h5OMoCIgHNdlpHDRsbzGKw49LBdep7cPFOg6WQZ6W218EQBzBP6NBZwuuQ8bQmnkicBnDpPrtJ/s1600/018.jpg" /></a></div>
<br />
<span style="font-size: large;">Deixando a prefeitura em 1982, Mendes se elegeu deputado federal e conseguiu a reeleição em 1986, quando se tornou deputado constituinte. Terminado esse mandato em 1990, ele tentou voltar ao congresso três vezes, e uma vez à prefeitura, mas não foi eleito. Mendes morreu em janeiro, aos 78 anos, em um desastre automobilístico.</span><br />
<br />
<span style="font-size: large;">* Agradecimento a Mateus Rosa Tognella pelas informações e pelas fotos. <span style="color: #cccccc;">(06/08/2020)</span></span><br />
<br />
<div style="text-align: center;">
<span style="font-size: large;">**********</span></div>
<span style="font-size: large;"></span><br />
<br />
<div style="text-align: center;">
<span style="font-size: large;"><b>JÂNIO E SUPLICY - 1978</b></span></div>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhgHogLJVKtDEFQ-VdQze4WhmsNT1lnshPe2siJgMTsDCjAjYWpJD7Y90BUYT-me9KpZuQ_F5yaUXgs8UZ_bT-9aeg94FjbaphPHjU5IB7bzL898zm5kApNDpG77LSyfC7XEOU3WRbnvWNm/s1600/suplicy.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="587" data-original-width="554" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhgHogLJVKtDEFQ-VdQze4WhmsNT1lnshPe2siJgMTsDCjAjYWpJD7Y90BUYT-me9KpZuQ_F5yaUXgs8UZ_bT-9aeg94FjbaphPHjU5IB7bzL898zm5kApNDpG77LSyfC7XEOU3WRbnvWNm/s1600/suplicy.jpg" /></a></div>
<br />
<span style="font-size: large;">Não sei ao certo qual foi o evento que reuniu os dois; provavelmente uma palestra que juntou o jovem candidato à Assembléia e o velho ex-presidente. com os direitos políticos restabelecidos há pouco, mas disposto a não concorrer no pleito legislativo de 1978.</span><br />
<br />
<span style="font-size: large;">Suplicy vinha de linhagem capitalista, seu patronímico incluía as famílias Cochrane e Suplicy. Pelo lado da mãe temos os Matarazzo, maior fortuna brasileira do início do século XX. Ele, entretanto, além de inteligência invulgar, preparo e combatividade, demonstrou desde o início de sua carreira uma tendência humanista, de identidade popular e libertária, que o aproximou da ala mais progressista do MDB, pouco depois responsável pela criação do PT.</span><br />
<br />
<span style="font-size: large;">Naquela eleição Jânio declarou voto em dois candidatos: para o Senado, Fernando Henrique Cardoso. Para a Assembléia Legislativa, Eduardo Suplicy. Ambos se tornaram seus adversários na eleição municipal de 1985 e foram derrotados. FHC desde então fala discretamente sobre Jânio. Já Suplicy, sempre soube ver o antigo político por uma lente menos draconiana, mais abrangente, mais compreensiva, como líder de um movimento político que gerou grandes colegas seus, como Plínio de Arruda Sampaio e Hélio Bicudo.</span><br />
<br />
<span style="font-size: large;"></span><br />
<span style="font-size: large;">Houve respeito entre os dois até o fim. E quiçá até estima. Mas a política encobriu isso. <span style="color: #cccccc;">(07/09/2020)</span></span><br />
<div>
<i style="background-color: white; color: #333333; font-family: georgia, serif; font-size: 13px;">___________________________________________________</i><br />
<div class="MsoNormal" style="background-color: white; color: #333333; font-family: Georgia, serif; font-size: 13px; line-height: 20.8px; margin-bottom: 0cm;">
<div style="color: black; font-family: "Times New Roman"; font-size: medium;">
<br /></div>
<div style="color: black; font-family: "Times New Roman"; font-size: medium;">
<span style="color: #333333; font-family: "georgia" , serif;"><span style="line-height: 20.8px;"><i>Jânio - Vida e Morte do Homem da Renúncia</i></span></span></div>
<div style="color: black; font-family: "Times New Roman"; font-size: medium;">
<span style="color: #333333; font-family: "georgia" , serif;"><span style="line-height: 20.8px;"><i>Vol I: "Um Moço Bem Velhinho"</i></span></span></div>
<div style="color: black; font-family: "Times New Roman"; font-size: medium;">
<span style="color: #333333; font-family: "georgia" , serif;">Bernardo Schmidt</span></div>
<div style="color: black; font-family: "Times New Roman"; font-size: medium;">
<span style="color: #333333; font-family: "georgia" , serif;">Editora O Patativa</span></div>
<div style="color: black; font-family: "Times New Roman"; font-size: medium;">
<span style="color: #333333; font-family: "georgia" , serif;">350 pgs ilustradas</span></div>
<div style="color: black; font-family: "Times New Roman"; font-size: medium;">
<span style="color: #333333; font-family: "georgia" , serif;">R$ 30,00 (Frete incluso para todo o Brasil)</span></div>
<div style="color: black; font-family: "Times New Roman"; font-size: medium;">
<span style="color: #333333; font-family: "georgia" , serif;"><span style="line-height: 20.8px;"><i><br /></i></span></span><span style="color: #333333; font-family: "georgia" , serif;"><span style="line-height: 20.8px;">Compre através do e-mail<i> editora.opatativa@gmail.com</i></span></span></div>
<i style="font-family: georgia, serif;"></i><br />
<div style="color: black; font-family: "Times New Roman"; font-size: medium;">
<span style="color: #333333; font-family: "georgia" , serif;"><span style="line-height: 20.8px;"><i>______________________________________</i></span></span></div>
</div>
<div class="MsoNormal" style="background-color: white; color: #333333; font-family: Georgia, serif; font-size: 13px; line-height: 20.8px; margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: "georgia" , serif; line-height: 20.8px;"><span style="line-height: 20.8px;"><i><br /></i></span></span><span style="font-family: "georgia" , serif; line-height: 20.8px;"></span><span style="font-family: "georgia" , serif; line-height: 20.8px;">Ver também:</span></div>
<ul style="background-color: white; color: #333333; font-family: Georgia, serif; font-size: 13px; line-height: 20.8px;">
<li><a href="http://bernardoschmidt.blogspot.com.br/2015/11/pilulas-janisticas-1.html" style="color: #999999; text-decoration-line: none;" target="_blank"><span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Pílulas Janísticas - 1</span></a></li>
<li><a href="http://bernardoschmidt.blogspot.com.br/2015/11/pilulas-janisticas-2.html" style="color: #999999; text-decoration-line: none;" target="_blank"><span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Pílulas Janísticas - 2</span></a></li>
<li><a href="http://bernardoschmidt.blogspot.com.br/2015/11/pilulas-janisticas-3.html" style="color: #999999; text-decoration-line: none;" target="_blank"><span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Pílulas Janísticas - 3</span></a></li>
<li><span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><a href="http://bernardoschmidt.blogspot.com.br/2015/12/pilulas-janisticas-4.html" style="color: #999999; text-decoration-line: none;" target="_blank">Pílulas Janísticas - 4</a></span></li>
<li><a href="http://bernardoschmidt.blogspot.com.br/2016/03/pilulas-janisticas-5.html" style="color: #999999; text-decoration-line: none;" target="_blank">Pílulas Janísticas - 5</a></li>
<li><a href="http://bernardoschmidt.blogspot.com.br/2016/05/pilulas-janisticas-6.html" style="color: #999999; text-decoration-line: none;" target="_blank">Pílulas Janísticas - 6</a></li>
<li><a href="http://bernardoschmidt.blogspot.com.br/2016/09/pilulas-janisticas-7.html" style="color: #999999; text-decoration-line: none;" target="_blank">Pílulas Janísticas - 7</a></li>
<li><a href="http://bernardoschmidt.blogspot.com.br/2017/01/pilulas-janisticas-8.html" style="color: #999999; text-decoration-line: none;" target="_blank">Pílulas Janísticas - 8</a></li>
<li><a href="https://bernardoschmidt.blogspot.com/2017/03/pilulas-janisticas-9.html" style="color: #999999; text-decoration-line: none;" target="_blank">Pílulas Janísticas - 9</a></li>
<li><a href="https://bernardoschmidt.blogspot.com/2018/12/pilulas-janisticas-10.html" target="_blank">Pílulas Janísticas - 10</a></li>
</ul>
<ul style="background-color: white; color: #333333; font-family: Georgia, serif; font-size: 13px; line-height: 20.8px;">
<li><span style="font-family: "georgia" , serif; line-height: 20.8px;"><a href="http://bernardoschmidt.blogspot.com.br/2013/01/janio-vida-e-morte-do-homem-da-renuncia_28.html" style="color: #999999; text-decoration-line: none;" target="_blank">Jânio - Vida e Morte do Homem da Renúncia - Parte 1</a></span></li>
<li><span style="font-family: "georgia" , serif; line-height: 20.8px;"><a href="http://bernardoschmidt.blogspot.com.br/2013/01/janio-vida-e-morte-do-homem-da-renuncia.html" style="color: #999999; text-decoration-line: none;" target="_blank">Jânio - Vida e Morte do Homem da Renúncia - Parte 2</a></span></li>
<li><span style="font-family: "georgia" , serif; line-height: 20.8px;"><a href="http://bernardoschmidt.blogspot.com.br/2013/06/entrevista-sobre-janio-quadros-no.html" style="color: #999999; text-decoration-line: none;" target="_blank">A biografia de Jânio no Programa do Jô</a></span></li>
<li><span style="font-family: "georgia" , serif; line-height: 20.8px;"><a href="http://bernardoschmidt.blogspot.com.br/2011/01/o-dia-em-que-conheci-janio.html" style="color: #999999; text-decoration-line: none;" target="_blank">O dia em que conheci Jânio</a></span></li>
<li><span style="font-family: "georgia" , serif; line-height: 20.8px;"><a href="http://bernardoschmidt.blogspot.com.br/2014/08/dirce-tutu-quadros-19432014.html" style="color: #999999; text-decoration-line: none;" target="_blank">Dirce "Tutu" Quadros (1943/2014)</a></span></li>
</ul>
<div class="MsoNormal" style="background-color: white; color: #333333; font-family: Georgia, serif; font-size: 13px; line-height: 20.8px; margin-bottom: 0cm;">
<i style="font-family: georgia, serif; line-height: 20.8px;">______________________________________</i></div>
</div>
Bernardo Schmidthttp://www.blogger.com/profile/12196150324865840023noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4381988697960596291.post-40923197520781931242020-07-23T22:00:00.002-07:002020-11-04T20:51:12.546-08:00Minestrone Cultural XVIII<br />
<div style="text-align: center;">
<span style="font-size: large;"><b><u>EDIÇÃO PANDEMIA</u></b></span></div>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhXO-3CoOdV3DNK3gd5F2Rb1RcQ42zKRoabrhbcUWp3qcRcIFSpyP-7mfGxulDkngfTStVNSo4bEk0Ush0HxORZCHjxM8oBJj4f8m9L7dsZ8tAkyggSouO4N_ATy-5nFZlmroTNWbTtOebM/s1600/pandemic.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="448" data-original-width="556" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhXO-3CoOdV3DNK3gd5F2Rb1RcQ42zKRoabrhbcUWp3qcRcIFSpyP-7mfGxulDkngfTStVNSo4bEk0Ush0HxORZCHjxM8oBJj4f8m9L7dsZ8tAkyggSouO4N_ATy-5nFZlmroTNWbTtOebM/s1600/pandemic.jpg" /></a></div>
<br />
<div style="text-align: center;">
<span style="color: red; font-size: large;"><b>DISCOS (1972/1982)</b></span></div>
<br />
<span style="font-size: large;">Instado pelo Alexandre, entro na brincadeira que vem rolando há tempos no Facebook, de escolher dez discos e postá-los, um por dia, sem quaisquer explicações. Mas vou ter que mudar duas regras:</span><br />
<br />
<span style="font-size: large;">a) Não vou postar os dez discos mais importantes da minha vida porque não consigo escolher apenas dez. A música, para mim, é tão fundamental quanto respirar e são milhares os discos que forjaram meu gosto musical e estão guardados com carinho em minha memória. Escolherei apenas dez discos que me marcaram profundamente até eu completar dez anos, com a triste certeza de que pelo menos outros vinte ficarão de fora. Sobretudo os internacionais, que neste primeiro momento optei por não incluir, ou esta lista não teria mais fim.</span><br />
<br />
<span style="font-size: large;">A infância, como se sabe, é o período em que somos um livro aberto, em branco, pronto para receber todas as influências artísticas e de qualquer outro tipo (daí a imperiosa necessidade de expor a criança somente àquilo que é benéfico e produtivo). Graças a Deus tive em meus pais duas pessoas que amavam música e possuíam um gosto musical refinadíssimo, então meu próprio gosto se formou a partir do contato com o que havia de melhor.</span><br />
<br />
<span style="font-size: large;">b) Vou fazer um pequeno comentário sobre cada um porque não vejo qualquer graça em postar dez capas sem nenhuma explicação. É o que torna o Facebook uma vitrine sem charme e sem valor: a publicação inconseqüente de fotos sem texto. Amanhã ninguém nem lembra que isso foi postado. Por isso tenho saudades do Orkut.</span><br />
<br />
<span style="font-size: large;">Deixo de fora LPs de Moraes Moreira como <i>Lá vem o Brasil descendo a ladeira</i> e <i>Bazar Brasileiro</i> - provavelmente os mais importantes de minha infância - porque já estou falando deles em minha última postagem do Minestrone Cultural.</span><br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEir2ru_9douIsjUZYxIGzX5RBNgwhC4fEgFg52mHj9kEbBNtbBa9Dw-Bw6RQA4c6WkirVBhiUdlg5egg39aWdDZ1GEeTmrzPijb1EmJY2a7v1YSarczEiKKNnELGuOG-vJh6YFzsNUGFvxg/s1600/arca10.jpg" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="355" data-original-width="353" height="200" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEir2ru_9douIsjUZYxIGzX5RBNgwhC4fEgFg52mHj9kEbBNtbBa9Dw-Bw6RQA4c6WkirVBhiUdlg5egg39aWdDZ1GEeTmrzPijb1EmJY2a7v1YSarczEiKKNnELGuOG-vJh6YFzsNUGFvxg/s200/arca10.jpg" width="198" /></a></div>
<span style="font-size: large;"><b>01 - <i>Guilherme Arantes</i> (1976)</b></span><br />
<br />
<span style="font-size: large;">Esse LP na verdade pertencia ao meu irmão e eu, com quatro ou cinco anos, adorei as maravilhosas melodias compostas por Guilherme e não me esqueci jamais delas. Todas me marcaram de uma maneira ou de outra. Esse foi o primeiro LP do grande pianista e ele trazia fresca, jovem e pulsante sua inspiração musical e poética. Poderia comentar todas as canções. "A Cidade e a Neblina", "Águas Passadas", "Não Fique Estática"... canções tão pessoais, tão inocentes e românticas. "Meu Mundo e Nada Mais" explodiu na trilha sonora da novela <i>Anjo Mau</i>, de Cassiano Gabus Mendes, "Cuide-Se Bem" explodiu em <i>Duas Vidas</i>, de Janete Clair, e Guilherme cimentou ali seu caminho vitorioso como um de nossos melhores compositores.</span><br />
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhaVBediknehcDax_Y3U-0a9bzMFkDvG4crQEoo3UV3HBrvuu_tWEtchZxhqbexAnla4WdBdpd_xjklYHduA4_BipHy5jzgveOTFTVskNcxUn-_eISULMbXym4gKqseZzMDH7KO6L83hktQ/s1600/Guilherme+Arantes1.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="367" data-original-width="543" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhaVBediknehcDax_Y3U-0a9bzMFkDvG4crQEoo3UV3HBrvuu_tWEtchZxhqbexAnla4WdBdpd_xjklYHduA4_BipHy5jzgveOTFTVskNcxUn-_eISULMbXym4gKqseZzMDH7KO6L83hktQ/s1600/Guilherme+Arantes1.jpg" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i><span style="font-size: small;">O encontro com o querido Guilherme nos bastidores do Jô, em 1993</span></i></td></tr>
</tbody></table>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhkqMcbcUOyivN2BcxvQk1LVpseuL34hHLShG6OCrpLTnznaz6UxoulEfnGwHG0tXFqN3dkAKUSwtQz6qWHxRRd9e38-UBFWCAfADzuocD-ms5MbsnaK4sQ7jMjR1IEUbUL7o_X1_6RSlEQ/s1600/arca6.jpg" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" data-original-height="344" data-original-width="355" height="193" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhkqMcbcUOyivN2BcxvQk1LVpseuL34hHLShG6OCrpLTnznaz6UxoulEfnGwHG0tXFqN3dkAKUSwtQz6qWHxRRd9e38-UBFWCAfADzuocD-ms5MbsnaK4sQ7jMjR1IEUbUL7o_X1_6RSlEQ/s200/arca6.jpg" width="200" /></a></div>
<span style="font-size: large;"><b>02 - <i>Roberto Carlos</i> (1977)</b></span><br />
<br />
<span style="font-size: large;">Meu pai ganhou esse LP do irmão, que ao presenteá-lo escreveu-lhe uma dedicatória linda, aludindo à amizade, à camaradagem e à cumplicidade que os dois compartilhavam há quase quarenta anos. O tema de tudo, evidentemente, era a belíssima canção "Amigo", escrita por Roberto para Erasmo. Eu pessoalmente, chegando aos seis anos, preferia "Muito Romântico" (que só anos depois vim a saber que é de Caetano) e "Pra Ser Só Minha Mulher" (que também só descobri muito tempo depois ser música do mestre Tony Osanah). Minha mãe, fã de Roberto desde a Jovem Guarda, contentava-se com "Falando Sério" e "Jovens Tardes De Domingo". Infelizmente meu pai se foi, inesperadamente, cinco meses depois, e a canção "Outra Vez", de Isolda, passou a ser um verdadeiro tabu para ela.</span><br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjuR575Q_NcYXxHaUoIkKlBtLFR15DuLihmWqroiY9H6A4vt2qnMy8OJKtR5cVjUJtUfN6dKuctBMO5yKFoPCuv13gzm7d6keAxN6nBqGiL9GdhnphhLS8BF_3gwX_kAgVqC0wjUH5DZtz8/s1600/arca1.jpg" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="575" data-original-width="600" height="191" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjuR575Q_NcYXxHaUoIkKlBtLFR15DuLihmWqroiY9H6A4vt2qnMy8OJKtR5cVjUJtUfN6dKuctBMO5yKFoPCuv13gzm7d6keAxN6nBqGiL9GdhnphhLS8BF_3gwX_kAgVqC0wjUH5DZtz8/s200/arca1.jpg" width="200" /></a></div>
<span style="font-size: large;"><b>03 - <i>Ópera do Malandro</i> (Chico Buarque e outros, 1979)</b></span><br />
<br />
<span style="font-size: large;">Não há como falar de Chico e de sua presença basilar na minha vida sem citar <i>Meus Caros Amigos</i>, de 1976, e <i>Chico Buarque</i> (o proverbial "disco da samambaia"), de 1978. Amei todas as músicas, decorei todas, cantava todas e não há uma única canção desses dois LPs que eu tenha gostado menos. Mas como esta lista fatídica só pode acomodar dez LPs, serei obrigado a uma escolha pior que a de Sophia: um único disco de Chico para constar aqui, e escolho a <i>Ópera do Malandro</i>.</span><br />
<br />
<span style="font-size: large;">Minha mãe costumava fazer uma gambiarra com um dos vendedores da HiFi, no Iguatemi, e ao invés de comprar o LP ou a fita originais, ela adquiria uma fita gravada do LP, por um dos vendedores, a um preço reduzido. Era a pré-história da pirataria. E dentre as inúmeras fitas que ela comprou assim, veio a "Ópera do Malandro", de Chico. Foi uma paulada em minha inocência. As músicas eram espetaculares. "O Malandro" (letra de Chico para a música de Kurt Weill), com o MPB4, começava com o acompanhamento único de uma caixa de fósforo e terminava com uma orquestra. Um verdadeiro deleite.</span><br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEigCKEl74nkckz4FnsRsYd6WlmnZY_DFlEYIHzfcs2WjRYbgk4i4UylDREZmhmdHAr63ql44RcMFMr1nkhAgE5qG9ZS4KF28PILqAg92g6lKSvaKP3okE39AooPsx_t52qcpZTYC5Tk4Q_S/s1600/%25C3%25B3pera+do+malandro.jpg" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="320" data-original-width="239" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEigCKEl74nkckz4FnsRsYd6WlmnZY_DFlEYIHzfcs2WjRYbgk4i4UylDREZmhmdHAr63ql44RcMFMr1nkhAgE5qG9ZS4KF28PILqAg92g6lKSvaKP3okE39AooPsx_t52qcpZTYC5Tk4Q_S/s1600/%25C3%25B3pera+do+malandro.jpg" /></a></div>
<span style="font-size: large;">O "Hino de Duran" trazia Chico junto à "Cor do Som" (cujo LP <i>Frutificar</i>, de 1979, tive que deixar de fora desta lista) e eu viajei com o teclado de Mú e a guitarra de Armandinho. As letras fortes e marcantes de "Uma Canção Desnaturada" e "Pedaço de Mim" ainda não faziam sentido para mim, mas as melodias me maravilharam. Os artistas, os arranjos, tudo. Decorei todas. Cantava todas. O "Tango do Covil" era uma de minhas favoritas, assim como a poderosa "Geni e o Zepelim". Também amei Moreira da Silva dando uma aula de malandragem na "Homenagem ao Malandro". Mas como não podia deixar de ser, já que meu inusitado registro de barítono surgiu cedíssimo, eu amava acompanhar Paulo Fortes na "Ópera", em que Chico misturou, brilhantemente, as músicas de Bizet, Verdi e Wagner com suas próprias letras, pertinentes ao espetáculo teatral do qual eram trilha.</span><br />
<br />
<span style="font-size: large;">Além dos já citados, esse musical de Chico me introduziu à Marlene, Alcione, Gal Costa, Elba, Zizi Possi, As Frenéticas, João Nogueira e toda nossa melhor MPB. A "Ópera do Malandro" foi uma das maiores riquezas da minha infância.</span><br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgNqCgTvOd_6elvgc088AMTQx_NmrzuC8MKd1mKZgczCF-dit3S4CZu-zewUuZFNd10ncphJewhNqF3ndykuBViBUSv1CiqDUUlaeOS_3gsr09sKf2IIgj3oAcsPRU3f_3hweSdfuPGWRTl/s1600/arca9.jpg" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" data-original-height="355" data-original-width="355" height="200" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgNqCgTvOd_6elvgc088AMTQx_NmrzuC8MKd1mKZgczCF-dit3S4CZu-zewUuZFNd10ncphJewhNqF3ndykuBViBUSv1CiqDUUlaeOS_3gsr09sKf2IIgj3oAcsPRU3f_3hweSdfuPGWRTl/s200/arca9.jpg" width="200" /></a></div>
<span style="font-size: large;"><b>04 - <i>Realce</i> (Gilberto Gil, 1979)</b></span><br />
<br />
<span style="font-size: large;">Gil, com trinta e sete anos, terminou a década de 70 energizado e renovado. Soube se modernizar sem que sua obra perdesse um pingo de seu valor. <i>Realce</i> é um extrato de seu momento musical, impregnado de samba e Reggae. A canção-título parece homenagem à década que se encerra e um chamamento à nova ordem musical; "Realce" tem a cara dos anos 80. Já "Superhomem, a canção" (preferida inconteste de minha mãe), é balada atemporal e um hino ao lado feminino dos homens, tão decantado por Gil, Caetano e Pepeu, naquela época. Em "Marina" Gil revoluciona, transformando a canção escrita em 1944 por Dorival Caymmi em um reggae da melhor qualidade. "Rebento" é um samba lindíssimo, também inteiramente atemporal, que seria reverenciado como uma composição perfeita em qualquer época. Minha preferida é "Toda Menina Baiana", outra perfeição.</span><br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEilnYhO0AqdXXhyL1MtjMIGnwe9bCKTyadWRnGTqfKpLCWeoXSIUrSo9Za_C6NpMmdsN4_n5F-ke87pDpx9XfvkbqfRzawy_V5g_FIAUBJaLwicZlGhHrAga6-4-55ePzWe4enRFmSPlkf4/s1600/arca16.jpg" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="299" data-original-width="300" height="198" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEilnYhO0AqdXXhyL1MtjMIGnwe9bCKTyadWRnGTqfKpLCWeoXSIUrSo9Za_C6NpMmdsN4_n5F-ke87pDpx9XfvkbqfRzawy_V5g_FIAUBJaLwicZlGhHrAga6-4-55ePzWe4enRFmSPlkf4/s200/arca16.jpg" width="200" /></a></div>
<span style="font-size: large;"><b>05 - <i>Gal Tropical</i> (Gal Costa, 1979)</b></span><br />
<br />
<span style="font-size: large;">Gal Costa está em situação semelhante à de Chico. Era uma das artistas preferidas de minha mãe, que comprava seus LPs assim que eram lançados. É difícil, portanto, falar dela sem mencionar <i>Água Viva</i> (1978), <i>Aquarela do Brasil</i> (1980) e <i>Fantasia</i> (1981). Mas ficarei neste momento com <i>Gal Tropical</i> porque não creio que ela tenha mostrado melhor a mistura de seu talento superior de cantora (a maior do Brasil, junto à Elis) com sua faceta de intérprete, como neste disco. E Gal é tão talentosa, tão versátil, que passeia pela MPB brasileira dos últimos cinqüenta anos, espanando-lhe o mofo e dando-lhe feição moderna e atual. Com sete anos, eu adorei "Balancê", com seu refrão fácil e sua melodia cativante, sem saber que Gal exumava um sucesso que Braguinha compusera para o carnaval de 1936!</span><br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh2-aJEM6CR6UYehE-ULNe1JpBsE1CZtXLmQnFHhTTUp3noGs2xt5j6SQZZ40dSjz2XOBTrQEKu-cdm73Zm9WAFU_8D4_skHXMenibImCSYPyVC9sF5MjwjucsEH6LJyTutpY_qbldLnhjL/s1600/gal+costa.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="756" data-original-width="579" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh2-aJEM6CR6UYehE-ULNe1JpBsE1CZtXLmQnFHhTTUp3noGs2xt5j6SQZZ40dSjz2XOBTrQEKu-cdm73Zm9WAFU_8D4_skHXMenibImCSYPyVC9sF5MjwjucsEH6LJyTutpY_qbldLnhjL/s640/gal+costa.jpg" width="490" /></a></div>
<br />
<span style="font-size: large;">Também não sabia que a lindíssima "Estrada Do Sol" era parceria de Tom e Dolores Duran. Só sei que fiquei encantado com a sutileza da melodia, como também me encantou a "Juventude Transviada" de Luiz Melodia. Outras canções que me impressionaram muito pela da interpretação de Gal e dos arranjos perfeitos de Antônio Perna Fróes foram "Índia", que eu ouvia ali pela primeira vez, e "O Bater Do Tambor", excelente frevo de Caetano que me fazia sentir em Salvador, nos becos e nas reentrâncias que os trios não invadiam, nas noites de carnaval. E ouvi "Meu Nome É Gal" pela primeira vez, nessa nova versão da música-homenagem de Roberto e Erasmo, muito melhor do que a versão original de 1969.</span><br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgRlq4fzRd2rIfBNPo0ew5FWJhx9-JmVJvOMf50Es8JLUP10EMUMjku5qdRwvb2ONOk80hx_aoaPMHtGCGg1NfGokhnhVBAbooHgzTAqatXDdOdhhT1kuX2vzw0nCKUWwtqVkF1BrF9-iwf/s1600/arca20.jpg" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" data-original-height="355" data-original-width="355" height="200" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgRlq4fzRd2rIfBNPo0ew5FWJhx9-JmVJvOMf50Es8JLUP10EMUMjku5qdRwvb2ONOk80hx_aoaPMHtGCGg1NfGokhnhVBAbooHgzTAqatXDdOdhhT1kuX2vzw0nCKUWwtqVkF1BrF9-iwf/s200/arca20.jpg" width="200" /></a></div>
<span style="font-size: large;"><b>06 - <i>Cinema Transcendental</i> (Caetano Veloso, 1979)</b></span><br />
<br />
<span style="font-size: large;">Como se vê, a MPB estava no auge quando se encerrou a década de 70. Cinema Transcendental traz pérolas que me acompanham até hoje. "Lua de São Jorge" é adorável, mas a "Oração ao Tempo" é uma das composições mais lindas que já ouvi em minha vida. É uma jóia na coroa de Caetano. "Beleza Pura" está lá para constar mas já era sucesso no cardápio de Armandinho e A Cor do Som, assim como "Menino do Rio" virou trilha do filme inesquecível de André de Biasi, na interpretação perfeita de Baby Consuelo. "Trilhos Urbanos" é uma beleza e há espaço para o divertido "Vampiro" de Jorge Mautner, mas junto à "Oração", minha canção preferida desse álbum é provavelmente a "Elegia", que tem poesia de Péricles Cavalcanti e Augusto de Campos, e suponho que a música seja de Caetano. Mas eu só iria realmente conhecer Caetano a partir de <i>Uns</i>, em 1983.</span><br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiniUM9g0Fet9peGQJ0ybJf-_YpEKNW2iy3LL3ss1ydq5oomO2KMvCl_SRee2kNCI5wujjRqjv1JmFSp4bgKznY-V4Bfinvd-hj0Tr-lDe7rTef496LsDmmw4P-n7AbbUzgnz6jj8SGRqJB/s1600/arca4.jpg" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="500" data-original-width="500" height="200" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiniUM9g0Fet9peGQJ0ybJf-_YpEKNW2iy3LL3ss1ydq5oomO2KMvCl_SRee2kNCI5wujjRqjv1JmFSp4bgKznY-V4Bfinvd-hj0Tr-lDe7rTef496LsDmmw4P-n7AbbUzgnz6jj8SGRqJB/s200/arca4.jpg" width="200" /></a></div>
<span style="font-size: large;"><b>07 - <i>Rita Lee</i> (1980)</b></span><br />
<br />
<span style="font-size: large;">Há pessoas que criticam Rita por essa fase de sua carreira, que consideram não estar à altura de seus LPs com o Tutti Frutti. Discordo frontalmente. A obra de Rita é toda boa, em geral, mas Roberto de Carvalho trouxe uma riqueza melódica que acho inegável e da qual sou fã. Com efeito, a impressão que dá é de que ela foi atacada simplesmente porque virou uma usina de sucessos. Desde o primeiro LP que lançou com Roberto (em 1979, ano abençoado), seguindo por este e pelo próximo, temos uma verdadeira coleção de ótimas canções. Me faz lembrar Elton John ou Billy Joel, em que não há como ter favoritas porque são todas boas. "Lança Perfume", "Baila Comigo" e "Nem Luxo, Nem Lixo" não são apenas fáceis de recordar e gostosas de cantar. São músicas excepcionais, retratos de sua época e seriam standards em qualquer lugar do mundo. Rita é uma grande compositora e sua obra, seja com Os Mutantes, com o Tutti Frutti ou com Roberto trouxe sempre a marca de um talento sem igual.</span><br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjee30tWZ35vopS7mHGW6c8F5K8_nY7A21k0uGa9GljGf9OowPfL5knuMZoqSdg2AtiHQE83wvJ4OarCVySUPABGFOSAaOPmVV8mD3cs4G4bOmGhuzYm414Tg2ZWoHPRy3hBqhL1KbDpyc4/s1600/arca3.jpg" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" data-original-height="225" data-original-width="225" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjee30tWZ35vopS7mHGW6c8F5K8_nY7A21k0uGa9GljGf9OowPfL5knuMZoqSdg2AtiHQE83wvJ4OarCVySUPABGFOSAaOPmVV8mD3cs4G4bOmGhuzYm414Tg2ZWoHPRy3hBqhL1KbDpyc4/s1600/arca3.jpg" /></a></div>
<span style="font-size: large;"><b>08 - <i>Cauby! Cauby!</i> (Cauby Peixoto, 1980)</b></span><br />
<br />
<span style="font-size: large;">Cauby foi o maior cantor brasileiro da segunda metade do século XX (e em minha opinião, do século inteiro), portanto era natural que fosse um dos favoritos de meus pais. Até mesmo meu pai, que não gostava dos maneirismos do cantor, seus lenços, sua maquiagem, suas desmunhecadas, deixava isso de lado e admitia o imenso talento de Cauby. Em 1980 a Som Livre lançou um LP de homenagem a seus trinta anos de carreira, reunindo canções que os maiores compositores brasileiros - todos seus fãs confessos - fizeram para ele, ou foram celebrizadas por sua interpretação. Na ocasião fiquei impressionado com o vibrato de Cauby em "Bastidores", de Chico, gostei muito do "Cauby! Cauby!", de Caetano e "Ronda", de Paulo Vanzolini (malgrado a breguice do arranjo).</span><br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgHpQYqc1-zjOieiNXoTKZgr09boi9f2KSpyKYoHGIa7Buqr7r0r1AvH9ffUZ4Wdzq9qRTHd1riPKtZ10qd9qomMGH-6le5zNbpRvfo4b9GtpUP936NUPWONywGwHrC41FXKg9eI0QjWehI/s1600/cauby2.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="460" data-original-width="460" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgHpQYqc1-zjOieiNXoTKZgr09boi9f2KSpyKYoHGIa7Buqr7r0r1AvH9ffUZ4Wdzq9qRTHd1riPKtZ10qd9qomMGH-6le5zNbpRvfo4b9GtpUP936NUPWONywGwHrC41FXKg9eI0QjWehI/s1600/cauby2.jpg" /></a></div>
<br />
<span style="font-size: large;">Com os anos fui aprendendo a apreciar a bonita e simples "Oficina", de Tom Jobim e "Não Explique", de Eduardo Duzek. Há uma curiosa versão ao vivo de "Chão de Estrelas" cantada por Cauby, Sílvio Caldas e ninguém menos que o saudoso Jessé, procurando não fazer feio em meio aos mestres. Mas nem tudo é perfeito; Roberto e Erasmo, que começaram suas carreiras com Cauby, colaboraram com a perfeitamente esquecível "Brigas de Amor". Jorge Ben colabora com a sem-graça "Dona Culpa" e inclusive canta com Cauby. Terrível. Os arranjos do talentoso e saudoso Lincoln Olivetti estão datados e são irregulares; por vezes funcionam lindamente, por vezes trazem uma certa cafonice daquele início de década de 80. É, contudo, pérola rara de nosso cancioneiro e recordação docílima de minha infância.</span><br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgaMVt7I4HC2H8-i6IpFmAicIw760NQlxekq1w0yyYoDysnXQCcMr_tm9hIasdjiqotVX22qQ9xX_GunJH8JsE5sKviQZlIrLLVKVkahfxfWWN8Z69Q7RFsF7-rDWxmbR6R2xPMcZu49c0t/s1600/arca.jpg" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="720" data-original-width="718" height="200" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgaMVt7I4HC2H8-i6IpFmAicIw760NQlxekq1w0yyYoDysnXQCcMr_tm9hIasdjiqotVX22qQ9xX_GunJH8JsE5sKviQZlIrLLVKVkahfxfWWN8Z69Q7RFsF7-rDWxmbR6R2xPMcZu49c0t/s200/arca.jpg" width="199" /></a></div>
<span style="font-size: large;"><b>09 - <i>A Arca de Noé</i> (Vários, 1980)</b></span><br />
<br />
<span style="font-size: large;">Sob a batuta do grande Augusto Cesar Vanucci, a Globo produziu o especial "A Arca de Noé", obra-prima realizada a partir dos poemas infantis de Vinícius, musicados por Toquinho. A direção foi de Evaldo Rui e o programa foi ao ar em outubro de 1980. Difícil descrever algo tão maravilhoso. É necessário ter sido criança naquela época, para entender. A introdução - nunca esqueci - era uma narração de Chico para este poema: <i>Sete em cores, de repente/ O arco-íris se desata/ Na água límpida e contente/ Do ribeirinho da mata</i>. Já me arrepiou naquele momento. Na seqüência entrava Milton cantando <i>E abrem-se as portas da arca/ Lentamente surgem francas/ A alegria e as barbas brancas/ Do prudente patriarca</i>, e assim por diante. Para mim, aos oito anos, aquilo era o paraíso musical das crianças. Alceu Valença cantando a divertidíssima "A Foca"; meu ídolo Moraes Moreira cantando "As Abelhas" e o MPB4 - meus já conhecidos dos discos de Chico - nos fazendo rir às casquinadas em "O Pato", com direito a Miltinho fazendo com perfeição a voz do pato. Ney Matogrosso, com "São Francisco" e Elis, com "A Corujinha", traziam um tom mais sério, mas nossa alegria estava no Boca Livre cantando "A Casa", nas Frenéticas e Martim Francisco - o "Padilha" do Planeta dos Homens e de Viva o Gordo - na "Aula de Piano", e etc.</span><br />
<br />
<span style="font-size: large;">O que posso dizer de algo tão bom? Da beleza de Aretha, uma verdadeira boneca viva, filhinha de Vanusa e Antônio Marcos? Que o programa fez tanto sucesso que a Globo o reprisou, semanas depois, e eu pedi à minha mãe que transcrevesse a narração de Chico? Que eu decorei o poema da Arca, cantado por Milton, e três anos depois, aos onze anos, recitei em aula suas dez estrofes, para o completo basbaque de minha professora de português? Que conheci ali o gênio de Vinícius e Toquinho?... não há o que dizer. Como disse antes, só quem foi criança naquela época entenderá.</span><br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjCwzuIpeWkgXokJ4m8k0ZfZUt4f_M46y4zpr-HB6tcHLCohO86Crt2mlel75rCYrjih0uSZ4VJnfXPo2r6AGgvyXIUVJU98JogtCkasHr2K_lbtbFhKu1B4cWTS2MK-TZDJEhxNsykU1LL/s1600/arca15.jpg" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" data-original-height="300" data-original-width="300" height="200" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjCwzuIpeWkgXokJ4m8k0ZfZUt4f_M46y4zpr-HB6tcHLCohO86Crt2mlel75rCYrjih0uSZ4VJnfXPo2r6AGgvyXIUVJU98JogtCkasHr2K_lbtbFhKu1B4cWTS2MK-TZDJEhxNsykU1LL/s200/arca15.jpg" width="200" /></a></div>
<span style="font-size: large;"><b>10 - <i>Wilson, Geraldo, Noel</i> (João Nogueira, 1981)</b></span><br />
<br />
<span style="font-size: large;">Outra jóia que devo - como todas desta lista - à minha mãe. Atenta ao que de melhor se produzia em nossa MPB, ela comprou a fita <i>Wilson, Geraldo, Noel</i>, onde João Nogueira homenageava os compositores Wilson Batista, Geraldo Pereira e Noel Rosa. Mais uma vez ressalto a importância de expor a criança a coisas boas: essa fita foi meu primeiro contato com qualquer um dos três compositores, e 1) a riqueza das composições, 2) a perfeição dos arranjos (mérito de Cristovão Bastos, Geraldinho Vespar, Nelsinho e Paulo Moura) e 3) a interpretação de João, me tornaram fã eterno dos três (de João eu já era fã desde a <i>Ópera do Malandro</i>). E durante anos eu escutei essa fita de cabo a rabo. Em 1996 comprei o CD e continuo escutando-o até hoje.</span><br />
<br />
<div style="text-align: left;">
</div>
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: left; margin-right: 1em; text-align: left;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh5ZqpMZPMFXuW47lqSpSAt1xJlgdUwCy0YZYYduWEXTxdSoxNKFiSmiLrfX7rbveE9uFizNuBrwsYC0_FG4upK3JmxK6Xz5Tx0fJRRC1JFjUg8Vb184uORpn2gOmvQkqCoEpsHwO8su1DX/s1600/alcione+nogueira.jpg" style="clear: left; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="493" data-original-width="504" height="313" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh5ZqpMZPMFXuW47lqSpSAt1xJlgdUwCy0YZYYduWEXTxdSoxNKFiSmiLrfX7rbveE9uFizNuBrwsYC0_FG4upK3JmxK6Xz5Tx0fJRRC1JFjUg8Vb184uORpn2gOmvQkqCoEpsHwO8su1DX/s320/alcione+nogueira.jpg" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i style="font-size: 12.8px;"><span style="font-size: small;">Alcione e João em desfile da Portela, 1984</span></i></td></tr>
</tbody></table>
<span style="font-size: large;">Considero todas as faixas excelentes, mas admito que tenho minhas favoritas: de Noel, o partido-alto "De Babado" não é só uma delícia, mas ainda traz Alcione dividindo os vocais com João. Ainda de Noel posso citar a impagável e altamente curiosa (para uma criança) "Positivismo", com letra inspiradíssima de Orestes Barbosa. E "O Maior Castigo Que Eu Te Dou", que gosto muito e hoje, infelizmente, seria espinafrada pela patrulha PC. Wilson Batista, como na vida, roça ombros com Noel, nos lindos sambas "Louco", o "Samba do Méier" e o "Largo da Lapa", cartões postais do Rio cantados, sentidos e poetados. Mas também patenteia seu bom humor, na divertidíssima "Esta Noite Eu Tive um Sonho", parceria que não poderia ser com nenhum outro senão Moreira da Silva. E Geraldo não fica a dever nada a seus dois colegas e contemporâneos, com as ótimas "Bolinha de Papel" e "Você está sumindo".</span><br />
<br />
<span style="font-size: large;">Que mais posso dizer?</span><br />
<br />
<span style="font-size: large;">Valeu a pena ser criança com essa MPB.</span><br />
<br />
<span style="font-size: large;">Quantas gerações depois da minha poderão dizer o mesmo? <span style="color: #cccccc;">(30 e 31/05/2020)</span></span><br />
<br />
<div style="text-align: center;">
<span style="color: red; font-size: large;"><b>ANTÍPODAS SIAMESES</b></span></div>
<br />
<span style="font-size: large;">Dois ignorantes e seu exército de idiotas.</span><br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi-RtKQzHcv1Do_7hnhM731vWGDuIoeC8BtLt-HGGapNEaEXEjihq_oCVRkFkQkZfne8ocbnhLDU3nze_KpWoEpynUf3a3MkOqCZvOdl4Ct5UUa8SG3Ruofd0VZSBvEmX0ELngRnOGULhLP/s1600/bolsolula.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="960" data-original-width="770" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi-RtKQzHcv1Do_7hnhM731vWGDuIoeC8BtLt-HGGapNEaEXEjihq_oCVRkFkQkZfne8ocbnhLDU3nze_KpWoEpynUf3a3MkOqCZvOdl4Ct5UUa8SG3Ruofd0VZSBvEmX0ELngRnOGULhLP/s640/bolsolula.jpg" width="512" /></a></div>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjZQZUNnhgqdWv5_xm2ydDiIWPDWWYznZpOFDbGwCafMsl7buRLky_uP65_5otkxrNnMu16tyf41QpPdZ5RJhHKuJAl29wMvjSwpnbJbWW-BEeXXX9uJDGZzi3wiv-Zi8yJNlWJdQcYdSxf/s1600/bolsolula1.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="504" data-original-width="506" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjZQZUNnhgqdWv5_xm2ydDiIWPDWWYznZpOFDbGwCafMsl7buRLky_uP65_5otkxrNnMu16tyf41QpPdZ5RJhHKuJAl29wMvjSwpnbJbWW-BEeXXX9uJDGZzi3wiv-Zi8yJNlWJdQcYdSxf/s1600/bolsolula1.jpg" /></a></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhIiRHJ9PnxXVwVf8KqxAoMP_UtDtOoiRL54lsaB5AHj2JY_zrSNsjwcclLWGO_nFJgvwvTWqzL-2fosSNDUh2BQfRYc0qX5vE0qGG6iRF05ffA-rK_BeKIERuGJVcSCo8LrC3KBxpBL752/s1600/josias+de+souza+lapidar+7+de+maio.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="493" data-original-width="553" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhIiRHJ9PnxXVwVf8KqxAoMP_UtDtOoiRL54lsaB5AHj2JY_zrSNsjwcclLWGO_nFJgvwvTWqzL-2fosSNDUh2BQfRYc0qX5vE0qGG6iRF05ffA-rK_BeKIERuGJVcSCo8LrC3KBxpBL752/s1600/josias+de+souza+lapidar+7+de+maio.jpg" /></a></div>
<br />
<span style="color: #cccccc; font-size: large;">(1, 7 e 21/05/2020)</span><br />
<br />
<div style="text-align: center;">
<b><span style="color: red; font-size: large;">SAMBA DA PERGUNTA</span></b></div>
<br />
<iframe allowfullscreen="" frameborder="0" height="300" src="https://www.youtube.com/embed/vhqXmhgcN30" width="550"></iframe>
<br />
<span style="font-size: large;"><br /></span>
<span style="font-size: large;">Samba da Pergunta</span><br />
<span style="font-size: large;">(Pingarilho/Vasconcellos)</span><br />
<br />
<span style="font-size: large;"><i>Ela agora mora só no pensamento</i></span><br />
<span style="font-size: large;"><i>Ou então no firmamento</i></span><br />
<span style="font-size: large;"><i>Em tudo que no céu viaja</i></span><br />
<i><br /></i>
<span style="font-size: large;"><i>Pode ser um astronauta</i></span><br />
<span style="font-size: large;"><i>Ou ainda um passarinho</i></span><br />
<span style="font-size: large;"><i>Ou virou um pé de vento</i></span><br />
<i><br /></i>
<span style="font-size: large;"><i>Pipa de papel de seda</i></span><br />
<span style="font-size: large;"><i>Ou, quem sabe</i></span><br />
<span style="font-size: large;"><i>Um balãozinho</i></span><br />
<i><br /></i>
<span style="font-size: large;"><i>Pode estar num asteróide</i></span><br />
<span style="font-size: large;"><i>Pode ser a Estrela Dalva</i></span><br />
<span style="font-size: large;"><i>Que daqui se olha</i></span><br />
<i><span style="font-size: large;"><br /></span>
<span style="font-size: large;">Pode estar morando em Marte</span></i><br />
<span style="font-size: large;"><i>Nunca mais se soube dela</i></span><br />
<span style="font-size: large;"><i>Desapareceu...</i> <span style="color: #cccccc;">(19/05/2020)</span></span><br />
<br />
<div style="text-align: center;">
<span style="color: red; font-size: large;"><b>MENCKEN E O "COMPLETO IDIOTA"</b></span></div>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg3MUvod1YqpEpHzXQJbj7l88GvKJbQPfzUD0_RdMBRj05k5v5aO7CElUxoDkawSn7MWVhJuSE00VW8PBjO9kk3DR1Ji7XYMOnC8Jg16nMKqXUgjdd_Tbo0rg9agY9WANJqSOkZ7e4tzpVx/s1600/Mencken.png" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="525" data-original-width="533" height="315" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg3MUvod1YqpEpHzXQJbj7l88GvKJbQPfzUD0_RdMBRj05k5v5aO7CElUxoDkawSn7MWVhJuSE00VW8PBjO9kk3DR1Ji7XYMOnC8Jg16nMKqXUgjdd_Tbo0rg9agY9WANJqSOkZ7e4tzpVx/s320/Mencken.png" width="320" /></a></div>
<span style="font-size: large;">Há alguns anos está rodando a internet uma citação do jornalista norte-americano H. L. Mencken (1880/1956), que termina com uma frase considerada profética: "Em algum grandioso e glorioso dia, os cidadãos comuns de nossa terra atingirão, finalmente, o desejo de seus corações, e a Casa Branca será ocupada por um categórico burro e um completo idiota narcisista".</span><br />
<br />
<span style="font-size: large;">O trecho final foi utilizado inicialmente para caracterizar George W. Bush, que realmente se enquadrava com facilidade no quesito "burrice". Mais à frente foi a vez dos republicanos utilizarem a frase para ressaltar o narcisismo de Barack Obama. E atualmente a frase corre a internet como a qualificação perfeita de Donald Trump, ao mesmo tempo burro e narcisista.</span><br />
<br />
<span style="font-size: large;">Entretanto, como a frase soava perfeita demais para caracterizar Trump, entraram em ação os <i>fact-checkers</i> da internet, a fim de verificar se a citação é real e se foi, de fato, escrita por Mencken. O resultado é interessante. Ela é 90% real. Escrevendo para o <i>Baltimore Evening Sun</i> de 26 de julho de 1920 - portanto há quase exatos cem anos - Mencken discorria sobre campanhas eleitorais regionais e nacionais, e o quanto era difícil que um homem íntegro e preparado conseguisse transmitir sua mensagem em um país tão grande. Suas colocações são absolutamente lapidares, e trazem assustadora ressonância com nosso país, e especificamente os nossos três últimos presidentes eleitos:</span><br />
<br />
<span style="font-size: large;"><i>Quanto maior a massa, mais difícil o teste. Em pequenas áreas, diante de pequenos eleitorados, um homem de primeira classe luta para abrir seu caminho, carregando ocasionalmente até mesmo a massa com ele pela força de sua personalidade. Mas quando o campo é nacional e a luta deve ser travada principalmente em segunda e terceira mão, e a força da personalidade não pode ser tão facilmente sentida, então todas as probabilidades estão no homem que é, intrinsecamente, o mais desonesto e medíocre - o homem que mais facilmente pode dispersar a noção de que sua mente é, virtualmente, um vácuo</i>.</span><br />
<br />
<span style="font-size: large;">Depois desse diamante de lucidez, ele conclui:</span><br />
<br />
<span style="font-size: large;"><i>A Presidência tende a ir, ano após ano, para tais homens. À medida que a democracia é aperfeiçoada, o cargo representa, de forma cada vez mais fiel, a alma interior do povo. Nós nos movemos em direção a um ideal elevado. Em algum grandioso e glorioso dia, os cidadãos comuns de nossa terra atingirão, finalmente, o desejo de seus corações, e a Casa Branca será adornada por um completo idiota</i>.</span><br />
<br />
<span style="font-size: large;">Como se vê, nem "burros" e nem "narcisistas". Os espalhadores de memes aumentaram um pouco a verdade e <i>the White House will be adorned by a downright moron</i> se tornou <i>the White House will be occupied by a downright fool and a complete narcissistic moron</i>. Um pecadilho, que não obstante retrata Trump com clareza, e, retroativamente, acerta Lula em cheio, por narcisista e burro, e Dilma e Bolsonaro igualmente, no quesito "burrice".</span><br />
<div style="text-align: center;">
<br /></div>
<div style="text-align: center;">
<span style="font-size: large;">**********</span></div>
<div style="text-align: center;">
<div style="text-align: left;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhRDNvhLI8P7xsYTkjoXQuLyo4h3NOx7ufIEMT_qOvysdGFPzorkovkfm4Q8AJDw2OPccxNfkN5InGPj8_hsDhkl_kJVj8RE8v8uEXewRPHlntrGEb-kE_ohN-qkZe-VI5qEpIrkuEga8Nu/s1600/trump.png" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="359" data-original-width="548" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhRDNvhLI8P7xsYTkjoXQuLyo4h3NOx7ufIEMT_qOvysdGFPzorkovkfm4Q8AJDw2OPccxNfkN5InGPj8_hsDhkl_kJVj8RE8v8uEXewRPHlntrGEb-kE_ohN-qkZe-VI5qEpIrkuEga8Nu/s1600/trump.png" /></a></div>
<div style="text-align: left;">
<br /></div>
</div>
<span style="font-size: large;">É preciso ter cuidado para não cair em algumas armadilhas, na hora de analisar Trump:</span><br />
<br />
<span style="font-size: large;">1º - Em primeiro lugar ele não criou nada e não é um <i>self-made man</i>. Seu pai já era um próspero empresário do ramo imobiliário quando Trump apareceu e encontrou tudo feito e encaminhado. Ele apenas se aprofundou no lado sujo dos negócios e ao longo dos anos, quando não se cercou da patuléia mais abjeta e perigosa dos Estados Unidos - avalistas permanentes de seus desatinos - foi um homem de negócios medíocre, ridículo e falastrão. Abriu falência SEIS vezes. Perdeu bilhões, e - é lógico - nunca de seu próprio dinheiro, mas daquele que conseguiu através de facilidades junto a amigos no governo e a negociatas escusas com gente que esteve sempre nas franjas da lei. Podemos citar dezenas de multi-milionários (sobretudo no Brasil) que não fizeram sua fortuna de uma maneira honesta, ou graças a um bom tino comercial. Aliás, são provavelmente a esmagadora maioria.</span><br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhTnUoV7oIY6-Kfa0qarxkGV0Hm6weSt3UgAqViwFTvrrMu6NU6SAS9AjWrx6akB8O6oy7MqvIVgE4vRm0s0eX3a_GaP6SGS6f1w80sQAT88ePEFKuSDqfmXc-XgAktzj8vGQFGA-SoAHG9/s1600/unflattering-donald-trump-chin-photo-ps-battle-34.jpg" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="696" data-original-width="700" height="318" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhTnUoV7oIY6-Kfa0qarxkGV0Hm6weSt3UgAqViwFTvrrMu6NU6SAS9AjWrx6akB8O6oy7MqvIVgE4vRm0s0eX3a_GaP6SGS6f1w80sQAT88ePEFKuSDqfmXc-XgAktzj8vGQFGA-SoAHG9/s320/unflattering-donald-trump-chin-photo-ps-battle-34.jpg" width="320" /></a></div>
<span style="font-size: large;">2º - Não se deve confundir "inteligência" com "esperteza", ou "carisma" com uma personalidade espalhafatosa e desavergonhada que acaba agradando uma parcela mais ignorante da população (no que ele guarda espantosa semelhança com Lula, conforme já consignei até em <a href="http://bernardoschmidt.blogspot.com/2018/05/in-commune-dicenda.html" target="_blank">artigo</a> do meu blog). O que Trump foi, de fato, é um sujeito esperto e imoral, que deu todos os jeitos do mundo, legais e ilegais, para se manter em evidência, não importando a quem ou o quê ele destruísse no caminho. Mesmo às custas de sua própria reputação, porque ela sempre foi ruim. Ele é tosco e primário, não é capaz de concatenar um raciocínio sem dizer alguma asneira, e lida com seus negócios do mesmo jeito superficial e performático com que apresentava aquele reality. Ele é um artista de TV e maneja o público assim como um youtuber de 20 anos, ou as Kardashians. Isso não é inteligência. Isso é a esperteza para saber manipular um público que é ainda mais burro do que ele.</span><br />
<br />
<span style="font-size: large;">3º - Sua ascensão à presidência é tristemente fácil de compreender: os democratas não tinham, em Hillary, a melhor candidata. Pessoalmente, lamento até hoje que Elizabeth Warren tenha se recusado a competir naquela eleição, pois sua estrela estava brilhando intensamente (ao contrário de hoje, em que é carta fora do baralho) e ela teria sido uma candidata perfeita para substituir Obama. Não obstante, Hillary VENCEU a eleição e não tomou posse pela mesma razão que Gore não tomou posse em 2000: as eleições presidenciais norte-americanas ainda tem seu martelo batido pela instituição mais vetusta e corrupta da civilização ocidental: o colégio eleitoral. Fosse pela vontade do povo, Trump não teria jamais espalhado sua morrinha pela Casa Branca. </span><span style="color: #cccccc; font-size: large;">(19/07/2020)</span><br />
<br />
<div style="text-align: center;">
<span style="color: red; font-size: large;"><b>APANHADO CINEMATOGRÁFICO INCOMPLETO NA PANDEMIA</b></span></div>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj5bW-oy9Oblry8t54iruWXy1w8Uw24NnBS-ivHcI_J2SniICayI7nJp954MRzyUD4yvwCEcU4ZS-O54oqQtjzD9NoQwgevq4sOcaHKTGBtP3OKEQgLV5CNUyc6lBzdSE3hnywweudTAlj-/s1600/ich+greyhound.jpg" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" data-original-height="497" data-original-width="333" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj5bW-oy9Oblry8t54iruWXy1w8Uw24NnBS-ivHcI_J2SniICayI7nJp954MRzyUD4yvwCEcU4ZS-O54oqQtjzD9NoQwgevq4sOcaHKTGBtP3OKEQgLV5CNUyc6lBzdSE3hnywweudTAlj-/s320/ich+greyhound.jpg" width="214" /></a><span style="font-size: large;">Por razões óbvias, tenho assistido mais filmes em uma semana do que assisti o ano passado inteiro. Não tenho como resenhar todos então me limitarei aos que me recordo no momento. Também tentarei não me estenderei nos comentários:</span><br />
<br />
<span style="font-size: large;"><b>GREYHOUND (2020)</b> - Direção do desconhecido Aaron Schneider, e mais um ótimo trabalho de Tom Hanks. Ele é o capitão que vai comandar (pela primeira vez) uma frota de navios até a Inglaterra para ajudar os aliados, sendo que grande parte do trajeto é feito sem retaguarda aérea, o que torna os navios presas fáceis dos submarinos alemães. O filme se passa justamente no período em que a frota é obrigada a enfrentar inúmeros desafios. Belíssimo filme de guerra, um verdadeiro pé-de-vento, valorizado pelo ritmo dinâmico, a direção e a interpretação de Hanks. Recomendo.</span><br />
<br />
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgvKnXBuB_eZK_vCmyzld9EQ1ADJi9KN8Wa2iXlZpZ2kxEnWAOGSM4dqUHR4AIMDlS2aEK4ji30mHo3Lff4iImoKbRanD4V3zXJdMAqE3zN8-NL_tKrbqcVuSFMKQzCMWb2NBi5oSNbahW0/s1600/ich+old+guard.jpg" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1000" data-original-width="675" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgvKnXBuB_eZK_vCmyzld9EQ1ADJi9KN8Wa2iXlZpZ2kxEnWAOGSM4dqUHR4AIMDlS2aEK4ji30mHo3Lff4iImoKbRanD4V3zXJdMAqE3zN8-NL_tKrbqcVuSFMKQzCMWb2NBi5oSNbahW0/s320/ich+old+guard.jpg" width="216" /></a><span style="font-size: large;"><b>THE OLD GUARD (2020)</b> - Base</span><span style="font-size: large;">ado no HQ de Greg Rucka e Leandro Fernandez, com direção da também relativamente desconhecida Gina Prince-Bythewood. Um grupo de mercenários que passa a vida combatendo o mal tem em comum o fato de que - sabe-se lá o porquê - são imortais. Para piorar, são perseguidos por agências governamentais e empresários inescrupulosos que querem utilizar esse dom para o bem ou para o mal. Gostei. Filme de ação padrão e considerando aquilo que é produzido pela Netflix, está acima da média. E é sempre bom ver Charlize Theron. Só.</span><br />
<br />
<span style="font-size: large;"><b>THE BROWNING VERSION (1951)</b> - Sobre este, precisarei fazer alguns comentários. Conhecido no Brasil pelo cretiníssimo nome de "Nunca te amei", o filme é baseado na peça de Terence Rattigan, com roteiro do próprio e direção de seu maior colaborador, Anthony Asquith. No papel principal, do professor Andrew Crocker-Harris, o tão subestimado Michael Redgrave.</span><br />
<br />
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjLylAMnduYtJk68dmlwhHAxucRdR3mk_GybVzPiW2NoY3w0D_V8SPyZFIwUybPbKWtnj2L2OL2yWzdo-GV0GEZ-s2RMTNlQfBzJjTGRG6KUSRg6Au4uDnCyqfObGDBBgI5sddqI9cDOIun/s1600/ich+browning.jpg" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" data-original-height="1200" data-original-width="800" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjLylAMnduYtJk68dmlwhHAxucRdR3mk_GybVzPiW2NoY3w0D_V8SPyZFIwUybPbKWtnj2L2OL2yWzdo-GV0GEZ-s2RMTNlQfBzJjTGRG6KUSRg6Au4uDnCyqfObGDBBgI5sddqI9cDOIun/s320/ich+browning.jpg" width="213" /></a><span style="font-size: large;">Simplesmente magnífico. Tenho raiva de mim mesmo por não ter visto este filme antes. Trata da vida de um professor que vai se aposentar depois de muitos anos de trabalho e se vê diante da terrível e objetiva realidade de que ele é desprezado por seus alunos e por sua própria esposa. A aposentadoria o colocará face a face com seu fracasso e o que lhe restou de todos esses anos.</span><br />
<br />
<span style="font-size: large;">Redgrave tem uma performance que traz ao lume aquilo que ele tinha de melhor: a capacidade de transmitir sentimentos profundos e perturbadores com a mais sublime sutileza. Enquanto Olivier fazia tremer teatros com sua energética interpretação de fora para dentro; enquanto Gielgud provocava suspiros com sua voz poderosa, tremelicosa e declamatória; e enquanto Richardson conquistava público e crítica com seus maneirismos cômicos e bonachões, Redgrave corria por fora, calmo, tranqüilo e brilhante.</span><br />
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhqw6pnbwvpNFJH-oHD3X_GX3ZW-eMex4awC3A9GlZ0JtccvjmZvtGHkVvcqA-6aD4qgYvrRr3Cq7eMKpi_WVtYIXFeWKJhV9T_H12Pqy6WusIRWlYbRZq1PKfRRaIKuUS5VDXbQGSZDVep/s1600/redgrave.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="363" data-original-width="559" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhqw6pnbwvpNFJH-oHD3X_GX3ZW-eMex4awC3A9GlZ0JtccvjmZvtGHkVvcqA-6aD4qgYvrRr3Cq7eMKpi_WVtYIXFeWKJhV9T_H12Pqy6WusIRWlYbRZq1PKfRRaIKuUS5VDXbQGSZDVep/s1600/redgrave.jpg" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i><span style="font-size: small;">Jean Kent (Millie) e Michael Redgrave (Andrew)</span></i></td></tr>
</tbody></table>
<br />
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjkauKXBO66m_BRmgwcx_Gjc72lphqHszNZH20nRieSNVxEJtrCASUY7lbTIyHJxTSvdmBeDRDHmLrjPSwhVY6SSmJNrN5ZDkPYzhw_zWczdtSBtbhnkM-Y1X4H_Yy-FkxnLnTR2Vci9lGi/s1600/Ich+m%25C3%25B6chte+kein+Mann+sein+%25281918%2529.jpg" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="800" data-original-width="590" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjkauKXBO66m_BRmgwcx_Gjc72lphqHszNZH20nRieSNVxEJtrCASUY7lbTIyHJxTSvdmBeDRDHmLrjPSwhVY6SSmJNrN5ZDkPYzhw_zWczdtSBtbhnkM-Y1X4H_Yy-FkxnLnTR2Vci9lGi/s320/Ich+m%25C3%25B6chte+kein+Mann+sein+%25281918%2529.jpg" width="236" /></a><span style="font-size: large;"><i>The Browning Version</i> teve duas outras versões nos últimos trinta anos, contando com craques como Albert Finney e (o recentemente falecido) Ian Holm. Não assisti e não duvido que sejam bons. Mas não creio que alcancem a riqueza dramática, sincera e pungente, de Redgrave. Recomendo enfaticamente.</span><br />
<br />
<span style="font-size: large;"><b>EU NÃO QUERO SER HOMEM (<i>Ich möchte kein Mann sein</i>, 1918)</b> - Ernst Lubitsch tinha vinte e seis anos quando dirigiu este filme e fazia cinema há apenas três. Ainda engatinhava na arte da qual tornou-se mestre inconteste. Não obstante, os quarenta e cinco minutos da comédia muda "Ich möchte kein Mann sein" são muito divertidos e trazem um assunto que talvez fosse normal na época, depois virou tabu, depois ficou normal, virou tabu, ficou normal, e é assim até hoje: uma mulher (Ossi Oswalda, a primeira grande estrela de Lubitsch e chamada, na época, de "A Mary Pickford alemã") que se cansa de receber ordens de seu tutor - por quem, aliás, é apaixonada - e resolve se vestir de homem, para experimentar as mesmas liberdades do sexo masculino.</span><br />
<br />
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj2iRom56Is_VPfM55wW6ERSBSWWNURlQoMYKDXGMe3jf7RkmoH5Sf6LlEM2OlPZEgzP_rDTX8po_bWSKAO38rahJMsI8avq5vCLjn6n3LM3VjOY2_E4c6hBFfArfDW3Jg7eETT3efMNtvI/s1600/ich+coherence.jpg" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" data-original-height="512" data-original-width="346" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj2iRom56Is_VPfM55wW6ERSBSWWNURlQoMYKDXGMe3jf7RkmoH5Sf6LlEM2OlPZEgzP_rDTX8po_bWSKAO38rahJMsI8avq5vCLjn6n3LM3VjOY2_E4c6hBFfArfDW3Jg7eETT3efMNtvI/s320/ich+coherence.jpg" width="216" /></a><span style="font-size: large;">Uma vez que leva a cabo seu plano, passa por diversas situações inusitadas (como despertar a paixão de outra mulher, ou tornar-se "amigo" de seu tutor, que encontra em uma festa) e percebe que ambos os sexos tem suas dificuldades. Recomendo pela curiosidade do tema e pela interessante atualidade da trama.</span><br />
<br />
<span style="font-size: large;"><b>COHERENCE (2013)</b> - Nunca sequer ouvira falar de <i>Coherence</i> ou de seu escritor/diretor, James Ward Byrkit, até que um dia, vendo um video sobre filmes de ficção científica que mereciam mais notoriedade, <i>Coherence</i> foi citado e resolvi assisti-lo. E foi uma excelente surpresa. O filme lida com o conceito do multiverso quântico a partir da passagem de um cometa, e considerando o quanto o tema vem sendo banalizado, nos últimos tempos, impressiona a qualidade do roteiro, da direção e dos atores (todos praticamente desconhecidos). Aquilo que começa como o mais alegre e despretensioso jantar entre amigos se torna uma montanha russa arrepiante. Recomendo.</span><br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgorxnbQYMc0Q2Y3I4VgZT-nb7ns6zVMtxMsblsvMDASEwNxiQPstMxRnFOHl2uYtFAldA4ZYIIkPnyNm8cB1O3bM3Y9hvvheIJreMCgxqUHqnASaBOhKIXS0wJLegcj2yw6BRhIeBCrdnQ/s1600/ich+archive.jpg" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1600" data-original-width="1080" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgorxnbQYMc0Q2Y3I4VgZT-nb7ns6zVMtxMsblsvMDASEwNxiQPstMxRnFOHl2uYtFAldA4ZYIIkPnyNm8cB1O3bM3Y9hvvheIJreMCgxqUHqnASaBOhKIXS0wJLegcj2yw6BRhIeBCrdnQ/s320/ich+archive.jpg" width="216" /></a></div>
<span style="font-size: large;"><b>ARCHIVE (2020)</b> - Reciclagem de <i>Transcendence</i>, <i>Ex-Machina</i> e <i>The 6th Sense</i> (e, cá entre nós, a capa me fez pensar que era um remake de <i>Enemy Mine</i>). A esposa morre, o marido armazena sua memória em um HD e tenta construir um corpo para ela. Não é um fracasso completo, mas quando você começa a amar os dróides e desprezar o personagem principal (o sempre chato e desagradável Theo James), algo está muito errado. Há um <i>plot twist</i> legalzinho, mas só o que consegui pensar foi "que desperdício da linda Rhona Mitra".</span><br />
<br />
<span style="font-size: large;"><b>BECOMING (2020)</b> - Assisti pensando que seria um alentado documentário sobre a vida de Michelle Obama, já que traz o título de sua auto-biografia best-seller, <i>Becoming</i>. Não é. Trata-se, na verdade, de um documentário da turnê de lançamento do livro que a ex-primeira dama fez pelos Estados Unidos, e em meio aos grandes eventos, ficamos sabendo um pouco mais sobre ela. Embora não seja completo como eu desejaria, é um documentário interessante e ver uma mulher admirável e inteligentíssima como Michelle expendendo conceitos sobre a vida, é um prazer.</span><br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEite_N-sWHqNH2wsxqTJjxGxVbsI8sxNS121lRnsmyOD0lZLnFALA1qq95vuFQMmdH94tHfDiTbeYaXARFQnv5ow-rUldYoLyKqSp1TjH4c5pORg_3cp_1bpv0fvv3doHVBP6V4WGHd5bsQ/s1600/ich+Becoming1.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="307" data-original-width="546" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEite_N-sWHqNH2wsxqTJjxGxVbsI8sxNS121lRnsmyOD0lZLnFALA1qq95vuFQMmdH94tHfDiTbeYaXARFQnv5ow-rUldYoLyKqSp1TjH4c5pORg_3cp_1bpv0fvv3doHVBP6V4WGHd5bsQ/s1600/ich+Becoming1.jpg" /></a></div>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEguStSyaA3fGep9dhalM2rfLu2P1IFYBVlxbDNQzI-UQL1xzCgclCf0Bn6Z-u8c-rfsTTKMgBlOYjFSORlc7rdmjy587aiCBzNlhMtUAzEYu6nRRskXgZ2TNYFZAwLqzDkv3yWnVM14WQb-/s1600/ich+on+the+record.jpg" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" data-original-height="1600" data-original-width="1067" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEguStSyaA3fGep9dhalM2rfLu2P1IFYBVlxbDNQzI-UQL1xzCgclCf0Bn6Z-u8c-rfsTTKMgBlOYjFSORlc7rdmjy587aiCBzNlhMtUAzEYu6nRRskXgZ2TNYFZAwLqzDkv3yWnVM14WQb-/s320/ich+on+the+record.jpg" width="213" /></a></div>
<span style="font-size: large;"><b>ON THE RECORD (2020)</b> - Documentário da HBO que conta o caminho trilhado pela executiva Drew Dixon até que ela tivesse coragem de falar sobre ter sido drogada e estuprada por Russell Simmons, famoso produtor de rap dos anos 90. Sua acusação abriu uma porteira e várias outras mulheres acusaram Russell. Dirigido por Kirby Dick (duas vezes indicado ao Oscar por documentários) e contando com Oprah Winfrey entre suas produtoras executivas e incentivadoras de todo o projeto, <i>On the record</i> tinha tudo para se tornar um grande alerta sobre aspecto abertamente deletério do chamado "rap de ostentação": mulheres sendo abusadas e tratadas como mero produto, mas quando o documentário estava em vias de ser lançado, Oprah retirou seu nome do projeto, não se sabe até hoje por quê. Seja qual for a razão (em entrevistas ela diz acreditar e endossar o que dizem as mulheres), ela retirar seu beneplácito fez com que o documentário caísse no vazio. É uma pena, porque se trata de um bom trabalho e que merece ser conhecido. <span style="color: #cccccc;">(19/07/2020)</span></span><br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh6FG-7NV30cOZReqZZHfTwbN4n8nWtVGU5AwhKuGBhZHM19zw8B6UXwDnKiJG7kyprrIPYqpF_tdl1mzZ4bkksJ7o5_g-1CEsTtwUrNpkPsGKK0fzshxK5Dbj6WFyPGUHdgAmC4f5iGKbe/s1600/ich+hugh.jpg" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1000" data-original-width="675" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh6FG-7NV30cOZReqZZHfTwbN4n8nWtVGU5AwhKuGBhZHM19zw8B6UXwDnKiJG7kyprrIPYqpF_tdl1mzZ4bkksJ7o5_g-1CEsTtwUrNpkPsGKK0fzshxK5Dbj6WFyPGUHdgAmC4f5iGKbe/s320/ich+hugh.jpg" width="216" /></a></div>
<span style="font-size: large;"><b>BAD EDUCATION (2019)</b> - Segunda direção de Cory Finley, depois de sua estréia com o interessante <i>Thoroughbreds</i>, de 2017, com Olivia Cooke e Anya Taylor-Joy. A história é real o roteiro de Mike Makowski se baseia em um artigo escrito para a New York Magazine por Robert Kolker. Fala sobre a maior fraude do sistema educacional norte-americano empreendida pelo inspetor de ensino Frank Tassone (Hugh Jackman) e sua assessora, Pam Gluckin (Allison Janney). É um dos melhores filmes de 2020, até o momento, e não tenho visto maiores comentários sobre ele. Hugh interpreta à perfeição o empertigado, empoado e vaidosíssimo Frank Tassone, imoral e corrupto até a medula, e que vê ameaçado de ruir o castelo de cartas de suas trampolinagens pessoais e profissionais, no momento em que uma aluna adolescente e curiosa se mete a fazer perguntas sobre a reforma de sua escola. Recomendo.</span><br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhe04jjn40BvlLW6uJgnx6usdzgSr0yLkkRz1Tdcx6dVXcYNUHwfwwkJjmYvVPI54CzFr4tlrNyicA2H0nP4F-E-cPKgrfY3zdXnKypStA8YvP33ikOAQul-5EML1mVpmH48wG2FNRf-iG7/s1600/ich+hoyo.jpg" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" data-original-height="1600" data-original-width="1121" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhe04jjn40BvlLW6uJgnx6usdzgSr0yLkkRz1Tdcx6dVXcYNUHwfwwkJjmYvVPI54CzFr4tlrNyicA2H0nP4F-E-cPKgrfY3zdXnKypStA8YvP33ikOAQul-5EML1mVpmH48wG2FNRf-iG7/s320/ich+hoyo.jpg" width="224" /></a></div>
<span style="font-size: large;"><b>EL HOYO (2019)</b> - Goreng (Ivan Massagué) acorda em uma cela junto a outro preso (Zorion Eguileor). A prisão, porém, é vertical, tem mais de 100 andares e cada andar é uma cela para dois presos. Um elevador de comida é abastecido no topo uma única vez, começa a descer andar por andar e fica dois minutos em cada andar. É a única refeição que o preso terá no dia e é fácil imaginar o que vai sobrando para os andares inferiores, e o que isso causará no corpo e na mente desses presos. Para piorar, os presos são mudados randomicamente de andar, mensalmente. É uma premissa sensacional e o filme tem provocado centenas de interpretações diferentes. Recomendo muito. O próximo comentário trará spoilers, então quem não viu deve pular para o próximo filme. (spoilers) Eu não seria justo se não avisasse que embora seja um excelente filme, o fim é altamente decepcionante. Como aliás costuma acontecer, com filmes que são feitos a partir de uma idéia extremamente original.</span><br />
<br />
<span style="font-size: large;"><b>EL CIUDADANO ILUSTRE (2016)</b> - Brilhante. Como tantas outras jóias, descobri inteiramente sem querer e ainda pensei que se tratava de um lançamento. Só quando fui procurar mais informações sobre o filme é que descobri ser uma produção argentino-hispânica de 2016. Enquanto me deleitava assistindo <i>El Ciudadano Ilustre</i>, da dupla de diretores Gastón Duprat e Mariano Cohn, não pude deixar de me perguntar inúmeras vezes, e de lamentar o porquê do Brasil não conseguir fazer algo tão bom. Especialmente depois de ver aquela bosta de nome <i>Bacurau</i>, incensada de forma tão postiça e irreal, pela mídia.</span><br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhM7yqF7LEko_EzmoWboQPRnpnB_rT9ZTeHpie5ODYLrzuj8kJXvNC8JInAVjfl3ofeSsJK_nZjTu27Q5wiTjfFbxWsXkHaVi_qpdwcDcis-vRQ-VYntClFhn7oQfhCL-9oXPKS8Ul9ijqZ/s1600/ciudadano1.jpg" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" data-original-height="640" data-original-width="473" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhM7yqF7LEko_EzmoWboQPRnpnB_rT9ZTeHpie5ODYLrzuj8kJXvNC8JInAVjfl3ofeSsJK_nZjTu27Q5wiTjfFbxWsXkHaVi_qpdwcDcis-vRQ-VYntClFhn7oQfhCL-9oXPKS8Ul9ijqZ/s320/ciudadano1.jpg" width="236" /></a></div>
<span style="font-size: large;">A premissa de <i>El Ciudadano Ilustre</i> é simples: um grande escritor argentino, Dante Mantovani (Oscar Martínez) recebe o prêmio Nobel e ao invés de se sentir orgulhoso e realizado, vê na honraria uma espécie de "institucionalização" de sua obra; está sendo transformado em efígie por uma academia vetusta e embolorada, como se sua obra fosse convencional e sua carreira terminasse ali. Desestimulado, recusando lauréis e eventos pelo mundo todo, ele recebe um convite do prefeito de Salas - a cidadezinha onde nasceu e à qual não retorna há quarenta anos - para palestras e homenagens. Julgando que a volta ao proverbial "torrão natal" lhe devolverá a inspiração, ele aceita o convite, e lá o escritor terá um encontro não apenas com um passado que não necessariamente deseja recordar, mas com o choque brutal de chegar imbuído de uma aura de consagração e fama à uma cidade provinciana, que pouco mudou em quatro décadas.</span><br />
<br />
<span style="font-size: large;">É importante que se diga: o filme não é o retorno do filho pródigo que vai acertar as contas com o passado. Longe disso. <i>El Ciudadano Ilustre</i> tem uma trama profunda e interessante. Não é de forma nenhuma sentimental e não perde um minuto sequer com bobagens ou contemplações; o que temos é o desenrolar de um torvelinho de acontecimentos que ninguém poderia prever. O IMDB o caracteriza como "Comédia, Drama". Não é comédia. Tem uma ou outra situação risível mas é um drama, em tudo e por tudo. Mas um drama inteligente, dinâmico, sem rodeios e sem ambages, que vai direto ao ponto. O roteiro de Andrés Duprat é da melhor qualidade e o trabalho dos atores é impecável. Não digo mais nada para não dar spoilers e porque recomendo o filme.</span><br />
<br />
<span style="font-size: large;">Não há negá-lo: os hermanos nos dão uma surra em termos de cinema e estão de parabéns.</span><br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiKy1vz4L_AUutBVyGkKGGHLXOgbCAG0FH7meM8Ljsro7bfBnwhyIYdJ_RHzoFeok81X0tq26ba6Hd3MkwPYHSpJHYDGa2boe0KCSkBxcLM_e0rWeOJ4pVlqYIHvvncKbqDv_Qadg_8ix2F/s1600/ich+phoebe.jpg" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="492" data-original-width="328" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiKy1vz4L_AUutBVyGkKGGHLXOgbCAG0FH7meM8Ljsro7bfBnwhyIYdJ_RHzoFeok81X0tq26ba6Hd3MkwPYHSpJHYDGa2boe0KCSkBxcLM_e0rWeOJ4pVlqYIHvvncKbqDv_Qadg_8ix2F/s320/ich+phoebe.jpg" width="213" /></a></div>
<span style="font-size: large;"><b>PRINCESS CARABOO (1994)</b> - Não sabia que este filme existia e ver seu poster me encheu de nostalgia. Não houve homem da minha geração (ou da geração anterior) que não tenha amado Phoebe Cates. Ela foi uma das atrizes mais lindas e mais atraentes da década de 80, e decidiu abandonar a carreira logo depois deste filme, provavelmente para se dedicar aos dois filhos que teve com Kevin Kline (também conhecido como "o filho da puta mais sortudo deste mundo"). O filme trata da história de uma mulher que é encontrada perdida em uma fazenda, falando uma língua que ninguém consegue entender. Ela desperta curiosidade generalizada e tudo se desenrola a partir daí. É baseado em fatos reais, tem um elenco surpreendentemente bom (Jim Broadbent, John Lithgow, Stephen Rea e o próprio Kline, em um papel coadjuvante) e ver Phoebe Cates - que na época já contava trinta e um anos, apesar de parecer ter dezoito - é o mais agridoce dos prazeres, para um cinéfilo. Recomendo, fazendo a ressalva de que se trata de um filme leve e descompromissado, então não assistam achando que é <i>Schindler's List</i>.</span><br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj5kLwAV1cVfBVUnEH3zc5x1zC3p3JAHu66GemqXlYX5lnHGNDGC3D2aGFAWl6wG4XbqZxFBydyj2aGL-0O4EQOuyL75A_AZtjXNoXogmEYRukr6OVNwPVcmvZFE_eRIMbnp5-5I1QlDdxF/s1600/phoebe.png" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="350" data-original-width="568" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj5kLwAV1cVfBVUnEH3zc5x1zC3p3JAHu66GemqXlYX5lnHGNDGC3D2aGFAWl6wG4XbqZxFBydyj2aGL-0O4EQOuyL75A_AZtjXNoXogmEYRukr6OVNwPVcmvZFE_eRIMbnp5-5I1QlDdxF/s1600/phoebe.png" /></a></div>
<span id="goog_591072083"></span><span id="goog_591072084"></span><br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg9avJBTbsAPitWyXepF1S91UGOYyJJziDHYwfwf5sdlYCSnMF1iCA-C8NbAvVKGAAx7oT5kVgRvSOe_eFrwOrnSRuPAa3GDCwCXrNyhgI5rTOJmP-kIe31HSMyATRo7157LyHSpAFLMIDR/s1600/ich+katie.jpg" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" data-original-height="1500" data-original-width="1012" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg9avJBTbsAPitWyXepF1S91UGOYyJJziDHYwfwf5sdlYCSnMF1iCA-C8NbAvVKGAAx7oT5kVgRvSOe_eFrwOrnSRuPAa3GDCwCXrNyhgI5rTOJmP-kIe31HSMyATRo7157LyHSpAFLMIDR/s320/ich+katie.jpg" width="215" /></a></div>
<span style="font-size: large;"><b>ALL WE HAD (2016)</b> - Em sua estréia como diretora, Katie Holmes conta a história de Rita Carmichael, uma mãe solteira que coleciona namorados inúteis, livra-se deles e perambula de cidade em cidade com sua filha Ruthie. Em uma delas seu carro enguiça e elas são forçadas a trabalhar em um restaurante para se sustentar. E lá elas conhecerão novas pessoas e suas vidas terão uma mudança inesperada. E por falar em Phoebe Cates, toda vez que vejo Katie em algum filme, lamento que sua carreira tenha sido interrompida pelo casamento. Ela é uma atriz brilhante, muito superior a tantas outras da sua geração e deveria estar conseguindo papéis melhores. Sua direção é competente e seu desempenho é impecável. Stefania LaVie Owen, que interpreta sua filha Ruthie, também é muito boa. <span style="color: #cccccc;">(20/07/2020)</span></span><br />
<br />
<span style="font-size: large;"></span>
<span style="font-size: large;"><b>JERRY LEWIS, CLOWN REBELLE (2016)</b> - Já existia um documentário, digamos, "definitivo" sobre Jerry Lewis, produzido com seu beneplácito e sob seus auspícios, chamado <i>Method to the Madness of Jerry Lewis</i>, de 2011.</span><br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjO_KtJlUrqS5HWfJkgCFRx1mzOeQKoU-E4lb_hr7K3XLdaDoVjip_qvyW5Ap1PbJIFeWk1kNzciYuFo95ZmStXFa4cHRPt8_KmPu6E1_B2hrFVbzqQ0hBaPsqx8atf7ZPZ_3l5QEV5DIYe/s1600/ich+jerry+doc.jpg" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="999" data-original-width="684" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjO_KtJlUrqS5HWfJkgCFRx1mzOeQKoU-E4lb_hr7K3XLdaDoVjip_qvyW5Ap1PbJIFeWk1kNzciYuFo95ZmStXFa4cHRPt8_KmPu6E1_B2hrFVbzqQ0hBaPsqx8atf7ZPZ_3l5QEV5DIYe/s320/ich+jerry+doc.jpg" width="219" /></a></div>
<span style="font-size: large;">É bom, pela extraordinária quantidade de material apresentado e por alguns entrevistados inteligentes e abalizados (e alguns absolutamente inúteis, proverbiais "arroz-de-festa" como Billy Cristal e Jerry Seinfeld), embora a ausência de Jim Carrey, entre eles, tenha sido bastante incômoda. Seja como for, um ano antes de Jerry morrer foi a vez dos franceses prestarem sua última grande homenagem ao comediante, neste modesto mas interessante documentário de uma hora. Jerry desde sempre foi amado e reverenciado pelo franceses, isso nunca foi segredo, mas sua influência transcendeu em muito o mero status de "rei da comédia"; o documentário mostra cenas de arquivo com depoimentos repletos de admiração e respeito por Jerry, vindos de cineastas como Louis Malle e Jean Luc Goddard. Mais do que uma sucessão de idólatras regurgitando elogios hiperbólicos, <i>Clown Rebelle</i> é um estudo real do diretor, criador, pioneiro, e artista cinematográfico que foi Jerry. Para os fãs (como eu), é um prato cheio.</span><br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgjXK-H7G1Hmb9qTbaeqv5s69ZaVI2QFu5X6wJ7so9Jaf2Gy8um0tWieqP1z6bHXZXRCNuR3Xty0i461atK_4YpMnx0wIciew7epndAAivwrDng8jhrvEOJmpfSMmtS6OVHVBCwN6X1bDql/s1600/ich+gloria.jpg" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" data-original-height="500" data-original-width="375" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgjXK-H7G1Hmb9qTbaeqv5s69ZaVI2QFu5X6wJ7so9Jaf2Gy8um0tWieqP1z6bHXZXRCNuR3Xty0i461atK_4YpMnx0wIciew7epndAAivwrDng8jhrvEOJmpfSMmtS6OVHVBCwN6X1bDql/s320/ich+gloria.jpg" width="240" /></a></div>
<span style="font-size: large;"><b>GLORIA: IN HER OWN WORDS (2011)</b> - Gloria Steinem ajudou a redimensionar o movimento feminista nos anos 60 e 70. Atingiu notoriedade, inicialmente, em 1963, quando se empregou como "coelhinha" em um dos <i>night-clubs</i> que Hugh Hefner abriu, na época, para promover sua revista. Mal sabia ele que Gloria era na verdade uma jornalista e depois de trabalhar algumas semanas e recolher todas as informações que desejava, demitiu-se e escreveu um artigo arrasador, acusando todos os abusos e maus-tratos a que as mulheres eram submetidas nesses clubes. O documentário segue, mostrando a fundação da icônica publicação feminista <i>Ms.</i>, a amizade de Gloria com luminares do feminismo como Bella Abzug, sua rixa com Betty Friedan, as polêmicas, as alegrias e tristezas, e tudo através de depoimentos antigos e atuais (ou seja, até 2011) da própria Gloria. Detecto dois problemas: primeiro, é gostoso ouvir o biografado em suas próprias palavras, mas Gloria é demasiadamente contemporânea e seria interessantíssimo ouvir suas colegas, amigas, desafetos e etc.</span><br />
<br />
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: left; margin-right: 1em; text-align: left;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhkA_WC98tU0BEoLbzzD2t_L7whoL6M4aIPRAdlZo2yhVYqWJmS8AJB_t8H3cUL4CcNKSXf1xLvibbj3sKergu69Wwes4R6OYy4hQBvMkJp1rva1akoSPdkFxgzUxwLVB18fzgJ-cCF0tNS/s1600/Gloria.jpg" style="clear: left; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="500" data-original-width="395" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhkA_WC98tU0BEoLbzzD2t_L7whoL6M4aIPRAdlZo2yhVYqWJmS8AJB_t8H3cUL4CcNKSXf1xLvibbj3sKergu69Wwes4R6OYy4hQBvMkJp1rva1akoSPdkFxgzUxwLVB18fzgJ-cCF0tNS/s320/Gloria.jpg" width="252" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i><span style="font-size: small;">Gloria Steinem</span></i></td></tr>
</tbody></table>
<span style="font-size: large;">Deixá-la como única voz do documentário me pareceu preguiça, e entramos no segundo defeito: trata-se de um documentário da HBO, provavelmente feito em meio a dez outros. Não há aprofundamento e não há análise, e isso é criminoso em se tratando de uma mulher fantástica como Gloria, conhecida por sua inteligência e pelas posições importantes, corajosas e controversas que defendeu e atacou ao longo de sua vida. Para neófitos no assuntos, porém, vale a pena.</span><br />
<br />
<span style="font-size: large;"><b>IT IS NO DREAM (2012)</b> - Erram feio aqueles que consideram Ben Gurion o idealizador do Estado de Israel. Esse mérito cabe ao húngaro Theodor Herzl (1860/1904), que se formou advogado mas passou a exercer o jornalismo e, como correspondente do vienense <i>Neue Freie Presse</i> em Paris, assistiu o julgamento de Alfred Dreyfus, um verdadeiro aborto da justiça francesa. Dreyfus era acusado de traição por estar passando segredos militares franceses para os alemães.</span><br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh0aTbRSchyphenhyphenJNT_-1CDpKQUb37sgabPtyEgaF6HIlTWtGh9tPMS_ygaphIVP5US-w0Q56L9u2QKev8VcqkAoPfFnZlIsQXYoij96YQkRdL2_cKlYDTR34Cw5A6R_x0SA6mNbpplV2nFatsw/s1600/ich+no+dream.jpg" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" data-original-height="960" data-original-width="680" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh0aTbRSchyphenhyphenJNT_-1CDpKQUb37sgabPtyEgaF6HIlTWtGh9tPMS_ygaphIVP5US-w0Q56L9u2QKev8VcqkAoPfFnZlIsQXYoij96YQkRdL2_cKlYDTR34Cw5A6R_x0SA6mNbpplV2nFatsw/s320/ich+no+dream.jpg" width="226" /></a></div>
<span style="font-size: large;">Não apenas isso era inteiramente falso, mas cristalizou-se na mente de quem assistiu a execração pública de Dreyfus a certeza de que por trás daquilo havia, na verdade, um forte elemento anti-semita. A condenação de Dreyfus calou fundo na alma de Herzl e a partir daquele momento ele iniciou o seu sacerdócio sionista, pregando o retorno dos judeus à Jerusalém. Eu desconhecia completamente a história de Herzl e sua luta incansável pela criação de um estado judaico, desde seus contatos com multi-milionários como Rothschild (procurando alguém que pudesse bancar esse êxodo), a busca pelo sultão Abdülhamid, </span><span style="font-size: large;">a admiração que lhe votava Sigmund Freud, até a oferta dos ingleses para que os judeus ocupassem Uganda. É uma pena que o documentário não se estenda mais no assunto. Uma hora e trinta e sete minutos não são nem de longe suficientes para conhecermos algo tão complexo quanto o sionismo e toda a gênese do que veio a ser Israel. E grande tragédia se abateu sobre a família de Herzl depois de sua morte, o que é apenas pincelado no documentário. Espero que algum diretor talentoso retome a vida desse grande judeu, futuramente. Mas - repetindo-me - para neófitos é muito bom. Narração de Ben Kingsley e narrando as citações de Herzl, está Christoph Waltz.</span><br />
<span style="font-size: large;"><br /></span>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhP6vaOo9D9GbjUbXANOH4bp74EucxkjCoC_dywcmVvlY1KNk-0Y5CCzH4Jkd7WztN6KaKJ_KXEI3P5V9YtWccREQUKD7Qc6WdyxfGMmBWH9tV-saIQ_1QXmmwqx4895xzugtnYxhU-kzbK/s1600/ich+roy1.jpg" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1000" data-original-width="675" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhP6vaOo9D9GbjUbXANOH4bp74EucxkjCoC_dywcmVvlY1KNk-0Y5CCzH4Jkd7WztN6KaKJ_KXEI3P5V9YtWccREQUKD7Qc6WdyxfGMmBWH9tV-saIQ_1QXmmwqx4895xzugtnYxhU-kzbK/s320/ich+roy1.jpg" width="216" /></a></div>
<span style="font-size: large;"><b>WHERE'S MY ROY COHN? (2019)</b> - É irônico que logo depois de falar de um aborto da justiça francesa, falemos de quem promoveu a condenação e execução de Julius e Ethel Rosenberg, notório aborto da justiça norte-americana: Roy Cohn (1927/1986). Por alguma razão - provavelmente por Donald Trump ter sido seu último <i>protégé</i> - recentemente foram produzidos, quase que ao mesmo tempo, dois documentários sobre essa escrotíssima figura. Ele surgiu inicialmente como acólito de Joseph McCarthy durante o período negro de perseguição aos comunistas, na década de 50. O macartismo soçobrou no alcoolismo e na imbecilidade fundamental de McCarthy (que morreu desmoralizado e bêbado, em 1957), e Cohn - que além dos comunistas também perseguia e condenava homossexuais como transviados e anormais - acabou sendo chutado para fora de seu armário, quando ficou dolorosamente clara a sua relação amorosa com o soldado G. David Shine, que ele aboletou como aspone em seu gabinete. Cohn desapareceu por um tempo e ressurgiu na década de 60, como representante legal de mafiosos e demais criminosos milionários, e ganhou fama por ser um advogado agressivo, um caloteiro incorrigível, por continuar escondendo a sua homossexualidade (até sua morte, em decorrência da AIDS), por manter, sabe-se lá como, imensa influência nas rodas políticas de Washington, e por representar sempre o que existiu de pior e mais daninho na sociedade.</span><br />
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhDSYlEWs1MGYE8n9L0LsJi_l2ctfkXPRI7NTOyaN1qWsddlobU65cvPR976uVuuY8dvY5miJ0WqTfu5x5EhhuT7eqfmK-hOAkj8kH9Ut5HB0PZpkfO7q2Q_nZZNWjbCrEhLRq_JWOxPK5j/s1600/cohn1.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="486" data-original-width="444" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhDSYlEWs1MGYE8n9L0LsJi_l2ctfkXPRI7NTOyaN1qWsddlobU65cvPR976uVuuY8dvY5miJ0WqTfu5x5EhhuT7eqfmK-hOAkj8kH9Ut5HB0PZpkfO7q2Q_nZZNWjbCrEhLRq_JWOxPK5j/s1600/cohn1.jpg" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i><span style="font-size: small;">Começou com McCarthy e terminou (coberto de plásticas) com Trump. Um talento<br />sem igual para juntar-se com o que havia de mais sórdido</span></i></td></tr>
</tbody></table>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg7V_zKMAVqBPMrX_a6UtrxfPGCJcQVjFFKkPjvGGGBvQ6QjXLXhJNKiDJr-0XEJ8sERBs_TUSekINhMgYkNvBz3JL8ea6j20xTAFkcifklhF5UZi9CKgEHhj_8L2a2VS6eOiEAB4HVQirI/s1600/ich+roy+2.jpg" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" data-original-height="1000" data-original-width="675" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg7V_zKMAVqBPMrX_a6UtrxfPGCJcQVjFFKkPjvGGGBvQ6QjXLXhJNKiDJr-0XEJ8sERBs_TUSekINhMgYkNvBz3JL8ea6j20xTAFkcifklhF5UZi9CKgEHhj_8L2a2VS6eOiEAB4HVQirI/s320/ich+roy+2.jpg" width="216" /></a></div>
<span style="font-size: large;">O primeiro documentário, <i>Where's My Roy Cohn?</i>, é excepcional na cronologia e nos detalhes daquilo que expõe. Traz ótimas entrevistas e é perfeito para que conheçamos a vida e a história de Cohn. Quando soube da existência do segundo documentário, <i>Bully. Coward. Victim. The Story of Roy Cohn</i>, portanto, achei redundante e desnecessário, mas como o assunto é rico e envolvente, não resisti e também o assisti. E tive uma grata surpresa, porque a diretora é ninguém menos do que Ivy Meeropol, neta de Julius e Ethel Rosenberg. Seu pai, Michael Meeropol é um dos entrevistados, então todo esse aspecto da vida de Cohn ganha um aprofundamento inédito. Outra coisa que me impressionou neste documentário foi a terrível briga - para mim desconhecida - de Cohn com seu antigo namorado, um desclassificado ainda pior do que ele chamado Richard Dupont, que não é citada no documentário anterior. E há também a presença de Tony Kushner, autor da célebre peça <i>Angels in America</i>, que traz Cohn como personagem. Os dois documentários são complementares e devem ser assistidos. E logo depois, quem se interessar deve assistir <i>Citizen Cohn</i>, cinebiografia algo romanceada, dirigida pelo ótimo Frank Pierson e que traz James Woods em excelente performance no papel de Cohn. Al Pacino também o interpretou, na versão televisiva de <i>Angels</i>, mas não creio que foi feliz em sua interpretação. O filme de Woods é melhor. <span style="color: #cccccc;">(23/07/2020)</span></span><br />
<span style="font-size: large;"><span style="background-color: white; color: #333333; font-family: "georgia" , serif; font-size: medium;"><span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: small;">_________________________________</span><br style="font-size: 13px;" /><span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: small;"><br /></span><span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 13px;"></span><span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: small;"><span style="font-size: x-small;"><span style="font-size: 13px;">Veja mais:</span><br style="font-size: 13px;" /><span style="font-size: 13px;"></span><span style="font-size: 13px;"></span></span></span></span></span><br />
<ul style="background-color: white; color: #cc6600; font-family: georgia, serif; font-size: 13px; line-height: 1.4; margin: 0.5em 0px; padding: 0px 2.5em;">
<li style="font-family: "trebuchet ms", trebuchet, verdana, sans-serif; font-size: 18.2px; margin: 0px 0px 0.25em; padding: 0px;"><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm;">
<span style="color: #e36c0a; font-family: "georgia" , serif; font-size: 14pt;"><a href="http://bernardoschmidt.blogspot.com.br/2014/04/minestrone-cultural_18.html" style="color: #cc6600; display: block; text-decoration-line: none;" target="_blank">Minestrone Cultural</a></span></div>
</li>
<li style="font-family: "trebuchet ms", trebuchet, verdana, sans-serif; font-size: 18.2px; margin: 0px 0px 0.25em; padding: 0px;"><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm;">
<a href="http://bernardoschmidt.blogspot.com.br/2015/01/minestrone-cultural-ii.html" style="color: #cc6600; display: block; font-family: georgia, serif; font-size: 14pt; text-decoration-line: none;" target="_blank">Minestrone Cultural II</a></div>
</li>
<li style="font-family: "trebuchet ms", trebuchet, verdana, sans-serif; font-size: 18.2px; margin: 0px 0px 0.25em; padding: 0px;"><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm;">
<span style="color: #e36c0a; font-family: "georgia" , serif; font-size: 14pt;"><a href="http://bernardoschmidt.blogspot.com.br/2015/07/minestrone-cultural-iii.html" style="color: #cc6600; display: block; font-size: 14pt; text-decoration-line: none;" target="_blank">Minestrone Cultural III</a></span></div>
</li>
<li style="font-family: "trebuchet ms", trebuchet, verdana, sans-serif; font-size: 18.2px; margin: 0px 0px 0.25em; padding: 0px;"><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm;">
<span style="color: #e36c0a; font-family: "georgia" , serif; font-size: 14pt;"><a href="http://bernardoschmidt.blogspot.com.br/2016/02/minestrone-cultural-iv.html" style="color: #cc6600; display: block; font-size: 14pt; text-decoration-line: none;" target="_blank">Minestrone Cultural IV</a></span></div>
</li>
<li style="font-family: "trebuchet ms", trebuchet, verdana, sans-serif; font-size: 18.2px; margin: 0px 0px 0.25em; padding: 0px;"><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm;">
<span style="color: #e36c0a; font-family: "georgia" , serif; font-size: 14pt;"><a href="http://bernardoschmidt.blogspot.com.br/2016/05/minestrone-cultural-v.html" style="color: #cc6600; display: block; font-size: 14pt; text-decoration-line: none;" target="_blank">Minestrone Cultural V</a></span></div>
</li>
<li style="font-family: "trebuchet ms", trebuchet, verdana, sans-serif; font-size: 18.2px; margin: 0px 0px 0.25em; padding: 0px;"><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm;">
<span style="color: #e36c0a; font-family: "georgia" , serif; font-size: 14pt;"><a href="http://bernardoschmidt.blogspot.com/2016/08/minestrone-cultural-vi.html" style="color: #cc6600; display: block; text-decoration-line: none;" target="_blank">Minestrone Cultural VI</a></span></div>
</li>
<li style="font-family: "trebuchet ms", trebuchet, verdana, sans-serif; font-size: 18.2px; margin: 0px 0px 0.25em; padding: 0px;"><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm;">
<a href="http://bernardoschmidt.blogspot.com.br/2016/09/minestrone-cultural-vii.html" style="color: #cc6600; display: block; font-family: georgia, serif; font-size: 14pt; text-decoration-line: none;" target="_blank"><span style="color: #e36c0a;">Minestrone Cultural VII</span></a></div>
</li>
<li style="font-family: "trebuchet ms", trebuchet, verdana, sans-serif; font-size: 18.2px; margin: 0px 0px 0.25em; padding: 0px;"><a href="http://bernardoschmidt.blogspot.com.br/2016/12/minestrone-cultural-viii.html" style="color: #cc6600; display: block; font-family: georgia, serif; font-size: 14pt; text-decoration-line: none;" target="_blank"><span style="color: #e36c0a;">Minestrone Cultural VIII</span></a></li>
<li style="font-family: "trebuchet ms", trebuchet, verdana, sans-serif; font-size: 18.2px; margin: 0px 0px 0.25em; padding: 0px;"><a href="https://bernardoschmidt.blogspot.com.br/2017/05/minestrone-cultural-ix.html" style="color: #cc6600; display: block; font-family: georgia, serif; font-size: 14pt; text-decoration-line: none;" target="_blank"><span style="color: #e36c0a;"><h3 class="post-title entry-title" style="color: #cc6600; font-size: 18.2px; font-weight: normal; line-height: 1.4em; margin: 0.25em 0px 0px; padding: 0px 0px 4px;">
Minestrone Cultural IX</h3>
</span></a></li>
<li style="font-family: "trebuchet ms", trebuchet, verdana, sans-serif; font-size: 18.2px; margin: 0px 0px 0.25em; padding: 0px;"><h3 class="post-title entry-title" style="font-family: georgia, serif; font-size: 18.2px; font-weight: normal; line-height: 1.4em; margin: 0.25em 0px 0px; padding: 0px 0px 4px;">
<span style="color: #e36c0a; font-size: 14pt;"><a href="https://bernardoschmidt.blogspot.com.br/2017/10/minestrone-cultural-x.html" style="color: #cc6600; display: inline; font-size: 14pt; text-decoration-line: none;" target="_blank">Minestrone Cultural X</a></span></h3>
</li>
<li style="font-family: "trebuchet ms", trebuchet, verdana, sans-serif; font-size: 18.2px; margin: 0px 0px 0.25em; padding: 0px;"><h3 class="post-title entry-title" style="font-family: georgia, serif; font-size: 18.2px; font-weight: normal; line-height: 1.4em; margin: 0.25em 0px 0px; padding: 0px 0px 4px;">
<span style="color: #e36c0a; font-size: 14pt;"><a href="https://bernardoschmidt.blogspot.com.br/2018/02/minestrone-cultural-xi.html" style="color: #cc6600; display: inline; font-size: 14pt; text-decoration-line: none;" target="_blank">Minestrone Cultural XI</a></span></h3>
</li>
<li style="font-family: "trebuchet ms", trebuchet, verdana, sans-serif; font-size: 18.2px; margin: 0px 0px 0.25em; padding: 0px;"><h3 class="post-title entry-title" style="font-family: georgia, serif; font-size: 18.2px; font-weight: normal; line-height: 1.4em; margin: 0.25em 0px 0px; padding: 0px 0px 4px;">
<span style="color: #e36c0a; font-size: 14pt;"><a href="http://bernardoschmidt.blogspot.com/2018/05/minestrone-cultural-xii.html" style="color: #cc6600; display: inline; font-size: 14pt; text-decoration-line: none;" target="_blank">Minestrone Cultural XII</a></span></h3>
</li>
<li style="font-family: "trebuchet ms", trebuchet, verdana, sans-serif; font-size: 18.2px; margin: 0px 0px 0.25em; padding: 0px;"><h3 class="post-title entry-title" style="font-family: georgia, serif; font-size: 18.2px; font-weight: normal; line-height: 1.4em; margin: 0.25em 0px 0px; padding: 0px 0px 4px;">
<span style="color: #e36c0a; font-size: 14pt;"><a href="https://bernardoschmidt.blogspot.com/2018/07/minestrone-cultural-xiii.html" style="color: #333333; display: block; text-decoration-line: none;" target="_blank">Minestrone Cultural XIII</a></span></h3>
</li>
<li style="font-family: "trebuchet ms", trebuchet, verdana, sans-serif; font-size: 18.2px; margin: 0px 0px 0.25em; padding: 0px;"><a href="https://bernardoschmidt.blogspot.com/2018/07/minestrone-cultural-xiii.html" style="color: #333333; display: block; text-decoration-line: none;" target="_blank"></a><a href="https://bernardoschmidt.blogspot.com/2018/11/minestrone-cultural-xiv.html" style="color: #333333; display: block; font-family: georgia, serif; font-size: 18.2px; text-decoration-line: none;" target="_blank">Minestrone Cultural XIV</a></li>
<li style="font-family: "trebuchet ms", trebuchet, verdana, sans-serif; font-size: 18.2px; margin: 0px 0px 0.25em; padding: 0px;"><a href="https://bernardoschmidt.blogspot.com/2018/11/minestrone-cultural-xiv.html" style="color: #333333; display: block; font-family: georgia, serif; font-size: 18.2px; text-decoration-line: none;"></a><a href="https://bernardoschmidt.blogspot.com/2019/01/minestrone-cultural-xv.html" style="color: #333333; display: block; font-size: 18.2px; text-decoration-line: none;" target="_blank"></a><h3 class="post-title entry-title" style="font-family: georgia, serif; font-size: 18.2px; font-weight: normal; line-height: 1.4em; margin: 0.25em 0px 0px; padding: 0px 0px 4px;">
<a href="https://bernardoschmidt.blogspot.com/2019/01/minestrone-cultural-xv.html" style="color: #333333; display: block; font-size: 18.2px; text-decoration-line: none;" target="_blank"><span style="color: #e36c0a; font-size: 14pt;"></span></a><a href="https://bernardoschmidt.blogspot.com/2019/01/minestrone-cultural-xv.html" style="color: #cc6600; display: inline; font-size: 14pt; text-decoration-line: none;" target="_blank">Minestrone Cultural X</a>V</h3>
</li>
<li style="font-family: "trebuchet ms", trebuchet, verdana, sans-serif; font-size: 18.2px; margin: 0px 0px 0.25em; padding: 0px;"><a href="http://bernardoschmidt.blogspot.com/2019/07/minestrone-cultural-xvi.html" style="color: #333333; display: block; font-size: 18.2px; text-decoration-line: none;" target="_blank"></a><h3 class="post-title entry-title" style="font-family: georgia, serif; font-size: 18.2px; font-weight: normal; line-height: 1.4em; margin: 0.25em 0px 0px; padding: 0px 0px 4px;">
<a href="http://bernardoschmidt.blogspot.com/2019/07/minestrone-cultural-xvi.html" style="color: #333333; display: block; font-size: 18.2px; text-decoration-line: none;" target="_blank"><span style="color: #e36c0a; font-size: 14pt;"></span></a><a href="https://bernardoschmidt.blogspot.com/2019/07/minestrone-cultural-xvi.html" style="color: #cc6600; display: inline; font-size: 14pt; text-decoration-line: none;" target="_blank">Minestrone Cultural X</a>VI</h3>
</li>
<li style="font-family: "trebuchet ms", trebuchet, verdana, sans-serif; font-size: 18.2px; margin: 0px 0px 0.25em; padding: 0px;"><h3 class="post-title entry-title" style="-webkit-text-stroke-width: 0px; background-color: white; color: #cc6600; font-family: georgia, serif; font-size: 18.2px; font-style: normal; font-variant-caps: normal; font-variant-ligatures: normal; font-weight: normal; letter-spacing: normal; line-height: 1.4em; margin: 0.25em 0px 0px; orphans: 2; padding: 0px 0px 4px; text-align: left; text-decoration-color: initial; text-decoration-style: initial; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; widows: 2; word-spacing: 0px;">
<a href="https://bernardoschmidt.blogspot.com/2020/04/minestrone-cultural-xvii.html" style="color: #333333; display: block; font-weight: normal; text-decoration: none;">Minestrone Cultural XVII</a></h3>
</li>
</ul>
<span style="font-size: large;"></span>Bernardo Schmidthttp://www.blogger.com/profile/12196150324865840023noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4381988697960596291.post-25944072378061518572020-05-08T15:28:00.001-07:002020-05-09T11:21:07.271-07:00Vergonha Alheia<br />
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: left; margin-right: 1em; text-align: left;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjXV0lJrgjQMHFyKUpcOaEKwoYEqwwA3bENGVt6Gykiy7PeqtlJ6P7fqHX1GKtdtKm3SRXnM9DtS_fByyuQFkvaJe-UhZkCP94FpDpCmInc9PrGrIbUnmt1lBFof7X_W0wwaX9PqLXgWWwJ/s1600/Regina.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="960" data-original-width="715" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjXV0lJrgjQMHFyKUpcOaEKwoYEqwwA3bENGVt6Gykiy7PeqtlJ6P7fqHX1GKtdtKm3SRXnM9DtS_fByyuQFkvaJe-UhZkCP94FpDpCmInc9PrGrIbUnmt1lBFof7X_W0wwaX9PqLXgWWwJ/s400/Regina.jpg" width="297" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i><span style="font-size: small;">Com Regina em 1992, em seu camarim<br />do inesquecível "A Vida é Sonho"</span></i></td></tr>
</tbody></table>
<span style="font-size: large;">Triste. Admiro Regina desde que sou criança. Considero-a uma atriz magnífica. A defendi no famigerado episódio em que ela dizia ter "medo" do PT e os lulopetistas a pegaram para Cristo. Sempre achei Regina uma opinante simplória e bem-intencionada, em questões políticas. Uma pessoa boa, mas sem qualquer conhecimento de nossa situação ou de nossa história, e que aparecia de tempos em tempos para dizer uma abobrinha qualquer que era absorvida pelo carinho que nutrimos por sua carreira pregressa.</span><br />
<br />
<span style="font-size: large;">Encontrei-a pessoalmente pela última vez no <i>Black-Tie</i> de Dan Rosseto no MUBE em 2011 e a enchi de abraços. Não necessariamente concordei com algumas de suas posições políticas ou ideológicas ao longo desta última década, mas não via nenhum inconveniente nela escolher quem bem quisesse, pelo voto. Jamais a hostilizaria, como sempre faz o PT com aqueles que não rezam pela cartilha do presidiário.</span><br />
<br />
<span style="font-size: large;">Quando ela aceitou o convite de Bolso, fiquei apreensivo. Governo desmoralizado, desastroso, um verdadeiro rio de piranha. Mas Moro estava lá, o que, a meu ver, ainda emprestava a esse governo de merda uma última centelha de respeitabilidade. E desejei sorte à Regina, não sabendo o que esperar.</span><br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<span style="font-size: large;">E o resultado foi o pior possível. Lembro-me de Fernandona recusando o convite de Sarney para o ministério da Cultura, explicando em carta polidíssima que aquela não era sua praia. Como seria bom que Regina tivesse feito o mesmo. Que tivesse explicado que é atriz há quase 60 anos e que não tem a mais ínfima vocação para a política. Que fez teatro e TV e não espraiou seus conhecimentos pelas centenas de outras manifestações culturais do nosso povo. Que não sabe gerir uma secretaria, não tem noção de como lidar com subordinados e colegas que vão depender de suas atitudes. Que - acostumada com as palmas merecidas de seu público - não sabe lidar com a crítica, com a insatisfação e com os protestos daqueles que são atingidos por sua incompetência. Que não tem estofo intelectual ou emocional para ocupar uma secretaria com peso de ministério.</span><br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg68wq2L0mCu5kmIwZz2rqhWlekw0iJr-FMVwx3iRw9_OQ3a-kqBxlEhOpgqaaMUj9C3wWlVtP4OQROxhDUgBCy9ooCOK9s0mYWQH30g8YaJBpSKStMSvKe9hwFIRGuFqpzK0v8yIIM4o9c/s1600/regina-duart.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="597" data-original-width="751" height="254" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg68wq2L0mCu5kmIwZz2rqhWlekw0iJr-FMVwx3iRw9_OQ3a-kqBxlEhOpgqaaMUj9C3wWlVtP4OQROxhDUgBCy9ooCOK9s0mYWQH30g8YaJBpSKStMSvKe9hwFIRGuFqpzK0v8yIIM4o9c/s320/regina-duart.jpg" width="320" /></a></div>
<span style="font-size: large;">Durante a pior crise de saúde que já atravessamos, em que a área coberta por sua secretaria é uma das mais castigadas, além de perdermos luminares de nossa cultura diariamente, Regina sumiu. Não deu um pio. Ninguém podia encontrá-la. Esperávamos que estivesse em meio a um bom freio de arrumação que a fizesse compreender o erro palmar que cometeu aceitando o convite de Bolso, e que reapareceria para pedir desculpas e se demitir. Ao invés disso ela reapareceu como se nada tivesse acontecido, não se desculpou, não se demitiu, não fez um único comentário produtivo e ainda protagonizou um dos mais bizarros espetáculos de vergonha alheia que já tivemos o azar de ver pela internet.</span><br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<span style="font-size: large;">Vê-la esbravejando como uma madame ultrajada, uma legítima aprendiz de Damares, depois do video de Maitê Proença (que, cá entre nós, não representa nada para nossa cultura, foi a canastrona de sempre lendo sua notinha e entrou nessa como Pilatos no Credo), gesticulando como uma doida, cantando o hino da copa de 70, tão medularmente ligado ao governo Médici, minimizando torturas e assassinatos durante a ditadura, não tendo nenhuma empatia pelo ser humano e ignorando a liturgia do cargo que ocupa, falando sem qualquer compostura ou educação por cima dos apresentadores, foi o fim de sua carreira. Regina ultrapassou os limites do ridículo e alcançou o nível subterrâneo desse presidente de fancaria que temos hoje. Igualou-se a ele.</span><br />
<br />
<span style="font-size: large;">Não tenho mais nada a dizer. As atitudes de Regina, e suas imagens falam por si só.</span><br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgusPBXGyBrugf_J-yZCpdOtYqVPsXn5cZDgdj4aTKHW-CXEw5SZ2bcrXFUnbzTx-OPoFKOh4-YkWUNoEZcckxSqQaFfNpSSZAgZKRQxkWL6RlYQv4cQ4roXUwrApNiEvSNcOcUAOnjx1xn/s1600/reginad.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="308" data-original-width="550" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgusPBXGyBrugf_J-yZCpdOtYqVPsXn5cZDgdj4aTKHW-CXEw5SZ2bcrXFUnbzTx-OPoFKOh4-YkWUNoEZcckxSqQaFfNpSSZAgZKRQxkWL6RlYQv4cQ4roXUwrApNiEvSNcOcUAOnjx1xn/s1600/reginad.jpg" /></a></div>
<br />
<span style="font-size: large;">Vi com otimismo a entrada de Moro no governo. E vi um homem honrado se demitindo, depois de um ano de trabalho honesto.</span><br />
<br />
<span style="font-size: large;">Vi com otimismo a entrada de Regina no governo. E vejo com engulhos sua permanência inútil, ociosa e deletéria.</span>Bernardo Schmidthttp://www.blogger.com/profile/12196150324865840023noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4381988697960596291.post-63240246881530540642020-04-28T18:17:00.002-07:002021-12-06T18:02:48.743-08:00Minestrone Cultural XVII<span style="font-size: large;"><br /></span>
<br />
<div style="text-align: center;">
<span style="color: red; font-size: large;"><b>RUTH, A DESDÊMONA NEGRA</b></span></div>
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg5ROFkky9sm6lOnGdntHGoO8ndhWk3W2x0qWkqVt-cYnHKTlQ9DqtBz_XYexRa9FIm-nzQ0Xa9mY6CAXdgWJGEIuHBP1LIDZ5RSikmxwvkI37baRJp1gCs8Z-4RFdSNmgBIAA1kHvAMDjN/s1600/ruth+desdemona.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="888" data-original-width="506" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg5ROFkky9sm6lOnGdntHGoO8ndhWk3W2x0qWkqVt-cYnHKTlQ9DqtBz_XYexRa9FIm-nzQ0Xa9mY6CAXdgWJGEIuHBP1LIDZ5RSikmxwvkI37baRJp1gCs8Z-4RFdSNmgBIAA1kHvAMDjN/s1600/ruth+desdemona.jpg" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i><span style="font-size: small;">A Desdêmona negra de Ruth e o Othello de Abdias do Nascimento.</span></i></td></tr>
</tbody></table>
<br />
<span style="font-size: large;">"Era uma época muito intensa, com várias montagens na cidade. E o TEN seguia esse ritmo. Com apenas um ano de existência participamos do Festival Shakespeare, organizado por Paschoal Carlos Magno. Dulcina de Moraes cedeu o teatro. Cada grupo encenou um número de sua montagem. Foi um espetáculo belíssimo. Todo mundo participou: Madalena Nicol, Maria Della Costa, Procópio Ferreira, a própria Dulcina, entre outros. Cacilda Becker fez Desdêmona, ao lado do Abdias do Nascimento, na montagem de <i>Othelo</i>. Depois eu e Abdias repetimos a cena de estrangulamento, para o festival. Fui a primeira Desdêmona negra. Acho que a primeira Desdêmona negra do mundo!"</span><br />
<br />
<span style="font-size: large;">Obrigado por tudo, amada Ruth.</span><br />
<span style="font-size: large;">(Foto de 1946) <span style="color: #cccccc;">(29/07/2019)</span></span><br />
<br />
<div style="text-align: center;">
<span style="color: red; font-size: large;"><b>INCLUSÃO RELIGIOSA</b></span></div>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgNEvnTe5TCg7cSyUvy3ia7BWEU65o68tyHBBBZN13nlRIuuGpvewrephiv0qKt5r2DJwkndEMyNLtpzLHWxJdMxr9YfbjeFhco4Jdgak__2F38vdf0UeHdwpnvTKL5w2pXRXCP0-BO_Sjd/s1600/baphomet.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="960" data-original-width="662" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgNEvnTe5TCg7cSyUvy3ia7BWEU65o68tyHBBBZN13nlRIuuGpvewrephiv0qKt5r2DJwkndEMyNLtpzLHWxJdMxr9YfbjeFhco4Jdgak__2F38vdf0UeHdwpnvTKL5w2pXRXCP0-BO_Sjd/s640/baphomet.jpg" width="440" /></a></div>
<br />
<span style="font-size: large;">Ninguém sabia mais de inclusão religiosa do que os marketeiros dos anos 40: um simpático BAPHOMET era símbolo de uma das cervejas da Antarctica. <span style="color: #cccccc;">(15/09/2019)</span></span><br />
<br />
<div style="text-align: center;">
<span style="color: red; font-size: large;"><b>JORGE FERNANDO</b></span></div>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEihbYWXUHqds8H-yCuabSOLNmigIveHOOJdobkcpvmxwWgpuNtkZ6nUHYlVXJEClYTqTwbJ8ramm-r-7EgZkqm7uOfxCMfeqocI7055qQedWK0Scs5NGMj5YZtUMOT3J72WTfNGUG9Z7peX/s1600/Jorge.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="426" data-original-width="568" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEihbYWXUHqds8H-yCuabSOLNmigIveHOOJdobkcpvmxwWgpuNtkZ6nUHYlVXJEClYTqTwbJ8ramm-r-7EgZkqm7uOfxCMfeqocI7055qQedWK0Scs5NGMj5YZtUMOT3J72WTfNGUG9Z7peX/s1600/Jorge.jpg" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i><span style="font-size: small;">Com Jorge no Procópio Ferreira, em 1991. Cláudia Raia estava em cartaz com<br />"Não Fuja da Raia", dirigido por Jorge.</span></i></td></tr>
</tbody></table>
<br />
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: left; margin-right: 1em; text-align: left;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgUtoZhuYW8a1QcYWTtHbGeFL6PuJrsu7bg8a_0e-m2er6d-fvWWZoE9NOwZaiqhJqD4g88tVAyHBxsua49Tu-EQioLZpeRKAmKyeQEeUTsMTkcuGVmwNiOdDHjt7RJ67sdqNNl3-BM1o9M/s1600/guerra+dos+sexos.jpg" style="clear: left; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="571" data-original-width="690" height="264" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgUtoZhuYW8a1QcYWTtHbGeFL6PuJrsu7bg8a_0e-m2er6d-fvWWZoE9NOwZaiqhJqD4g88tVAyHBxsua49Tu-EQioLZpeRKAmKyeQEeUTsMTkcuGVmwNiOdDHjt7RJ67sdqNNl3-BM1o9M/s320/guerra+dos+sexos.jpg" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i><span style="font-size: small;">"Guerra dos Sexos": Paulo, Fernanda, Tarcísio,<br />Maitê Proença e Mônica Figueiredo</span></i></td></tr>
</tbody></table>
<span style="font-size: large;">O que sempre admirei em Jorge - assim como todos - foi sua energia. Não tinha nem trinta anos e já dirigia novelas de Janete Clair e Manoel Carlos. Em 1983 dirigiu <i>Guerra dos Sexos</i>, de Sílvio de Abreu, encarando com naturalidade o desafio de dirigir o primeiro encontro artístico de dois tótens como Paulo e Fernanda (e de quebra, Tarcísio e Glória). Sucesso sem precedentes. Em 86 veio <i>Cambalacho</i>, também de Sílvio, desta vez com Guarnieri e Fernanda. Mais sucesso. Entre 87 e 89 acredito que ele alcançou seu auge, dirigindo duas das melhores novelas brasileiras de todos os tempos, ambas do mestre Cassiano Gabus Mendes: <i>Brega & Chique</i> e <i>Que Rei sou eu?</i></span><br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: right; margin-left: 1em; text-align: right;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh8nOxjeW2aeklYOiDjs4yqpe5CNz238Y_2WLkcyBMJUCw3nCG_SGrueXQQof3e6a2hlu5FiHiyHFcpmAzdo7xkuJANlxQ5ry9QaCpJOkJcEDAKdpDs2pVOnukFnPVPwScTLUwpy5P_rbsU/s1600/cambalacho.jpg" style="clear: right; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="405" data-original-width="540" height="240" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh8nOxjeW2aeklYOiDjs4yqpe5CNz238Y_2WLkcyBMJUCw3nCG_SGrueXQQof3e6a2hlu5FiHiyHFcpmAzdo7xkuJANlxQ5ry9QaCpJOkJcEDAKdpDs2pVOnukFnPVPwScTLUwpy5P_rbsU/s320/cambalacho.jpg" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i><span style="font-size: small;">"Cambalacho": Fernanda e Guarnieri</span></i></td></tr>
</tbody></table>
<span style="font-size: large;">Depois disso não havia muito o que dizer: Jorge encerrava a década de 80 com trinta e cinco anos e o status inegável de melhor diretor de novelas da televisão brasileira. Ele participou de algumas peças como ator e fazia um espetáculo solo chamado <i>Boom</i>, mas confesso que senti falta de vê-lo em algo sério, sendo dirigido por alguém tão competente quanto ele. Sabemos que Jorge tinha aquela persona artística fulgurante, barulhenta e divertida, e por isso mesmo teria sido interessante vê-lo quebrar isso ao meio e interpretar algo diferente. Acredito que talento para isso não lhe faltava.</span><br />
<br />
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: left; margin-right: 1em; text-align: left;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgzPFei-64qJ2-Kux-hP6eeB_-s-lVuD3sy6Q17CWShXUYPgWByMfXEPUdQsPpD8RO7cNaXAt8031UKvXV7GpSIpVeZb984REUvaAA4IUvBLlDcGlsJvb5BJp-NwOJCiB6W6Wt4A6d10XGp/s1600/que+rei+sou+eu.jpg" style="clear: left; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="500" data-original-width="650" height="245" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgzPFei-64qJ2-Kux-hP6eeB_-s-lVuD3sy6Q17CWShXUYPgWByMfXEPUdQsPpD8RO7cNaXAt8031UKvXV7GpSIpVeZb984REUvaAA4IUvBLlDcGlsJvb5BJp-NwOJCiB6W6Wt4A6d10XGp/s320/que+rei+sou+eu.jpg" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i><span style="font-size: small;">"Que Rei sou Eu?": Constelação</span></i></td></tr>
</tbody></table>
<span style="font-size: large;">Vê-lo em <i>Boom</i> ou em entrevistas era gostoso, não havia como não se contagiar por sua eterna empolgação, por aquela figura tão teatral, sempre ligada em 220. De vez em quando, entretanto, me causava uma certa agonia. Jorge era gordo, não parava, dava cambalhotas, ficava vermelhíssimo e aquilo ocasionalmente me fazia pensar em sua saúde. Trabalhava sem parar. Era uma panela de pressão. Mas nunca pensei que algo lhe aconteceria. Nos últimos quinze anos ele se acalmou, seguiu dirigindo mas deixou de lado os <i>antics</i>, as macaquices e as excentricidades da década de 90.</span><br />
<br />
<span style="font-size: large;">Soube acidentalmente, pelo Instagram, da pancreatite e do AVC. Me chocou profundamente ver sua foto depois do derrame. Esquálido, mas com o sorriso firme e forte, no rosto. Nos comentários, o desespero de uma fã: "Por favor cuide-se! Precisamos de você!"</span><br />
<br />
<span style="font-size: large;">Uma força da natureza. Não consigo imaginá-lo "descansando" em paz. Onde estiver, espero que seja o mesmo de sempre, fulgurante, barulhento e divertido, em paz. <span style="color: #cccccc;">(28/10/2019)</span></span><br />
<br />
<div style="text-align: center;">
<span style="color: red; font-size: large;"><b>MARIE FREDRIKSSON</b></span></div>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhbpixpdZMBBWDVcrrakN4xjEMCpoT8ASuRp4kM7A3KeDicMJNm-YsUf6zqU43tz0Y_uivm40ExV3IuO-knM8g7Kzkqtc1EebmAd_wp0EpbER7nMHQfwZlYLJ7hYIvXcaV_eKQigwk0jFLg/s1600/Marie.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1151" data-original-width="770" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhbpixpdZMBBWDVcrrakN4xjEMCpoT8ASuRp4kM7A3KeDicMJNm-YsUf6zqU43tz0Y_uivm40ExV3IuO-knM8g7Kzkqtc1EebmAd_wp0EpbER7nMHQfwZlYLJ7hYIvXcaV_eKQigwk0jFLg/s640/Marie.jpg" width="428" /></a></div>
<br />
<span style="font-size: large;">Dia funesto. Marie Fredriksson subiu aos céus, aos 61 anos, depois de longa batalha contra o câncer. O show do Roxette no estacionamento do Anhembi, em 1992, é das lembranças mais doces, mais cálidas e que mais fazem transbordar meu coração de saudade daquela época. Uma noite amena, gostosa, ao ar livre, e todos nós cantando com eles cada um daqueles sucessos que tornaram Marie e seu amigo Per Gessle famosos, prestigiados e amados no mundo inteiro.</span><div><br /></div><div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgyKXe8kQrqCn_f8DckzLzM8AiuFVFSYy_Fj2tEnrVPQWbeRsqH3KqOPOBl-1-dFXsyvFzhpPahCKy1dR2p7mq3LetzYJR3CDUjsaUN9flqdi1wHuJsR7ITD0J9Jna6r9cOCgcZrmKAWgWP/s858/Roxette.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="858" data-original-width="502" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgyKXe8kQrqCn_f8DckzLzM8AiuFVFSYy_Fj2tEnrVPQWbeRsqH3KqOPOBl-1-dFXsyvFzhpPahCKy1dR2p7mq3LetzYJR3CDUjsaUN9flqdi1wHuJsR7ITD0J9Jna6r9cOCgcZrmKAWgWP/s16000/Roxette.jpg" /></a></div><div><br /></div><div><table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: left; margin-right: 1em; text-align: left;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgsYAuoh4Gz94csx7WDB41Yu9mkH8psDrYuKsevrrZGo4X9Wt76Iq53LbwU1-hx56Vt6kjxSknIUOcvg8TIgKP5Gr294vH_l64bn0Z2yHDE7q_-HK0oZkCgEH3YWgXy4RuhG9l7SwCdBO32/s1600/Marie1.jpg" style="clear: left; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="880" data-original-width="900" height="312" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgsYAuoh4Gz94csx7WDB41Yu9mkH8psDrYuKsevrrZGo4X9Wt76Iq53LbwU1-hx56Vt6kjxSknIUOcvg8TIgKP5Gr294vH_l64bn0Z2yHDE7q_-HK0oZkCgEH3YWgXy4RuhG9l7SwCdBO32/s320/Marie1.jpg" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i><span style="font-size: small;">Marie e o parceiro de Roxette, Per Gessle</span></i></td></tr>
</tbody></table>
<span style="font-size: large;">Olhando para trás e ouvindo - como faço até hoje - os cds da dupla, penso que o Roxette tinha um segredo muito simples: era entretenimento puro. No melhor sentido. Músicas excepcionais, boas vibes, grande talento e pura alegria. Difícil ver algo tão saudável no meio musical. Baladas como "Listen to your heart", "It must have been love" e "Spending my time" não eram particularmente originais, revolucionárias ou engajadas. E não precisavam ser nada disso. Porque eram BOAS. Boas demais. Agradavam todo o tipo de público. Assim como a leveza de "Joyride", o refrão magnético de "She's got the look", e bobagens adoráveis como "How do you do".</span><br />
<br />
<span style="font-size: large;">Será coincidência que o Roxette de vez em quando me faz lembrar do ABBA, seu primo mais rico e mais velho, também sueco? Talvez porque são a quintessência do entretenimento; algo que é tão bom e tão prazeroso, que toca tão fundo o coração de quem ouve, que não há nada que possamos associar a eles a não ser felicidade.</span><br />
<br />
<span style="font-size: large;">Lamento. A música perde. O mundo perde. <span style="color: #cccccc;">(10/12/2019)</span></span><br />
<br />
<iframe allowfullscreen="" frameborder="0" height="400" src="https://www.youtube.com/embed/eG0IYV6G0I0" width="550"></iframe><br />
<br />
<div style="text-align: center;">
<span style="color: red; font-size: large;"><b>RAMBO - LAST BLOOD (2019)</b></span></div>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiDkf7a8rQmNHEdUM9A0z-AkLXugvRFnIyiNr3MUOMibnBPNuoQ3IhcIJCcj5Ti3PjRbHIzdgE0LkzRPv2GUzUM032GfVeNMHvQdcI6mfvRSXnspwpoE7F70AySTQEZYShRINFV6SNFBlx2/s1600/Rambo+last+blood.jpg" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" data-original-height="1600" data-original-width="1084" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiDkf7a8rQmNHEdUM9A0z-AkLXugvRFnIyiNr3MUOMibnBPNuoQ3IhcIJCcj5Ti3PjRbHIzdgE0LkzRPv2GUzUM032GfVeNMHvQdcI6mfvRSXnspwpoE7F70AySTQEZYShRINFV6SNFBlx2/s400/Rambo+last+blood.jpg" width="270" /></a></div>
<span style="font-size: large;">Os dois primeiros <i>Rambos</i> são marcas fundamentais de minha adolescência e considero que ambos são ótimos filmes de ação. O segundo invade uma área mais apelativa e patrioteira, do soldado que vai vencer sozinho a guerra que os americanos perderam, mas contou com um elemento de romance que deu inesperadamente certo, na inclusão da doce e trágica Co Bao (a inigualavelmente linda Julia Nickson), e o sucesso financeiro foi astronômico. O terceiro envolveu a dominação soviética no Afeganistão e lançou mão de artifício muito típico do cinema americano na década de 80, de colocar os russos como o mal encarnado. Stallone, aliás, era useiro e vezeiro da prática, que aplicava com precisão cirúrgica para comover seus compatriotas. Neste caso, o público considerou o filme um <i>Rambo II</i> requentado, o sucesso foi raso e a franquia chegou ao fim.</span><br />
<br />
<span style="font-size: large;">Vinte anos depois, em uma onda de reviver aos sessenta anos os personagens que fez quando tinha trinta, Stallone ressuscitou a franquia e dirigiu o quarto <i>Rambo</i>. A história se passa na conflagrada e devastada Burma (a antiga Birmânia, hoje Myanmar), e o velho soldado vai resgatar missionários que tentavam levar remédios e religião ao sofrido povo da região. A violência tem outro tom; o roteiro de Stallone pode ser ingênuo e maniqueísta como sempre, mas as mortes agora são mais pesadas e sangrentas. Não é um filme ruim. Apenas não precisava existir. Tudo o que soldado representava e tinha a dizer já ficara sobejamente claro nos dois primeiros filmes. O que se viu ali foi unicamente um agrado aos fãs da série.</span><br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjjzjCX2WOE10_YRk4_bWxssdIB4ayIHOxS9DuH7KxLTEa5k29H_nZLU1fVaIk5ddACRq6Or93VvbTfm8G7_g6xJRZ3WrBAqpj4EOzE2Ua14znGRZw8dKiUZkV2VMZzOLivgsHVl-i2dXit/s1600/Rambo+last+blood.jpg" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="900" data-original-width="600" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjjzjCX2WOE10_YRk4_bWxssdIB4ayIHOxS9DuH7KxLTEa5k29H_nZLU1fVaIk5ddACRq6Or93VvbTfm8G7_g6xJRZ3WrBAqpj4EOzE2Ua14znGRZw8dKiUZkV2VMZzOLivgsHVl-i2dXit/s400/Rambo+last+blood.jpg" width="266" /></a></div>
<span style="font-size: large;">Este ano Stallone dirigiu o quinto <i>Rambo</i>. Ele está com 73 anos. Sim, ele está bombado e mandou ver nas plásticas e no cabelo, mas, curiosamente, não é esse o calcanhar de Aquiles do filme; (<i>spoilers</i> - quem ainda não viu e não quer saber o que acontece deve parar de ler aqui) o que, a meu ver, faz naufragar o mais novo episódio da vida lascada de John Rambo é que esta é uma trama eminentemente urbana. O primeiro filme não é nas selvas de um país asiático mas a maior parte da ação se passa em uma floresta. Ele só chega à cidade no fim do filme. Agora, Rambo tem que resgatar uma sobrinha (ou coisa que o valha) de um cartel mexicano que rapta e prostitui meninas, além de torná-las viciadas em drogas. É terrível; em seu primeiro confronto com os bandidos, ele não precisa nem ser pego, porque caminha espontaneamente em direção a eles e leva uma tunda de criar bicho. Ou seja, o soldado de pavio curto, forte, mestre em concatenar planos de última hora e em tirar leite de pedra, não faz nada, apanha e durante sua recuperação ele dá aos bandidos tempo de sobra para liquidar sua sobrinha. Em outras palavras, Rambo era incomparável no meio de matas inexpugnáveis, fugia das mais sofisticadas emboscadas, vencia os mais violentos combates com armas capazes de pulverizar uma cidade, mas não consegue fazer o trabalho de um simples policial.</span><br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi2V4CycOmAMZkllpHyNjVx3O9C2lssSjuYMChaSFdrLWg4Ayf0R43OMAHzOkoHsjB8qYBpDInMqWewFsucZHTDJvkjdAef6Uve9EyoACvrE_-KNct0PkMggJr0dlMBObZCErT6Y0fqtCy4/s1600/rambolastblood.jpg" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" data-original-height="478" data-original-width="460" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi2V4CycOmAMZkllpHyNjVx3O9C2lssSjuYMChaSFdrLWg4Ayf0R43OMAHzOkoHsjB8qYBpDInMqWewFsucZHTDJvkjdAef6Uve9EyoACvrE_-KNct0PkMggJr0dlMBObZCErT6Y0fqtCy4/s320/rambolastblood.jpg" width="307" /></a></div>
<span style="font-size: large;">Entramos no segundo problema: a sobrinha morre em decorrência dos abusos que sofre. É uma ducha de água fria que quase me fez parar de ver o filme ali mesmo. Não sei o que passou pela cabeça de Stallone para derrapar tão feio na evolução da história. Talvez o excesso de personagens idênticos que tem feito nos últimos anos (Barney Ross em <i>Os Mercenários</i>, Ray Breslin em <i>Rota de Fuga</i> ou James Bonomo em <i>Alvo Duplo</i>) ou o cabelo estranhamente curto e bem penteado tenham confundido Stallone sobre o cerne do personagem; Rambo não é apenas a vingança dos oprimidos ou o braço forte da lei; ele é uma prevalência quase mítica, divina, do bem sobre o mal. É o homem que vence guerras sozinho. A catarse só pode ocorrer se o bem prevalecer intacto, como no caso dele próprio, no primeiro filme, dos prisioneiros americanos no Vietnã, no segundo (onde se lamenta imensamente, mas pelo menos entende-se e permite-se a morte colateral e dramática de Co), seu comandante no terceiro e a principal das missionárias no quarto.</span><br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<div style="text-align: left;">
</div>
<span style="font-size: large;">Com a morte da sobrinha o filme perde o eixo e vira uma história manjada de vingança. Ele mata um dos sequestradores no México e atrai todos eles para o sítio onde vive. Transforma o lugar em uma usina de armadilhas - outro artifício já utilizado em inúmeros filmes, incluindo <i>Esqueceram de Mim</i> - e mata todos eles de forma metódica e sádica. No fim ninguém fica feliz. Os bandidos morrem mas Rambo perde a sobrinha que lhe trazia alegria e uma razão para seguir vivo. Não existe aquela sensação tênue de esperança que há no fim de todos os outros. Este é uma desgraceira do início ao fim.</span><br />
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh5iOaE5fgm4YsJG-SpIGEBYv_Bo3La_xeAO6oGLPjcWMHkFhi6JICdDTf11r0nZRn94gKbTetiSvukn3VKxHiCEE0qCaIs7g5GXzHqehAHrYHVTY1oLn15dCE8Lal4V5SP8lzthnJ1zwNJ/s1600/julie1.jpeg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1600" data-original-width="1275" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh5iOaE5fgm4YsJG-SpIGEBYv_Bo3La_xeAO6oGLPjcWMHkFhi6JICdDTf11r0nZRn94gKbTetiSvukn3VKxHiCEE0qCaIs7g5GXzHqehAHrYHVTY1oLn15dCE8Lal4V5SP8lzthnJ1zwNJ/s640/julie1.jpeg" width="509" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i><span style="font-size: small;">Julia Nickson: maravilhosa e estupidamente esquecida</span></i></td></tr>
</tbody></table>
<br />
<span style="font-size: large;">Para concluir, nos créditos há uma montagem de cenas dos cinco "Rambo", sinalizando que a série chegou mais uma vez ao fim (considerando que no quinto "Rocky" também havia montagem semelhante, e depois disso ainda houve um "Rocky" e dois "Creed", não há rios de credibilidade). Cometeu-se um último crime: deixaram Co Bao de fora. A maravilhosa personagem, cujas últimas palavras foram justamente "Do not forget me", acabou esquecida pelo idiota que juntou as cenas. <span style="color: #cccccc;">(25/12/2019)</span></span><br />
<br />
<div style="text-align: center;">
<span style="color: red; font-size: large;"><b>EMMA (1996, 2009, 2020)</b></span></div>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgKsIdrlVxZoOMUIy7HQHzelfSy9geDqaZpaAUrgZ0tj3jUjTVXMRGzp9IBWuG_mk146daDbAcDhdIzfPtd5SB6k1pYrovtD8Ae377cityDMLvKiBEcVCfDK79uZ1PqEd35VUrX2AI7OiOi/s1600/emma.png" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="882" data-original-width="627" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgKsIdrlVxZoOMUIy7HQHzelfSy9geDqaZpaAUrgZ0tj3jUjTVXMRGzp9IBWuG_mk146daDbAcDhdIzfPtd5SB6k1pYrovtD8Ae377cityDMLvKiBEcVCfDK79uZ1PqEd35VUrX2AI7OiOi/s640/emma.png" width="454" /></a></div>
<br />
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: right; margin-left: 1em; text-align: right;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiYhvfPhtVioX06yHQvsBaaefRjDgLTAGdlqQgVr405Qakz94HmwelOZuUTUjGaV5jIAqfSefr-D0sNl8P8ntWDgdJcGAE6dFS36OtOwRFKn1-q78ChLYxN3EDlmpk_BCVKBw-N7-wvdvG7/s1600/emma+gwyneth.jpg" style="clear: right; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1600" data-original-width="1334" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiYhvfPhtVioX06yHQvsBaaefRjDgLTAGdlqQgVr405Qakz94HmwelOZuUTUjGaV5jIAqfSefr-D0sNl8P8ntWDgdJcGAE6dFS36OtOwRFKn1-q78ChLYxN3EDlmpk_BCVKBw-N7-wvdvG7/s320/emma+gwyneth.jpg" width="266" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i><span style="font-size: small;">A Emma de Gwyneth</span></i></td></tr>
</tbody></table>
<span style="font-size: large;">Minha impressão sempre foi de que assim que se iniciou a produção de <i>Emma</i> com Gwyneth Paltrow - roteiro e direção de Douglas McGrath a partir do livro de Jane Austen - a A&E e uma pilha de produtoras inglesas imediatamente se mobilizaram para produzir seu próprio <i>Emma</i> televisivo, pegando carona no filme de McGrath. Não estavam errados; Gwyneth atingira em cheio o coração do público com seu papel trágico em <i>Seven</i> e as portas do protagonismo hollywoodiano estavam escancaradas para ela. A atriz lutou pelo papel de Emma e a fim de consegui-lo chegou até a trabalhar em uma comédia idiota, <i>The Pallbearer</i> (veículo exclusivo para David Shwimmer, na época famosíssimo com o seriado <i>Friends</i>), que o estúdio lhe impôs como condição para protagonizar <i>Emma</i>.</span><br />
<br />
<span style="font-size: large;">De uma forma ou de outra, McGrath - geralmente roteirista, ocasionalmente ator e de vez em nunca diretor - fez um belo filme. Gwyneth estava no auge de sua beleza e de sua juventude (24 anos), e o elenco incluía valores ascendentes como Jeremy Northam, Alan Cumming e Toni Collette, roçando ombros com estrelas consumadas como Greta Scacchi. É uma comédia romântica leve e agradável, e acabou indicada a dois Oscar (Música Original e Figurino; levou o primeiro).</span><br />
<br />
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: left; margin-right: 1em; text-align: left;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhSBjszsygAs-i05XzltDdO8qMWvdp7_Poh2R_h0loth9vzL8wZ0KYXuRs9eP6lAeJ28plwdm_2tslTMwvF5kJWcZYMVOsmZpB6z1dD6buuR6Nq_BySrkwqFIRJvIh7ynnlRt3M7ND4B-Gw/s1600/emma+beckinsale.jpg" style="clear: left; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="640" data-original-width="427" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhSBjszsygAs-i05XzltDdO8qMWvdp7_Poh2R_h0loth9vzL8wZ0KYXuRs9eP6lAeJ28plwdm_2tslTMwvF5kJWcZYMVOsmZpB6z1dD6buuR6Nq_BySrkwqFIRJvIh7ynnlRt3M7ND4B-Gw/s400/emma+beckinsale.jpg" width="266" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i><span style="font-size: small;">A Emma de Beckinsale</span></i></td></tr>
</tbody></table>
<span style="font-size: large;">A produção televisiva, por sua vez, esteve longe de ser ruim; o diretor Diarmuid Lawrence (1947–2019) tinha considerável experiência dirigindo séries e novelas e chamou o competente roteirista Andrew Davis para adaptar o livro de Jane. O papel-título foi para Kate Beckinsale, ainda um diamante bruto aos 23 anos, mas começando a despontar no firmamento cinematográfico. A exemplo do filme de McGrath, o elenco desta produção traz grandes valores em início de carreira, como Mark Strong, Samantha Morton e Olivia Williams. Com um orçamento bem menor, sem a beleza estética ou o <i>timing</i> de comédia da produção hollywoodiana, é um filme perfeitamente passável e, em sua simplicidade, encaçapou dois Primetime Emmys (Direção de Arte e Figurinos). A versão de Gwyneth alcançou os cinemas em outubro de 1996, e o filme de TV foi transmitido no mês seguinte. </span><span style="font-size: large;">Depois de duas adaptações encavaladas no mesmo ano, <i>Emma</i> ficou no vinagre até 2009,</span><span style="font-size: large;"> quando a BBC decidiu transformar o livro em uma minissérie de quatro capítulos (coisa que a própria BBC já havia feito em 1972, sem grande repercussão) com Romola Garay no papel-título.</span><span style="font-size: large;"> </span><br />
<br />
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: right; margin-left: 1em; text-align: right;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjqrbwB0A-7INhtylMeP_mJgwlJnk1_wEsm2QMdINfQjkeOBOFNKTFBoWTThPqq14dNi97OEg53EXLOYN7t0fqqN_7Csq8k7OPJPfEpnXOmIo1CvourXktD7PqvGC3FbJ2EBTjLdfFDz3XX/s1600/emma+romola.jpg" style="clear: right; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1199" data-original-width="802" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjqrbwB0A-7INhtylMeP_mJgwlJnk1_wEsm2QMdINfQjkeOBOFNKTFBoWTThPqq14dNi97OEg53EXLOYN7t0fqqN_7Csq8k7OPJPfEpnXOmIo1CvourXktD7PqvGC3FbJ2EBTjLdfFDz3XX/s400/emma+romola.jpg" width="267" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i><span style="font-size: small;">A Emma de Romola</span></i></td></tr>
</tbody></table>
<span style="font-size: large;">E em fevereiro de 2020 estreou uma nova versão cinematográfica com Anya Taylor-Joy no papel-título, dirigida por um sujeito chamado Autumn de Wilde e com roteiro da igualmente desconhecida Eleanor Catton.</span><br />
<br />
<span style="font-size: large;">Tenho uma opinião semelhante em relação a estas duas últimas produções: são muito boas, em termos gerais estão no mesmo nível de excelência dos filmes produzidos em 1996, mas, acima de tudo, não havia nenhuma necessidade de produzi-las. Romola Garay e Anya Taylor-Joy são ótimas. São lindas, talentosas e carismáticas mas não trazem rigorosamente nada de novo ao que já vimos anteriormente. As versões de Gwyneth e Kate ainda estão frescas em nossa memória, são filmes bem-feitos, modernos, não são datados e não estão ultrapassados, e a simples verdade é que quem quer conhecer "Emma" poderia recorrer aos dois filmes que já existem (O mesmo, aliás, se aplica de maneira berrante ao pretensioso e soporífero <i>remake</i> de <i>Little Women</i> estreado no ano passado, dirigido e roteirizado por Greta Gerwig).</span><br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhGQYpvUnWJDoWqMuepGKwKlJFdCXXGJBguAvrq3ieROTn9bupcwRqagVRfDx8nmFP9V9sEGw450dsmHidGFcm8YBM1hOP5SuY-1O3gcH0vY4MW3a8ThG30FT5QxIWkAVz6bGbrVss69FFy/s1600/emma+anya.jpg" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1600" data-original-width="676" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhGQYpvUnWJDoWqMuepGKwKlJFdCXXGJBguAvrq3ieROTn9bupcwRqagVRfDx8nmFP9V9sEGw450dsmHidGFcm8YBM1hOP5SuY-1O3gcH0vY4MW3a8ThG30FT5QxIWkAVz6bGbrVss69FFy/s640/emma+anya.jpg" width="268" /></a></div>
<span style="font-size: large;">Sobre esta nova versão, ressalto que a escolha do elenco tem mais acertos do que erros. A Harriet de Mia Goth é excelente. Se não for a melhor, nada fica a dever às atrizes que já interpretaram esse papel. Também maravilhosa é Amber Anderson no papel de Jane Fairfax. Josh O'Connor é perfeitamente asqueroso como Elton, e assim por diante. Bill Nighy está ligeiramente deslocado no papel do pai de Emma, mas não compromete. A maior de todas as minhas objeções é à escolha do inexpressivo e medíocre Johnny Flynn para o papel seminal de Knightley. O amigo/pretendente de Emma foi feito brilhantemente por atores como Jeremy Northam e Mark Strong e a performance de Flynn é fraca. Sem falar que quando põe a cartola vira o próprio Visconde Sabugosa do saudoso André Valli.</span><br />
<br />
<span style="font-size: large;">No mais, Anya Taylor-Joy precisaria livrar-se um pouco da expressão de eterna desconfiança e medo que caracteriza a maior parte de seus trabalhos, e assumir a personalidade exuberante e descontraída de Emma. Ela poderia sorrir, de vez em quando. Seu rosto élfico, não obstante, é hipnótico e é muito difícil tirar os olhos dela.</span><br />
<br />
<span style="font-size: large;">Recomendo, mas sempre lembrando que estas duas últimas produções não precisavam existir. <span style="color: #cccccc;">(22/03/2019)</span></span><br />
<br />
<div style="text-align: center;">
<span style="color: red; font-size: large;"><b>SERGIO (2020)</b></span></div>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgEwgkguWTmtvCzJgVLtDiIgLNBvY7Q7WHpHiCc7-LaJeqP0PZ6KXgX_UhmRHO2fK66IQuVuVZsHR3Y27QeTKdkCJBSge5Z3qjpBCb2E0igIRIQcnMggjo3G1WRBEuUudWfFhS1iwr0Fx3-/s1600/s%25C3%25A9rgio.jpg" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="273" data-original-width="184" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgEwgkguWTmtvCzJgVLtDiIgLNBvY7Q7WHpHiCc7-LaJeqP0PZ6KXgX_UhmRHO2fK66IQuVuVZsHR3Y27QeTKdkCJBSge5Z3qjpBCb2E0igIRIQcnMggjo3G1WRBEuUudWfFhS1iwr0Fx3-/s320/s%25C3%25A9rgio.jpg" width="215" /></a></div>
<span style="font-size: large;">Greg Barker é diretor de documentários, dirigiu um documentário sobre Vieira de Mello há uns dez anos e agora veio este filme sobre os meses que antecedem a morte do diplomata brasileiro.</span><br />
<br />
<span style="font-size: large;">Me veio à mente o filme <i>Neerja</i> (2016), em que Sonam Kapoor interpreta a aeromoça Neerja Bhanot, que morreu para salvar 359 pessoas em um vôo seqüestrado por terroristas, em 1986: amo Sonam Kapoor mas o filme não precisava existir. Já sabemos o início, o meio e o fim. Não são tantas as pessoas de vida pública que precisam virar filme; no mais das vezes, um bom documentário é mais do que suficiente.</span><br />
<br />
<span style="font-size: large;">É certamente o caso de Vieira de Mello. Entretanto, existe aqui um pequeno <i>plot twist</i>: nos funerais do diplomata, quem recebeu os pêsames foi sua esposa de direito, Annie Vieira De Mello. Só que hoje é público e notório que Annie e Vieira estavam em um processo ácido e não-amigável de divórcio fazia tempo, e quem de fato vivia maritalmente com o diplomata há quatro anos (ocupando um cargo, aliás, no mesmo escritório das Nações Unidas em Bagdá), era a jovem argentina Carolina Larriera. Ela passou os anos seguintes sem se manifestar, embora tivesse todo o apoio da mãe do diplomata. Recentemente a justiça brasileira lhe deu ganho de causa, reconhecendo a união civil de ambos, sendo ela, portanto, a verdadeira viúva de Vieira.</span><br />
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiMuLs78rpiMtmxrWU6e33Si4ohlbyF7fDFi-9uvb_KCSCrssoRdt7bS2GVF62Cx9pUlWMdIfJrl59rcQ43GKaJLLz1ORTHbNpsDbmCTk5uuY1nnk9l7_hgHd5E0dCtpM5bYa3Z6aArVmXp/s1600/s1440.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="313" data-original-width="541" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiMuLs78rpiMtmxrWU6e33Si4ohlbyF7fDFi-9uvb_KCSCrssoRdt7bS2GVF62Cx9pUlWMdIfJrl59rcQ43GKaJLLz1ORTHbNpsDbmCTk5uuY1nnk9l7_hgHd5E0dCtpM5bYa3Z6aArVmXp/s1600/s1440.jpg" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="font-size: 12.8px;"><i><span style="font-size: small;">Vieira e Moura</span></i></td></tr>
</tbody></table>
<br />
<span style="font-size: large;">É a única coisa que impede o filme de Greg Barker de naufragar na redundância. E paradoxalmente, aquilo que o torna ainda mais chato e soporífero, porque conquanto seja uma belíssima figura de nossa diplomacia e um homem distinto e justo, a vida sentimental de Vieira não tem (ou não deveria ter) qualquer relevância para o público. Não há nenhuma necessidade de invadir um terreno inteiramente pessoal, dentro de uma história de guerra e geopolítica. E a cada cinco minutos do filme somos obrigados a presenciar alguma ceninha brega de romance entre os dois.</span><br />
<br />
<span style="font-size: large;">Wagner Moura não tem nada a ver com Vieira e sua interpretação é careteira e over. Sendo ele e Rodrigo Santoro os únicos atores brasileiros chamados para qualquer coisa em Hollywood, neste caso sou parcial a Rodrigo, que com a maquiagem certeira, ficaria bem parecido com Sérgio. Ana de Armas está ok.</span><br />
<br />
<span style="font-size: large;">Enfim, um documentário estaria de bom tamanho.</span><br />
<br />
<span style="font-size: large;">Típico filme feito em meio a quinhentos outros, pela Netflix. <span style="color: #cccccc;">(19/04/2020)</span></span><br />
<br />
<div style="text-align: center;">
<span style="color: red; font-size: large;"><b>KIRAWARE MATSUKO NO ISSHÔ (2006)</b></span></div>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgqSUQelAUa0ZzVUlfjtG-9yRwCqGZJvDsjXE2KWg8tXs7bxsN9pw-iY_ap_gQAs5sQ1eQglW1PRHSwRmD-k-Gc4MYX5JeMbKF1SKLD-pboyONDbLrpa4kxVynKPF-5-aI6rEWf0sgdKW5f/s1600/Matsuko.jpg" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" data-original-height="668" data-original-width="480" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgqSUQelAUa0ZzVUlfjtG-9yRwCqGZJvDsjXE2KWg8tXs7bxsN9pw-iY_ap_gQAs5sQ1eQglW1PRHSwRmD-k-Gc4MYX5JeMbKF1SKLD-pboyONDbLrpa4kxVynKPF-5-aI6rEWf0sgdKW5f/s320/Matsuko.jpg" width="229" /></a></div>
<span style="font-size: large;">Matsuko está sempre procurando o amor de seu pai, mas sente que ele dedica toda sua atenção a Kumi, a filha doente. Como resultado, ela passará o resto de sua vida procurando amor nos lugares errados. Na escola em que trabalha, é demitida por tentar proteger um aluno que roubou dinheiro. Ela deixa sua família e foge da cidade. Nos próximos trinta anos, Matsuko não fará nada além de escolher o que é pior para ela. Empregos humilhantes, relações abusivas e incontáveis homens que a espancam e ela os perdoa.</span><br />
<br />
<span style="font-size: large;">A história toda é um melodrama que quer nos forçar a sentir pena de Matsuko, mas eu não consegui. Ela é burra demais. Uma coisa é ter problemas de rejeição paterna e outra, bem diferente é cometer o mesmo erro idiota duzentas vezes, mesmo quando o destino oferece a ela uma segunda chance atrás da outra durante décadas. Matsuko se afasta das boas amigas, foge esquizofrenicamente de sua irmã doce e amorosa e basicamente rejeita todos que podem fazer algum bem a ela. Esse tipo de historinha brega pode até funcionar bem em novelas mexicanas. No filme, é uma falha incontornável.</span><br />
<br />
<span style="font-size: large;"><i>Kiraware Matsuko no isshô</i> é excelente em termos de direção, elenco e produção. A narrativa é muito bem trabalhada. Mas falha miseravelmente na própria história, que é superficial e apelativa. Bom exemplo disso é a cena final, tão bonitinha e colorida quanto piegas e vazia, na qual Matsuko encontra sua irmã no céu e faz o que poderia ter feito uma dúzia de vezes enquanto ambas estavam vivas. <span style="color: #cccccc;">(19/04/2020)</span></span><br />
<br />
<div style="text-align: center;">
<span style="color: red; font-size: large;"><b>1900 (1976)</b></span></div>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjH59vP1DZR4Wjb3qr6RFMyD4YnqmkwJUcMfkxN1p2gjt8wR1oC2QngercAIHQIjQZrp1kBxGWHxLZ19220YsVgN3XU3XNY_vmFy_7wQXtCc_36xQJGeqr-Se8cl9Bq6O1xR4gxLPJUaDHt/s1600/1900.jpg" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1600" data-original-width="1063" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjH59vP1DZR4Wjb3qr6RFMyD4YnqmkwJUcMfkxN1p2gjt8wR1oC2QngercAIHQIjQZrp1kBxGWHxLZ19220YsVgN3XU3XNY_vmFy_7wQXtCc_36xQJGeqr-Se8cl9Bq6O1xR4gxLPJUaDHt/s400/1900.jpg" width="265" /></a></div>
<span style="color: #999999; font-size: large;">(A quarentena me levou a revisitar filmes que assisti há muitos anos e começam a sumir de minha memória, e outros - como este - que eu não assistira até agora, por uma razão ou por outra. Submeti esta crítica a um famoso site cinematográfico mas ela foi rejeitada. Certamente por duas razões: 1) Eu não fui exatamente diplomático em meu comentário, embora a versão que eu mandei a eles não contivesse palavrões. Aqui o texto vai sem cortes; 2) Eu estou falando a verdade nua e crua sobre o filme, e nada que já não seja sabido por qualquer cinéfilo.)</span><br />
<br />
<span style="font-size: large;"><i>I wonder ... two hours into one of the stupidest, most pretentious and pointless pieces of garbage I've ever come across, did I actually see De Niro and Depardieu in full frontal nudity having their limp dicks wanked by some unfortunate actress?? It can't be...</i></span><br />
<i><br /></i>
<span style="font-size: large;"><i>If the question "What the fuck did I just watch??" was ever in order, it is desperately in order right now.</i></span><br />
<i><br /></i>
<span style="font-size: large;"><i>"1900" is like "Caligula" but much worse. MUCH worse. Bertolucci - who had about as much talent (and political savvy) as Tinto Brass but somehow managed to con Hollywood into thinking he was a bold art-house filmmaker through such filth as "Last Tango" and the likes of it - put together a movie where a pig gets slaughtered, a young girl tries to masturbate Burt Lancaster, kids show their penises to each other, horse manure is spread on Donald Sutherland's face and so on. No wonder De Niro doesn't even mention this. The movie that is supposed to be about the rise of fascism is actually a snuff film.</i></span><br />
<i><br /></i>
<span style="font-size: large;"><i>I don't even know what to say ... what the hell is this?? How does a five-hour shit show like this gets an approval by any studio? True masterpieces have been butchered by studio executives for having more than two hours but this hot mess gets to run over five?? The lead actors are pathetically miscast: De Niro is as dull and out of place as he can be while Depardieu - one of my favorite actors, btw - barely speaks and acts like a monkey the whole time; everyone is dubbed, direction is nill, Morricone's score sucks, one of the screenwriters is - surprise! - Bertolucci's brother, the so-called political message is shallow or flat-out wrong!...</i></span><br />
<i><br /></i>
<i><span style="font-size: large;">This is the biggest sham in movie history. Thank God I didn't pay to see it and stopped after two and a half painful hours. To summarize it, in the words of the immortal </span><span style="font-size: large;">Don Rickles: "18 hours of crap!"</span></i><br />
<br />
<div style="text-align: center;">
<b><span style="color: red; font-size: large;">RICKLES E OUTROS, LEGENDADOS</span></b></div>
<br />
<div style="text-align: center;">
<span style="font-size: large;"><b>DON RICKLES E LARRY KING (1985)</b></span></div>
<br />
<iframe allowfullscreen="" frameborder="0" height="350" src="https://www.youtube.com/embed/s9ft55E5RAM" width="580"></iframe><br />
<br />
<span style="font-size: large;">Esta foi a primeira de muitas entrevistas dadas por Rickles no programa de Larry King. E certamente a mais engraçada. Os dois se conheciam há quase 30 anos e Larry - eternamente inclinado, com sua cara de sapo, seus óculos gigantes e seu suéter esquisito - não poderia deixar de ser um alvo perfeito para a metralhadora verbal de Rickles.</span><br />
<br />
<span style="font-size: large;">O que vemos nesta entrevista não é apenas o talento habitualmente superior de Rikles para o improviso e para os melhores sarros de todos os tempos, mas um Larry King vencido, gargalhando às casquinadas de seu próprio roast.</span><br />
<br />
<span style="font-size: large;">Humor da melhor qualidade, como evidentemente não se vê mais. <span style="color: #cccccc;">(02/03/2020)</span></span><br />
<div style="text-align: center;">
<br />
<span style="font-size: large;"><b>RICKLES ROASTS REAGAN (1973)</b></span></div>
<br />
<span style="font-size: large;"><iframe allowfullscreen="" frameborder="0" height="350" src="https://www.youtube.com/embed/xgr9J2XX7L4" width="580"></iframe></span><br />
<br />
<span style="font-size: large;">O programa de Dean Martin tinha um "roast" semanal que se tornou célebre, trazendo as maiores estrelas de Hollywood, da música, da política, do esporte e de qualquer área cujos membros estivessem dispostos a rir de si mesmos em rede nacional. Era um deleite.</span><br />
<br />
<span style="font-size: large;">Em setembro de 1973, a vítima foi ninguém menos do que o governador da Califórnia e ex-ator Ronald Reagan, que mais tarde seria presidente por dois mandatos. Don Rickles não pega leve, não dá tréguas, e protagoniza mais um de tantos momentos memoráveis em sua carreira. <span style="color: #cccccc;">(31/03/2020)</span></span><br />
<br />
<div style="text-align: center;">
<span style="font-size: large;"><b>RICKLES ROASTS BOB HOPE (1974)</b></span></div>
<br />
<span style="font-size: large;"><iframe allowfullscreen="" frameborder="0" height="350" src="https://www.youtube.com/embed/c6u7SUuM624" width="580"></iframe></span><br />
<br />
<span style="font-size: large;">Don Rickles participa do "roast" de Bob Hope em outubro de 1974, com apresentação de Dean Martin e presença dos convidados James Stewart, Jack Benny, Omar Bradley, Phyllis Diller, Milton Berle, Neil Armstrong, Billy Graham e Ronald Reagan, entre outros. O <i>comeback</i> de Dean é antológico, assim como a reação de Rickles às vaias que recebe quando faz uma piada com Sugar Ray Robinson. Imperdível.</span><br />
<br />
<div style="text-align: center;">
<span style="font-size: large;"><b>WOODY ALLEN ROASTS DIANE KEATON (2017)</b></span></div>
<br />
<span style="font-size: large;"><iframe allowfullscreen="" frameborder="0" height="350" src="https://www.youtube.com/embed/As-HJ426g4I" width="580"></iframe></span><br />
<br />
<span style="font-size: large;">Diane Keaton foi homenageada na 45º prêmio do AFI e quem apareceu no fim da cerimônia para entregar-lhe o prêmio foi seu ex-marido Woody Allen. </span><span style="font-size: large;">Ele faz um discurso brilhante, como sempre, e diverte o público rememorando histórias de sua colaboração artística e romântica com Diane.</span><br />
<br />
<span style="font-size: large;">No fim de seu discurso há um easter egg que arrepiou os cabelos dos mais sensíveis. Vejamos se vocês encontram. <span style="color: #999999;">(20/04/2020)</span></span><br />
<br />
<div style="text-align: center;">
<span style="font-size: large;"><b>SIDNEY POITIER RECEBER OSCAR HONORÁRIO (2002)</b></span></div>
<br />
<span style="font-size: large;"><iframe allowfullscreen="" frameborder="0" height="350" src="https://www.youtube.com/embed/l8WtTnPmFm0" width="580"></iframe></span><br />
<br />
<span style="font-size: large;">O ator Sidney Poitier recebe um Oscar honoráro na cerimônia da Academia, em 2002, das mãos de Denzel Washington e do produtor Walter Mirisch.</span><br />
<br />
<div style="text-align: center;">
<span style="color: red; font-size: large;"><b>BILL MAHER E OS "WET MARKETS"</b></span></div>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi7-ft8eCdMdJzHce4NoS6yz52wZ0k9wzCdAnNiZJ4gUpa445FC5xfD5cnK0WkkUp8frpyp3NPjm7HuKTeGefIagPGOyypbc2VaYQEroyFc4qlDKwi9PlL21ncuQfNw5AorrFWQvth9SDSf/s1600/bill.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="414" data-original-width="548" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi7-ft8eCdMdJzHce4NoS6yz52wZ0k9wzCdAnNiZJ4gUpa445FC5xfD5cnK0WkkUp8frpyp3NPjm7HuKTeGefIagPGOyypbc2VaYQEroyFc4qlDKwi9PlL21ncuQfNw5AorrFWQvth9SDSf/s1600/bill.jpg" /></a></div>
<br />
<span style="font-size: large;">Sou admirador confesso e incondicional de Bill Maher há muitos anos e é com prazer que o vejo se superando a cada semana, em seu programa da HBO, na ingente tarefa de trazer uma palavra de humor, inteligência e sobriedade ao público televisivo norte-americano.</span><br />
<br />
<span style="font-size: large;">Transmitindo seu programa semanal diretamente de sua casa desde o início da pandemia, ele é obrigado a trabalhar sem o público, cujas reações são sempre tão importantes para artistas que, a exemplo dele, iniciaram suas carreiras como <i>stand-up comedians</i>. As gargalhadas podem até fazer falta, mas o conteúdo de seus monólogos continua absolutamente perfeito e imbatível.</span><br />
<br />
<span style="font-size: large;">Seus comentários sobre o Corona Vírus em todas as suas ramificações são irretocáveis. No dia 24 ele falou sobre a relação perversa, criminosa e doentia que temos com os animais. Ele já falara sobre os chamados "wet markets" chineses - uma mistura dantesca de mercado de peixe e açougue, onde animais são vendidos vivos ou mortos para serem consumidos. Já há consenso de que o Corona provavelmente surgiu pelo consumo do maravilhoso (e prestes a ser extinto) Pangolim, e essas sucursais do inferno, onde animais são torturados todos os dias com plena sanção da lei, estão longe de serem fechados.</span><br />
<br />
<span style="font-size: large;">A questão levantada por Maher é que as atrocidades cometidas nesses "wet markets" não estão nem um pouco distantes daquilo que se faz normalmente em granjas, fazendas de gado bovino, suíno ou qualquer outro e, em geral, na indústria pecuária, onde os animais são brutalizados e submetidos aos piores e mais desumanos maus tratos que possam ser imaginados.</span><br />
<br />
<span style="font-size: large;">Ele também fala de uma porcaria da Netflix chamada "Tiger King", sobre um imbecil qualquer que tem um tigre, ou coisa que o valha (graças a Deus nunca perdi meu tempo com esse lixo), e faz colocações certeiras sobre o quanto acabamos sendo coniventes com tudo isso. Mais do que tudo, mostra algo que já deveríamos ter percebido: a miséria a que submetemos os animais está finalmente voltando para nós.</span><br />
<br />
<span style="font-size: large;">Assistam.</span><br />
<span style="font-size: large;">Compartilhem. <span style="color: #cccccc;">(25/04/2020)</span></span><br />
<br />
<iframe allowfullscreen="" frameborder="0" height="350" src="https://www.youtube.com/embed/-OoT2OZWCOI" width="580"></iframe>
<br />
<div style="text-align: center;">
<span style="color: red; font-size: large;"><b><br /></b></span>
<span style="color: red; font-size: large;"><b>DANIEL AZULAY</b></span></div>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEie1c-lH2SDxQ7R_JKlV6sDJhzaDm6wNxJMvLd_NoPpWjVTg7kRsIxPIQugIiMjFsDI_h9E9GhhcY0JsQZxOZEX_CUt6jpzBFcYa9_26Ulv7YMR5xLnJcNtUzx7-VhKBToNXZhGbhc3YTr7/s1600/azulay.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="525" data-original-width="539" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEie1c-lH2SDxQ7R_JKlV6sDJhzaDm6wNxJMvLd_NoPpWjVTg7kRsIxPIQugIiMjFsDI_h9E9GhhcY0JsQZxOZEX_CUt6jpzBFcYa9_26Ulv7YMR5xLnJcNtUzx7-VhKBToNXZhGbhc3YTr7/s1600/azulay.jpg" /></a></div>
<br />
<span style="font-size: large;">Não sabia que você estava com leucemia, Daniel... porque teus videos e tuas aparições desde que te reencontrei na internet, faz uns três anos, foram repassadas da felicidade retumbante, colorida e coberta de algodão doce que eu já conhecia desde a minha infância. Infância que você tornou melhor, mais criativa, mais lúdica.</span><br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhUQbOijrBWEKzWmoKgEkUbkWtt5XqxVcdvd-5jEaZJhovH6ALeXjWv7aQtId-vR6se8gsc9Gjj1VMzEFThjjlIyCdw4hEAOUluUoSBj7V7e9OX2QjgqdS-TaoIEjKJgpL9j81SOK9z7WA7/s1600/Daniel+Azulay.JPG" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" data-original-height="1600" data-original-width="1029" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhUQbOijrBWEKzWmoKgEkUbkWtt5XqxVcdvd-5jEaZJhovH6ALeXjWv7aQtId-vR6se8gsc9Gjj1VMzEFThjjlIyCdw4hEAOUluUoSBj7V7e9OX2QjgqdS-TaoIEjKJgpL9j81SOK9z7WA7/s400/Daniel+Azulay.JPG" width="255" /></a></div>
<span style="font-size: large;">Você só me deu bons exemplos, lições valiosas de bom senso, de civilidade, de comportamento, além do incomparável enriquecimento artístico. Comecei a desenhar por causa do teu programa. Teu talento inspirou a todos nós. O teu bom humor, a tua paciência e a maneira divertida com que você se comunicava com as crianças instilaram calma e gentileza ao nosso temperamento. Melhoraram nossa relação com a escola, com nossos colegas e nossos afazeres.</span><br />
<br />
<span style="font-size: large;">Você foi nosso amigo. O teu sorriso era o sol brilhando sobre todos nós. Você foi a manhã ensolarada e radiosa das nossas vidas.</span><br />
<br />
<span style="font-size: large;">Não sabia que você lutava contra um câncer... mas pra falar a verdade, eu não sei de nada. Não sei por que os melhores tem que ir antes. Por que um anjo como você tem que sucumbir ao câncer e ao corona. Por que você não foi aclamado, respeitado e festejado como o artista admirável que mudou vidas para melhor, influenciou beneficamente milhões de crianças e transformou o mundo em um lugar menos amargo e mais construtivo.</span><br />
<br />
<span style="font-size: large;">Eu não sei de nada.</span><br />
<span style="font-size: large;">O que sei é que beijo as tuas mãos e te agradeço de joelhos pelo que você fez por mim.</span><br />
<br />
<span style="font-size: large;">Muito, muito obrigado. Eternamente.</span><br />
<br />
<span style="font-size: large;"></span>
<span style="font-size: large;">Deus te receberá de braços abertos. <span style="color: #cccccc;">(28/03/2020)</span></span><br />
<br />
<div style="text-align: center;">
<span style="color: red; font-size: large;"><b>MORAES MOREIRA</b></span></div>
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEirE4cBX4OAtyqbxPJK2XOIcoObp_F99CQ7aucAxXUP7mnBXXWEdEDCGbWNcuJ43I0n8G7XCfqTNM_3dzFmELYOfkHvuCghpuIo5Gsgw5-x1vdiGIO-wFFOiRr961hyphenhyphene11ZH5MisYwrixsy/s1600/moraes+09-12-2016c.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEirE4cBX4OAtyqbxPJK2XOIcoObp_F99CQ7aucAxXUP7mnBXXWEdEDCGbWNcuJ43I0n8G7XCfqTNM_3dzFmELYOfkHvuCghpuIo5Gsgw5-x1vdiGIO-wFFOiRr961hyphenhyphene11ZH5MisYwrixsy/s1600/moraes+09-12-2016c.jpg" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="font-size: 12.8px;"><i><span style="font-size: small;">O encontro com esse meu ídolo maravilhoso, a quem adoro e admiro há quase<br />quatro décadas (Casa das Rosas, 09/12/2016)</span></i></td></tr>
</tbody></table>
<br />
<span style="color: #666666; font-size: large;"><i>Assisti Moraes pela primeira e única vez em dezembro de 2016. Ele faria um show e uma tarde de autógrafos para seu livro Poeta Não Tem Idade, na Casa das Rosas. Terminado o show, fui um dos primeiros a levar meu livro para receber seu autógrafo. Ele estava um pouco aperreado com a confusão que se criou entre o fim do show e o lançamento do livro, mas não dei a menor atenção a isso. Me aproximei e disse aquilo que há muitos anos desejava dizer a ele: "Moraes, antes de qualquer coisa quero te agradecer de coração, porque a tua obra melhorou a minha vida". Pego de surpresa, percebi nitidamente como seu semblante se suavizou e ele me disse, cheio de bonomia: "Ôôô, meu querido... muito obrigado... que alegria saber disso". Beijei-lhe a mão e despejei-lhe mais mil elogios, ressaltando a importância de Lá vem o Brasil descendo a ladeira e Bazar Brasileiro em minha cultura musical. Acima de tudo, quis que ele soubesse como sua música me fez bem. E esse segundo de eternidade, com Moraes, não esquecerei nunca.</i></span><br />
<br />
<i style="color: #666666;"><span style="font-size: large;">Chegando em casa comecei a escrever um texto para o blog, que seria sobre os dois LPs e minha admiração por Moraes. Sem me espraiar em exegeses sobre sua obra ou seu papel de protagonista na MPB dos últimos cinqüênta anos. Preferi algo</span></i><i style="color: #666666;"><span style="font-size: large;"> simples e devotado, na linha do que costumo fazer, ou seja, uma análise fundamentalmente sentimental. </span></i><i style="color: #666666;"><span style="font-size: large;">Pensava até em aumentá-lo e incluir uma parte sobre Guilherme Arantes, outro de meus primeiros ídolos. Terminei o texto sobre Lá vem o Brasil descendo a ladeira e deixei-o parado, pretendendo retomá-lo em breve. Não o fiz, e no dia 13, para o absoluto espanto de todos nós, Moraes se foi. Ainda não consigo falar o que sinto sobre essa perda, mas publico desde já o que escrevi sobre o LP de 1979, prometendo para daqui a alguns dias o resto, que incluirei aqui mesmo.</span></i><br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhIQcrThoVYgP6AA78fmEh4uD9sr9iDxjg5zvYxmH-Ts5OnWp_1zLlZF57b1kC_t2Ln0R_VziMIqFmBMAOrdHgOOfJQo-M04KD4-giStum2cAzQ_8wE0f3FqFZNxP31MSgmXmNuWrhmskAB/s1600/moraes+09-12-2016.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="504" data-original-width="483" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhIQcrThoVYgP6AA78fmEh4uD9sr9iDxjg5zvYxmH-Ts5OnWp_1zLlZF57b1kC_t2Ln0R_VziMIqFmBMAOrdHgOOfJQo-M04KD4-giStum2cAzQ_8wE0f3FqFZNxP31MSgmXmNuWrhmskAB/s1600/moraes+09-12-2016.jpg" /></a></div>
<span style="font-size: large;">_________________________________</span><br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgeoGnNmTIBFHyqLT1t71JVdLjNjM9E1DQN-aYnrHD-Uo0ohpc3N499iM0jaRaJoV1zeRWEmoFzOLFU_TJELth48gb-BEXiXR7vG0RmP0BTmhVesmEwZHx6eURSx7QwhphuUNU8Qprvegza/s1600/Moraes.jpg" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="466" data-original-width="700" height="213" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgeoGnNmTIBFHyqLT1t71JVdLjNjM9E1DQN-aYnrHD-Uo0ohpc3N499iM0jaRaJoV1zeRWEmoFzOLFU_TJELth48gb-BEXiXR7vG0RmP0BTmhVesmEwZHx6eURSx7QwhphuUNU8Qprvegza/s320/Moraes.jpg" width="320" /></a></div>
<span style="font-size: large;">Amante da boa música e sobretudo da música brasileira, minha mãe era freqüentadora assídua das duas lojas HiFi que havia no Shopping Iguatemi. Tinha seus artistas favoritos, mas aquele fim de década de 70 andava riquíssimo em termos de talento. Chico, Caetano, Gil, Gal, Elis, Bethania, Alcione, Tim Maia, Jorge Ben, estavam todos particularmente inspirados. Roberto e Erasmo brilhavam como nunca, naquele pós-Jovem Guarda. E o mesmo ocorria com os egressos dos Novos Baianos, cada um por seu lado, Baby, Pepeu e especialmente Moraes Moreira.</span><br />
<br />
<span style="font-size: large;">Sua carreira fora dos Novos Baianos ia de vento em popa e em 1979 ele lançou <i>Lá vem o Brasil descendo a ladeira</i>. Minha mãe, fã de Moraes desde a época dos Baianos, comprou a fita na HiFi. Eu, com sete anos, já praticamente destruíra as fitas da <i>Ópera do Malandro</i>, de Chico, que ela comprara o ano anterior, e me encantei com Moraes desde o primeiro contato. Amei as onze músicas da fita. Sem exceção. Da primeira à última, todas escreveram páginas do livro de minha curta vida, até aquele momento, como sói ocorrer com as músicas que ouvimos em nossa infância (razão pela qual os pais deveriam se preocupar mais com aquilo que seus filhos escutam, nessa idade).</span><br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjRcg122UdQItXAJJsaBSB_nWzrQO7U2foV-rPROJm3pc3PDgNo1EuFzKS5ZmzwsG6Svoiw-BD3F_9FTZjBIUxFfOv6VqwCqYMmntlpa4Tbl39T7vcAb7k_J0kQlRVWig0OTmupLU-PIMam/s1600/moraes+moreira+la+vem+o+brasil+descendo+a+ldeira.jpg" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjRcg122UdQItXAJJsaBSB_nWzrQO7U2foV-rPROJm3pc3PDgNo1EuFzKS5ZmzwsG6Svoiw-BD3F_9FTZjBIUxFfOv6VqwCqYMmntlpa4Tbl39T7vcAb7k_J0kQlRVWig0OTmupLU-PIMam/s320/moraes+moreira+la+vem+o+brasil+descendo+a+ldeira.jpg" width="316" /></a></div>
<span style="font-size: large;">A canção-título, "Lá vem o Brasil descendo a ladeira" (Moraes/Pepeu), sambão de cadência mansa e gostosa, era impossível parar de cantar. Eu ouvia ali pela primeira vez coisas como "a todos mostrava naquele momento, a força que tem a mulher brasileira" e descobria o que significava "o equilíbrio da lata, não é brincadeira". Só muito mais tarde fui conhecer a explicação de Moraes para essa letra, criada a partir de uma visita de João Gilberto ao sítio dos Novos Baianos.</span><br />
<br />
<span style="font-size: large;">"Pelas Capitais" (Moraes/Jorge Mautner) é um frevo bem humorado e divertido, perfeito para uma criança aprendendo geografia e reconhecendo na letra cada uma das capitais brasileiras. "Eu sou o Carnaval" (Moraes/Antônio Rizério) me introduziu à baianidade fundamental de Moraes, embora naquela época eu não conseguisse entender quando ele dizia coisas como "eu sou o <i>pierrot</i> e a colombina de Ubarana-Amaralina que alucina a multidão", ou o maravilhoso refrão em dois movimentos, que diz "toda a cidade vai navegar no mar azul badauê, fazer tempero, se namorar na massa, no massapê" e em seguida, "baba de moça no carapuá, ganzá, bongô, agogô, pirá". Era ininteligível como poesia, mas contagiante, delicioso como música e ritmo.</span><br />
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh2cJqBUBEtJMlTikmdivjY3NVWmY81uplsPBAavfXZRU-T2Bqez4PnYOebaBdJbedTRKrIUlUrl4I7l2OqSGhb7ItJyNKqhyphenhyphenpEBOXmf0kFHBzfjXIMY-bTzXNLaRHDuwak2QvisipUa2k9/s1600/Moraes+Fausto.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="311" data-original-width="562" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh2cJqBUBEtJMlTikmdivjY3NVWmY81uplsPBAavfXZRU-T2Bqez4PnYOebaBdJbedTRKrIUlUrl4I7l2OqSGhb7ItJyNKqhyphenhyphenpEBOXmf0kFHBzfjXIMY-bTzXNLaRHDuwak2QvisipUa2k9/s1600/Moraes+Fausto.jpg" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i><span style="font-size: small;">Moraes e Fausto Nilo</span></i></td></tr>
</tbody></table>
<br />
<span style="font-size: large;">"Coração Nativo" (Moraes/Armandinho/Fausto Nilo) e "O Prometeu" (Moraes/Cícero Lima, que suspeito ser o poeta Antônio Cícero, primo da então esposa de Moraes) tinham letras para mim incompreensíveis, rasgos de poesia pessoais demais para serem decifrados por uma criança de sete anos. Era divertido cantar com Moraes versos como "oh! que mar sereno ou vendaval, oh! que céu moreno ou coqueiral, oh! que azul veneno eu vejo em ti, nativo coração de lata"; também me dava prazer entoar o reggae "já esperei meu prometeu, no céu da terra se perdeu, no fogo luz do nosso amor, o céu com a terra se encontrou". O que Moraes e os letristas pretendiam transmitir com tudo isso, só fui descobrir quase quinze anos depois. Mas, novamente, como música, como arranjo, movimento, cavaquinho e sanfona, o reggae da Bahia, aquilo era perfeito. Nada que não se pudesse esperar de um LP cujos arranjos foram feitos por Moraes em parceria com Pepeu Gomes e Armandinho. Três gênios, e nada menos do que isso.</span><br />
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhSvFbHBlN3xM5AsJOFHFhWs8iZIceCsU0nXpFT216OiQqASwT2PmCmmj48SUqDSdJc_K__njCeHzI4FB9Hsew2GmTuljrTel-wT6pBD0y8SV85OVllGoyNPujZPmzWtN5g-7L-a8buNtAe/s1600/Moraes+Armandinho.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="361" data-original-width="557" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhSvFbHBlN3xM5AsJOFHFhWs8iZIceCsU0nXpFT216OiQqASwT2PmCmmj48SUqDSdJc_K__njCeHzI4FB9Hsew2GmTuljrTel-wT6pBD0y8SV85OVllGoyNPujZPmzWtN5g-7L-a8buNtAe/s1600/Moraes+Armandinho.jpg" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i><span style="font-size: small;">Moraes e Armandinho</span></i></td></tr>
</tbody></table>
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEixxlzcaejYy4CNziB2kR2jQIjgp3jXeSNhh9VWkC1vXM2LMJGmM4HH-kSsTZgGuJkHzQ8fLM5XqGjYcBqfuctYCh1g0leZNWhaShykcSj3AuZWea9fFzZr_joCEsvvtupEYPcK-v2JANhY/s1600/Moraes+e+Armandinho.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="354" data-original-width="541" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEixxlzcaejYy4CNziB2kR2jQIjgp3jXeSNhh9VWkC1vXM2LMJGmM4HH-kSsTZgGuJkHzQ8fLM5XqGjYcBqfuctYCh1g0leZNWhaShykcSj3AuZWea9fFzZr_joCEsvvtupEYPcK-v2JANhY/s1600/Moraes+e+Armandinho.jpg" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i><span style="font-size: small;">Moraes e Pepeu</span></i></td></tr>
</tbody></table>
<br />
<span style="font-size: large;">"Som Moleque" (Moraes/Fausto Nilo) era das minhas preferidas. Adorei tudo, o ritmo, a melodia, a guitarra no estilo de trio elétrico, a mistura do metal com os violinos, a cuíca, o clima de praia no fim de tarde... "Eu acho é pouco, batuca quem não tá moco, maluco quebrando coco, liso, leso muito louco, com o peso no coração, eu não". Uma delícia de samba-rock. O lado 1 terminava com puro prazer. O lado 2 começa com uma verdadeira obra-prima: "Valentão" (Oswaldinho/Moraes), que conta a história de um sanfoneiro que não perdia vaza "pra justificar sua fama de ser valentão", o que acaba em um duelo onde mata e é morto por um viajante. No início da canção ele diz que "era fã de um sanfoneiro, sanfoneiro bom. Que não era o Mário Zan, mas era, com certeza, dentre todos o melhor daquela redondeza", o que me levou a perguntar a minha mãe quem era Mário Zan, de quem me tornei grande admirador. O duelo, mesmo, é o de sanfonas, no meio da canção. Inesquecível. E uma das poucas faixas em que a música aparentemente não é de Moraes. Neste caso, é do grande Oswaldinho do Acordeon, na época um garoto de vinte e quatro anos.</span><br />
<br />
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: left; margin-right: 1em; text-align: left;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhbngtXrHMZjllnxKK3OBPAu7IIlXdZSzsfEclOl_RnDC-aNCagFfkuP9GSr5Q-uLYk0M5pzVw-uTzyhHLFES2n4CfQ-dthXxht4GTUZAEr-nKoaDzS1N8hbSZSe-02v0Cl3G8gT-nEpnwq/s1600/Moraes+Abel.jpg" style="clear: left; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="468" data-original-width="640" height="234" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhbngtXrHMZjllnxKK3OBPAu7IIlXdZSzsfEclOl_RnDC-aNCagFfkuP9GSr5Q-uLYk0M5pzVw-uTzyhHLFES2n4CfQ-dthXxht4GTUZAEr-nKoaDzS1N8hbSZSe-02v0Cl3G8gT-nEpnwq/s320/Moraes+Abel.jpg" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i><span style="font-size: small;">Moraes e Abel Silva</span></i></td></tr>
</tbody></table>
<span style="font-size: large;">"Chão da Praça" (Moraes/Fausto Nilo) é outra obra-prima. É um frevo lento que eu identificava, em criança, como tendo quatro movimentos; o primeiro em que fala "meu amor, quem ficou nessa dança, meu amor, tem pé na dança. Nossa dor, meu amor, é que balança, nossa dor, o chão da praça". O segundo suavizava a melodia, explicando: "Vê que já detonou som na praça porque já todo pranto rolou, olhos negros cruéis, tentadores, das multidões sem cantor". O terceiro - primeira parte do refrão - se iniciava com o frevo lento: "Eu era menino, menino, um beduíno com ouvido de mercador. Lá no oriente tem gente com olhar de lança na dança do meu amor", culminando com o ápice: "Tem que dançar a dança, que a nossa dor balança o chão da praça". Um banho de música, que me traz recordações de tanta coisa daquela época. E uma das favoritas de Caetano Veloso.</span><br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjzXqS4n2NT9dCYd9GomEQB_DU1GsYp5un0Zw7vOaH18JmrdN5NXVd2wMoPdJBCSHdxpS-zMoT5l4exM3qYHl57T-0urP5R8rm9xGFtEPRCzG8L-cQuK0O1XpA6Il3YnnGKrGp0lRMONPOI/s1600/Moraes+%252810%2529.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="601" data-original-width="571" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjzXqS4n2NT9dCYd9GomEQB_DU1GsYp5un0Zw7vOaH18JmrdN5NXVd2wMoPdJBCSHdxpS-zMoT5l4exM3qYHl57T-0urP5R8rm9xGFtEPRCzG8L-cQuK0O1XpA6Il3YnnGKrGp0lRMONPOI/s1600/Moraes+%252810%2529.jpg" /></a></div>
<br />
<span style="font-size: large;">Na seqüência vinha a balada "Feito Muhammad Ali" (Moraes/Abel Silva), que me encantava pela solo de guitarra elétrica e pelo refrão fácil, mas que até hoje não compreendo muito bem, a não ser para dizer que parece falar de uma bailarina e há piadas que devem ser pessoais, como "e a língua bem ferina", que destoa do resto e me faz boiar até hoje. Mas amo a canção, sabia quem era Ali por lembrar vagamente de uma luta sua que assisti no ano anterior (com Leon Spinks) e acho engraçadíssimo porque sempre o ouvi dizer "meu amor querer bailar feito <i>Môrramadalí</i>". "Choro Pequenino" (Moraes) é a celebração da ecleticidade de Moraes; até essa faixa do lado 2 já passáramos pela sanfona e pela guitarra elétrica. Era hora do cavaquinho, que seu filho Davi começou a cultivar, certamente, naquela época. Eu adorava cantar junto essa música porque ela é um desafio de dicção e de respiração: "Pegue bem depressa (pausa)... o cavaquinho e olhe cara com carinho nota por nota, anotar"... um samba-choro perfeito.</span><br />
<br />
<span style="font-size: large;">E a fita se encerra com "Assim pintou Moçambique" (Moraes/Antônio Rizério), mais um jato de baianidade de Moraes, com alguns versos que eram grego para mim, como "de Arembepe a Itapagipe, da Ribeira a Jacuípe, tudo é lindeza", outros que já ressoavam no meu incipiente discernimento poético, como "estrela de quinta grandeza, filha de mãe sudanesa, tudo é beleza", misturados a frases tão musicais, tão rítmicas, que parecem ser o som de um instrumento de percussão: "Fazendo um som no atabaque, trazendo axé pro batuque, cantando um samba de black. Assim pintou Moçambique, nesse tique, nesse taque, nesse toque, nesse pique". Magistral.</span><br />
<div>
<span style="font-size: large;"><span style="background-color: white; color: #333333; font-family: "georgia" , serif; font-size: medium;">_________________________________</span><br style="background-color: white; color: #333333; font-family: Georgia, serif; font-size: 13px;" /><span style="background-color: white; color: #333333; font-family: "georgia" , serif; font-size: medium;"><br /></span><span style="background-color: white; color: #333333; font-family: "georgia" , serif; font-size: 13px;"></span><span style="background-color: white; color: #333333; font-family: "georgia" , serif; font-size: medium;"><span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: small;"><span style="font-size: 13px;">Veja mais:</span><br style="font-size: 13px;" /><span style="font-size: 13px;"></span><span style="font-size: 13px;"></span></span></span></span><br />
<ul style="background-color: white; color: #cc6600; font-family: georgia, serif; line-height: 1.4; margin: 0.5em 0px; padding: 0px 2.5em;">
<li style="font-family: "trebuchet ms", trebuchet, verdana, sans-serif; font-size: 18.2px; margin: 0px 0px 0.25em; padding: 0px;"><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm;">
<span style="color: #e36c0a; font-family: "georgia" , serif; font-size: 14pt;"><a href="http://bernardoschmidt.blogspot.com.br/2014/04/minestrone-cultural_18.html" style="color: #cc6600; display: block; text-decoration-line: none;" target="_blank">Minestrone Cultural</a></span></div>
</li>
<li style="font-family: "trebuchet ms", trebuchet, verdana, sans-serif; font-size: 18.2px; margin: 0px 0px 0.25em; padding: 0px;"><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm;">
<a href="http://bernardoschmidt.blogspot.com.br/2015/01/minestrone-cultural-ii.html" style="color: #cc6600; display: block; font-family: georgia, serif; font-size: 14pt; text-decoration-line: none;" target="_blank">Minestrone Cultural II</a></div>
</li>
<li style="font-family: "trebuchet ms", trebuchet, verdana, sans-serif; font-size: 18.2px; margin: 0px 0px 0.25em; padding: 0px;"><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm;">
<span style="color: #e36c0a; font-family: "georgia" , serif; font-size: 14pt;"><a href="http://bernardoschmidt.blogspot.com.br/2015/07/minestrone-cultural-iii.html" style="color: #cc6600; display: block; font-size: 14pt; text-decoration-line: none;" target="_blank">Minestrone Cultural III</a></span></div>
</li>
<li style="font-family: "trebuchet ms", trebuchet, verdana, sans-serif; font-size: 18.2px; margin: 0px 0px 0.25em; padding: 0px;"><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm;">
<span style="color: #e36c0a; font-family: "georgia" , serif; font-size: 14pt;"><a href="http://bernardoschmidt.blogspot.com.br/2016/02/minestrone-cultural-iv.html" style="color: #cc6600; display: block; font-size: 14pt; text-decoration-line: none;" target="_blank">Minestrone Cultural IV</a></span></div>
</li>
<li style="font-family: "trebuchet ms", trebuchet, verdana, sans-serif; font-size: 18.2px; margin: 0px 0px 0.25em; padding: 0px;"><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm;">
<span style="color: #e36c0a; font-family: "georgia" , serif; font-size: 14pt;"><a href="http://bernardoschmidt.blogspot.com.br/2016/05/minestrone-cultural-v.html" style="color: #cc6600; display: block; font-size: 14pt; text-decoration-line: none;" target="_blank">Minestrone Cultural V</a></span></div>
</li>
<li style="font-family: "trebuchet ms", trebuchet, verdana, sans-serif; font-size: 18.2px; margin: 0px 0px 0.25em; padding: 0px;"><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm;">
<span style="color: #e36c0a; font-family: "georgia" , serif; font-size: 14pt;"><a href="http://bernardoschmidt.blogspot.com/2016/08/minestrone-cultural-vi.html" style="color: #cc6600; display: block; text-decoration-line: none;" target="_blank">Minestrone Cultural VI</a></span></div>
</li>
<li style="font-family: "trebuchet ms", trebuchet, verdana, sans-serif; font-size: 18.2px; margin: 0px 0px 0.25em; padding: 0px;"><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm;">
<a href="http://bernardoschmidt.blogspot.com.br/2016/09/minestrone-cultural-vii.html" style="color: #cc6600; display: block; font-family: georgia, serif; font-size: 14pt; text-decoration-line: none;" target="_blank"><span style="color: #e36c0a;">Minestrone Cultural VII</span></a></div>
</li>
<li style="font-family: "trebuchet ms", trebuchet, verdana, sans-serif; font-size: 18.2px; margin: 0px 0px 0.25em; padding: 0px;"><a href="http://bernardoschmidt.blogspot.com.br/2016/12/minestrone-cultural-viii.html" style="color: #cc6600; display: block; font-family: georgia, serif; font-size: 14pt; text-decoration-line: none;" target="_blank"><span style="color: #e36c0a;">Minestrone Cultural VIII</span></a></li>
<li style="font-family: "trebuchet ms", trebuchet, verdana, sans-serif; font-size: 18.2px; margin: 0px 0px 0.25em; padding: 0px;"><a href="https://bernardoschmidt.blogspot.com.br/2017/05/minestrone-cultural-ix.html" style="color: #cc6600; display: block; font-family: georgia, serif; font-size: 14pt; text-decoration-line: none;" target="_blank"><span style="color: #e36c0a;"><h3 class="post-title entry-title" style="color: #cc6600; font-size: 18.2px; font-weight: normal; line-height: 1.4em; margin: 0.25em 0px 0px; padding: 0px 0px 4px;">
Minestrone Cultural IX</h3>
</span></a></li>
<li style="font-family: "trebuchet ms", trebuchet, verdana, sans-serif; font-size: 18.2px; margin: 0px 0px 0.25em; padding: 0px;"><h3 class="post-title entry-title" style="font-family: georgia, serif; font-size: 18.2px; font-weight: normal; line-height: 1.4em; margin: 0.25em 0px 0px; padding: 0px 0px 4px;">
<span style="color: #e36c0a; font-size: 14pt;"><a href="https://bernardoschmidt.blogspot.com.br/2017/10/minestrone-cultural-x.html" style="color: #cc6600; display: inline; font-size: 14pt; text-decoration-line: none;" target="_blank">Minestrone Cultural X</a></span></h3>
</li>
<li style="font-family: "trebuchet ms", trebuchet, verdana, sans-serif; font-size: 18.2px; margin: 0px 0px 0.25em; padding: 0px;"><h3 class="post-title entry-title" style="font-family: georgia, serif; font-size: 18.2px; font-weight: normal; line-height: 1.4em; margin: 0.25em 0px 0px; padding: 0px 0px 4px;">
<span style="color: #e36c0a; font-size: 14pt;"><a href="https://bernardoschmidt.blogspot.com.br/2018/02/minestrone-cultural-xi.html" style="color: #cc6600; display: inline; font-size: 14pt; text-decoration-line: none;" target="_blank">Minestrone Cultural XI</a></span></h3>
</li>
<li style="font-family: "trebuchet ms", trebuchet, verdana, sans-serif; font-size: 18.2px; margin: 0px 0px 0.25em; padding: 0px;"><h3 class="post-title entry-title" style="font-family: georgia, serif; font-size: 18.2px; font-weight: normal; line-height: 1.4em; margin: 0.25em 0px 0px; padding: 0px 0px 4px;">
<span style="color: #e36c0a; font-size: 14pt;"><a href="http://bernardoschmidt.blogspot.com/2018/05/minestrone-cultural-xii.html" style="color: #cc6600; display: inline; font-size: 14pt; text-decoration-line: none;" target="_blank">Minestrone Cultural XII</a></span></h3>
</li>
<li style="font-family: "trebuchet ms", trebuchet, verdana, sans-serif; font-size: 18.2px; margin: 0px 0px 0.25em; padding: 0px;"><h3 class="post-title entry-title" style="font-family: georgia, serif; font-size: 18.2px; font-weight: normal; line-height: 1.4em; margin: 0.25em 0px 0px; padding: 0px 0px 4px;">
<span style="color: #e36c0a; font-size: 14pt;"><a href="https://bernardoschmidt.blogspot.com/2018/07/minestrone-cultural-xiii.html" style="color: #333333; display: block; text-decoration-line: none;" target="_blank">Minestrone Cultural XIII</a></span></h3>
</li>
</ul>
<div>
<ul style="background-color: white; color: #cc6600; font-family: georgia, serif; font-size: 13px; line-height: 1.4; margin: 0.5em 0px; padding: 0px 2.5em;">
<li style="font-family: "trebuchet ms", trebuchet, verdana, sans-serif; font-size: 18.2px; margin: 0px 0px 0.25em; padding: 0px;"><h3 class="post-title entry-title" style="font-family: georgia, serif; font-size: 18.2px; font-weight: normal; line-height: 1.4em; margin: 0.25em 0px 0px; padding: 0px 0px 4px;">
<a href="https://bernardoschmidt.blogspot.com/2018/11/minestrone-cultural-xiv.html" style="color: #333333; display: inline; font-size: 18.2px;" target="_blank">Minestrone Cultural XIV</a></h3>
</li>
<li style="font-family: "trebuchet ms", trebuchet, verdana, sans-serif; font-size: 18.2px; margin: 0px 0px 0.25em; padding: 0px;"><a href="https://bernardoschmidt.blogspot.com/2018/11/minestrone-cultural-xiv.html" style="color: #333333; display: block; font-family: georgia, serif; font-size: 18.2px;"></a><a href="https://bernardoschmidt.blogspot.com/2019/01/minestrone-cultural-xv.html" style="color: #333333; display: block; font-size: 18.2px;" target="_blank"></a><h3 class="post-title entry-title" style="font-family: georgia, serif; font-size: 18.2px; font-weight: normal; line-height: 1.4em; margin: 0.25em 0px 0px; padding: 0px 0px 4px;">
<a href="https://bernardoschmidt.blogspot.com/2019/01/minestrone-cultural-xv.html" style="color: #333333; display: block; font-size: 18.2px;" target="_blank"><span style="color: #e36c0a; font-size: 14pt;"></span></a><a href="https://bernardoschmidt.blogspot.com/2019/01/minestrone-cultural-xv.html" style="color: #cc6600; display: inline; font-size: 14pt;" target="_blank">Minestrone Cultural X</a>V</h3>
</li>
<li style="font-family: "trebuchet ms", trebuchet, verdana, sans-serif; font-size: 18.2px; margin: 0px 0px 0.25em; padding: 0px;"><a href="http://bernardoschmidt.blogspot.com/2019/07/minestrone-cultural-xvi.html" style="color: #333333; display: block; font-size: 18.2px;" target="_blank"></a><h3 class="post-title entry-title" style="font-family: georgia, serif; font-size: 18.2px; font-weight: normal; line-height: 1.4em; margin: 0.25em 0px 0px; padding: 0px 0px 4px;">
<a href="http://bernardoschmidt.blogspot.com/2019/07/minestrone-cultural-xvi.html" style="color: #333333; display: block; font-size: 18.2px;" target="_blank"><span style="color: #e36c0a; font-size: 14pt;"></span></a><a href="https://bernardoschmidt.blogspot.com/2019/07/minestrone-cultural-xvi.html" style="color: #cc6600; display: inline; font-size: 14pt;" target="_blank">Minestrone Cultural X</a>VI</h3>
</li>
</ul>
</div>
</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div><br /></div></div>Bernardo Schmidthttp://www.blogger.com/profile/12196150324865840023noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4381988697960596291.post-10375245830781225702020-02-16T10:36:00.000-08:002020-02-25T13:40:13.778-08:00"Cats", o filme: uma autópsia<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgp-karbfH7_d0HPnfL2uT0vljdA64KtG8O2x_6rhDC9DDHRiJMTunYO6QxBfpuw0WmylPI5aYt6xH1tWMdNKBm7YcNq6UMn-gQjk2cFZNpDEN49KScAqfquLilq3POnKX3FFNzPHnt_WJs/s1600/Cats.png" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="655" data-original-width="481" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgp-karbfH7_d0HPnfL2uT0vljdA64KtG8O2x_6rhDC9DDHRiJMTunYO6QxBfpuw0WmylPI5aYt6xH1tWMdNKBm7YcNq6UMn-gQjk2cFZNpDEN49KScAqfquLilq3POnKX3FFNzPHnt_WJs/s1600/Cats.png" /></a></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<br />
<span style="font-size: large;">Os comediantes Rebel Wilson e James Corden apareceram no Oscar deste ano vestidos como seus respectivos personagens em <i>Cats</i> (Jennyanydots e Bustopher Jones) e enfatizaram a importância de bons efeitos especiais em um filme, ao som do gargalheiro generalizado da platéia. Foi uma divertida auto-crítica com o que se supõe ser o principal problema de <i>Cats</i>: a idiotice dos efeitos especiais em CGI terem transformado os gatos em humanóides. Uma coisa horrorosa, ridícula, em que o que vemos, basicamente, é um monte de atores com rabo e orelhas de gato, mas estranhamente mantendo seus próprios rostos. Só que esse não é nem de longe o maior problema deste <i>Cats</i>. Há vários outros, e muito piores. Vamos a eles:</span><br />
<br />
<div style="text-align: right;">
</div>
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: right; margin-left: 1em; text-align: right;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiQN73Eow23ihfZV41mUiKWYqTGs-MVp2AtQh4APk8O5RKWvZUyLC2hWCELTWVMj8MrvvRnlWbuksw4YSwc09gwzOkVXhe_ntPv94g04TRB-nKYa6S1ltkAcfIG3lhWT5-fJGCTLiZtJHDb/s1600/eliot.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="800" data-original-width="569" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiQN73Eow23ihfZV41mUiKWYqTGs-MVp2AtQh4APk8O5RKWvZUyLC2hWCELTWVMj8MrvvRnlWbuksw4YSwc09gwzOkVXhe_ntPv94g04TRB-nKYa6S1ltkAcfIG3lhWT5-fJGCTLiZtJHDb/s320/eliot.jpg" width="227" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i style="font-size: 12.8px;"><span style="font-size: small;">T. S. Eliot</span></i></td></tr>
</tbody></table>
<span style="font-size: large;">1 - A música original de <i>Cats</i> é sublime. Obra-prima. Obra de gênio. Andrew Lloyd Webber eternizou o livro de T. S. Eliot no qual se inspirou. Mas o <i>Old Possum's Books of Practical Cats</i>, de 1939, não passa de um livro de 45 páginas com catorze poesias curtas sobre gatos. É um livro para crianças. Webber adicionou poesias inéditas de Eliot que recebeu de Valerie, a viúva do escritor, de onde vieram os temas de Grizabella e o </span><span style="font-size: large;"><i>Heaviside Layer</i></span><span style="font-size: large;">, pescou outras e construiu um monumento poético-musical. Sua adaptação transformou a simpática casinha de Eliot em uma frondosa catedral. Tudo é melhorado. Não perderei tempo incensando um gigante como Webber, ou descrevendo o impacto que uma jóia como <i>Cats</i> teve sobre mim (foi o primeiro musical que assisti em Nova York, aos treze anos). Direi apenas que quando assistimos o espetáculo ao vivo, ou escutamos a trilha sonora, ficamos arrepiados. <i>Cats</i> é uma correnteza que leva quem estiver por perto, sem o menor esforço. Envolve e encanta da primeira à última música. O prólogo, "Jellicle Songs for Jellicle Cats", já deixa o público, recém-chegado, completamente atônito, maravilhado com esse choque inusitado de talento e energia.</span><br />
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiqhV5QsG13YtjlfjcOUe2cYChtoPcpDqWl4o9YIJNyi6-VXr_xVkrrz5pcx3DRwY58pCJn4Uo6o5U9Nyh6Oze3dyV_4in1sgr8U4sxwAtBtlny29rxu78e9YFlh2zdkvdz0oKOatT6Y_cp/s1600/valerie.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="422" data-original-width="536" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiqhV5QsG13YtjlfjcOUe2cYChtoPcpDqWl4o9YIJNyi6-VXr_xVkrrz5pcx3DRwY58pCJn4Uo6o5U9Nyh6Oze3dyV_4in1sgr8U4sxwAtBtlny29rxu78e9YFlh2zdkvdz0oKOatT6Y_cp/s1600/valerie.jpg" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i><span style="font-size: small;">Valerie (viúva de Eliot), Webber e - é claro - um gato</span></i></td></tr>
</tbody></table>
<br />
<span style="font-size: large;">A seqüência, com "The Naming of Cats" e "The Invitation to the Jellicle Ball" são para o público respirar e realizar mental e emocionalmente o que está prestes a acontecer. E os gatos começam a se apresentar e a serem apresentados ao público. Uma seqüência perfeita e inigualável de seis números musicais: "The Old Gumbie Cat", "The Rum Tum Tugger", "Grizabella, The Glamour Cat", "Bustopher Jones", "Mungojerrie and Rumpelteazer" e "Old Deuteronomy". Há então "The Awefull Battle of the Pekes and Pollicles / The Marching Song of the Pollicle Dogs", o único número que eu realmente não considerei à altura do espetáculo, quebrando, a meu ver, a continuidade brilhante das apresentações. Mas em seguida as coisas voltam aos trilhos com "The Jellicle Ball", um belo número de música e dança. O ato se encerra com um primeiro gosto de "Memory".</span><br />
<br />
<span style="font-size: large;">O segundo ato começa dramático, com "The Moments of Happiness" e "Gus: The Theatre Cat". Vem o complexo número de Growltiger e a levíssima "Skimbleshanks: The Railway Cat". A reta final tem três obras-primas, uma atrás da outra: "Macavity: The Mystery Cat", "Mr. Mistoffelees" e "Memory". O fim traz a redenção de Grizabella na magnífica "The Journey to the Heaviside Layer", que transforma o teatro em um rio de lágrimas dos espectadores, e a conclusão de Old Deuteronomy com "The Ad-Dressing of Cats".</span><br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEixmVHhFwDPPHHunCGdvH31zA5fEUw2l6vWnnIYR0gerbyII0_u1vS0sQ6VFTM2lB-KeLlKJK5s96npGf26Uf0rhEfvyVCiGNI4kTlMPkqu58SKsvVMuDEwj5cBlRNqADbD6g1oEZpQ_7a5/s1600/download+%25281%2529.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1024" data-original-width="663" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEixmVHhFwDPPHHunCGdvH31zA5fEUw2l6vWnnIYR0gerbyII0_u1vS0sQ6VFTM2lB-KeLlKJK5s96npGf26Uf0rhEfvyVCiGNI4kTlMPkqu58SKsvVMuDEwj5cBlRNqADbD6g1oEZpQ_7a5/s400/download+%25281%2529.jpg" width="258" /></a></div>
<span style="font-size: large;">É isso. <i>Cats</i> não tem um enredo, propriamente, porque Eliot não pensou em suas poesias como um libreto. É uma introdução permanente dos gatos, que Lloyd Webber e Trevor Nunn (diretor da primeira montagem, em Londres) permearam com o sequestro do líder de todos eles - Deuteronomy - por Macavity, seu resgate pelos poderes mágicos de Mistoffelees, e a escolha de Grizabella para renascer através da viagem ao </span><span style="font-size: large;"><i>Heaviside Layer</i></span><span style="font-size: large;">. O que tornou <i>Cats</i> o musical de maior sucesso de todos os tempos foi justamente isso: músicas geniais, artistas fantásticos, de talento superior, e números excepcionais de canto e dança como recheio e cobertura de uma idéia fundamentalmente simples. E se essa foi a receita para o sucesso mundial de <i>Cats</i> no teatro, foi também a razão pela qual o musical nunca foi tentado no cinema; é um espetáculo em que teremos qualquer coisa em torno de trinta pessoas vestidas e maquiadas para parecerem gatos, cantando e dançando sobre o que é ser um <i>Jellicle Cat</i>. A mídia para isso não pode ser outra senão o teatro. Em 1998 David Mallet dirigiu uma versão feita diretamente para TV, mas não passou de uma filmagem do espetáculo sem o público. Não é ruim, mas não provocou nem 1% da catarse de estar no teatro.</span><br />
<br />
<span style="font-size: large;"><i>Cats</i> pertence ao teatro. Podemos amar as músicas e vibrar com elas no CD mas o espetáculo deve ser visto ao vivo.</span><br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjMK39UNNoqMkmXRDMGdl7AkQDKmk8oETfVYYSfXwVzQ1xr63h62GRkUUycB72NHnXTFGearNlJp-UXYEXlaf44XdiqhAVwVqo00RctypxuYFw4dRkMReBRLrFCMEcHegVC_KmdgkHMgCWI/s1600/cats.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" data-original-height="1600" data-original-width="1011" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjMK39UNNoqMkmXRDMGdl7AkQDKmk8oETfVYYSfXwVzQ1xr63h62GRkUUycB72NHnXTFGearNlJp-UXYEXlaf44XdiqhAVwVqo00RctypxuYFw4dRkMReBRLrFCMEcHegVC_KmdgkHMgCWI/s400/cats.jpg" width="252" /></a></div>
<span style="font-size: large;">2 - O que vimos no cinema foi a negação absoluta de tudo isso. Está TUDO errado. Tom Hooper não deu uma dentro. Se em <i>Les Miserables</i> (que não consegui assistir inteiro, vencido por uma lufada de tédio na primeira entrada de Russel Crowe blaterando uma de suas canções) ele agradou parte do público, aqui o desastre foi total e completo. No teatro nos deixamos levar por <i>Cats</i> desde a abertura; é uma viagem deliciosa da qual saímos renovados, energizados e felizes. No filme a sensação é de mergulhar em uma piscina vazia. Aquela festa num salão enorme em que só apareceram três ou quatro pessoas. Ouvem-se os grilos. Os arranjos musicais são ruins. A orquestração é anêmica e as vozes em coro, que deveriam ser fortes e empolgantes, são insípidas, magras e sem nenhuma graça. Conseqüentemente, "Jellicle Songs for Jellicle Cats" passa em brancas nuvens e, por assim dizer, o filme não dá liga.</span><br />
<br />
<span style="font-size: large;">É compreensível que montagens cinematográficas de musicais mudem, aqui e ali, os arranjos de determinadas músicas. Sobretudo quando estão datadas ou quando o próprio autor sente que elas não funcionaram como deveriam. O próprio Lloyd Webber descartou a versão original londrina de "Mungojerrie and Rumpelteazer" e compôs uma nova, muito melhor, quando o espetáculo estreou na Broadway, um ano depois da estréia no West End. Mas nada justifica o que foi feito neste filme. Sentimos a substituição de arranjos vigorosos e substanciosos por um pastiche simplificado, sintético, light, como se a montagem fosse amadora.</span><br />
<br />
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: left; margin-right: 1em; text-align: left;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEitBIDeYprjduELSJGQjZA9bs872dUfJr7FXGdxgiDP1UMlDmZn0FuZBQFi1x5zqTglmhd6M4K_TcmxWHyLBgXyJwrQCdJ-Zza-22beI4P2uf9VA5_fNAKCJJxvOOtJH4ERevOg7J7EIGrk/s1600/hooper.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="433" data-original-width="311" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEitBIDeYprjduELSJGQjZA9bs872dUfJr7FXGdxgiDP1UMlDmZn0FuZBQFi1x5zqTglmhd6M4K_TcmxWHyLBgXyJwrQCdJ-Zza-22beI4P2uf9VA5_fNAKCJJxvOOtJH4ERevOg7J7EIGrk/s320/hooper.jpg" width="229" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i><span style="font-size: small;">Tim Hooper</span></i></td></tr>
</tbody></table>
<span style="font-size: large;">3 - Na parte vocal essa discrepância é ainda pior. Entramos naquele que talvez seja, de fato, o maior problema deste filme: o elenco inexplicável e imperdoavelmente péssimo. Tom Hooper mostrou, com a escalação do já citado Russel Crowe, que não vê, exatamente, a necessidade de utilizar atores/cantores em papéis onde o talento para o canto é indispensável. Segue, por sinal, triste tendência hollywoodiana. Aqui, porém, o fracasso foi tão retumbante que até o público mais maleável e tolerante torceu o focinho. Todos os personagens foram mal-escolhidos. TODOS. Munkustrap é uma espécie de M. C. dos gatos, e é geralmente quem inicia muitas das apresentações, além de explicar a </span><span style="font-size: large;"><i>Jellicle Ball</i></span><span style="font-size: large;"> e a escolha que Deuteronomy fará para o </span><span style="font-size: large;"><i>Heaviside Layer</i></span><span style="font-size: large;">. Precisa não apenas cantar muito bem, mas ser divertido e confiável. A dúvida berra: de onde saiu esse sensaborão ridículo, lamentável e sem nenhum talento chamado Robbie Fairchild? E o que passou pela cabeça de Tom Hooper para chamar alguém tão medíocre para um papel tão importante? Sua voz é fraca e desafinada. Sua cara é de prisão de ventre, ele não tem um pingo de dramaticidade, de humor ou de simpatia. Ele não canta, não dança e não interpreta. Não tem talento. A escolha desse zero ao infinito é erro tão grave que retira, de cara, uma das pernas do filme.</span><br />
<br />
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: right; margin-left: 1em; text-align: right;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjAItjikv-4wh6fKiLW9pt8adjwNnafXpRQ8RBgyIly4Gos_kd2GuiM8H9fy6kTIFTuTZGCprHXOjB4IRMMRX__4eBGp9LxVZOi7QrqTQY17W2dkss_lwEpWIcjHQk-vdkO8NFT7-uPEnpc/s1600/Cats-Rebel-Wilson.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="389" data-original-width="320" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjAItjikv-4wh6fKiLW9pt8adjwNnafXpRQ8RBgyIly4Gos_kd2GuiM8H9fy6kTIFTuTZGCprHXOjB4IRMMRX__4eBGp9LxVZOi7QrqTQY17W2dkss_lwEpWIcjHQk-vdkO8NFT7-uPEnpc/s1600/Cats-Rebel-Wilson.jpg" width="263" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: small;"><i>Rebel Wilson como Jennyanydots</i></span></td></tr>
</tbody></table>
<span style="font-size: large;">Rebel Wilson me deu calafrios. No musical, a canção de Jennyanydots tem uma introdução de Munkustrap e é cantada por três gatas, num estilo divertidíssimo de uma Jazz Band dos anos 20, o que dá ensejo inclusive para a personagem se aventurar pelo sapateado, no fim. Ela é uma gata gorda, que passa o dia sentada e quando se move é para ensinar tricô e crochê aos ratos, e de quebra ainda tenta ajudar as baratas a evitar seu <i>idle and wanton destroyment</i>. No filme, temos a introdução fria e desagradável de Robbie Fairchild, cantando com sua usual expressão de morto-vivo aquilo que deveria ser irônico e bem-humorado, e Rebel entra cantando sozinha, em primeira pessoa, o que era cantado pelas três gatas. Estaca zero: Hooper foi tão incompetente que considerou suficiente o fato de Rebel ser engraçadinha em um ou outro sitcom televisivo. Não pensou nem por um momento que Rebel não canta e não dança. Não deveria estar em musicais. A música se perde. E o número todo é constrangedor, os ratos tem feições humanas, ela come as baratas que Jennyanydots originalmente salva, não há nenhuma dança e tudo tem um tom amadorístico. A sensação é exatamente aquela de ouvir alguém cantando mal em um karaokê. É um dos múltiplos <i>cringeworthy moments</i> do filme.</span><br />
<br />
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: left; margin-right: 1em; text-align: left;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhVoiX2OKZcJL3PRoAXdTieGaB9iC3r_yvECL0gUnmt0g0TKkqHlGPDThV2exCxyfGfV7JzQaLX0c8C6T-dLoOQlWwvUd9MNaTIQ-9ZIKcFR3kglAUcNRiEUEUJ7EJbfK9rZL1kSKYSaYHS/s1600/terence.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="224" data-original-width="191" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhVoiX2OKZcJL3PRoAXdTieGaB9iC3r_yvECL0gUnmt0g0TKkqHlGPDThV2exCxyfGfV7JzQaLX0c8C6T-dLoOQlWwvUd9MNaTIQ-9ZIKcFR3kglAUcNRiEUEUJ7EJbfK9rZL1kSKYSaYHS/s320/terence.jpg" width="272" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i><span style="font-size: small;">Terrence Mann: único</span></i></td></tr>
</tbody></table>
<span style="font-size: large;">Rum T</span><span style="font-size: large;">um Tugger é bonito e vaidoso. Enlouquece as gatas com sua beleza e sua dança. Um dos personagens mais deliciosos de <i>Cats</i> e um dos melhores números musicais. Tom Hooper assassinou-o sem dó nem piedade, chamando, para interpretá-lo (mal) e cantar sua música (pior ainda), um zé-ninguém chamado Jason Derulo. Um desastre. Terrence Mann - como praticamente todos os atores e atrizes do <i>cast</i> original da Broadway - transbordava <i>soul</i>, carisma, talento e jogou nas alturas o nível da interpretação. John Partridge nem sequer se lhe compara, no filme de 1998, embora f</span><span style="font-size: large;">aça bom trabalho. Derulo, em sua insignificância, é aquele calouro gongado assim que tenta cantar. Se o número de Rebel é lembrado por ultrapassar as raias do grotesco, este aqui, nem isso. O número não existe.</span><br />
<br />
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: right; margin-left: 1em; text-align: right;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgWqpGQ7CHZI0xVrro0bnKxwzeTL1VUeIUletaLW4tFU4qlWNsfLno2inWFzwEi3teLB1cvRpsVN5MjDPSGPfrd9_SAYJj8r3NBlk1EKZipO07Z-P8-4LuUDcPrya-623FbUGF9Y0dNJris/s1600/Mistoffelees.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="720" data-original-width="552" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgWqpGQ7CHZI0xVrro0bnKxwzeTL1VUeIUletaLW4tFU4qlWNsfLno2inWFzwEi3teLB1cvRpsVN5MjDPSGPfrd9_SAYJj8r3NBlk1EKZipO07Z-P8-4LuUDcPrya-623FbUGF9Y0dNJris/s320/Mistoffelees.jpg" width="245" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: small;"><i>O brilhante Timothy Scott (1955/1988),<br />primeiro Mistoffelees da Broadway</i></span></td></tr>
</tbody></table>
<span style="font-size: large;">Nessa mesma linha de absoluta falta de talento é jogado no lixo o querido Mr. Mistoffelees, entregue a outro ilustre nada, chamado Laurie Davidson. É deprimente. Mistoffelees é o melhor dançarino de todos, é o mágico que salva Deuteronomy de Macavity, sua música é uma ode à felicidade, ele é talvez o único gato admirado pelo voluntarioso e metido Rum Tum Tugger, e no filme ele é um nada. A idéia de fazê-lo covarde e sem reais poderes mágicos é, em si, cretina e anacrônica, fugindo diametralmente daquilo que foi escrito por Eliot. Mas poderia ser testada, se o time de roteiristas tivesse se dado ao trabalho de desenvolvê-la corretamente, o que não foi o caso. Como já se esperava, e parece ter sido o grande requisito para estar neste filme, Davidson não canta, não dança e não sabe atuar. Sem falar que até sua maquiagem e seu CGI parecem ser de segunda. Ele lembra um sujeito atrasado para uma festa à fantasia, que se maquiou às pressas com uma caneta BIC e seu figurino foi todo improvisado. Ele é um erro ambulante.</span><br />
<br />
<div style="text-align: left;">
</div>
<span style="font-size: large;">É oportuno que Rebel Wilson tenha aparecido junto a James Corden no Oscar, porque há uma triste semelhança na intensa inadequação de ambos no filme. A exemplo de Rebel, James tem seu público graças à meia dúzia de sitcoms na Inglaterra. Estava, portanto, devidamente credenciado para destruir o obeso Bustopher Jones; a música do personagem é cantada por ele e um grupo de gatas que adora ser cumprimentado por </span><span style="font-size: large;">Bustopher</span><span style="font-size: large;"> em seus passeios a restaurantes de luxo ou teatros de elite. Mais uma vez, eliminaram-se as gatas e entregou-se uma música linda e difícil, escrita para ser cantada por um verdadeiro barítono, a um sujeito incapaz de cantar uma única nota sem desafinar.</span><br />
<br />
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: left; margin-right: 1em; text-align: left;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgXwSnKJkSYuhC6cKdIr_8KUzeNiKzQA8qnUqsI2z7iluta4zcGinFpihd7HnvE0P6j_drq_S17mjklq93z0TEcWPfAyYH2cGCH_tVOVOFXrMQV2Qn14Z8RuNwPWYmecTaeiHrnTsbIdH6c/s1600/james_corden_cats.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="450" data-original-width="333" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgXwSnKJkSYuhC6cKdIr_8KUzeNiKzQA8qnUqsI2z7iluta4zcGinFpihd7HnvE0P6j_drq_S17mjklq93z0TEcWPfAyYH2cGCH_tVOVOFXrMQV2Qn14Z8RuNwPWYmecTaeiHrnTsbIdH6c/s320/james_corden_cats.jpg" width="236" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i style="font-size: 12.8px;"><span style="font-size: small;">James Corden como Bustopher Jones</span></i></td></tr>
</tbody></table>
<span style="font-size: large;">O único número que achei menos péssimo entre estes foi o de "Skimbleshanks: The Railway Cat". Steven McRae é do Balé Real de Londres e seu sapateado imitando um trem em movimento foi bonito. Ele é um grande bailarino e acabou responsável por alguns bons momentos. Infelizmente a música de Skimbleshanks é uma das menos inspiradas e mais infantis de <i>Cats</i>, e McRae não poderia cantar nem para salvar sua vida, então o alívio durou pouquíssimo.</span><br />
<br />
<span style="font-size: large;">A cereja podre de tudo isso é que, por razões que a própria razão desconhece (e não faz questão de conhecer), Hooper exumou a versão londrina de "Mungojerrie and Rumpelteazer", descartada há quase 40 anos, e utilizou-a no filme. Rejeitou a ótima versão da Broadway, usada sempre, e que era originalmente cantada por Mistoffelees ou pela própria dupla. E o resultado conseguiu ser pior, porque se nas outras o que vemos é gente ruim cantando músicas boas, aqui há gente ruim cantando uma música que nem o autor considerava boa.</span><br />
<br />
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: right; margin-left: 1em; text-align: right;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhtQ9TuB7GZSb9UVmy6V5m8Utr38yA6sLLpkSLyhkjT-YJgApgWGqLvbWWZX4Wo20T55qAYwD3tRIc9kD8IpOtRiFdoitaqxHcund8gSl2uKpVKSXUgdhjebTJqJAVGbZRzQUhl1epuefzE/s1600/Victoria+francesca.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="405" data-original-width="319" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhtQ9TuB7GZSb9UVmy6V5m8Utr38yA6sLLpkSLyhkjT-YJgApgWGqLvbWWZX4Wo20T55qAYwD3tRIc9kD8IpOtRiFdoitaqxHcund8gSl2uKpVKSXUgdhjebTJqJAVGbZRzQUhl1epuefzE/s320/Victoria+francesca.jpg" width="252" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: small;"><i>Francesca Hayward como Victoria</i></span></td></tr>
</tbody></table>
<span style="font-size: large;">4 - Na ausência do público do teatro e não desejando utilizar o artifício de fazer os atores cantarem olhando para a câmera, como se estivessem se apresentando ao público que assiste, Hooper e os roteiristas do filme resolveram aumentar o papel de Victoria e transformá-la em fio condutor da trama. A personagem originalmente não tem falas e canta pouquíssimo mas protagoniza cenas interessantes como bailarina. Provavelmente por essa razão escalaram uma bailarina clássica chamada Francesca Hayward, para o papel. O filme começa com Victoria dentro de um saco, sendo abandonada pelo dono e jogada em meio aos gatos, e a partir daí eles se apresentam para ela. A idéia não é ruim e até funcionaria, se alguém ali não tivesse inventado de Victoria cantar uma música inédita, composta por Taylor Swift (sobre quem falarei mais à frente) e Lloyd Webber. Esqueceram duas coisas: em primeiro lugar, <i>Cats</i> é um repositório de músicas extraordinárias e não precisa de outra, especialmente composta por Taylor Swift, contratada com o fito único e exclusivo de atrair o público <i>teen</i> (tiro que não só saiu, mas explodiu pela culatra). </span><span style="font-size: large;">E segundo, pra variar, a seara de Francesca é a dança e não o canto.</span><br />
<br />
<div style="text-align: left;">
</div>
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: left; margin-right: 1em; text-align: left;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgXUGJCBPAxcbBW3b9sSZSuVzCGkMI9e7Ux1xznEPelfDRrBOyuGQEk9sT7O-AqylCQS8D9-wVR-cMnptLXb7UpORIEk1W3eBazH5E0HrhCl-PTzqnAjGRmV3htcc9AAxTmpAkI7Jaxbqe5/s1600/eliot.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="864" data-original-width="720" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgXUGJCBPAxcbBW3b9sSZSuVzCGkMI9e7Ux1xznEPelfDRrBOyuGQEk9sT7O-AqylCQS8D9-wVR-cMnptLXb7UpORIEk1W3eBazH5E0HrhCl-PTzqnAjGRmV3htcc9AAxTmpAkI7Jaxbqe5/s320/eliot.jpg" width="266" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i style="font-size: 12.8px;"><span style="font-size: small;">Victoria: divertindo-se mais<br />do que se esperaria</span></i></td></tr>
</tbody></table>
<span style="font-size: large;"><span style="font-size: large;">Sua música, </span><span style="font-size: large;">"</span><span style="font-size: large;">Beautiful Ghosts</span><span style="font-size: large;">"</span><span style="font-size: large;">, é bonitinha mas acaba engolida e esquecida pela interpretação capenga e pouco memorável da bailarina. </span></span><br />
<span style="font-size: large;">Também pra lá de estranha é a postura permanente </span><span style="font-size: large;">de </span><span style="font-size: large;">flerte da gata, sempre </span><span style="font-size: large;">empolgadíssima e cheia de olhares para qualquer um. Por suas atitudes nem sequer imaginaríamos que ela acabou de ser cruelmente abandonada à própria sorte; ela não parece, nem de longe, </span><i><span style="font-size: large;">scared to call them my friends and be broken again</span></i><span style="font-size: large;">, como diz a canção de Taylor.</span><br />
<br />
<span style="font-size: large;">Não obstante, a</span><span style="font-size: large;"> bailarina é muito bonita e se desenvolvessem melhor seu personagem, não a obrigassem a cantar uma música inteira e - claro - se o filme não fosse tão horrivelmente ruim como um todo, ela poderia ter sido para este </span><i><span style="font-size: large;">Cats</span></i><span style="font-size: large;"> o que a linda belga Veerle Casteleyn foi para a versão de 1998. Seu papel de Jemima acabou absorvendo interlúdios musicais de personagens menores como Victoria e Tantomile, e Veerle surgia de vez em quando para cantar no máximo uma ou duas frases com sua voz pequena mas doce, afinada e aguda, como o canto de um anjo, e hoje é a única e mais grata lembrança dessa versão.</span><br />
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEge0HyVl0Z4sKh1iZMHTj0_EOuePvhHpAdfPq6FHtrjA4yLa3dY5a9do1zluGpLSSF2dCB59K3sh_mSbA08c7Y0i5BYzbpgnSnzL8XZd43bMO6Wk5-oMNT4hKiGz_hWJWCXLox1rF2Kgp3u/s1600/Jemima+Veerle.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="497" data-original-width="540" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEge0HyVl0Z4sKh1iZMHTj0_EOuePvhHpAdfPq6FHtrjA4yLa3dY5a9do1zluGpLSSF2dCB59K3sh_mSbA08c7Y0i5BYzbpgnSnzL8XZd43bMO6Wk5-oMNT4hKiGz_hWJWCXLox1rF2Kgp3u/s1600/Jemima+Veerle.jpg" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i><span style="font-size: small;">A Jemima de Veerle Casteleyn, em 1998: um anjo</span></i></td></tr>
</tbody></table>
<br />
<span style="font-size: large;">5 - Passemos agora ao elenco "famoso" do filme, onde o <i>miscasting</i> merecia ser punido com cadeia. Antes, é bom explicar que Tom Hooper elaborou em cima do enredo original; no filme, Macavity seqüestra Deuteronomy porque pretende forçar o líder dos gatos a escolhê-lo para o <i>Heaviside Layer</i>. Uma bobagem sem o menor sentido, já que Macavity é jovem, faz o que quer impunemente e não sente qualquer remorso por suas maldades; pelo contrário, ele sente prazer em ser perverso e portanto não teria qualquer razão para renascer, o que, para todos os efeitos, significa uma nova chance de vida. Seu cúmplice no seqüestro é Growltiger, que esconde Deuteronomy e os outros gatos seqüestrados por Macavity, em seu barco. Feita a explicação, eis quem paga o menor dos micos: Ray Winstone. Por que o menor? Porque 90% de seu papel, o pirata Growltiger, foi cortado. O que sobrou não chega nem a dois minutos de filme. Sorte dele.</span><br />
<br />
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: left; margin-right: 1em; text-align: left;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgZaDX7tTd35_ATTWkhYz5feNbfR56YtZH307Y5BLBsr0KCVWC_RJ7FUCTr1gYQ26ahukzo1kPUVRSKYB9dltbnuCUjN5xLky8kTpAbhBU1ZvrFOsqpIG_9_66wRzvKn-wnZCewgCgwuroQ/s1600/idris+cats.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="463" data-original-width="385" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgZaDX7tTd35_ATTWkhYz5feNbfR56YtZH307Y5BLBsr0KCVWC_RJ7FUCTr1gYQ26ahukzo1kPUVRSKYB9dltbnuCUjN5xLky8kTpAbhBU1ZvrFOsqpIG_9_66wRzvKn-wnZCewgCgwuroQ/s320/idris+cats.jpg" width="266" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i><span style="font-size: small;">Idris: patético</span></i></td></tr>
</tbody></table>
<span style="font-size: large;">Macavity é descrito no livro de Eliot como um <i>ginger cat</i>, ou seja, laranja e malhado. Ele se encaixa no perfil do psicopata: respeitável, exímio em matemática, assíduo em jogos de cartas, mas ao mesmo tempo um criminoso frio, calculista e brilhante, "um monstro de depravação" que jamais é incriminado pelo que faz porque a polícia não consegue encontrá-lo na cena do crime de jeito nenhum. Idris Elba é um Macavity marrom, com as lentes de contato mais falsas que o cinema já viu, e poderes mágicos que o permitem aparecer e desaparecer. Ou seja, rigorosamente nada a ver com sua descrição. Se fosse mudo como seu personagem e apavorasse apenas pela descrição terrível que todos fazem dele o dano seria menor, mas ele fala e suas falas são bobas e provocam a mesma vergonha alheia de todas as falas inventadas para o filme (o musical não tem diálogos e tudo é cantado). O mico do ator só não é maior do que a tristeza provocada por aquilo que fizeram com seu número. Macavity não aparece durante a música em que é apresentado; essa atribuição cabe a duas gatas, Bombalurina e Demeter, invariavelmente grandes cantoras, sendo essa uma das melhores músicas da peça. Tom Hooper resolveu chamar Taylor Swift para o papel de Bombalurina, e limou Demeter do número, deixando Taylor sozinha para lapidar um diamante musical como "Macavity: The Mystery Cat".</span><br />
<br />
<span style="font-size: large;">O resultado é um anti-clímax. Taylor não tem estofo para uma música como essa, derrapa várias vezes e o fim da canção - que no teatro é apoteótico, sensacional, com orquestra e elenco num <i>crescendo</i> espetacular, fazendo vibrar todos os sentidos do público - recebe uma ducha de água gelada quando Idris se mete a cantar o último refrão junto a Taylor. Bizarro e triste ao mesmo tempo.</span><br />
<br />
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: right; margin-left: 1em; text-align: right;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhkaBoScMo59bDC3kyUEWlcf_qsGLmIkIt3W7qSl4ZT3f8w5MvErdUONxLJuNnGbNpZYXUIRTOZ3q6-r8pY_-PQF_E0_8ZlWWpI3B1E-7ItSWVpNDAGJlPyWY6s31PULvEQaRhl1lU9X8Fk/s1600/hudson.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="528" data-original-width="423" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhkaBoScMo59bDC3kyUEWlcf_qsGLmIkIt3W7qSl4ZT3f8w5MvErdUONxLJuNnGbNpZYXUIRTOZ3q6-r8pY_-PQF_E0_8ZlWWpI3B1E-7ItSWVpNDAGJlPyWY6s31PULvEQaRhl1lU9X8Fk/s320/hudson.jpg" width="256" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: small;"><i>A Grizabella de Hudson: gemebunda</i></span></td></tr>
</tbody></table>
<span style="font-size: large;">Grizabella não está no livro de poesias de Eliot porque ele a considerava um personagem adulto e dramático demais para figurar em um livro infantil. Tinha toda a razão; a gata velha foi linda e glamourosa na juventude, mas quando isso acabou ela <i>haunted many a low resort near the grimy road of Tottenham Court</i>, referência claríssima ao fato dela ter, em algum momento, se prostituído. Seu enredo vem de dois poemas, "Grizabella the Glamour Cat" (</span><span style="font-size: large;">inédito) </span><span style="font-size: large;">e "Rhapsody on a Windy Night". Ela tem entre 50 e 60 anos, e deseja se reaproximar dos <i>Jellicles</i>, embora a evidente rejeição deles faça dela um personagem amargo e ressentido. Jennifer Hudson, como se vê, não poderia estar mais distante da personagem. Manda a justiça que eu observe, todavia, que a idade das Grizabellas tem diminuído com o tempo e as montagens mais recentes fazem concessões, nessa área, que destoam da concepção original. O subtexto da prostituição também parece ter evaporado e ao invés de uma mulher vivida, trazendo no rosto as marcas do sofrimento e das provações, Jennifer faz uma Grizabella fofinha, vulnerável e gemebunda. É chorona, está sempre com cara de coitadinha e assustada, olhando tudo de soslaio. Não gostei nada. Jennifer tem antecessoras do nível de Betty Buckley (considerada a melhor cantora da Broadway em todos os tempos) e sua gritaria pode ter funcionado bem em <i>Dreamgirls</i>, mas não passou nem perto de me convencer em <i>Cats</i>.</span><br />
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhAAIDsr72PCjdu0ElMP2ZyBVMeerRiN8IgwATeZCEOozFOft9NM62QltLEg5tJ0uqGOuOB8ul-tImcR2OmCsZhKPxuOu8-6Gsaw4wk3KtuUahsX6pnYu3EKcJeaGZi9gRuTBoAFBEXMV2d/s1600/buckley.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="417" data-original-width="537" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhAAIDsr72PCjdu0ElMP2ZyBVMeerRiN8IgwATeZCEOozFOft9NM62QltLEg5tJ0uqGOuOB8ul-tImcR2OmCsZhKPxuOu8-6Gsaw4wk3KtuUahsX6pnYu3EKcJeaGZi9gRuTBoAFBEXMV2d/s1600/buckley.jpg" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i><span style="font-size: small;">Betty Buckley: inexcedível. Quando assisti Cats ela já havia sido substituída por </span></i><span style="font-size: small;"><i>Laurie Beechman, mas sua voz maravilhosa está na trilha original e há uma apresentação compacta de Memory no Emmy de 1983, que premiou Buckley como melhor atriz de um Musical.</i></span></td></tr>
</tbody></table>
<br />
<span style="font-size: large;">Curiosamente, quem foi escalada para a dobradinha Grizabella-Jennyanydots na estréia mundial de <i>Cats</i> em Londres, em 1981, foi ninguém menos do que Judi Dench. Dias antes da estréia ela teve um acidente e deixou o espetáculo, substituída permanentemente por Elaine Page. Não sei como lidar com isso. Judi, sendo uma das melhores atrizes inglesas da segunda metade do século XX, não era estranha aos musicais. Por incrível que pareça, ela foi Sally Bowles antes de <i>Cabaret</i> virar filme. Ouvi gravações originais e ela cantava bem. Tinha uma voz bonitinha, afinada e charmosamente rouca. Seria uma excelente Jenny e certamente uma boa Grizabella, mas - minha opinião - jamais alcançaria a tragicidade musical de Page ou (muito menos) de Buckley.</span><br />
<br />
<span style="font-size: large;">Em 1998 foi organizada uma homenagem ao produtor Cameron Mackintosh, que produziu inúmeros musicais (inclusive <i>Cats</i>), chamada <i>Hey, Mr. Producer!</i> Judi participou cantando "Send In the Clowns", escrita por Stephen Sondheim para o musical <i>A Little Night Music</i>, de 1973. Na ocasião fiquei um pouco incomodado de ver a dificuldade com que Judi desfiava as notas da soporífera composição. Sua voz para o canto, antes "afinada e charmosamente rouca", era apenas um fiapo, agora. E mesmo assim quis o destino que Dench voltasse a <i>Cats</i> quase quarenta anos depois.</span><br />
<br />
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: left; margin-right: 1em; text-align: left;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiyNqJ17XzoRWSMWfavpN1j1l9A0sHGi4AINQXXAsC0t20ONKclF4L29Ibj7Tqjl8Us5dntBIeo1fYE6WbotnnVnoE7YhWuH-kt3C-tRuvXtTum0Eo8EyX7NbYp-NCdGTyOlIC_iPXRygLR/s1600/judi.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="528" data-original-width="441" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiyNqJ17XzoRWSMWfavpN1j1l9A0sHGi4AINQXXAsC0t20ONKclF4L29Ibj7Tqjl8Us5dntBIeo1fYE6WbotnnVnoE7YhWuH-kt3C-tRuvXtTum0Eo8EyX7NbYp-NCdGTyOlIC_iPXRygLR/s320/judi.jpg" width="267" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: small;"><i>Judi: A Velha Deuteronômia</i></span></td></tr>
</tbody></table>
<span style="font-size: large;">Só Deus sabe o quanto me dói ter que descer o sarrafo em uma atriz que eu admiro tanto, mas sua participação neste filme é tétrica. Alguém - suponho que seja Hooper - cometeu a inqualificável asnidade de transformar Old Deuteronomy em uma gata, e o papel recaiu sobre Judi. Faltam-me as palavras. O papel de um barítono com registros de tenor, responsável pela divina música de encerramento, entregue a uma (grande) atriz que não consegue mais cantar. Que está naturalmente desafinada, não consegue mais modular, não pode esticar nem por um segundo as notas. Brian Blessed tinha 45 anos quando interpretou o papel na estréia londrina. Ken Page tinha 26 anos, na estréia de NY. Judi está com 86. Além do absurdo surrealista de Deuteronomy virar mulher, aparentemente ninguém lembrou que o papel é como Lear; o personagem é velho mas o ator que o interpreta tem que estar no topo de suas habilidades artísticas. Não vou me estender. É terrível ver Dench retirando a fórceps cada uma das frases de suas músicas. Terrível. É o parto de um rolo de arame farpado. "The Ad-Dressing of Cats" é a mais dolorosa das implosões. Se as lágrimas viessem não seriam de emoção, e sim de raiva e dor.</span><br />
<br />
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: right; margin-left: 1em; text-align: right;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiNZxD1WJk2HIVLpi9Z7y5LiPhNg65zodtjce0S8fzTpfIkKmPWj7wrwklpjrocTmvpBsnSKzHN7YBgcC0eRTSLi8n-4todcMmJnxtMvML3HDffoNgBJW2uwUN97rfeix3ydqxWEj2Qnl3g/s1600/Gus1.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="528" data-original-width="395" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiNZxD1WJk2HIVLpi9Z7y5LiPhNg65zodtjce0S8fzTpfIkKmPWj7wrwklpjrocTmvpBsnSKzHN7YBgcC0eRTSLi8n-4todcMmJnxtMvML3HDffoNgBJW2uwUN97rfeix3ydqxWEj2Qnl3g/s320/Gus1.jpg" width="239" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i><span style="font-size: small;">Ian: Gus</span></i></td></tr>
</tbody></table>
<span style="font-size: large;">Para que não se diga que tenho apenas críticas ao <i>cast</i> famoso, direi que um ponto menos negativo - e inesperado - foi Ian McKellen no papel de Gus, <i>The Theatre Cat</i>. Chamar um velho ator para fazer o papel de Gus é expediente já utilizado na versão de 1998, com John Mills. É interessante, embora vá inteiramente contra a idéia do personagem, que canta <i>I once played Growltiger... could do it again</i>, dando ensejo para o início de toda a seqüência de Growltiger e Griddlebone, que se passa em sua lembrança. Ou seja, Gus é velho no presente mas na recordação que compartilha com o público ele interpreta um pirata temido e viril, com um número musical de onze minutos com sua amada, a coquete e volúvel Griddlebone. Voltamos ao paradoxo de Lear: a necessidade de um ator jovem e com toda a potência de sua voz, no papel do personagem. Mais do que isso: o número dos dois é uma sátira de árias como as de Puccini (sites sobre o musical referem-se a ele como <i>puccini-esc</i>) e um verdadeiro <i>display</i> do melhor canto lírico que se verá. Com efeito, só dois cantores líricos talentosíssimos poderiam brincar com algo tão difícil.</span><br />
<br />
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: left; margin-right: 1em; text-align: left;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgGftlNDIJ_n7E4i81x1cfkR3gToYbN5ZCgLLQxKucA0V_CNdPgKtqJ-FI2LTHB3OQC2RAqXR-Em-MII0GqHzo7gYDwMaIoh2B-VaY2XK8zKNbdVsrIyzQPKXitZLth4a22M5NcKoZB_mnZ/s1600/Gus.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="528" data-original-width="656" height="257" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgGftlNDIJ_n7E4i81x1cfkR3gToYbN5ZCgLLQxKucA0V_CNdPgKtqJ-FI2LTHB3OQC2RAqXR-Em-MII0GqHzo7gYDwMaIoh2B-VaY2XK8zKNbdVsrIyzQPKXitZLth4a22M5NcKoZB_mnZ/s320/Gus.jpg" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i><span style="font-size: small;">Firefrorefiddle, the Fiend of the Fell...</span></i></td></tr>
</tbody></table>
<span style="font-size: large;">Infelizmente, e talvez por essa dificuldade, o número tem sido limado de produções mais recentes, o que retira de Gus grande parte de sua graça e o deixa meio que sobrando entre todos os outros. Ele entra, sua música é um lamento de seis minutos e ele vai embora. Neste filme, entretanto, ao invés de choramingar e sair amparado por Jellylorum (como foi o caso de John Mills), Ian McKellen dá um agudo bonito no fim da última frase de sua canção (<i>Firefrorefiddle, the Fiend of the Fell</i>), ajudado pelos trovões criados por Mistoffelees. O início todo, que deveria ser cantado por Jellylorum, é mais uma vez arruinado pela idiotice dos próprios gatos narrarem suas histórias em primeira pessoa. Mas pelo menos o fim é salvo. E é a melhor cena do filme.</span><br />
<span style="font-size: large;">_________</span><span style="font-size: large;">_________</span><span style="font-size: large;">_________</span><span style="font-size: large;">_________</span><span style="font-size: large;">_______</span><br />
<br />
<ul>
<li><i><span style="font-size: large;">O site <a href="https://catsmusical.fandom.com/wiki/Cats_Musical_Wiki" target="_blank">Cats Musical Wiki</a> é um belo arquivo de tudo que tenha a ver com o musical de Andrew Lloyd Webber.</span></i></li>
</ul>
Bernardo Schmidthttp://www.blogger.com/profile/12196150324865840023noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4381988697960596291.post-23684665586100141412019-09-15T04:27:00.001-07:002020-08-29T17:04:56.988-07:00Ειρήνη Παπά, Eiríni Papás, Irene Papas — 4/7<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEivI6Oq9E9qD6C8bbk63eU94NVTrEPj06ZES7qlyX3GOYjKS3Bqjva_JgDKiaJamWVvna2jB6haE0WWE1HU59le4MJ-hbrNZ_lEn-330GInpdYTQMGCig2Ch3EtwvmTH7C99oNy9I_Eog6R/s1600/irene+papas+1973.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="650" data-original-width="429" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEivI6Oq9E9qD6C8bbk63eU94NVTrEPj06ZES7qlyX3GOYjKS3Bqjva_JgDKiaJamWVvna2jB6haE0WWE1HU59le4MJ-hbrNZ_lEn-330GInpdYTQMGCig2Ch3EtwvmTH7C99oNy9I_Eog6R/s1600/irene+papas+1973.jpg" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: small;"><i>Fotos de Ferdinando Scianna, 1973</i></span></td></tr>
</tbody></table>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg6plF_CPyHY8ZRbTurvqQjVzuOWWXylesFXEhDethfZz_u3EynSYXZmXl6mMUJwQqJTn8oimjAnHr8hFf-NoQT5R63T_CBcjeHVfxmJxg_0AdoErKfYDjBflQru5YQTdFdBgA9MaUhB267/s1600/Ferdinando+1973+Scianna+%25282%2529.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" data-original-height="704" data-original-width="475" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg6plF_CPyHY8ZRbTurvqQjVzuOWWXylesFXEhDethfZz_u3EynSYXZmXl6mMUJwQqJTn8oimjAnHr8hFf-NoQT5R63T_CBcjeHVfxmJxg_0AdoErKfYDjBflQru5YQTdFdBgA9MaUhB267/s400/Ferdinando+1973+Scianna+%25282%2529.jpg" width="267" /></a></div>
<span style="font-size: large;">Os filmes de Irene produzidos na Grécia foram esporádicos e espaçados por diversas razões. Na década de 50 ela filmou mais na Itália do que em qualquer outro lugar; na década seguinte ela teve seu primeiro momento de verdadeiro fastígio internacional, que infelizmente coincidiu com o período em que a ditadura ascendeu, naquele país. Por conta disso, esteve mais freqüentemente na França, na Itália, na Inglaterra e nos Estados Unidos. A década de 70 viu seu segundo período italiano e pouquíssimos trabalhos na Grécia. E as décadas de 80 e 90 assistiram um pequeno retorno a seu país, mas não mais no papel de cariátide, e sim de uma mulher madura e vivida. De uma forma ou de outra ela nunca esteve ausente. O que se lamenta, de certa forma, é que seus filmes gregos só tiveram verdadeira qualidade quando a direção esteve nas mãos de Michális Kakogiánnis. Alguns dos outros podem até não ser ruins, mas estarão distantes da excelência impressa por Kakogiánnis a seus trabalhos, além de sua incrível capacidade de extrair a melhor performance de Irene. O supra-sumo dessa colaboração está em três tragédias gregas (sobre as quais falarei em outro artigo) e em <i>Zorba</i>. Neste quarto artigo falaremos de <i>Zorba</i> e de meia-dúzia de outros filmes de Irene filmados na Grécia. Como sempre, a tônica é a diversidade. Os filmes vão de Disney ao australiano Paul Cox, passando por eventos históricos e adaptações de May Sarton e Nikos Kazantzakis.</span><br />
<br />
<span style="font-size: large;">Gostaria de ter incluído <i>Pssit... Garotas!</i> (Ψιτ... κορίτσια!!) e <i>Bouboulina</i> (Μπουμπουλίνα), ambos de 1959, nesta lista, mas não foi</span><span style="font-size: large;"> possível. Embora os dois filmes estejam disponíveis no Youtube, eles não têm legendas e a imagem do segundo está completamente deteriorada. É uma pena, porque mesmo sendo um filme provavelmente datado e sem grandes predicados, ele traz Papas interpretando Laskarina Bouboulina, ou seja, a junção de duas heroínas gregas. Apenas por isso ele já mereceria ser restaurado e conhecido.</span><br />
<br />
<div style="text-align: center;">
<span style="color: red; font-size: large;"><b><u>Η ΛΙΜΝΗ ΤΩΝ ΣΤΕΝΑΓΜΩΝ</u></b></span><br />
<b style="color: red;"><u><span style="font-size: large;">(<i>O Lago dos Suspiros</i>, 1960)</span></u></b></div>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjC6sAe6PwpXz53AjGD8xgMpE2_iNEPuwMenorrv9RF7mzXOiOvv7bxVYO9SgDVcf24-hMJmTRAUxw8lGYfg8LllYWn2ouzFsaoEpgsdgnADRzsnzv0zrfhtquc-yMw8al1NLgGrUspYvZg/s1600/stenagmon.jpeg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="397" data-original-width="551" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjC6sAe6PwpXz53AjGD8xgMpE2_iNEPuwMenorrv9RF7mzXOiOvv7bxVYO9SgDVcf24-hMJmTRAUxw8lGYfg8LllYWn2ouzFsaoEpgsdgnADRzsnzv0zrfhtquc-yMw8al1NLgGrUspYvZg/s1600/stenagmon.jpeg" /></a></div>
<br />
<span style="font-size: large;">Em 1959 Irene fez três filmes na Grécia. O primeiro é uma comédia romântica, <i>Pssit... Garotas!</i> (Ψιτ... κορίτσια!), com direção de seu ex-marido Alkis Papas; em seguida veio o drama histórico-biográfico <i>Bouboulina</i> (Μπουμπουλίνα), dirigido por Kostas Andritsos e, por fim, <i>O Lago dos Suspiros</i> (Η Λίμνη των Στεναγμών), roteirizado e dirigido por Grigoris Grigoriou, considerado hoje o pai do neo-realismo grego.</span><br />
<br />
<div style="text-align: right;">
</div>
<div style="text-align: right;">
</div>
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: right; margin-left: 1em; text-align: right;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgfuaQLYOaBpEgG855TwMYUi5UTDe7r0XVc3kM5wjq8kYowTvx_PWZ5JRj4ulBCuQA9UqTpTcL-izv-jVGhuBYlDwAT_mjBPq7fhrP-6bDiUo4I3C4dO9U4fQiVCckJhv2R2i1a7sCBUgtC/s1600/ali+pasha.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1038" data-original-width="842" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgfuaQLYOaBpEgG855TwMYUi5UTDe7r0XVc3kM5wjq8kYowTvx_PWZ5JRj4ulBCuQA9UqTpTcL-izv-jVGhuBYlDwAT_mjBPq7fhrP-6bDiUo4I3C4dO9U4fQiVCckJhv2R2i1a7sCBUgtC/s400/ali+pasha.jpg" width="323" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i><span style="font-size: small;">A composição do Ali Paxá do filme foi baseada<br />nesse desenho de Louis Dupré, de 1819</span></i></td></tr>
</tbody></table>
<span style="font-size: large;">A história é baseada num fato real: o vizir da região do Epiro era um déspota albanês ligado aos turcos, chamado Ali Paxá de Tepedelen (referência à cidade albanesa onde nasceu, entre 1740 e 1750), que exercia seu poder a partir da capital da região, a cidade de Joanina. Em 1800 ele mandou prender dezessete mulheres que teriam sido infiéis a seus maridos e, portanto, segundo a lei islâmica, deveriam ser executadas. Até aí, não chegava a ser muito diferente das atrocidades habituais cometidas por esse vizir cruel, sádico e sangüinário, desde 1788, quando se apossou de Joanina. Só que neste caso havia um problema diplomático: entra elas estava Euphrosyne Vasileiou (1773/1800), dita Frosini, sobrinha de um bispo de Joanina, casada com um rico comerciante com quem tinha dois filhos, e membro da aristocracia do Epiro. A população local ficou indignada com a prisão e exigiu sua libertação. Segundo a lenda, o próprio marido de Frosini, Dimitrios, teria afirmado que perdoava sua esposa. Temendo uma revolta popular e considerando que o império turco passava por um momento decadente (que culminaria com a revolução de 1821), Ali Paxá apressou as coisas e as dezessete foram levadas para o meio do rio Pamvotis e jogadas sem maiores cerimônias; há quem diga que elas teriam sido metidas dentro de sacos de pano, os sacos foram costurados e só então jogados no mesmo lago. A data varia entre 11 de janeiro de 1800 ou 1801.</span><br />
<br />
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: left; margin-right: 1em; text-align: left;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiyGr5rXLrPuwoVKj1rHMRC3mHwisVWJCtGQiqZP3W_Q9gu1LrR1rKkI0vqgv5U_Qw0p0gQHGvnl1srwz87bdLlhSjIZL9ZIMMRkouKKNqHeRAriRxjIRHEQtjTRGJoMUa_dz9zgHcF08eS/s1600/Decamps+1847.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="464" data-original-width="352" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiyGr5rXLrPuwoVKj1rHMRC3mHwisVWJCtGQiqZP3W_Q9gu1LrR1rKkI0vqgv5U_Qw0p0gQHGvnl1srwz87bdLlhSjIZL9ZIMMRkouKKNqHeRAriRxjIRHEQtjTRGJoMUa_dz9zgHcF08eS/s400/Decamps+1847.jpg" width="302" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: small;"><i>Frosini, pintura do francês Alexandre-Gabriel<br />Decamps, de 1847</i></span></td></tr>
</tbody></table>
<span style="font-size: large;">O fato causou grande comoção mas Ali permaneceu no mesmo posto até 1822, quando foi, finalmente, assassinado. Nas décadas seguintes surgiram inúmeras versões para o caso, sendo que uma das mais populares era de que Frosini aproveitou a constante ausência de seu marido, sempre em viagens de negócios, e teve um caso com o filho de Ali, Muhtar. A infidelidade em si não afetava Ali em nada, exceto pelo fato de que Muhtar era casado com a filha de um líder político de Souli, no Epiro. Ali teria tomado medidas extremas para proteger seu poder político, que seria ameaçado caso a nora fosse reclamar com o pai. Outra versão é a de que essas mulheres eram inimigas do império turco-otomano (como, aliás, foi o caso de Bouboulina, pouco depois) e executadas pelo seu engajamento político, razão pela qual hoje são consideradas mártires. Em 1859 surgiu o poema dramático <i>Madame Frosini</i> (Η Κυρά Φροσύνη), de Aristotélis Valaorítis. Infelizmente não consegui encontrá-lo em nenhuma língua que não fosse o grego, então não sei que versão foi adotada pelo poeta. Em 1868 surgiu a ópera do mesmo nome, de Pavlos Carrer (libreto de Elisavetios Martinegkos) e em 1959 - possivelmente em homenagem ao centenário do poema de Valaorítis - Grigoris Grigoriou levou o drama ao cinema.</span><br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEimNZvSoo-52q9aM9FyJj4tltGQ4_KP5kXlJM0lbpHn7wcDFeoWvIOzMDHlgh9JiZEz8isxD6t8l0CeA3JQQ4KUWDhvEJMhJanDSrWddXCgPfYLbvcQtZewhereptcmXCap1IUGaqRp2mup/s1600/Sotiris+Christidis.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="442" data-original-width="574" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEimNZvSoo-52q9aM9FyJj4tltGQ4_KP5kXlJM0lbpHn7wcDFeoWvIOzMDHlgh9JiZEz8isxD6t8l0CeA3JQQ4KUWDhvEJMhJanDSrWddXCgPfYLbvcQtZewhereptcmXCap1IUGaqRp2mup/s1600/Sotiris+Christidis.jpg" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i><span style="font-size: small;">Pintura de Sotiris Christidis (circa 1930) retratando o momento em que as adúlteras<br />foram jogadas no Lago Pamvotis</span></i></td></tr>
</tbody></table>
<br />
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: right; margin-left: 1em; text-align: right;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhRiCjdYYbozY6w1CT9uGZMlu4C1lB8q8gIlbe8aX4ojxVsr05bEeAtPwu7R02gMr0AKPq79O87Uv9jvHn9fKMZaq-aAuJwxEdNupxIITSziCEkmHF3qXH8ptAOlA8LyJdj1c3ev3bobrad/s1600/I+limni+ton+stenagmon+1959+%25283%2529.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="507" data-original-width="427" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhRiCjdYYbozY6w1CT9uGZMlu4C1lB8q8gIlbe8aX4ojxVsr05bEeAtPwu7R02gMr0AKPq79O87Uv9jvHn9fKMZaq-aAuJwxEdNupxIITSziCEkmHF3qXH8ptAOlA8LyJdj1c3ev3bobrad/s400/I+limni+ton+stenagmon+1959+%25283%2529.jpg" width="336" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i><span style="font-size: small;">Frosini (Papas) e o anel da discórdia</span></i></td></tr>
</tbody></table>
<span style="font-size: large;">Seu roteiro transforma Frosini em uma heroína romântica. Ela (Papas) é viúva, não tem filhos, vive reclusa por ser cristã em um país dominado pelos muçulmanos e tem a companhia apenas de sua velha criada Ayah (Eleni Zafeiriou). A posição social, entretanto, lhe dá a oportunidade de freqüentar ocasionalmente as festas dadas por Ali Paxá (Tzavalas Karousos) em seu palácio e lá ela conhece e se envolve com Muhtar (Andreas Barkoulis).</span><br />
<br />
<span style="font-size: large;">Em um desses saraus, uma escrava vê um anel de Muhtar na mão de Frosini. Corre para contar à esposa dele, </span><span style="font-size: large;">Hanife (Theano Ioannidou). </span><span style="font-size: large;">Arrasada, ela confronta o marido, que se recusa a lhe dar qualquer satisfação e ainda passa a noite com Frosini. No dia seguinte Muhtar tem novo diálogo áspero com a esposa e ela resolve falar com Ali. Conta ao velho que Muhtar a está traindo com Frosini. Ali acalma a nora e promete tomar uma providência. A seu conselheiro mais próximo, Tahir (Andreas Zisimatos, baseado em Tahir Abazi, que era um dos assessores de Ali Paxá), ele se mostra a um tempo irritado por ser o último a saber do caso do filho, e preocupado com as conseqüências do fato, junto ao pai de Hanife.</span><br />
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgn4VIf-0FRcS0uvzRiz7yy92VnZbg1tj_O5dygyxH2RP4TrmgVWZtjJuwJryphEetima8RpC6lz4A0tsI0DPKmycsNRdbTfm70-VcwmyRYrudarg4q02MhWeOSOkzwrh31AXjqnI6SNu7h/s1600/I+limni+ton+stenagmon+1959+%25281%2529.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="918" data-original-width="552" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgn4VIf-0FRcS0uvzRiz7yy92VnZbg1tj_O5dygyxH2RP4TrmgVWZtjJuwJryphEetima8RpC6lz4A0tsI0DPKmycsNRdbTfm70-VcwmyRYrudarg4q02MhWeOSOkzwrh31AXjqnI6SNu7h/s1600/I+limni+ton+stenagmon+1959+%25281%2529.jpg" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: small;"><i>Andreas Barkoulis (Muhtar), Theano Ioannidou (Hanife), Roula Chrysopoulou (Zeibede),<br />Andreas Zisimatos (Tahir), Eleni Zafeiriou (Ayah) e Dimitris Kallivokas (Kolétis)</i></span></td></tr>
</tbody></table>
<br />
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: left; margin-right: 1em; text-align: left;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgZbXGS7uXLsQfaS75Fq7wNVZPx0FAL4s-d-oSGV8xClF5QXvfy6IZN0Eh0EaQe3REGDqY7w_e_xEjCRmQlleUGqmSuA7UK_RqM2NCqHaoO6WljpNlK_6HTE-KWg5p7bcZS_pPHTXw36874/s1600/I+limni+ton+stenagmon+1959+%25287%2529.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="576" data-original-width="633" height="291" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgZbXGS7uXLsQfaS75Fq7wNVZPx0FAL4s-d-oSGV8xClF5QXvfy6IZN0Eh0EaQe3REGDqY7w_e_xEjCRmQlleUGqmSuA7UK_RqM2NCqHaoO6WljpNlK_6HTE-KWg5p7bcZS_pPHTXw36874/s320/I+limni+ton+stenagmon+1959+%25287%2529.jpg" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: small;"><i>Ali Paxá (Tzavalas Karousos)</i></span></td></tr>
</tbody></table>
<span style="font-size: large;">Entram emissários do sultão, com uma solicitação para que Ali mande tropas a Adrianópolis, na Turquia, a fim de debelar uma rebelião liderada por um vizir indócil ao poder do sultão. Tahir sugere que Ali mande Muhtar, o que facilitaria a resolução dos problemas domésticos. Ali, fascinado com Frosini e coberto de inveja da sorte do filho, aceita a idéia de Thair e Muhtar é é enviado à Turquia.</span><br />
<br />
<span style="font-size: large;">Naquela noite Frosini é levada ao palácio. O vizir comenta, com falsidade, estar preocupado com o namoro dela e de seu filho. Em seguida pede a ela que o aguarde em seu harém para não haver o perigo dela se encontrar com Hanife mas uma das mulheres de Ali conta à esposa de Muhtar que Frosini está lá. Hanife vai até o harém e insulta Frosini, que se mantém calada. Ali então aparece e pede para a nora sair. Mais uma vez a sós com Frosini, ele agora não esconde suas intenções e se insinua abertamente a ela. Frosini, horrorizada, foge do assédio. Ali se afasta e pede para ela descansar e pensar no assunto, podendo responder no dia seguinte.</span><br />
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiQOez7hg7jFi_G9GK-pp6ZUwP8quNWei8GGJF3H7xVi0EiBrZDRCKmD1IFOA1BFUFjxk7BpDmV2hwAZ5lUeuscGarQIhHS4Z57adDntPk6U4EkEeU_yEyuKI58Jvqm8wDWKL9mFSkC7Kfa/s1600/I+limni+ton+stenagmon+1959+%252827%2529.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="474" data-original-width="534" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiQOez7hg7jFi_G9GK-pp6ZUwP8quNWei8GGJF3H7xVi0EiBrZDRCKmD1IFOA1BFUFjxk7BpDmV2hwAZ5lUeuscGarQIhHS4Z57adDntPk6U4EkEeU_yEyuKI58Jvqm8wDWKL9mFSkC7Kfa/s1600/I+limni+ton+stenagmon+1959+%252827%2529.jpg" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: small;"><i>Frosini (Papas): ouvindo calada os insultos de Hanife</i></span></td></tr>
</tbody></table>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: right; margin-left: 1em; text-align: right;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiKnJuVQ-yPKMgq3N0gdBVoVo20A3ZLjzXsa7EH2-xJo5DsfENh3vctmw6lUQ93YzOtpZbtowRM9Rammtl1IihQ_9ogvcg2nJeIJrItBFLRcQuIF_7VHTXFhEOagnCmbpxqUKF5eX56A2xJ/s1600/I+limni+ton+stenagmon+1959+%252830%2529.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="741" data-original-width="303" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiKnJuVQ-yPKMgq3N0gdBVoVo20A3ZLjzXsa7EH2-xJo5DsfENh3vctmw6lUQ93YzOtpZbtowRM9Rammtl1IihQ_9ogvcg2nJeIJrItBFLRcQuIF_7VHTXFhEOagnCmbpxqUKF5eX56A2xJ/s1600/I+limni+ton+stenagmon+1959+%252830%2529.jpg" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: small;"><i>Ali: um velho safado</i></span></td></tr>
</tbody></table>
<span style="font-size: large;">Pela manhã ele aparece e tenta novamente agarrá-la. Ela mais uma vez se desvencilha e deixa claro que não aceita o velho. Ele fica enfurecido e manda que ela seja presa no calabouço do palácio. Tahir já o havia aconselhado a tratar o assunto com cuidado, pois os turcos tinham uma coexistência pacífica com aristocracia grega em Joanina, e Frosini era expoente da classe.</span><br />
<br />
<span style="font-size: large;">Pouco depois de enviá-la ao calabouço, ele recebe a visita de seu médico particular, Kolétis (Dimitris Kallivokas). Este fora avisado da prisão por Maria - uma escrava grega que cuidou de Frosini no harém e ouvira a primeira tentativa de assédio - e por isso já sabia o que estava acontecendo. Sem mencionar nada disso, limita-se a reafirmar o que Tahir já dissera anteriormente, sobre a gravidade de prender Frosini, e pede que ela seja libertada imediatamente. Ali afirma com veemência que ela foi presa por adultério e ele está apenas cumprindo a lei. Quando o médico se retira Ali ordena que Tahir o observe constantemente para que ele não possa mandar um emissário a Muhtar, alertando-o do que está acontecendo (ordem que Tahir acaba ignorando e o médico consegue enviar seu emissário). O conselheiro comenta que a prisão não pode ser isolada, já que Frosini não é a única grega tendo caso com um turco. Ali responde a ele que escolha um grupo de mulheres infiéis, então, para que sejam presas junto à Frosini. Antes, porém, o vizir vai ao calabouço e tenta convencer a amante de seu filho a aceitá-lo, mas a prisão vai endurecendo-a e ela permanece irredutível. Pouco depois quem aparece por lá é Ayah, que implora para ser presa junto à Frosini. Inicialmente Ali se recusa mas é tal o escândalo da velha que ele concorda e manda prendê-la na mesma cela.</span><br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg6lyAhBnWyiDNSCtermE4piY_BasuR7Q_7i-WmOdKGu0Ig2NMXXGfgIlJpT5__0AAOmOMFNmY5Lv3iL-B0xcPG61H8osGLK-aPRggHV4RYHu1F5UoBuiMi4Phyphenhyphenr2hoe-gtGlBAFeDTB4ZD/s1600/I+limni+ton+stenagmon+1959+%252836%2529.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="439" data-original-width="538" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg6lyAhBnWyiDNSCtermE4piY_BasuR7Q_7i-WmOdKGu0Ig2NMXXGfgIlJpT5__0AAOmOMFNmY5Lv3iL-B0xcPG61H8osGLK-aPRggHV4RYHu1F5UoBuiMi4Phyphenhyphenr2hoe-gtGlBAFeDTB4ZD/s1600/I+limni+ton+stenagmon+1959+%252836%2529.jpg" /></a></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh1AQom2g2G868SQbOHpvvAqrhKiZdT422udVX8iOKsrS7DAxrxnwDMnuHXDYW-dU09V0p3uBV2kQYf0ibLnWr48tSrOn-PMyrGVWrHclziPekuKCwrykKkuf_E-e0g2R6oJxCFZJP5star/s1600/I+limni+ton+stenagmon+1959+%252837%2529.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="441" data-original-width="532" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh1AQom2g2G868SQbOHpvvAqrhKiZdT422udVX8iOKsrS7DAxrxnwDMnuHXDYW-dU09V0p3uBV2kQYf0ibLnWr48tSrOn-PMyrGVWrHclziPekuKCwrykKkuf_E-e0g2R6oJxCFZJP5star/s1600/I+limni+ton+stenagmon+1959+%252837%2529.jpg" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i><span style="font-size: small;">Na masmorra: "Uma palavra vinda dos seus lábios e você será rainha"...</span></i></td></tr>
</tbody></table>
<br />
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: left; margin-right: 1em; text-align: left;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgoLNARfO7tQgJsjKmPTCXS1jLNTPE2aHSMFk95-ETH5QxsG1zMDrOscSujSbOgGwB_pXsB47WTlyZ3Km0pAJQGIp10wzjQHFJFhyVuV925UmdIv-C6mf-o99JBXp19i7OonVXNVRCi4XwO/s1600/I+limni+ton+stenagmon+1959+%252851%2529.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="576" data-original-width="677" height="272" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgoLNARfO7tQgJsjKmPTCXS1jLNTPE2aHSMFk95-ETH5QxsG1zMDrOscSujSbOgGwB_pXsB47WTlyZ3Km0pAJQGIp10wzjQHFJFhyVuV925UmdIv-C6mf-o99JBXp19i7OonVXNVRCi4XwO/s320/I+limni+ton+stenagmon+1959+%252851%2529.jpg" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i><span style="font-size: small;">Na masmorra, com as adúlteras</span></i></td></tr>
</tbody></table>
<span style="font-size: large;">Tahir faz uma lista e prende dezesseis mulheres acusadas de adultério. Um grupo de aristocratas gregos vai até Ali para protestar. O vizir reverte a situação dizendo que aquilo será um exemplo para as esposas e as filhas de cada um deles. Logo depois Kolétis faz novo apelo ao vizir. Ele responde que se Hanife perdoar Frosini a situação poderá ser reconsiderada. O médico tenta despertar a compaixão da esposa de Muhtar mas ela é puro ódio. Até mesmo sua irmã Zeibede (Roula Chrysopoulou), casada com um irmão de Muhtar que também está em batalha, se compadece das adúlteras e procura convencer a irmã. Mas nenhum dos dois consegue. A essa altura, o emissário de Kolétis chega ao acampamento de Muhtar e avisa que a vida de Frosini está em perigo. Ele larga tudo e sai com seu cavalo, na esperança de chegar em Joanina a tempo. Naquela noite Ali manda chamar Frosini. Faz a ela um último apelo mas a resposta dela é violenta: diz que prefere morrer e que o abraço do lago será menos frio que o do velho. Ele a manda de volta ao calabouço e convoca uma festa, com mulheres e música, até o amanhecer, em homenagem debochada à alma de Frosini.</span><br />
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhB4wP8qPvtN2SBZJkIozZBK2H4KkYZXgpW_L8Vk51W21dVXdrZBdv9DSAahyphenhyphenEknxfiIoDnJeL8UTVloRy64JM1lBdBWQHznJtlbB_BwhIHXtxVCrLGPMQpMBXw_YFvXipEtOpsTN-r-2D-/s1600/I+limni+ton+stenagmon+1959+%252864%2529+-+Copia.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="450" data-original-width="548" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhB4wP8qPvtN2SBZJkIozZBK2H4KkYZXgpW_L8Vk51W21dVXdrZBdv9DSAahyphenhyphenEknxfiIoDnJeL8UTVloRy64JM1lBdBWQHznJtlbB_BwhIHXtxVCrLGPMQpMBXw_YFvXipEtOpsTN-r-2D-/s1600/I+limni+ton+stenagmon+1959+%252864%2529+-+Copia.jpg" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: small;"><i>A caminho do abraço frio do Pamvotis</i></span></td></tr>
</tbody></table>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: right; margin-left: 1em; text-align: right;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjHjGHc3s_dCLzZ3oU29Rq8vRDXJykPRAuB2OA-FIXbjTsOiAdLOdRe_N7YiU8AWKJ-g9_KapJv_LO4xKExutYbsw3r9SV_6c9Fqj4aC5RcWV1IcA-XsYoL2JCzygAYTOwkz1sljNwWbEHW/s1600/I+limni+ton+stenagmon+1959+%252864%2529.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="922" data-original-width="292" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjHjGHc3s_dCLzZ3oU29Rq8vRDXJykPRAuB2OA-FIXbjTsOiAdLOdRe_N7YiU8AWKJ-g9_KapJv_LO4xKExutYbsw3r9SV_6c9Fqj4aC5RcWV1IcA-XsYoL2JCzygAYTOwkz1sljNwWbEHW/s1600/I+limni+ton+stenagmon+1959+%252864%2529.jpg" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: small;"><i>"Diga a Ali que Frosini sabe morrer<br />como uma mulher grega"...</i></span></td></tr>
</tbody></table>
<span style="font-size: large;">Na manhã seguinte, as mulheres - menos Ayah, proibida de acompanhá-las - são levadas de barco ao meio do lago e jogadas. Muhtar chega tarde demais e ainda encontra Ayah chorando na beira do lago. Sua imagem inconsolável, de costas, andando pela beira do lago e afastando-se, é a última do filme.</span><br />
<br />
<span style="font-size: large;"><i>O Lago dos Suspiros</i> é um filme B com um elenco acima da média. Tzavalas Karousos, Theano Ioannidou e Eleni Zafeiriou estão muito bem. Já o roteiro de Grigoris Grigoriou é de uma mediocridade absoluta. O romance de Frosini e Muhtar tem duas cenas e ambas são constrangedoras, de tão piegas e mal-escritas. Os diálogos estão abaixo de uma novela mexicana e o que vemos é um sujeito fantasiado de beduíno, beijando a amante sem tirar o chapéu enorme que está usando, e a amante não faz outra coisa senão se lamuriar o tempo todo. Isso anula a presença de Irene - canastroníssima - que estava no ápice de sua beleza e, como se viu em Νεκρή πολιτεία, só precisava de um diretor competente e de um bom roteiro para encantar. A produção de <i>Lago dos Suspiros</i> faz lembrar o tempo da TV ao vivo: tem menos de uma hora e vinte de duração, os figurinos são exagerados, os cenários são muito bonitos, muito bem feitos e muito falsos. Tudo é de papelão, a masmorra é limpa e aconchegante, todo mundo está maquiado e bonito. Não por coincidência, a produção cinematográfica de Grigoris Grigoriou foi inteiramente esquecida e ele hoje é lembrado como um ótimo diretor de TV. Faz todo sentido. <i>O Lago dos Suspiros</i> estreou em fevereiro de 1960 e fez um sucesso razoável. Esteve esquecido durante décadas até que alguém teve a idéia de restaurá-lo - creio - no início deste século. Os letreiros originais foram trocados por caracteres de novela, a imagem está boa, Irene está deslumbrante e o filme continuará esquecido.</span><br />
<br />
<div style="text-align: center;">
<b style="color: red;"><u><span style="font-size: large;">THE MOON-SPINNERS (1964)</span></u></b></div>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgZjq89LSOGq9QT9KahLcFLDlWhSgqtggpN_A7WgYZknDTE6M-jN7rsnyXMeddUevZ4piD12bmTTpNSDSAKG9V7-Yqj5h48tWSfZR7s4CItkL_jjlXLR0Atemn-ECPw-RwBUvCuWY3nU8EA/s1600/poster.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="933" data-original-width="620" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgZjq89LSOGq9QT9KahLcFLDlWhSgqtggpN_A7WgYZknDTE6M-jN7rsnyXMeddUevZ4piD12bmTTpNSDSAKG9V7-Yqj5h48tWSfZR7s4CItkL_jjlXLR0Atemn-ECPw-RwBUvCuWY3nU8EA/s400/poster.jpg" width="265" /></a></div>
<span style="font-size: large;">Filha do famoso ator inglês John Mills, Hayley Mills iniciou sua carreira no cinema com pouco mais de doze anos. Tornou-se uma das mais populares estrelas da Disney em 1960, aos catorze anos, quando filmou o clássico <i>Pollyanna</i>. Após uma série de filmes de sucesso, veio <i>The Moon Spinners</i>, baseado no livro de Mary Stewart, com roteiro de Michael Dyne e direção de James Neilson. A adolescente Nikky Ferris (Hayley) acompanha sua tia Frances (Joan Greenwood) em uma viagem à praia de Agios Georgios, na Grécia, onde a tia fará uma pesquisa sobre músicas regionais. Chegando lá, elas se hospedam em um hotel-restaurante chamado </span><span style="font-size: large;">"</span><span style="font-size: large;">The Moon Spinners</span><span style="font-size: large;">"</span><span style="font-size: large;"> (nome baseado na lenda de três irmãs que passam a noite girando a lua, e que pouca ou nenhuma importância terá na trama) mas são mal-tratadas pelo dono, Stratos (Ely Wallach), e recebidas com desconfiança pela irmã deste, Sophia (Papas) e o primo de ambos, Lambis (Paul Stassino). O único que fica feliz com a chegada delas é o filho de Sophia, Alexis (Michael Davis). Na primeira noite elas percebem a animosidade que existe entre Stratos e um certo turista inglês que se encontra lá há alguns dias, Mark Camford (Peter McEnery). Mark trabalhava como mensageiro de confiança em um banco de Londres, e costumava levar jóias que ficavam no cofre para clientes que as requisitassem. Em uma dessas ocasiões foi roubado no caminho e mesmo não sendo incriminado pelo roubo, seu nome ficou manchado e sua carreira foi aniquilada. Tempos depois ele descobre acidentalmente que Stratos foi quem lhe roubou a jóia, e vai a Agios Georgios para tentar impedi-lo de revendê-la.</span><br />
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEilBFe1o00SiT0nMw78CQADXdIyFjk8AlJ3AzO68rnWOlMGxggTw3oNSQuwaNCMWlMXStdBKWjthyphenhyphenEc_iUyPYJX-egBAhJeA6UDqWn34szyDzUTzez0q209iMK7zpEEMWe_w89tpVn9st_M/s1600/papas+wallach.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="423" data-original-width="519" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEilBFe1o00SiT0nMw78CQADXdIyFjk8AlJ3AzO68rnWOlMGxggTw3oNSQuwaNCMWlMXStdBKWjthyphenhyphenEc_iUyPYJX-egBAhJeA6UDqWn34szyDzUTzez0q209iMK7zpEEMWe_w89tpVn9st_M/s1600/papas+wallach.jpg" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i><span style="font-size: small;">Eli Wallach e Papas em foto promocional de The Moon Spinners</span></i></td></tr>
</tbody></table>
<br />
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: right; margin-left: 1em; text-align: right;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgS7ojDNVDbUnZ2QpWEUHDe7LXoaonv5n9Khia2x3eXEU3QrZQZsm-VEN5J-fVpvPEaR7ZuH0Vdx5in0rN37p-ljFfBtbsH_RIX_NXdmk2j4Cs7Xpjhu88nOVKbD_FEZy1YmH93jMV2HIrl/s1600/Hayley+Mills.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="714" data-original-width="641" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgS7ojDNVDbUnZ2QpWEUHDe7LXoaonv5n9Khia2x3eXEU3QrZQZsm-VEN5J-fVpvPEaR7ZuH0Vdx5in0rN37p-ljFfBtbsH_RIX_NXdmk2j4Cs7Xpjhu88nOVKbD_FEZy1YmH93jMV2HIrl/s320/Hayley+Mills.jpg" width="287" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i><span style="font-size: small;">Hayley Mills</span></i></td></tr>
</tbody></table>
<span style="font-size: large;">Durante a madrugada, enquanto Nikky e sua tia dormem, Mark segue Stratos e Lambis, que vão até uma determinada localidade - a Baía dos Golfinhos - inspecionar a jóia, que eles mantêm guardada no fundo do mar. Quando percebem a presença de Mark, vão atrás dele e Lambis consegue acertar-lhe um tiro no braço. O rapaz é deixado no porão de uma igreja, lá perto. No dia seguinte, Nikky procura Mark, com quem tinha combinado de ir à Baía dos Golfinhos, e não o encontrando, ela vai sozinha. Visitando a igreja deserta, ela encontra Mark ferido, volta ao hotel e busca um kit de primeiros socorros e mais algumas coisas. Quando acorda, a tia de Nikky comenta com Stratos o inusitado sumiço do kit e de outros pertences, o que o deixa desconfiado e o faz ir atrás da menina. Ele a encontra e a arrasta até a igreja mas Mark já fugiu. Ele então a prende em um moinho de vento por ali. Com a ajuda de Alexis, porém, Mark consegue libertá-la e os dois fogem e passam a noite em um templo em ruínas. Na manhã seguinte são encontrados por Anthony Gamble (John Le Mesurier), que se apresenta como cônsul inglês na Grécia e oferece sua casa em Agios Nikolaos para que possam se recuperar. Ele na verdade é quem fará a intermediação entre Stratos e a compradora do colar, e teve que se envolver porque o grego perdeu o controle da situação e estava disposto a matar dois cidadãos ingleses, sem pensar nas conseqüências disso.</span><br />
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiU2fctLg2mxJH0ff1CCYQz1SG8XTDKmS5wxKYKoLTf0w3zIyP_ddsMbJqdr4wWJkHH_q3HDk1mB8U4ASOF5-yXCMJ3-F76h7Kq_49z_edTQokBKP6VKBnnTO8rmIagjZ5h0EQhLsaFHgzJ/s1600/Irene+Papas+The+Moon+Spinners+%252823%2529.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="344" data-original-width="480" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiU2fctLg2mxJH0ff1CCYQz1SG8XTDKmS5wxKYKoLTf0w3zIyP_ddsMbJqdr4wWJkHH_q3HDk1mB8U4ASOF5-yXCMJ3-F76h7Kq_49z_edTQokBKP6VKBnnTO8rmIagjZ5h0EQhLsaFHgzJ/s1600/Irene+Papas+The+Moon+Spinners+%252823%2529.jpg" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i style="font-size: 12.8px;"><span style="font-size: small;">Papas e Joan Greenwood</span></i></td></tr>
</tbody></table>
<br />
<div style="text-align: left;">
</div>
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: left; margin-right: 1em; text-align: left;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhQK1IVQKrNhvbXEdsg4h1xR4TMKBBlz3Px1sK4PFnI3NB_zi5UwOU2xUPCnDrT4A0Ztin8OZ0Tf_Gciq2654F6l0R5oaekfCSdwutzxCwnnnAfzDkSsZg2zubyHpXw5LuljRML02r3uNBs/s1600/Irene+Papas+The+Moon+Spinners+%25289%2529.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1600" data-original-width="833" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhQK1IVQKrNhvbXEdsg4h1xR4TMKBBlz3Px1sK4PFnI3NB_zi5UwOU2xUPCnDrT4A0Ztin8OZ0Tf_Gciq2654F6l0R5oaekfCSdwutzxCwnnnAfzDkSsZg2zubyHpXw5LuljRML02r3uNBs/s640/Irene+Papas+The+Moon+Spinners+%25289%2529.jpg" width="332" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i><span style="font-size: small;">Papas e Eli Wallach</span></i></td></tr>
</tbody></table>
<span style="font-size: large;">A esposa de Gamble (Sheila Hancock) cuida do ferimento de Mark e a tia de Nikky é trazida de Agios Georgios. Na verdade ela drogou o rapaz com o objetivo de enviá-los a um hospital em Atenas, bem longe dali, para que não atrapalhassem a negociação. Mas Mark desconfia que foi drogado, dá um jeito de tomar um estimulante que encontra no banheiro, cortando o efeito do sonífero, e tanto ele quanto Nikky aproveitam que o automóvel que os está levando ao aeroporto fica preso em uma festa popular e escapam, sem que Frances perceba. Ele volta a Agios Georgios para encontrar Stratos e ela rouba uma lancha e vai até o navio onde está a compradora do colar, Madame Habib, que não é ninguém menos do que a grande estrela do cinema mudo, Pola Negri (aposentada desde 1943 foi convidada pessoalmente por Walt Disney). A menina conta-lhe a história toda. Enquanto isso, Frances descobre que os dois sumiram, aciona a polícia que vai a Agios Georgios onde Stratos e Mark tem nova briga na Baía dos Golfinhos e imagina-se que no desforço o inglês se afogou. Stratos vai até o Minotauro, navio de Madame Habib. Na verdade Mark apenas fingiu que estava morto para despistar Stratos e vão todos para o navio de Madame Habib. Stratos é preso, a madame promete cooperar com a polícia, a reputação de Mark é restabelecida e eles prometem a Alexis que voltarão em breve.</span><br />
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgjmbXY387oWF_bIMH_lTZmBQMK0KuAUJif60Imuq2t2cYK5iXp18N_RjXiaWhiCMPp5clHXH-4P57d1diG0TValCFs26H5YOEPRh1kFWudp5yhpuOHBvMTbj45VXLUIRVnpw8umapiqcRb/s1600/Pola1.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="480" data-original-width="512" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgjmbXY387oWF_bIMH_lTZmBQMK0KuAUJif60Imuq2t2cYK5iXp18N_RjXiaWhiCMPp5clHXH-4P57d1diG0TValCFs26H5YOEPRh1kFWudp5yhpuOHBvMTbj45VXLUIRVnpw8umapiqcRb/s1600/Pola1.jpg" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i><span style="font-size: small;">Pola Negri: divando uma última vez</span></i></td></tr>
</tbody></table>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: right; margin-left: 1em; text-align: right;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjDlwlVhw6dMaDjWRtmWEsbGpHCUxCwBSrl7bMbQhjITNPGz0NpbrNZW-JTBrsPHdoZ8PvFXmf3jsauypJHxy4hWVckiIBhwQoApk6LS2buNOoxNSd00ZTB6qjvfczCd9HNM6M5CQzvLNE8/s1600/Manchete+1967.JPG" imageanchor="1" style="clear: right; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1600" data-original-width="1126" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjDlwlVhw6dMaDjWRtmWEsbGpHCUxCwBSrl7bMbQhjITNPGz0NpbrNZW-JTBrsPHdoZ8PvFXmf3jsauypJHxy4hWVckiIBhwQoApk6LS2buNOoxNSd00ZTB6qjvfczCd9HNM6M5CQzvLNE8/s400/Manchete+1967.JPG" width="281" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i><span style="font-size: small;">Papas em The Moon Spinners. Foto de uma<br />matéria da revista brasileira Manchete, de<br />1967, sobre o golpe militar na Grécia</span></i></td></tr>
</tbody></table>
<span style="font-size: large;">É um thriller infanto-juvenil, primeira incursão da Disney pelo gênero suspense/policial e veículo exclusivo para Hayley Mills, que era linda e talentosa. Não foi um sucesso de bilheteria, entretanto, possivelmente porque suas quase duas horas são cansativas, a história é boba e sem maiores surpresas, e Hayley, aos dezoito anos, estava bonita e adulta demais para continuar no papel de Pollyanna. Peter McEnery era um bom ator, mas seu Mark não tem carisma, assim como o Stratos de Eli Wallach é um vilão sem graça. E tudo isso sem mencionar que esta é talvez a mais medíocre das coadjuvâncias de Irene. </span><span style="font-size: large;">Ela vinha do extraordinário sucesso de <i>Elektra</i> e sua Sophia é meramente decorativa. Tem meia dúzia de falas, como a irmã boa que tenta recuperar Stratos de uma vida de vilania, mas se não estivesse lá ninguém nem notaria. Um desperdício tenebroso. Outra coisa interessante é que mesmo tendo locações em Agios Nikolaos, há um desconhecimento flagrante da geografia grega. O hotel de Stratos fica em Agios Georgios, uma cidade em Corfu, noroeste da Grécia, ao lado da Albânia, que não tem absolutamente nada a ver com Creta. E fala-se em ir para Agios Nikolaos (que fica, efetivamente, em Creta) como se fossem cidades vizinhas, embora esta segunda praia fique no extremo sul, a mil quilômetros de Agios Georgios, e grande parte da travessia é marítima.</span><br />
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiQ8_VvuLDrFdu2lMsTpabd4QG-hboxzahv6-or1o6aArmDgtwWA39VdALyR8yZ7qsVI-fvd6DImIRnZQfSrKDFmkyidaNWFbIfhyphenhyphenJDKZWN8HKEr-zGGu0mcviNdvLf3EanlusJv9-9uqJk/s1600/Irene+Papas+The+Moon+Spinners+%252812%2529.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="338" data-original-width="512" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiQ8_VvuLDrFdu2lMsTpabd4QG-hboxzahv6-or1o6aArmDgtwWA39VdALyR8yZ7qsVI-fvd6DImIRnZQfSrKDFmkyidaNWFbIfhyphenhyphenJDKZWN8HKEr-zGGu0mcviNdvLf3EanlusJv9-9uqJk/s1600/Irene+Papas+The+Moon+Spinners+%252812%2529.jpg" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i style="font-size: 12.8px;"><span style="font-size: small;">Papas: um desperdício</span></i></td></tr>
</tbody></table>
<br />
<span style="font-size: large;">Seja como for, <i>The Moon Spinners</i> estreou em julho de 1964, nos Estados Unidos. Foi o último filme de Pola Negri. E nada fez pela carreira de Papas. Qualquer um de seus filmes italianos no início da década de 50 é mais importante do que este</span><span style="font-size: large;">. </span><span style="font-size: large;">Mas ela teria gorda compensação no filme seguinte: <i>Zorba</i>.</span><br />
<br />
<div style="text-align: center;">
<span style="color: red; font-size: large;"><b><u>ZORBA, THE GREEK (1964)</u></b></span></div>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjugGZAOgn3mMabPaTk2J9gPDeQZZxUxfVLDGL5cj1rJ7gj4lpVXp3E4FkH-54bUmzgjhkkX0NkSnV2olZAVi1lMrm0mvRssA6xwfwVOPim4YK9gx7IjDdu98FHBsuOLbVYStqugLgC-YPv/s1600/Zorba+o+grego.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="839" data-original-width="556" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjugGZAOgn3mMabPaTk2J9gPDeQZZxUxfVLDGL5cj1rJ7gj4lpVXp3E4FkH-54bUmzgjhkkX0NkSnV2olZAVi1lMrm0mvRssA6xwfwVOPim4YK9gx7IjDdu98FHBsuOLbVYStqugLgC-YPv/s1600/Zorba+o+grego.jpg" /></a></div>
<br />
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: left; margin-right: 1em; text-align: left;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhs24ps9DwOSkPlCi-xwtYZ6lIYSSrZgrbCqdV2V_9Mbw7aEwSyMOojpzw-V3wAEF3uYSTTbX69fAeiAjadti_b_BMxtwVTuETdGKcxZYWjqCGiyxQuQxWiT97a7fctAQK1sCiH9irF1nWz/s1600/Georgios+Zorbas+%25282%2529.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="500" data-original-width="311" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhs24ps9DwOSkPlCi-xwtYZ6lIYSSrZgrbCqdV2V_9Mbw7aEwSyMOojpzw-V3wAEF3uYSTTbX69fAeiAjadti_b_BMxtwVTuETdGKcxZYWjqCGiyxQuQxWiT97a7fctAQK1sCiH9irF1nWz/s400/Georgios+Zorbas+%25282%2529.jpg" width="248" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: small;"><i>Georgios Zorbas</i></span></td></tr>
</tbody></table>
<span style="font-size: large;">Georgios Zorbas nasceu em 1865 na Macedônia Central, região da Grécia que se encontrava então sob o domínio do Império Turco-Otomano. Na juventude teve inúmeros empregos, como pastor de ovelhas e cabras, lenhador, mineiro, mascate, ferreiro, operário e músico. Em quase todas essas atividades se sobressaía sua personalidade espaçosa, barulhenta, divertida e cativante. Também se caracterizou pelas bebedeiras, por gostar de dançar e por amar fervorosamente as mulheres. No início do século XX a tragédia se abateu sobre ele com violência: perdeu a esposa, perdeu alguns dos filhos e foi participante ativo das selvagerias cometidas de lado a lado nas guerras dos Bálcãs contra os turcos e os búlgaros, em 1912 e 1913. Farto de tanta desgraça, mudou-se para Monte Atos, onde pretendia tornar-se monge da igreja ortodoxa. Foi lá, em 1915, que conheceu o escritor Nikos Kazantzakis (1883/1957). Este, aos 32 anos, já era advogado e filósofo, vinha se dedicando a viajar pelo seu país e pelo mundo, ao estudo de filósofos como Nietzsche, às religiões e tudo que pudesse excitar sua mente privilegiada. Embora fossem completamente diferentes em tudo, a afinidade entre ambos foi imediata. </span><span style="font-size: large;">Kazantzakis pretendia trabalhar em uma mina de lignite em Stoupa, na península de Mani, e como </span><span style="font-size: large;">Zorba afirmava ter largo conhecimento na área, os dois foram juntos.</span><br />
<br />
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: right; margin-left: 1em; text-align: right;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgHXd-5Gq38c5wu-WFHWdRtjfo2mIeISA54UNfR_Yl9UIeZ6Qno7jsyBkWdFypyvb3Uv4DS9EmflTX1jDaeCMZ2-bVMdLdaWm0kMB_6JTJ4vplalPMK4re9GAuFBw_4xPs-P27O0eLouD3w/s1600/zorba+1st+edition.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1600" data-original-width="1116" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgHXd-5Gq38c5wu-WFHWdRtjfo2mIeISA54UNfR_Yl9UIeZ6Qno7jsyBkWdFypyvb3Uv4DS9EmflTX1jDaeCMZ2-bVMdLdaWm0kMB_6JTJ4vplalPMK4re9GAuFBw_4xPs-P27O0eLouD3w/s400/zorba+1st+edition.jpg" width="278" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i><span style="font-size: small;">Primeira edição de Zorba, 1946</span></i></td></tr>
</tbody></table>
<span style="font-size: large;">Encerraram-se ali os planos de uma vida monástica para Zorba e iniciou-se um dos mais importantes capítulos na vida de </span><span style="font-size: large;">Kazantzakis. Os dois </span><span style="font-size: large;">trabalharam como mineiros, dividiram uma casa na praia, viajaram juntos e apesar de terem se separado depois de pouco mais de um lustro, mantiveram contato por cartas até a morte de Zorba, em 1941. O escritor transformou essa extraordinária experiência no livro <i>Vida e Tempos de Alexis Zorba</i>, lança</span><span style="font-size: large;">do em 1946.</span><br />
<br />
<span style="font-size: large;">Kazantzakis</span><span style="font-size: large;"> trocou o primeiro nome de Georgios para Alexis e retirou o <i>S</i> do sobrenome, tornando-o Ζορμπά, “Zormpá”, que se pronuncia “Zorbá”, razão pela qual, na transliteração e tradução do livro para o inglês, em 1952, o nome virou Zorba. Existe uma questão interessante no resto do título, que é traduzido simplesmente para “</span><span style="font-size: large;">O Grego</span><span style="font-size: large;">”</span><span style="font-size: large;">. Há quem argumente a ilegitimidade desse gentílico, levantando uma discussão referente à nacionalidade do Zorba original, que seria de fato macedônio, não da Macedônia Central, na Grécia, mas da Macedônia do Norte, o território que pertencera aos gregos, aos turcos, aos iugoslavos e hoje é um país independente. A questão permanece aberta e é discutida com inusitada convicção por determinados grupos nacionalistas gregos e macedônios. Os primeiros descartam, por absurda, qualquer possibilidade do personagem não ser grego e os segundos despejam passagens do livro em que Kazantzakis se refere a Zorba como macedônio ou como eslavo (o que realmente acontece).</span><br />
<br />
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: left; margin-right: 1em; text-align: left;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEju1NA_zXwwrBZs6VDBAEICx6DT42CZlXEHt7I7Wf87mezg3bmg_Rvch_J2j2mwcnoclaSPBlfzZauSYYbJGdQSVO1FefXN_jsx_SA7pEjWZcNU-UZpyDtHXplvKVBNZRMRcSlYssCuqn86/s1600/1915-portrait.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="500" data-original-width="360" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEju1NA_zXwwrBZs6VDBAEICx6DT42CZlXEHt7I7Wf87mezg3bmg_Rvch_J2j2mwcnoclaSPBlfzZauSYYbJGdQSVO1FefXN_jsx_SA7pEjWZcNU-UZpyDtHXplvKVBNZRMRcSlYssCuqn86/s320/1915-portrait.jpg" width="230" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i><span style="font-size: small;">Nikos Kazantzakis, circa 1915</span></i></td></tr>
</tbody></table>
<span style="font-size: large;">Seja como for, o livro se tornou, com toda a justiça, um <i>best-seller</i> mundial e era uma questão de tempo até se transformar em filme. Isso aconteceu pouco mais de uma década depois da tradução inglesa</span><span style="font-size: large;">, e o projeto não poderia ter caído em melhores mãos: o sucesso avassalador de <i>Elektra</i> (1962) deu a Michális Kakogiánnis carta branca para escolher seu próximo projeto. Ele escolheu levar <i>Zorba</i> para a telona e fechou contrato com a 20th Century Fox. Seu primeiro passo foi juntar a mesma turma que, com ele, transformara <i>Elektra</i> em uma marco do cinema grego: o compositor Mikis Theodorákis, Irene Papas, o Diretor de Fotografia Walter Lassally e até o ator Takis Emmanuel. Em seguida começou a escrever o roteiro, que guardava o ambicioso detalhe d</span><span style="font-size: large;">e não ser em grego; Kakogiánnis mirava o mercado internacional e decidiu que o filme seria falado em inglês. Para tanto, transformou o personagem do escritor (que Kazantzakis baseou em si mesmo) em um inglês - Basil - que vem de família grega e tem uma propriedade em Creta.</span><br />
<br />
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: right; margin-left: 1em; text-align: right;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh5v8jiYGir0GQ6cyPvUeQ8UKXTdS3MXx_tubpXg47s21PT0Sl7UuAASUCybWh4YPDE9v3W6mjnbxeXe9zNBV5-8oD-_aXqISJKJLJ9Y89nzUkVruLNmpgdGamQK9clksaKUsCrZwd4qWqs/s1600/kakogiannis1.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="505" data-original-width="480" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh5v8jiYGir0GQ6cyPvUeQ8UKXTdS3MXx_tubpXg47s21PT0Sl7UuAASUCybWh4YPDE9v3W6mjnbxeXe9zNBV5-8oD-_aXqISJKJLJ9Y89nzUkVruLNmpgdGamQK9clksaKUsCrZwd4qWqs/s320/kakogiannis1.jpg" width="304" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i><span style="font-size: small;">Michális Kakogiánnis</span></i></td></tr>
</tbody></table>
<span style="font-size: large;">Considero o roteiro de Kakogiánnis primoroso. O livro de Nikos Kazantzakis, como não podia deixar de ser, é pródigo em descrições de tudo aquilo que ele estava vivendo e sentindo, e são longas as conversas, as reflexões e os comentários dele e de Zorba. Só que essas qualidades do autor - a prosa perfeita, o vernáculo pujante, o texto fluído e escorreito - seriam uma armadilha para o diretor e jogariam Zorba e o filme em um vórtex de verbosidade e parlapatice, além da tentativa permanente de interpretar cinematograficamente os inúmeros ornamentos literários do autor, que cansariam o público rapidamente. Kakogiánnis, inteligente, seguiu a mesma linha que o levou a fugir da adaptação literal de Eurípides, e acertou em cheio criando sua própria obra a partir da essência do trabalho de Kazantzakis. Seu roteiro é o extrato poético do livro, em comunhão com sua própria visão. Ele soube traduzir o texto em imagens, em música, em alegria e tristeza, em contemplação e em silêncio. Há cenas completas, algumas cruciais, que não tem uma única palavra. Não precisam, graças ao roteiro enxutíssimo, à direção precisa e superior de Kakogiánnis e um elenco que beira a perfeição. Além disso, seu Zorba está muito bem dividido em capítulos seqüenciais; temos a ansiedade de Basil no porto, o encontro com Zorba, a viagem e a chegada à Creta, o encontro com Madame Hortense, a viúva, o projeto da mina e assim por diante. Tudo bem amarrado, com início, meio e fim. Nada sobra, nada é confuso, nada é gratuito.</span><br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: left; margin-right: 1em; text-align: left;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjxwlBoiYS6EJSatr9ZZnN5Kui6jEz1Ph02CV5fknS3MPT9guZy8rAxldcNZlTM5BqSPQsKC97Fj8wp18Q8ndFXVRC2NeBP5k6ypv-ZacwVJI_z33sKvpTzv95RmVbsA_x8CkVluG4MbBRl/s1600/cacoyannis+quinn.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="480" data-original-width="306" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjxwlBoiYS6EJSatr9ZZnN5Kui6jEz1Ph02CV5fknS3MPT9guZy8rAxldcNZlTM5BqSPQsKC97Fj8wp18Q8ndFXVRC2NeBP5k6ypv-ZacwVJI_z33sKvpTzv95RmVbsA_x8CkVluG4MbBRl/s1600/cacoyannis+quinn.jpg" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: small;"><i>Kakogiánnis e Quinn no set de Zorba</i></span></td></tr>
</tbody></table>
<span style="font-size: large;">A escolha do elenco guarda algumas curiosidades. O que me consta é que Kakogiánnis tinha Anthony Quinn em mente para o papel-título desde a concepção do projeto. Segundo o IMDB, porém, Burt Lancaster e Burl Ives teriam recusado o papel. Chega a ser cômico; Ives era um bom ator e talvez até fizesse um trabalho razoável, embora não podendo jamais comparar-se a Anthony Quinn. Quanto a Lancaster, não exagero quando digo que teria arruinado o filme. Não consigo imaginar <i>miscasting</i> mais flagrante. Aliás, é ameaça que rondou seriamente o papel de Madame Hortense. Por alguma razão, quem chegou a filmar algumas cenas no papel foi Simone Signoret. Passados alguns dias, Kakogiánnis foi a Darryl Zannuck e pediu a substituição de Signoret por Lila Kedrova. A russa tinha pouco mais de dez anos de carreira no cinema e na televisão franceses mas seguia desconhecida em Hollywood. Zannuck confiou no diretor e aprovou a mudança. A posteridade agradece. Gosto de Simone Signoret mas a considero inteiramente equivocada para o papel. Ainda segundo o IMDB, os jovens Ian McKellen e Oliver Reed teriam tentado obter o papel de Basil, mas Kakogiánnis já fechara questão em torno de Alan Bates.</span><br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<br />
<div style="text-align: right;">
</div>
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: right; margin-left: 1em; text-align: right;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjiCIjEsZ0FbZ6uA5fPXUIWpqnS3xYTUulDr-BGtzYymD1n6CsAEuUbwFBic1FK0W-fmCSn_u40WH6LOahLsn_PQdym_pE-xfajfwBw4BwO0terGUC-ngjoLV6Lu3zwIoXNbrfDHYj_HXol/s1600/Zorba+Alan+Bates.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="720" data-original-width="569" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjiCIjEsZ0FbZ6uA5fPXUIWpqnS3xYTUulDr-BGtzYymD1n6CsAEuUbwFBic1FK0W-fmCSn_u40WH6LOahLsn_PQdym_pE-xfajfwBw4BwO0terGUC-ngjoLV6Lu3zwIoXNbrfDHYj_HXol/s400/Zorba+Alan+Bates.jpg" width="315" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i style="font-size: 12.8px;"><span style="font-size: small;">Alan Bates</span></i></td></tr>
</tbody></table>
<span style="font-size: large;">Mais uma vez, o diretor acertou. McKellen tinha vinte e cinco anos, era magro demais, parecia um fauno e não creio que estivesse maduro para o papel. Já Oliver Reed, com vinte e seis, era um poço de masculinidade e jamais se acreditaria que Zorba precisasse passar dias tentando convencê-lo a transar com a viúva. Seria mais fácil imaginá-lo como um Zorba mais jovem, mais bonito e triplamente mais alcoólatra. Os dois iam secar todos os bares de Creta e comer todas as viúvas da Grécia. </span><span style="font-size: large;">Alan Bates, com trinta anos, trazia a perfeita mistura de uma beleza física e de um charme que acabam esmagados pela timidez e por uma inadequação fundamental. Ele está se afogando na admiração que tem por Zorba. Admira sua temeridade, sua personalidade meio kamikase, sua desenvoltura com as mulheres, e isso o deixa intimidado e retraído. Não se</span><span style="font-size: large;"> estranha que esconda os presentes da viúva e que só consume o caso quando Zorba está viajando. Basil é um <i>straight man</i> para Zorba. É seu <i>enabler</i> e seu espectador. Na verdade é um espectador do drama de todos. Tem sua entrada no segundo ato, no drama </span><span style="font-size: large;">da viúva, mas seu próprio drama é coadjuvante. Bates entendeu isso e realizou um trabalho exemplar.</span><br />
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEisi1xJNswU3TrooRO3QDUZeGu9JAf7rHOFTBJ43k6UNQOFUCne4_mktikwpDiDtszUBU7Nx9R8s5ih_aCRBrnbIQDc2KbQusENAY8L-zSgSJ2Vj3_xNh81Isjtof99hAXtYfyfb5W117ZW/s1600/bates+quinn.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="401" data-original-width="536" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEisi1xJNswU3TrooRO3QDUZeGu9JAf7rHOFTBJ43k6UNQOFUCne4_mktikwpDiDtszUBU7Nx9R8s5ih_aCRBrnbIQDc2KbQusENAY8L-zSgSJ2Vj3_xNh81Isjtof99hAXtYfyfb5W117ZW/s1600/bates+quinn.jpg" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i><span style="font-size: small;">Alan Bates e Anthony Quinn em cena de Zorba</span></i></td></tr>
</tbody></table>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhJ6w6AjApqAt85z1RAFBuhFbd41RL4fR1Nz9IysWH5a2op1PgmE7kHhd-HmojtBHOnf4I_XyNA5PugcWPEHXSAkuQUbOyVQiwnLvCCazjzFSrEleipwhkd38FQ7Kp2i9XD4Xgooixa7WOm/s1600/quinn.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="620" data-original-width="879" height="225" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhJ6w6AjApqAt85z1RAFBuhFbd41RL4fR1Nz9IysWH5a2op1PgmE7kHhd-HmojtBHOnf4I_XyNA5PugcWPEHXSAkuQUbOyVQiwnLvCCazjzFSrEleipwhkd38FQ7Kp2i9XD4Xgooixa7WOm/s320/quinn.jpg" width="320" /></a></div>
<span style="font-size: large;">Anthony Quinn tem o papel de sua vida encarnando o intempestivo, turbulento, irresponsável e adorável Alexis Zorba. O mexicano Quinn nasceu para interpretá-lo. Era moreno, tinha os olhos puxados e um visual rústico que se coadunava perfeitamente com o personagem. Seus traços faciais, entretanto, não eram notadamente latinos e lhe davam uma aparência mais universal (assim como Papas, aliás), o que o recomendava a papéis étnicos de todas as partes do mundo. E como era alto e forte, possuía, por assim dizer, a máquina interpretativa necessária para um personagem que vive nos extremos. Tudo em Zorba é exagerado. Sua felicidade vai da cabeça aos pés, do queixo aos cabelos. Sua tristeza é igualmente intensa, violenta. Ele bebe demais, fala demais, gasta demais, vive demais. Quinn e sua gargalhada asmática - incomparável - passeiam por Zorba e o resultado é uma verdadeira celebração da vida, assim como o próprio personagem.</span><br />
<br />
<div style="text-align: right;">
</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: right; margin-left: 1em; text-align: right;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjod7Q7XmmSvbKZmts7VubGcRyWeloKBMw3DcUHwn1M4203pCE27woAQhs0Uw8vtb3CboQ9AyOhb_M9iwkeMjIV-MMA2DG2wPuZcrP6NgJNMKnEm7BX9mJpYL0TytV-_8JTmLTQKB3dmQ1Y/s1600/zorba+lila+kedrova.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="497" data-original-width="311" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjod7Q7XmmSvbKZmts7VubGcRyWeloKBMw3DcUHwn1M4203pCE27woAQhs0Uw8vtb3CboQ9AyOhb_M9iwkeMjIV-MMA2DG2wPuZcrP6NgJNMKnEm7BX9mJpYL0TytV-_8JTmLTQKB3dmQ1Y/s1600/zorba+lila+kedrova.jpg" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i><span style="font-size: small;">Lila Kedrova</span></i></td></tr>
</tbody></table>
<span style="font-size: large;">Lila Kedrova tinha apenas quarenta e cinco anos quando interpretou Madame Hortense, mas aparentava mais. E com a caracterização que recebeu, a maquiagem, as roupas, o cabelo e etc., personifica com exatidão a cortesã de sessenta anos, com fumaças de atriz, que encantou militares nos conventilhos da vida, décadas antes. É notável como ela parece velha e doente, sucumbindo de algum mal cardíaco, ou provavelmente à tísica, e no entanto mantém uma chama tênue e bruxuleante nos olhos cansados. As recordações a mantêm viva. Sua cena inicial, rindo sua risada estridente de fada, dançando mal e jogando seu charme esgotado e decadente sobre Zorba e Basil, é comovente. Ela desafina horrivelmente e pigarreia no meio do número. Está aniquilada e sabe que Zorba é sua última chance de não morrer sozinha. Mais do que patético, Madame Hortense é um personagem trágico. No fim de sua vida ela já não esperava mais um príncipe, ou, em seu caso, um militar graduado e condecorado; aceitou de bom grado um velho aventureiro, beberrão e cafajeste. A cena de sua morte é chocante. Ela nem sequer morreu ainda e um bando de velhas encarquilhadas, como se fossem parcas, já se reúnem dentro de seu quarto, sem qualquer compaixão ou cerimônia, só esperando que ela morra para poderem roubar seus badulaques.</span><br />
<br />
<span style="font-size: large;">Kedrova, assim como Quinn, teve a performance de sua vida. Quinn, porém, ainda conseguiu espraiar seu talento por outros personagens. Kedrova estacionou em Madame Hortense. Fez outros filmes, continuou trabalhando mas nunca saiu da sombra de um trabalho tão extraordinário. Tão extraordinário, por sinal, que ela voltaria a ele mais à frente.</span><br />
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjy4l9y64rbA7XYWYJUldV8y04AvoEPAL1OVA-phE8wrY2JaquiXEJkTQQ5KZg5X56HR70bNlyxLm4hEuin_PtGtRq1q0UOZSeh9Az5eKOqdm9-o9m7VmXN5LajKsjoiTXkWbNYLlG-Ny8G/s1600/Papas+Zorba+patativa.gif" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="320" data-original-width="500" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjy4l9y64rbA7XYWYJUldV8y04AvoEPAL1OVA-phE8wrY2JaquiXEJkTQQ5KZg5X56HR70bNlyxLm4hEuin_PtGtRq1q0UOZSeh9Az5eKOqdm9-o9m7VmXN5LajKsjoiTXkWbNYLlG-Ny8G/s1600/Papas+Zorba+patativa.gif" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i style="font-size: 12.8px;"><span style="font-size: small;">Antológico: o olhar de Irene no papel da viúva Sourmelina</span></i></td></tr>
</tbody></table>
<br />
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: left; margin-right: 1em; text-align: left;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEioQb5fhfiwd8yZdxKchu0zDSF8E0CIKPBYdjm-QuhCPauXb69KE67zZGYrvNzZSfq7qigMk_B7We_8dMBzWdLScbH-tHpprAzv90uG2fkpNlAVFkppggKiWFBVm8yfbZ4o0Nq8EogOu5h0/s1600/papas+Zorba.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="312" data-original-width="367" height="272" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEioQb5fhfiwd8yZdxKchu0zDSF8E0CIKPBYdjm-QuhCPauXb69KE67zZGYrvNzZSfq7qigMk_B7We_8dMBzWdLScbH-tHpprAzv90uG2fkpNlAVFkppggKiWFBVm8yfbZ4o0Nq8EogOu5h0/s320/papas+Zorba.jpg" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i><span style="font-size: small;">Papas, em foto promocional de Zorba</span></i></td></tr>
</tbody></table>
<span style="font-size: large;">Quanto à Irene Papas, não é exagero dizer que ela estava em seu primeiro auge. A década de cinqüenta, com tantos filmes na Itália e uma pequena viagem de reconhecimento aos Estados Unidos (que deixou um faroeste menor de James Cagney como lembrança), não a transformou em uma estrela. Nos três primeiros anos da década de 60, entretanto, ela já trabalhara no excelente <i>Canhões de Navarone</i> e em duas tragédias gregas que fizeram o mundo voltar seus olhos para ela. E <i>Zorba</i> representava o veículo perfeito para que ela continuasse se mostrando para um público cada vez maior. É mérito de Kakogiánnis, aliás, porque a viúva Sourmelina (que no filme não tem nome</span><span style="font-size: large;">)</span><span style="font-size: large;"> é gordinha, chamada de "égua reprodutora" - provavelmente pelo tamanho da bunda ou pela largura dos quadris - e, enfim, referida como uma mulher que gostava de atiçar os homens. Vejamos a descrição da primeira vez que Basil vê a viúva; se eu não soubesse a quem ele se refere, a descrição poderia ser utilizada para Hortense, quando jovem:</span><br />
<br />
<span style="font-size: large;"><i>Naquele exato momento, uma mulher passou correndo por ali, com a cabeleira pendurada sobre os ombros e segurando a saia preta até os joelhos. Ela tinha uma figura bela e roliça, as roupas grudadas nela, revelando um corpo firme e atraente. Eu olhei. Que animal de rapina é esse?, pensei. Ela me pareceu ágil e perigosa, uma devoradora de homens. A mulher virou a cabeça por um instante e lançou um olhar rápido e deslumbrante para dentro do café. 'Virgem Santa!' murmurou um jovem com uma barba macia e felpuda, sentado perto da janela. 'Uma maldição sobre essa vamp!' rugiu Manolakas, o policial da vila. 'Uma maldição sobre você; você incendeia um homem e depois o deixa queimar!'</i></span><br />
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgM8w34xUyityel8rtzTtI49TDmY2e7Rt-Ns_hZgs6JRP8OVVI7CeSHXGMm17n91ynKsRzXnzmBtCbqV27Py_ci_8jnGu_A38rRl7malKvCxFzodOGdlvs3-4cQsFdWaMSJr4eJxGfOZugx/s1600/Zorba+Irene+Papas+Anthony+Quinn+%25287%2529.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="493" data-original-width="506" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgM8w34xUyityel8rtzTtI49TDmY2e7Rt-Ns_hZgs6JRP8OVVI7CeSHXGMm17n91ynKsRzXnzmBtCbqV27Py_ci_8jnGu_A38rRl7malKvCxFzodOGdlvs3-4cQsFdWaMSJr4eJxGfOZugx/s1600/Zorba+Irene+Papas+Anthony+Quinn+%25287%2529.jpg" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i><span style="font-size: small;">Zorba (Quinn), a viúva (Papas) e Manolakas (Takis Emmanuel)</span></i></td></tr>
</tbody></table>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEifbPfEWJUVgRt-ayXHr5b0cLFKjW7xbmlrFVGtmG8LZuEgoNTgR0iYkcNyTVFO5em7mGaRceu7jVsxz9HWbzTftyb5GWf2povCPXARCB3GwCOkbWkwpI3fdRwTVMCNIpXak9t6c1G-xv_2/s1600/Zorba+Irene+Papas+Anthony+Quinn+%25289%2529.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" data-original-height="1243" data-original-width="286" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEifbPfEWJUVgRt-ayXHr5b0cLFKjW7xbmlrFVGtmG8LZuEgoNTgR0iYkcNyTVFO5em7mGaRceu7jVsxz9HWbzTftyb5GWf2povCPXARCB3GwCOkbWkwpI3fdRwTVMCNIpXak9t6c1G-xv_2/s1600/Zorba+Irene+Papas+Anthony+Quinn+%25289%2529.jpg" /></a></div>
<span style="font-size: large;">As alterações de Kakogiánnis são profundas e certeiras. Em primeiro lugar ele silenciou os habitantes da vila. Não há conversas ou diálogos e eles passam o filme todo praticamente mudos. Assim como Papas, falarão pouco e só quando a situação não puder ser mostrada unicamente com expressões, imagens ou ação. Em segundo, ao contrário do que descreve Nikos Kazantzakis, a viúva de Papas é alta e classuda. É bela e sensual sem querer e sem fazer qualquer esforço. Seu corpo é tão bem feito e tão harmonioso que a indumentária de viúva lhe cai muito bem e só intensifica sua bele</span><span style="font-size: large;">za. Mas ela está longe de ser uma <i>vamp</i>. Sua atitude em relação aos homens não é de desdém, e sim de de</span><span style="font-size: large;">sprezo. No livro consta que a viúva passa pelo café, lança um olhar e segue seu caminho. Pouco depois, através de Mimiko (o personagem semi-retardado que no filme se chama Mimithos) ficamos sabendo que ela perdeu seu cabrito e instituiu a recompensa de um galão de vinho para quem o encontrar. Kakogiánnis aproveita apenas a olhada da viúva - que consiste em um dos momentos mais marcantes da história do cinema, com Papas fulminando os homens em frente ao café com seu olhar, sob a chuva torrencial - e cria toda a magnífica cena que vem a seguir.</span><br />
<br />
<span style="font-size: large;">O cabrito foi seqüestrado pelos sujeitos da vila, por maldade, apenas para que a viúva tenha que ir até lá buscá-lo. Ela aparece procurando o animal e quando passa em frente ao café se dá conta do que aconteceu. Olha com ódio e desprezo e caminha até a porta. Lá dentro o que temos é uma cena tão excepcionalmente bem acabada que poderia ser um curta metragem, ou quiçá um balé. A entrada da viúva provoca uma mistura </span><span style="font-size: large;">de sentimentos. Manolakas </span><span style="font-size: large;">(Takis Emmanuel) a deseja de forma desavergonhada, quase criminosa; Mavrandoni (</span><span style="font-size: large;">Giorgos Foundas) é puro ressentimento; deseja a viúva, não é desejado por ela e não pode sequer dar sinal disso porque seu filho Pavlo (Yorgo Voyagis) também a ama e também é rejeitado. Papas, por sua vez, é vinte Monalisas trágicas, em diferentes gradações. Ela pinta quadros cada vez que nos brinda com as poderosas expressões que transmite com os olhos coruscantes e a obra de arte que é, por si só, seu rosto. Enquanto todos a observam em silêncio, com uma espécie de respeito acintoso, tenso e amargo, Zorba faz o único - e melhor - comentário: <i>Boss, it's a big, beautiful, wild widow</i>. É descrição que, na perfeição de sua simplicidade, nem Kazantzakis pensou.</span><br />
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiP5zpTX-MNTqxzrV1MfoOzsfglp2uRSQ8UDbcEVtcoMo6M5-efnsY51sGy6fBagMEvG0MMHIa44i7sHPKgKtWIygOGuxI0KKsMWS9J1IFZDqAE91Px_a01as7378pssWb4k2Tuaa2aI9Hn/s1600/Zorba+Irene+Papas+Anthony+Quinn+%252819%2529.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1440" data-original-width="1045" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiP5zpTX-MNTqxzrV1MfoOzsfglp2uRSQ8UDbcEVtcoMo6M5-efnsY51sGy6fBagMEvG0MMHIa44i7sHPKgKtWIygOGuxI0KKsMWS9J1IFZDqAE91Px_a01as7378pssWb4k2Tuaa2aI9Hn/s640/Zorba+Irene+Papas+Anthony+Quinn+%252819%2529.jpg" width="464" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: small;"><i>Papas: vinte Monalisas trágicas</i></span></td></tr>
</tbody></table>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh58re9ECzPHgnx7OXpusGjTP27vg7nInq6F3baGYIHlNBgMmj563cMG9FtbLmO6KZeTjrXwFvB_FAPbVCEfXJEgzrSklkyRIo727eS2cuRqIIWvmNOUiLY7uSAMftUdxIfht-bzsvaJiBQ/s1600/Zorba+Irene+Papas+Anthony+Quinn+%252830%2529.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="720" data-original-width="920" height="250" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh58re9ECzPHgnx7OXpusGjTP27vg7nInq6F3baGYIHlNBgMmj563cMG9FtbLmO6KZeTjrXwFvB_FAPbVCEfXJEgzrSklkyRIo727eS2cuRqIIWvmNOUiLY7uSAMftUdxIfht-bzsvaJiBQ/s320/Zorba+Irene+Papas+Anthony+Quinn+%252830%2529.jpg" width="320" /></a></div>
<span style="font-size: large;">E pouco depois se inicia o pega-pega de crueldade infantil com o cabrito, só para ver a viúva sofrer. Ela se desespera, outros gargalham, Pavlo tem que ser contido pelo pai, em seu ímpeto de ajudar a viúva, e por fim é Zorba, mais uma vez, que se apieda dela e leva o cabrito para fora. </span><span style="font-size: large;">Ela cospe no chão, para consignar seu nojo de todos ali, e na saída recebe o guarda-chuva de Basil, a quem agradece com um olhar lindo e doce, selando </span><span style="font-size: large;">a partir daquele momento </span><span style="font-size: large;">a atração que existe entre eles.</span><br />
<br />
<span style="font-size: large;">Kakogiánnis, como já foi dito, forjou sua própria obra a partir do <i>Zorba</i> de Kazantzakis, então pode tanto criar - como no caso desta cena e também a cena em que Basil passa a noite com a viúva, sugerida por alto no livro, em paroxismo de sutileza - como pode desbastar o que já existe. Um bom exemplo disso é a cena em que Basil e a viúva se encontram na estrada. Kazantzakis, pra variar, faz escorrer sua prosa perfeita e cria um momento sublime de paixão e romance, utilizando o cabelo da viúva como elemento de extrema sensualidade. Vejamos a narração de Basil:</span><br />
<br />
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: right; margin-left: 1em; text-align: right;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiUDpw10Qy6HSLo1_u7AnPt79g1QbhPGzCdGcwJD0ddcBLIasnWnV4RIQA6r4apRLTxPZ5t24qVb13QQ3XxSTOrvN0smOgxU09Y92jjYO8F5lmJ9sODGx6r0K0aYZo09_UbCcWH2whCGeZe/s1600/Zorba+Irene+Papas+Anthony+Quinn+%252848%2529.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1438" data-original-width="1014" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiUDpw10Qy6HSLo1_u7AnPt79g1QbhPGzCdGcwJD0ddcBLIasnWnV4RIQA6r4apRLTxPZ5t24qVb13QQ3XxSTOrvN0smOgxU09Y92jjYO8F5lmJ9sODGx6r0K0aYZo09_UbCcWH2whCGeZe/s400/Zorba+Irene+Papas+Anthony+Quinn+%252848%2529.jpg" width="281" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: small;"><i>Paixão e timidez</i></span></td></tr>
</tbody></table>
<i><span style="font-size: large;">De repente meus joelhos bambearam. Sob as oliveiras, caminhando com um passo saltitante pela estrada da vila, apareceu em vermelho, com um lenço preto na cabeça, a figura graciosa e de cintura fina da viúva! Sua marcha sinuosa era realmente a de uma pantera negra, e me pareceu que um aroma acre e almiscarado fora destilado no ar. Se eu pelo menos pudesse escapar! Senti que, quando enfurecida, esta fera não teria piedade e que a única coisa a fazer era fugir. Mas como? A viúva se aproximava aos poucos. O cascalho parecia estar sendo esmagando como se um exército estivesse marchando sobre ele. Ela me viu, acenou com a cabeça, seu lenço escorregou e seus cabelos apareceram, brilhando e pretos como azeviche. Ela me lançou um olhar lânguido e sorriu. Os olhos dela tinham uma doçura selvagem. Apressadamente ajeitou o lenço, como se tivesse vergonha de ter me deixado ver um dos segredos mais recônditos da mulher: o cabelo. Eu queria falar com ela, desejar-lhe um feliz ano novo, mas minha garganta estava presa, como no dia em que a galeria ruiu e minha vida esteve em perigo. (...) A viúva parou, esticou o braço e abriu o portão. Eu estava passando por ela naquele momento. Ela olhou em volta e, erguendo as sobrancelhas, direcionou seu olhar para mim. Deixou o portão aberto e eu a vi desaparecer atrás das laranjeiras, balançando os quadris enquanto seguia.</span></i><br />
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhSPOVzCAhfdYoH8R78WVxesl9aKFJDDd0LEMk36Qf7RTkOCvxD_QFKOwJLgalKF0z6iyZ9i5tJ5mEwVqeuKEmxavi6B89WfbtFWHmv7FCe16aAsnXmwfrkiGq83XF68ePGH8JAunVDRmS_/s1600/Zorba+Irene+Papas+Anthony+Quinn+%252860%2529.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="737" data-original-width="458" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhSPOVzCAhfdYoH8R78WVxesl9aKFJDDd0LEMk36Qf7RTkOCvxD_QFKOwJLgalKF0z6iyZ9i5tJ5mEwVqeuKEmxavi6B89WfbtFWHmv7FCe16aAsnXmwfrkiGq83XF68ePGH8JAunVDRmS_/s1600/Zorba+Irene+Papas+Anthony+Quinn+%252860%2529.jpg" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: small;"><i>Sofrimento, esperança e medo/pânico</i></span></td></tr>
</tbody></table>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhKnk6tZOdPo2BFkNRAciPDCKtWaI_dBehGNJdYErudauhqxZnyZOBZxl9mEX5VA6mgRiZAFiPb-zLeKeqIdLqKyxJ-75-LYkwnmQVttENRZG1yqYqaOLsjLazVcu4RrsYoCeyOXX3ejqF9/s1600/Zorba+Irene+Papas+Anthony+Quinn+%252864%2529.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="498" data-original-width="287" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhKnk6tZOdPo2BFkNRAciPDCKtWaI_dBehGNJdYErudauhqxZnyZOBZxl9mEX5VA6mgRiZAFiPb-zLeKeqIdLqKyxJ-75-LYkwnmQVttENRZG1yqYqaOLsjLazVcu4RrsYoCeyOXX3ejqF9/s1600/Zorba+Irene+Papas+Anthony+Quinn+%252864%2529.jpg" /></a></div>
<span style="font-size: large;">O diretor substitui o lirismo da prosa por poesia em movimento. Não há oliveiras, não há portões, o lenço ou a cor de sua roupa não têm relevância, o cabelo não se desprende com o aceno de cabeça e, mais uma vez, ignora-se esse elemento de fera, de predadora, de mulher perigosa e fatal. O que vemos é um casal de adolescentes, explodindo de paixão e sem coragem de fazer qualquer coisa. A mulher não tomará a inciativa mas responderá imediatamente se for abordada. O homem está com o coração pulsando, na ponta da língua, mas é tímido e inseguro demais para agir. Kakogiánnis mostra o rosto dos dois enquanto caminham; suas expressões são um primor de emoção e sentimento. Mas não dessa subjugação sexual implícita da pantera que vai devorar um coelho, ou qualquer coisa do tipo; ele está trêmulo de paixão, transpira, desvia o olhar, tenta fumar seu cigarro e não consegue, joga-o fora, a boca se move mas as palavras não saem. É o retrato perfeito do adolescente diante da mulher por quem está perdidamente apaixonado. Ela, por sua vez, é mais experiente e mantém a serenidade. Tem um passo constante, certeiro, que pode até lembrar uma marcha mas nada tem de marcial; ela também está nervosa e seu olhar é, de fato, lânguido. É onde trai seu sofrimento e sua intensa esperança. Ela entrega seu amor no olhar iluminado, cálido, estival. Absolutamente maravilhoso.</span><br />
<br />
<span style="font-size: large;">Outro bom exemplo de adaptação é a morte da viúva; no livro ela é literalmente decapitada por Mavrandoni e sua cabeça é jogada por ele na porta da igreja. Kakogiánnis teve o bom gosto de evitar algo tão grotesco e no filme ela é apunhalada pelas costas.</span><br />
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjDNPAoDJjvSf0iF0sD6gvhJMLoVkz1Huhyi1Kf1xMWfL3ISW6RTPw4KxfIEkgO35rIE_CedEoTzITG3BaPxDcgfLzYWBko4nDFPtUgHJTifQY7M6pgSLk_kSABIHBilupPgIzD-I8RDiX3/s1600/Michael+Ffolkes+Zorba.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="528" data-original-width="530" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjDNPAoDJjvSf0iF0sD6gvhJMLoVkz1Huhyi1Kf1xMWfL3ISW6RTPw4KxfIEkgO35rIE_CedEoTzITG3BaPxDcgfLzYWBko4nDFPtUgHJTifQY7M6pgSLk_kSABIHBilupPgIzD-I8RDiX3/s1600/Michael+Ffolkes+Zorba.jpg" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i><span style="font-size: small;">Charge do ilustrador britânico Michael Ffolkes</span></i></td></tr>
</tbody></table>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: right; margin-left: 1em; text-align: right;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjVAq82FVsmHvQIpcEWQPbv1Xd6bwN7mD4hZ6aePWzCfh89w0eh9-ZP3aXOBc8tRVPtfs2BygiJ8yla1qE2Qn8nmjmcRkPniDgd8DetQhCpdBL_7mUebQvRcP_PZFK6q1e3l8W-CxJdex27/s1600/kakogiannis+papas+theodorakis.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="480" data-original-width="527" height="290" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjVAq82FVsmHvQIpcEWQPbv1Xd6bwN7mD4hZ6aePWzCfh89w0eh9-ZP3aXOBc8tRVPtfs2BygiJ8yla1qE2Qn8nmjmcRkPniDgd8DetQhCpdBL_7mUebQvRcP_PZFK6q1e3l8W-CxJdex27/s320/kakogiannis+papas+theodorakis.jpg" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: small;"><i>Kakogiánnis, Papas e Theodorákis</i></span></td></tr>
</tbody></table>
<span style="font-size: large;">Há duas cerejas no bolo de <i>Zorba</i>: a primeira é a trilha sonora de Mikis Theodorákis. A composição, bem popular, doce, simples e divertida, tocou tão fundo o coração dos gregos que transformou-se em uma espécie de segundo hino nacional daquele país. A segunda é o <i>syrtaki</i>, a celebérrima dança que Zorba ensina a Basil, no filme. E aqui há infelizmente uma nota triste. Ao contrário do que o resto do mundo pudesse pensar, o <i>syrtaki</i> não era uma dança típica da Grécia; o que aconteceu foi que um produtor do filme estava em uma boate de Atenas e viu um trio de dançarinos executando a curiosa dança, criada por um deles, o coreógrafo Giorgos Provias. O produtor então levou Provias para Chania, em Creta, a fim de ensinar o <i>syrtaki</i> a Anthony Quinn e Alan Bates. O coreógrafo iniciou o trabalho e tudo ia às mil maravilhas até que o empresário do trio, com quem Provias tinha contrato, exigiu da produção de <i>Zorba</i> uma quantia exorbitante para que o coreógrafo continuasse faltando a seus compromissos profissionais e ficasse em Creta.</span><br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: left; margin-right: 1em; text-align: left;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgyUVANv9lkMv1KYZl7cB_oZ-9ebT-zt1p9SX1KLxDKDMYB9uGS6fbfVbXljhZCTtJIfdcNXzNsA_ZG-yJ-0hWJpSZfKmCyml0OIyZuDQ959WNXnWbt30FwTsVtWtDQCOZO_Hr02_81NzHt/s1600/quinn+zorba.jpeg" imageanchor="1" style="clear: left; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1200" data-original-width="961" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgyUVANv9lkMv1KYZl7cB_oZ-9ebT-zt1p9SX1KLxDKDMYB9uGS6fbfVbXljhZCTtJIfdcNXzNsA_ZG-yJ-0hWJpSZfKmCyml0OIyZuDQ959WNXnWbt30FwTsVtWtDQCOZO_Hr02_81NzHt/s320/quinn+zorba.jpeg" width="256" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: small;"><i>Quinn dança o syrtaki</i></span></td></tr>
</tbody></table>
<span style="font-size: large;">O sujeito obviamente estava tentando espremer uma boa grana dos produtores do filme, crente de que eles não poderiam prescindir de Provias. Se enganou redondamente: Provias foi dispensado, voltou para Atenas e o elenco se virou com aquilo que já tinha aprendido. Mas o pior de tudo é que por conta disso o nome do coreógrafo não foi incluído nos créditos do filme e quando o <i>syrtaki</i> viralizou pelo mundo inteiro, como a mais importante dança grega, Provias foi ignorado. Ele viveu para conhecer o sucesso do <i>syrtaki</i>, mas não desfrutou nem do dinheiro e nem da fama a que faria jus, como o criador da dança. Ele foi eventualmente descoberto décadas depois e em algumas entrevistas bastante raras não demonstrou qualquer amargor ou ressentimento com aquela situação. Estava simplesmente feliz de ver o mundo dançando a sua dança. Morreu esquecido e não há sequer um verbete sobre ele na Wikipedia grega.</span><br />
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiOhYMOUryg5G-ACCB-ly3SCsc6qiBPTPc_mIhuB7PuFcmAce0wTA12vLxO55R75bd6CQpWfKs8fqX7JdywrS8z0Hlwzo8dwWjK7NFAq6Zm_fTpSwlrWK8bXEqSbiO7mA41_P80Kb6-xu_V/s1600/Quinn%252C+Lila+Kedrova+and+Irene+with+Cacoyannis+at+the+premiere+of+Zorba+at+the+Theatre+des+Champs+Elysees%252C+Paris%252C+March+4th+1965.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="413" data-original-width="547" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiOhYMOUryg5G-ACCB-ly3SCsc6qiBPTPc_mIhuB7PuFcmAce0wTA12vLxO55R75bd6CQpWfKs8fqX7JdywrS8z0Hlwzo8dwWjK7NFAq6Zm_fTpSwlrWK8bXEqSbiO7mA41_P80Kb6-xu_V/s1600/Quinn%252C+Lila+Kedrova+and+Irene+with+Cacoyannis+at+the+premiere+of+Zorba+at+the+Theatre+des+Champs+Elysees%252C+Paris%252C+March+4th+1965.jpg" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: small;"><i>Quinn, Lila Kedrova, Papas e Kakogiánnis na estréia de Zorba no<br />Theatre des Champs Elysees em Paris, 4 de março de 1965</i></span></td></tr>
</tbody></table>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: right; margin-left: 1em; text-align: right;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEibf9TkwaK5nNJ79BalPVoBykagX7FhtKu2kmJU5R4M_UrVBtnIwHGC5FkjwoprJCqtfSHpWq7jBf6mudo5KRbj7OFm70yS397Z8Qu6hpElnaSvG6dlFzzesj8foC5pEdPry3qjljVMPdvV/s1600/Lila-Kedrova-1.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="742" data-original-width="500" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEibf9TkwaK5nNJ79BalPVoBykagX7FhtKu2kmJU5R4M_UrVBtnIwHGC5FkjwoprJCqtfSHpWq7jBf6mudo5KRbj7OFm70yS397Z8Qu6hpElnaSvG6dlFzzesj8foC5pEdPry3qjljVMPdvV/s400/Lila-Kedrova-1.jpg" width="268" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i><span style="font-size: small;">Lila Kedrova na noite em que venceu o Oscar</span></i></td></tr>
</tbody></table>
<span style="font-size: large;"><i>Zorba</i> estreou na Grécia em 14 de dezembro de 1964 e nos Estados Unidos três dias depois. Foi bem recebido e deu relativo lucro à Fox, mas demorou um pouco para se tornar o sucesso estrondoso que é até hoje. A temporada de prêmios do ano seguinte foi pra lá de decepcionante; Quinn já recebera dois Oscar de Ator Coadjuvante (em 54 e em 57) mas sua performance em <i>Zorba</i> é tão antológica que um terceiro prêmio da Academia parecia certo. A verdade, porém, é que justamente naquele ano ele não foi o único a realizar um trabalho esplêndido. O ator teve que enfrentar concorrentes com quem estava em pé de igualdade, e isso quando não o superavam, como Peter Sellers, em <i>Dr. Strangelove</i>, e especialmente Peter O'Toole, pelo majestoso <i>Beckett</i>. Como estamos falando do Oscar, é claro que nenhum deles ganhou e o prêmio foi para Rex Harrison, por <i>My Fair Lady</i>. Desnecessário ressaltar que o trabalho de Harrison é bom, blá, blá, blá, mas é ridículo que tenha vencido em uma competição com esses três.</span><br />
<br />
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: left; margin-right: 1em; text-align: left;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjDtf-RhvTeuOV_OiA0IhLoZiw6SJC3YiVCh17xvWe8fcCRVkVaDFCsN2T8ndkY-ruC_3ZMrVVWiuGlAbb0Tbu1B97FhgL6c_gAzLAgcX2UFVrWGaXdmJGvWblYCGtVvwpt_94L7Awze-C9/s1600/zorba+musical.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="500" data-original-width="330" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjDtf-RhvTeuOV_OiA0IhLoZiw6SJC3YiVCh17xvWe8fcCRVkVaDFCsN2T8ndkY-ruC_3ZMrVVWiuGlAbb0Tbu1B97FhgL6c_gAzLAgcX2UFVrWGaXdmJGvWblYCGtVvwpt_94L7Awze-C9/s320/zorba+musical.jpg" width="210" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: small;"><i>Cartaz da temporada de Zorba<br />em Chicago</i></span></td></tr>
</tbody></table>
<span style="font-size: large;">Kakogiánnis também foi derrotado em suas três indicações (Melhor Filme, Direção e Roteiro Adaptado). A trilha de Mikis Theodorákis sequer foi indicada. Mais sorte tiveram Lila Kedrova (Melhor Atriz Coadjuvante), Vassilis Photopoulos (Melhor Direção de Arte) e Walter Lassally (Melhor Direção de Fotografia em PB), todos vencedores. No Globo de Ouro, quatro indicações, zero prêmios. E em Cannes o filme deve ter sido <i>hors concours</i> porque não foi indicado a nada.</span><br />
<br />
<span style="font-size: large;">Em 1968 <i>Zorba</i> virou musical da Broadway com libreto de Joseph Stein, músicas da prestigiosíssim</span><span style="font-size: large;">a dupla John Kander/Fred Ebb e direção de Harold Prince. O elenco não trazia ninguém do filme e os papéis foram interpretados por Herschel Bernardi (Zorba), Maria Karnilova (Hortense) e Carmen Alvarez (a viúva), entre outros. As críticas foram mornas e o consenso é de que embora o espetáculo tivesse qualidade e Zorba fosse um personagem divertido, a trama trazia desdobramentos trágicos demais para que virasse um musical. Não obstante, houve algumas remontagens nos anos seguintes.</span><br />
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgfyWO4w0iI3XwATdb_9JY9YBgmYrOHz3mZp5wu0JW84rhaGFFt7S4NP0akvy_sVVfr0a8DtI7HyuCJLoeottopdMfusLYRB08sAN4G_osOpH_YK-pWHFWBRjYiZf66TsamFNtxrlZUHwmS/s1600/zorba+musical+kedriva.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="446" data-original-width="524" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgfyWO4w0iI3XwATdb_9JY9YBgmYrOHz3mZp5wu0JW84rhaGFFt7S4NP0akvy_sVVfr0a8DtI7HyuCJLoeottopdMfusLYRB08sAN4G_osOpH_YK-pWHFWBRjYiZf66TsamFNtxrlZUHwmS/s1600/zorba+musical+kedriva.jpg" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: small;"><i>Kakogiánnis, Quinn e Lila Kedrova no palco de Zorba, 1983</i></span></td></tr>
</tbody></table>
<br />
<span style="font-size: large;">Em 1983 o musical teve um <i>revival</i> histórico: a direção foi de Michális Kakogiánnis e a dupla protagonista foi interpretada por ninguém menos do que Anthony Quinn e Lila Kedrova. Foi uma temporada consagradora e esgotadíssima. Ouvi a trilha sonora dessa montagem; não há realmente nenhuma música excepcional e minha opinião é mais ou menos a mesma dos críticos de 1968. Entretanto, admito que pagaria qualquer quantia para poder ver Quinn e Kedrova reprisando seus papéis ao vivo. O filme e o musical foram as únicas vezes em que Kakogiánnis trabalhou com eles dois.</span><br />
<br />
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: left; margin-right: 1em; text-align: left;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjHmHB5lsGR-jc4hTS1xugw02U8halATrTdA_bUBZ1hVtHveG9ZshGAFufVJGEqVaRQh0BYfVXyuyF38ax69-aA0u6BMFl7mb6-xCuBU_cImbNYoIF9yLnPPrjD2N9SdzLL6L7T1c3E2nNY/s1600/bates+kakogiannis.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="532" data-original-width="800" height="212" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjHmHB5lsGR-jc4hTS1xugw02U8halATrTdA_bUBZ1hVtHveG9ZshGAFufVJGEqVaRQh0BYfVXyuyF38ax69-aA0u6BMFl7mb6-xCuBU_cImbNYoIF9yLnPPrjD2N9SdzLL6L7T1c3E2nNY/s320/bates+kakogiannis.jpg" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i style="font-size: 12.8px;"><span style="font-size: small;">Kakogiánnis dirige Owen Teale, Charlotte Rampling<br />e Alan Bates em The Cherry Orchard,<br />seu último filme, 1999</span></i></td></tr>
</tbody></table>
<span style="font-size: large;"><i>Zorba</i> foi a segunda colaboração de Kakogiánnis e Irene, de seis filmes e um punhado de peças que fariam juntos. Com Alan Bates o diretor trabalhou mais duas vezes: em <i>The Story of Jacob and Joseph</i> (1974), filme para TV que teve a narração do ator, e em <i>The Cherry Orchard</i>, de 1999, adaptação esquecível da peça de Tchekhov na qual Bates fez o papel de Gayev, o irmão da Madame Ranyevskaya. Acabou sendo o último filme do diretor. </span><span style="font-size: large;">Com Mikis Theodorákis também houve seis colaborações: depois de <i>Elektra</i> e <i>Zorba</i> eles uniram esforços em <i>The day the fish came out</i> (1967), <i>The Trojan Women</i> (1971), <i>The Story of Jacob and Joseph</i> (1974) e <i>Ifigeneia</i> (1977). Estiveram juntos em um evento pouco antes da morte do grande diretor, em 2011.</span><br />
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh33TGYztjORG0-r69JDiFnuBdzAOtzUE0Idye3517EF1LT9BHKu3sKKzGfTGgTBxGf7n-X760Yfsq1MUZPHz5XeRH3YcEKgA5wT-QEheSkKSsaX13jnnvTC_ynwILChEIC05mi_hu1TXp2/s1600/theodorakis+kakogiannis.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="325" data-original-width="541" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh33TGYztjORG0-r69JDiFnuBdzAOtzUE0Idye3517EF1LT9BHKu3sKKzGfTGgTBxGf7n-X760Yfsq1MUZPHz5XeRH3YcEKgA5wT-QEheSkKSsaX13jnnvTC_ynwILChEIC05mi_hu1TXp2/s1600/theodorakis+kakogiannis.jpg" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i><span style="font-size: small;">Último encontro dos gênios, 2011</span></i></td></tr>
</tbody></table>
<br />
<div style="text-align: center;">
<span style="font-size: large;"><b style="color: red;"><u>STEPS (1966)</u></b></span></div>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgHqV0MOPsT_WQCZgX3fIebosowKJ10DS56_af1jeUEHHaaqyoVEyR9mTmtl_mFAGpNu7U_Y1GRszT1SS3aNUgwrrKkNHXy8qYKrRzHJ1FTgYsBHQQtMUdLE5gRuBDXJKNA_RMNTG90JyMG/s1600/steps.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" data-original-height="346" data-original-width="451" height="244" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgHqV0MOPsT_WQCZgX3fIebosowKJ10DS56_af1jeUEHHaaqyoVEyR9mTmtl_mFAGpNu7U_Y1GRszT1SS3aNUgwrrKkNHXy8qYKrRzHJ1FTgYsBHQQtMUdLE5gRuBDXJKNA_RMNTG90JyMG/s320/steps.jpg" width="320" /></a></div>
<span style="font-size: large;">Baseado no livro "Joanna and Ulysses", da escritora May Sarton (1912/1995), lançado em 1963, <i>Steps</i> tem direção de Leonard Hirschfield (1928/2008). Joanna (Papas) tem uma vida pacata e sem graça em Atenas. Trabalha em uma loja de roupas sem auferir disso qualquer prazer e está há anos em um casamento sem amor com Mikhail Mavrides (Umberto Orsini), marido que a trata como uma empregada doméstica, não respeita sua inteligência, suas vontades ou seus anseios. Ele, por sinal, não tem uma vida profissional muito melhor; é advogado mas não consegue galgar os degraus do sucesso nessa profissão e é obrigado a complementar o orçamento com um trabalho braçal, carregando caixas. Seu patrão o humilha e ele desconta em Joanna. </span><span style="font-size: large;">Ela, porém, esconde muita coisa. Sendo Mikhail um idiota insensível e frustrado, mal sabe que Joanna é artista, pinta quadros e deseja se lançar no mercado, embora ainda não tenha encontrado um marchand que lhe reconheça o talento.</span><br />
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi0sMLHfO_bWb5c2dqIKV8C5QM-vdJtKYGRBbQ4bZNwdKLEZUM5ez719VcM1U9aBY4SZYkWBUA6Y2oFjYXyj7HlCPLOlAS_3NY68Se-YRMr_AGeO3DQeBxVg-ytl6RYJibN43X0swMDqCpX/s1600/papas+steps+ta+skalopatia+%25285%2529.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="347" data-original-width="457" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi0sMLHfO_bWb5c2dqIKV8C5QM-vdJtKYGRBbQ4bZNwdKLEZUM5ez719VcM1U9aBY4SZYkWBUA6Y2oFjYXyj7HlCPLOlAS_3NY68Se-YRMr_AGeO3DQeBxVg-ytl6RYJibN43X0swMDqCpX/s1600/papas+steps+ta+skalopatia+%25285%2529.jpg" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i><span style="font-size: small;">Joanna (Papas) e Mikhail (Orsini): maltratada pelo marido inútil</span></i></td></tr>
</tbody></table>
<br />
<span style="font-size: large;">Mais grave do que isso é sua história familiar: ela nasceu e viveu sua infância na ilha de Santorini, mas durante a 2ª Guerra seus pais foram surpreendidos por soldados do Eixo durante um piquenique em família. No filme não está claro, mas imagina-se que pertencessem a um grupo de partisans que fazia resistência às ocupações sofridas por Santorini no período, primeiro pelos italianos e depois pelos alemães. Os soldados exigiram informações que o casal se recusou a dar. Eles então se voltaram para Joanna e disseram que se ela não desse as informações eles seriam torturados. A mãe ordenou à filha que não dissesse nada e ela teve que assistir os pais e o irmão sendo supliciados e mortos.</span><br />
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgGGlSCq8VC3va4F63hZXuFICAkR8uBxjPSwHp08Fl9HXP5v91jnicQiRK-hxpHbEVWPdrHLL7FPz9xIVU5Bn2Mn_JOUmzW_AoF778jpl4l7wF9CfAHY4WUnS0C-TdCa5pMJqiMWj8IPDVU/s1600/papas+steps+ta+skalopatia+%25287%2529.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="350" data-original-width="454" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgGGlSCq8VC3va4F63hZXuFICAkR8uBxjPSwHp08Fl9HXP5v91jnicQiRK-hxpHbEVWPdrHLL7FPz9xIVU5Bn2Mn_JOUmzW_AoF778jpl4l7wF9CfAHY4WUnS0C-TdCa5pMJqiMWj8IPDVU/s1600/papas+steps+ta+skalopatia+%25287%2529.jpg" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i><span style="font-size: small;">A caminho de Santorini</span></i></td></tr>
</tbody></table>
<br />
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: left; margin-right: 1em; text-align: left;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhauqB2lx4tZ9duCZWvIWf-njY3bePqL-_UEgQ_qqbmNNrZcvXaygQl4qEXa0jkemMfREhrOb93kZXtKqbVUcwC7PLVrKIpL1oGvGNAH1slRT9vFn5cZZ4WekPJYMFjSjtZNqol4NAzAo4Q/s1600/papas+steps+ta+skalopatia+%25289%2529.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1052" data-original-width="456" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhauqB2lx4tZ9duCZWvIWf-njY3bePqL-_UEgQ_qqbmNNrZcvXaygQl4qEXa0jkemMfREhrOb93kZXtKqbVUcwC7PLVrKIpL1oGvGNAH1slRT9vFn5cZZ4WekPJYMFjSjtZNqol4NAzAo4Q/s1600/papas+steps+ta+skalopatia+%25289%2529.jpg" width="277" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i><span style="font-size: small;">O desafio de 600 degraus</span></i></td></tr>
</tbody></table>
<span style="font-size: large;">Joanna carrega o trauma pelo resto de sua vida e ocasionalmente tem pesadelos. Certo dia sofre um ataque de ansiedade no meio da rua e entra em uma agência de viagens. Quando vê um poster de Santorini ela tem a epifania moral de que deve voltar à ilha para livrar-se do marido, exercitar sua pintura e confrontar o passado. O marido a condena com veemência e ridiculariza sua idéia de viajar. Ela não lhe dá mais ouvidos e embarca para a ilha sem maiores planos. Sua idéia inicial é ficar um mês. Chegando lá ela vê um sujeito (Spyros Fokas) batendo em seu burrico, por ele ter derrubado uma melancia. Horrorizada ela pede para ele parar e se oferece para comprar o burrico; por pura maldade o sujeito lhe cobra 800 dracmas, um valor absurdamente mais alto do que seria o justo, pelo animal. Ela aceita, o que causa estarrecimento ao público que assiste a cena, e ela começa a subir junto ao burrico a escadaria de 600 degraus que leva do porto ao centro turístico de Santorini. O ex-dono do burrico diz, com escárnio, que ela deve montá-lo ou não agüentará a subida, naquele calor. O desafio faz com que Joanna decida ir a pé. E ela faz, andando, o difícil trajeto, recebendo o incentivo dos locais, que resolvem acompanhá-la, sobretudo de Hristo (Takis Emmanuel) e seu filho Nikolas (Costas Mastofos). Os degraus dão nome ao filme e são uma analogia bastante evidente do árduo caminho que ela deve percorrer para organizar sua vida.</span><br />
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi0dW-z6QA_BCkBKTDQmHOnGc_pCohxBLG1g47MYNeu7R3Yaxo6ddeqsnBSWCXAftjtuJvwH8ZSbSu3Hzy0z6LWC8NEixHpjuta-0viHKYC44NXVgSYhrV_1-g1IoqWLxtwxA9SBkd10kN9/s1600/papas+steps+ta+skalopatia+%252811%2529.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="354" data-original-width="459" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi0dW-z6QA_BCkBKTDQmHOnGc_pCohxBLG1g47MYNeu7R3Yaxo6ddeqsnBSWCXAftjtuJvwH8ZSbSu3Hzy0z6LWC8NEixHpjuta-0viHKYC44NXVgSYhrV_1-g1IoqWLxtwxA9SBkd10kN9/s1600/papas+steps+ta+skalopatia+%252811%2529.jpg" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i><span style="font-size: small;">Uma cena marcante: o povo acompanha Joanna e o burrico</span></i><br />
<i><span style="font-size: small;">e torce para ela completar o trajeto</span></i></td></tr>
</tbody></table>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<div style="text-align: right;">
</div>
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: right; margin-left: 1em; text-align: right;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjQwYtHpTnzn6THMu6ScL7LRkg1ShBtiBi1nH03K5FRUybqu3LP02_KiLcMMXeVAMIuGJodqvW9O-l-UoXshcMjTMmK7GwnlmUlA1_yrEBmUeexPG5voYsiHpSbTg5ZSpKf1e3ddKh7gmX-/s1600/papas+steps+ta+skalopatia+%252817%2529.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1269" data-original-width="289" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjQwYtHpTnzn6THMu6ScL7LRkg1ShBtiBi1nH03K5FRUybqu3LP02_KiLcMMXeVAMIuGJodqvW9O-l-UoXshcMjTMmK7GwnlmUlA1_yrEBmUeexPG5voYsiHpSbTg5ZSpKf1e3ddKh7gmX-/s1600/papas+steps+ta+skalopatia+%252817%2529.jpg" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i><span style="font-size: small;">O ar da liberdade</span></i></td></tr>
</tbody></table>
<span style="font-size: large;">Ela passa a noite em uma casa abandonada com o burrico, a quem batiza de Ulysses e de cujas feridas ela cuida. No dia seguinte aluga uma casinha mais próxima ao povoado. Sozinha na praia com Ulysses, pela manhã do outro dia, ela é surpreendida pelo ex-dono do burrico, que pretende violentá-la. O menino Nikolas os observa de longe, sem ser notado, e, para proteger Joanna, derruba a cesta de tomates - os magníficos tomates de Santorini - do sujeito. Ele sai correndo para recolhê-los e Joanna consegue fugir com Ulysses. Dali a pouco ela encontra Nikolas e os dois formam uma inusitada amizade. Gratidão por parte dela, e uma carência materna por parte dele, já que sua mãe morrera no que se imagina ser o terremoto de 1956, em Santorini. À noite, no bar freqüentado pelos locais, o sujeito é humilhado por todos pelo ridículo de ter importunado a mulher e saído às carreiras catando seus tomates. Ele pára de importuná-la.</span><br />
<br />
<span style="font-size: large;">Joanna segue tentando exercitar seu talento artístico, tendo Ulysses e Nikolas consigo o tempo todo. Hristo, entretanto, não vê com bons olhos a amizade, já que ela é considerada simplesmente uma mulher rica e desequilibrada, que largou o marido em Atenas e foi gastar seu dinheiro na ilha. Nada podia estar mais distante da realidade, como pai e filho constatarão logo depois, quando ela visita o lugar onde a família teve seu último piquenique e, em prantos, revela a Hristo o que aconteceu. E o apego a Ulysses, considerado mera excentricidade, é outra analogia, desta vez à maneira como as mulheres são tratadas, em contraponto à maneira como gostariam de ser tratadas. À noite, no bar, ela pede a Hristo que fique com Ulysses quando ela for embora. Ele se sente mal, a princípio, quando os locais - que assistem a conversa - zombam do apego de Joanna pelo burrico. O ex-dono, então, se oferece para comprá-lo de volta com o que sobrou do dinheiro dado por ela, o que deixa Hristo indignado e ele aceita o pedido de Joanna, selando a amizade entre os dois. No dia seguinte ela tenta ir embora mas muda de idéia no último momento e fica em Santorini. Hristo a convida para jantar com ele sua família, o que permite a Joanna experimentar a felicidade simples de estar entre familiares, coisa que ela nunca possuiu com o marido. Ela passa a noite com Hristo.</span><br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjktbVqPdEVUIaGrhPz6w7MgODS3kgZmrEPXTjqqPmVR9VUiVmkogtV4bb9f0y3AULSUonKaZT0ctPQtEeHqDymUBKhsLYI-m9vxCIMy-3pB5q7RtFSO5aQIFDjQPC8J1bZroeToPQY-rYM/s1600/papas+steps+ta+skalopatia+%252843%2529.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1048" data-original-width="457" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjktbVqPdEVUIaGrhPz6w7MgODS3kgZmrEPXTjqqPmVR9VUiVmkogtV4bb9f0y3AULSUonKaZT0ctPQtEeHqDymUBKhsLYI-m9vxCIMy-3pB5q7RtFSO5aQIFDjQPC8J1bZroeToPQY-rYM/s1600/papas+steps+ta+skalopatia+%252843%2529.jpg" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: small;"><i>Vivendo a vida, com Hristo (Takis Emmanuel) e Nikolas (Costas Mastofos)</i></span></td></tr>
</tbody></table>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: left; margin-right: 1em; text-align: left;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgM8f_j18ysiNK9m7nK7PtVS-SQ62QCK47Ckud0hprL8h2HeJ-KyTTiecou4L9onVCDD-2HkCtziYKJ6hEyDSb8zJG9nhWjhwwAr8_pmhljngkz5sC2Ypk6p-mAtiwU5tQ_pqieTJlpjBtY/s1600/papas+steps+ta+skalopatia+%252827%2529.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="453" data-original-width="289" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgM8f_j18ysiNK9m7nK7PtVS-SQ62QCK47Ckud0hprL8h2HeJ-KyTTiecou4L9onVCDD-2HkCtziYKJ6hEyDSb8zJG9nhWjhwwAr8_pmhljngkz5sC2Ypk6p-mAtiwU5tQ_pqieTJlpjBtY/s1600/papas+steps+ta+skalopatia+%252827%2529.jpg" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: small;"><i>Exercitando o lado artístico</i></span></td></tr>
</tbody></table>
<span style="font-size: large;">A essa altura quem começa a se dar conta do que perdeu é Mikhail, sozinho em Atenas e descobrindo finalmente o quanto a vida é pior sem Joanna. Instado pelo amigo Stavros (Vasílis Vasilikós, em <i>cameo</i> que me parece ter ocorrido precisamente quando Z - seu livro sobre o assassinato de Lambrakis - era lançado na Grécia) ele vai até Santorini e confronta Joanna, ao invés de abordá-la com carinho. Os dois tem um diálogo azedo, ela diz tudo o que tem entalado em sua garganta e avisa que ficará lá permanentemente. Ele responde com um desaforo e vai embora. Como só pode pegar o barco de volta no dia seguinte, Mikhail vai ao bar dos locais à noite. O ex-dono do burrico percebe que ele é o marido de Joanna e o provoca, fazendo-lhe sinais de chifres, sinalizando que ele foi traído pela mulher. Mikhail tenta agredi-lo mas já bebeu demais e apanha. Joanna aparece quando ele está no chão, humilhado por todos, e o leva dali. Eles dormem no mesmo quarto, mas em camas separadas, e durante a madrugada ele pede desculpas a ela. Pela manhã ele lhe deixa um envelope com dinheiro e vai embora. Joanna acorda pouco depois, vê o envelope e vai atrás dele, chegando ao porto a tempo de voltar com o marido a Atenas.</span><br />
<br />
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: right; margin-left: 1em; text-align: right;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgVb7ijFQPJzVMkNCUrDaIxvTjad1vHpq_QBAZDQ9HAc-c0DUAL9QgKQswVBXKN03pIWTW6_hEu8B4UvvffdSGnCFNWhnuRtoHX-Gc_aie8sKWgcT4Nd0USFTESRiAwG9jmOc3s-tQKhtZm/s1600/Joanna+and+Ulysses.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="747" data-original-width="480" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgVb7ijFQPJzVMkNCUrDaIxvTjad1vHpq_QBAZDQ9HAc-c0DUAL9QgKQswVBXKN03pIWTW6_hEu8B4UvvffdSGnCFNWhnuRtoHX-Gc_aie8sKWgcT4Nd0USFTESRiAwG9jmOc3s-tQKhtZm/s400/Joanna+and+Ulysses.jpg" width="256" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i><span style="font-size: small;">Primeira edução de Joanna and Ulysses</span></i></td></tr>
</tbody></table>
<span style="font-size: large;">É um filme estranhíssimo. Leonard Hirschfield e Edwin T. Kasper (o produtor) eram figuras desconhecidas, tendo o primeiro um ou outro crédito no circuito independente, e sabe-se lá por qual razão o livro de May Sarton lhes caiu às mãos. Não li o conto então não tenho como comentar mas acho no mínimo decepcionante que uma escritora lésbica, respeitada pela inteligência e pelo vanguardismo de seus pontos de vista, escrevesse estória tão rasa e tão machista. Ou o livro teve uma adaptação porca e conservadora de Glenn P. Wolfe (outror ilustre desconhecido), ou May Sarton não quis cutucar a ferida dos valores tradicionais do patriarcado. Joanna é jovem, linda, talentosa e sua vida só não decola porque carrega nas costas o marido fracassado e estúpido. Com grande esforço ela se liberta e conhece uma existência pacata e gratificante em Santorini. Mas basta o sujeito aparecer com um pedido pífio de desculpas (mesmo depois de insultá-la mais uma vez, no dia anterior) e ela volta como se tudo tivesse sido resolvido. O desfecho é frustrante e revela que Joanna não aprendeu nada e segue presa às piores convenções de sua época. Poderia ser um libelo feminista - e precursor de peças como <i>Shirley Valentine</i>, que repisam o mote da mulher infeliz que utiliza uma praia paradisíaca na Grécia para reconstruir seu casamento de merda - mas acaba tendo o efeito contrário: a conclusão é que a mulher só pode ser feliz com o marido, mesmo num relacionamento evidentemente abusivo. De uma forma ou de outra, o roteiro é ruim. E a vantagem do elenco grego (com exceção de Umberto Orsini) se perde no fato de que nenhum deles falava bem o idioma.</span><br />
<br />
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: left; margin-right: 1em; text-align: left;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjzCGoz4VR_UKrFi569hBy_3bWMssowaVivAymVXYtdj19HW3H0oPevE10uGenxtR6nbD9fJlAwR4E_9d6_liiadhCGzLmSHBOeqUB0RzZF76XTm_VyI_EMLmIsLNPYLnDZl_axEesIwRdo/s1600/papas+steps+ta+skalopatia+%252832%2529.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="632" data-original-width="548" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjzCGoz4VR_UKrFi569hBy_3bWMssowaVivAymVXYtdj19HW3H0oPevE10uGenxtR6nbD9fJlAwR4E_9d6_liiadhCGzLmSHBOeqUB0RzZF76XTm_VyI_EMLmIsLNPYLnDZl_axEesIwRdo/s400/papas+steps+ta+skalopatia+%252832%2529.jpg" width="346" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: small;"><i>Takis Emmanuel (Hristo), Umberto Orsini (Mikhail),<br />Spyros Fokas e o cameo inusitado de<br />Vasílis Vasilikós (Stavros)</i></span></td></tr>
</tbody></table>
<span style="font-size: large;">Pelo lado positivo, são todos bons atores. Papas, como sempre, está linda e mesmo chegando aos 40 anos parece uma aluna do Ensino Médio. Repete-se o efeito de <i>Gorke Trave</i>: mesmo medíocre, <i>Steps</i> é tolerável por trazer a atriz em quase todas as cenas. E algumas delas conseguem ser memoráveis graças a ela. A seqüência inicial de sua caminhada por Atenas, enquanto lêem-se os créditos ao som da balada cantada por Vida Bendix, é bonita. Da mesma forma é marcante sua penosa subida pelos degraus da escadaria de Santorini. E sua cena dançando sozinha no quarto penumbroso, acompanhando a gostosa bulha a que os homens se entregam no bar, é o único momento verdadeiramente comovente do filme. A fotografia de Peaslee Bond para Santorini é linda e por vezes me pegunto se o governo grego não pagou aos norte-americanos para que o projeto fosse uma propaganda da ilha, que ainda sofria as conseqüências do terremoto de 1956. Outro ponto inusitadamente positivo é a ótima trilha composta pelo grande Manos Hadjidakis (1925/1994), cuja qualidade é muito superior ao filme.</span><br />
<br />
<span style="font-size: large;">O <i>timing</i> da produção não poderia ter sido pior. A produção é de 1966 mas, com o golpe militar na Grécia, <i>Steps</i> acabou engavetado até 1970, quando foi finalizado. Não me consta sequer que tenha sido lançado comercialmente. Nunca vi seu cartaz e no IMDB consta o nome grego - <i>Ta Skalopatia</i> (Τα σκαλοπάτια) - embora seja uma produção primordialmente norte-americana, falada em inglês. E pra coroar seu obscurantismo, <i>Steps</i> não existe nem em VHS, nem em DVD.</span><br />
<br />
<div style="text-align: center;">
<span style="font-size: large;"><b style="color: red;"><u>HIGH SEASON (1987)</u></b></span></div>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgoy94jJdXNw5Hwy4EDLy470KroBWsK9rUZW3owJoIumIsCny3xNV6qTpXEv_m2TXq6pln-2aQVzRi_ldPelRGnJi24VAhajLRAyBGNDL-OadLqr6kqxn57TEbWOYQGies_KFSCyvkg3exa/s1600/poster.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" data-original-height="720" data-original-width="480" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgoy94jJdXNw5Hwy4EDLy470KroBWsK9rUZW3owJoIumIsCny3xNV6qTpXEv_m2TXq6pln-2aQVzRi_ldPelRGnJi24VAhajLRAyBGNDL-OadLqr6kqxn57TEbWOYQGies_KFSCyvkg3exa/s400/poster.jpg" width="266" /></a></div>
<span style="font-size: large;">Dói na alma ter que comentar algo tão ruim. Clara Peploe e seu irmão Mark - respectivamente esposa e cunhado de Bernardo Bertolucci - escreveram esta bosta. Clara dirigiu. A ação se passa na praia de Lindos, em Rodes. Yanni (Paris Tselios) muda o nome tradicional grego de sua loja de <i>souvenirs</i>, para "Lord Byron", a fim de agradar os visitantes ingleses e atrair mais turistas. O nome da loja era uma homenagem a seu falecido pai, e a mudança enfurece sua mãe, Penelope (Papas). Como se isso não bastasse Yanni tem a idéia de mandar construir uma estátua em frente à loja, para homenagear "o turista desconhecido". Encomenda o monumento a um artista inglês, Patrick (James Fox). Katherine (Jacqueline Bisset), ex-esposa de Patrick, é fotógrafa e mora há anos em Lindos com a filha de ambos. Ela acaba de lançar um livro com fotografias da Grécia mas sua situação financeira não é boa. Ela recebe a visita de seu amigo antiquário, Sharpey (Sebastian Shaw), e comunica a ele que um americano demonstrou interesse em comprar um vaso que foi presente de Sharpey. Ele afirma que o vaso não tem real valor e logo se dá conta de que Konstantinis (Robert Stephens), o antiquário responsável pelo negócio, está armando uma mutreta para vender gato por lebre. E como Katherine ganhará uma pequena fortuna com o negócio, tirando-a de seu apuro financeiro, Sharpey decide ajudar. Só que a coisa vai por água abaixo por culpa de um casal de turistas idiotas, Rick (Kenneth Branagh) e Carol (Lesley Manville), que na festa de comemoração pela venda do vaso, acabam quebrando-o.</span><br />
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg-RYyiP0CrUa_FR-yTxDB8MupPnN48x72GMPF0pPfpd3VTCouXsJV4ec5BDzz3co1JL9Yw2bfJpzUGeG8agrUFtLHCp499761jvsl8MzRJUSnvsTRDHGYnwWfThuttiEbPHcJvgIrHM_pU/s1600/eirini-papas-570.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="321" data-original-width="524" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg-RYyiP0CrUa_FR-yTxDB8MupPnN48x72GMPF0pPfpd3VTCouXsJV4ec5BDzz3co1JL9Yw2bfJpzUGeG8agrUFtLHCp499761jvsl8MzRJUSnvsTRDHGYnwWfThuttiEbPHcJvgIrHM_pU/s1600/eirini-papas-570.jpg" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i><span style="font-size: small;">Bisset e Papas</span></i></td></tr>
</tbody></table>
<br />
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: left; margin-right: 1em; text-align: left;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhBSN0y1HG9NO0cs9IV94QFEwOhKCYhndPdI1qhfM_Pc-o-vwC4nwmLtHwbHryX6vD44XkPKL7zP6SKR0qeCa9YKhAi-w9m-qfOQD5Ghk9urUQ5zWc0mxLdGPqB2pM_8o9LngVgLN4eE_ZK/s1600/high+season+papas+%25287%2529.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="448" data-original-width="622" height="230" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhBSN0y1HG9NO0cs9IV94QFEwOhKCYhndPdI1qhfM_Pc-o-vwC4nwmLtHwbHryX6vD44XkPKL7zP6SKR0qeCa9YKhAi-w9m-qfOQD5Ghk9urUQ5zWc0mxLdGPqB2pM_8o9LngVgLN4eE_ZK/s320/high+season+papas+%25287%2529.jpg" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i><span style="font-size: small;">Brannagh e Papas</span></i></td></tr>
</tbody></table>
<span style="font-size: large;">Bisset, bêbada, tem um affairzinho de uma noite com Rick (pensando tratar-se de Patrick) e Carol, que é fã da poesia de Byron, terá um crush em Yanni. No dia da inauguração do monumento (uma estátua ridícula de um boneco segurando uma câmera), Penélope se veste com o que parecem ser os paramentos de Laskarina Bouboulina (quiçá uma brincadeira com a heroína grega do século XIX, interpretada por Papas em filme de 1959), monta em um burrico, munida de uma espingarda, e enquanto Carol tenta ler versos de Byron para o pequeno público que acompanha o evento, ela passa com o burrico e dá um tiro na cabeça da estátua. No fim, descobre-se que Sharpey havia sido um espião a serviço da URSS durante a segunda guerra e que Rick é da Scotland Yard e está lá para prendê-lo. Mas o governo inglês não quer reabrir essa ferida e ao invés da prisão, decide pela deportação de Sharpey para a Bulgária. Antes de ir ele dá o vaso verdadeiro para Katherine e o próprio Konstantinis acaba gerenciando o negócio, só que desta vez com o vaso que é realmente valioso. O filme termina com Yanni iniciando a construção de uma estátua que, segundo ele, será maior do que o lendário Colosso de Rodes (o nome da vila - Lindos - por sinal, homenageia o artista Carés de Lindos, que construiu a famosa estátua de Hélios, com trinta e três metros de altura, aniquilada por um terremoto dois séculos a.C.). Mas só fez o pé, e a última cena é de Penélope às gargalhadas em frente ao pé gigante.</span><br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhwmOJwQflchLH5F2s1vc1gpG-WkgII_xaY9sP1ydjtIb7L75CBOOkUFN9ZZvz28-qvj5hVj69fWL3mcDXd1IootErNOodY-6ni8qMelSCGFiM4TNRhe5L4Q0z_x8skbXGfB0Ju-Lo89a_l/s1600/high+season+papas+%25281%2529.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="973" data-original-width="530" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhwmOJwQflchLH5F2s1vc1gpG-WkgII_xaY9sP1ydjtIb7L75CBOOkUFN9ZZvz28-qvj5hVj69fWL3mcDXd1IootErNOodY-6ni8qMelSCGFiM4TNRhe5L4Q0z_x8skbXGfB0Ju-Lo89a_l/s1600/high+season+papas+%25281%2529.jpg" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i style="font-size: 12.8px;"><span style="font-size: small;">Papas: talento, beleza, classe e dramaticidade jogados no lixo</span></i></td></tr>
</tbody></table>
<br />
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: right; margin-left: 1em; text-align: right;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg32zTkbwEsA2mogwsUL8PTH1OmEhBp7gfvMgvpAxT79lV-SVTHzQH3Jb2zWk75VVeSpbFdFXZtG4R4hyphenhyphenc1LEjX2w9rvIoFU55vWlxzxg5njBaSObh82dVQUXMrkZymbLEp4WzoiNrE_N45/s1600/s-l500+%25281%2529.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="466" data-original-width="345" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg32zTkbwEsA2mogwsUL8PTH1OmEhBp7gfvMgvpAxT79lV-SVTHzQH3Jb2zWk75VVeSpbFdFXZtG4R4hyphenhyphenc1LEjX2w9rvIoFU55vWlxzxg5njBaSObh82dVQUXMrkZymbLEp4WzoiNrE_N45/s1600/s-l500+%25281%2529.jpg" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i><span style="font-size: small;">Penélope (Papas) a caminho de destruir a estátua,<br />em foto promocional de High Season</span></i></td></tr>
</tbody></table>
<span style="font-size: large;">Um dos pontos mais baixos da carreira de Irene. A história é confusa e cretina. As piadas não tem um pingo de graça. Nem Lindos ajuda na digestão deste tijolo. Em 1987 Irene trabalhou com Kakogiánnis (<i>Sweet Country</i>), com Francesco Rosi (<i>Cronaca di una morte anunciatta</i>) e na boa produção da TV italiana <i>Un bambino di nome Gesù</i>. Me foge a razão para que ela manchasse seu currículo anual com esta chanchada deplorável. Kenneth Branagh tinha vinte e sete anos e este foi seu primeiro filme no cinema. Está perdoado pelo mico. Mas Irene não precisava. Em todo caso, ela sempre trabalhou sem parar e essa foi provavelmente a razão para aceitar algo tão péssimo. Ela faz pela undécima vez o papel de mãe sofredora e deve ter meia dúzia de falas o filme inteiro. Suas cenas são constrangedoras. James Fox faz o papel de um conquistador de meia idade. Com quase cinqüenta anos, <i>baggie pants</i>, tênis verdes com cadarços vermelhos e camisas folgadas e abertas, ele parece um velho afeminado, com o figurino mais cafona e lamentável da década de 80. Resta Jacqueline Bisset, protagonista única, que esbanjava beleza e sensualidade aos quarenta e três anos. E era o que se esperava dela. Mas não é o suficiente para tornar aceitável esta merda dos irmãos Peploe. Difícil acreditar que no ano seguinte Mark dividiria com Bertolucci o Oscar de Melhor Roteiro, por <i>The Last Emperor</i>.</span><br />
<br />
<div style="text-align: center;">
<span style="font-size: large;"><b style="color: red;"><u>ISLAND (1989)</u></b></span></div>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhrf-hMt64fXNMilFo166K1wjz9iLoT2ciYWVzTHLrlaIQa7i9Lgeokk7TTjs81SIeoj6QkA3KSuQaQuzSxQX4kl4NvLMRZBv4pKxpBMVl7K721Ae4QQ0cTdmgBIDowFz_D6wZFp82e1HnM/s1600/poster.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="721" data-original-width="500" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhrf-hMt64fXNMilFo166K1wjz9iLoT2ciYWVzTHLrlaIQa7i9Lgeokk7TTjs81SIeoj6QkA3KSuQaQuzSxQX4kl4NvLMRZBv4pKxpBMVl7K721Ae4QQ0cTdmgBIDowFz_D6wZFp82e1HnM/s400/poster.jpg" width="276" /></a></div>
<span style="font-size: large;"><i>Island</i> se passa em Astypalaia, uma das ilhotas no Dodecaneso, sudeste do Mar Egeu, próximo à Turquia. Conta a história da tcheca Eva (Eva Sitteová), que largou seu marido e sua vida confortável na Austrália, foi para a Grécia e decidiu passar um tempo ali, refletindo sobre sua infelicidade. Lá encontra Sahana (Anoja Weerasinghe), jovem natural do Sri Lanka. A bengali tem uma história complicada: é casada com um político de seu país mas ele vinha sendo ameaçado de morte se não largasse a política. Eles então saem de seu país e vão para essa ilha, a fim de espairecer e pensar no rumo a tomar. Só que depois de três dias ele volta a seu país em segredo e deixa Sahana sozinha, com a recomendação única de que fique na ilha até ele vir buscá-la. E isso ocorreu quase um mês antes de Eva chegar. Por fim temos Marquise (Papas), uma mulher experiente, calejada pelos golpes da vida, e que apesar de momentos de tristeza e de uma postura por vezes dessensibilizada diante das dificuldades, é generosa, solidária, mantém sua personalidade espalhafatosa (característica que se amplifica quando ela bebe), seu bom humor contagiante, e ganha a vida pintando quadros. Além delas há os locais, com destaque para os irmãos surdos e mudos Michalis (Michael Psaris), dono do bar freqüentado por todos, e Yannis (Chris Haywood), o faz-tudo que ajuda Eva a se instalar e desenvolve um singelo crush pela moça.</span><br />
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiTID7qnvASbAecSSc4yvKuDCcSJRqaO0_c3TUMb93H71ZbBUzYYTuSs1Gi_QyT8o4aGV8tneFQrJS0Y5JZhvKcaXyL5H6omgg-ra4FqZs2IhjQjD51vk70PsR3w0_XnUxGQPgF43oHY5tB/s1600/Island+Irene+Papas+%25282%2529.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="324" data-original-width="509" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiTID7qnvASbAecSSc4yvKuDCcSJRqaO0_c3TUMb93H71ZbBUzYYTuSs1Gi_QyT8o4aGV8tneFQrJS0Y5JZhvKcaXyL5H6omgg-ra4FqZs2IhjQjD51vk70PsR3w0_XnUxGQPgF43oHY5tB/s1600/Island+Irene+Papas+%25282%2529.jpg" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: small;"><i>Marquise (Papas), Eva (Eva Sitteová) e Sahana (Anoja Weerasinghe)</i></span></td></tr>
</tbody></table>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: right; margin-left: 1em; text-align: right;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhENDsINEzxaLUtU9bQ7qqT778N5V7xJYUPOhPmug157TsWIDuvJoY-TQOsQteGBItOHCewC6r4jnEOu4NZL8Ie4bYLR_WFyImkwye1ZCE2r9Hs-AcsNSpv93LTycB9roZwkOYKOGeskcYk/s1600/Island+Irene+Papas+%252813%2529.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="748" data-original-width="312" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhENDsINEzxaLUtU9bQ7qqT778N5V7xJYUPOhPmug157TsWIDuvJoY-TQOsQteGBItOHCewC6r4jnEOu4NZL8Ie4bYLR_WFyImkwye1ZCE2r9Hs-AcsNSpv93LTycB9roZwkOYKOGeskcYk/s1600/Island+Irene+Papas+%252813%2529.jpg" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: small;"><i>Eva (Eva Sitteová) e Marquise (Papas)</i></span></td></tr>
</tbody></table>
<span style="font-size: large;">Uma vez apresentadas elas ficam amigas e em suas conversas vamos conhecendo os dramas de cada uma, utilizando as bonitas reentrâncias da ilha como cenário; Eva é esposa de um médico bem-sucedido mas o sucesso fez com que ele se afastasse dela. Infeliz, ela se retrai, fica deprimida e começa a procurar a satisfação momentânea das drogas. Na ilha se aproximará imediatamente de um francês (François Bernard) que é o responsável pela venda de tóxicos por lá, ainda que Marquise a tenha alertado anteriormente de que ele é um "lixo". Na extrema dificuldade de fazer ligações telefônicas para o Sri Lanka, Sahana passa os dias rezando e pedindo a volta de seu marido. Tem a amizade ocasional de um turista, Henry (Norman Kaye), que se apieda de sua situação e procura estar presente quando ela precisa de alguma coisa. E Marquise lamenta o destino de Sahana, pois - tendo perdido inúmeros parentes da pior maneira, durante a segunda guerra - ela já não aceita mais que alguém dê a vida por seu país. Perguntada por Eva se tem filhos, ela responde que "teve", no pretérito, como se ele já estivesse morto ou não tivesse mais qualquer contato com ela. E de fato o assunto morre ali. Só o que importa, segundo Marquise, é o amor, e nada mais. Seus quadros são feios, mas retratam aquilo que ela vê, a sua visão particular do mundo e das pessoas. E ela consegue mascarar sua solidão com uma positividade permanente, que faz bem a ela e aos outros. Michalis a descreve de forma correta à Eva, através de sinais, dando a entender que seu coração é enorme mas seu cérebro é pequeno. </span><br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgdTJrZEwG-GcFwTjQK87VaIXrA-5CDJQ10aHEpAuPZalqwotknA3a1rFsLMMnAZK9Km6W6qp9Wt5t4r42-agX9Zq_NLKawAtN6kc56ghYfnZvrp_KvZtpOJFbHUbTsA1u5IgbmZ02LE3LV/s1600/Island+Irene+Papas+%252856%2529.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="349" data-original-width="539" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgdTJrZEwG-GcFwTjQK87VaIXrA-5CDJQ10aHEpAuPZalqwotknA3a1rFsLMMnAZK9Km6W6qp9Wt5t4r42-agX9Zq_NLKawAtN6kc56ghYfnZvrp_KvZtpOJFbHUbTsA1u5IgbmZ02LE3LV/s1600/Island+Irene+Papas+%252856%2529.jpg" /></a></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgUTkowXRotz-mHk1XMgMNJjn0qEhrm2dV_aqM5fYxNBpUMEpV1XFF4itYFzBPPIrn6BAX-RqVYtujsCf9RAZvU5-Bqo74pribeziAW7Xn6uDN1i-LanpbMBZSgG49pze_Pp6U4e_oT3Te_/s1600/Island+Irene+Papas+%252859%2529.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="346" data-original-width="545" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgUTkowXRotz-mHk1XMgMNJjn0qEhrm2dV_aqM5fYxNBpUMEpV1XFF4itYFzBPPIrn6BAX-RqVYtujsCf9RAZvU5-Bqo74pribeziAW7Xn6uDN1i-LanpbMBZSgG49pze_Pp6U4e_oT3Te_/s1600/Island+Irene+Papas+%252859%2529.jpg" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i><span style="font-size: small;">Marquise: afastando a depressão com perene bom humor</span></i></td></tr>
</tbody></table>
<br />
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: left; margin-right: 1em; text-align: left;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhCO6X7GZjYq-HlsgrpTGnBSBfKy-N57AVGlDxumxS-amNlarR4elrgwS_mHXhL2_rC_QrmmuHv_Ch39uGTD-BmrvfPipZZLBHtuvxMMWV_gC8ELyc7lPzcxqrwaSGGuEQvcguMXX01g4WU/s1600/Island+Irene+Papas+%252833%2529.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="776" data-original-width="321" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhCO6X7GZjYq-HlsgrpTGnBSBfKy-N57AVGlDxumxS-amNlarR4elrgwS_mHXhL2_rC_QrmmuHv_Ch39uGTD-BmrvfPipZZLBHtuvxMMWV_gC8ELyc7lPzcxqrwaSGGuEQvcguMXX01g4WU/s1600/Island+Irene+Papas+%252833%2529.jpg" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i><span style="font-size: small;">Marquise (Papas) e Sahana (Anoja Weerasinghe)</span></i></td></tr>
</tbody></table>
<span style="font-size: large;">Na primeira vez em que se injeta com o que lhe foi vendido pelo francês, Eva não aparece em sua porta, pela manhã e Yannis, que chegara para pintar a casa, preocupa-se com o sumiço da moça. Ele resolve entrar na casa pela janela superior e encontra Eva desacordada. Ele a cuida até que esteja melhor. Nos dias seguintes Eva procura endireitar a vida e se afastar das drogas, com recaídas aqui e ali. O traficante francês vai se tornando cada vez mais abusivo e ganancioso. Em uma das ocasiões em que perturba Eva por dinheiro, Yannis encontra o local onde o traficante esconde suas drogas, pega o pacote e o joga no mar. O francês tem um ataque histérico, vai até a casa de Eva, revira tudo, acreditando ter sido ela que lhe roubou a droga, e quando não acha nada, é obrigado a ir embora. Por um período Eva fica entre a calma e a fissura. O conforto vem de Marquise e Sahana, dos irmãos surdos e mudos e de nativos que ela encontra acidentalmente, como a família de idosos da mulher que a salva naquilo que parecia ser uma tentativa de suicídio, quando Eva observa o mar na ponta de um despenhadeiro. A tranqüilidade acaba quando o francês volta durante a noite e vai direto até a casa de Eva. A cena não está totalmente clara mas o que parece é que ele tenta agarrar e subjugar Eva mas no desforço ele acaba caindo pela janela e morre na queda. Yannis e o barqueiro do local se encarregam de jogar o corpo no fundo do mar.</span><br />
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi7jWozrOtvuel3KInU5seDcmPRBTFlQKIRlp3sWEecQgeDi1HrGHs_67SeBvbB7TMobTyyr5Do6P7UHUW2T7NP18j9koA3NNCVN4Vc-ZhLnZCuX4jjdcNsOaCgQIkceoejPNP-UM2qP9Al/s1600/Island+Irene+Papas+%252815%2529+-+Copia.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="936" data-original-width="541" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi7jWozrOtvuel3KInU5seDcmPRBTFlQKIRlp3sWEecQgeDi1HrGHs_67SeBvbB7TMobTyyr5Do6P7UHUW2T7NP18j9koA3NNCVN4Vc-ZhLnZCuX4jjdcNsOaCgQIkceoejPNP-UM2qP9Al/s1600/Island+Irene+Papas+%252815%2529+-+Copia.jpg" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: small;"><i>Papas: expressiva</i></span></td></tr>
</tbody></table>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhcBXHdLTxnhU5yB9JLr96yBBUsMTyz92wz4SD-Vh3qSTXSqC74GaochKnfsHu5eLfbPLgb9OATQ5iG260AqaYA9QPPrgeQsKqrAg6qrpBOZvBjBvWMRIc7zCGipoe8Ue6aADOqgCywPmIk/s1600/Island+Irene+Papas+%252868%2529.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" data-original-height="746" data-original-width="315" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhcBXHdLTxnhU5yB9JLr96yBBUsMTyz92wz4SD-Vh3qSTXSqC74GaochKnfsHu5eLfbPLgb9OATQ5iG260AqaYA9QPPrgeQsKqrAg6qrpBOZvBjBvWMRIc7zCGipoe8Ue6aADOqgCywPmIk/s1600/Island+Irene+Papas+%252868%2529.jpg" /></a></div>
<span style="font-size: large;">Quando imaginamos que o pior já passou, Sahana recebe um telefonema do Sri Lanka avisando-lhe que seu marido foi assassinado. Arrasada e em prantos, ela decide voltar a seu país. Eva resolve ficar e toda a seqüência final é a partida de Sahana no Nereus, navio que a levará da ilha.</span><br />
<br />
<span style="font-size: large;">Há um paralelo pequeno e distante entre <i>Island</i> e o antigo <i>Steps</i>, no sentido de que são histórias relativamente simples de superação que tem uma ilha grega como pano de fundo (sem falar que Marquise, assim como Joanna, é pintora). E neste caso o filme de Leonard Hirschfield leva a melhor. Porque embora bobo e machista, o enredo de <i>Steps</i> é a micro-odisséia de uma única mulher, e as pessoas com quem ela vai conviver nesse período, então por pior que seja, é mais fácil espremê-la em uma hora e meia. Já no caso de <i>Island</i>, personagens e situações se atropelam e são inúmeras as tramas que não se resolvem. Levando em conta o teor novelesco dos problemas enfrentados pelas mulheres, é possível que uma série de dois ou três capítulos funcionasse melhor. Tal como se apresentam no filme, as conversas entre as três, que deveriam revelar traços da personalidade de cada uma delas, são superficiais e não revelam nada. Marquise, sobretudo, é um personagem que imaginamos riquíssimo, cheio de alegrias e tristezas. Aquela mulher que viu tudo, viveu tudo, foi ao inferno e voltou. E no entanto pouco sabemos sobre ela e o filme termina sem que nada seja explicado.</span><br />
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgmBlCHQ8-FJU_uVqnIe7BPZL3YC0Su6zqYphnIvNHe8UsEpzxruZBPYPRyNgO-awhsd3FcGS4xBJfr9ffws9Kz6jaPl3MMehchVwaAIN20HoAC8jzT-OMFVA7-Z99TrrftDfwDq_E1INbo/s1600/Island+Irene+Papas+%252875%2529.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="402" data-original-width="532" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgmBlCHQ8-FJU_uVqnIe7BPZL3YC0Su6zqYphnIvNHe8UsEpzxruZBPYPRyNgO-awhsd3FcGS4xBJfr9ffws9Kz6jaPl3MMehchVwaAIN20HoAC8jzT-OMFVA7-Z99TrrftDfwDq_E1INbo/s1600/Island+Irene+Papas+%252875%2529.jpg" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: small;"><i>Pintora, novamente</i></span></td></tr>
</tbody></table>
<br />
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: left; margin-right: 1em; text-align: left;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjIXA9jFmJazJH9cvpGyL1JvXlQ-ovU9d7Qo1B9VOvAghz1I9qjqqbqhtGdas2ZNFFUSbpu_0sopougj4kZTa57nsRLADC5UweZKz9wijr8P48hRR4UqMW7E6KMVizEWi-X0vFExJyRgMyV/s1600/Island+Irene+Papas+%252857%2529.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="488" data-original-width="313" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjIXA9jFmJazJH9cvpGyL1JvXlQ-ovU9d7Qo1B9VOvAghz1I9qjqqbqhtGdas2ZNFFUSbpu_0sopougj4kZTa57nsRLADC5UweZKz9wijr8P48hRR4UqMW7E6KMVizEWi-X0vFExJyRgMyV/s1600/Island+Irene+Papas+%252857%2529.jpg" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i><span style="font-size: small;">Cuidando de Eva</span></i></td></tr>
</tbody></table>
<span style="font-size: large;">Sahana é monodimensional; está sofrendo pela ausência do marido e só. Pouquíssimo se fala do Sri Lanka ou de suas mulheres - tema riquíssimo que podia e devia ter sido explorado - e portanto não vejo a necessidade de que <i>Maajhe maajhe tabo dekha paai</i>, de Rabindranath Tagore, seja martelado como um mantra por vários minutos, tanto na seqüência inicial quanto na final. É outro ponto a favor de <i>Steps</i>, que não ficou meramente na contemplação das belezas naturais de Santorini e adicionou a estupenda trilha de Manos Hadjidakis (a título de curiosidade, quem se encontra nos créditos como produtor associado de <i>Island</i> é ninguém menos do que o velho Takis Emmanuel).</span><br />
<br />
<span style="font-size: large;">E quanto à Eva, sentimos seu desespero mas não nos conectamos com ele. Sua história é rasa demais. Ela é uma jovem cujo casamento naufragou. Crise existencial de uma mulher com trinta anos, branca, bonita e rica. É muito pouco. Seria necessária mais meia dúzia de desgraças para que começássemos a nos identificar com sua depressão. Até o <i>breakdown</i> de Yannis é mais crível, quando consideramos suas limitações e a circunstância de ser - como bem observa Marquise - um vulcão reprimido de energia afetiva e sexual.</span><br />
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgflyX6t43ARGLQwOipRlMS-Qs7_mq8jE-QmrnF6-WT8p8N7eQMuZDvo2d3fjbU9NdEFDSNhUSQYGzIzyE1OIO1FI0-atgooKZZj7sZ9Nuo-JfL9kbJPCbVoHOyy9gBxY0ww0Y_nE0bkVVE/s1600/Island+Irene+Papas+%252865%2529.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="403" data-original-width="539" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgflyX6t43ARGLQwOipRlMS-Qs7_mq8jE-QmrnF6-WT8p8N7eQMuZDvo2d3fjbU9NdEFDSNhUSQYGzIzyE1OIO1FI0-atgooKZZj7sZ9Nuo-JfL9kbJPCbVoHOyy9gBxY0ww0Y_nE0bkVVE/s1600/Island+Irene+Papas+%252865%2529.jpg" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: small;"><i>Marquise (Papas) e Yannis (Chris Haywood)</i></span></td></tr>
</tbody></table>
<br />
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: right; margin-left: 1em; text-align: right;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEidH2Py9pJTZR_H1Sj9-ad3O3pGT7f-XZJHU5dIPo5UqwUyMjCK_krZmcuB0sdONl1kxLlG96Ze_5TWyqN0BFxh3mHKSfMMmCizkBcp4jQNiHtGLh9C7X8TzrDs9nYx4oILQ8dGluodyL3V/s1600/Island+Irene+Papas+%252829%2529.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="703" data-original-width="311" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEidH2Py9pJTZR_H1Sj9-ad3O3pGT7f-XZJHU5dIPo5UqwUyMjCK_krZmcuB0sdONl1kxLlG96Ze_5TWyqN0BFxh3mHKSfMMmCizkBcp4jQNiHtGLh9C7X8TzrDs9nYx4oILQ8dGluodyL3V/s1600/Island+Irene+Papas+%252829%2529.jpg" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: small;"><i>Dançando, como não poderia deixar de ser</i></span></td></tr>
</tbody></table>
<span style="font-size: large;">O elenco está acima da média, com destaque para Chris Haywood - parceiro criativo constante de Paul Cox - que realmente faz um ótimo trabalho e concorreu a prêmios em diversos festivais europeus. Irene Papas também está muito bem e seu rosto, aos 62 anos, está mais expressivo do que nunca. Ela dança, é claro - porque o que seria de um filme de Irene passado na Grécia se ela não dançasse - brinca, dá gargalhadas e malgrado alguns exageros aqui e ali, é um prazer vê-la. Lamenta-se apenas que seu papel - bem como todo o filme - não chegue a lugar nenhum. Talvez essa tenha sido a intenção de Paul Cox (1946/2006), chamado de "Pai do Cinema Independente Australiano" e considerado um tesouro nacional, naquele país.</span><br />
<br />
<span style="font-size: large;"><i>Island</i> foi lançado na Austrália em outubro de 1989 e em um punhado de outros países nos meses seguintes. Hoje está esquecido. Foi lançado em VHS em cópia ruinzinha e desbotada, o que é um crime, considerando a beleza de Astypalaia e a presença de Irene Papas. Há um DVD por aí, comercializado por alguma empresa que detém os direitos sobre a obra de Paul Cox, mas o preço é ridiculamente alto e a qualidade é a mesma. Melhor encontrar o VHS.</span><br />
<br />
<span style="font-size: large;"><span style="background-color: white; color: #333333; font-family: "georgia" , serif; font-size: medium;">_________</span><span style="background-color: white; color: #333333; font-family: "georgia" , serif; font-size: medium;">_________</span><span style="background-color: white; color: #333333; font-family: "georgia" , serif; font-size: medium;">_________</span><span style="background-color: white; color: #333333; font-family: "georgia" , serif; font-size: medium;">_________</span><br style="background-color: white; color: #333333; font-family: Georgia, serif; font-size: 13px;" /><span style="background-color: white; color: #333333; font-family: "georgia" , serif; font-size: medium;"><br /></span><span style="background-color: white; font-family: "georgia" , serif; font-size: 13px;"></span><span style="background-color: white; font-family: "georgia" , serif; font-size: medium;"><b><u>Bibliografia</u>:</b></span><br style="background-color: white; font-family: Georgia, serif; font-size: 13px;" /><br style="background-color: white; font-family: Georgia, serif; font-size: 13px;" /><span style="background-color: white; font-family: "georgia" , serif; font-size: 13px;">Agradecimento especial à Larissa Maragno, Tom Anderson e Alejandro Valverde García</span></span><br />
<br />
<ul>
<li><a href="https://archive.org/stream/NikosKazantzakisZorbaTheGreek/Nikos-Kazantzakis-Zorba-the-Greek_djvu.txt" target="_blank">https://archive.org/stream/NikosKazantzakisZorbaTheGreek/Nikos-Kazantzakis-Zorba-the-Greek_djvu.txt</a></li>
<li><a href="https://dday.gr/i-epanastasi-toy-1821-kai-o-ellinikos-kini/" target="_blank">https://dday.gr/i-epanastasi-toy-1821-kai-o-ellinikos-kini/</a></li>
<li><a href="http://dyosmaraki.blogspot.com/2007/11/blog-post.html" target="_blank">http://dyosmaraki.blogspot.com/2007/11/blog-post.html</a></li>
<li><a href="https://en.wikipedia.org/wiki/Ali_Pasha_of_Ioannina" target="_blank">https://en.wikipedia.org/wiki/Ali_Pasha_of_Ioannina</a></li>
<li><a href="https://en.wikipedia.org/wiki/Aristotelis_Valaoritis" target="_blank">https://en.wikipedia.org/wiki/Aristotelis_Valaoritis</a></li>
<li><a href="https://en.wikipedia.org/wiki/George_Zorbas" target="_blank">https://en.wikipedia.org/wiki/George_Zorbas</a></li>
<li><a href="https://en.wikipedia.org/wiki/Ioannina" target="_blank">https://en.wikipedia.org/wiki/Ioannina</a></li>
<li><a href="https://en.wikipedia.org/wiki/Kyra_Frosini" target="_blank">https://en.wikipedia.org/wiki/Kyra_Frosini</a></li>
<li><a href="https://en.wikipedia.org/wiki/Nikos_Kazantzakis" target="_blank">https://en.wikipedia.org/wiki/Nikos_Kazantzakis</a></li>
<li><a href="https://en.wikipedia.org/wiki/Zorba_The_Greek" target="_blank">https://en.wikipedia.org/wiki/Zorba_The_Greek</a></li>
<li><a href="https://en.wikipedia.org/wiki/Zorba_the_Greek_(film)" target="_blank">https://en.wikipedia.org/wiki/Zorba_the_Greek_(film)</a></li>
<li><a href="https://groups.google.com/forum/#!topic/soc.culture.greek/ml7k8Z8xBdI" target="_blank">https://groups.google.com/forum/#!topic/soc.culture.greek/ml7k8Z8xBdI</a></li>
<li><a href="https://paletaart3.wordpress.com/2014/11/10/%CF%87%CF%81%CE%B7%CF%83%CF%84%CE%AF%CE%B4%CE%B7%CF%82-%CF%83%CF%89%CF%84%CE%AE%CF%81%CE%B7%CF%82-sotiris-christidis-1858-1940-part-ii/%CF%87%CF%81%CE%B7%CF%83%CF%84%CE%AF%CE%B4%CE%B7%CF%82-%CF%83%CF%89%CF%84%CE%AE%CF%81%CE%B7%CF%82-%CE%B7-%CE%BA%CF%85%CF%81%CE%AC-%CF%86%CF%81%CE%BF%CF%83%CF%8D%CE%BD%CE%B7-%CE%B4%CE%B5%CE%BA%CE%B1/" target="_blank">https://paletaart3.wordpress.com/2014/11/10/χρηστίδης-σωτήρης-sotiris-christidis-1858-1940-part-ii/χρηστίδης-σωτήρης-η-κυρά-φροσύνη-δεκα/</a></li>
<li><a href="https://sites.google.com/site/projectlykeiopedinis/psephiotheke/lamprides-i-o-tepelenles-ale-pasas-epeirotika-meletemata-teuchos-deuteron-1887" target="_blank">https://sites.google.com/site/projectlykeiopedinis/psephiotheke/lamprides-i-o-tepelenles-ale-pasas-epeirotika-meletemata-teuchos-deuteron-1887</a></li>
<li><a href="http://www.cine.gr/film.asp?id=701416" target="_blank">http://www.cine.gr/film.asp?id=701416</a></li>
<li><a href="https://www.darsiani.com/la-gazette/portrete-shek-xix-te-dedikuar-ali-pashe-tepelenes-ne-arkivin-e-bibliotekes-kombetare-franceze/" target="_blank">https://www.darsiani.com/la-gazette/portrete-shek-xix-te-dedikuar-ali-pashe-tepelenes-ne-arkivin-e-bibliotekes-kombetare-franceze/</a></li>
<li><a href="http://www.enderrock.cat/sonsdelamediterrania/noticia/6772/sirtaki/enlla/zorbas" target="_blank">http://www.enderrock.cat/sonsdelamediterrania/noticia/6772/sirtaki/enlla/zorbas</a></li>
<li><a href="https://www.ert.gr/eidiseis/mono-sto-ertgr/deka-chronia-choris-ton-grigori-grigoriou/" target="_blank">https://www.ert.gr/eidiseis/mono-sto-ertgr/deka-chronia-choris-ton-grigori-grigoriou/</a></li>
<li><a href="https://www.historical-museum.gr/webapps/kazantzakis-pages/gr/life/photos.php" target="_blank">https://www.historical-museum.gr/webapps/kazantzakis-pages/gr/life/photos.php</a></li>
<li><a href="https://www.kriti24.gr/otan-o-mikis-vrike-ton-tafo-tou-zorba-sta-skopia-foto-ke-video/" target="_blank">https://www.kriti24.gr/otan-o-mikis-vrike-ton-tafo-tou-zorba-sta-skopia-foto-ke-video/</a></li>
<li><a href="https://www.ozmovies.com.au/movie/island" target="_blank">https://www.ozmovies.com.au/movie/island</a></li>
<li><a href="https://www.reader.gr/specials/eirini-pappa-h-zontani-karyatida" target="_blank">https://www.reader.gr/specials/eirini-pappa-h-zontani-karyatida</a></li>
<li><a href="https://www.tovima.gr/2011/01/24/culture/mixalis-kakogiannis-kai-mikis-theodwrakis-ksana-mazi/" target="_blank">https://www.tovima.gr/2011/01/24/culture/mixalis-kakogiannis-kai-mikis-theodwrakis-ksana-mazi/</a></li>
</ul>
<div>
<span style="font-size: large;">_________</span><span style="font-size: large;">_________</span><span style="font-size: large;">_________</span><span style="font-size: large;">_________</span></div>
<div>
<br />
<b><span style="font-size: large;">Ver também:</span></b><br />
<br />
<h3 class="post-title entry-title" style="background-color: white; color: #cc6600; font-family: georgia, serif; font-size: 18.2px; font-weight: normal; line-height: 1.4em; margin: 0.25em 0px 0px; padding: 0px 0px 4px; text-align: center;">
<a href="http://bernardoschmidt.blogspot.com/2018/05/eirini-papa-irene-papas-14.html" target="_blank">Ειρήνη Παπά, Eiríni Papás, Irene Papas — 1/7</a></h3>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://bernardoschmidt.blogspot.com/2018/05/eirini-papa-irene-papas-14.html" target="_blank"><img border="0" data-original-height="421" data-original-width="547" height="246" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjgqheEr4ZxVoIOsLFAO_4aUnsZq2zb0LAnB5klIpSnCQNf6tPQOT6qksT-vn0Mc0L1ZAH4seqeM-4dQe2LFHtxIVhg3HM7dQfP1MGfim_z1cFITQOUdp8zvsJJUyP5Bz4YUOEQcZahA4kb/s320/Irene+Papas+%25CE%2595%25CE%25B9%25CF%2581%25CE%25AE%25CE%25BD%25CE%25B7+%25CE%25A0%25CE%25B1%25CF%2580%25CE%25AC+1.jpg" width="320" /></a></div>
<br />
<h3 class="post-title entry-title" style="background-color: white; color: #cc6600; font-family: georgia, serif; font-size: 18.2px; font-weight: normal; line-height: 1.4em; margin: 0.25em 0px 0px; padding: 0px 0px 4px; text-align: center;">
<a href="http://bernardoschmidt.blogspot.com/2018/10/eirini-papas-irene-papas-25.html" target="_blank">Ειρήνη Παπά, Eiríni Papás, Irene Papas — 2/7</a></h3>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://bernardoschmidt.blogspot.com/2018/10/eirini-papas-irene-papas-25.html" target="_blank"><img border="0" data-original-height="760" data-original-width="559" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEizwQOGRSjZ892RPiTJuzlJcisRRmoNDy_oXetdvdpolcs_E3gSE7N7FrqECSNfEJkJ6pJGzS7Ua1IOCjW1GerZsjeKVtHItbaTpby83r3H8DZ6hjtTxMfY1dPGtTenQBFdWf-9RMsr8DGJ/s400/Irene+Papas+%25CE%2595%25CE%25B9%25CF%2581%25CE%25AE%25CE%25BD%25CE%25B7+%25CE%25A0%25CE%25B1%25CF%2580%25CE%25AC+2.jpg" width="293" /></a></div>
<br /></div>
<h3 class="post-title entry-title" style="background-color: white; color: #cc6600; font-family: Georgia, serif; font-size: 18.2px; font-weight: normal; line-height: 1.4em; margin: 0.25em 0px 0px; padding: 0px 0px 4px;">
<a href="https://bernardoschmidt.blogspot.com/2018/12/eirini-papas-irene-papas-35.html" style="color: #cc6600; display: block; text-align: center; text-decoration-line: none;" target="_blank">Ειρήνη Παπά, Eiríni Papás, Irene Papas — 3/7</a></h3>
<br />
<span style="font-size: large;"></span>
<br />
<div class="post-header" style="background-color: white; color: #333333; font-family: Georgia, serif; font-size: 13px;">
<div class="post-header-line-1">
</div>
</div>
<div style="text-align: center;">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://bernardoschmidt.blogspot.com/2018/12/eirini-papas-irene-papas-35.html" target="_blank"><img border="0" data-original-height="612" data-original-width="403" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhOA_jJMnbm9oxSSuzVu_ZLVsRE1kq59kAIfaBN1RRf4brZCExV-QfWKM07Z0wW09nSya8uhuP9zR9h-tcNz5sXxzEujm90aUka_n4jiiBxbqCDAeaqYCHCH_kurPHVKsd7PGeSkwHzyLtf/s400/%25CE%2595%25CE%25BB%25CE%25BB%25CE%25B7%25CE%25BD%25CE%25B9%25CE%25BA%25CE%25AE%25CF%2582+%25CE%25B2%25CE%25B1%25CF%2583%25CE%25AF%25CE%25BB%25CE%25B9%25CF%2583%25CF%2583%25CE%25B1%25CF%2582+%25CE%2595%25CE%25B9%25CF%2581%25CE%25AE%25CE%25BD%25CE%25B7+%25CE%25A0%25CE%25B1%25CF%2580%25CE%25AC.jpg" width="262" /></a></div>
<br /></div>
<span style="font-size: large;"><br /></span>Bernardo Schmidthttp://www.blogger.com/profile/12196150324865840023noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4381988697960596291.post-23249153163546891372019-07-18T23:22:00.001-07:002020-05-02T11:16:53.496-07:00Minestrone Cultural XVI<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<span style="font-size: large;"></span><br />
<div style="text-align: center;">
<span style="font-size: large;"><b style="color: red;">ALBERT FINNEY (1936/2019)</b></span></div>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjAwUFceFILTyCgYMv7dLMJzyM6LqFwizDENgluHD370D7ucMzBF3Kg_h_WPUviAFG84nMlg5cFxADRkxirSsbn9nkS4JDwefOx6TrHJ7EAbDzxMsjmISZNsNz02v5U4xuuAV8KT73WyK5e/s1600/finney.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" data-original-height="645" data-original-width="501" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjAwUFceFILTyCgYMv7dLMJzyM6LqFwizDENgluHD370D7ucMzBF3Kg_h_WPUviAFG84nMlg5cFxADRkxirSsbn9nkS4JDwefOx6TrHJ7EAbDzxMsjmISZNsNz02v5U4xuuAV8KT73WyK5e/s400/finney.jpg" width="310" /></a></div>
<span style="font-size: large;">Finney era provavelmente o último que restava dessa segunda geração de grandes atores britânicos do século XX, nascida entre os anos 20 e 30, que incluía Richard Burton, Alan Bates, Peter O'toole, Richard Harris, e assim por diante (Hopkins e Derek Jacobi vieram um pouco depois), e que sucedeu Olivier, Gielgud e Richardson. Um de seus primeiros grandes sucessos no teatro foi justamente <i>Coriolano</i>, em 58, inicialmente como <i>stand in</i> de Olivier e depois como seu substituto. Em 60 ele fez sua estréia no cinema no papel de Mick, filho do Archie Rice de Olivier, em <i>The Entertainer</i>. Impressionou pela voz, pela presença, pelo carisma, pelos assustadores olhos azuis e em geral, pelo imenso talento.</span><br />
<br />
<span style="font-size: large;">Toda essa geração explodiu no cinema por essa época; Burton com <i>Cleópatra</i>, O'toole com <i>Lawrence</i>, Finney com <i>Tom Jones</i>, Bates com <i>Zorba</i> e Harris com <i>Sporting Life</i>, mas Finney acabou sendo o mais bissexto de todos eles. Alternava teatro e cinema com tranqüilidade e nunca se permitiu virar escravo de qualquer um deles. Seu melhor papel no cinema, por sinal, só viria em 1983, com <i>The Dresser</i>, de Peter Yates, baseado na peça de Ronald Harwood (não confundir com o pálido remake de 2017, com Anthony Hopkins). Sua performance nesse filme pode ser catalogada como uma das melhores da história do cinema. Tudo é perfeito em Finney, no papel de Sir, o velho ator. Poucas vezes vi tanta intensidade, um vozeirão tão poderoso e uma emoção tão verdadeira. Humor, drama e tragédia. As poucas cenas de seu Lear, no filme, são melhores do que qualquer Lear que já vi até hoje com exceção justamente do de Olivier, que por extraordinária coincidência estava fazendo seu próprio Lear para a televisão, nesse mesmo ano.</span><br />
<br />
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: left; margin-right: 1em; text-align: left;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg-u1ZEaCPVS7CSxJSDlvNI8FTL67WF2esa6ahTXxuZlwOysTRtdixk6hp2E-M53DwUtuHj9hb5Vf7-T6KzxXWR8xc00tLzKIvPrGFaCZC1KKDFi1r8G5FF1gDUvvGcRNfFNyPpvsJKSVet/s1600/finney2.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1600" data-original-width="1002" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg-u1ZEaCPVS7CSxJSDlvNI8FTL67WF2esa6ahTXxuZlwOysTRtdixk6hp2E-M53DwUtuHj9hb5Vf7-T6KzxXWR8xc00tLzKIvPrGFaCZC1KKDFi1r8G5FF1gDUvvGcRNfFNyPpvsJKSVet/s400/finney2.jpg" width="250" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i><span style="font-size: small;">O Sir de Finney, interpretando Lear</span></i></td></tr>
</tbody></table>
<span style="font-size: large;">A diferença é que Olivier estava com 76 anos. Finney interpretou Sir com 47 (sem falar que em um dos obituários li que Finney foi um Lear prematuríssimo no teatro, em 1963, portanto aos 27 anos). Esta é uma da mais interessantes características do ator: seja pelo excesso de álcool, de cigarro ou do que quer que seja, desde muito cedo ele trouxe no rosto sinais precoces de envelhecimento e sua voz foi ficando cada vez mais aveludada. Para ele era fácil, portanto, interpretar velhos utilizando apenas as marcas da idade em seu rosto e em sua voz, mesmo quando ele ainda era efetivamente jovem.</span><br />
<br />
<span style="font-size: large;">Tom Courtenay fez brilhantemente o papel do camareiro em <i>The Dresser</i>, reprisando o personagem que criou no West End. Eis o que disse sobre Finney, na época: "A peça é sobre a interação de dois homens, e sem querer denegrir os atores com quem contracenei nas montagens teatrais (Freddie Jones e Paul Rogers) o fato de que Albert é o que é - um verdadeiro gigante teatral - faz com que o filme seja melhor, como um todo. Eu sei disso".</span><br />
<br />
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: right; margin-left: 1em; text-align: right;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjLTd_XacDDQwirj5dGefuiWVpFW25RFms3TPyutJcfQnXTkurtULPF86JV4MJi7o-h7dccGyXuU47yPjyFwVnrEel_QswsIdAjS9eVuU-7mEzQY6IqTU8nkHHWpFSWlBcbuFrMubc4tAbL/s1600/finney3.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="302" data-original-width="416" height="232" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjLTd_XacDDQwirj5dGefuiWVpFW25RFms3TPyutJcfQnXTkurtULPF86JV4MJi7o-h7dccGyXuU47yPjyFwVnrEel_QswsIdAjS9eVuU-7mEzQY6IqTU8nkHHWpFSWlBcbuFrMubc4tAbL/s320/finney3.jpg" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i><span style="font-size: small;">Finney e Courteney</span></i></td></tr>
</tbody></table>
<span style="font-size: large;">Courtney e Finney concorrerm ao Oscar de Melhor Ator, o que é raro. Perderam para Robert Duvall num filme qualquer em que ele faz o papel de um cantor de música country. Em se tratando das cagadas do Oscar, não chega a chocar. Como não impressiona que toda essa geração foi criminosamente esnobada: O'toole, oito indicações, zero Oscar; Burton, sete indicações, zero Oscar; Finney, cinco indicações, zero Oscar; Harris, duas indicações, zero Oscar; Bates, uma indicação, zero Oscar. Sua última indicação veio com a coadjuvância em Erin Brokovich, em 2000, início de seu derradeiro caso de amor com Hollywood, e que lhe rendeu bons papéis, como Ed Bloom em <i>Big Fish</i> (2003) e Charles em <i>Antes que o Diabo Saiba que Você Está Morto</i> (2007), o ótimo e subestimado canto do cisne de Sidney Lumet.</span><br />
<br />
<span style="font-size: large;">Finney se foi aos 82 anos, após uma batalha com o câncer. No rim, para choque de todos nós, seus admiradores há tantos anos, que imaginávamos que sua desgraça seria o fígado ou o pulmão.</span><br />
<br />
<span style="font-size: large;">Um ator absolutamente maravilhoso e inigualável. <span style="color: #cccccc;">(8/2/2019)</span></span><br />
<br />
<div style="text-align: center;">
<span style="color: red; font-size: large;"><b>THE GATHERING STORM (2002)</b></span></div>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgyRWBfgOgEyZY2BnPc602uTD3kzqtHyJf1dDwKIIj8U3TWWuscqhfsXJjbB3BKZINPnkJeWoahNf_FrU-aszif9OYsNf-fCeoRNuNGZIFTrUQcCRz-p4OTO3ObFLTiEeOCypbFxTxlI5YO/s1600/the-gathering-storm.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="818" data-original-width="580" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgyRWBfgOgEyZY2BnPc602uTD3kzqtHyJf1dDwKIIj8U3TWWuscqhfsXJjbB3BKZINPnkJeWoahNf_FrU-aszif9OYsNf-fCeoRNuNGZIFTrUQcCRz-p4OTO3ObFLTiEeOCypbFxTxlI5YO/s400/the-gathering-storm.jpg" width="282" /></a></div>
<span style="font-size: large;">Há tempos acalento a ambição de escrever um pequeno artigo com uma análise comparativa de várias interpretações diferentes de Winston Churchill, no cinema. Até então eu já assistira quatro Churchills, de Brian Cox a Gary Oldman, passando por Brendan Gleeson e John Lithgow, mas me faltava um dos mais importantes, senão o mais importante de todos: o de Albert Finney. E esta semana, ainda tocado por sua morte, assisti <i>The Gathering Storm</i>, feito para TV pela HBO em 2002. O tema do filme é a relação inesperada e profundamente benéfica entre Winston, então um membro apagado e decadente do parlamento britânico, e Ralph Wigram, funcionário do ministério de relações exteriores; na medida em que a guerra se aproximava, o primeiro ministro Stanley Baldwin procurava esconder informações sobre a expansão bélica dos alemães, com o fito de evitar que a Grã-Bretanha participasse de qualquer conflito armado. Ciente disso, um oficial do governo e amigo de Winston, Desmond Morton, coopta Wigram para que ele copie documentos secretos da chancelaria e os entregue a Winston, para que ele possa alertar a população e o próprio governo sobre a necessidade do reino se preparar para uma guerra iminente e inevitável.</span><br />
<br />
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: right; margin-left: 1em; text-align: right;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi3BlpESDnmwCe9lKXdUv7NwwwW_UL0q0ruk9G_ClAYKsC1yTIdkNYEqfdXxdcpJxsaZ_ldEx7c7Oib4tsyzQrpOSgEEG4sI74rqhBTvdmJ7Uz_xdz_1aEicpce9niCUSgM0Rjw2yrCGgRn/s1600/finney1.jpeg" imageanchor="1" style="clear: right; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1600" data-original-width="1001" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi3BlpESDnmwCe9lKXdUv7NwwwW_UL0q0ruk9G_ClAYKsC1yTIdkNYEqfdXxdcpJxsaZ_ldEx7c7Oib4tsyzQrpOSgEEG4sI74rqhBTvdmJ7Uz_xdz_1aEicpce9niCUSgM0Rjw2yrCGgRn/s400/finney1.jpeg" width="250" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i><span style="font-size: small;">O Winston de Finney</span></i></td></tr>
</tbody></table>
<span style="font-size: large;">É uma belíssima produção e reúne um verdadeiro <i>dream team</i> cinematográfico, embora o destino fosse a exibição televisiva. Na produção executiva estão ninguém menos do que Ridley e Tony Scott; a direção é do competente Richard Loncraine - que tinha o <i>Ricardo III</i> de Ian Makellen no currículo - e o roteiro ficou por conta de Larry Ramin e Hugh Whitemore. O elenco é um espetáculo: além de Finney temos Vanessa Redgrave no papel de Clementine, sua esposa. A reunião dos dois é altamente simbólica, pois segundo me consta, um dos primeiros espetáculos dos quais Vanessa participou profissionalmente foi o <i>Coriolano</i> de Olivier, dirigido por Peter Hall, no papel de Valéria, esposa do general romano. Com a saída de Olivier quem o substituiu foi justamente Finney, também em início de carreira. Os dois já haviam se encontrado novamente em outras ocasiões, como em <i>Murder on the Orient Express</i>, de 1974, mas é um deleite vê-los juntos em sua maturidade. Passados quarenta e quatro anos de <i>Coriolano</i>, os dois são o casal Churchill. No papel de Randolph, um dos filhos de Winston, está o jovem Tom Hiddleston, aos 21 anos, em seu terceiro filme. As coadjuvâncias são todas notáveis: Desmond é Jim Broadbent, Stanley é Derek Jacobi, Celia Imrie é a secretária Violet e Tom Wilkinson interpreta o diplomata Robert Vansittart. O próprio Ralph Wigram é interpretado pelo ator Linus Roache, que faz bem seu trabalho, mas dado o peso do elenco, um ator de mais renome poderia ter sido chamado. Sua esposa é a linda Lena Headey.</span><br />
<br />
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: left; margin-right: 1em; text-align: left;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh7DKzUoZwszIgadgFkabK5-nrou6_QLD6sZ9KO1Fe8HGXOpqg_vVAAvz7tw1YNe0S68C5S33jb0O8ax0xEJMbMiJTK-f9BWN1WQ30vOk48yYMpwdGxwOPvEacjLbUkMqiPa2xVlD7QkeEY/s1600/finney5.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1023" data-original-width="682" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh7DKzUoZwszIgadgFkabK5-nrou6_QLD6sZ9KO1Fe8HGXOpqg_vVAAvz7tw1YNe0S68C5S33jb0O8ax0xEJMbMiJTK-f9BWN1WQ30vOk48yYMpwdGxwOPvEacjLbUkMqiPa2xVlD7QkeEY/s400/finney5.jpg" width="266" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i><span style="font-size: small;">Redgrave e Finney</span></i></td></tr>
</tbody></table>
<span style="font-size: large;">É a melhor performance de Finney nos últimos quinze anos de sua carreira. E meu artigo certamente não precisa mais ser escrito; dá pena comparar Finney com qualquer outro ator que tenha interpretado Winston. Além de perfeito em sua composição, ele está assustadoramente idêntico ao político britânico. Beberrão como seu personagem, Finney estava inchado na medida certa, sem ser gordo e sem parecer excessivamente decrépito, considerando que Winston (assim como Ulysses Guimarães) SEMPRE teve cara de velho. Estão lá todos os seus achaques; o charuto logo de manhã, o café na cama, a leitura dos jornais, as cartas ditadas direto de sua banheira e o temperamento insuportável que nem Clemmie conseguia agüentar. Mas ao invés de tudo isso ser demonstrado por excelentes atores que não tem a mais ínfima semelhança com Winston (caso de Brendan Gleeson), se desdobram em quatro para imitar o sotaque britânico (Lithgow) ou estão escondidos sob uma tonelada de maquiagem (Oldman), Finney não precisava fazer quase nada. A vida que levou o transformou em Churchill.</span><br />
<br />
<span style="font-size: large;">Com a maior justiça, Finney levou o Globo de Ouro, o Primetime Emmy e o Bafta de Melhor Ator. Foi a última vez que recebeu os três.</span><br />
<br />
<span style="font-size: large;">O filme é bom por esses motivos mas quando termina há uma sensação de que é o momento em que deveria estar começando. Parece um <i>teaser</i> da maravilha que ainda estava por vir. Nestes tempos de séries sobre a realeza britânica, dói na alma que a HBO não tenha feito isso já naquela época. Algo como <i>Memórias de Bridshead</i>. Uma microssérie. A vida de Churchill é material para vários filmes e ninguém o teria interpretado de maneira tão definitiva quanto Finney.</span><br />
<br />
<span style="font-size: large;">Recomendo. Com saudade e admiração por Finney, e de coração partido, pelo que poderia ter sido e não foi. <span style="color: #cccccc;">(11/2/2019)</span></span><br />
<br />
<div style="text-align: center;">
<span style="color: red; font-size: large;"><b>ADULTING, por Bill Maher</b></span></div>
<br />
<span style="font-size: large;">Impressionado com as reações á morte de Stan Lee, Bill Maher escreveu um texto no blog de seu programa comentando que uma importância excessiva está sendo dada por adultos aos quadrinhos e aos filmes de super-herói. Na opinião de Maher, quadrinhos são para crianças e a inteligência dessas pessoas seria utilizada de forma bem mais produtiva com literatura adulta.</span><br />
<br />
<span style="font-size: large;">O artigo teve uma repercussão gigantesca, ele perdeu milhares de seguidores no Twitter e - instado pela mídia - reiterou seus comentários em seu programa semanal.</span><br />
<br />
<span style="font-size: large;">Concordo com <b><u>100%</u></b> do que foi dito por Maher. <span style="color: #cccccc;">(01/02/2019)</span></span><br />
____________________________________________________________<br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjkuRdk1xvAdsYmeocqOahB3dtpV3-MAdb2HYliz7Xe9H8v52RaY6klBhAJK8hHCuExcdAkx2j3IMiSlDKFWb2c7zLNRUK3Jj2ZWPGEW9pQeTSTdbYC2oOCAA6RxCwzSs38xqvToEp1HuC8/s1600/bill.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="414" data-original-width="548" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjkuRdk1xvAdsYmeocqOahB3dtpV3-MAdb2HYliz7Xe9H8v52RaY6klBhAJK8hHCuExcdAkx2j3IMiSlDKFWb2c7zLNRUK3Jj2ZWPGEW9pQeTSTdbYC2oOCAA6RxCwzSs38xqvToEp1HuC8/s1600/bill.jpg" /></a></div>
<br />
<i><span style="font-family: Times, Times New Roman, serif; font-size: large;">The guy who created Spider-Man and the Hulk has died, and America is in mourning. Deep, deep mourning for a man who inspired millions to, I don’t know, watch a movie, I guess. Someone on Reddit posted, “I'm so incredibly grateful I lived in a world that included Stan Lee.” Personally, I’m grateful I lived in a world that included oxygen and trees, but to each his own. Now, I have nothing against comic books – I read them now and then when I was a kid and I was all out of Hardy Boys. But the assumption everyone had back then, both the adults and the kids, was that comics were for kids, and when you grew up you moved on to big-boy books without the pictures.</span></i><br />
<br />
<i><span style="font-family: Times, Times New Roman, serif; font-size: large;">But then twenty years or so ago, something happened – adults decided they didn’t have to give up kid stuff. And so they pretended comic books were actually sophisticated literature. And because America has over 4,500 colleges – which means we need more professors than we have smart people – some dumb people got to be professors by writing theses with titles like Otherness and Heterodoxy in the Silver Surfer. And now when adults are forced to do grown-up things like buy auto insurance, they call it “adulting,” and act like it’s some giant struggle.</span></i><br />
<br />
<i><span style="font-family: Times, Times New Roman, serif; font-size: large;">I’m not saying we’ve necessarily gotten stupider. The average Joe is smarter in a lot of ways than he was in, say, the 1940s, when a big night out was a Three Stooges short and a Carmen Miranda musical. The problem is, we’re using our smarts on stupid stuff. I don’t think it’s a huge stretch to suggest that Donald Trump could only get elected in a country that thinks comic books are important.</span></i><br />
<br />
<i><a href="http://www.real-time-with-bill-maher-blog.com/index/2018/11/16/adulting">http://www.real-time-with-bill-maher-blog.com/index/2018/11/16/adulting</a></i><br />
<br />
____________________________________________________________<br />
<br />
<iframe allowfullscreen="" frameborder="0" height="350" src="https://www.youtube.com/embed/UgInmHHO0m4" width="600"></iframe><br />
<br />
<br />
<div style="text-align: center;">
<span style="color: red; font-size: large;"><b>BOECHAT</b></span></div>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgg8QbVf24fYxyYk97bgvHM-fpe8N6h-tIHnHo4gQGrBcaSjSipSj9jV8x_WfLkAufKYrhoubuG9sy4K_Odn4i_OrHeTJmxwBgJtHqOxQwfZ2kloIu3nJiMiYkZ60aezYmIshFVkKWBVlR_/s1600/boechat.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="436" data-original-width="533" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgg8QbVf24fYxyYk97bgvHM-fpe8N6h-tIHnHo4gQGrBcaSjSipSj9jV8x_WfLkAufKYrhoubuG9sy4K_Odn4i_OrHeTJmxwBgJtHqOxQwfZ2kloIu3nJiMiYkZ60aezYmIshFVkKWBVlR_/s1600/boechat.jpg" /></a></div>
<br />
<span style="font-size: large;">Num mundo de bucéfalos de direita e esquerda, norte, sul, leste e oeste, de cretinos tão ignorantes e tão falastrões, a morte de um homem brilhante como Boechat é tragédia ainda maior e mais amarga.</span><br />
<br />
<span style="font-size: large;">É aquela injustiça fundamental: por que, com tantos imbecis nocivos e inúteis por aí, tem que morrer justamente uma das poucas pessoas conhecidas pela inteligência e pela lucidez?</span><br />
<br />
<span style="font-size: large;">Lamento imensamente. <span style="color: #cccccc;">(11/2/2019)</span></span><br />
<br />
<div style="text-align: center;">
<span style="color: red; font-size: large;"><b>CREED II (2018)</b></span></div>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgAtahJ8g1la858LOSy6sW-KFUTtzSrhXdN3sfATda1Sa1rQXlxaXABj4UJ54K5KZUiKOmow68fFvSlZhEJLq1JW26K-3m765Y5JTGzQuddz7YwxXGuB9k9UmiqeNRbuzVSa0PvPeF3tr7t/s1600/creed+oo.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" data-original-height="1149" data-original-width="757" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgAtahJ8g1la858LOSy6sW-KFUTtzSrhXdN3sfATda1Sa1rQXlxaXABj4UJ54K5KZUiKOmow68fFvSlZhEJLq1JW26K-3m765Y5JTGzQuddz7YwxXGuB9k9UmiqeNRbuzVSa0PvPeF3tr7t/s400/creed+oo.jpg" width="262" /></a></div>
<span style="font-size: large;">Muito ruim...</span><br />
<br />
<span style="font-size: large;">Não sou apenas fã de todos os filmes de Rocky; eu estava nos Estados Unidos quando <i>Rocky IV</i> entrou em cartaz, assisti no cinema, chorei com a morte de Apollo, me apaixonei por Brigitte Nielsen, trombei com Dolph Lundgren em um elevador em NY, curti toda a mística EUA x URSS que o filme trazia, e, por fim, aplaudi o primeiro <i>Creed</i> como uma reciclagem interessante dos personagens e da trama, depois de dois <i>Rockys</i> insípidos.</span><br />
<br />
<span style="font-size: large;"><i>Creed II</i> matou a franquia. O ressurgimento de Ivan Drago era carta preciosa na manga dos produtores e poderia ter rendido um filme tão melhor. Tal como foi feito, raso, sem graça e sem assunto, <i>Creed II</i> é o pior filme da série. Esperava-se a volta de Carl Weathers em <i>flashbacks</i> de som ou imagem, assim como ocorreu com Burgess Meredith em <i>Rocky V</i> (no que considero a melhor, mais linda e mais emocionante cena daquele filme) e ao invés disso temos apenas seu filho: um mala, sem um pingo do talento ou do carisma do pai, campeão mundial sem méritos e sem predicados, chatinho e mimizento.</span><br />
<br />
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: left; margin-right: 1em; text-align: left;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgAdIQIUqqJMTFJz0Q6EJ9wUhXuhCozHW0OXacZVQh-bjkYw9WHHzXxu1Pr0FxWQCpyUoHvF-jbftVoN6hmt-ZAbcA-KsVfpHEim59oJJb8K25IB_UxhbBeqtlZ9sJZlJ9SB9pPZiMZNDfL/s1600/stallonelundgren.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="581" data-original-width="691" height="269" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgAdIQIUqqJMTFJz0Q6EJ9wUhXuhCozHW0OXacZVQh-bjkYw9WHHzXxu1Pr0FxWQCpyUoHvF-jbftVoN6hmt-ZAbcA-KsVfpHEim59oJJb8K25IB_UxhbBeqtlZ9sJZlJ9SB9pPZiMZNDfL/s320/stallonelundgren.jpg" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i><span style="font-size: small;">Stallone e Dolph Lundgren</span></i></td></tr>
</tbody></table>
<span style="font-size: large;"><i>Rocky IV</i> foi sensacional porque sabíamos que tanto Apollo quanto Rocky eram pigmeus perto do gigantesco russo; trabalhou-se então o contraste entre o treinamento frio e <i>high tech</i> de Drago em contraponto ao treinamento tosco mas pessoal e afetivo de Rocky. Drago podia ter a força mas Stallone vinha com resistência e coração. O filme é tão bom e essa dicotomia foi construída com tanto cuidado que quase acreditamos que Stallone pudesse de fato vencer alguém três vezes maior do que ele.</span><br />
<br />
<span style="font-size: large;">Em <i>Creed II</i> temos uma situação duplamente contrária; Drago entrou em desgraça com seu país quando foi derrotado por Rocky então perdeu o prestígio, a mulher, a carreira e o dinheiro. Seu filho não tem qualquer privilégio e é treinado nos mesmos moldes rústicos de Stallone, em <i>Rocky IV</i>. Só que Adonis Creed também não recebe o treinamento caro e mecânico de Ivan Drago; ele está lesionado, treina sem vontade, com uma eterna expressão de dor de barriga e não há, como em todos os filmes de Rocky, aquela catarse musical do treino, em que o personagem faz as pazes consigo mesmo e com seus problemas. Nada é crível, nada emociona. Até o câncer de Rocky sumiu como por encanto.</span><br />
<br />
<span style="font-size: large;">Uma pena. <span style="color: #cccccc;">(13/2/2019)</span></span><br />
<br />
<div style="text-align: center;">
<span style="color: red; font-size: large;"><b>OKKO'S INN (2018)</b></span></div>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj8cHpS3nYPIN20RSnjm_cfnSxT0J_g9z5UNhIZfS7aDbRZRhj-e585pQI6vcK3qtQHZ0TTNPKE9nuyxmML4e8onVcRi3jBsmACvxITL-k1Axcpu4YkqyC8VTntLERng3i7SKagBnwlYh96/s1600/okko.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" data-original-height="1000" data-original-width="712" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj8cHpS3nYPIN20RSnjm_cfnSxT0J_g9z5UNhIZfS7aDbRZRhj-e585pQI6vcK3qtQHZ0TTNPKE9nuyxmML4e8onVcRi3jBsmACvxITL-k1Axcpu4YkqyC8VTntLERng3i7SKagBnwlYh96/s400/okko.jpg" width="283" /></a></div>
<span style="font-size: large;">Sem qualquer expectativa assisti</span><br />
<span style="font-size: large;">若おかみは小学生! (cuja tradução literal é "A jovem estalajadeira é uma estudante de primário!", mas no inglês virou o simples <i>Okko's Inn</i>). É a história de uma menina que perde os pais em um acidente automobilístico e vai morar na pousada de sua avó materna. O plano é que ela eventualmente assuma a direção do local quando a avó não puder mais trabalhar, mas desde o primeiro momento ela se dá conta de que o local é habitado por fantasmas. Longe de assustá-la, porém, eles ajudam a menina a lidar com a perda e a nova situação. O tema é tratado com delicadeza, sem mergulhar na tragédia de Okko. Há o sentimentalismo fundamental das animações japonesas mas tudo permeado com bom humor e uma leveza apropriada ao público mais infantil.</span><br />
<br />
<span style="font-size: large;">Impressionado com a beleza da animação, descubro que o responsável pelo roteiro (baseado nos livros de Hiroko Reijô) é Reiko Yoshida, roteirista de animações de grande sucesso como <i>O Reino dos Gatos </i>(2002) e <i>A Voz do Silêncio</i> (2016), além de séries como a divertidíssima <i>Girls und Panzer</i> (2012). Mas a surpresa, mesmo, veio com a descoberta de que o diretor, Kitarô Kôsaka, embora esteja apenas em seu quarto filme como diretor, é um dos melhores e mais famosos animadores japoneses. Participou, como <i>key animator</i>, de produções do quilate de <i>Akira</i> (1988) e de todos os maiores sucessos do Ghibli, desde <i>Nausicaa</i>, passando por <i>Mononoke Hime</i>, <i>Cemitério dos Vagalumes</i>, <i>A Viagem de Chihiro</i>, até o último longa de Miyasaki, <i>Vidas ao Vento</i>.</span><br />
<br />
<span style="font-size: large;">Mais um herdeiro do Ghibli e de toda a melhor época da animação japonesa.</span><br />
<span style="font-size: large;">Recomendo.</span><br />
<div>
<br /></div>
<div style="text-align: center;">
<span style="color: red; font-size: large;"><b>A VILÃ (</b></span><span style="color: red; font-size: large;"><b>Ak-Nyeo, </b></span><b style="color: red; font-size: x-large;">2017)</b></div>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg7jF53DTScGsS1rW5L2ENfdJ0WHg0FrPOZ6T5Tk8tbx74GsXb5ctVIBABOpgGJlhvnfGFxg7YI53EkSPBccJ3yUx7WTxFZQHD1LK-xHGCnbm53GMikmhn0F_4Q2MXbBo_SIC665nWv8Brp/s1600/a+vil%25C3%25A3.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1000" data-original-width="699" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg7jF53DTScGsS1rW5L2ENfdJ0WHg0FrPOZ6T5Tk8tbx74GsXb5ctVIBABOpgGJlhvnfGFxg7YI53EkSPBccJ3yUx7WTxFZQHD1LK-xHGCnbm53GMikmhn0F_4Q2MXbBo_SIC665nWv8Brp/s640/a+vil%25C3%25A3.jpg" width="446" /></a></div>
<br />
<span style="font-size: large;">Mais uma vez a Coréia do Sul dá show em matéria de cinema. Mistura de <i>La Femme Nikita</i> com <i>Kill Bill</i>, escoimando-se os defeitos de ambos. O elenco é ótimo, com destaque para Ok-bin Kim e, sobretudo, Seo-hyeong Kim.</span><br />
<br />
<span style="font-size: large;">Recomendo, e agora verei <i>Confession of Murder</i>, do mesmo diretor, Byung-gil Jung. <span style="color: #cccccc;">(6/4/2019)</span></span><br />
<br />
<div style="text-align: center;">
<span style="color: red; font-size: large;"><b>A FACE IN THE CROWD (1957)</b></span></div>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgNXo_vcE8SZSOBdMhxwU84GrZyII3nZjEmOK9OXyj4S32G4g72HOaHJawXQCHcdqo-yBRZ8IG7EECbXGBIFFJye85X9PxtLeKYqN5F7STFsG76yUhO0EWyXI48t9gbkEHRtMgYy476TG-l/s1600/face+in+the+crowd.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" data-original-height="1500" data-original-width="1207" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgNXo_vcE8SZSOBdMhxwU84GrZyII3nZjEmOK9OXyj4S32G4g72HOaHJawXQCHcdqo-yBRZ8IG7EECbXGBIFFJye85X9PxtLeKYqN5F7STFsG76yUhO0EWyXI48t9gbkEHRtMgYy476TG-l/s320/face+in+the+crowd.jpg" width="256" /></a></div>
<span style="font-size: large;">Descobri esta jóia dirigida por Elia Kazan inteiramente por acidente. O roteiro - brilhante e profético - é do craquíssimo Bud Schulberg e mostra como, já nos anos 50, a mídia conseguia fazer e desfazer celebridades televisivas.</span><br />
<br />
<span style="font-size: large;">O elenco é bárbaro: Patricia Neal encanta e se sustenta perfeitamente pelo talento e pelo charme. Walter Mathau, Tony Franciosa e Lee Remick (linda e jovem) também estão ótimos, mas são todos aperitivo para a impecável performance de Andy Griffith.</span><br />
<br />
<span style="font-size: large;">Eu, que o conhecia vagamente pelos episódios esparsos de <i>Matlock</i> que assisti nos Estados Unidos, no início da década de 80, fiquei de queixo absolutamente caído por seu trabalho. Uma maravilha. Griffith era um talento maiúsculo que infelizmente acabou não descoberto e engolido pela televisão. Pior do que isso: por alguma razão (provavelmente o macartismo), <i>A Face in the Crowd</i> parece ter sido esquecido nas premiações de 1957 e 1958. Griffith, Neal, Schulberg e Kazan mereciam muito uma indicação. E Griffith, sobretudo, merecia o prêmio muito mais do que Alec Guiness pela <i>Ponte do Rio Kwai</i>.</span><br />
<br />
<span style="font-size: large;">Recomendo. É atualíssimo. <span style="color: #cccccc;">(26/4/2019)</span></span><br />
<br />
<div style="text-align: center;">
<span style="color: red; font-size: large;"><b>TEATRO</b></span></div>
<br />
<span style="font-size: large;">Não carece de legenda. </span><span style="color: #cccccc; font-size: large;">(14/02/2019)</span><br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEharevngdCDHnTd8OXK6hF1JSOHmWe4Vd5T2VuEMc6cbR3jh3JFdUI5xRV-vISX3OPEVgcgdnZEi09y5wrXpZ5Ig3pOIM_OlfrkoPIr1EIURTVssQBXq7WDdIbc5kRLOVPr11BkPJ4jfUj8/s1600/bibi+tonia+marilia.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="447" data-original-width="534" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEharevngdCDHnTd8OXK6hF1JSOHmWe4Vd5T2VuEMc6cbR3jh3JFdUI5xRV-vISX3OPEVgcgdnZEi09y5wrXpZ5Ig3pOIM_OlfrkoPIr1EIURTVssQBXq7WDdIbc5kRLOVPr11BkPJ4jfUj8/s1600/bibi+tonia+marilia.jpg" /></a></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<br />
<br />
<div style="text-align: center;">
<span style="font-size: large;"><b style="color: red;">UMA NAÇÃO SEM NOÇÃO, de Ricardo Rangel</b></span></div>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhvucD1duuVzBvmmYJm2AnzubMktb86w8I5OVcXvigMFSaNohITjAvue5wFmtzg4PnhOcoamUJD3Oqds6cOSJ5YB7NCMDtXZ9ouMiAlppSNTgFlxN-Sw99j5Yt7G0RMp6YdtUJqdh0IPiJV/s1600/15-02-2019.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="487" data-original-width="558" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhvucD1duuVzBvmmYJm2AnzubMktb86w8I5OVcXvigMFSaNohITjAvue5wFmtzg4PnhOcoamUJD3Oqds6cOSJ5YB7NCMDtXZ9ouMiAlppSNTgFlxN-Sw99j5Yt7G0RMp6YdtUJqdh0IPiJV/s1600/15-02-2019.jpg" /></a></div>
<br />
<span style="font-size: large;">Com o máximo prazer compareço ao lançamento de “UMA NAÇÃO SEM NOÇÃO”, livro do querido Ricardo Rangel, pensador brilhante, de cultura frondosa e dono do melhor e mais atilado comentário político da atualidade.</span><br />
<br />
<span style="font-size: large;">Recomendo a todos. <span style="color: #cccccc;">(16/2/2019)</span></span><br />
<br />
<div style="text-align: center;">
<span style="color: red; font-size: large;"><b>JÔ</b></span></div>
<br />
<span style="font-size: large;">Surpresa inusitada e maravilhosa: ser citado por Jô Soares no segundo volume de suas memórias.</span><br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhaF3mrdyiXB6TqbfhTJLXpV9c41fW6JTIUqYyQejEdbo2Ux8_ha2vu9Eu2LL3IRKWHu9s9G2C1AE5eu6Lm9SsNiuWwzAJMrARiE5vjnHfrElVlCN3LdNGUJz_xf9lbcJmZ59ogM1pSdAJF/s1600/J%25C3%25B4.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="722" data-original-width="446" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhaF3mrdyiXB6TqbfhTJLXpV9c41fW6JTIUqYyQejEdbo2Ux8_ha2vu9Eu2LL3IRKWHu9s9G2C1AE5eu6Lm9SsNiuWwzAJMrARiE5vjnHfrElVlCN3LdNGUJz_xf9lbcJmZ59ogM1pSdAJF/s1600/J%25C3%25B4.jpg" /></a></div>
<br />
<i><span style="color: #999999;">Jânio - Vida e Morte do Homem da Renúncia</span></i><br />
<i><span style="color: #999999;">Vol I: "Um Moço Bem Velhinho"</span></i><br />
<i><span style="color: #999999;">Bernardo Schmidt</span></i><br />
<i><span style="color: #999999;">Editora O Patativa</span></i><br />
<i><span style="color: #999999;">350 pgs ilustradas</span></i><br />
<i><span style="color: #999999;">R$ 30,00 (Frete incluso para todo o Brasil)</span></i><br />
<i><span style="color: #999999;"><br /></span></i>
<i><span style="color: #999999;">Compre através do e-mail editora.opatativa@gmail.com</span></i><br />
<br />
<div style="text-align: center;">
<span style="font-size: large;"><b><span style="color: red;">NEO-LIBERALISMO</span></b></span></div>
<br />
<span style="font-size: large;">É uma decepção atrás da outra... </span><span style="color: #cccccc; font-size: large;">(3/4/2019)</span><br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh8n2OgeLt_cz3QdBlIHnB4b4CfSrD1v_cw98Rk1qI0yPiaDiR23RWuTLqVl7ScRIASJnuBQhkAXnk45eevg76R5F_ukc8LdSwQhRqzMyHz7fVW8SJ4AcDQXC-gwPX8ZzmSE1BHCiOpaeBB/s1600/matrix.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="365" data-original-width="553" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh8n2OgeLt_cz3QdBlIHnB4b4CfSrD1v_cw98Rk1qI0yPiaDiR23RWuTLqVl7ScRIASJnuBQhkAXnk45eevg76R5F_ukc8LdSwQhRqzMyHz7fVW8SJ4AcDQXC-gwPX8ZzmSE1BHCiOpaeBB/s1600/matrix.jpg" /></a></div>
<br />
<div style="text-align: center;">
<span style="color: red; font-size: large;"><b>STANLEY DONEN (1924/2019)</b></span></div>
<br />
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: left; margin-right: 1em; text-align: left;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiJnxBwEY_WF3NNYnQ8F0xlAeWG-QTeFBzJkUKJFmxxTkdwcn-vOnt_HLkSBHgcIuMT2TQKrgS17w8hBr_8uqiub-C3aCNQOdDzP05UaoeEl4siKuVALF8QH6Z5sJRswcrF9yMve8F3AwVA/s1600/stanley+donen.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="916" data-original-width="661" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiJnxBwEY_WF3NNYnQ8F0xlAeWG-QTeFBzJkUKJFmxxTkdwcn-vOnt_HLkSBHgcIuMT2TQKrgS17w8hBr_8uqiub-C3aCNQOdDzP05UaoeEl4siKuVALF8QH6Z5sJRswcrF9yMve8F3AwVA/s400/stanley+donen.jpg" width="286" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i><span style="font-size: small;">Stanley Donen</span></i></td></tr>
</tbody></table>
<span style="font-size: large;">Não poderia deixar passar em branco a morte de Stanley Donen, que completaria 95 anos em abril. Tive a sorte de assistir <i>Cantando na Chuva</i> - dirigido por ele em 1952 - quando ainda era criança e essa obra-prima da comédia musical me abriu a cabeça e o paladar artístico para o universo dos musicais. Nesse filme conheci o trabalho do maravilhoso Gene Kelly e, sobretudo, conheci Donald O'Connor, que pouco depois fui ver com Marilyn, em <i>There's no business like show business</i>, outro pilar de minha formação nos musicais.</span><br />
<br />
<span style="font-size: large;"><i>Cantando na Chuva</i> sobreviveu a todo e qualquer teste de qualidade na minha vida. Mais do que isso, ele não parou de me entreter e de me ensinar coisas novas. Apenas há alguns anos descobri que a trilha sonora do filme é uma homenagem aos compositores Nacio Brown e Arthur Freed, e que todas as músicas do filme (com exceção de “Make'em laugh”, creio) fizeram parte de musicais da Metro no fim do anos 20, momento em que surgiu o cinema falado, e durante toda a década de 30. E sabendo disso fui atrás desses filmes, o que tem me proporcionado prazer contínuo e me permitido conhecer jóias inteiramente esquecidas do cinema norte-americano produzido no período que precedeu a segunda guerra.</span><br />
<br />
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: left; margin-right: 1em; text-align: left;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjDDxtmH_6HWjul2HHomiE0yPTipoPs_WNgIeQ2qO-aaDNHdqb4Sln3VwMue8CO51ntmOYf1DVXYXbKFtBZbhqTJfVSb_QjSXC722-ORSMweKyskvRlQ0e8jcNxd-DtmAgAzcF10ftSMHJK/s1600/donald-ooconnor-gene-kelly-stanley-donen-1952.jpg.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1000" data-original-width="1500" height="212" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjDDxtmH_6HWjul2HHomiE0yPTipoPs_WNgIeQ2qO-aaDNHdqb4Sln3VwMue8CO51ntmOYf1DVXYXbKFtBZbhqTJfVSb_QjSXC722-ORSMweKyskvRlQ0e8jcNxd-DtmAgAzcF10ftSMHJK/s320/donald-ooconnor-gene-kelly-stanley-donen-1952.jpg.jpg" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i><span style="font-size: small;">Donald, Stanley e Gene</span></i></td></tr>
</tbody></table>
<span style="font-size: large;">Fred Astaire era um gênio e provavelmente influenciou a carreira tanto de Kelly quanto de Donald; sem embargo, estes dois são meu sapateadores favoritos de todos os tempos. Eu poderia ter escolhido qualquer número do filme, pois são igualmente perfeitos, ma escolhi o hilário “Fit as a feedle”, que faz parte do início, quando Don Lockwood (Gene) narra o paupérrimo início de carreira dele e de seu colega Cosmo Brown (Donald). É um número rápido e divertido. Mas é importante ressaltar que literalmente dezenas de artistas e grupos de teatro já tentaram refazer essa cena ao vivo, ao longo dos anos, e o resultado NUNCA chega nem perto do original. Há momentos em que até hoje nos perguntamos como eles conseguiam fazer isso. E acima de tudo, como conseguiam fazê-lo sem afetar o menor esforço. É atestado da intensa superioridade de Gene, Donald e o os heróis do cinema musical produzido naquela época.</span><br />
<br />
<span style="font-size: large;">Minha vida é melhor por ter assistido um filme tão encantador, tão delicioso, tão benfazejo e de qualidade artística tão extraordinária como <i>Cantando na Chuva</i>. E por essa razão meu melhor “Obrigado” vai neste momento para Stanley Donen. <span style="color: #cccccc;">(23/2/2019)</span></span><br />
<br />
<div style="text-align: center;">
<span style="font-size: large;"><iframe allowfullscreen="" frameborder="0" height="360" src="https://www.youtube.com/embed/-Badf0ctYQo" width="500"></iframe></span>
</div>
<div style="text-align: center;">
<span style="color: red; font-size: large;"><b><br /></b></span>
<span style="color: red; font-size: large;"><b>ANO NATSU HE</b></span></div>
<br />
<span style="font-size: large;">A lindíssima “Ano Natsu He“ (traduzida para o inglês como “One Summer's Day“) que embala a seqüência inicial de “Sen to Chihiro no kamikakushi“ (A Viagem de Chihiro), tocada no piano pelo seu próprio compositor, Joe Hisaishi, acompanhado pela Filarmônica de Londres. <span style="color: #cccccc;">(11/3/2019)</span></span><br />
<br />
<div style="text-align: center;">
<span style="font-size: large;"><iframe allowfullscreen="" frameborder="0" height="300" src="https://www.youtube.com/embed/akh42-LUqyU" width="500"></iframe></span><br /></div>
<br />
<div style="text-align: center;">
<span style="color: red; font-size: large;"><b>LEAVING NEVERLAND (2019)</b></span></div>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg_MvMcEWBOX5RXeBo9ZmQ7JlSu3Q0bwQJaI3ys6qW7sjavY6rbeE6vkDGSow9NjSRN2AvJd8fLYumoIs8bSH5k3lhpjSD4fL4-YwOcZDhger66OqnmwWHYCM_079JF2BVZw6umSnynwT9W/s1600/neverland.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" data-original-height="1600" data-original-width="1080" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg_MvMcEWBOX5RXeBo9ZmQ7JlSu3Q0bwQJaI3ys6qW7sjavY6rbeE6vkDGSow9NjSRN2AvJd8fLYumoIs8bSH5k3lhpjSD4fL4-YwOcZDhger66OqnmwWHYCM_079JF2BVZw6umSnynwT9W/s400/neverland.jpg" width="270" /></a></div>
<span style="font-size: large;">Acabo de assistir as quatro horas do documentário de Dan Reed sobre Michael Jackson. Trata-se do depoimento de dois rapazes - James Safechuck e Wade Robson - que afirmam ter sido molestados sexualmente por Michael durante anos. </span><span style="font-size: large;">Tendo sido fã de Michael desde que me conheço por gente, assistido seu show no Morumbi em 1993 e celebrado sua absolvição em 2005, confesso que foi brutal.</span><br />
<span style="font-size: large;"><br /></span><span style="font-size: large;">Wade Robson não me convenceu. Tem </span><span style="font-size: large;"><i>con man</i></span><span style="font-size: large;"> escrito na testa. </span><span style="font-size: large;">Há inúmeros "poréns" naquilo que diz, naquilo que ele e sua família fizeram para estar próximos de Michael e, sobretudo, no fato de ter testemunhado a favor dele em 1993 e 2003. Além disso, manteve amizade com o artista até sua morte e há pouco ainda tentava, da maneira mais humilhante, se envolver com todo e qualquer evento em homenagem a Michael, que pudesse lhe render dinheiro ou prestígio. À parte de ter conhecido o artista e até certo ponto privado com ele, nada do que diz se sustenta. Um bom advogado destrói toda sua argumentação em segundos. E o que restar em pé estará coberto de <i>reasonable doubt</i>.</span><br />
<br />
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: left; margin-right: 1em; text-align: left;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhibQWVS4-u0l1FAsP8bwzznZUFlQsIpEWg88cLanujIgFohKbsH6FofKQg5cQ-IlUJ_CQm4444JHVGe_ryV1eEapsRxLbJuLnKxsLu1ORGG40OQMHqO3yipkngfXgH9VSAY6lpfa4ydsRQ/s1600/leaving-neverland-michael-jackson-and-me-james-safechuck-1551973716.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="480" data-original-width="480" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhibQWVS4-u0l1FAsP8bwzznZUFlQsIpEWg88cLanujIgFohKbsH6FofKQg5cQ-IlUJ_CQm4444JHVGe_ryV1eEapsRxLbJuLnKxsLu1ORGG40OQMHqO3yipkngfXgH9VSAY6lpfa4ydsRQ/s320/leaving-neverland-michael-jackson-and-me-james-safechuck-1551973716.jpg" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i><span style="font-size: small;">Michael e James Safechuck</span></i></td></tr>
</tbody></table>
<span style="font-size: large;">Já o depoimento de James Safechuck me arrepiou até os pelos da nuca. Lembro-me do comercial da Pepsi, lembro-me de tudo isso... É terrível conhecer esse lado de Jackson, e ter que admitir, mesmo sentindo tanta admiração por seu talento, que ele era, de fato, um pedófilo. Sempre advoguei a idéia de que Jackson era mental e emocionalmente uma criança entre outras crianças, e que qualquer contato que ele pudesse ter com essa meninada que freqüentava Neverland - seu estranhíssimo rancho/zoológico na Califórnia - não transcenderia aquilo que acontece quando uma criança vai dormir na casa de um amigo. E pelo jeito eu estava errado. Por baixo de sua vulnerabilidade, sua bondade, sua gentileza, sua brandura e seu jeito manso e feminino - características todas reais - havia um predador sexual como qualquer outro. Que abusava, que manipulava, que mentia e fazia mentir, que dispunha de meninos e os trocava a seu talante sem pensar uma única vez na devastação emocional que estava causando em cada um deles, como o pior dos pedófilos.</span><br />
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgWbQGKz3-RvO7x-Zs2W5nzArH3HyjxEoVQ2ixJgwhgIHaczdm7-mwTs-DiVZK3Ft35nCJ98gWqZYxYknAF-mlNEl5GssMahMxZr3JKb_EqvR44rzSsPXhTicaH63QDrSUwUcThKY8ZA_KH/s1600/michael+jackson+93.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="401" data-original-width="538" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgWbQGKz3-RvO7x-Zs2W5nzArH3HyjxEoVQ2ixJgwhgIHaczdm7-mwTs-DiVZK3Ft35nCJ98gWqZYxYknAF-mlNEl5GssMahMxZr3JKb_EqvR44rzSsPXhTicaH63QDrSUwUcThKY8ZA_KH/s1600/michael+jackson+93.jpg" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i><span style="font-size: small;">Assisti seu show no Brasil em 1993. Foi frio. Não teve a paixão e a explosão de música,<br />canto e dança que o público esperava.</span></i></td></tr>
</tbody></table>
<br />
<span style="font-size: large;">Continuo considerando Michael um artista inigualável e seguirei ouvindo e amando suas músicas. Mas hoje tenho a triste certeza de que ele não era apenas uma pessoa imensamente perturbada; ele era um pedófilo. Se for provado que James mentiu, eu darei a mão à palmatória com prazer. Mas duvido que isso aconteça.</span><br />
<br />
<span style="font-size: large;">Poderia falar mais, mas o melhor é assistir.</span><br />
<br />
<span style="font-size: large;">É doloroso.</span><br />
<span style="font-size: large;">Tem que ser visto. <span style="color: #cccccc;">(14/3/2019)</span></span><br />
<br />
<div style="text-align: center;">
<span style="color: red; font-size: large;"><b>O PACIENTE - O CASO TACREDO NEVES (2018)</b></span></div>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjTSq_iyWAthh4X7_wwlR5CbacLmPX-R4KJNYikoBcu-vTIa81amka1JkO8vWNrq_dhTSyFA6po73Xtbbk5BcLE-XsVYzDPs7HJ-MAyvxl5e0D1azjoU00D-x_Xv63qUM1E_VdLnZlLQ2lU/s1600/tancredo.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="720" data-original-width="540" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjTSq_iyWAthh4X7_wwlR5CbacLmPX-R4KJNYikoBcu-vTIa81amka1JkO8vWNrq_dhTSyFA6po73Xtbbk5BcLE-XsVYzDPs7HJ-MAyvxl5e0D1azjoU00D-x_Xv63qUM1E_VdLnZlLQ2lU/s320/tancredo.jpg" width="240" /></a></div>
<span style="font-size: large;">Brutal. Baseado no livro homônimo do pesquisador médico e escritor Luis Mir, conta a história dos últimos dias de Tancredo, a partir de sua internação. O então presidente eleito começou a apresentar dores fortes no abdômen três dias antes da posse e, diante do alarmismo fatalista criado pelo médico Francisco Pinheiro da Rocha, ele acabou sendo internado para uma operação de emergência. É inacreditável a sucessão de erros primários, ridículos e absurdos desencadeada pela precipitação desse médico. Em primeiro lugar Tancredo foi levado para o Hospital de Base de Brasília, uma espelunca sem infra-estrutura e completamente despreparado para atendimentos cirúrgicos de maior gravidade. Em seguida Pinheiro pensou que Tancredo estava com apendicite; aberto, na mesa de operações, constatou-se que seu apêndice não tinha absolutamente nada de errado. Culpou-se então o divertículo de meckel, uma espécie de pequeno apêndice do intestino que pode aparecer em certas pessoas mas que geralmente não dá qualquer problema. Retirou-se o divertículo.</span><br />
<br />
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: right; margin-left: 1em; text-align: right;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgIPmFe7-GgMk-9I7rbXkVDOMD51Rx66dlbXEjbrbNpEQbOckNTAsQhj6g5X9wLbysLqBDy-LGK6kcOpjgqg_wyhcBtCiWKMCfeDkWOZbb2UoLxpG_uI5N356huzZz6V5CxMihiXcG5qpFS/s1600/tancredo1.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="292" data-original-width="230" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgIPmFe7-GgMk-9I7rbXkVDOMD51Rx66dlbXEjbrbNpEQbOckNTAsQhj6g5X9wLbysLqBDy-LGK6kcOpjgqg_wyhcBtCiWKMCfeDkWOZbb2UoLxpG_uI5N356huzZz6V5CxMihiXcG5qpFS/s1600/tancredo1.jpg" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i><span style="font-size: small;">Tancredo Neves</span></i></td></tr>
</tbody></table>
<span style="font-size: large;">A operação foi assistida por políticos e gente que não tinha nada a ver com o pato, aumentando horrivelmente a possibilidade de infecção. A sutura foi porca. E como se isso não bastasse, descobriu-se depois que o divertículo - como costuma acontecer - não representava qualquer ameaça e o problema era um pequeno tumor, e ainda por cima benigno. Só que a internação às pressas, a operação mal-feita, o pós-operatório medieval, a hemorragia, a obstrução intestinal, a transferência tardia para São Paulo e as duas operações seguintes a que o velho Tancredo, com 75 anos, foi perversamente submetido, arruinaram sua saúde já combalida e ele acabou morrendo de falência múltipla de órgãos. Ou seja, um problema que poderia ter sido contornado facilmente com o tratamento adequado, virou uma tragédia dos mais horrorosos equívocos nas mãos de um bando inescrupuloso de médicos imbecis e incompetentes.</span><br />
<br />
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: left; margin-right: 1em; text-align: left;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEimexij8mCemAGKa6-kL69oSfaiNrMVMzKC4CA1Cr1kRco0T9v9nThKOSGGSSMukZTfBAlZgc684nEdhRJjYOJnTwDWO_Atfnzg9JceHVR2bmyqCQgFAyCLDn5mL2V1EtF6ACb5Vn_W873r/s1600/tancredo+eves.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="405" data-original-width="675" height="192" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEimexij8mCemAGKa6-kL69oSfaiNrMVMzKC4CA1Cr1kRco0T9v9nThKOSGGSSMukZTfBAlZgc684nEdhRJjYOJnTwDWO_Atfnzg9JceHVR2bmyqCQgFAyCLDn5mL2V1EtF6ACb5Vn_W873r/s320/tancredo+eves.jpg" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i><span style="font-size: small;">A foto terrível de Tancedo e a junta médica</span></i></td></tr>
</tbody></table>
<span style="font-size: large;">Por conta de tudo isso - e acima de tudo pela performance exemplar do maravilhoso Othon Bastos, no papel de Tancredo - o filme é doloroso e difícil de assistir. O que temos é um homem idoso tendo sua vida aniquilada pela estupidez humana num espaço de 40 dias.</span><br />
<br />
<span style="font-size: large;">Em termos artísticos, não importa o quanto eu já esteja acostumado com a falta de qualidade do cinema brasileiro, eu continuo me decepcionando. A imagem é de novela, e não de filme; a direção de arte é nenhuma. Tudo é <i>fake</i>, tudo é cenário, tudo tem cara de estúdio. O roteiro não chega a ser ruim, mas a direção de atores é inexistente e prevalece uma canastrice fundamental. Othon, Esther Góes (Risoleta), Mário Hermeto (Tancredo Filho), Luciana Braga (Inês Neves), Otávio Müller (Dr. Renault) e Emiliano Queiroz (Dr. Batista Rezende) estão bem. Já Paulo Betti (Dr. Pinotti), Leonardo Franco (Gilberto Assis) e Leonardo Medeiros (Pinheiro Rocha) estão exagerados e caricatos.</span><br />
<br />
<span style="font-size: large;">Vale pelo triste registro histórico. Não há conspiração nenhuma de quem quer que seja, na morte de Tancredo. Houve, sim, a irresponsabilidade criminosa de um grupo desprezível de trapalhões. <span style="color: #cccccc;">(22/4/2019)</span></span><br />
<br />
<div style="text-align: center;">
<span style="color: red;"><b><span style="font-size: large;">A DOG</span><span style="font-size: large;">'</span><span style="font-size: large;">S LIFE</span></b></span></div>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjjVm89Mql5hCZNY4Vev2J4Sn3yS6cDnP3xpYu-QeB5j_GYz38dp_Q9_ilWjxJOmS3dGpAxXcDAdsX0r8vLSnvXMFBOoVvVP95GhIclN4USdXi_Z071XYx9M-S0tIUx-b5EX2sGjVeJ-C7-/s1600/cha4.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="659" data-original-width="512" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjjVm89Mql5hCZNY4Vev2J4Sn3yS6cDnP3xpYu-QeB5j_GYz38dp_Q9_ilWjxJOmS3dGpAxXcDAdsX0r8vLSnvXMFBOoVvVP95GhIclN4USdXi_Z071XYx9M-S0tIUx-b5EX2sGjVeJ-C7-/s1600/cha4.jpg" /></a></div>
<br />
<span style="font-size: large;">Chaplin, Keaton, Lloyd a Laurel & Hardy com seus amigos <span style="color: #cccccc;">(25/4/2019)</span></span><br />
<br />
<div style="text-align: center;">
<span style="color: red; font-size: large;"><b>ANTUNES</b></span></div>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgtIKYQtmWZvbdbUpquj5xcZybzPZHf84FsFPjQKT9VQ2S2J69TZIP92l1Gj6lCqe9D3MhiIePBUhsoq27yru7PX6tZZED58JbyndPjq46rT8tgLIz9mZKkWIk4gNGJon27QFlHLZ4ci3fy/s1600/antunes+%25283%2529.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="415" data-original-width="555" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgtIKYQtmWZvbdbUpquj5xcZybzPZHf84FsFPjQKT9VQ2S2J69TZIP92l1Gj6lCqe9D3MhiIePBUhsoq27yru7PX6tZZED58JbyndPjq46rT8tgLIz9mZKkWIk4gNGJon27QFlHLZ4ci3fy/s1600/antunes+%25283%2529.jpg" /></a></div>
<br />
<span style="font-size: large;">Por uma abençoada confluência de astros, minha entrada na faculdade coincidiu com um período de fastígio de Antunes no SESC da Vila Nova, ao lado do Mackenzie. Eu, com 21 anos, era uma esponja de cultura teatral e, munido de minha carteira de meia-entrada da UNE, transformei o teatro do SESC (e basicamente todos os teatros de São Paulo) em minha segunda casa. Assisti Macbeth três vezes. Vereda da Salvação mais outras tantas. Depois levava os amigos. Minha mãe viu Macbeth comigo no Municipal e Vereda lá no SESC (apaixonou-se perdidamente por Luis Melo). Qualquer coisa que acontecesse por ali, eu ia.</span><br />
<br />
<span style="font-size: large;">Não vou repisar aqui o que significou para a minha vida ter assistido o clássico de Shakespeare encenado por Antunes e interpretado por Melo. Já o fiz muitas vezes. Mas em uma das ocasiões em que fui comprar ingressos para essa ou outra peça (Gilgamesh, creio, em 95), à tarde, antes de ir para o Mackenzie, encontrei Antunes sentado no sofá que havia no saguão, acompanhado de Portella, Geraldinho e outros atores do que se poderia chamar seu elenco fixo. Sentei-me por perto e escutei um pouco da conversa, que era descontraída.</span><br />
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiH72HB69qCMZF4f5lM4KqcdoxxW3D8mtj_xzOBtgGCWtHVQTk0tdjG2Jb9kXwJ4vFpQklsj5-1e9GUnt2FGskdnU579tcpO6h-psTufw63MDi5gSFdkMzhJiQA1qHlmvY9U0t1n5-5zmGv/s1600/TronoSangue.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="388" data-original-width="480" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiH72HB69qCMZF4f5lM4KqcdoxxW3D8mtj_xzOBtgGCWtHVQTk0tdjG2Jb9kXwJ4vFpQklsj5-1e9GUnt2FGskdnU579tcpO6h-psTufw63MDi5gSFdkMzhJiQA1qHlmvY9U0t1n5-5zmGv/s1600/TronoSangue.jpg" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i><span style="font-size: small;">Melo interpretando Macbeth em Trono de Sangue</span></i></td></tr>
</tbody></table>
<br />
<span style="font-size: large;">Eu levava comigo um gravadorzinho de fita-cassete com que pretendia gravar um trabalho de faculdade, saindo de lá, e quando eles se levantaram para entrar, eu abordei Antunes. Com a humildade de um vassalo perante o suserano - o diretor tinha a fama de ser uma pessoa difícil - pedi-lhe uma pequena entrevista para o diretório acadêmico da faculdade. Uma mentira que apliquei ao longo dos anos com bastante sucesso, já que eu nunca pertenci ao diretório, e mesmo que pertencesse, uma conversa com Antunes estava meio distante do universo de Propaganda e Marketing. Para minha surpresa, ele aceitou e se sentou no mesmo lugar onde já estava. Não tinha nada de difícil. Era uma pessoa fácil e gentil, desde que o interlocutor falasse sua língua. Sentei-me a seu lado, completamente aturdido, porque não pensei que ele aceitaria, e comecei a disparar perguntas sobre tudo aquilo que pudesse pensar no momento.</span><br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgDWkO5Cz7n441fy9vl9jkWC8hoetyIkhpvLt0HaUYIa0IHC2l5hrH5at3o5QedG-hLP_rvOaPbcE9sjo1pFPpSIgPXWyvU2ZkAfcW215DsuqY1Rj0Q0x3d4-9NnX3LC1EFG3M_2WlO31_M/s1600/antunes.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" data-original-height="300" data-original-width="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgDWkO5Cz7n441fy9vl9jkWC8hoetyIkhpvLt0HaUYIa0IHC2l5hrH5at3o5QedG-hLP_rvOaPbcE9sjo1pFPpSIgPXWyvU2ZkAfcW215DsuqY1Rj0Q0x3d4-9NnX3LC1EFG3M_2WlO31_M/s1600/antunes.jpg" /></a></div>
<span style="font-size: large;">Foi uma conversa genérica. Sem maior repertório para poder encarar um totem como Antunes, conduzi o papo pelo momento atual do teatro brasileiro, os autores e diretores de sua predileção, sua relação com Shakespeare e etc. Desnecessário comentar a paixão causticante com que expendia seus conceitos, um mais brilhante do que o outro, sobre o palco. Era um gênio do teatro falando. Conversamos por uns quarenta minutos, mais ou menos, e ele explicou que teria que voltar para o ensaio. Agradeci e abracei-o com o coração transbordando de alegria e entusiasmo. Prestes a entrar no teatro ele se virou para mim: "Você não me disse teu nome". "Bernardo". Ele brincou: "Bernardo? Ahhh... quem vem lá? Bernardo?" Mergulhado em Shakespeare graças aos filmes de Olivier, Welles e Brannagh, e no Brasil, graças a pessoas como ele, Luis Melo e Antonio Fagundes, reconheço a primeira cena de Hamlet e respondo, de um salto: "Responde tu primeiro! Viva o rei!" Ele sorriu e entrou. Saí do SESC ébrio de satisfação, trêmulo, como uma garrafa de nitroglicerina que foi agitada.</span><br />
<br />
<span style="font-size: large;">Mais do que por sua gigantesca contribuição às artes cênicas, mais do que por ser, junto a Flávio Rangel, o maior diretor de teatro que o Brasil já teve, é assim que vou lembrar de Antunes. Como alguém que deu uma entrevista a um jovem sem sequer saber seu nome. Que não se importou com o fato de eu estar amplamente despreparado para entrevistar alguém como ele. E que ao invés de me mandar à merda, que é algo que ele poderia tranqüilamente ter feito, estando no meio de um ensaio, me viu pelo que eu era: um jovem curioso, pronto para ser ensinado, cheio de vontade de aprender mais sobre aquilo do qual ele foi um de nosso maiores mestres.</span><br />
<br />
<span style="font-size: large;">Obrigado por TUDO, Antunes!</span><br />
<span style="font-size: large;"></span><br />
<span style="font-size: large;">Obrigado! <span style="color: #cccccc;">(3/5/2019)</span></span><br />
<br />
<div style="text-align: center;">
<span style="color: red; font-size: large;"><b>RUBENS EWALD FILHO (1945/2019)</b></span></div>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjgov3lcMXFnOkzfG6Dk0PVYEjr3dB45QZiJQjASfYT0afSLnq3OpYrQEqrwfneeRZ2ydF_3n1Bpz22025B9l3z-19vtXVMfRRe0bqEdvYyFDo8zRfOlzL9YnEWXCbjimdAN9r1TZOFqSrc/s1600/rubens-ewald-filho-curador-do-festival-de-cinema-de-gramado-segue-hospitalizado-e1560282403245.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="354" data-original-width="534" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjgov3lcMXFnOkzfG6Dk0PVYEjr3dB45QZiJQjASfYT0afSLnq3OpYrQEqrwfneeRZ2ydF_3n1Bpz22025B9l3z-19vtXVMfRRe0bqEdvYyFDo8zRfOlzL9YnEWXCbjimdAN9r1TZOFqSrc/s1600/rubens-ewald-filho-curador-do-festival-de-cinema-de-gramado-segue-hospitalizado-e1560282403245.jpg" /></a></div>
<br />
<span style="font-size: large;">Cresci vendo Rubens Ewald no antigo Jornal Hoje falando sobre cinema, mas foi só por volta dos dezessete anos, quando desenvolvi uma obsessão pelo Oscar, suas cerimônias e seus premiados, que realmente pude constatar o quilate do cinéfilo que ele era. Um amigo me deu um número especial de uma publicação qualquer sobre cinema falando tudo sobre o prêmio. O autor: Rubens. Devorei aquela revista e praticamente decorei seu conteúdo. Foi uma espécie de guia para tudo aquilo que eu desejava (e precisava) assistir, em minha nascente cultura cinematográfica. Ele comentava exatamente aquilo que merecia ser comentado, não se alongava demais, era objetivo e honesto; aqui e ali criticava o que julgava que deveria ser criticado, e o fazia com um conhecimento tão profundo, tão depurado, que era impossível não respeitar sua opinião, e, no mais das vezes, concordar com ela.</span><br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: right; margin-left: 1em; text-align: right;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjrBySALNx1rf2A52vUTnEX_2GVM7Vca-4y1VjOGFhUFJcSMtPELhtHBdcTZ9zRSnA2qKxxBCPzXOuwlkD15d8MBHVYDHMbm-46t5DrDTgGhAxcUJ92whDudZmWCfhtkIdyyDr-2V8O-fsi/s1600/LeonardMaltin-1.3.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1503" data-original-width="1001" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjrBySALNx1rf2A52vUTnEX_2GVM7Vca-4y1VjOGFhUFJcSMtPELhtHBdcTZ9zRSnA2qKxxBCPzXOuwlkD15d8MBHVYDHMbm-46t5DrDTgGhAxcUJ92whDudZmWCfhtkIdyyDr-2V8O-fsi/s320/LeonardMaltin-1.3.jpg" width="212" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i><span style="font-size: small;">Leonard Maltin</span></i></td></tr>
</tbody></table>
<span style="font-size: large;">Nos Estados Unidos descobri seu alterego norte-americano, Leonard Maltin. Mas este sempre foi mais um historiador do que qualquer outra coisa, e na época das premiações de cinema, como Oscar, SAG, Globo de Ouro, etc., afirmo com a máxima convicção que os comentaristas cinematográficos de todas as emissoras - </span><span style="font-size: large;">excetuando Gene Siskel e Roger Ebert - </span><span style="font-size: large;">não chegavam aos pés de Rubens. Eu via com espanto alguns deles, metidíssimos, consideradíssimos, respeitadíssimos, metendo os pés pelas mãos e errando feio todas as previsões dos vencedores. Rubens estava acima de todos eles. Era imbatível. Assistir o Oscar com a narração de Renato Machado, a tradução de Elizabeth Hartman (a intérprete, não a atriz) e os comentários de Rubens era experiência imperdível. Ele sabia tanto que não raro dava spoillers de filmes que estavam concorrendo e nem sequer haviam chegado ao Brasil ainda. Era seu único defeito.</span><br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<span style="font-size: large;">Em meados da década de 90 eu encasquetei de montar a peça <i>Oleanna</i>, de David Mamet na faculdade. Estava influenciado pela montagem de Fagundes e pelo filme dirigido pelo próprio Mamet, com William H. Macy. A Internet era incipiente, Mamet ainda não era famoso o suficiente para aparecer em revistas e não havia verbetes sobre ele em livro nenhum. Num mato sem cachorro, pego a lista telefônica e ligo para quem? Rubens. Se alguém saberia alguma coisa sobre o filme, o diretor ou seu roteirista, era ele. E ele mesmo atendeu. Demorou um pouco para entender o que eu queria mas quando se deu conta de que eu era apenas um curioso atrás de informações sobre Mamet, riu e conversamos durante quase uma hora. Ele era simples e não tinha um pingo de estrelismo. Mesmo sabendo que era o maior crítico brasileiro e um dos maiores (senão o maior) do mundo, era uma pessoa como qualquer outra, simpática e acessível.</span><br />
<br />
<span style="font-size: large;">A chegada da TV a cabo no Brasil - nessa mesma época - acabou representando um segundo auge de Rubens. Contratado pela TVA ele ampliou aquilo que já fazia com a Globo e multiplicou por dez sua atividade como comentarista e entrevistador. Passava pelo menos metade do ano viajando o mundo, participando de festivais e entrevistando todos os atores, atrizes, diretores e figuras de maior ou menor importância, no mundo cinematográfico. Conhecido e reverenciado no meio, não havia celebridade que lhe fechasse as portas. Pelo contrário; foram incontáveis as vezes em que artistas demonstraram sua admiração, boquiabertos, com a cultura oceânica de Rubens. Me pergunto sobre o destino desse acervo da TVA (que se não me engano pertencia à editora Abril), porque há entrevistas antológicas feitas por ele, que não podem ser perdidas.</span><br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgF0CTQkQvtIztiIHMfhXpUl7CcnSP35RE1u7kq7JRa5IkQc6yYWleiXYiV-zKaJ7nHI8qXcR6Bpyqgcs1xqMjaAMQHu_5qbGV5KAHh9K1GqmTdZ7qpnejQWKbXjHpWhygPAQJ3-1n0ObBS/s1600/rubens.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="462" data-original-width="533" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgF0CTQkQvtIztiIHMfhXpUl7CcnSP35RE1u7kq7JRa5IkQc6yYWleiXYiV-zKaJ7nHI8qXcR6Bpyqgcs1xqMjaAMQHu_5qbGV5KAHh9K1GqmTdZ7qpnejQWKbXjHpWhygPAQJ3-1n0ObBS/s1600/rubens.jpg" /></a></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<br />
<span style="font-size: large;">Anos depois repeti a dose; estava escrevendo um texto sobre Guarnieri </span><span style="font-size: large;">e liguei para ele a fim de perguntar sobre a versão de <i>Éramos Seis</i> da Tupi, que ele escreveu em parceria com Silvio de Abreu. Mais</span><span style="font-size: large;"> um par de horas da melhor prosa, e foi bem na época do lançamento da Coleção Aplauso, então falamos de tudo e de todos, no teatro e no cinema. Várias vezes trombei com ele em teatros ou eventos. A última vez foi no Persona em Foco de Othon Bastos. A simplicidade de sempre. Desceu do automóvel, na Cultura, colocando a camisa que usaria durante a gravação. Cumprimentou a mim e a quem estivesse por perto como um velho amigo.</span><br />
<br />
<span style="font-size: large;">Era um grande mestre. Perdemos todo com sua partida. Ele fará muita falta. A frase foi banalizada pela utilização excessiva, sobretudo com gente que não fará falta nenhuma. No caso dele a frase não podia ser mais tristemente real. Ele fará MUITA falta.</span><br />
<span style="font-size: large;"></span><span style="font-size: large;"></span><span style="font-size: large;">__________________________________</span><br />
<span style="font-size: large;"><br /></span>
<span style="font-size: large;"><span style="background-color: white; color: #333333; font-family: "georgia" , serif; font-size: medium;"><span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 13px;">Veja mais:</span><br style="font-size: 13px;" /><span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 13px;"></span><span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 13px;"></span></span></span><br />
<ul style="background-color: white; color: #cc6600; font-family: georgia, serif; font-size: 18.2px; line-height: 1.4; margin: 0.5em 0px; padding: 0px 2.5em;">
<li style="font-family: "trebuchet ms", trebuchet, verdana, sans-serif; margin: 0px 0px 0.25em; padding: 0px;"><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm;">
<span style="color: #e36c0a; font-family: "georgia" , serif; font-size: 14pt;"><a href="http://bernardoschmidt.blogspot.com.br/2014/04/minestrone-cultural_18.html" style="color: #cc6600; display: block; text-decoration-line: none;" target="_blank">Minestrone Cultural</a></span></div>
</li>
<li style="font-family: "trebuchet ms", trebuchet, verdana, sans-serif; margin: 0px 0px 0.25em; padding: 0px;"><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm;">
<a href="http://bernardoschmidt.blogspot.com.br/2015/01/minestrone-cultural-ii.html" style="color: #cc6600; display: block; font-family: georgia, serif; font-size: 14pt; text-decoration-line: none;" target="_blank">Minestrone Cultural II</a></div>
</li>
<li style="font-family: "trebuchet ms", trebuchet, verdana, sans-serif; margin: 0px 0px 0.25em; padding: 0px;"><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm;">
<span style="color: #e36c0a; font-family: "georgia" , serif; font-size: 14pt;"><a href="http://bernardoschmidt.blogspot.com.br/2015/07/minestrone-cultural-iii.html" style="color: #cc6600; display: block; font-size: 14pt; text-decoration-line: none;" target="_blank">Minestrone Cultural III</a></span></div>
</li>
<li style="font-family: "trebuchet ms", trebuchet, verdana, sans-serif; margin: 0px 0px 0.25em; padding: 0px;"><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm;">
<span style="color: #e36c0a; font-family: "georgia" , serif; font-size: 14pt;"><a href="http://bernardoschmidt.blogspot.com.br/2016/02/minestrone-cultural-iv.html" style="color: #cc6600; display: block; font-size: 14pt; text-decoration-line: none;" target="_blank">Minestrone Cultural IV</a></span></div>
</li>
<li style="font-family: "trebuchet ms", trebuchet, verdana, sans-serif; margin: 0px 0px 0.25em; padding: 0px;"><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm;">
<span style="color: #e36c0a; font-family: "georgia" , serif; font-size: 14pt;"><a href="http://bernardoschmidt.blogspot.com.br/2016/05/minestrone-cultural-v.html" style="color: #cc6600; display: block; font-size: 14pt; text-decoration-line: none;" target="_blank">Minestrone Cultural V</a></span></div>
</li>
<li style="font-family: "trebuchet ms", trebuchet, verdana, sans-serif; margin: 0px 0px 0.25em; padding: 0px;"><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm;">
<span style="color: #e36c0a; font-family: "georgia" , serif; font-size: 14pt;"><a href="http://bernardoschmidt.blogspot.com/2016/08/minestrone-cultural-vi.html" style="color: #cc6600; display: block; text-decoration-line: none;" target="_blank">Minestrone Cultural VI</a></span></div>
</li>
<li style="font-family: "trebuchet ms", trebuchet, verdana, sans-serif; margin: 0px 0px 0.25em; padding: 0px;"><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm;">
<a href="http://bernardoschmidt.blogspot.com.br/2016/09/minestrone-cultural-vii.html" style="color: #cc6600; display: block; font-family: georgia, serif; font-size: 14pt; text-decoration-line: none;" target="_blank"><span style="color: #e36c0a;">Minestrone Cultural VII</span></a></div>
</li>
<li style="font-family: "trebuchet ms", trebuchet, verdana, sans-serif; margin: 0px 0px 0.25em; padding: 0px;"><a href="http://bernardoschmidt.blogspot.com.br/2016/12/minestrone-cultural-viii.html" style="color: #cc6600; display: block; font-family: georgia, serif; font-size: 14pt; text-decoration-line: none;" target="_blank"><span style="color: #e36c0a;">Minestrone Cultural VIII</span></a></li>
<li style="font-family: "trebuchet ms", trebuchet, verdana, sans-serif; margin: 0px 0px 0.25em; padding: 0px;"><a href="https://bernardoschmidt.blogspot.com.br/2017/05/minestrone-cultural-ix.html" style="color: #cc6600; display: block; font-family: georgia, serif; font-size: 14pt; text-decoration-line: none;" target="_blank"><span style="color: #e36c0a;"><h3 class="post-title entry-title" style="color: #cc6600; font-size: 18.2px; font-weight: normal; line-height: 1.4em; margin: 0.25em 0px 0px; padding: 0px 0px 4px;">
Minestrone Cultural IX</h3>
</span></a></li>
<li style="font-family: "trebuchet ms", trebuchet, verdana, sans-serif; margin: 0px 0px 0.25em; padding: 0px;"><h3 class="post-title entry-title" style="font-family: georgia, serif; font-size: 18.2px; font-weight: normal; line-height: 1.4em; margin: 0.25em 0px 0px; padding: 0px 0px 4px;">
<span style="color: #e36c0a; font-size: 14pt;"><a href="https://bernardoschmidt.blogspot.com.br/2017/10/minestrone-cultural-x.html" style="color: #cc6600; display: inline; font-size: 14pt; text-decoration-line: none;" target="_blank">Minestrone Cultural X</a></span></h3>
</li>
<li style="font-family: "trebuchet ms", trebuchet, verdana, sans-serif; margin: 0px 0px 0.25em; padding: 0px;"><h3 class="post-title entry-title" style="font-family: georgia, serif; font-size: 18.2px; font-weight: normal; line-height: 1.4em; margin: 0.25em 0px 0px; padding: 0px 0px 4px;">
<span style="color: #e36c0a; font-size: 14pt;"><a href="https://bernardoschmidt.blogspot.com.br/2018/02/minestrone-cultural-xi.html" style="color: #cc6600; display: inline; font-size: 14pt; text-decoration-line: none;" target="_blank">Minestrone Cultural XI</a></span></h3>
</li>
<li style="font-family: "trebuchet ms", trebuchet, verdana, sans-serif; margin: 0px 0px 0.25em; padding: 0px;"><h3 class="post-title entry-title" style="font-family: georgia, serif; font-size: 18.2px; font-weight: normal; line-height: 1.4em; margin: 0.25em 0px 0px; padding: 0px 0px 4px;">
<span style="color: #e36c0a; font-size: 14pt;"><a href="http://bernardoschmidt.blogspot.com/2018/05/minestrone-cultural-xii.html" style="color: #cc6600; display: inline; font-size: 14pt; text-decoration-line: none;" target="_blank">Minestrone Cultural XII</a></span></h3>
</li>
<li style="font-family: "trebuchet ms", trebuchet, verdana, sans-serif; margin: 0px 0px 0.25em; padding: 0px;"><h3 class="post-title entry-title" style="font-family: georgia, serif; font-size: 18.2px; font-weight: normal; line-height: 1.4em; margin: 0.25em 0px 0px; padding: 0px 0px 4px;">
<span style="color: #e36c0a; font-size: 14pt;"><a href="https://bernardoschmidt.blogspot.com/2018/07/minestrone-cultural-xiii.html" style="color: #333333; display: block; text-decoration-line: none;" target="_blank">Minestrone Cultural XIII</a></span></h3>
</li>
<li style="font-family: "trebuchet ms", trebuchet, verdana, sans-serif; margin: 0px 0px 0.25em; padding: 0px;"><a href="https://bernardoschmidt.blogspot.com/2018/07/minestrone-cultural-xiii.html" style="color: #333333; display: block; text-decoration-line: none;" target="_blank"></a><a href="https://bernardoschmidt.blogspot.com/2018/11/minestrone-cultural-xiv.html" style="color: #333333; display: block; font-family: Georgia, serif; font-size: 18.2px; text-decoration-line: none;">Minestrone Cultural XIV</a></li>
<li style="font-family: "trebuchet ms", trebuchet, verdana, sans-serif; margin: 0px 0px 0.25em; padding: 0px;"><a href="https://bernardoschmidt.blogspot.com/2018/11/minestrone-cultural-xiv.html" style="color: #333333; display: block; font-family: Georgia, serif; font-size: 18.2px; text-decoration-line: none;"></a><h3 class="post-title entry-title" style="color: #cc6600; font-size: 18.2px; font-weight: normal; line-height: 1.4em; margin: 0.25em 0px 0px; padding: 0px 0px 4px;">
<a href="https://bernardoschmidt.blogspot.com/2018/11/minestrone-cultural-xiv.html" style="color: #333333; display: block; font-family: Georgia, serif; font-size: 18.2px; text-decoration-line: none;"></a><a href="https://bernardoschmidt.blogspot.com/2019/01/minestrone-cultural-xv.html" style="color: #333333; display: block; text-decoration-line: none;">Minestrone Cultural XV</a></h3>
<div class="post-header" style="font-size: 13px;">
<div class="post-header-line-1">
</div>
</div>
</li>
</ul>
<span style="font-size: large;"></span>
<span style="font-size: large;"><br /></span>
Bernardo Schmidthttp://www.blogger.com/profile/12196150324865840023noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4381988697960596291.post-26068165785347733252019-03-03T19:55:00.001-08:002019-08-03T07:43:49.299-07:00Oscar 2019<span style="font-size: large;"><br /></span>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjCYBkLOI27hIMZSea7eYfJYGC4BMkoptJVvY2nsXXIrQJ577MLb2EOImucWsP8bGaV71Wch5NszJbtAqW5CzPEI-LG5UT9KvpWF51ooP3taguBdKMfEA6UWXoS-RZG7QLwEWMsZVMk13zH/s1600/oscar2.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="240" data-original-width="533" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjCYBkLOI27hIMZSea7eYfJYGC4BMkoptJVvY2nsXXIrQJ577MLb2EOImucWsP8bGaV71Wch5NszJbtAqW5CzPEI-LG5UT9KvpWF51ooP3taguBdKMfEA6UWXoS-RZG7QLwEWMsZVMk13zH/s1600/oscar2.jpg" /></a></div>
<br />
<span style="font-size: large;">Meus caros,</span><br />
<span style="font-size: large;">Este ano não consegui publicar antes da cerimônia o texto completo com as análises sobre todos os indicados. Seja porque não encontrei alguns dos filmes a tempo (como <i>Vice</i> e <i>Mary Poppins returns</i>), seja pelo intenso desinteresse de assistir grande parte deles. Em alguns casos aproveitei para fazer análises comparativas entre os filmes e versões anteriores da mesma história (<i>A Star is Born</i>, <i>Mary Queen of Scots</i> e <i>Christopher Robin</i>) e em outros, não tendo maiores considerações a fazer, mantive os comentários na superfície. Aqui e ali há textos escritos ainda no ano passado, antes de serem anunciadas as indicações.</span><br />
<br />
<span style="font-size: large;">Pessoalmente, errei praticamente todos os meus palpites. Continuo cometendo o erro de achar que o Oscar premiará por mérito e não por política, e este acabou sendo um ano com as premiações mais políticas de todos os tempos.</span><br />
<br />
<span style="font-size: large;">Enfim, lá vai.</span><br />
<span style="font-size: large;">Há spoilers de todos os tipos, então cuidado.</span><br />
<span style="font-size: large;">___________________________________________</span><br />
<br />
<span style="font-size: large;"></span>
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<div style="text-align: center;">
<span style="color: red; font-size: large;"><b>4X A STAR IS
BORN</b></span></div>
</div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: right; margin-left: 1em; text-align: right;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiD9oEqas_PQwxTqg2x2pVfiD6DdP74MIFXYHb_9VU1-Lhbk3OEjf95sC4nGdQVwISfy5guI-Zh6bVUVSMFx4-iyy1KNM03bTcDaMndMb8y4IGyx0JmZsWuw19Mo855oicxmYqV15X2Hooh/s1600/aadela.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="317" data-original-width="214" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiD9oEqas_PQwxTqg2x2pVfiD6DdP74MIFXYHb_9VU1-Lhbk3OEjf95sC4nGdQVwISfy5guI-Zh6bVUVSMFx4-iyy1KNM03bTcDaMndMb8y4IGyx0JmZsWuw19Mo855oicxmYqV15X2Hooh/s1600/aadela.jpg" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i><span style="font-size: small;">Adela Rogers, a mãe biológica<br />de A Star is Born</span></i></td></tr>
</tbody></table>
<span style="font-size: large;">Em 1932 a
RKO comprou uma história original da conhecida escritora, roteirista e
jornalista cinematográfica Adela Rogers St. Johns chamada </span><span style="font-size: large;">"</span><span style="font-size: large;">The Truth About
Hollywood</span><span style="font-size: large;">"</span><span style="font-size: large;">; é sobre uma garçonete, Mary Evans, que dá um jeito de se apresentar
para Max Carey, um diretor de cinema que está sempre bêbado, e consegue dele
uma oportunidade de trabalho que a transformará em uma estrela. Há entre o
diretor e a garçonete uma relação <i>svengaliana</i> e enquanto Mary se estabelece
como uma grande atriz e realiza o casamento de seus sonhos com um milionário
por quem é apaixonada, Max se afunda na bebida. Decadente, ele acaba preso e,
depois de solto graças à intervenção de Mary, ele se suicida com um tiro no
peito. Adela já lançara um pequeno romance em 1923, com o nome </span><span style="font-size: large;">"</span><span style="font-size: large;">The Skyrocket</span><span style="font-size: large;">"</span><span style="font-size: large;">,
mais ou menos sobre o mesmo tema, e agora refundia a história inspirando-se em
alguns aspectos da vida da atriz Colleen Moore, cujo marido era alcoólatra, e
no diretor Tom Forman, que se matou em 1926, depois de um colapso nervoso.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhEUu05qHwxF1hXzbUrm6x9dMgZNAQ0lvA6U4e_nwl3AB4P6s1wTqNn6Apgckf0yNfm9xNNbX-hR6nwlFaTiJJR_wovTp_jRz6YpvuQAea2IQOSbrCLnIHzSR3oYWErPF8iT6kVLJDzFkM5/s1600/What_Price_Hollywood.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1533" data-original-width="1160" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhEUu05qHwxF1hXzbUrm6x9dMgZNAQ0lvA6U4e_nwl3AB4P6s1wTqNn6Apgckf0yNfm9xNNbX-hR6nwlFaTiJJR_wovTp_jRz6YpvuQAea2IQOSbrCLnIHzSR3oYWErPF8iT6kVLJDzFkM5/s320/What_Price_Hollywood.jpg" width="242" /></a></div>
<span style="font-size: large;">Produzido
por David O. Selznick o filme ganhou o nome de <i>What Price Hollywood?</i> e é um
melodrama muito bem feito; puxa para o lado da comédia romântica durante toda a
primeira metade e só descamba para a tragédia do meio para o fim. É valorizado
imensamente pela presença de Lowell Sherman (Max), em seu penúltimo filme - um
magnífico ator que infelizmente morreu apenas dois anos depois, aos 46 anos,
vítima de pneumonia - e da linda Constance Bennett (Mary). Soube recentemente
que Selznick desejava Clara Bow para o papel de Mary e no vai-e-vem das
negociações ela acabou comprometida com outro trabalho. É uma lástima
incalculável. Bow era tão linda que Hollywood nunca se deu conta do quanto ela
era talentosa, e teria sido perfeita no papel. O filme foi dirigido pelo ainda
novato George Cukor, que começara dois anos antes na Paramount e fazia sua
estréia na RKO.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-size: large;"><i>What Price
Hollywood?</i> não chegou a revolucionar e comenta-se que não deu lucro nas
bilheterias. Adela Rogers e Jane Murfin foram indicadas ao Oscar de Melhor
Roteiro Original mas perderam para Frances Marion por <i>The Champ</i>. Selznick daria
um jeito de ressuscitar o trabalho de Adela pouco depois, por meios não muito
corretos.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: right; margin-left: 1em; text-align: right;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgRwJoPMNYH4fIiMiDCNENLpVTTaZwiNy7jnqtRjemREU3Zjj4se5Ys3oJYRtvTj55xoiQHNnsdDPUc1641CY0cGmMYuclUl-l-Pq668FFJi1uXY7fLBSjxmxis-DpnsGRqvl-FR0rAiPCZ/s1600/wellman.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="350" data-original-width="321" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgRwJoPMNYH4fIiMiDCNENLpVTTaZwiNy7jnqtRjemREU3Zjj4se5Ys3oJYRtvTj55xoiQHNnsdDPUc1641CY0cGmMYuclUl-l-Pq668FFJi1uXY7fLBSjxmxis-DpnsGRqvl-FR0rAiPCZ/s320/wellman.jpg" width="293" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i><span style="font-size: small;">William Wellman</span></i></td></tr>
</tbody></table>
<span style="font-size: large;">William
Wellman (1896/1975) foi um dos diretores mais prolíficos e versáteis da
história de Hollywood. Veterano da 1ª Grande Guerra, dirigiu com maestria o
épico <i>Wings</i>, que ganhou o prêmio de Melhor Filme na primeira cerimônia do
Oscar, em 1928. Nos dez anos seguintes descobriu talentos como James Cagney e
dirigiu alguns dos melhores filmes de Barbara Stanwick. Em 1937, instado por
Selznick (agora na United Artists), refundiu a história de <i>What Price
Hollywood?</i> e escreveu (junto ao colega Robert Carson) a história de <i>A Star is
Born</i>. É sobre a jovem pobre e ambiciosa Esther Blodjett (Janet Gaynor), que tem
o sonho de tornar-se atriz. Contrariando a família e tendo a ajuda apenas de
sua avó (May Robson), ela consegue o dinheiro para tentar realizar seu sonho em
Hollywood. Chegando lá percebe que é apenas mais uma, entre centenas de jovens
que tem o mesmo sonho. Nas semanas seguintes ela vê suas requisições para
testes serem negadas uma por uma; tornou-se célebre o diálogo com a
recepcionista da central de elenco; a moça lhe diz: "Você sabe quais são
suas chances? Uma em cem mil", ao que Esther lhe responde: "Mas
talvez... eu seja essa uma". Ela conhece o assistente de diretor Danny
McGuire (Andy Devine) na pensão onde mora. Eles vão juntos a um espetáculo no
Hollywood Bowl e lá presenciam um vexame do ator Normam Maine (Fredric March),
que chega bêbado e provoca confusão quando não consegue se acomodar em sua
cadeira.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjqL27R5g-MENpWHINVr6BafIE-VAAOnELZvfv0vQV-EO25dU2ndGVNizKU__nzbRHVkxzlsSn8F4O5LFDabwC45r8aVJsONRElziTRLDZTZdmKR4ac24sNKDeQmP-mEEMtXaAy0jjm2cgv/s1600/star.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1000" data-original-width="666" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjqL27R5g-MENpWHINVr6BafIE-VAAOnELZvfv0vQV-EO25dU2ndGVNizKU__nzbRHVkxzlsSn8F4O5LFDabwC45r8aVJsONRElziTRLDZTZdmKR4ac24sNKDeQmP-mEEMtXaAy0jjm2cgv/s400/star.jpg" width="266" /></a></div>
<span style="font-size: large;">Embora
trabalhe como assistente, Danny não tem como encaixar Esther em um filme mas,
vendo que a situação financeira dela é periclitante, consegue-lhe um emprego de
garçonete em uma festa do estúdio. Ela tenta impressionar os convidados fazendo
poses e trejeitos de atrizes famosas mas é ignorada. Quando desiste e está
guardando os pratos na cozinha, é abordada por Norman Maine, que se encanta com
ela, o que provoca o ciúme encarniçado de sua namorada ocasional, Anita Regis
(Elizabeth Jenns). Furiosa com o flerte do ator e a garçonete, ela quebra uma
baixela na cabeça de Norman, que cai desacordado, e ela sai correndo para botar
a culpa em Esther. Norman, porém, estava fingindo e assim que Anita sai os dois
vão embora da festa juntos. O ator descobre então que Esther é uma aspirante à
atriz e resolve ajudá-la. Começa ali um relacionamento que aos poucos vai se
tornando real e profundo (Wellman descarta toda a trama do milionário por quem
Mary se apaixonava e concentra o romance entre o alcoólatra e a novata). Pouco
depois surge a necessidade de substituir uma atriz famosa que fora obrigada a
abandonar um projeto com Norman e ele sugere Esther ao dono do estúdio, Oliver
Niles (Adolphe Menjou). Ele aceita, o filme é feito e Esther - já com o nome
hollywoodiano de Vicky Lester - é festejada pelo público. Felizes, Norman e
Esther se casam.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: right; margin-left: 1em; text-align: right;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgUeLxPNLHwr596ZCaCBp5pWgIOLm5TcC5YKtk0NBiX9KkebKw98WaNJXKs-27qBK7_iWCLEd7gv-gFxyWElXcu3sMcJPwEE6r5AA3vC8rzXNCYzlbOn3jhKm6KT8lS1gUcoI0gGmwKayah/s1600/star6.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="400" data-original-width="308" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgUeLxPNLHwr596ZCaCBp5pWgIOLm5TcC5YKtk0NBiX9KkebKw98WaNJXKs-27qBK7_iWCLEd7gv-gFxyWElXcu3sMcJPwEE6r5AA3vC8rzXNCYzlbOn3jhKm6KT8lS1gUcoI0gGmwKayah/s400/star6.jpg" width="307" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i><span style="font-size: small;">March e Gaynor</span></i></td></tr>
</tbody></table>
<span style="font-size: large;">Vemos em <i>A
Star is Born</i> o mesmo mote de <i>What Price Hollywood?</i>: a estrela ascendente vê a
outra estrela, que lhe proporcionou seu vôo, entrar em queda livre. Norman,
exatamente como Max, é alcoólatra e passou seu período de fastígio enchendo a
cara, dando vexames, se desavindo com colegas de estúdio e de imprensa - e
neste caso temos uma das principais criações de Wellman: o repórter odioso e
canalha Matt Libby (Lionel Stander) - e não cuidando de manter um nível
profissional que o credenciasse junto ao público, malgrado suas estrepolias. O
resultado é que quando Esther tem seu momento de triunfo, o público escarnece
da presença de Norman junto a ela. Ele já não era mais uma estrela bancável ou
confiável quando Esther chegou a Hollywood. Agora, então, a parceria de ambos
na tela e na vida é considerada uma piada de mau-gosto. E quando Niles lhe
informa que ele já não está mais sendo cotado para o protagonista de filmes
futuros, Norman dignamente decide se aposentar. É mais um mote, e desta vez
original, do filme de Wellman: a vida de uma estrela da Hollywood gloriosa dos
anos 20 e 30 depois da aposentadoria. Norman vai tentar de todas as maneiras
viver uma vida simples e caseira enquanto sua esposa brilha e é aclamada.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: left; margin-right: 1em; text-align: left;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjzn90FVqKOoG-jGvZJc3O3U14mjcUnTXWLVdVPYgE6PxleRMBkNhMHWz9BIspOwKp3FSjDYsPg6EZiklQ6dYstLIUvz0MhOKSxFCXxMrfcvqzoKhFHgpRPPYbf1qEAXP3oj8gp4gDEaGuL/s1600/star5.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="611" data-original-width="463" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjzn90FVqKOoG-jGvZJc3O3U14mjcUnTXWLVdVPYgE6PxleRMBkNhMHWz9BIspOwKp3FSjDYsPg6EZiklQ6dYstLIUvz0MhOKSxFCXxMrfcvqzoKhFHgpRPPYbf1qEAXP3oj8gp4gDEaGuL/s400/star5.jpg" width="302" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i style="font-size: 12.8px;"><span style="font-size: small;">March e Gaynor</span></i></td></tr>
</tbody></table>
<span style="font-size: large;">Embora ele
tente e fique claro, em algumas das cenas mais lindas do filme, que os dois se
amam de verdade, o resultado será o pior possível. Incapaz de lidar com seu
próprio anonimato, o alcoolismo de Norman vai recrudescer e explodir. Na
história de Adela, vemos pelos jornais que Mary recebeu o Oscar e logo depois
ela fica sabendo que Max está preso. No filme de Wellman, Norman humilhará sua
esposa publicamente na cerimônia do Oscar, na qual Esther é premiada por um de
seus filmes. O ator aparecerá bêbado, inconseqüente, subindo ao palco para
choramingar seu ostracismo e a ingratidão de seus ex-colegas. Esther tenta
acalmá-lo mas ele gesticula, descontrolado, e acaba acertando um golpe no rosto
da esposa, para o choque de todos. É uma das cenas mais impactantes e
memoráveis do cinema, até aquele momento. Pouco depois ele será detido por
alcoolismo e só não irá pra a prisão porque Esther fará um pedido pessoal ao juíz.
March era um craque, um dos maiores e melhores atores da época, tinha sólida
carreira teatral e deu um banho de interpretação, seguido de perto pela
excelente Janet Gaynor. Ambos, por sinal, já tinham sido agraciados com o Oscar
na vida real, ela em 1928 (na primeira cerimônia do prêmio) e ele em 1932.</span><br />
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<span style="font-size: large;">Temos então
o terceiro mote do filme: enquanto Mary era uma amiga fiel e devotada, incapaz
de deixar seu Svengali passar por dificuldades, Esther é uma esposa amantíssima
e tem verdadeiro amor e gratidão por Norman. Não lhe interessa, portanto, se
ele está decadente, se jogou sua carreira no lixo ou se a humilhou
publicamente. Ela não vai abandoná-lo agora, que ele enfrenta problemas
terríveis; pelo contrário, estará junto a ele não importa o que aconteça. Mesmo
que para isso seja necessário renunciar à sua própria carreira e dedicar-se
única e exclusivamente a ele. E é justamente quando Norman ouve, sem querer, que
Esther pretende abrir mão de sua carreira, que ele vai até o mar e
voluntariamente se afoga.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: right; margin-left: 1em; text-align: right;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEil0q36yRIgnorLk2UHD11nQFfeL5mqbQ8cBjbGKgwJFt8t8ozuu4KBOzf0Qa-QgdUsPa0bi9HgoDObL_il70DXoiucD0ha5mMq7sihHn6MKnne1Nr0PHVphTqoka2EaXAsQiWB20JNpChN/s1600/star9.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="674" data-original-width="542" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEil0q36yRIgnorLk2UHD11nQFfeL5mqbQ8cBjbGKgwJFt8t8ozuu4KBOzf0Qa-QgdUsPa0bi9HgoDObL_il70DXoiucD0ha5mMq7sihHn6MKnne1Nr0PHVphTqoka2EaXAsQiWB20JNpChN/s320/star9.jpg" width="256" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i><span style="font-size: small;">"Hello, everybody. This is<br />Mrs. Norman Maine!</span></i><span style="font-size: small;"><i>"</i></span></td></tr>
</tbody></table>
<span style="font-size: large;">Entre outras
referências de um filme sobre o outro, o produtor Julius Saxe (Gregory Ratoff)
é suavizado e se torna Oliver Niles; a cena do casamento caótico de Mary com
Lonny Borden (Neil Hamilton), seu noivo milionário, é adaptada para a cena do
funeral de Norman Maine; o pedido de Norman para olhar Esther mais uma vez,
dito no primeiro e no último encontro deles, vem do pedido de Max, feito quando
ambos se despedem, no fim, e é para ouvir Mary mais uma vez, e não para vê-la.
Quanto ao icônico <i>Hello, everybody. This is Mrs. Norman Maine</i>, é
invenção de Wellman e seu time de roteiristas, que, aliás, incluía Dorothy
Parker.<i> A Star is Born</i> foi sucesso de público e crítica. Recebeu várias
indicações ao Oscar - incluindo Ator e Atriz pra March e Gaynor - mas
ironicamente, só venceu Roteiro Original (Wellman e Carson), sendo que o roteiro podia ser tudo, menos original. Era uma bela
adaptação do trabalho de Adela, provavelmente até superior, mas que por um
simples dever de justiça deveria ter trazido o nome da escritora em seus
créditos. Segundo algumas fontes, a RKO chegou a estudar a possibilidade de
processar a United Artists por direitos autorais mas não levou a idéia adiante.
Também é dito por aí que David Selznick ofereceu a direção do filme a George
Cukor antes de entregar a incumbência a Wellman, mas Cukor teria declinado o
convite devido à semelhança inegável com o roteiro de Adela.</span><br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<span style="font-size: large;">Se isso confere ou
não, só Deus sabe, mas não faz rios de sentido, já que o primeiro
remake de <i>A Star is Born</i> foi dirigido justamente por Cukor.</span><br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjY8SRNRYA7AUvAYjD3dog-phK6-ZvOIihmVnxp7ogTqcGStss41rb39tiEYKmLb9p7EI7Il9QgMnllCR_zD347upY7ldNtDgn2EfJ4LvIm7CaDIjoijJ5z0Fy6uv1s2Vhj-JIHdA-gh-I0/s1600/star2.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1000" data-original-width="644" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjY8SRNRYA7AUvAYjD3dog-phK6-ZvOIihmVnxp7ogTqcGStss41rb39tiEYKmLb9p7EI7Il9QgMnllCR_zD347upY7ldNtDgn2EfJ4LvIm7CaDIjoijJ5z0Fy6uv1s2Vhj-JIHdA-gh-I0/s400/star2.jpg" width="257" /></a></div>
<span style="font-size: large;">Este remake
da Warner foi feito em 1954, época áurea dos musicais da Metro. Cukor decidiu
transformar <i>A Star is Born</i> não na história de uma atriz, mas de uma cantora que
procura seu lugar ao sol, em Hollywood. A princípio a diferença não é tanta, pois quando uma cantora fazia sucesso ela acabava no cinema, de
uma forma ou de outra (e isso é assim até hoje, como nos ensina o exemplo de Lady Gaga, que veremos mais à frente). E era possível manter a espinha dorsal, ou seja, ela é
descoberta por um ator bêbado e decadente. Para o roteiro, Cukor escalou o
experiente Moss Hart; para as músicas ele chamou dois mestres: Harold Arlen e
Ira Gershwin; e o casal protagonista foi feito por James Mason (Norman) e Judy
Garland (Vicky). O filme começa bem, Esther é parte de um trio vocal que se apresenta
em um evento no qual Norman aparece bêbado e sobe ao palco. Ao invés de ficar
apavorada ela tenta incorporá-lo ao número, o que alivia a tensão do público e
provoca gargalhadas. Original e divertido. Mais tarde, na mesma noite, Norman
vai ao bar onde ela tem outra apresentação e temos o melhor momento do filme:
Judy está com sua banda e canta </span><span style="font-size: large;">"</span><span style="font-size: large;">The Man That Got Away</span><span style="font-size: large;">"</span><span style="font-size: large;">, em interpretação
antológica, lembrada até hoje.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgcZYLK7QwOqenB3bTfK59gcGIxf25Oq-8-0_SyX9p4jgzJjoC63DcnY8vfT3q5lTxdXKRpOkLyuSLsAFbYruaccyvVDSIwbdbsYb2RrQM5Z5P1RSEXTI2aSfjrmH2yCwG0-9E0CfMkRb0j/s1600/star10.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="346" data-original-width="500" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgcZYLK7QwOqenB3bTfK59gcGIxf25Oq-8-0_SyX9p4jgzJjoC63DcnY8vfT3q5lTxdXKRpOkLyuSLsAFbYruaccyvVDSIwbdbsYb2RrQM5Z5P1RSEXTI2aSfjrmH2yCwG0-9E0CfMkRb0j/s1600/star10.jpg" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: small;"><i>Judy cantando "The Man That Got Away"</i></span></td></tr>
</tbody></table>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: right; margin-left: 1em; text-align: right;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgfDXdVrZZOZ0k9CWAmk9jpE73XNcErU7nnJG9RllpQpOh1RAm7v3P-OX24cwQZEA2Mlt0Cr68A1QrQYsM0Yt_ZCFpBdSikUjEJVqHCiZMTzYTfrJypRinm-cYWwcttTY9jvgHjSwls83PX/s1600/star13.png" imageanchor="1" style="clear: right; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="665" data-original-width="503" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgfDXdVrZZOZ0k9CWAmk9jpE73XNcErU7nnJG9RllpQpOh1RAm7v3P-OX24cwQZEA2Mlt0Cr68A1QrQYsM0Yt_ZCFpBdSikUjEJVqHCiZMTzYTfrJypRinm-cYWwcttTY9jvgHjSwls83PX/s400/star13.png" width="301" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i><span style="font-size: small;">Judy e James Mason</span></i></td></tr>
</tbody></table>
<span style="font-size: large;">Para mim,
infelizmente, o filme poderia ter terminado nessa cena, porque o que vem a seguir
são quase três horas da Warner tentando ser a Metro. Vamos por partes: 1) Como
já consignei algumas vezes, não considero James Mason competente no papel de
galã romântico. Ele era um ótimo ator mas não consigo ver química entre ele e
Judy. Há também uma certa suavização no personagem de Matt Libby (Jack Carson),
bem menos canalha que Lionel Sanders. E o Oliver Niles de Charles Bickford é
insípido e não deixa qualquer lembrança. Pelo lado bom, Danny McGuire se torna
um dos músicos que toca com Esther e tem uma boa interpretação de Tommy Noonan.
2) Enquanto o filme de 1937 tem uma hora e cinqüenta e transmite
maravilhosamente sua mensagem, esta versão virou um elefante branco de 180
minutos. Tudo é demorado, é longo, é explicado demais. Situações que poderiam
ter dois minutos acabam tendo dez. Não é culpa da edição, e sim, de Cukor, que,
ao fim e ao cabo, optou por uma história longa e enxundiosa, ao invés de ser objetivo e contundente. 3) Os números musicais são o calcanhar de Aquiles desta versão. </span><span style="font-size: large;">"</span><span style="font-size: large;">The Man That Got Away</span><span style="font-size: large;">"</span><span style="font-size: large;"> é magnífica. E é também a única música que não pesa,
nesse filme. Cukor e Hart decidiram mostrar por meio de canções o sucesso, a
alegria e a tristeza de Esther, o que não apenas jogou Norman para um canto,
quase como coadjuvante do filme, como representa a grande barriga dessa versão.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: left; margin-right: 1em; text-align: left;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjJK36Ft-bb8bGP7aV0hihZaUGYyPUAYJ7UiXor3eXj9-qRgcftDOGg0QQmCocfi73Oha-qXHK3pwz6Pl_TkyrBF9f2TXjJ0MvWJQ-tzWFGMMk27fewoymOzRn7Rzwp7dXJUK_exxt3HAIJ/s1600/star15.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1275" data-original-width="941" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjJK36Ft-bb8bGP7aV0hihZaUGYyPUAYJ7UiXor3eXj9-qRgcftDOGg0QQmCocfi73Oha-qXHK3pwz6Pl_TkyrBF9f2TXjJ0MvWJQ-tzWFGMMk27fewoymOzRn7Rzwp7dXJUK_exxt3HAIJ/s400/star15.jpg" width="295" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i><span style="font-size: small;">Judy em um dos números de<br />"Born in a Trunk"</span></i></td></tr>
</tbody></table>
<span style="font-size: large;">No meio do
filme há um número ("Born in a Trunk") com nada menos do que sete
músicas - cenários, atores e coreografias distintas em cada um - para mostrar a
um tempo o sucesso e o talento de Esther. É uma seqüência interminável, cara,
completamente alheia à história de A Star is Born, e parece uma homenagem aos
tempos de Judy na Metro. A cena em que Norman prepara os sanduíches para o
jantar é transformada em um número musical ("Someone at Last"); na
teoria, entende-se que Esther quisesse animar Norman e para tanto utilizasse
uma canção divertida, com palhaçadas e coreografias cômicas. Na prática,
arruinou-se a cena mais linda e sentimental da versão de 1937. Aquilo que
Gaynor e March fizeram com os olhos, em dois minutos, virou uma número pesado,
anárquico, e, fundamentalmente sem graça. Como tudo nessa versão, é DEMAIS.
Músicas demais, figurinos demais, opulência demais. </span><span style="font-size: large;">4) Judy Garland tem provavelmente a melhor performance de sua carreira, neste filme. Ou, por outra, ela mostra talento e recursos de uma verdadeira atriz dramática, e não apenas de uma estrela de musicais.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: right; margin-left: 1em; text-align: right;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiZOcIwA-VSqJT7TqyBovaT_6l_TTq48mJmh7CQpPfRdvyf931UaTYmzC7Idm2nPpvWUzvBQvqojuxA_9CEoVJMO8L47UJgGeH_E7tClfynV3DN2SYoRbq4itxW3a1e8mZlGJYqNBjo7yHv/s1600/star13.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1017" data-original-width="507" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiZOcIwA-VSqJT7TqyBovaT_6l_TTq48mJmh7CQpPfRdvyf931UaTYmzC7Idm2nPpvWUzvBQvqojuxA_9CEoVJMO8L47UJgGeH_E7tClfynV3DN2SYoRbq4itxW3a1e8mZlGJYqNBjo7yHv/s640/star13.jpg" width="318" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i><span style="font-size: small;">A cena do Oscar</span></i></td></tr>
</tbody></table>
<span style="font-size: large;">Há, entretanto, duas questões difíceis
de engolir: primeiro, Garland foi um das maiores cantoras do século XX e é
difícil de acreditar que ainda estivesse quebrando pedras, aos 32 anos. Quando
a vemos cantando, ela é uma estrela feita, consumada e consagrada, e não alguém
que tem talento mas ninguém descobriu. Janet Gaynor, por exemplo, era uma atriz
razoável que nunca se sobressaiu pela beleza. É, portanto, muito mais coerente
com o papel de alguém que está sempre no fim da fila, atrás das belezas
hollywoodianas mais óbvias. Em poucas palavras, Garland era boa demais para
fazer o papel de uma amadora.</span><br />
<br />
<span style="font-size: large;">Segundo,
Cukor decidiu torturá-la pela perfeição e ela ficou </span><i><span style="font-size: large;">over</span></i><span style="font-size: large;">. Esther não sofre a
desgraça de Norman com serenidade, carinho e permanente lealdade; ela fica
deprimida, atrabiliária, histérica e desvirtua a personagem. Acabamos lembrando
da vida real de Garland e de que era ela que de fato tinha problemas com o
alcoolismo. O filme sai do romance trágico e resvala desagradavelmente para o
melodramático. Também inseriu-se uma fala em que ela diz odiar Norman quando
ele tem recaídas e volta a beber. Me parece a própria negação de seu caráter e
de sua personalidade. Na minha concepção, a gratidão e a lealdade a Norman eram
princípios de tal forma arraigados na alma de Esther que não acredito que ela
sequer se permitisse pensar algo assim.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiXTsnm3VYy0ICN2MT6b7WLvdifA3Ls5O-jUjJwxWB2Rt9L8gkcFLUQL9fjAjaUQBrBJ9JQhhy46IpkJNfoeNQ5C59gX21yMpLc3UVWuPssZxhCg_bAQlz_Ta71UTDX1mbv4mOSHoV47Ti3/s1600/star12.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="382" data-original-width="538" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiXTsnm3VYy0ICN2MT6b7WLvdifA3Ls5O-jUjJwxWB2Rt9L8gkcFLUQL9fjAjaUQBrBJ9JQhhy46IpkJNfoeNQ5C59gX21yMpLc3UVWuPssZxhCg_bAQlz_Ta71UTDX1mbv4mOSHoV47Ti3/s1600/star12.jpg" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i style="font-size: 12.8px;"><span style="font-size: small;">Judy e James Mason</span></i></td></tr>
</tbody></table>
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-size: large;">O filme foi
indicado a seis Oscars - inclusive Ator e Atriz - mas não ganhou nenhum.
Garland perdeu para Grace Kelly (<i>The Country Girl</i>) no que é considerada uma das
maiores injustiças do Oscar em todos os tempos. Nem sequer </span><span style="font-size: large;">"</span><span style="font-size: large;">The Man That Got
Away</span><span style="font-size: large;">"</span><span style="font-size: large;"> ganhou Melhor Música, perdendo para a chatinha e profundamente inferior </span><span style="font-size: large;">"</span><span style="font-size: large;">Three Coins in the Fountain</span><span style="font-size: large;">"</span><span style="font-size: large;">. Para piorar, a Warner não gostou do produto final
e cortou meia hora do filme. "Born in a Trunk" foi inteira cortada.
Somente na década de 80 o filme foi reconstituído em sua duração original, com
o audio completo. Algumas cenas que se perderam definitivamente foram
reconstituídas com fotos sobre o audio original. É muito interessante. Mas
sinceramente, o estúdio fez muito bem em cortar o que cortou.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj-DRy2UHv_RitkTrneLDByxSKcmAO9pX4VHpr4MSzj8cG2g0IkVSphUxRWRwGyumRI-6mvY22usHq_60xyZkB8MfnoOpL_8wotlHm6rff-zLWIpOQ5E2fG4y2jekPdrvhFOUz7ne4ALhB-/s1600/star3.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="803" data-original-width="525" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj-DRy2UHv_RitkTrneLDByxSKcmAO9pX4VHpr4MSzj8cG2g0IkVSphUxRWRwGyumRI-6mvY22usHq_60xyZkB8MfnoOpL_8wotlHm6rff-zLWIpOQ5E2fG4y2jekPdrvhFOUz7ne4ALhB-/s400/star3.jpg" width="261" /></a></div>
<span style="font-size: large;"><i>A Star is
Born</i> ficou 22 anos no vinagre até que Barbra Streisand o ressuscitou. O ano era
1976, todo o glamour de Hollywood era coisa do passado e um time de seis
roteiristas liderado por Frank Pierson - que dirige o filme - John Gregory
Dunne e Joan Didion repaginou a história. Se Moss Hart colocou um pé na música,
Frank Pierson colocou os dois e deixou o cinema de lado. Eram recentes as
mortes de artistas como Brian Jones, Hendrix, Joplin e Morrison, e portanto
esta versão é sobre o compositor e guitarrista John Norman Howard (Kris
Kristofferson), líder de uma banda de rock. Saindo de um show, ele vai a um bar
onde Esther está se apresentando com seu trio. John Norman é incomodado por um
fã (curiosamente, o jovem Robert Englund, que mais tarde seria Freddy Krueger
na famosa série de filmes de terror) que começa a discutir com ele a ponto de
atrapalhar o trio. Esther se queixa com John, que se impressiona com ela, lhe
dá uma carona mas ela não cai em sua conversa. No dia seguinte, porém, há uma limusine
para levar Esther ao local onde John está se apresentando. Ele abandona o show
no meio e vai embora com Esther. Ciente de que a moça é cantora e compositora,
ele aproveita um evento beneficente dias depois para dar-lhe a chance de cantar
em frente a uma platéia. E o resultado é conhecido. </span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: right; margin-left: 1em; text-align: right;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEju_MpReWQngxcz_Y8ik7VzBWXjaNik9SNmbB1HgfcCOPHwiyNf9XUrD_i6jNeqcK7Du-hCUb411RUaaKbA89xn5bktJwVlZBdhR9K8cJ1A5zMMhdIrGX3xcAnnNTfvt58mXpqY5rm3Tqsw/s1600/star16.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="559" data-original-width="576" height="310" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEju_MpReWQngxcz_Y8ik7VzBWXjaNik9SNmbB1HgfcCOPHwiyNf9XUrD_i6jNeqcK7Du-hCUb411RUaaKbA89xn5bktJwVlZBdhR9K8cJ1A5zMMhdIrGX3xcAnnNTfvt58mXpqY5rm3Tqsw/s320/star16.jpg" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i><span style="font-size: small;">Kristofferson e Streisand</span></i></td></tr>
</tbody></table>
<span style="font-size: large;">E é nessa
irresponsabilidade, em seu comportamento impulsivo, inconseqüente, que
percebemos a decadência de John Norman. Como ocorre com 90% do meio artístico,
o sucesso e o dinheiro não lhe trouxeram felicidade. Ele bebe demais,
interrompe shows, se mete em brigas, confusões, e tudo com o beneplácito de seu
assessor particular e faz-tudo, Bobby Ritchie (Gary Busey) e de seu produtor
Brian (Paul Mazursky). O produtor seria derivado diretamente de Oliver Niles
mas Bobby é mais ambíguo; ele é permissivo e oportunista, não tem maiores
preocupações com a saúde ou o bem-estar de John, mas é medularmente
profissional e quer que ele cumpra seus compromissos, mesmo que seja só
pensando no dinheiro que entrará na conta de ambos. É como se Matt Libby tivesse
sido dividido entre Bobby e o radialista canalha (e hilário) Bebe Jesus. E infelizmente desaparece o mitológico tapa em Esther, substituído por um vexame bêbado na cerimônia do Grammy.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: left; margin-right: 1em; text-align: left;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgdLlXgqSLmKp7WMSSeW3L8yb5R7XbSWz5U7f9Zp9Zq5YB8OrwJokJsbmC5tZpRkmgSKWkAUkjxuPrx2-IBpeKlBGdtpdrMODRUzieM0WgEzDYADhRQjGpNWrrO0l5za4WyofmDlP4xnmDU/s1600/star17.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="550" data-original-width="550" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgdLlXgqSLmKp7WMSSeW3L8yb5R7XbSWz5U7f9Zp9Zq5YB8OrwJokJsbmC5tZpRkmgSKWkAUkjxuPrx2-IBpeKlBGdtpdrMODRUzieM0WgEzDYADhRQjGpNWrrO0l5za4WyofmDlP4xnmDU/s320/star17.jpg" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i><span style="font-size: small;">Barbra Streisand</span></i></td></tr>
</tbody></table>
<span style="font-size: large;">O filme é um
interessante produto dos anos 70: Kristofferson era jovem, tinha um sorriso
simpático e charmoso, e era a personificação do hippie maconheiro de Woodstock.
Diz-se por aí que Elvis Presley foi convidado para o papel de John Norman e só
não aceitou por decisão do grupo de caipiras que o empresariava na época. Teria
sido espetacular assistir Elvis nesse papel. Neil Diamond também chegou a ser
cotado mas não pôde. Streisand, por sua vez, é uma Esther bem-humorada,
emancipada, pragmática, menos sonhadora que Janet Gaynor e menos dramática que
Judy Garland. E muito atraente. O que não tem de beleza tradicional de uma atriz de Hollywood ela sempre supriu com
carisma e intenso magnetismo. O romance entre os dois recupera a química do
filme original. E Streisand de certa forma corrige algumas falhas do filme de
Cukor; ela também odeia John Norman em suas recaídas, mas sentimos em seu olhar
o pavor de se separar dele. Como sentimos que a traição de John Norman é um golpe
muito maior nele mesmo, e existe um perdão doloroso, uma piedade disfarçada no
escândalo que ela faz, quando descobre.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-size: large;">Eu não
desgostei do filme. Apenas não consegui me relacionar com as músicas. Streisand
é boa; quanto à sua voz e a seu repertório, realmente é necessário ser fã.
Enquanto a voz de Garland é um jato grosso e torrencial de lava, a de Streisand
assemelha-se a um oboé estridente. Mais uma vez, pelo menos para mim, as
músicas foram o calcanhar de Aquiles do filme. Esta versão de <i>A Star is Born</i>
recebeu quatro indicações ao Oscar: Direção de Arte, Trilha Sonora, Som e
Canção Original para </span><span style="font-size: large;">"</span><span style="font-size: large;">Evergreen</span><span style="font-size: large;">"</span><span style="font-size: large;">, que a atriz compôs em parceria com o letrista
Paul Williams. </span><span style="font-size: large;">"</span><span style="font-size: large;">Evergreen</span><span style="font-size: large;">"</span><br />
<span style="font-size: large;">levou</span><span style="font-size: large;"> o Oscar.</span><br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh9vgZwYtQoZzZdh2v4JKKjhIt9lTQQt-RPu2ad6yV2iGu7-OWyf-E_4hVBuiBt3bkjQLFe6IxHPegQq83JfXVtcPsoJ9OMON1A_2Kqv_YFG47rFzbXuNFGNmR9673q0uhvmb-4k7pdXKKP/s1600/star4.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" data-original-height="1000" data-original-width="666" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh9vgZwYtQoZzZdh2v4JKKjhIt9lTQQt-RPu2ad6yV2iGu7-OWyf-E_4hVBuiBt3bkjQLFe6IxHPegQq83JfXVtcPsoJ9OMON1A_2Kqv_YFG47rFzbXuNFGNmR9673q0uhvmb-4k7pdXKKP/s400/star4.jpg" width="266" /></a></div>
<span style="font-size: large;">Quarenta anos depois, a franquia foi mais uma vez tirada da naftalina: a versão mais recente é um remake do remake de 1976: roqueiro drogado, alcoólatra e deprimido se apaixona por cantora de bar. Direção de Bradley Cooper e roteiro dele, em colaboração com Eric Roth e Will Fetters, baseado em todos os outros. O nome dele agora é Jack e quando sai do show e vai para um bar, é uma boate drag e a cantora é Ally (Lady Gaga), cantando </span><span style="font-size: large;">"</span><span style="font-size: large;">La vie en Rose</span><span style="font-size: large;">"</span><span style="font-size: large;"> a plenos pulmões. É uma bela cena e o filme em si é agradável. Eu sinceramente não via mais necessidade de ressuscitar a franquia; tal como é exibida, esta é uma versão atualizada, em HD, do filme de 76, sem o charme do casal protagonista. Bradley Cooper está bem mas sua interpretação é monocórdia, Jack está constantemente bêbado e não há diferentes matizes em sua performance. Mas algumas coisas são propositalmente exageradas, como ele mijar nas calças durante o Grammy, ou se enforcar, ao invés do afogamento das primeiras versões, ou o desastre automobilístico de Kristofferson.</span><br />
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiuvemiCov6VMjX1whz2oGPltMjG0FoHVVPlv_HqX7_mVwIK6_4xYAkPn-jV8_MLoLVKpPRskDWk5AbXy0HvDYuejj7sjIsb_K5hqxxcNmlWCRUM_5FOTLVxCYQXyi_zp7_1VoUhLw7-Zy1/s1600/star14.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="316" data-original-width="541" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiuvemiCov6VMjX1whz2oGPltMjG0FoHVVPlv_HqX7_mVwIK6_4xYAkPn-jV8_MLoLVKpPRskDWk5AbXy0HvDYuejj7sjIsb_K5hqxxcNmlWCRUM_5FOTLVxCYQXyi_zp7_1VoUhLw7-Zy1/s1600/star14.jpg" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i><span style="font-size: small;">Gaga e Cooper</span></i></td></tr>
</tbody></table>
<br />
<span style="font-size: large;">Criou-se o papel do irmão Bobby, que seria uma mistura do faz-tudo Bobby Ritchie com o produtor Brian, inserindo-se o drama familiar. Sam Elliott agrada bastante, mostrando inusitada sensibilidade em seu papel eterno de durão. Também foi inventado o papel completamente inútil de Lorenzo, pai de Ally, interpretado por Andrew Dice Clay. </span><span style="font-size: large;">Quanto à Lady Gaga - me perdoem os fãs - sua performance é simplesmente razoável. Boa, considerando que não é atriz. Só. Não mereceria jamais uma indicação (das oito que o filme recebeu). As músicas e os números musicais são manjados e não memoráveis. O hype em cima desse filme é excessivo e daninho. Os elogios vieram tão hiperbólicos que o público está começando a sacar que se algum Oscar deve ser dado, é pela campanha de marketing.</span></div>
<br />
<div style="text-align: center;">
<span style="color: red; font-size: large;"><b>BOHEMIAN RHAPSODY</b></span></div>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhb3n311tRedKHdj4CvjjLbkV1p0wTujpUf04ctuzH6TD1m8384fDAqhwXe21rN4uqr4gUOlrgmDxUDavcgJr2vUHiDqYKLRmuwvFMvlrSZTURQ205I7oBgaaP0YvPjbWo8QXSKnHcK5j-x/s1600/bohemian.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1500" data-original-width="945" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhb3n311tRedKHdj4CvjjLbkV1p0wTujpUf04ctuzH6TD1m8384fDAqhwXe21rN4uqr4gUOlrgmDxUDavcgJr2vUHiDqYKLRmuwvFMvlrSZTURQ205I7oBgaaP0YvPjbWo8QXSKnHcK5j-x/s400/bohemian.jpg" width="251" /></a></div>
<span style="font-size: large;">O carnaval de elogios melosos e sentimentalóides, e a confusão entre o amor pelo verdadeiro Freddie Mercury e o MÉRITO efetivo do filme, obnubilaram o critério de julgamento do público e da academia. O filme não é ruim, mas está a anos-luz de ser essa maravilha que vemos na imprensa. Rami Malek está suficientemente parecido com Mercury (embora este fosse mais encorpado) mas creio que erra em mostrá-lo como um enfermo de ânimo, quando ele na verdade era apenas tímido em situações em que se sentia oprimido, como entrevistas. A sensação que fica é de que ele era uma pessoa abúlica e incapaz de rir desbragadamente, ou de se divertir, o que não é verdade.</span><br />
<br />
<span style="font-size: large;"><i>Bohemian Rhapsody</i> é uma cinebiografia sanitizada, asséptica, que traz o beneplácito da família de Mercury. Fosse uma obra honesta e sem compromissos com o politicamente correto, poderia até manter essa espinha dorsal, mas teria descido à promiscuidade e à devassidão que marcaram a vida de Mercury, em seus períodos de depressão e estagnação artística. O sexo livre, excessivo e desprotegido, as festas desregradas e descontroladas, e tudo aquilo que mais tarde atingiu parte daquela primeira geração que sucumbiu diante da AIDS. Não concordo com muitas das críticas feitas pelo movimento LGBT a filmes com temática gay, mas neste caso sou obrigado a concordar que o filme tentou passar ao largo deste importante traço da personalidade de Mercury. Sem falar que terminar o filme no Live Aid foi bonitinho e seguro. Só podemos lamentar, pois o último capítulo da vida de Freddie foi heróica, primorosa e uma ode ao privilégio de estar vivo.</span><br />
<br />
<span style="font-size: large;">A odisséia de Mercury ainda terá que ser contada. <i>Bohemian Rhapsody</i> tem a profundidade de um filme da Sessão da Tarde.</span><br />
<br />
<div style="text-align: center;">
<span style="color: red; font-size: large;"><b>ROMA</b></span></div>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj1P8ZPCrnpLhHJAPBGHm0kUiIr_wRx8w6faoyYxGIIrPVZYcHDpEj1z4QJBfa-zlFpXS9irboeBnkoFriY3F_daR6E0b228jKwDym-bGUh2L8uhGOncXqQQ63sRbENUZrK6QN8SHoKgoE-/s1600/roma.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" data-original-height="1481" data-original-width="1000" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj1P8ZPCrnpLhHJAPBGHm0kUiIr_wRx8w6faoyYxGIIrPVZYcHDpEj1z4QJBfa-zlFpXS9irboeBnkoFriY3F_daR6E0b228jKwDym-bGUh2L8uhGOncXqQQ63sRbENUZrK6QN8SHoKgoE-/s400/roma.jpg" width="270" /></a></div>
<span style="font-size: large;">Direção e roteiro de Alfonso Cuarón. O filme é autobiográfico e o título é referência ao bairro da Cidade do México onde se passa a história. É sobre uma mulher que é abandonada pelo marido com seus quatro filhos, e cuja empregada fica grávida de um sujeito qualquer que não quer assumir o filho. Precisei de dois dias para assistir esta bosta do início ao fim. Na tomada inicial - quase cinco minutos de água sendo jogada no chão e refletindo sei lá o quê, enquanto passam créditos que jamais serão lidos - percebi que o filme seria aquilo que eu já imaginava: uma chatice intolerável, esteticamente curiosa, pretensamente artística e completamente vazia. Aquele filme que todo mundo incensa sem nunca ter visto. Os primeiros vinte minutos são só para mostrar a faxineira Cléo fazendo faxina.</span><br />
<br />
<span style="font-size: large;">O filme tem literalmente todos os vícios, truques e inutilidades que caracterizam essas “obras-primas” de fancaria que provocam orgasmos nos pseudo-intelectuais, e nada mais são do que lixo perfumado por uma campanha publicitária de milhões de dólares: é em preto e branco (mas poderia ser a cores), tem duas horas e quinze minutos (mas poderia ter uma hora e vinte), tem tomadas estupidamente longas de coisas triviais, uma cena cretina de nudez frontal masculina, um sujeito que canta durante um incêndio, quarenta enquadramentos diferentes para uma cena sem qualquer relevância, referências que ninguém entende a coisas que ninguém quer saber, e assim por diante. Nunca um cineasta se esforçou tanto para impressionar leigos, quanto Cuarón, em <i>Roma</i>. Da próxima vez que for homenagear alguém de sua infância, eu rezo para que seja um curta.</span><br />
<br />
<div style="text-align: center;">
<span style="color: red; font-size: large;"><b>VICE</b></span></div>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjTIfyHs8kY-MSRlXVsRMapPUB-Xxhfbo1uCzKesryAY2_GgiA5DnflkB9V1sCnOqi1g8VrY3B0v-I2C7wJgJpQyhL29GJgabP20bj_KZyBMPar7HWUldw-wyKxPed5Po4Z0JroqTv1OY2r/s1600/vice.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1000" data-original-width="640" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjTIfyHs8kY-MSRlXVsRMapPUB-Xxhfbo1uCzKesryAY2_GgiA5DnflkB9V1sCnOqi1g8VrY3B0v-I2C7wJgJpQyhL29GJgabP20bj_KZyBMPar7HWUldw-wyKxPed5Po4Z0JroqTv1OY2r/s400/vice.jpg" width="255" /></a></div>
<span style="font-size: large;">Direção e roteiro de Adam McKay. O filme é sobre uma das figuras mais nefastas da política norte-americana: Dick Cheney. Um zero à esquerda, bêbado e inútil durante a juventude, ele foi cevado na estufa do governo Nixon tendo como mentor outra figura asquerosa, o ex-secretário de defesa Donald Rumsfeld. Cheney foi vice-presidente de George W. Bush, e como este beirava o retardamento mental, o vice acabou sendo, em muitos casos, o presidente de fato. E como tal foi responsável por algumas das medidas mais perversas e desumanas já tomadas por um governante. Ajudou a disseminar a mentira de que havia armas de destruição em massa no Iraque, sancionou prisões absolutamente ilegais dentro e fora dos Estados Unidos, sancionou torturas em Guantânamo, no Iraque e no Afeganistão, e, como presidente da Halliburton - empresa encarregada da reconstrução desses países - quanto mais estrago se fizesse, melhor.</span><br />
<br />
<span style="font-size: large;">Mckay adotou uma narrativa leve e jocosa, provavelmente com o fito de suavizar uma história que frequentes vezes beira o grotesco. O expediente funciona mas o filme poderia ser mais sério e mais profundo. Embora Cheney seja uma figura ridícula, o mal que fez à humanidade não deveria ser mitigado pelo humor. O elenco é irregular e isso também atrapalha; Sam Rockwell é um bom ator mas seu George W. é caricato demais e isso dá um ar incômodo de paródia ao filme. Amy Adams está perdida e a maquiagem para envelhecê-la não convence. Nenhum dos dois merece a indicação a Melhor Coadjuvante. Quem mereceria essa indicação e não a recebeu é Steve Carrell, sempre ótimo e muito bom no papel de Rumsfeld. E quanto a Christian Bale, é sobejamente conhecida a sua capacidade de mudar fisicamente, de papel para papel. Neste caso, contudo, fiquei surpreso por esperar mais. O roteiro é raso, então a mudança de Cheney me pareceu mais externa do que interna. Mesmo assim, é um trabalho notável.</span><br />
<br />
<span style="font-size: large;">Recomendo.</span><br />
<br />
<div style="text-align: center;">
<b><span style="color: red;"><span style="font-size: large;"></span>
<span style="font-size: large;">CAN YOU EVER FORGIVE ME?</span></span></b></div>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhMv_TdkmyfqEw-7ll1u1-h6PHeLnFGSaq1wlwqcFGxFVZFhcjLOIkE6Qbtp68ml6S5xPHU5ZX4PTqGxaMqWhPQYaUGrugX5arCGDh31QaLCdNAAL_kpqePKk5JJzCtN1Hdhf28TMKlksnK/s1600/can+you.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" data-original-height="1600" data-original-width="1074" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhMv_TdkmyfqEw-7ll1u1-h6PHeLnFGSaq1wlwqcFGxFVZFhcjLOIkE6Qbtp68ml6S5xPHU5ZX4PTqGxaMqWhPQYaUGrugX5arCGDh31QaLCdNAAL_kpqePKk5JJzCtN1Hdhf28TMKlksnK/s400/can+you.jpg" width="267" /></a></div>
<span style="font-size: large;">A escritora Lee Israel chegou a ver um ou outro de seus livros - perfis de grandes artistas (como Kate Hepburn) - na lista de mais vendidos do NY Times, nos anos 70. Antipática e desagradável, ela não dava entrevistas e não sabia promover seus livros, o que acabou atrapalhando-a quando mergulhou, anos depois, em um período de esterilidade criativa. Ela pretendia escrever a biografia de Fanny Brice, antiga atriz de vaudeville, mas sua agente a desencorajou, alegando falta de interesse do público de então (início da década de 90) pela personagem. Desesperada para poder pagar suas contas ela vende uma carta manuscrita que recebera de Hepburn. Em outra ocasião encontra acidentalmente duas cartas de Brice em um livro que consultava em uma biblioteca. Vende a primeira e insere um PS jocoso na segunda, o que lhe aumenta imensamente o valor oferecido. Descobre então que existe um mercado bastante movimentado e lucrativo para esse tipo de </span><i><span style="font-size: large;">memorabilia</span></i><span style="font-size: large;">. Também descobre que adulterar ou mesmo forjar completamente essas cartas é relativamente simples, dada a dificuldade de se verificar a autenticidade delas.</span><br />
<br />
<span style="font-size: large;">Melissa McCarthy finalmente recebeu um papel à altura de seu talento. Não é mais um papel de gordinha sexy ou a gordinha engraçada e atrapalhada, e sim o papel de uma mulher de 51 anos, alcoólatra, lésbica, feia e sem qualquer atrativo. Lee era a frustração e a infelicidade em pessoa, e McCarthy está perfeita em sua composição. Ela tem cenas que vão do moderadamente engraçado ao dramático, ao trágico e ao patético. E o faz muito bem. Admito que o assunto me fala ao coração e é dolorosa a cena em que a gananciosa e estúpida agente de Lee (a brilhante Jane Curtin) ridiculariza sua pesquisa sobre Fanny Brice. É drama vivido por muitos biógrafos.</span><br />
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj9YhYrUOZ7pLNNWDe_6APIE3caR6bjXmuOtDu32D4vseU0QUWxe_TAdMG8fF9rJMK5Lwa4Xo230xoeA0tXcOoLB6IoC3nKbN9x5kFfc1w5Xmvbiug61JdM1QXX6qglnOMsZpKNdvmRBm1f/s1600/can.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="462" data-original-width="553" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj9YhYrUOZ7pLNNWDe_6APIE3caR6bjXmuOtDu32D4vseU0QUWxe_TAdMG8fF9rJMK5Lwa4Xo230xoeA0tXcOoLB6IoC3nKbN9x5kFfc1w5Xmvbiug61JdM1QXX6qglnOMsZpKNdvmRBm1f/s1600/can.jpg" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i><span style="font-size: small;">Richard E. Grant e Melissa McCarthy</span></i></td></tr>
</tbody></table>
<br />
<span style="font-size: large;">Richard E. Grant também está excepcional como o devasso e divertido Jack Hock, comparsa voluntário de Lee. Marielle Heller, a diretora, começou sua carreira como atriz e conseguiu alguma notoriedade dirigindo o filme <i>The Diary of a teenage girl</i> (2015). Desta vez foi bem mais longe: <i>Can You Ever Forgive Me?</i> foi indicado a três Oscars: Melhor Atriz para Melissa McCarthy, Ator Coadjuvante para Richard E. Grant e Roteiro Adaptado para Nicole Holofcener e Jeff Whitty (baseado no livro da própria Lee). Se este não fosse o ano de Glenn Close, eu torceria por Melissa.</span><br />
<br />
<span style="font-size: large;">Excelente. Recomendo.</span><br />
<br />
<div style="text-align: center;">
<span style="color: red; font-size: large;"><b>AT ETERNITY'S GATE</b></span></div>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiIesqU6YrnBKfiQSrgdvyo9tU2W01ymnQXip_udfrMLzMiBmHcUuJHclzSUiq_3sR6DTnetJhKWHU321QnMnm8h67-AlEqKMPOC9vllJ3mlF3qzEzo6LJ5lVzmOW9uByUu66aBiprMvT_-/s1600/at+et.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1600" data-original-width="1081" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiIesqU6YrnBKfiQSrgdvyo9tU2W01ymnQXip_udfrMLzMiBmHcUuJHclzSUiq_3sR6DTnetJhKWHU321QnMnm8h67-AlEqKMPOC9vllJ3mlF3qzEzo6LJ5lVzmOW9uByUu66aBiprMvT_-/s400/at+et.jpg" width="270" /></a></div>
<span style="font-size: large;">Em novembro do ano passado, quando escrevi sobre <i>Lust for Life</i> (1956) e <i>Loving Vincent</i> (2017) - os dois mais importantes filmes sobre Van Gogh - não tinha nem idéia de que exatamente na mesma época estava entrando em cartaz, nos Estados Unidos, <i>At Eternity's Gate</i>, também sobre o pintor. O filme tem direção de Julian Schnabel e foi escrito por Jean-Claude Carrière, Louise Kugelberg e o próprio Schnabel. A história começa em Arles, dois anos antes da morte de Van Gogh, quando ele sonhava com a criação de uma espécie de república de artistas e recebe a tumultuada e tumultuosa visita de Gauguin, que acabaria por lhe custar a orelha. Passa-se com celeridade pelo período no hospício de Saint-Rémy e temos o fim em Auvers-sur-Oise.</span><br />
<br />
<span style="font-size: large;">É um belo trabalho, embora complementar, no sentido de que quem não conhece a vida do pintor, deve começar por <i>Lust for Life</i>, e na seqüência voltar ao filme de Julian Schnabel. O filme é contemplativo, lento (mas não cansativo) e quase sempre em linguagem POV, mostrando o mundo pela visão feérica e desequilibrada de Van Gogh (Willen Dafoe). Os pensamentos do pintor, seus desabafos, suas concepções de vida e suas suspeitas sobre estar perdendo o juízo, certamente constantes de sua correspondência com o irmão, dividem-se em algumas cenas cruciais, como suas conversas com a Madame Ginoux (a linda e sumida Emmanuelle Seigner), com o Dr. Felix Ray (Vladimir Consigny), o padre do hospício (Mads Mikkelsen) e o irmão Théo (Rupert Friend). Já as desavenças entre ele e Gauguin (Oscar Isaac) são menos histéricas e mais mentais, mais psicológicas e trazem alguns dos melhores momentos do filme.</span><br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: right; margin-left: 1em; text-align: right;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiFduQpQm2DTjUPKP8MGxodCbpwzoOgKHM58DXr7PcIPGXrygdT4M5SkrVLxPR0i2EfIQxZPn3S27yaefm5JN9xaG2hZl3qEpgOnYz7yqJQltnJOg8un-Rwu8XewNRO_AbG5MsMbLwnBAwB/s1600/ar+et1.jpeg" imageanchor="1" style="clear: right; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="400" data-original-width="400" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiFduQpQm2DTjUPKP8MGxodCbpwzoOgKHM58DXr7PcIPGXrygdT4M5SkrVLxPR0i2EfIQxZPn3S27yaefm5JN9xaG2hZl3qEpgOnYz7yqJQltnJOg8un-Rwu8XewNRO_AbG5MsMbLwnBAwB/s320/ar+et1.jpeg" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i><span style="font-size: small;">Dafoe interpreta Van Gogh</span></i></td></tr>
</tbody></table>
<span style="font-size: large;">Gauguin se explica articuladamente a respeito de sua partida, observando que ambos tem temperamentos incompatíveis, e que naquela cidadezinha miserável e ingrata - que pouco depois faria um abaixo-assinado para que Van Gogh não pudesse mais morar lá - <i>you're surrounded by stupid, wicked, ignorant people</i>. Os conceitos de Gauguin sobre a tão propalada "rapidez" com que Van Gogh pintava são emitidos em conversas, e não aos gritos, em eterna discussão, como no caso do filme de 1956. É interessante, para quem nunca se aprofundou na obra do pintor (meu caso), saber que Gauguin achava que o amigo utilizava tinta demais, empelotando a superfície da tela e por isso seus quadros pareciam "esculturas". Se formos analisar, essa é uma das grandes qualidades de Van Gogh, e razão pela qual seus quadros tem um elemento tri-dimensional tão poderoso, e que se prestou tão bem para a composição de um filme como <i>Loving Vincent</i>.</span><br />
<br />
<span style="font-size: large;">Willen Dafoe está perfeito no papel do pintor. É a última pessoa em quem eu pensaria para interpretar Van Gogh, mas a verdade é que seu rosto magro, escaveirado, marcado pelo tempo, funciona perfeitamente na personificação do pintor, cuja decadência física foi acentuada pelas desgraças sucessivas. Vale ressaltar que o pintor morreu com 37 anos. Dafoe está com 64. E seu trabalho é exemplar. Sua indicação ao Oscar - a quarta - é merecida mas não creio que, na competição, ele vá conseguir derrubar os favoritos, que são Rami Malek e Christian Bale. Essa é a única indicação do filme.</span><br />
<br />
<span style="font-size: large;">Recomendo.</span><br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<div style="text-align: center;">
<span style="color: red; font-size: large;"><b>GREEN BOOK</b></span></div>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi_A9wDOKsjBHKVxWqtpZETPoVDAtwUnh-6fSWVqplD1PFd4KoDiZy6i34RqkWM0KESAJjuwmO_dKEtWwYmJMlUxhpFzrErJa7HTEtzQxHAC4ELcaxWveksj2kQrhL0qy-H4_SyywEaiGfN/s1600/green.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1000" data-original-width="666" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi_A9wDOKsjBHKVxWqtpZETPoVDAtwUnh-6fSWVqplD1PFd4KoDiZy6i34RqkWM0KESAJjuwmO_dKEtWwYmJMlUxhpFzrErJa7HTEtzQxHAC4ELcaxWveksj2kQrhL0qy-H4_SyywEaiGfN/s320/green.jpg" width="213" /></a></div>
<span style="font-size: large;">Um boa incursão de Peter Farrelly pelos filmes sérios. Ele dirige e assina o roteiro, junto a </span><span style="font-size: large;">Nick Vallelonga e Brian Currie. </span><span style="font-size: large;">História real sobre italiano bronco e racista precisa de dinheiro e aceita ser motorista, segurança e faz-tudo de um renomado e extravagante pianista negro em sua turnê pelos Estados Unidos. No caminho se tornará amigo do pianista e descobrirá como o racismo é odioso. É um filme leve. Sou fã de Viggo Mortensen mas não entendi a sua escolha para um papel tão cheio de clichês italianos como o de Tony Lip. Ele não está natural e seu italianês-nova-iorquino é exagerado demais e parece uma imitação de personagens dos filmes de Coppola e Scorsese. Mahershala Ali está muito bem no papel do dândi e pianista Don Shirlei. Mas não o suficiente para uma indicação. Indicado aos Oscars de Melhor Filme, Melhor Roteiro Original, Melhor Ator, Melhor Ator Coadjuvante e Melhor Edição.</span><br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<div style="text-align: center;">
<span style="color: red; font-size: large;"><b>THE WIFE</b></span></div>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjpr2LY6PenYMIn2zoBtcwR2zI827K25x1HNcoX7Tmdv9r7txFFoeTJFvQhaEtOgD9CQve_a5mGhyphenhyphendd3aXFNctez2TT0B7tu9ppylfuENeX9cJYzSVDroyf5lnPFZmnGX8RFgoPU47nz8zu/s1600/wife.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" data-original-height="1000" data-original-width="675" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjpr2LY6PenYMIn2zoBtcwR2zI827K25x1HNcoX7Tmdv9r7txFFoeTJFvQhaEtOgD9CQve_a5mGhyphenhyphendd3aXFNctez2TT0B7tu9ppylfuENeX9cJYzSVDroyf5lnPFZmnGX8RFgoPU47nz8zu/s320/wife.jpg" width="216" /></a></div>
<span style="font-size: large;">Direção do sueco Björn Runge (naquele que parece ser seu primeiro filme internacional, e roteiro de Jane Anderson a partir do livro de Meg Wolitzer.</span><br />
<br />
<span style="font-size: large;">Filme sobre mulher que se torna ghost writer do marido, levando-o à fama e ao reconhecimento. Ele, ao invés de ser humilde e agradecido, é mimado e infiel. Quando ele é convidado a receber o prêmio Nobel de literatura ela finalmente não consegue mais viver sem o reconhecimento do trabalho de sua vida. Uma produção magra e quadrada do qual se sobressai única e exclusivamente a performance de Glenn Close. E como ela já foi indicada sete vezes e na maioria dessas ocasiões ela perdeu para uma atriz completamente inferior, é possível que a academia pare de uma vez com essa punheta e dê a ela o Oscar que ela merece há quarenta anos. Mas ficará aquele gosto amargo de saber que ela venceu por uma performance simplesmente ok, sem qualquer dificuldade. De uma forma ou de outra, ela merece.</span><br />
<br />
<div style="text-align: center;">
<span style="color: red; font-size: large;"><b>MARY POPPINS RETURNS</b></span></div>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg9oVLekfSjl124nOt-jS1CxAluhoRGhpNKt-8jENVgSyfwbPGdXN1jWE4iPKpJA8km21qyOLf_JnVqtSVARvjhgFV5pYpXtpWsTIbkUcDX3oose21oWEQdKBTItQNbSQ6LkaALQ-DB3zWV/s1600/mary4.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1000" data-original-width="700" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg9oVLekfSjl124nOt-jS1CxAluhoRGhpNKt-8jENVgSyfwbPGdXN1jWE4iPKpJA8km21qyOLf_JnVqtSVARvjhgFV5pYpXtpWsTIbkUcDX3oose21oWEQdKBTItQNbSQ6LkaALQ-DB3zWV/s320/mary4.jpg" width="224" /></a></div>
<span style="font-size: large;"><i>Mary Poppins</i> nunca foi meu filme favorito de Julie Andrews ou da Disney. Achei-o longo e chato. As cenas se arrastam, os números musicais são lentos e burocráticos e as músicas, com raríssimas exceções, são bobas demais, simples demais e não me empolgaram. Mary Poppins é a Maria de <i>Noviça Rebelde</i> só que em versão meio <i>trash</i>, meio militar e meio psicotrópica. Uma espécie de babá do mal, mas com bom coração. O que ficou para mim, do filme, foi o bate-bola redondíssimo de Andrews e o querido Dick Van Dike. Fiquei curioso quando soube que o filme teria um <i>reboot</i> com Emily Blunt e me deu imenso prazer verificar, pelos trailers, que Van Dike teria uma participação. Mas o resultado final foi decepcionante. A trama agora gira em torno de Michael Banks, o menino do primeiro filme. Ele </span><span style="font-size: large;">(Ben Whishaw) </span><span style="font-size: large;">ficou viúvo, tem três filhos, fez um empréstimo no banco onde seu pai trabalhava (e onde ele próprio acabou indo trabalhar), não conseguiu pagar esse empréstimo e agora está prestes a perder a casa onde morou sua vida inteira. A irmã Jane (</span><span style="font-size: large;">Emily Mortimer) </span><span style="font-size: large;">seguiu a vida de ativismo da mãe mas é injustamente relegada a segundo plano.</span><br />
<br />
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: right; margin-left: 1em; text-align: right;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiZDO_WaqCYvdgjzWIMYt3-me9WrnsJnWiW8dKsEjx0eJpSmZFIGBlXlwDhyphenhyphenSFbNsSoP4RXdYrKfh4OaqO7MreXF8fcqzTFq7ErptfLexBTlq1-FKleseruo1XA1fCg9IbANUPn-F5MaNyj/s1600/blunt.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="930" data-original-width="620" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiZDO_WaqCYvdgjzWIMYt3-me9WrnsJnWiW8dKsEjx0eJpSmZFIGBlXlwDhyphenhyphenSFbNsSoP4RXdYrKfh4OaqO7MreXF8fcqzTFq7ErptfLexBTlq1-FKleseruo1XA1fCg9IbANUPn-F5MaNyj/s320/blunt.jpg" width="212" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i><span style="font-size: small;">A Mary de Blunt</span></i></td></tr>
</tbody></table>
<span style="font-size: large;">(Spoilers) Se supõe que talvez uns 25 anos tenham se passado, na história, mas Poppins (Blunt) volta jovem e bonita. Já que todo mundo envelheceu, teria sido perfeitamente normal trazer Andrews como Mary, ou Blunt como filha de Andrews (Soube mais tarde que Andrews foi convidada para o <i>cameo</i> da vendedora de balões, no fim, mas não aceitou. Lamento). Também não concordei muito com a personalidade desta Mary; Andrews era severa de uma maneira cômica, uma coisa professoral, meio reprimida; Blunt é cínica, ridiculariza as crianças e faz lembrar um pouco o Willy Wonka de Gene Wilder; só que Wonka lidava com crianças idiotas e mimadas. Aqui o cinismo por vezes arrogante de Mary está meio <i>off</i>, em relação ao personagem original. Assim como sua disposição para se divertir; novamente, a Mary de Andrews fazia drama e dava sermões antes de se entregar à diversão; a Mary de Blunt não perde tempo e faz o que tem vontade.</span><br />
<br />
<span style="font-size: large;">Mas o pior foi o que fizeram com Bert, o amado personagem de Van Dike. Eu estava aguardando com lágrimas nos olhos o momento em que se ouviriam os primeiros acordes de <i>Chim chimney chim chim cheree</i> e o agora mais velho e menos ágil, mas igualmente engraçado e adorável Bert entraria cantando. E ao invés disso Van Dike foi jogado no papel sem graça do banqueiro e seu Bert foi substituído pelo insosso Jack, interpretado pelo compositor Lin-Manuel Miranda, que está longe de poder competir com Van Dike. Sim, competir. Porque é ingênuo pensar que quem assiste este <i>reboot</i> não está comparando-o, a cada frame, com a versão de 1964. E Miranda é muito fraco; Blunt se sustenta facilmente pelos números musicais com o charme e a extraordinária beleza; já os números de Miranda são uma tortura.</span><br />
<br />
<span style="font-size: large;">Enfim, uma decepção.</span><br />
<br />
<span style="font-size: large;"><b><i>BlacKkKlansman</i></b> - Gostei. Há tempos Spike Lee perdeu a capacidade de traduzir artisticamente o seu engajamento. Ao invés de melhorá-lo, a maturidade mostrou que o poço estava seco. <i>BlacKkKlansman</i> redime as duas últimas décadas de Spike Lee. Não que seja extraordinário, mas equilibra com leveza o engajamento, o drama e, principalmente, o humor. Não sei se merecia seis indicações e também não creio que o trabalho de Adam Driver - bom - seja tão notável para que receba uma indicação. Mas no Oscar tudo é possível.</span><br />
<br />
<span style="font-size: large;"><b><i>The Ballad of Buster Scruggs</i></b> - Roteiro e direção dos irmãos Ethan e Joel Coen. O filme contém seis pequenas histórias que se passam no velho oeste. Sei lá... são duas horas e treze minutos... a primeira foi boa... a segunda foi <i>pointless</i>... na terceira ou quarta história eu já estava de saco cheio. Embora eu tenha gostado moderadamente de um ou outro filme deles nos últimos vinte anos, não consigo ver graça nos irmãos Coen. Considero-os insanamente super-estimados.</span><br />
<br />
<span style="font-size: large;"><b><i>If Beale Street Could Talk</i></b> - Muito bom. Barry Jenkins é Spike Lee sem a panfletagem. O filme é baseado no livro de James Baldwin e fala sobre a vida de um rapaz acusado injustamente de estupro, e preso logo depois de seu casamento, deixando a esposa grávida. É um doloroso libelo contra o racismo. Sem ser maniqueísta, há cenas que assustam, revoltam e ensinam. E tudo isso com o trabalho competente do elenco, do qual se sobressai Regina King.</span><br />
<span style="font-size: large;"><br /></span>
<span style="font-size: large;"><b><i>A Quiet Place</i></b> - Thriller decente dirigido por John Krasinski e valorizadíssimo pela presença de sua esposa Emily Blunt. Monstros atacam quando escutam algum tipo de som, então é necessário estar sempre em silêncio. Pensei que <i>Bird Box</i> já tinha começado a dar cria quando lembrei que <i>BB</i> estreou em novembro e <i>A Quiet Place</i> estreou em março do ano passado. Por outro lado, o livro com a história de <i>Bird Box</i> surgiu em 2014, então talvez o livro tenha inspirado o filme de Krasinski, que inspirou a realização do filme sobre <i>BB</i>. Ou talvez seja tudo uma coincidência. Indicado a Melhor Edição de Som. </span><br />
<br />
<span style="font-size: large;"><b><i>Black Panther</i></b> - Pronto. Um filme de super-herói foi indicado a Melhor Filme. Parabéns.</span><br />
<br />
<div style="text-align: center;">
<span style="color: red; font-size: large;"><b>2X MARY, QUEEN OF SCOTS</b></span></div>
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjOGIDSixHwKJzUEQ0WF9iqSh5aIaXYyyHWP-pNdfieleJZhiXtjRrmb-XpdzYY5IFoI8rtIXAdmds2uOyEX26rVFkU0V8XvKprEAJ7G3jY3ssGfKNbcD0MR56tulK1vsZCyYjDIYZ4_CJ6/s1600/Henry_VIII.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="600" data-original-width="472" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjOGIDSixHwKJzUEQ0WF9iqSh5aIaXYyyHWP-pNdfieleJZhiXtjRrmb-XpdzYY5IFoI8rtIXAdmds2uOyEX26rVFkU0V8XvKprEAJ7G3jY3ssGfKNbcD0MR56tulK1vsZCyYjDIYZ4_CJ6/s1600/Henry_VIII.jpg" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i><span style="font-size: small;">Henrique com Jane Seymour e o filho Edward</span></i></td></tr>
</tbody></table>
<br />
<span style="font-size: large;">Depois de infernizar a vida de tantas mulheres, Henrique VIII conseguiu o que queria: teve um filho homem, Edward, com sua terceira esposa, Jane Seymour. O destino, porém, se vingou de Henrique; Edward virou rei com nove anos e morreu com quinze, sem ter jamais governado, efetivamente. Após a sua morte, a coroa foi para sua verdadeira dona: Mary, a filha que Henrique teve com sua primeira mulher, Catarina de Aragão. Mas a saúde desse povo era um terror e ela também só reinou por cinco anos, morrendo em 1558, aos 42 anos. Ascende, então, ao trono a filha de Henrique com Ana Bolena, Elizabeth.</span><br />
<br />
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: left; margin-right: 1em; text-align: left;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhLNngGpnlyCUCYRqpgm_thp_Cn_d8g4DBHYyiY3gqEmCX3g_AJOuFNJl5L4YRWDzkKvA9ZWCzjdlt_O4UIrChhxZF-LojHRj06OqqEU_FEYpCu5TWMT9u1tkz1MCEGAsjmuW2W_SYA8N_q/s1600/elizacoro.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="693" data-original-width="520" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhLNngGpnlyCUCYRqpgm_thp_Cn_d8g4DBHYyiY3gqEmCX3g_AJOuFNJl5L4YRWDzkKvA9ZWCzjdlt_O4UIrChhxZF-LojHRj06OqqEU_FEYpCu5TWMT9u1tkz1MCEGAsjmuW2W_SYA8N_q/s320/elizacoro.jpg" width="240" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i><span style="font-size: small;">A coroação de Elizabeth I</span></i></td></tr>
</tbody></table>
<span style="font-size: large;">Além da consolidação do protestantismo, da permanente oposição dos católicos e as batalhas ocasionais com a Escócia, Elizabeth teve que enfrentar um problema constante: a pecha de bastarda. Pela lei católica, nem Ana Bolena e nem qualquer outra das mulheres de Henrique foi sua esposa. Somente Catarina de Aragão. Logo, em termos de linha sucessória, havia alguém mais próximo do trono do que Elizabeth: sua prima em segundo grau, Mary Stuart. Ela era filha de James V, rei da Escócia, e neta de Margaret Tudor, irmã de Henrique, o que a deixava na invejável posição de herdeira dos tronos inglês e escocês, e unificadora das famílias Stewart (que ela afrancesou para Stuart) e Tudor. O próprio Henrique sabia disso e tentara de qualquer jeito oficializar o casamento de seu filho Edward e sua sobrinha-neta Mary (que ainda eram bebês) pelo Tratado de Greenwich, mas a sua morte, as batalhas religiosas e o medo de que Mary fosse assassinada fizeram com que ela fosse levada à França quando tinha apenas cinco anos. </span><span style="font-size: large;">Ela passou lá toda sua infância e aos dezesseis anos se casou com o Dauphin, que no ano seguinte perdeu o pai e se tornou o Rei Francis II.</span><br />
<br />
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: right; margin-left: 1em; text-align: right;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhe2lblCuXpO1HzYNLuGLRUpDEIhXorFILduT3rDjSv3BYWaX2TPor-9iZGPhm6Gnsd6llUDUEVoyTiEbe59OGrRVo-LXAE5I9zShCMcNM46SyzHzlRI0vDy4rr0cwfP6H9vBCUDnX2ch51/s1600/mary-stuart.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1200" data-original-width="865" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhe2lblCuXpO1HzYNLuGLRUpDEIhXorFILduT3rDjSv3BYWaX2TPor-9iZGPhm6Gnsd6llUDUEVoyTiEbe59OGrRVo-LXAE5I9zShCMcNM46SyzHzlRI0vDy4rr0cwfP6H9vBCUDnX2ch51/s320/mary-stuart.jpg" width="229" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: small;"><i>Mary, em "luto branco"</i></span></td></tr>
</tbody></table>
<span style="font-size: large;">Mas, pra variar, ele também não primava pela boa saúde e morreu apenas dois anos depois, deixando sua mãe, Caterina de Medici no trono da França. No mesmo ano morreu Marie de Guise, mãe de Mary, que atuava como regente na Escócia, desde a morte de seu marido. O trono foi assumido provisoriamente por um filho bastardo de James V, portanto meio-irmão de Mary, que governou até que ela viesse da França, em 1561. E é nesse momento que começa o filme <i>Mary Queen of Scots</i>, dirigido pela iniciante Josie Rourke e roteirizado por Beau Willimon, com base no livro "Queen of Scots: The True Life of Mary Stuart", escrito por John Guy.</span><br />
<br />
<span style="font-size: large;">Sem ser nenhuma obra-prima e, sobretudo, sem ter grandes compromissos com a acuidade histórica, o filme é bom. É história misturada com ficção, como não pode deixar de ser, em se tratando de algo que remonta ao século XVI e vem de fontes mirradas e diretamente antagônicas; Mary era católica em um momento em que tanto a Inglaterra quanto a Escócia abraçavam fanaticamente o protestantismo.</span><br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhlKQ4sMe1eLEP6ncbm6tOkxoCahJIVlWbseA7_rRvhVEYXiZY51kXUuZDdImsHUMz29LheQ8MjQth5bqK8Fy7FD915hYYc-d_gZUv_yegQzjR5ZnxsQosrjAtrEyqulI7LWtiU3NlNmRBm/s1600/mary2.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1600" data-original-width="1080" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhlKQ4sMe1eLEP6ncbm6tOkxoCahJIVlWbseA7_rRvhVEYXiZY51kXUuZDdImsHUMz29LheQ8MjQth5bqK8Fy7FD915hYYc-d_gZUv_yegQzjR5ZnxsQosrjAtrEyqulI7LWtiU3NlNmRBm/s400/mary2.jpg" width="270" /></a></div>
<span style="font-size: large;">Logo, seus poucos biógrafos se dividem entre calvinistas e huguenotes que a odiavam e a consideravam uma herege monstruosa e desavergonhada, e católicos fervorosos que a admiravam incondicionalmente e escreveram panegíricos sobre sua existência. Mais uma vez, nunca saberemos.</span><br />
<br />
<span style="font-size: large;">O público caiu de pau sobre o filme por algumas razões específicas: 1) Mary (Saoirse Ronan, boa como sempre mas assustadoramente magra) fala com acentuado sotaque escocês. 2) A diretora achou por bem jogar um osso à patrulha da diversidade e escalou um ator negro (o também sempre competente Adrian Lester) para o papel de Lord Randolph, o emissário de Elizabeth na Escócia, e uma atriz de origem chinesa (Gemma Chan) para o papel da palaciana inglesa Bess Hardwick. 3) Da mesma forma, a diretora decidiu agradar o movimento LGBT inserindo um romance homossexual entre o Lord Darnley (Jack Lowden), segundo marido de Mary, e o músico da côrte e confidente da rainha, David Rizzio (Ismael Cruz Cordova). 4) Por fim, o clímax do filme é um encontro entre Elizabeth (Margot Robbie, competente mas não ideal para o papel) e Mary, no qual elas discutem e lavam a roupa suja. Encontro que nunca aconteceu.</span><br />
<br />
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: right; margin-left: 1em; text-align: right;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEizzgBDpxxhjZh0aumuoJZ7-eecLxcl7nFoZSQAb_Z9nYfGLuvDgxNLTMSHAGNmYEWr8PyM-4hcCyBLFZXMi-IFfSZ_rp3b7oi_pabYZC7QXcdi2wrNIbG3gpKZ43oof4BMAIYZ7rQdRp12/s1600/saorie.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="450" data-original-width="405" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEizzgBDpxxhjZh0aumuoJZ7-eecLxcl7nFoZSQAb_Z9nYfGLuvDgxNLTMSHAGNmYEWr8PyM-4hcCyBLFZXMi-IFfSZ_rp3b7oi_pabYZC7QXcdi2wrNIbG3gpKZ43oof4BMAIYZ7rQdRp12/s320/saorie.jpg" width="288" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i><span style="font-size: small;">A Mary de Saoirse Ronan</span></i></td></tr>
</tbody></table>
<span style="font-size: large;">Das quatro queixas, apenas as duas primeiras procedem: 1) Tendo vivido na França dos cinco aos dezenove anos, o mais provável é que o inglês de Mary fosse claudicante e ela falasse com um fortíssimo sotaque francês. Entretanto, comenta-se que ela dominava pelo menos quatro idiomas, então não é impossível que tenha treinado seu inglês durante a vida, ou preservado o sotaque. É pouquíssimo provável, mas não é impossível. 2) Realmente, é uma licença poética do outro mundo achar que havia negros e orientais na côrte elizabetana. Kenneth Brannagh saiu ileso disso quando escalou Denzel Washington e Keanu Reeves para seu <i>Much ado about nothing</i> (que se passa na Itália), ou ambientou o seu <i>As You Like it</i> no Japão (sendo que a ação se passa na França), com um casal protagonista que incluía um negro e uma loira de olho azul, por uma razão muito simples: são obras de ficção. Shakespeare. Já no caso de Mary e Elizazbeth, embora exista um determinado grau de tolerância para idéias ou invenções do diretor, há também um limite, e grande parte do público achou que a diretora simplesmente lançou mão de uma jogada de marketing.</span><br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjm2zFzyEvuDwgBUsp28aatPQrqPjAwPZdF1vv0EsSQO-hQx5qXO1hGjRD45yFeek_XV4MZ8y2enI0YLdqWmRq5fpcaVlkjrblRO2SN9l7Px-uqq8IYzv2eZwWXWAm2hDLzmMTTfVZALaNl/s1600/mary.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1000" data-original-width="663" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjm2zFzyEvuDwgBUsp28aatPQrqPjAwPZdF1vv0EsSQO-hQx5qXO1hGjRD45yFeek_XV4MZ8y2enI0YLdqWmRq5fpcaVlkjrblRO2SN9l7Px-uqq8IYzv2eZwWXWAm2hDLzmMTTfVZALaNl/s400/mary.jpg" width="265" /></a></div>
<span style="font-size: large;">No caso das duas outras queixas, entramos em um precedente interessante que o público atual ignora: o filme <i>Mary, Queen of Scots</i>, dirigido por Charles Jarrott com roteiro original de John Hale, lançado no fim de 1971. Foi precisamente a dupla Jarrott/Hale que dois anos antes trouxera Henrique VIII à ordem do dia com o magnífico <i>Anne of the Thousand Days</i>, a partir da peça escrita por Maxwell Anderson. Em 1970 Hale foi convidado pela BBC para escrever o roteiro do primeiro capítulo de <i>Elizabeth R</i>, minissérie sobre a vida da rainha, em seis partes (cada uma com um roteirista e um diretor diferente). A protagonista foi a ótima Glenda Jackson, premiada com um Emmy pelo seu trabalho. O sucesso da série foi tal que Jarott e Hale filmaram nesse mesmo ano de 71 o filme sobre Mary. Glenda foi chamada para reprisar seu papel de Elizabeth e o papel-título foi para Vanessa Redgrave. Os dois filmes são obras autorais independentes mas guardam algumas semelhanças notáveis que nos dão a entender que Josie Rourke e Beau Willimon se inspiraram bastante no trabalho de Jarrott e John Hale.</span><br />
<br />
<span style="font-size: large;">Não conheço uma única evidência histórica para o homossexualismo de David Rizzio e o Lord Darnley. Pelo contrário; imagina-se que a conspiração para matar Rizzio tenha surgido justamente dos boatos de que ele, como confidente e secretário de Mary, fosse de fato o pai da criança que ela estava esperando. E no entanto essa trama está inteira no filme de Jarrott (não sei se Hale a criou ou se inspirou em algum relato para escrevê-la) e Josie Rourke deu apenas um copy/paste na coisa toda. As cenas que envolvem Rizzio e Darnley são até parecidas com aquelas feitas brilhantemente por Ian Holm (Rizzio) e Timothy Dalton (Danley) no filme de 1971. O mesmo se pode dizer da cena do assassinato de Darnley.</span><br />
<br />
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: right; margin-left: 1em; text-align: right;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjOPzaMjIzqkboxFzHx-l0od_D__GYq1a1d4ertb4vgq15sLOXewEeBCnpySqc7RzVcODbLADYW13dnWzrCW5_EC7d5DjXaV6uo6vyrqLBKWBMwPK0dOIt-4Xe5KRAY2mrMO5Hc5LTNxmU9/s1600/mar1.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="395" data-original-width="316" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjOPzaMjIzqkboxFzHx-l0od_D__GYq1a1d4ertb4vgq15sLOXewEeBCnpySqc7RzVcODbLADYW13dnWzrCW5_EC7d5DjXaV6uo6vyrqLBKWBMwPK0dOIt-4Xe5KRAY2mrMO5Hc5LTNxmU9/s1600/mar1.jpg" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i><span style="font-size: small;">A Mary de Vanessa Redgrave</span></i></td></tr>
</tbody></table>
<span style="font-size: large;">Quanto ao encontro das duas rainhas, não é nenhuma novidade e remonta à peça de Schiller, escrita no ano de 1800. Jarrot e Hale deram sua própria versão e agora Josie Rourke fez a sua. Não entendi o porquê de tanta revolta. Jogando-se em um liquidificador as cartas trocadas por ambas e alguns relatos contemporâneos, tem-se uma idéia razoável do que elas pensavam, uma da outra. Não chega a ser uma aberração, portanto, que se crie uma cena com as duas. Voltamos ao que foi dito acima: trata-se de uma mistura de história com ficção. Quem estiver tão indignado com essa junção deve assistir um documentário. A título de curiosidade, na cena do filme de Rourke, Elizabeth humilha-se para Mary, tirando sua peruca e mostrando que estava praticamente careca; na vida real, aconteceu um fato bizarro algo semelhante depois da decapitação de Mary. O carrasco foi erguer a cabeça da rainha morta pelo cabelo para exibi-la ao público e gritar <i>God Save the Queen</i>, e quando puxou o cabelo veio só a peruca e a cabeça ficou, revelando que os anos de cárcere privado haviam sido funestos para Mary.</span><br />
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh9MZ1ZPZc2aQ80sizF0NvR8NchpQCihDb1TqOCFtLd3au9KelzlBttivpkSDAfSzi9jTnw0ZbLtr3_c6X8naQlN_4qVjI3WQAWkHgw30s50wJRJBoURJSzcdsUy0_plWHbwxkfa-9Bfp2M/s1600/mar.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="384" data-original-width="500" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh9MZ1ZPZc2aQ80sizF0NvR8NchpQCihDb1TqOCFtLd3au9KelzlBttivpkSDAfSzi9jTnw0ZbLtr3_c6X8naQlN_4qVjI3WQAWkHgw30s50wJRJBoURJSzcdsUy0_plWHbwxkfa-9Bfp2M/s1600/mar.jpg" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i><span style="font-size: small;">Glenda Jackson (Elizabeth) e Vanessa (Mary) durante a gravação<br />da cena do encontro das rainhas</span></i></td></tr>
</tbody></table>
<br />
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: left; margin-right: 1em; text-align: left;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhwCoIxDERYs1dROO8iTpSxfdceXO-RrYXjHEavVIWCJ6xKWTHGz13FXdO0fpJacTgNuv6u75yVUl2eZYVBPEhfUt8zzfNpWGeTd1tJtYyaY62J24-LAa8sVtyrgqCLW6MQyBxhjyIMiFrV/s1600/mar2.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="912" data-original-width="760" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhwCoIxDERYs1dROO8iTpSxfdceXO-RrYXjHEavVIWCJ6xKWTHGz13FXdO0fpJacTgNuv6u75yVUl2eZYVBPEhfUt8zzfNpWGeTd1tJtYyaY62J24-LAa8sVtyrgqCLW6MQyBxhjyIMiFrV/s320/mar2.jpg" width="266" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i><span style="font-size: small;">A Elizabeth de Margot Robbie</span></i></td></tr>
</tbody></table>
<span style="font-size: large;">No mais, temos o Lord Bothwell, o terceiro marido de Mary; uma fonte antiga afirma que ele violentou Mary e a obrigou a casar-se com ele. Outra desmente categoricamente essa versão. Então no filme de Jarrott, Bothwell (Nigel Davenport) é um guerreiro nobre e o grande amor de Mary; já na versão de Rourke (interpretado por Martin Compston) ele é um reles guarda-costa, bronco e acanalhado. James, o meio-irmão de Mary, é maquiavélico e insensível no filme de 71 (interpretado por Patrick McGoohan), e fraco e influenciável na versão atual (interpretado por James McArdle). A Elizabeh de Glenda é durona e determinada enquanto Margot Robbie instila-lhe uma certa doçura e vulnerabilidade, o que também horrorizou o público mais apegado à história. E nos dois filmes Mary tem os olhos azuis, quando historicamente seus olhos eram castanhos.</span><br />
<br />
<span style="font-size: large;">Considero superior o filme de 1971 (indicado a cinco Oscars, incluindo Melhor Atriz para Vanessa; não levou nenhum) mas não sou tão rápido em desmerecer o trabalho de Rourke (indicado por Maquiagem e Figurino) pelas falhas apontadas. Ele merece ser visto.</span><br />
<br />
<span style="font-size: large;">* <i>Mary Queen of Scots</i> concorre aos prêmios de Melhor Figurino e Melhor Maquiagem.</span><br />
<br />
<div style="text-align: center;">
<span style="color: red; font-size: large;"><b>THE FAVOURITE</b></span></div>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg3Snj4IXlr7lFH_SfR_RZ84Wa5TnRec5Tn_SufZTVvrNqDW87q2qhwvPUdsC4s1jbIgQKpkG02owGKYjoA6Kxo4DJr1xQqqbEbhkn4Es3mPSIongDs7MwResREBPGUNFda2mDWJFBN-DNV/s1600/favourite.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" data-original-height="1600" data-original-width="1074" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg3Snj4IXlr7lFH_SfR_RZ84Wa5TnRec5Tn_SufZTVvrNqDW87q2qhwvPUdsC4s1jbIgQKpkG02owGKYjoA6Kxo4DJr1xQqqbEbhkn4Es3mPSIongDs7MwResREBPGUNFda2mDWJFBN-DNV/s400/favourite.jpg" width="267" /></a></div>
<span style="font-size: large;">Ano prolífico para a Casa de Stuart. Além de <i>Mary Queen of Scots</i>, temos também <i>The Favourite</i>, sobre a rainha Anne (1665/1714), trineta de Mary e a última Stuart. A direção é do grego Yorgos Lanthimos (que ficou conhecido pelo estranhíssimo <i>The Lobster</i>, de 2015) e roteiro de Deborah Davis e Tony McNamara. No filme a rainha (Olivia Colman) é viúva, perdeu a saúde por conta de dezessete gravidezes mal-sucedidas, sofre de violentos ataques de Gota e, sendo uma mulher cretina e ignorante, é dominada pessoal e politicamente por sua amiga e camareira Sarah Churchill (Rachel Weisz), esposa do Lord Marlborough (Mark Gatiss), que na época liderava as forças inglesas na Guerra da Sucessão Espanhola. A intimidade das duas é de cama, mesa banho. Chamam-se por apelidos jocosos, a rainha é Mrs. Morley, Sarah é Mrs. Freeman. Anne não aprecia a intromissão excessiva de Sarah em assuntos políticos, como também se ressente da honestidade brutal e até cruel de sua companheira. Não prescinde de sua amizade e de sua presença na côrte, porém. Isso até que chega à côrte uma prima de Sarah, Abigail Hill (Emma Stone), cujo pai perdera tudo no jogo, levando a família à miséria.</span><br />
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj8R1k4r4MzfTiLK3jtKsLYCAJha-ab9tQa-TfpXKijImuVfQ6H1Mmwdl4HM6U927GRgrFPVCYvj4sxTWcKbzRLjk7ZQ8CS4nXXJAR3VNuoOljWuZ-zfy1eeMnnHyHEBFW7v8iPtqN7lPDt/s1600/fav.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="413" data-original-width="552" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj8R1k4r4MzfTiLK3jtKsLYCAJha-ab9tQa-TfpXKijImuVfQ6H1Mmwdl4HM6U927GRgrFPVCYvj4sxTWcKbzRLjk7ZQ8CS4nXXJAR3VNuoOljWuZ-zfy1eeMnnHyHEBFW7v8iPtqN7lPDt/s1600/fav.jpg" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i><span style="font-size: small;">Rachel Weisz (Sarah) e Olivia Colman (Anne)</span></i></td></tr>
</tbody></table>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<span style="font-size: large;">Abigail pede humildemente um emprego à prima, que lhe concede a mais subalterna das posições, em meio à criadagem. Mas Abigail era inteligente e na primeira oportunidade se infiltrou nos aposentos da rainha, que dormia, e lhe aplicou um remédio à base de ervas para aliviar as queimações da Gota. Sarah a pega em flagrante e manda açoitá-la. A rainha, entretanto, comenta que o remédio lhe fizera bem; Sarah muda de idéia e dá à prima um emprego como sua assistente. As duas se tornam amigas, mas sem maior intimidade ou confiança. Aos poucos Abigail vai se dando conta de como a rainha é manipulada por Sarah e começa aí uma batalha sem tréguas entre as primas, pelo favoritismo da rainha.</span><br />
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjXShhHy23-jcMkAtDqUKpmlczaO_1oaEJzEdGARtcdDxeU3TiPxResM3B8BK-YQlZlW9LISJSh3ZHaii-JMfYv23qZFtBkR98cc9wkDs4DPLwEICvahFyJR4o9N2cIGtuT6l_ULhqcX5ga/s1600/Abigail+Anne.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="401" data-original-width="551" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjXShhHy23-jcMkAtDqUKpmlczaO_1oaEJzEdGARtcdDxeU3TiPxResM3B8BK-YQlZlW9LISJSh3ZHaii-JMfYv23qZFtBkR98cc9wkDs4DPLwEICvahFyJR4o9N2cIGtuT6l_ULhqcX5ga/s1600/Abigail+Anne.jpg" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i><span style="font-size: small;">Olivia (Anne) e Emma Stone (Abigail)</span></i></td></tr>
</tbody></table>
<br />
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: left; margin-right: 1em; text-align: left;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEghe6nnfgFy6MO9xMyUzhAtkb_Cd1XvNXWPPqe2LeloeCoX9EnDWb4HvqQsRGJEVH_LK5FAzJL7sAz9a2kfWjLHxIIPoNJ9QdKBwlWq7dRbZk7HA6ZbOsK92td0IWZ32-DGyOOyVPFltbyX/s1600/Queen_Anne_by_John_Closterman.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1600" data-original-width="1300" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEghe6nnfgFy6MO9xMyUzhAtkb_Cd1XvNXWPPqe2LeloeCoX9EnDWb4HvqQsRGJEVH_LK5FAzJL7sAz9a2kfWjLHxIIPoNJ9QdKBwlWq7dRbZk7HA6ZbOsK92td0IWZ32-DGyOOyVPFltbyX/s320/Queen_Anne_by_John_Closterman.jpg" width="260" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: small;"><i>A rainha Anne</i></span></td></tr>
</tbody></table>
<span style="font-size: large;">A história é quase que integralmente uma criação de Deborah Davis e Tony McNamara. Na realidade: 1) o conflito político-partidário é muito maior do que o filme demonstra e provocara anos antes o esfriamento da amizade entre Sarah e Anne. 2) Abigail não caiu de pára-quedas no palácio. Quando soube da desgraça da família de sua prima, Sarah lhe ofereceu o emprego de camareira, seja por caridade ou por vergonha. 3) Abigail e Harley também eram primos. As cenas em que Harley maltrata ou bate em Abigail não são reais. 4) Durante grande parte do que acontece no filme, o marido de Anne - o obeso e medíocre George da Dinamarca - estava vivo. Ele morreu em 1708, quando Abigail já estava no palácio. 5) O ciúme de Sarah não se deve tanto à amizade de sua prima com a rainha, quanto ao medo de estar perdendo sua influência política junto à Anne. 6) Não há nenhum indício histórico de que Anne e Sarah fossem lésbicas. O que se sabe ao certo é que em algum momento depois de morto o marido de Anne, Sarah mostrou a ela um epigrama escrito por um foliculário <i>whig</i> que sugeria sarcasticamente uma relação íntima entre a rainha e Abigail. O fato não teve qualquer repercussão e só serviu para aniquilar de vez a velha amizade das duas.</span><br />
<br />
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: right; margin-left: 1em; text-align: right;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhQAmgqplRuSCeM2chyQszjDrlCT6TgKM80uFfJ7khyphenhyphenOeFaMBEd3Xx5l3bahMMWo6GEVgBExXobtHLn16GZDNzlpRlk-pKEl0-wqsG42p4jWZYHSooqgr8g3L5kS6vj_RYhVZB-ceChb4sG/s1600/sarah1.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="480" data-original-width="480" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhQAmgqplRuSCeM2chyQszjDrlCT6TgKM80uFfJ7khyphenhyphenOeFaMBEd3Xx5l3bahMMWo6GEVgBExXobtHLn16GZDNzlpRlk-pKEl0-wqsG42p4jWZYHSooqgr8g3L5kS6vj_RYhVZB-ceChb4sG/s320/sarah1.jpg" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i><span style="font-size: small;">Sarah Churchill</span></i></td></tr>
</tbody></table>
<span style="font-size: large;">Vale ressaltar também que Anne passou para a história como uma mulher burra e despreparada para seu cargo por uma razão muito simples: Sarah (1660/1744) viveu trinta anos além de Anne e dois anos antes de sua própria morte ela lançou suas memórias - </span><span style="font-size: large;">"</span><span style="font-size: large;">An account of the conduct of the Dowager Duchess of Marlborough</span><span style="font-size: large;">"</span><span style="font-size: large;"> - dando vazão a todo seu ressentimento e deixando um retrato nada lisonjeiro de sua velha amiga para a posteridade. Somente no século XX os pesquisadores compreenderam que Sarah não passava de uma burguesa intriguenta e inútil, e suas memórias não tinham qualquer valor a não ser para incensar quem ela gostava e enxovalhar quem em algum momento a desagradou. Sem ser uma estadista, não tendo traquejo político e não gozando de boa saúde, Anne fez o que pôde durante os doze anos de seu reinado; interessava-se pelos assuntos de Estado, ajudou a Inglaterra a se tornar uma potência militar ainda mais respeitada, foi mecenas das artes, condecorou Isaac Newton e hoje é considerada uma rainha responsável pelo progresso de seu reino.</span><br />
<br />
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: left; margin-right: 1em; text-align: left;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi_64NhwiuAVqVNHa8dCxWcctaDxlhyphenhyphenHVZHDG2cJ2LH9iEnV1psQJeT875EUEYGI1AsZTpbcE68W0rYkSpeYW68ZuElfKFVZpG7sCFIbS0niHql5UB7VxRj9MBvTbjhGoN4pnnrbHMeu8J4/s1600/abigail.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="418" data-original-width="331" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi_64NhwiuAVqVNHa8dCxWcctaDxlhyphenhyphenHVZHDG2cJ2LH9iEnV1psQJeT875EUEYGI1AsZTpbcE68W0rYkSpeYW68ZuElfKFVZpG7sCFIbS0niHql5UB7VxRj9MBvTbjhGoN4pnnrbHMeu8J4/s320/abigail.jpg" width="253" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i><span style="font-size: small;">Abigail Hill</span></i></td></tr>
</tbody></table>
<span style="font-size: large;">O elenco é espetacular. É um verdadeiro tour de force entre Olivia Colman (Anne), Emma Stone (Abigail) e Rachel Weisz (Sarah). O talento de Weisz é conhecido e ela é uma Sarah perfeitamente charmosa e detestável; Stone não é a escolha ideal para a personagem, já que não é inglesa, mas está ótima como sempre, e Colman, que está há quase vinte anos relegada a papéis menores na televisão, dá um verdadeiro show de talento. Todas as suas cenas são excepcionais. O roteiro é brilhante, cáustico e põe a descoberto sem maiores sutilezas a sordidez de uma côrte de áulicos e cafajestes. A cinematografia, com o permanente widescreen é inesperada sacada de mestre, assim como a trilha incidental, compassada e repetitiva, que cria um clima e um ambiente perfeitos de tensão. Uma beleza de filme. Ao contrário da maioria dos outros concorrentes, merece cada uma de suas dez indicações.</span><br />
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiwyr8VZc9zX-ZQED_FgFFyx-EZg5IM4URyWVYxo99-X7pVdjable4eip2my20wQPhggq_Y4EbrcNr2K53f1-asTeatH3GvhMWYGgTOMJ2vpjRKHHgDr77WjGxFbZehbzyOAapHQ0hsmB8Q/s1600/favourite-cast.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="341" data-original-width="551" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiwyr8VZc9zX-ZQED_FgFFyx-EZg5IM4URyWVYxo99-X7pVdjable4eip2my20wQPhggq_Y4EbrcNr2K53f1-asTeatH3GvhMWYGgTOMJ2vpjRKHHgDr77WjGxFbZehbzyOAapHQ0hsmB8Q/s1600/favourite-cast.jpg" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i><span style="font-size: small;">Rachel Weisz, Olivia Colman e Emma Stone</span></i></td></tr>
</tbody></table>
<br />
<br />
<div style="text-align: center;">
<b><span style="color: #999999;">EFEITOS ESPECIAIS</span></b></div>
<div style="text-align: center;">
<b><span style="color: #999999;"><br /></span></b></div>
<div style="text-align: center;">
<span style="color: red; font-size: large;"><b>2x CHRISTOPHER ROBIN</b></span></div>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgejfBZHXDz9zj6s9duJk06xhTATovUUtv5LEGJ_HrNn7gT_0cN6cY8YOjuJCgz1pM63hwIvQbxDtOw8qy2ufL87mLGYKAh1N8jT7_vz_1ywHo7cFb2JnG11U8aFpxLFpCEK-NQRFolLGoK/s1600/cr.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" data-original-height="1000" data-original-width="675" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgejfBZHXDz9zj6s9duJk06xhTATovUUtv5LEGJ_HrNn7gT_0cN6cY8YOjuJCgz1pM63hwIvQbxDtOw8qy2ufL87mLGYKAh1N8jT7_vz_1ywHo7cFb2JnG11U8aFpxLFpCEK-NQRFolLGoK/s400/cr.jpg" width="270" /></a></div>
<span style="font-size: large;">Não fazia idéia de quem era Christopher Robin, personagem-título do filme de Marc Foster, indicado ao Oscar de Efeitos Especiais. E na busca pelo filme acabei trombando em uma produção de 2017 chamada <i>Goodbye, Christopher Robin</i>. A presença de Margot Robbie me chamou a atenção e resolvi assisti-lo também. E valeu a pena, porque são produções inteiramente diferentes. Para quem (como eu) não sabe, Christopher Robin é a criança que faz parte da turma de Winnie-the-Pooh (o Ursinho Puff), personagens criados pelo inglês A. A. Milne. O escritor se inspirou no próprio filho, Cristopher, para criar o personagem.</span><br />
<br />
<span style="font-size: large;">A idéia da criança que interage com animais, seres imaginários ou sobrenaturais, e perde essa capacidade quando se torna adulta, não é exatamente nova, mas <i>Christopher Robin</i> - como bem observou a seção de Trivia do IMDB - é, em tudo e por tudo, um <i>reboot</i> de <i>Hook</i> (1991), dirigido por Spielberg, sobre o Peter Pan que cresceu, casou, perdeu sua capacidade de sonhar e se divertir, ignora a esposa e o filho e de repente aparece um personagem da sua infância que o leva de volta ao mundo do faz-de-conta que o obriga a rever seus conceitos e a valorizar aquilo que realmente importa na vida. No filme em questão, Christopher (Ewan McGregor) cresceu, lutou na segunda guerra, voltou, se casou com Evelyn (Hayley Atwell), tem uma filha, Madeline (Bronte Carmichael), e trabalha de sol a sol em uma empresa que produz malas e maletas de couro.</span><br />
<br />
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: left; margin-right: 1em; text-align: left;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh9WWS1i96ZDsFzVJWkn6Ep1YZ0Wg4pyh3WjSw7i7QZRGyykxWl_aDTUt5ZuceKyaWz3Ki20OtwymgVDSX9Ev9SBJmj46ll2NtROD-GYysUaYyLRXawVy-ZSZL3UDQKrkjvharC6smMzQKg/s1600/pooh.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="577" data-original-width="840" height="219" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh9WWS1i96ZDsFzVJWkn6Ep1YZ0Wg4pyh3WjSw7i7QZRGyykxWl_aDTUt5ZuceKyaWz3Ki20OtwymgVDSX9Ev9SBJmj46ll2NtROD-GYysUaYyLRXawVy-ZSZL3UDQKrkjvharC6smMzQKg/s320/pooh.jpg" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i><span style="font-size: small;">Pooh e Ewan</span></i></td></tr>
</tbody></table>
<span style="font-size: large;">Ele é um marido insensível, um pai ausente e seu patrão (Mark Gatiss) está prestes a fechar o setor do qual Christopher é responsável, para cortar gastos. Dá ao funcionário o fim de semana para que crie um plano que diminua os custos, se quiser manter o departamento. É o fim de semana que Christopher planejara viajar com a mulher e a filha para sua casa de campo; ele cancela a viagem - partindo o coração das duas, como sempre - e tenta criar um plano de contenção de gastos. É quando, do nada, ele cruza com Winnie-the-Pooh em um parque, em Londres, e o leva para casa. Winnie está preocupado porque se perdeu de seus amigos (Eeyore, Tigger, e etc.). Christopher tenta se livrar dele mas é tal a bagunça que o urso faz em sua casa que ele resolve levá-lo de volta para a floresta, próximo à casa de campo onde estão sua mulher e sua filha. E lá ele terá uma série de experiências que o fará reavaliar sua vida.</span><br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgPHs2W-1RMy2U5vowOAEYhEIkkCkEexCTBO2EQeMYE-M6QKdqXqS3E7tsvqL6Fab5br-Rz3MZz-B5VdX5RC3VStFnJ2ILAM1ki8KWQZBBeNo4sx3YrnlhST6FezYPC9BfPsU9r_5Oq8o4v/s1600/cr2.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" data-original-height="1000" data-original-width="682" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgPHs2W-1RMy2U5vowOAEYhEIkkCkEexCTBO2EQeMYE-M6QKdqXqS3E7tsvqL6Fab5br-Rz3MZz-B5VdX5RC3VStFnJ2ILAM1ki8KWQZBBeNo4sx3YrnlhST6FezYPC9BfPsU9r_5Oq8o4v/s400/cr2.jpg" width="272" /></a></div>
<span style="font-size: large;">Já <i>Goodbye, Christopher Robin</i>, dirigido por Simon Curtis é a história real da relação entre o autor Alan Alexander Milne (Domhnall Gleeson), sua esposa Daphne (Margot Robbie) e o filho de ambos, Christopher Robin (Will Tilston, possivelmente o menino mais fofo que já vi em toda a minha vida). O escritor era veterano da primeira guerra e os traumas o levam a deixar a atribulada e barulhenta Londres por uma casa de campo em Sussex, onde pretendia utilizar a tranqüilidade e o tempo livre para escrever um livro que condenasse a guerra e incentivasse a paz. A mudança provoca um estresse em seu casamento, já que a esposa tem fumaças de nova-rica, adora uma festa e, afinal de contas, aqueles eram os "crazy twenties". Ela abandona o marido e o filho temporariamente com a babá (Kelly Macdonald) que mora com eles e sem querer acaba criando algo que não existia: uma aproximação entre pai e filho. Eles passam juntos o tempo todo, andando, brincando, e Milne começa a divisar a possibilidade de transformar as brincadeiras do filho com seus animais de pelúcia, em meio á natureza, em histórias infantis. E assim nasce Winnie-the-Pooh.</span><br />
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiD5l-ancA8Vi2oTmxu33DO2moJD-H4EHxFp2YuOXQmPQIqaYt9ww0-tmR0to4CRGXMpk6QObiXh33bJXyhuZqLeryLSr2fsMNrxSG-lj9NkCx4OKtiTN7gLf7SFtxC5xxIoXwXN4Iqp4bn/s1600/pooh1.png" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="502" data-original-width="554" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiD5l-ancA8Vi2oTmxu33DO2moJD-H4EHxFp2YuOXQmPQIqaYt9ww0-tmR0to4CRGXMpk6QObiXh33bJXyhuZqLeryLSr2fsMNrxSG-lj9NkCx4OKtiTN7gLf7SFtxC5xxIoXwXN4Iqp4bn/s1600/pooh1.png" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i><span style="font-size: small;">Domhnall Gleeson (Alan Milne), Will Tilston (Christopher Robin) e Pooh</span></i></td></tr>
</tbody></table>
<br />
<span style="font-size: large;">O extraordinário sucesso financeiro dos livros de contos com Winnie e Christopher Robin traz Daphne de volta, como por milagre, e o garoto se torna uma celebridade. Mas tanto Milne - preocupado com a criação de novos contos - quanto Daphne - preocupada que o dinheiro continue entrando, torrencial - esquecem daquilo que é mais importante: Christopher tem apenas oito anos, é uma criança que precisa dos pais, e só quem realmente pensa em seu bem estar é a babá Olive. E a partir daí veremos as sérias conseqüências que a associação de seu verdadeiro nome com o do personagem mais famoso da Inglaterra, naquele momento, trarão ao jovem Christopher.</span><br />
<br />
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: left; margin-right: 1em; text-align: left;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjbaDl0h7p3EUWkzNoF0Ko678CZiapF6JAcCI3QLAGG1H8WqY7XIW5St-5YLjNJwMbpL9rRJWR_k7M4qAZ2mgeisDxAqW8-43DhjcjJa8KIgFjQW7nKxZj2qhC8V7XOTOYkBoxRgBiabzKU/s1600/pooh2.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="616" data-original-width="727" height="271" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjbaDl0h7p3EUWkzNoF0Ko678CZiapF6JAcCI3QLAGG1H8WqY7XIW5St-5YLjNJwMbpL9rRJWR_k7M4qAZ2mgeisDxAqW8-43DhjcjJa8KIgFjQW7nKxZj2qhC8V7XOTOYkBoxRgBiabzKU/s320/pooh2.jpg" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i><span style="font-size: small;">Alan Milne, Christopher e Pooh</span></i></td></tr>
</tbody></table>
<span style="font-size: large;">Os dois filmes são bons mas a produção de Foster é, de certa forma, mais uma das aventuras de Winnie-the-Pooh. É uma fantasia bonita e agradável com um excelente trabalho do elenco e um ótima animação dos animais e dos bichos de pelúcia, malgrado, como já se viu, a nenhuma originalidade de seu roteiro. O filme de Simon Curtis, por outro lado, traz uma abordagem real e dramática do que foi a vida de Christopher Robin. (<i>spoilers</i> a seguir) Ele deplorou os livros que o trazem como protagonista a vida inteira, se afastou dos pais, não teve nada a ver com as produções da Disney que ressuscitaram Winnie na década de 60, e só aceitou algum dinheiro da fortuna que o personagem rendia e ainda rende, para poder cuidar de sua própria filha, que nasceu com paralisia cerebral. Robin morreu em 1996 mas deixou seu desabafo consignado em alguns livros de memórias que certamente formam a espinha dorsal do roteiro escrito para esse filme por Frank Cottrell Boyce e Simon Vaughan. Não por coincidência, o primeiro deles, "The Enchanted Places", é dedicado á babá Olive (fim dos <i>spoilers</i>).</span><br />
<br />
<span style="font-size: large;">Recomendo os dois, mas sugiro que <i>Goodbye, Christopher Robin</i> (2017) seja visto primeiro.</span><br />
<div style="text-align: center;">
<br /></div>
<div style="text-align: center;">
<b style="color: red;"><span style="font-size: large;">FIRST MAN</span></b></div>
<div style="text-align: center;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg98fEoltf_Yd4jbRakRL-sPYn-K-KMoCzGppsQsOQ7aSisZBHoqvlgnmOaaPGOuuoDlbI4A6-4YU8qGuJ3fdaq5iTiiYkYQyJVsJu2D8LU2z2MnpT5DrMu5_4cotBPkASYNPG0sUmeINmA/s1600/first-man-poster.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" data-original-height="729" data-original-width="500" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg98fEoltf_Yd4jbRakRL-sPYn-K-KMoCzGppsQsOQ7aSisZBHoqvlgnmOaaPGOuuoDlbI4A6-4YU8qGuJ3fdaq5iTiiYkYQyJVsJu2D8LU2z2MnpT5DrMu5_4cotBPkASYNPG0sUmeINmA/s320/first-man-poster.jpg" width="219" /></a></div>
<span style="font-size: large;">Filme sobre os anos que antecederam a missão espacial Apollo 11 (na qual o homem pisou em solo lunar) seguindo a vida de Neil Armstrong.</span><br />
<br />
<span style="font-size: large;">A julgar pelo filme e pela interpretação preguiçosa de Ryan Gosling, Neil era um homem chato, abúlico e traumatizado pela morte da filha. O contrário de Buzz Aldrin (Corey Stoll), bem-humorado ao extremo, tocando as raias da inconveniência. Buzz, por sinal (que está vivo, com 88 anos), é mostrado como um reles ambicioso que pouco se importava com a morte de seus colegas e só estava aguardando a sua vez de participar nas missões espaciais. Se é uma análise justa, não faço idéia.</span><br />
<br />
<span style="font-size: large;">O filme é bom, historia com inteligência os eventos que desembocaram na Apollo 11 mas a meu ver é extremamente mais longo do que seria necessário. E Ryan Gosling também nunca me convenceu e ainda passará muito tempo até que eu compreenda o porquê de alguém tão limitado estar no "A List" de Hollywood.</span><br />
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj6OHFrx-379RrgzTV1l6e-oeLRv_xDk0S5Bfd6bS6YrzNHmlQvzMDke1_ZlbCeXGLW6XIh__DB4SbXqBo1nalIwQOK92nEEw8jlpgpQ219NgnU-Gt1EwdkRU4ZZYVlqn4YKN5jUvHmV9sp/s1600/Claire-Foy-First-Man.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="373" data-original-width="558" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj6OHFrx-379RrgzTV1l6e-oeLRv_xDk0S5Bfd6bS6YrzNHmlQvzMDke1_ZlbCeXGLW6XIh__DB4SbXqBo1nalIwQOK92nEEw8jlpgpQ219NgnU-Gt1EwdkRU4ZZYVlqn4YKN5jUvHmV9sp/s1600/Claire-Foy-First-Man.jpg" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i><span style="font-size: small;">Claire Foy</span></i></td></tr>
</tbody></table>
<br />
<span style="font-size: large;">Pelo lado positivo, Claire Foy está estupenda como Jan, a esposa de Neil. Não conhecia essa atriz porque nunca assisti <i>The Crown</i>, mas fiquei prazerosamente surpreso com sua performance. O filme deve receber indicações ao Oscar; espero que uma seja para Claire.</span><br />
<br />
<span style="font-size: large;">Recomendo.</span><br />
<div>
<br />
<span style="font-size: large;"><b><i>Ready Player One</i></b> - Muito bom. Num mar de tecnologia vazia e de franquias de microondas, Spielberg volta em grande forma, num de seus melhores filmes dos últimos anos, e ensina a fazer cinema e entretenimento. O roteiro é de Zak Penn e Ernest Cline, baseado no livro de Ernest. História dinâmica, divertida e emocionante, e um elenco acima da média liderado pela maravilhosa Olivia Cooke. Recomendo.</span><br />
<br />
<span style="font-size: large;"><b><i>Avengers: Infinity War</i></b> - Bom. Nem sei mais qual é um e qual é outro, mas bom.</span><br />
<br />
<span style="font-size: large;"><b><i>Solo: a Star Wars Story</i></b> - </span><span style="font-size: large;">Não vi e não verei. Acho que ninguém viu.</span></div>
<br />
<span style="font-size: large;"></span>
<br />
<div style="text-align: center;">
<b><span style="color: #999999;">ANIMAÇÃO</span></b></div>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhJYSwHT0IJz6fpuLPHDbkihj0s3JUyT_53SnaxyfhKsapRHfU7_4_f91IeDR1reesFok0lSzTvQTFG8JeFEyGi52LBiHxL5g-n-PK6AKpFgNrL3RNLR7JIuNHPf_RJferMPkGvtl3OLBLW/s1600/mirai.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" data-original-height="735" data-original-width="500" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhJYSwHT0IJz6fpuLPHDbkihj0s3JUyT_53SnaxyfhKsapRHfU7_4_f91IeDR1reesFok0lSzTvQTFG8JeFEyGi52LBiHxL5g-n-PK6AKpFgNrL3RNLR7JIuNHPf_RJferMPkGvtl3OLBLW/s320/mirai.jpg" width="217" /></a></div>
<span style="font-size: large;"><i><b>Mirai no Mirai</b></i> - É a história do menino Kun, cujos pais acabaram de ter uma filha - Mirai - e devotam a ela toda sua atenção. Isso causa crises enormes de ciúme no garoto, que a cada ataque histérico é transportado para o mundo de sua imaginação, onde não há barreiras de espaço e tempo. Lá ele vai interagir com a Mirai do futuro, já adolesente, com seu avô na juventude, com a personificação humana de seu cachorro, com sua mãe quando era criança, e assim por diante. E a cada um desses contatos ele vai aprendendo a lidar com as inevitabilidades da vida. Já assisti algumas coisas de Mamoru Hosoda (conhecido inicialmente por ter dirigido a adaptação televisiva do célebre mangá </span><span style="font-size: large;">"</span><span style="font-size: large;">Samurai Champloo</span><span style="font-size: large;">"</span><span style="font-size: large;">); gostei particularmente de Ookami kodomo no Ame to Yuki (</span><span style="font-size: large;">"</span><span style="font-size: large;">Crianças Lobo</span><span style="font-size: large;">"</span><span style="font-size: large;">) mas não se pode dizer que sou fã dele. A simples verdade é que Miyasaki aumentou de tal forma a qualidade desses desenhos, que não é qualquer coisa que me impressiona, hoje em dia. <i>Mirai</i> é bom mas me cansou um pouco. E o personagem Kun está longe de ter a graça e o carisma das meninas criadas pelo Ghibli. Mas vale conferir.</span><br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhCbVe7er7Qa5_017dcVK0n0Rh4NpUO0uWbvaI4hTuAp3NthlYXJH9-2gtG7FGTHn4Tgqgx5Htz9pj3JgT2_B3idtej597HFUnUmvVryLvvD1lu2oANYj-VeK9kYTYMdrQUVAxI17NDACa-/s1600/isle+of+dogs.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" data-original-height="1200" data-original-width="757" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhCbVe7er7Qa5_017dcVK0n0Rh4NpUO0uWbvaI4hTuAp3NthlYXJH9-2gtG7FGTHn4Tgqgx5Htz9pj3JgT2_B3idtej597HFUnUmvVryLvvD1lu2oANYj-VeK9kYTYMdrQUVAxI17NDACa-/s320/isle+of+dogs.jpg" width="201" /></a></div>
<span style="font-size: large;"><b><i>Isle of Dogs</i></b> - Quando estoura uma epidemia de gripe canina na cidade de Megasaki, o governante (que ama gatos e odeia cães) manda matar um médico que descobre a cura para a doença e passa uma lei que obriga todos os cães infectados a serem enviados para uma ilha, onde eventualmente morrerão de fome. Só que uma das crianças que ficou sem seu cachorro resolve ir até a ilha resgatá-lo. Pelo lado positivo, trata-se de um filme visualmente interessante, considerando que não se trata de CGI e sim de stop-motion. É só o que tenho a dizer de bom. E pelo lado ruim, não consigo ver graça em cães falando articuladamente, com vozes humanas. Me parece uma subversão horrorosa da natureza divina dos cães, que é divina justamente porque está distante da natureza humana, sobretudo dos adultos. Então ouvir um cachorro com a voz de Edward Norton dizendo “I miss my master” é no mínimo estranho. <i>Isle of Dogs</i> não me emocionou, não me fez rir e não me causou nada.</span><br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEicOaYmbpHebNrBIpb08i-dkp2pSWU5gFtfzWS6LxJlGiY38qyKMr_pOm9Sdau3vNYxARYXBR4tKmadmnz-DZwkGQcDpggX5O5KURM788SxzDif4nsKySWVo83UlW1f7H36gVxmCTYvubk9/s1600/spider.png" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" data-original-height="326" data-original-width="220" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEicOaYmbpHebNrBIpb08i-dkp2pSWU5gFtfzWS6LxJlGiY38qyKMr_pOm9Sdau3vNYxARYXBR4tKmadmnz-DZwkGQcDpggX5O5KURM788SxzDif4nsKySWVo83UlW1f7H36gVxmCTYvubk9/s320/spider.png" width="215" /></a></div>
<span style="font-size: large;"><b><i>Spider-Man: Into the Spider-Verse</i></b> - Empresário se sente responsável pela morte da mulher e do filho e constrói um colisor de hádrons para tentar encontrá-los ainda vivos em outras dimensões. Só que a utilização equivocada do colisor abre um portal que mistura as dimensões e acaba reunindo cinco pessoas (incluindo um porquinho) que foram mordidas por aranhas radioativas e tem diferentes super poderes. Eles se unem para destruir o colisor e retornar a suas dimensões. É uma bela animação e teria sido melhor ainda se tivesse sido feita em formato de filme. Gostei. Acho que a nota 8.6 do IMDB é ridiculamente alta e evidentemente não merecida, mas gostei. E isso é muito, se levarmos em conta o quanto eu já estou de saco cheio de filmes de super herói.</span><br />
<span style="font-size: large;"><br /></span>
<span style="font-size: large;"><b><i>Incredibles 2</i></b> e <b><i>Ralph Breaks the Internet</i></b> - Tecnicamente impecáveis. E completamente esquecíveis.</span>Bernardo Schmidthttp://www.blogger.com/profile/12196150324865840023noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4381988697960596291.post-77935693053429190972019-01-23T13:23:00.000-08:002019-04-13T21:42:41.276-07:00Minestrone Cultural XV<br />
<div style="text-align: center;">
<span style="color: red; font-size: large;"><b>O PATATIVA</b></span></div>
<br />
<span style="font-size: large;">Mais textos deste blog sendo usados em teses de mestrado e doutorado. Neste caso, da UFU e da UFMG. </span><span style="font-size: large;">O ego agradece.</span><br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjrzTvrVmBcVeCaMRQynyTOrRw-EQ-AwbJg9ZJK12fTqfa00XRlcHZYEtwdjgTqMnJOKsdui8BAUFwVIC2UC0uzvYrKP9Ca1ZhReFQLKL3kuodnLjr0x3li0RvC0IxQ4STU0X6vnaD_QtD_/s1600/Sem+t%25C3%25ADtulo2a.png" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="481" data-original-width="546" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjrzTvrVmBcVeCaMRQynyTOrRw-EQ-AwbJg9ZJK12fTqfa00XRlcHZYEtwdjgTqMnJOKsdui8BAUFwVIC2UC0uzvYrKP9Ca1ZhReFQLKL3kuodnLjr0x3li0RvC0IxQ4STU0X6vnaD_QtD_/s1600/Sem+t%25C3%25ADtulo2a.png" /></a></div>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj0Ir8EgykvylLAdB8Kg03IIzq0jVlWYRdnkb6bZTE0BU27miB3CBx0MfhQRXlMrtxn0shskoGrmT2Tr8F37vSJ07Fi9VvGgbmEL8968mqQAt-ggV25MBsEKN8vj446z9ux825gCS8gDJIE/s1600/Sem+t%25C3%25ADtulo2+%25283%2529.bmp" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="469" data-original-width="526" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj0Ir8EgykvylLAdB8Kg03IIzq0jVlWYRdnkb6bZTE0BU27miB3CBx0MfhQRXlMrtxn0shskoGrmT2Tr8F37vSJ07Fi9VvGgbmEL8968mqQAt-ggV25MBsEKN8vj446z9ux825gCS8gDJIE/s1600/Sem+t%25C3%25ADtulo2+%25283%2529.bmp" /></a></div>
<br />
<div style="text-align: center;">
<span style="color: red; font-size: large;"><b>COLETTE (2018)</b></span></div>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiYI6t6ItDX_QcbybziTTOUcT6uqbU7K6Br6hrLn-sqGwc2MHqHvLsuLbTm2_nmuYavxbLbk8K7dUv0K7qmXeIltnueeutyI3qulRmYeT5vQa28xoIgCN3IXSIsecAkvqVuyn1AxUP7TBHV/s1600/colette.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="720" data-original-width="487" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiYI6t6ItDX_QcbybziTTOUcT6uqbU7K6Br6hrLn-sqGwc2MHqHvLsuLbTm2_nmuYavxbLbk8K7dUv0K7qmXeIltnueeutyI3qulRmYeT5vQa28xoIgCN3IXSIsecAkvqVuyn1AxUP7TBHV/s400/colette.jpg" width="270" /></a></div>
<span style="font-size: large;">Achei curioso que Glenn Close tenha sido indicada para o Globo de Ouro pelo filme "The Wife" e nem um pio foi dado sobre "Colette", com Keira Knightley. Não é desdouro nenhum à magnífica Glenn Close, a quem que considero a melhor atriz norte-americana viva, mas ao fato de que são dois filmes basicamente sobre o mesmo assunto: uma mulher que trabalha como ghost-writer do marido, fazendo dele um escritor consagrado. Com uma simples diferença: a história de Colette é real. É a história da escritora francesa Sidonie Gabrielle Colette (1873/1954), que começou escrevendo livrinhos picantes sobre a adolescente Claudine (para agradar a clientela vulgar e ignorante do marido), que se transformaram em verdadeira coqueluche na Paris do início do século XX. Mais tarde, livre do marido inútil e perdulário - a quem deixou por outra mulher - e escrevendo sob seu próprio nome, ela se tornou a escritora mais famosa da França, além de um ícone da liberdade sexual.</span><br />
<br />
<span style="font-size: large;">O filme é interessante e dinâmico. Keira Knightley está bem, assim como Dominic West e todo o elenco. Mas em se tratando de uma escritora tão célebre e socialmente tão avançada e progressista, eu desejaria que o trabalho tivesse sido mais profundo. Tal como é contada, a história dá uma sensação de que foi tudo preto no branco, se encaixou perfeitamente e acabou. E não foi assim. A vida de Colette foi muito mais complexa e interessante. Um roteiro menos raso e pelo menos meia hora a mais de filme teriam feito a diferença. Mas é entretenimento de primeira.</span><br />
<br />
<span style="font-size: large;">Recomendo, sobretudo nestes tempos de efervescência LGBT.</span><br />
<br />
<span style="font-size: large;">PS: Roberta, começou a temporada 2019 de prêmios cinematográficos, rs. <span style="color: #cccccc;">(6/12/2018)</span></span><br />
<br />
<div style="text-align: center;">
<span style="color: red; font-size: large;"><b>2x LIZZIE</b></span></div>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhkpPURE6DcGbgHbl9X20FNOaE9im_AhUqjDKoBStt3wcc_V6fcqirh_E6EwymE2McwuvuIu0O3ZX3ygl00fw0Fy7QFCVzSFW76Ccx6FU4Q_HPj88fPRjfZgDisPCJX_pmAlPWUxqCPn9Bg/s1600/lizz.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="720" data-original-width="487" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhkpPURE6DcGbgHbl9X20FNOaE9im_AhUqjDKoBStt3wcc_V6fcqirh_E6EwymE2McwuvuIu0O3ZX3ygl00fw0Fy7QFCVzSFW76Ccx6FU4Q_HPj88fPRjfZgDisPCJX_pmAlPWUxqCPn9Bg/s400/lizz.jpg" width="270" /></a></div>
<span style="font-size: large;">A história real da norte-americana Lizzie Borden, que no fim do século XIX foi acusada de assassinar o pai e a madrasta a machadadas já foi retratada por Hollywood algumas vezes. Há duas versões mais conhecidas: a de 1975 feita para TV, dirigida por Paul Wendkos e estrelada pela linda e saudosa Elizabeth Montgomery, e uma versão que acaba de ser lançada no cinema, produzida e estrelada por Chloë Sevigny com direção de Craig William Macneill.</span><br />
<br />
<span style="font-size: large;">Também são duas as maneiras que existem de se realizar um filme sobre Lizzie (e sobre qualquer fato verídico): tomando por base a documentação existente e utilizando uma licença poética aqui e ali; ou pura e simplesmente ignorando tudo isso e enveredando pela ficção. Ambas são válidas, e a segunda tem grande potencial artístico quando se trata de um personagem que já está distante no tempo. O problema é que Lizzie não está tão distante assim e ainda que existam lacunas abismais sobre o duplo assassinato e seja, efetivamente, um caso não resolvido, os autos do inquérito e a cobertura da imprensa são copiosos e o espectador curioso vai saber quando o roteiro estiver invadindo o terreno da invencionice.</span><br />
<br />
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: right; margin-left: 1em; text-align: right;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi9mOkMcWRTCSr6Dk0pLvxol_D5GXjQIvAKvnXW34GS_fHS1ZjqR-zuymVDhQyt_nYavVRVjKMrEDYmISa66PTr57bFQK787aYHX3BbMVs8Id5lY3S1vWBVHN95lzRtpb4Q1e4-3YCMqCD_/s1600/krten.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="400" data-original-width="291" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi9mOkMcWRTCSr6Dk0pLvxol_D5GXjQIvAKvnXW34GS_fHS1ZjqR-zuymVDhQyt_nYavVRVjKMrEDYmISa66PTr57bFQK787aYHX3BbMVs8Id5lY3S1vWBVHN95lzRtpb4Q1e4-3YCMqCD_/s1600/krten.jpg" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i><span style="font-size: small;">Kristen: Bridget</span></i></td></tr>
</tbody></table>
<span style="font-size: large;">Conseqüentemente, são duas as formas de analisar esses filmes: leva-se em conta a fidelidade àquilo que é real e comprovado ou passa-se o largo disso e a análise se limita ao mérito artístico. Os dois filmes sobre Lizzie se enquadram perfeitamente nessa dicotomia. "Lizzie", de 2018, roteirizado por Bryce Kass, traz como fio condutor da trama o suposto romance de Lizzie com a empregada Bridget, que no filme é interpretada por Kristen Stewart. Lizzie tem uma vida infeliz; está com 32 anos e é solteira, epilética, é desprezada pela madrasta (Fiona Shaw) e seu pai (Jamey Sheridan, como sempre um ótimo bully) é um canalha insensível e abusivo. Como se isso não bastasse, por questões de segurança o velho planeja transferir a herança dele e de sua finada esposa para o ex-cunhado (Denis O'Hare), o que deixaria Lizzie e sua irmã Emma (Kim Dickens) inteiramente dependentes de um tio mau caráter com quem elas não tem qualquer relação. Bridget, por sua vez, é uma pobre imigrante irlandesa que trabalha de sol a sol e é estuprada pelo patrão todas a noites. Unidas pela desgraça, as duas se apaixonam, começam a ter um caso secreto e Lizzie a convence a tomar parte no plano de assassinar o pai e a madrasta.</span><br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhwzkN_ItMTTT5v2AysEvoi4KbEFZfdScD05h64o_kVC__e4uO-ITbveiNLzrxWVauCYb3bQoYFWlKEzuVnExOsBGGNF8ifsfTXb4J_S0nbZ5AnAlvwq8BZSAMXQMKRxwu_LCb3LyUzNLeN/s1600/lizzie+%25281%2529.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="228" data-original-width="555" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhwzkN_ItMTTT5v2AysEvoi4KbEFZfdScD05h64o_kVC__e4uO-ITbveiNLzrxWVauCYb3bQoYFWlKEzuVnExOsBGGNF8ifsfTXb4J_S0nbZ5AnAlvwq8BZSAMXQMKRxwu_LCb3LyUzNLeN/s1600/lizzie+%25281%2529.jpg" /></a></div>
<br />
<span style="font-size: large;">Chloë Sevigny e Kristen Stewart estão excelentes. O elenco é bom, a produção é de primeira e artisticamente é um ótimo filme. Já em termos de veracidade, ele não tem qualquer valor. É uma obra quase que estritamente de ficção. O roteirista se baseou no livro de Evan Hunter, que - surpresa! - é um ROMANCE. Chama-se "Lizzie, a NOVEL". Lizzie era solteira e epilética mas os principais acontecimentos, a começar por seu romance com Bridget, seguindo pelo odioso vilão no qual é transformado o tio John, os estupros de Bridget, e etc., são invenção do escritor e do roteirista. Para quem não conhece e nem quer conhecer a história real de Lizzie, vale a pena. Mas se houver interesse em um relato minimamente fiel ao que de fato aconteceu no fatídico 4 de agosto de 1892, é melhor assistir "The Legend of Lizzie Borden", lançado em 1975.</span><br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjukxFwSsDU6ETP7bH16fYmBX2Wx0Tu8Jn4Kx46DRA7b7tImOeB1QUqUADvw_WoA6uXntW78ycEMZ1j7-aUn5-LiWrQVbhkSvJTV_J1g6TGhipD9G3KiBkHzTPiLJdWNngJ9Y3-h_C0i_7q/s1600/lizzie.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1000" data-original-width="711" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjukxFwSsDU6ETP7bH16fYmBX2Wx0Tu8Jn4Kx46DRA7b7tImOeB1QUqUADvw_WoA6uXntW78ycEMZ1j7-aUn5-LiWrQVbhkSvJTV_J1g6TGhipD9G3KiBkHzTPiLJdWNngJ9Y3-h_C0i_7q/s400/lizzie.jpg" width="283" /></a></div>
<span style="font-size: large;">O filme estrelado por Elizabeth Montgomery é uma produção da emissora ABC e teve orçamento bem mais modesto. O trunfo do filme era trazer Montgomery, que estava tentando se livrar da imagem de Feiticeira com filmes arrojados e bem feitos, e vinha se firmando como uma ótima atriz dramática. O roteirista William Bast tomou pouquíssimas liberdades e se manteve bem próximo à realidade dos fatos: Malgrado a avareza patológica do velho Andrew Borden (Fritz Weaver), a família era rica e pertencia à alta sociedade de Fall River, Massachusetts; Lizzie era mimada, prepotente e jamais teria um caso com a empregada (Fionnula Flanagan). Primeiro porque não existe uma única prova ou mesmo suspeita de que fosse lésbica (uma completa invenção de Evan Hunter), e segundo porque ela não era simpática e agradável com a criadagem, como faz crer o filme de 2018. Andrew Borden, em compensação, é mostrado como um tarado sexual, cujas perversões vão da necrofilia (um de seus comércios era de confecção de caixões e embalsamamento) à uma atração horrivelmente imprópria por Lizzie. Tudo, evidentemente, com o pudor e a decência que exigiam os filmes veiculados em TV aberta, na década de 70.</span><br />
<br />
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: right; margin-left: 1em; text-align: right;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEithZ31fl6W4r6d2GQUlzldsZrf6LWjQCouFAd3cpFl1hTHhOorS7666ADbZXz6L_1ulbIkYqgm9PxGwdjI4R2Pvfn1guTpI5ETCQ_kmQVrsS03Dbb7BbFJ70V33zwGoKgHimpmGyb5PCkO/s1600/liz.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="500" data-original-width="400" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEithZ31fl6W4r6d2GQUlzldsZrf6LWjQCouFAd3cpFl1hTHhOorS7666ADbZXz6L_1ulbIkYqgm9PxGwdjI4R2Pvfn1guTpI5ETCQ_kmQVrsS03Dbb7BbFJ70V33zwGoKgHimpmGyb5PCkO/s400/liz.jpg" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i><span style="font-size: small;">Montgomery: muito boa</span></i></td></tr>
</tbody></table>
<span style="font-size: large;">Ausente o episódio fictício do romance lésbico, "The Legend of Lizzie Borden" tem a vantagem de se concentrar bem mais no inquérito e no julgamento de Lizzie. Ficamos sabendo que houve mais de uma suspeita de envenenamento na residência dos Borden; que a polícia foi de uma incompetência ímpar em todo esse processo; que Lizzie era dada à prática de pequenos furtos em sua casa e em lojas; que ela incinerou um vestido no fogão da cozinha nos dias subseqüentes ao crime; e, mais importante, que ela recebeu doses de morfina todos os dias para acalmar os nervos, desde o assassinato até o fim do julgamento. Quando a promotoria acusou Lizzie de múltiplas contradições no depoimento dado durante o inquérito, a defesa alegou, com êxito, que isso era efeito colateral do consumo de morfina. Houve quem levantasse a hipótese, tempos depois, de que a prescrição equivocada de morfina poderia ter provocado em Lizzie um surto de Fuga Dissociativa, o que transformaria o assassinato, no máximo, em homicídio culposo.</span><br />
<br />
<span style="font-size: large;">No filme de 2018 a prisão preventiva de Lizzie parece a de um preso político sendo jogado em um buraco sem ventilação. Nada mais distante da realidade; o julgamento de Lizzie se tornou ponto de honra do recém-nascido feminismo e atraiu tanta atenção que seu advogado de defesa não foi nenhum outro senão o ex-governador de Massachusetts, George Robinson (Don Porter).</span><br />
<br />
<span style="font-size: large;">Recomendo os dois filmes. O primeiro é fiel aos fatos. O segundo é uma boa ficção. <span style="color: #cccccc;">(14/12/2018)</span></span><br />
<br />
<div style="text-align: center;">
<span style="color: red; font-size: large;"><b>ISOLDA BOURDOT</b></span></div>
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi93ZWSJA3QpJh-1C_zWjik4Q6hkyy05uSU_NwD9RqV0zLnvg7m0oDpAT6871fZBIkH5sltXlcUomoA05utN5U7qmzn05FgC2s-i-LkVTHsKk8AsfLUaWnMSw1vbZCRMLcxNCiAY7ENxI_P/s1600/isolda.png" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="431" data-original-width="507" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi93ZWSJA3QpJh-1C_zWjik4Q6hkyy05uSU_NwD9RqV0zLnvg7m0oDpAT6871fZBIkH5sltXlcUomoA05utN5U7qmzn05FgC2s-i-LkVTHsKk8AsfLUaWnMSw1vbZCRMLcxNCiAY7ENxI_P/s1600/isolda.png" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i><span style="font-size: small;">Isolda e Roberto, em 2018</span></i></td></tr>
</tbody></table>
<br />
<span style="font-size: large;">Morreu Isolda, com apenas 61 anos.</span><br />
<br />
<span style="font-size: large;">Ela compôs "Outra Vez" quando tinha 20 ANOS. A música tornou-se seu "signature piece" e sucesso eterno na voz de Roberto, a partir de 1977.</span><br />
<br />
<span style="font-size: large;">Na minha concepção "Outra Vez" é uma das melhores canções de amor do cancioneiro brasileiro em todos os tempos. Está no mesmo panteão das obras-primas de Tom, Vinícius, Lyra, Dolores, Chico, Caetano, Gil, Roberto, Erasmo, Moraes Moreira, e poucos outros.</span><br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhDkbbLwJGgXHHvJ4M48egMrVDh5wHzTbuPg2-H7iG6bMwv6lngDDdvs4bnRFNSIAb_h2waRE4x5u83-RbBNRN-kIh64t3iMUd7UDtBPcH21TMmHCTT4WwTx_BqpHyvVmfDVi0B8nA3C7g0/s1600/1977.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" data-original-height="360" data-original-width="368" height="313" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhDkbbLwJGgXHHvJ4M48egMrVDh5wHzTbuPg2-H7iG6bMwv6lngDDdvs4bnRFNSIAb_h2waRE4x5u83-RbBNRN-kIh64t3iMUd7UDtBPcH21TMmHCTT4WwTx_BqpHyvVmfDVi0B8nA3C7g0/s320/1977.jpg" width="320" /></a></div>
<span style="font-size: large;">Esse LP de Roberto, especificamente, tem um valor sentimental imenso para minha família. Foi lançado, como sempre, no Natal de 1977. A primeira música é "Amigo", outro sucesso eterno, que Roberto compôs para Erasmo. Meu tio (afetivo) aproveitou a canção e presenteou meu pai com esse disco, junto a uma dedicatória linda e inesquecível, celebrando a magnífica amizade dos dois por 40 anos.</span><br />
<br />
<span style="font-size: large;">Minha mãe gostava do disco. Ela e meu pai acompanharam Roberto de perto desde a época da Jovem Guarda, cujo programa assistiram várias vezes ao vivo no Teatro da Record. Mas quando meu pai morreu inesperadamente, poucos meses depois do lançamento desse LP, a música "Outra Vez" assumiu um significado real, brutal e doloroso para ela.</span><br />
<br />
<span style="font-size: large;">Essa música foi, de certa forma, banida, em nossa casa. Eu, que amava o dico, tinha que ouvi-lo praticamente escondido. Porque sabia que essa música era um gatilho para todas as lembranças do mundo.Vi minha mãe chorar ao ouvir "Outra Vez" por décadas seguidas.</span><br />
<br />
<iframe allowfullscreen="" frameborder="0" height="270" src="https://www.youtube.com/embed/F_YGBotRoGI" width="480"></iframe><br />
<br />
<span style="font-size: large;">Era a sensibilidade inigualável de Isolda.</span><br />
<span style="font-size: large;">Do fundo do meu ateísmo rezarei uma prece de gratidão a ela, hoje, por ter nos dado esse diamante de sentimento que é "Outra Vez". <span style="color: #cccccc;">(18/12/2018)</span></span><br />
<br />
<div style="text-align: center;">
<span style="color: red; font-size: large;"><b>LOVE & MERCY (2014)</b></span></div>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjBqPGr4NV8__cT0UoGwfjX9xmStDPH8vO2TBIV8K6ckjMA8j8yX9GFtYlffbidw9WQM3PevU2MsOMyaEl2dZIyFDoQN9MmyDixXa-suvBc7dxX5bUjzz1aNXNyhnB1wTOwA0uM7lzdLOTY/s1600/love.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1600" data-original-width="1080" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjBqPGr4NV8__cT0UoGwfjX9xmStDPH8vO2TBIV8K6ckjMA8j8yX9GFtYlffbidw9WQM3PevU2MsOMyaEl2dZIyFDoQN9MmyDixXa-suvBc7dxX5bUjzz1aNXNyhnB1wTOwA0uM7lzdLOTY/s400/love.jpg" width="270" /></a></div>
<span style="font-size: large;">Não sabia da existência deste ótimo filme sobre a grande batalha de Brian Wilson por sua sanidade mental. Pior: como nunca tive predileção maior pelos Beach Boys, a única coisa que eu sabia é que Brian teve um breakdown homérico, no estilo de Arnaldo Batista. Mas estava alheio ao fato de que teve um pai invejoso e canalha; que compôs obras-primas quando se cansou de escrever as bobagens que levaram os Beach Boys à fama; e que mais tarde esteve sob a tutela médica e legal de um médico cafajeste e depravado, que o transformou em um receptáculo de remédios controlados e quase o levou à morte.</span><br />
<br />
<span style="font-size: large;">Lembro-me vagamente de suas primeiras entrevistas depois do longo e tenebroso inverno de anos e anos que passou, tendo Gene Landy como guardião legal. Ele parecia um autômato. Os remédios para sua mal-diagnosticada esquizofrenia haviam devastado sua mente. O filme acompanha em flashback a curva descendente de sua sanidade - mostrando o processo criativo dos últimos discos de Brian com os Beach Boys - ao mesmo tempo em que o mostra maduro, tendo que lidar com o parasita que se instalou de mala e cuia em sua vida, aproveitando-se do distanciamento de Brian com seus irmãos e filhas. Paul Dano e Joan Cusak interpretam Brian muito bem, nas diferentes épocas. Elizabeth Banks está ótima como a gentil e compreensiva Melinda, e Paul Giamatti dá um show de talento e de canalhice.</span><br />
<br />
<span style="font-size: large;">Recomendo. <span style="color: #cccccc;">(29/12/2018)</span></span><br />
<br />
<div style="text-align: center;">
<span style="color: red; font-size: large;"><b>ETTY</b></span></div>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiju2POjml6rXJaHVNUOMTFq9n5Y5Q_ZFMzMcsnaj0d3HcYnlMxW7Rj4YtAS5Cbc9YZSe_RB_MiQaopwbVXkyPF-6i01M_7-W3ZnE0y98GJ8Mqt-3NLxUQttGPpWXfjVv4eKJAJ8depijtY/s1600/etty.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1077" data-original-width="901" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiju2POjml6rXJaHVNUOMTFq9n5Y5Q_ZFMzMcsnaj0d3HcYnlMxW7Rj4YtAS5Cbc9YZSe_RB_MiQaopwbVXkyPF-6i01M_7-W3ZnE0y98GJ8Mqt-3NLxUQttGPpWXfjVv4eKJAJ8depijtY/s640/etty.jpg" width="534" /></a></div>
<br />
<span style="font-size: large;">Etty Fraser... tão amada, tão querida, tão gentil, tão generosa...</span><br />
<br />
<span style="font-size: large;">Quem, da classe teatral não conheceu Etty por todos os teatros de São Paulo, vendendo os broches com as musas da comédia e da tragédia, em uma campanha pioneira e exitosa do F.A.C.T., Fundo de Assistência à Classe Teatral, de arrecadação de fundos para os artistas com HIV? Quem de nós comprou aqueles broches pelo menos uma vez? Ou dez? Tenho um dourado, outro prateado, um menor, um maior...</span><br />
<br />
<span style="font-size: large;">Ela já era uma artista consagrada e respeitada, fizera parte da fase áurea do Oficina, participara de novelas antológicas como Beto Rockfeller, era nome de proa de nosso meio artístico (até programa de culinária ela teve) e e ao invés de deitar sobre esse louros e não fazer nada, ela trabalhou incansavelmente por seus colegas. Mesmo quando perdeu seu marido, o ator Chico Martins (figura tão adorável quanto Etty), ela sequer fez uma pausa em seu trabalho com o F.A.C.T.</span><br />
<br />
<span style="font-size: large;">Além de seu talento e sua perene gentileza, não esqueço seu humor e sua gargalhada impagável.</span><br />
<br />
<span style="font-size: large;">Etty passou a vida sorrindo. E é sorrindo, com a máxima gratidão, que ela deve ser sempre lembrada.</span><br />
<br />
<span style="font-size: large;">(Foto de 2003) <span style="color: #cccccc;">(3/1/2019)</span></span><br />
<br />
<div style="text-align: center;">
<span style="color: red; font-size: large;"><b>MINI-MARATONA DE FILMES LANÇADOS EM 2018</b></span></div>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<div style="text-align: center;">
<span style="font-size: large;"><b>WILDLIFE (2018)</b></span></div>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiSdFdoVb5nAtU0QdfM5OBF0SGkY9MnsT7R9QcpwNcFuCmiIM1FiMHPIcmSDO_4x_3ZcciKXjJXT88HkGsr5j8DsMKHY1EbCSJB6YSGZ5ULlNo3lGQ8NdIO16CP3t64gyExlxnM7pK2-hXe/s1600/wild.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1600" data-original-width="1083" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiSdFdoVb5nAtU0QdfM5OBF0SGkY9MnsT7R9QcpwNcFuCmiIM1FiMHPIcmSDO_4x_3ZcciKXjJXT88HkGsr5j8DsMKHY1EbCSJB6YSGZ5ULlNo3lGQ8NdIO16CP3t64gyExlxnM7pK2-hXe/s400/wild.jpg" width="270" /></a></div>
<span style="font-size: large;">Antes de assistir "Love & Mercy", há poucos dias, eu não sabia nem quem era Paul Dano, mesmo que o rapaz seja ator coadjuvante de vários filmes de nomeada, como "Sangue Negro", "Little Miss Sunshine" e "12 anos de escravidão". E acabo de descobrir que em janeiro deste ano foi exibido em Sundance o seu filme de estréia como diretor, "Wildlife", roteiro do próprio Dano baseado no romance de Richard Ford. Passa-se no início da década de 60 e é sobre um casal - Jerry (Jake Gyllenhaal) e Jeanette (Carey Mulligan) - que tem um filho de catorze anos, Joe (Ed Oxenbould). Jerry é um idealista, orgulhoso e ingênuo, e seu fracasso profissional fará com que ele aceite um trabalho junto aos bombeiros que lutam contra os incêndios anuais que ocorrem nas florestas daquela região. Isso significa que ganhará pouco e ainda ficará longe da família. Jeanette não aprova a ida do marido e a separação temporária de ambos, juntamente às decisões que serão tomadas a partir de então por ela, terão que ser absorvidas e compreendidas pelo filho adolescente.</span><br />
<br />
<span style="font-size: large;">Jake está muito bem em papel relativamente quadrado, e quem brilha sem restrições é Carey, absolutamente perfeita em transmitir os anseios e angústias da esposa/mãe de trinta anos, transbordando sua sexualidade reprimida, e frustrada com sua vida tediosa e suburbana. É plenamente oscarizável. Ed Oxenbould faz um bom trabalho mas estava com dezesseis quando interpretou Joe e não é preciso ser um gênio para compreender que entre um menino de 14 e um de 16 existe um abismo. É, sem embargo, uma belíssima estréia de Paul Dano na direção.</span><br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<div style="text-align: center;">
<span style="font-size: large;"><b>THE OLD MAN & THE GUN (2018)</b></span></div>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgThFIzA90-elHTGzBEnJZ7Oa-_Gcw3Isee9mlcEPfki6E_9ycUQ_zKLfGgVJsNCkyn0U3cg7tpeP1XguigIfSH6mo-TR5o13Fk5lE_o9GQ8XoZ0NzUQHxlmkwa8cOQnz-rJ-75DOk8_b_a/s1600/old+man.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" data-original-height="1000" data-original-width="674" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgThFIzA90-elHTGzBEnJZ7Oa-_Gcw3Isee9mlcEPfki6E_9ycUQ_zKLfGgVJsNCkyn0U3cg7tpeP1XguigIfSH6mo-TR5o13Fk5lE_o9GQ8XoZ0NzUQHxlmkwa8cOQnz-rJ-75DOk8_b_a/s400/old+man.jpg" width="268" /></a></div>
<span style="font-size: large;">Filme baseado na história real do ladrão Forrest Tucker (1920/2004), que passou a vida cometendo furtos e assaltando bancos, e depois realizando fugas espetaculares das prisões para onde era mandado. Dirigido e roteirizado por David Lowery (a partir de um artigo de David Grann), a produção se concentra nos últimos anos de Tucker, sua relação com os parceiros de crime Teddy (Danny Glover) e Waller (Tom Waits) e uma mulher que conhece acidentalmente depois de um assalto (Sissy Spacek).</span><br />
<br />
<span style="font-size: large;">Mais do que qualquer outra coisa, este filme é uma homenagem a Robert Redford. É aquele filme que se permite desvestir, por fim, o mito, o grande diretor, o inigualável galã, o lendário Sundance Kid, e mostrá-lo, ainda que com sutileza e carinho, na vulnerabilidade de seus inacreditáveis 82 anos. E para não levar a coisa longe demais, ele o faz encarnando um ladrão que era conhecido pela simpatia e pela educação. Redford não é Tucker. É o Redford de sempre, na melhor tradição dos astros da primeira metade do século passado. E não poderia estar em melhor companhia do que com Sissy Spacek. Ela está simplesmente maravilhosa.</span><br />
<br />
<span style="font-size: large;">Me permito uma colocação quiçá polêmica: o papel do delegado que o persegue é feito por Casey Afleck. Não vou entrar nos méritos de seu trabalho, até porque o considero um ator razoável. Mas ele está sendo acusado de assédio sexual por duas mulheres. Em um ano em que o #metoo foi tão intenso e tão avassalador, me pergunto se não haveria em Hollywood pelo menos 500 outros atores para esse papel. Mas enfim, apesar disso, recomendo.</span><br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<div style="text-align: center;">
<span style="font-size: large;"><b>WHERE HANDS TOUCH (2018)</b></span></div>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgIDXtsHkEJWRXwSUb9fVYHBCh5xiSUCc87RUdG31RFT9LDsN6g6WtFXUFmbCSCiRvkjIgML6KEU_DERyFOKN5mz_rcMqU-FeYMXvokeND2tsCsLRUu6p56OPgYlIsMoQ5protuORc_bQQ8/s1600/when+hands.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="749" data-original-width="507" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgIDXtsHkEJWRXwSUb9fVYHBCh5xiSUCc87RUdG31RFT9LDsN6g6WtFXUFmbCSCiRvkjIgML6KEU_DERyFOKN5mz_rcMqU-FeYMXvokeND2tsCsLRUu6p56OPgYlIsMoQ5protuORc_bQQ8/s320/when+hands.jpg" width="216" /></a></div>
<span style="font-size: large;">Baseada em fatos reais, é a história da relação entre uma garota negra alemã e um rapaz ariano. No começo eu pensei que ia ser apenas mais um romancezinho meloso de segunda guerra, coberto dos clichês de sempre, mas é mais profundo do que isso. A perseguição àqueles que foram chamados de "bastardos da Renânia" (Rheinland) - filhos e filhas de mulheres alemãs com soldados negros franceses lotados nessa região que cerca o Reno durante a ocupação francesa depois da primeira guerra mundial - foi tão implacável quanto aos judeus.</span><br />
<br />
<span style="font-size: large;">Não é um super-produção e está longe de ser um épico, mas é um filme pequeno e bem-feito. Lamenta-se que o roteiro não seja melhor. Amandla Stenberg e George MacKay fazem um bom trabalho e são convincentes como o casal inter-racial amoroso na Alemanha nazista. Abbie Cornish não está mal, embora seu sotaque seja artificial e ela pareça uma albina. Recomendo pela presença de Amandla, a menininha do Hunger Games que agora está com 20 anos.</span><br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<div style="text-align: center;">
<span style="font-size: large;"><b>TIME FREAK (2018)</b></span></div>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgOBbU_aR7kpQTNWWDX5MNtWahy_AzMl5nr6GoH2tJSCY0RIaIOfevFKDnpMIosRyncXTgHDHxt4UPECFsXi87Covkxa0wZ8cX2UOk4s9afmlgztOzdeOQu3kMFxpDbtyvT4QVGY8ZsjxSw/s1600/time+feaj.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" data-original-height="897" data-original-width="629" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgOBbU_aR7kpQTNWWDX5MNtWahy_AzMl5nr6GoH2tJSCY0RIaIOfevFKDnpMIosRyncXTgHDHxt4UPECFsXi87Covkxa0wZ8cX2UOk4s9afmlgztOzdeOQu3kMFxpDbtyvT4QVGY8ZsjxSw/s320/time+feaj.jpg" width="224" /></a></div>
<span style="font-size: large;">Em 2011 o diretor e roteirista Andrew Bowler foi indicado ao Oscar de melhor curta pelo filme “</span><span style="font-size: large;">Time Freak</span><span style="font-size: large;">”. Não assisti mas imagino que a premissa seja exatamente a mesma do longa lançado este ano com o mesmo nome, por Andrew. Stillman (Asa Butterfield) é um nerd super dotado em física e quando vê seu relacionamento com a linda Debbie (Sophie Turner) soçobrar, ele constrói uma máquina do tempo que lhe permite reviver e corrigir as situações que minaram sua relação. E é evidente que haverá um preço para cada evento alterado.</span><br />
<br />
<span style="font-size: large;">Eu adorei. É uma comédia romântica adolescente e há que assistir desarmado, sem esperar teoremas, paradoxos e explicações lógicas. É só diversão. O elenco está afinado e Evan (Skyler Gisondo), o melhor amigo de Stillman, realiza a proeza de ser engraçado e carismático, e não um idiota insuportável como ocorre em 99% das comédias norte-americanas. E ajuda bastante o fato de que Sophie Turner, no papel de Debbie, é Doppelgänger da Marilia. <span style="color: #cccccc;">(3/1/2019)</span></span><br />
<br />
<div style="text-align: left;">
<span style="font-size: large;"><b>BAD TIMES AT THE EL ROYALE (2018) - </b></span><span style="font-size: large;">Inesperadamente EXCELENTE. </span><span style="font-size: large;">Assisti única e exclusivamente pela presença de Jeff Bridges e acabei brindado com um visceral coquetel tarantinesco. A história é envolvente, divertida, bizarra e imprevisível; e o elenco não poderia s</span><span style="font-size: large;">er melhor.</span></div>
<div style="text-align: left;">
<br /></div>
<div style="text-align: left;">
<span style="font-size: large;">Recomendo. <span style="color: #cccccc;">(19/12/2018)</span></span></div>
<br />
<div style="text-align: center;">
<div style="text-align: left;">
<span style="font-size: large;"><b>BANDERSNATCH (2018) - </b>Mistura anárquica de </span><span style="font-size: large;">“</span><span style="font-size: large;">Groundhog Day</span><span style="font-size: large;">”</span><span style="font-size: large;"> (1993) com </span><span style="font-size: large;">“</span><span style="font-size: large;">The Butterfly Effect</span><span style="font-size: large;">”</span><span style="font-size: large;"> (2004) com </span><span style="font-size: large;">“</span><span style="font-size: large;">Edge of Tomorrow</span><span style="font-size: large;">”</span><span style="font-size: large;"> (2014),</span><span style="font-size: large;"> e o recheio do velho Você decide, que passava na Globo na década de 90.</span></div>
</div>
<br />
<span style="font-size: large;">Me perdoem por ser a voz da dissensão, mas o Black Mirror tem 40 minutos, e 40 minutos é exatamente o quanto ele deve ter. </span><span style="font-size: large;">“</span><span style="font-size: large;">Bandersnatch</span><span style="font-size: large;">”</span><span style="font-size: large;"> é intoleravelmente longo e chato. </span><span style="color: #cccccc; font-size: large;">(30/12/2019)</span><br />
<br />
<div style="text-align: center;">
<span style="color: red; font-size: large;"><b>MINI-MARATONA ALEATÓRIA DE ANIMAÇÕES</b></span></div>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<div style="text-align: center;">
<span style="font-size: large;"><b>ANOMALISA (2015)</b></span></div>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh2dK-pJy3LBg7OXRpv3xVQSMqBVTNXqyJGemz-Kvr-aYc2mPgdEVyRh0Ae0HKR3oExVnob0D01IG1L8yQYP9cuqW9I0ptARa4ucQXFzoLaJjvza8naYv2IvrovosgC-ZQQFhL7r7eMJpqf/s1600/anomalisa1.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="679" data-original-width="449" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh2dK-pJy3LBg7OXRpv3xVQSMqBVTNXqyJGemz-Kvr-aYc2mPgdEVyRh0Ae0HKR3oExVnob0D01IG1L8yQYP9cuqW9I0ptARa4ucQXFzoLaJjvza8naYv2IvrovosgC-ZQQFhL7r7eMJpqf/s400/anomalisa1.jpg" width="263" /></a></div>
<span style="font-size: large;">Eu coloquei Charlie Kauffman no vinagre há alguns anos, desde o super-estimado e super-soporífero "Sinédoque, Nova York" (2008). A obra do escritor, inicialmente original e inteligente, transicionara rapidamente para absurda e pretensiosa. Sobre "Sinédoque", basta dizer que foram feitos comentários do tipo "ser uma decepção é um elogio"... No momento em que ser chamado de "incompreensível" ou "ruim" começa a ser uma qualidade, é porque o autor se perdeu em sua própria maluquice. Não por coincidência, Kauffman ficou seis anos sem trabalhar depois disso. Em 2014 ele roteirizou e dirigiu um filme para TV. E em 2015 veio "Anomalisa".</span><br />
<br />
<span style="font-size: large;">É um filme completamente adulto e a princípio imaginei que a decisão de realizá-lo como animação, ao invés de um filme normal, seria mais uma das idiossincrasias de Kauffman. Não é. A idéia, tal como foi concebida, funciona melhor dessa forma. Não darei spoilers: Michael Stone é um guru do atendimento ao cliente e essa é a grande contradição de sua vida; enquanto aperfeiçoou todas as técnicas de agradar clientes, ele é infeliz em suas interações humanas e trata suas próprias relações de forma mecânica e insensível. O filme mostra o que acontece quando ele vai a uma viagem de negócios e conhece uma mulher capaz de quebrar esse ciclo de mesmice.</span><br />
<br />
<span style="font-size: large;">Espetacular. Jennifer Jason Leigh, no papel de Lisa, está magnífica. Concorreu ao Oscar e ao Globo de Ouro mas perdeu para "Divertida Mente".</span><br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh1Wl5A-XF42DhBBeCX3RA_q0Jp0HvDMpdkh8kD5JWfmxnl9uiPyrThjAso-FHX9yVjMfi9yqgITPxrBDMKqqIY4W05ivafgqxW2hJCOOp4696hBAAzAeKBpAwmA-I9tka1XAYQsjnRnd75/s1600/ma+vie+de+courgette.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" data-original-height="1600" data-original-width="1119" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh1Wl5A-XF42DhBBeCX3RA_q0Jp0HvDMpdkh8kD5JWfmxnl9uiPyrThjAso-FHX9yVjMfi9yqgITPxrBDMKqqIY4W05ivafgqxW2hJCOOp4696hBAAzAeKBpAwmA-I9tka1XAYQsjnRnd75/s320/ma+vie+de+courgette.jpg" width="222" /></a></div>
<div style="text-align: center;">
<span style="font-size: large;"><b>MA VIE DE COURGETTE (2016)</b></span></div>
<br />
<span style="font-size: large;">Baseado no romance de Gilles Paris, com direção de Claude Barras. Ícaro, cujo apelido é Courgette (Abobrinha) mata a mãe alcoólatra por acidente e acaba em um orfanato, onde fará amizades com outras crianças que também tiveram experiências traumáticas com a família. Ele chegará, aos poucos, a termos com as tristezas que atravessou.</span><br />
<br />
<span style="font-size: large;">Por ser uma animação e ter nas crianças o seu público-alvo, o filme trata suas tragédias de forma muito leve e carrega uma mensagem fundamental de esperança. É uma linda animação e concorreu ao Oscar e ao Globo de Ouro, entre pesos-pesados como "Moana" e "Kubo and the Two Strings". Perdeu em ambos para "Zootopia".</span><br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh6ZlDFZFOHKcWKylNihuL0AdScMYFQcz8lXG_ZtLdY5P_wGznFToureIFq8pJ7j6oxxMBLA95aRSI4Ymr9dgYJ0EuNGEB1i-P1U36ce-f0rQwvOcM62gVOdo1S9VA8CzLRJwXYLet77j_F/s1600/le+peti+prance.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1236" data-original-width="910" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh6ZlDFZFOHKcWKylNihuL0AdScMYFQcz8lXG_ZtLdY5P_wGznFToureIFq8pJ7j6oxxMBLA95aRSI4Ymr9dgYJ0EuNGEB1i-P1U36ce-f0rQwvOcM62gVOdo1S9VA8CzLRJwXYLet77j_F/s320/le+peti+prance.jpg" width="234" /></a></div>
<div style="text-align: center;">
<span style="font-size: large;"><b>LE PETIT PRINCE (2015)</b></span></div>
<br />
<span style="font-size: large;">1 - Fiquei impressionado quando encontrei esta animação porque nunca tinha sequer ouvido falar dela. Imagino que isso se deva ao fato de que a distribuição mundial está sendo feita pela Netflix, então o filme acabou alijado dos grandes prêmios de Hollywood (posso estar enganado). Infelizmente não encontrei o audio original, sempre preferível. O audio norte-americano, porém, é bom e não compromete.</span><br />
<br />
<span style="font-size: large;">2 - Não se trata literalmente da história de Antoine de Saint-Exupéry, mas de uma adaptação de Irena Brignull e Bob Persichetti (direção de Mark Osborne) sobre uma garotinha excessivamente organizada, de vida quadrada e metódica. Em meio ao tédio de sua rotina ela conhece o vizinho, um velho aviador que lhe conta, de forma colorida, divertida e lúdica, a história de seu encontro, anos antes, com o Pequeno Príncipe. E isso virará do avesso a vida da menina.</span><br />
<br />
<span style="font-size: large;">Recomendo.</span><br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiuC1bHtL82HyulTGOfmOFAv1fa4UeYZennyx30oW7K_xFrLI3-2V5IOpgUekHOCmAJizNu5mEzjuIrYLFG6av6AwIueJzpxfRnaO-B3tLY1OE2reUTcjiWxSwowQ9lFfWUP62MRtKBKDLd/s1600/balerina.JPG" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" data-original-height="953" data-original-width="710" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiuC1bHtL82HyulTGOfmOFAv1fa4UeYZennyx30oW7K_xFrLI3-2V5IOpgUekHOCmAJizNu5mEzjuIrYLFG6av6AwIueJzpxfRnaO-B3tLY1OE2reUTcjiWxSwowQ9lFfWUP62MRtKBKDLd/s320/balerina.JPG" width="238" /></a></div>
<div style="text-align: center;">
<span style="font-size: large;"><b>BALLERINA (2016)</b></span></div>
<br />
<span style="font-size: large;">No fim do século XIX duas crianças - Felicie e Victor - fogem de um orfanato e vão a Paris para realizar seus sonhos: o dela de ser bailarina e o dele de se tornar inventor. Por meio de um ardil em que se faz passar por uma menina rica com a ajuda de uma ex-bailarina, Felicie consegue um teste para O Quebra-Nozes, na Ópera de Paris. Mas ela terá que se disciplinar, treinar e enfrentar várias dificuldades para seu sonho virar realidade.</span><br />
<br />
<span style="font-size: large;">Sem ser nenhuma obra-prima, Ballerina é um ótimo passatempo e entretenimento de primeira, sobretudo para aficionados de dança. Recomendo. <span style="color: #cccccc;">(13/1/2019)</span></span><br />
<br />
<div style="text-align: center;">
<span style="color: red; font-size: large;"><b>PONYO x SONG OF THE SEA</b></span></div>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh_A2zq3saFldFdDdaiIHlsPCR7uzi9c1pToBPCIVz2XhFXrhqzgbZR-L88gP7AINAYz2LuVIPpUlbXPa7Y-smfskiN27vEjJP4j_QtTKrWU5gCsAGrqBAnQ8I0DF7TCzBXf6wchXEFPlGB/s1600/ponyo.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="484" data-original-width="516" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh_A2zq3saFldFdDdaiIHlsPCR7uzi9c1pToBPCIVz2XhFXrhqzgbZR-L88gP7AINAYz2LuVIPpUlbXPa7Y-smfskiN27vEjJP4j_QtTKrWU5gCsAGrqBAnQ8I0DF7TCzBXf6wchXEFPlGB/s1600/ponyo.jpg" /></a></div>
<br />
<span style="font-size: large;">"Selkies" existem na mitologia irlandesa-escocesa e são focas que viram seres humanos à noite. Seria a versão celta-gaélica do mito da sereia. O diretor irlandês Tomm Moore utilizou-se dessa fábula e de um sortido de histórias de sua própria infância para roteirizar e dirigir "Song of the Sea". A selkie Bronach se casa com o humano Connor e eles tem um filho humano. Já a filha Saoirse é um híbrido e tem uma missão a cumprir. Não darei spoilers porque quem não assistiu deve fazê-lo o quanto antes.</span><br />
<br />
<span style="font-size: large;">Mas não me furto de comentar a influência rematada e óbvia da magnífica Ponyo, de Miyazaki na Saoirse de Moore. Não só na elaboração da personagem mas em toda a história. É Miyazaki fazendo escola, como sempre. Em litros de lágrimas, entretanto, o japonês ainda leva pronunciada vantagem.</span><br />
<br />
<span style="font-size: large;">Recomendo. <span style="color: #cccccc;">(15/1/2019)</span></span><br />
<br />
<div style="text-align: center;">
<span style="color: red; font-size: large;"><b>SUSPIRIA (1977 e 2018)</b></span></div>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjrviNNf4KnVtoZghoEuiOD-USPQBWW0G_wzwAKukzyLEGiVev1tUu8XjUDHwYqbwFoxK4mQYQBl_6KQXF_Dyo20ksPa8lJBdYmRjA_uh9gl8GzPo3MleSU3ghta-i_Vx07SU2jLoHcAjo3/s1600/suspiria+1977.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="803" data-original-width="520" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjrviNNf4KnVtoZghoEuiOD-USPQBWW0G_wzwAKukzyLEGiVev1tUu8XjUDHwYqbwFoxK4mQYQBl_6KQXF_Dyo20ksPa8lJBdYmRjA_uh9gl8GzPo3MleSU3ghta-i_Vx07SU2jLoHcAjo3/s400/suspiria+1977.jpg" width="258" /></a></div>
<span style="font-size: large;">Segundo entrevista citada no IMDB, foi Daria Nicolodi que teve a idéia e a concepção toda de “Suspiria” (1977), a partir de uma história contada por sua vó, que teve aulas em um conservatório europeu onde os professores, além de artes, também praticavam a magia negra. Transmitiu a idéia ao marido e cineasta Dario Argento, ambos escreveram o roteiro do filme e a direção ficou a cargo de Argento: a norte-americana Suzy Bannion (Jessica Harper) vai estudar dança em um conservatório em Friburgo, na Alemanha. Fatos estranhos ocorrem desde o primeiro dia; uma mulher é assassinada, esfaqueada e enforcada, outra tem uma queda antológica em uma espécie de piscina de arame farpado, uma praga de larvas é encontrada na escola, um pianista cego é assassinado e devorado pelo seu próprio cão-guia, e por fim a norte-americana descobre que em uma ala secreta da mansão havia um verdadeiro sabá de adoração da Mater Suspiriorum, um bruxa vetusta que controlava toda essa maldade.</span><br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjb3tlvH-D7Z_yHyE084fvNSYQ6pqtZoXE1-fJyF0XbkrnMPAQP7IIVXkSJzK7aC9bCBoo4IgEqa2HuivXPYCJoZLU_MdeekY6I-us05djTUuITkXIJVpq6o328mJTWn1gfpm8MiM450J4W/s1600/inferno.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" data-original-height="414" data-original-width="290" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjb3tlvH-D7Z_yHyE084fvNSYQ6pqtZoXE1-fJyF0XbkrnMPAQP7IIVXkSJzK7aC9bCBoo4IgEqa2HuivXPYCJoZLU_MdeekY6I-us05djTUuITkXIJVpq6o328mJTWn1gfpm8MiM450J4W/s320/inferno.jpg" width="224" /></a></div>
<span style="font-size: large;">O filme - hoje um clássico - é uma sinfonia psicodélica de cores e de terror gráfico e psicológico como poucas vezes se vira, antes. Na tentativa de repetir o sucesso de “Suspiria”, Argento decidiu aumentar a história sozinho: a Mater Suspiriorum então tornou-se apenas uma de três irmãs macabras que pretendiam dominar o mundo. As outras eram a Mater Lachrymarum e a Mater Tenebrarum. Em 1980 veio a continuação de “Suspiria”, sugestivamente intitulada “Inferno”. O filme começa com uma moça lendo um livro chamado As Três Mães, onde explicava-se que além da Mater de Friburgo, ainda havia outras duas, vivendo em mansões em Roma e Nova York. A moça descobre que o prédio onde mora, em NY, é precisamente o endereço da Mater Tenebrarum, que se torna o tema do filme. Assustada, ela escreve para seu irmão, em Roma, a fim de que ele venha encontrá-la e ambos investiguem o caso juntos. É quando a seqüência habitual de desgraças começa a acontecer.</span><br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgOiKXM00L34xKsatXwbsBVglI9lmuaJcVHo7hvrgPdUVcpNTHE7_fw0S8ugJ5znX1W-SRyadl3y3ad-WGrBvBfoOhYXT6HOB4lFybGxNFKhkiccaajTcllozk3cX7KDJJyizar5ja6XW3T/s1600/la+t4erza.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="414" data-original-width="290" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgOiKXM00L34xKsatXwbsBVglI9lmuaJcVHo7hvrgPdUVcpNTHE7_fw0S8ugJ5znX1W-SRyadl3y3ad-WGrBvBfoOhYXT6HOB4lFybGxNFKhkiccaajTcllozk3cX7KDJJyizar5ja6XW3T/s320/la+t4erza.jpg" width="224" /></a></div>
<span style="font-size: large;">“Inferno”, por diversas razões - sobretudo o raquitismo do roteiro e o péssimo Leigh McCloskey - é muito inferior a “Suspiria” e esteve longe de repetir seu sucesso. Fãs de Argento, porém, ficaram satisfeitos e começaram a esperar pela terceira e última parte, que versaria sobre a Mater Lachrymarum e encerraria a trilogia. Argento fez o público esperar nada menos do que 27 anos pela conclusão. “La terza madre” foi lançado em 2007 e é protagonizado por Asia Argento, a filha de Argento e Nicolodi, que contava apenas dois anos quando “Suspiria” chegou aos cinemas. O filme é um desastre. Uma bobagem que se inicia com uma urna que é aberta e começa a provocar assassinatos e toda a sorte de desgraças. Mas é tudo tão idiota e tão amadorístico que causa tristeza; os filmes de Argento sempre tiveram um estilo meio B, meio alternativo, mas o que vemos aqui é apenas ruim. A Mater Lachrymarum, tão esperada, é uma modelo qualquer, semi-nua, com maquiagem preta ao redor dos olhos. Um grande anti-clímax. Mesmo trazendo a sempre boa Asia Argento. Com “La terza madre” o diretor destruiu sua própria franquia.</span><br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgv5tkaXpYf9H_VrCpGyEmCq_tMJ2SSVE2W8SoJpi7KHVpSCzNu_yvaa-gznhJBix_nHyoLb3xgt2KpJhivnX0_2K_rgmfWGYrtLccnwd6vlSq8md1NoWWZTenBpNweLAElfu6urgNwSqan/s1600/suspiria+2018.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" data-original-height="1000" data-original-width="648" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgv5tkaXpYf9H_VrCpGyEmCq_tMJ2SSVE2W8SoJpi7KHVpSCzNu_yvaa-gznhJBix_nHyoLb3xgt2KpJhivnX0_2K_rgmfWGYrtLccnwd6vlSq8md1NoWWZTenBpNweLAElfu6urgNwSqan/s400/suspiria+2018.jpg" width="258" /></a></div>
<span style="font-size: large;">Sabe-se lá por que razão, no ano passado o diretor italiano Lucas Guadagnino resolveu requentar “Suspiria”, utilizando alguns elementos da história da Três Mães. Infelizmente, o que poderia ser uma bela e moderna recauchutagem do <i>giallo</i> de Argento, virou um filme chatérrimo e pretensioso. Características, aliás, do único filme pelo qual Guadagnino é conhecido: o romancezinho babaca e medíocre “Call me by your name”. A superioridade do filme de 1977 começa por um detalhe muito simples: ele tem uma hora e trinta e oito minutos, ao passo de que o remake tem duas horas e trinta e dois minutos. Toda a simplicidade do terror kitsch de Argento vira uma panacéia político-psicológica intolerável, no remake. Suzy é Dakota Johnson e ela consegue uma vaga no conservatório onde terá aulas com Madame Blanc, interpretada por Tilda Swinton. Mas além de uma pilha de referências à política alemã do fim da década de 70 o diretor ainda encasquetou de meter uma subtrama relativa à segunda guerra, então temos um velho psicólogo que sonha em reencontrar sua mulher, desaparecida em 1944. O psicólogo também é Tilda Swinton, com uma tonelada de maquiagem, verdadeiro ladrão de cena sem qualquer razão de ser, já que seu papel como um todo poderia ser eliminado. A única coisa interessante é que sua mulher, Anke, é interpretada por Jessica Harper, em aparição sentimental que homenageia o “Suspiria” original.</span><br />
<br />
<span style="font-size: large;">Plasticamente o filme tem cara de cortina de ferro. Há uma espécie de ferrugem da decadência comunista no conservatório e em demais locações, que cairia muito bem ao filme, se a história não tivesse sido tão contaminada pela pretensão de parecer complexa e politizada. É tudo tão chato e demorado que quando chegamos ao clímax, o <i>leitmotif</i> das três mães, e mais especificamente da Mater Suspiriorum, praticamente se perdeu. E o máximo que se consegue é uma conclusão tão ruim quanto o fim de “La terza madre”.</span><br />
<br />
<span style="font-size: large;">Um desperdício. Para quem ainda não viu, recomendo o primeiro</span><br />
<span style="font-size: large;">“Suspiria”.</span><span style="font-size: large;"> </span><span style="font-size: large;"> </span><span style="color: #cccccc; font-size: large;">(23/1/2019)</span><br />
<br />
<div style="text-align: center;">
<span style="color: red; font-size: large;"><b>THE CROWN</b></span></div>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhdDXG7rXbxzW-DzblTiMLniUmfAsSx-iRYB5Kj1UMAB9NgA3ytD3WxbjcQE-952cnDe2hG0xaaDwzbrECHnWE0xUxfT_TVxJVTDCgUqcLP_SW6kkPe0bsZIK9FjMfKBm_HFjTVmNfxkz4G/s1600/crown.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1500" data-original-width="1200" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhdDXG7rXbxzW-DzblTiMLniUmfAsSx-iRYB5Kj1UMAB9NgA3ytD3WxbjcQE-952cnDe2hG0xaaDwzbrECHnWE0xUxfT_TVxJVTDCgUqcLP_SW6kkPe0bsZIK9FjMfKBm_HFjTVmNfxkz4G/s320/crown.jpg" width="256" /></a></div>
<span style="font-size: large;">Foi de tal forma positiva a impressão deixada por Claire Foy quando assisti o insosso First Man, que resolvi assistir outros trabalhos dela. Acabei chegando a The Crown, série da Netflix que a popularizou no mundo inteiro. São duas temporadas que dramatizam o reinado de Elizabeth II a partir de seu casamento, em 1947 (até 1963, no fim da segunda temporada). Gostei bastante. A produção é fantástica. O elenco é superlativo e não tenho adjetivos suficientes para qualificar o trabalho de Claire, embora não haja licença poética neste mundo que permita a comparação entre a lindíssima Claire e a simpática Elizabeth, de beleza insípida e inodora. Neste caso a escalação de Vanessa Kirby, no papel da hellraiser Margaret, foi mais feliz. E temos ainda a curiosa circunstância do jovem Philip ser efetivamente mais bonito que o ator que o interpreta, o esquisito Matt Smith, que parece estar usando uma máscara. Mas vamos a alguns comentários pontuais:</span><br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh9nXneNLrj16MHxUi1bvTbJDoSe4PKKAjPVjTHCqY-xDUum95FzuQi-oad9kI8UXNpdcYLW5xo3JVcmI_ixUiCQ2nfuSXqFLsqEyQwKIfYCPDxZxrbCMqSYWqQrd9FWG1XCa8mCaRas4-Y/s1600/The-Crown.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" data-original-height="920" data-original-width="683" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh9nXneNLrj16MHxUi1bvTbJDoSe4PKKAjPVjTHCqY-xDUum95FzuQi-oad9kI8UXNpdcYLW5xo3JVcmI_ixUiCQ2nfuSXqFLsqEyQwKIfYCPDxZxrbCMqSYWqQrd9FWG1XCa8mCaRas4-Y/s400/The-Crown.jpg" width="296" /></a></div>
<span style="font-size: large;">1 - Considerando que o (bom) roteiro de Peter Morgan tem alguma relevância histórica, é chocante verificar a superficialidade dos problemas enfrentados pela rainha. Com exceção do grande nevoeiro de 1952 e a crise do Canal de Suez em 1956 - nos quais ela se limitou a apoiar o Primeiro Ministro, fosse Churchill (John Lithgow) ou Anthony Eden (Jeremy Norham) - a única coisa com a qual Elizabeth se preocupou no meio tempo foram questiúnculas protocolares da realeza, picuinhas familiares e a idiotice fundamental de seu marido. Uma terrível demonstração de que os detratores da monarquia estavam certos: a rainha só estava lá para resolver problemas que não existiriam caso a monarquia sumisse. E nisso, anos foram gastos para que se resolvesse o imbróglio matrimonial da pobre Margaret; a situação de David, o tio sibarita que abdicou ao trono; as aulas de vôo de Philip e outras minudências sem qualquer importância para o povo britânico. É ponto positivo da série, que não faz segredo disso e nos apresenta o trono de forma imparcial, com seus defeitos e qualidades.</span><br />
<br />
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: left; margin-right: 1em; text-align: left;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjzrx9RyHryV7CbwZpltSeN9ETXUi2562dCtL7KjJb6CYefGWjg9h71NrnF97F0JHaBbvjI85ydFRcGUjZjEXDTfkDNl3x5yVFiNfdBDXjjukmZvFU9UiGfRXxcoZU0Fmwd1QwpDiwnrUI6/s1600/Claire.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="360" data-original-width="317" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjzrx9RyHryV7CbwZpltSeN9ETXUi2562dCtL7KjJb6CYefGWjg9h71NrnF97F0JHaBbvjI85ydFRcGUjZjEXDTfkDNl3x5yVFiNfdBDXjjukmZvFU9UiGfRXxcoZU0Fmwd1QwpDiwnrUI6/s320/Claire.jpg" width="281" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: small;"><i>Claire Foy</i></span></td></tr>
</tbody></table>
<span style="font-size: large;">2 - A série me deu a oportunidade de conhecer melhor a atual família real britânica, mesmo sabendo que aqui e ali fatos foram romanceados, exponencializados ou sanitizados para efeito dramático (e pela paz entre a realeza e o departamento jurídico da Netflix). Não obstante, o retrato parece fiel. Elizabeth é candidamente exposta como uma mulher ignorante, que desde criança foi basicamente adestrada como um cavalo de corrida para uma única função, ficando alheia a todas as outras. Isso vai assombrá-la no futuro, quando se sente diminuída diante de intelectuais, homens de letras e representantes de outros governos (o que não deixa de nos trazer uma ponta de orgulho por Dom Pedro II, considerado mundialmente o mais erudito de todos os monarcas do século XIX). Margaret é de fato a irmã linda e rebelde, dona dos predicados artísticos e performáticos necessários para ser a rainha, ao contrário de sua tímida e retraída irmã. Causa raiva observar a insensibilidade com que Elizabeth rompe promessas e volta atrás em sua palavra para decidir o destino de sua irmã, valendo-se de um respeito chocho e medroso a cânones embolorados que poderiam ter sido abolidos já naquela época.</span><br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgUM1PuxDXZUdb9zVNljJSXGKvNDV8_PQUl-l9a7PUClOM0n7yl-Tw3fnSV6xWERZmYcyy08VThpxn7YjunAl3uBExPRGxt7CEwl7XYskl8iwsgz5tqxpTdXzX1oVHv_pJfUgtw0pdIm-XV/s1600/claire.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="435" data-original-width="559" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgUM1PuxDXZUdb9zVNljJSXGKvNDV8_PQUl-l9a7PUClOM0n7yl-Tw3fnSV6xWERZmYcyy08VThpxn7YjunAl3uBExPRGxt7CEwl7XYskl8iwsgz5tqxpTdXzX1oVHv_pJfUgtw0pdIm-XV/s1600/claire.jpg" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i><span style="font-size: small;">Claire e Elizabeth</span></i></td></tr>
</tbody></table>
<br />
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: left; margin-right: 1em; text-align: left;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg_M2gNQCa_GYOaDeocvGf0zC-4aoUSxqRweEtc0vkIkSRk6KXuxNA1pVFDBF7epkhboTX7lXr6wHY9CQCoZtvD3Xv2R2ppPVYBPu8JTkNgRJCB1heneYzyB0PvagiYI_kLJzxm3ttd0pY5/s1600/vanessa.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1600" data-original-width="1067" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg_M2gNQCa_GYOaDeocvGf0zC-4aoUSxqRweEtc0vkIkSRk6KXuxNA1pVFDBF7epkhboTX7lXr6wHY9CQCoZtvD3Xv2R2ppPVYBPu8JTkNgRJCB1heneYzyB0PvagiYI_kLJzxm3ttd0pY5/s400/vanessa.jpg" width="266" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i><span style="font-size: small;">Margaret (Vanessa Kirby)</span></i></td></tr>
</tbody></table>
<span style="font-size: large;">Philip, considerado eternamente aquele apêndice incômodo e dispensável da rainha - e que já fora retratado como um velho escroto e de maus-bofes pelo ator James Cromwell no filme </span><span style="font-size: large;">"</span><span style="font-size: large;">The Queen</span><span style="font-size: large;">"</span><span style="font-size: large;">, de 2006 - aparece com as mesmas cores, só que mais jovem. O Duque de Edimburgo, tal qual a série o apresenta, nunca soube ou compreendeu qual era o papel do consorte, e quando entendeu, finalmente, não o aceitou. Incapaz de brilhar por qualquer coisa que não fosse sua linhagem, de granjear o respeito da realeza e de transcender sua função de "procriador real", ele arranca a fórceps da rainha um título de "príncipe". No mais, passa os anos espalhando sua inutilidade e dando problemas à Elizabeth, não como marido mas como um filho burguesinho e tresloucado. Suas infidelidades, suas reclamações intermináveis, seu despreparo ou deslumbramento em ocasiões formais do trono, sua obstinação em fazer o filho Charles estudar na mesma escola onde ele próprio estudou e foi vítima de bullyings de todos os tipos, ou suas tropelias com o amigo Mike Parker, tudo é razão para desprezarmos Philip. Nem mesmo seu passado de tristezas provoca qualquer simpatia. Os episódios, aliás, que se concentram em sua infância - conquanto muito bem feitos - são supérfluos. No fim somos obrigados a concordar com a vã e preconceituosa rainha mãe (Victoria Hamilton, ótima), sobre a péssima escolha de marido feita por Elizabeth.</span><br />
<br />
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: right; margin-left: 1em; text-align: right;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjOWVlDLspbZEbX9nvHKgC6y4Cu4MxvWTClIIOt_q30yTKDs6ueOLG3Y5YQtYr-Ej17ThOGURfQj95T_X-WoZTq1CnEpUqTjKRgn7vAwmHyOa7oQx4cc2rwRIy3Ox2S5BznKwzbYpjVEoaX/s1600/TheCrown.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="401" data-original-width="273" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjOWVlDLspbZEbX9nvHKgC6y4Cu4MxvWTClIIOt_q30yTKDs6ueOLG3Y5YQtYr-Ej17ThOGURfQj95T_X-WoZTq1CnEpUqTjKRgn7vAwmHyOa7oQx4cc2rwRIy3Ox2S5BznKwzbYpjVEoaX/s400/TheCrown.jpg" width="271" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i><span style="font-size: small;">David (Alex Jennings)</span></i></td></tr>
</tbody></table>
<span style="font-size: large;">Fogo pesado é reservado para David, o Duque de Windsor (Alex Jennings), que sucedeu o Rei George V e reinou durante o ano de 1936 até sua abdicação, em dezembro, quando passou o trono ao irmão, pai de Elizabeth. No imaginário popular cristalizou-se a imagem de um homem que renunciou em nome do amor que sentia por Wallis Simpson (Lia Williams), uma norte-americana divorciada duas vezes. A série deixará bem claro que ele podia até amar a volúvel Wallis - uma reles cortesã - mas sua abdicação esteve muito mais próxima da covardia do que do heroísmo romântico que se propagou. A série não o mostra como um personagem sofrido, incompreendido e que abriu mão de todas as honrarias possíveis para poder se dedicar ao casamento, mas como um dândi decadente, afrescalhado e vagabundo. Um grã-finozinho venenoso, prepotente e metido à besta, que torcia o nariz para a realeza que o pariu mas não se furtava de sustentar sua vadiagem parisiense com uma mesada vergonhosa que vinha do palácio de Buckingham. O golpe de misericórdia chega quando ele volta à Inglaterra, em busca de alguma sinecura bem-remunerada e a rainha o põe para correr a pontapés, esfregando-lhe na cara sua associação indecorosa e sórdida com os nazistas durante a segunda guerra, mesmo depois de já ter abdicado.</span><br />
<br />
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: left; margin-right: 1em; text-align: left;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEilD0jiTpB1hxvnmmYiRuyS3gz6-WbhWhyphenhyphen4UQyA4R4Y_5aRzLr40iXDNPC5dl9W0ZCUTba8TAhfZi0PUHms7t4w7P8VzUTQdtmpVz1iTrMfefsMDDt-oqTynCenZtgi_KxNAcCz2habzy4X/s1600/John-Lithgow-and-Claire-Foy.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="388" data-original-width="349" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEilD0jiTpB1hxvnmmYiRuyS3gz6-WbhWhyphenhyphen4UQyA4R4Y_5aRzLr40iXDNPC5dl9W0ZCUTba8TAhfZi0PUHms7t4w7P8VzUTQdtmpVz1iTrMfefsMDDt-oqTynCenZtgi_KxNAcCz2habzy4X/s320/John-Lithgow-and-Claire-Foy.jpg" width="287" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i><span style="font-size: small;">Lithgow e Foy no SAG Awards de 2017,<br />de onde ambos saíram vencedores</span></i></td></tr>
</tbody></table>
<span style="font-size: large;">3 - John Lithgow é um ótimo ator e admiro sua carreira há quase 40 anos. O que tenho a dizer de sua performance como Churchill - premiada com um Emmy, aliás - é que ele conseguiu criar seu próprio Churchill, como uma espécie de entidade independente do original. Ele não tem a mais ínfima semelhança com Churchill, a idade que o personagem exige nesse período, aquele rosto característico de bebê alcoólatra, mas por alguma razão está mais próximo do velho Primeiro Ministro do que estiveram os inúmeros atores que o interpretaram nestes últimos anos, entre eles, verdadeiros titãs como Brian Cox e Gary Oldman. É uma bela performance. Já Michael C. Hall e Jodi Balfour estão tristemente equivocados nos papéis de John e Jackie Kennedy. Michael até caprichou no bizarro sotaque de Boston, mas Jodi está mais para uma princesa hawaiana do que para Jackie, uma branquela sem graça e inexplicavelmente festejada pela realeza britânica.</span><br />
<br />
<span style="font-size: large;">Há outras coisas a comentar mas não me ocorrem no momento. Lamento saber que a terceira temporada mostrará os personagens mais velhos e Claire será substituída. Meu coração está imaturamente partido. <span style="color: #cccccc;">(23/1/2019)</span></span><br />
<br />
<div style="text-align: center;">
<span style="color: red; font-size: large;"><b>WOLF HALL (2015)</b></span></div>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhLTlGsX7veoCAgCovVYqD6ysse7Bn2uREPqDqZwcRQKsCn5FGLR_CIytc5jUk0Mdptn_6YgdAX__bdwbwdiRic6DnaxiOhpwzYGp8sRdsMMrFc3JykCyCh9VhdBJ_8iE186dcYBq6iNgGH/s1600/Wolf+Hall.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" data-original-height="1500" data-original-width="1051" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhLTlGsX7veoCAgCovVYqD6ysse7Bn2uREPqDqZwcRQKsCn5FGLR_CIytc5jUk0Mdptn_6YgdAX__bdwbwdiRic6DnaxiOhpwzYGp8sRdsMMrFc3JykCyCh9VhdBJ_8iE186dcYBq6iNgGH/s320/Wolf+Hall.jpg" width="224" /></a></div>
<span style="font-size: large;">Seguindo a lista de trabalhos de Claire Foy cheguei agora à "</span><span style="font-size: large;">Wolf Hall</span><span style="font-size: large;">" (2015), minissérie de seis capítulos da BBC baseada em dois dos romances de Hilary Mantel, "</span><span style="font-size: large;">Wolf Hall</span><span style="font-size: large;">" e "</span><span style="font-size: large;">Bring Up the Bodies</span><span style="font-size: large;">". Trata d</span><span style="font-size: large;">o período em que Henrique VIII foi casado com Ana Bolena, visto sob a ótica de Thomas Cromwell. Existem dois trabalhos definitivos sobre esse tema, que são os filmes "A Man for All Seasons" (1966) e "Anne of a Thousand Days" (1969). O primeiro traz Leo Mackern em uma interpretação de Cromwell que é praticamente insuperável. Isso sem mencionar o Henrique espetacular de Robert Shaw e o Thomas More exemplar de Paul Scofield. O segundo tem uma Ana Bolena perfeita em Genevieve Bujold, além do Henrique de Richard Burton e a comovente Catarina de Irene Papas. A minissérie opta - corretamente - em não referenciar nem de longe tais obras-primas e desenvolve um mote até então não explorado: a participação de Thomas Cromwell em todo o episódio.</span><br />
<br />
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: left; margin-right: 1em; text-align: left;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiycO6E9nyXZWAcuCno4gjmDX2KGjry71IFAmbOppSWgsGDWq399m674ZfkIoBCdojk87AGPd6OFe4SSsR2QRiygIw8_9PtNSJYoisKvnbFfGzzKCgkm7T-1EeatPbK9PYAA5uTYSdDxXp3/s1600/wolf1.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="734" data-original-width="896" height="261" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiycO6E9nyXZWAcuCno4gjmDX2KGjry71IFAmbOppSWgsGDWq399m674ZfkIoBCdojk87AGPd6OFe4SSsR2QRiygIw8_9PtNSJYoisKvnbFfGzzKCgkm7T-1EeatPbK9PYAA5uTYSdDxXp3/s320/wolf1.jpg" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i><span style="font-size: small;">Rylance e Foy</span></i></td></tr>
</tbody></table>
<span style="font-size: large;">Ele era conselheiro do Cardeal Wolsey e acabou sendo absorvido por Henrique quando o cardeal falhou em conseguir o apoio do papa para o divórcio do rei e caiu em desgraça. Mark Rylance faz um Cromwell inteiramente oposto ao de Mackern; este era um poço de energia e parecia um porco do mato, agressivo e acanalhado, com sua voz potente e os olhos estrábicos e ofuscantes (pelo fato, aliás, de que um dos olhos de Mackern era de vidro). Era abertamente o vilão que orquestrou o ocaso de Thomas More. Rylance é um Cromwell ofídio, reptiliano, lerdo e meticuloso como um crocodilo. Ao contrário de Mackern, que transbordava recursos teatrais, Rylance é absolutamente contido e utiliza seu extraordinário leque de expressões faciais para transmitir toda e qualquer intenção, com raríssimas alterações de voz. E é menos óbvio em sua vilania. Ou, por outra, é apenas um entre uma côrte de vilões, sob o comando de um rei vilão. Um trabalho admirável e que provavelmente o credenciou para "Bridge of Spies", de Spielberg.</span><br />
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg66e3LkCutb6gqhdLI-w6EXQre-yWBCdGLy13HiLIIWfgmBhGJoVNCWKKOKCJxJIktQQM3DK-ZgrsC_B5_ycrFJzK8OT29sObeFFbTuwd1lOeKBzCn7N3NTh_o42hegoXYoQLLwcNLHL3d/s1600/wolf3.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="377" data-original-width="559" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg66e3LkCutb6gqhdLI-w6EXQre-yWBCdGLy13HiLIIWfgmBhGJoVNCWKKOKCJxJIktQQM3DK-ZgrsC_B5_ycrFJzK8OT29sObeFFbTuwd1lOeKBzCn7N3NTh_o42hegoXYoQLLwcNLHL3d/s1600/wolf3.jpg" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i><span style="font-size: small;">Claire Foy</span></i></td></tr>
</tbody></table>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEigNBaY3n0jfurqqvWQy4CjzDDJnAJBPsSQkk9MI4w156SPCa8yFSwwcKs78EnBCTZl5ARFpitKq7mRcfIgSZLi4GTZ4YHduo8c4KS1gblOclr1E6yKZS13ert-fEm7RuXKsUbgZXnjwAmm/s1600/Wolf4.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" data-original-height="720" data-original-width="653" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEigNBaY3n0jfurqqvWQy4CjzDDJnAJBPsSQkk9MI4w156SPCa8yFSwwcKs78EnBCTZl5ARFpitKq7mRcfIgSZLi4GTZ4YHduo8c4KS1gblOclr1E6yKZS13ert-fEm7RuXKsUbgZXnjwAmm/s320/Wolf4.jpg" width="290" /></a></div>
<span style="font-size: large;">Existe um elemento de licença poética que deve ser notado: sendo uma minissérie sobre Cromwell, os autores acharam por bem diminuir seus mal-feitos (além de estender sobre ele o manto da comiseração, mostrando a morte, no mesmo dia, de sua esposa e suas duas filhas, vítimas de uma praga), transferir para outros (como Norfolk) maldades realizadas por ele, e transformar Ana Bolena na verdadeira vilã. Considerando que as fontes primárias sobre Ana são poucas e contraditórias, que Henrique era um imaturo e um desequilibrado cuja única preocupação era ter um filho homem, e que o julgamento que levou Ana à morte foi uma farsa asquerosa que mancha a história da Inglaterra, a personagem vinha sendo tratada com relativa simpatia, pelo cinema. Merle Oberon comoveu com sua beleza e seu sofrimento, no velho clássico "The Private Life of Henry VIII" (1933), e Genevieve Bujold interpretou uma mulher forte, voluntariosa e inteligente, que no fim acaba sendo vítima de um destino que não pôde conter, por ser incapaz de dar um filho a Henrique; Wolf Hall mudou isso. Claire Foy - sempre excelente - é uma putinha mimada, perversa e calculista. Gaba-se de ter "criado" Thomas Cromwell - ou "Cremuell", como ela jocosamente se refere a ele, com sotaque francês - instiga agressivamente a morte de quaisquer amigos de Henrique que se oponham a seu casamento, tem um verdadeiro orgasmo quando fica sabendo que Catarina morreu e flerta tranqüilamente com os homens de seu séquito.</span><br />
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhX6swOEznS6fcoIkDTy9ZwK9QidQi41bytTub3SnqCgGwOvd4MQp2t44_uNoAs8SHd3sSgWSV4GKIP0N1_XLVDapoAJMhinAcclAETbc2GXOYWYR4NN4KN6o_Q_jo38IQNh7xZxXFbExXF/s1600/merle4.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="381" data-original-width="559" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhX6swOEznS6fcoIkDTy9ZwK9QidQi41bytTub3SnqCgGwOvd4MQp2t44_uNoAs8SHd3sSgWSV4GKIP0N1_XLVDapoAJMhinAcclAETbc2GXOYWYR4NN4KN6o_Q_jo38IQNh7xZxXFbExXF/s1600/merle4.jpg" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i><span style="font-size: small;">Merle Oberon e Geneviéve Bujold no papel de Bolena</span></i></td></tr>
</tbody></table>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgBW1tpoTO_J-LwFUVbYOnPocEScP_1LxIzrzlhKdnt2TplHK5KjniAxgYHO8P35PJlmH2jfVx8DaQ6id6tbAUUh4yKclRi4paWmBidSlm54T4fl9Zo4F4wHv8pPrLOJ4cRPdYCx2HOoT0O/s1600/wolf+claire+foy.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="720" data-original-width="694" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgBW1tpoTO_J-LwFUVbYOnPocEScP_1LxIzrzlhKdnt2TplHK5KjniAxgYHO8P35PJlmH2jfVx8DaQ6id6tbAUUh4yKclRi4paWmBidSlm54T4fl9Zo4F4wHv8pPrLOJ4cRPdYCx2HOoT0O/s320/wolf+claire+foy.jpg" width="308" /></a></div>
<span style="font-size: large;">Entretanto, o pequeno discurso que fez antes de ser decapitada - e uma de suas poucas falas efetivamente comprovadas e reais - foi tão eloqüente, tão generoso e tão correto que a história tem tido problemas em colocá-la num pelourinho por falsidade e oportunismo. E neste caso a Bolena de Genevieve estaria mais próxima à realidade. Nunca saberemos.</span><br />
<br />
<span style="font-size: large;">No caso de "</span><span style="font-size: large;">Wolf Hall</span><span style="font-size: large;">"</span><span style="font-size: large;">, o que temos é uma minissérie de produção imbatível e de um elenco quase ideal. Digo "quase" porque não considerei ideal o trabalho de Damian Lewis (Henrique) ou de Joanne Whalley (Catarina). Bons, mas não excepcionais como o resto. E minha única ressalva seria sobre o ritmo excessivamente lento. A importância de Cromwell é muito aumentada e no fim veremos a história de "Anne of a Thousand Days" esticada por seis episódios de uma hora. Melhor seria que a minissérie englobasse esse período e fosse até a morte de Cromwell, que caiu em desgraça com o rei apenas quatro anos depois, quando foi responsável pela desastrada orquestração do casamento com Anne of Cleeves, quarta esposa de Henrique (logo depois de Jane Seymour). Talvez os produtores pretendessem transformar a minissérie em uma série, de fato, mas tal não ocorreu.</span><br />
<br />
<span style="font-size: large;">Recomendo.</span><br />
<span style="font-size: large;"><br /></span>
<span style="font-size: large;"><span style="background-color: white; color: #333333; font-family: "georgia" , serif; font-size: 13px;">___________________________________</span><br style="background-color: white; color: #333333; font-family: Georgia, serif; font-size: 13px;" /><span style="background-color: white; color: #333333; font-family: "georgia" , serif; font-size: 13px;"><br /></span><span style="background-color: white; color: #333333; font-family: "georgia" , serif; font-size: 13px;">Veja mais:</span><br style="background-color: white; color: #333333; font-family: Georgia, serif; font-size: 13px;" /><span style="background-color: white; color: #333333; font-family: "georgia" , serif; font-size: 13px;"></span><span style="background-color: white; color: #333333; font-family: "georgia" , serif; font-size: 13px;"></span></span><br />
<ul style="background-color: white; color: #cc6600; font-family: georgia, serif; font-size: 18.2px; line-height: 1.4; margin: 0.5em 0px; padding: 0px 2.5em;">
<li style="font-family: "trebuchet ms", trebuchet, verdana, sans-serif; margin: 0px 0px 0.25em; padding: 0px;"><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm;">
<span style="color: #e36c0a; font-family: "georgia" , serif; font-size: 14pt;"><a href="http://bernardoschmidt.blogspot.com.br/2014/04/minestrone-cultural_18.html" style="color: #cc6600; display: block; text-decoration-line: none;" target="_blank">Minestrone Cultural</a></span></div>
</li>
<li style="font-family: "trebuchet ms", trebuchet, verdana, sans-serif; margin: 0px 0px 0.25em; padding: 0px;"><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm;">
<a href="http://bernardoschmidt.blogspot.com.br/2015/01/minestrone-cultural-ii.html" style="color: #cc6600; display: block; font-family: georgia, serif; font-size: 14pt; text-decoration-line: none;" target="_blank">Minestrone Cultural II</a></div>
</li>
<li style="font-family: "trebuchet ms", trebuchet, verdana, sans-serif; margin: 0px 0px 0.25em; padding: 0px;"><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm;">
<span style="color: #e36c0a; font-family: "georgia" , serif; font-size: 14pt;"><a href="http://bernardoschmidt.blogspot.com.br/2015/07/minestrone-cultural-iii.html" style="color: #cc6600; display: block; font-size: 14pt; text-decoration-line: none;" target="_blank">Minestrone Cultural III</a></span></div>
</li>
<li style="font-family: "trebuchet ms", trebuchet, verdana, sans-serif; margin: 0px 0px 0.25em; padding: 0px;"><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm;">
<span style="color: #e36c0a; font-family: "georgia" , serif; font-size: 14pt;"><a href="http://bernardoschmidt.blogspot.com.br/2016/02/minestrone-cultural-iv.html" style="color: #cc6600; display: block; font-size: 14pt; text-decoration-line: none;" target="_blank">Minestrone Cultural IV</a></span></div>
</li>
<li style="font-family: "trebuchet ms", trebuchet, verdana, sans-serif; margin: 0px 0px 0.25em; padding: 0px;"><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm;">
<span style="color: #e36c0a; font-family: "georgia" , serif; font-size: 14pt;"><a href="http://bernardoschmidt.blogspot.com.br/2016/05/minestrone-cultural-v.html" style="color: #cc6600; display: block; font-size: 14pt; text-decoration-line: none;" target="_blank">Minestrone Cultural V</a></span></div>
</li>
<li style="font-family: "trebuchet ms", trebuchet, verdana, sans-serif; margin: 0px 0px 0.25em; padding: 0px;"><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm;">
<span style="color: #e36c0a; font-family: "georgia" , serif; font-size: 14pt;"><a href="http://bernardoschmidt.blogspot.com/2016/08/minestrone-cultural-vi.html" style="color: #cc6600; display: block; text-decoration-line: none;" target="_blank">Minestrone Cultural VI</a></span></div>
</li>
<li style="font-family: "trebuchet ms", trebuchet, verdana, sans-serif; margin: 0px 0px 0.25em; padding: 0px;"><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm;">
<a href="http://bernardoschmidt.blogspot.com.br/2016/09/minestrone-cultural-vii.html" style="color: #cc6600; display: block; font-family: georgia, serif; font-size: 14pt; text-decoration-line: none;" target="_blank"><span style="color: #e36c0a;">Minestrone Cultural VII</span></a></div>
</li>
<li style="font-family: "trebuchet ms", trebuchet, verdana, sans-serif; margin: 0px 0px 0.25em; padding: 0px;"><a href="http://bernardoschmidt.blogspot.com.br/2016/12/minestrone-cultural-viii.html" style="color: #cc6600; display: block; font-family: georgia, serif; font-size: 14pt; text-decoration-line: none;" target="_blank"><span style="color: #e36c0a;">Minestrone Cultural VIII</span></a></li>
<li style="font-family: "trebuchet ms", trebuchet, verdana, sans-serif; margin: 0px 0px 0.25em; padding: 0px;"><a href="https://bernardoschmidt.blogspot.com.br/2017/05/minestrone-cultural-ix.html" style="color: #cc6600; display: block; font-family: georgia, serif; font-size: 14pt; text-decoration-line: none;" target="_blank"><span style="color: #e36c0a;"><h3 class="post-title entry-title" style="color: #cc6600; font-size: 18.2px; font-weight: normal; line-height: 1.4em; margin: 0.25em 0px 0px; padding: 0px 0px 4px;">
Minestrone Cultural IX</h3>
</span></a></li>
<li style="font-family: "trebuchet ms", trebuchet, verdana, sans-serif; margin: 0px 0px 0.25em; padding: 0px;"><h3 class="post-title entry-title" style="font-family: georgia, serif; font-size: 18.2px; font-weight: normal; line-height: 1.4em; margin: 0.25em 0px 0px; padding: 0px 0px 4px;">
<span style="color: #e36c0a; font-size: 14pt;"><a href="https://bernardoschmidt.blogspot.com.br/2017/10/minestrone-cultural-x.html" style="color: #cc6600; display: inline; font-size: 14pt; text-decoration-line: none;" target="_blank">Minestrone Cultural X</a></span></h3>
</li>
<li style="font-family: "trebuchet ms", trebuchet, verdana, sans-serif; margin: 0px 0px 0.25em; padding: 0px;"><h3 class="post-title entry-title" style="font-family: georgia, serif; font-size: 18.2px; font-weight: normal; line-height: 1.4em; margin: 0.25em 0px 0px; padding: 0px 0px 4px;">
<span style="color: #e36c0a; font-size: 14pt;"><a href="https://bernardoschmidt.blogspot.com.br/2018/02/minestrone-cultural-xi.html" style="color: #cc6600; display: inline; font-size: 14pt; text-decoration-line: none;" target="_blank">Minestrone Cultural XI</a></span></h3>
</li>
<li style="font-family: "trebuchet ms", trebuchet, verdana, sans-serif; margin: 0px 0px 0.25em; padding: 0px;"><h3 class="post-title entry-title" style="font-family: georgia, serif; font-size: 18.2px; font-weight: normal; line-height: 1.4em; margin: 0.25em 0px 0px; padding: 0px 0px 4px;">
<span style="color: #e36c0a; font-size: 14pt;"><a href="http://bernardoschmidt.blogspot.com/2018/05/minestrone-cultural-xii.html" style="color: #cc6600; display: inline; font-size: 14pt; text-decoration-line: none;" target="_blank">Minestrone Cultural XII</a></span></h3>
</li>
<li style="font-family: "trebuchet ms", trebuchet, verdana, sans-serif; margin: 0px 0px 0.25em; padding: 0px;"><h3 class="post-title entry-title" style="font-family: georgia, serif; font-size: 18.2px; font-weight: normal; line-height: 1.4em; margin: 0.25em 0px 0px; padding: 0px 0px 4px;">
<span style="color: #e36c0a; font-size: 14pt;"><a href="https://bernardoschmidt.blogspot.com/2018/07/minestrone-cultural-xiii.html" style="color: #333333; display: block; text-decoration-line: none;" target="_blank">Minestrone Cultural XIII</a></span></h3>
</li>
<li style="font-family: "trebuchet ms", trebuchet, verdana, sans-serif; margin: 0px 0px 0.25em; padding: 0px;"><a href="https://bernardoschmidt.blogspot.com/2018/07/minestrone-cultural-xiii.html" style="color: #333333; display: block; text-decoration-line: none;" target="_blank"></a><a href="https://bernardoschmidt.blogspot.com/2018/11/minestrone-cultural-xiv.html" style="color: #333333; display: block; font-family: Georgia, serif; font-size: 18.2px; text-decoration-line: none;">Minestrone Cultural XIV</a></li>
</ul>
Bernardo Schmidthttp://www.blogger.com/profile/12196150324865840023noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4381988697960596291.post-2282037611130863272018-12-30T14:38:00.000-08:002019-01-08T18:24:40.335-08:00Pílulas Janísticas — 10<i style="background-color: white; color: #333333; font-family: georgia, serif; font-size: 13px; line-height: 20.8px;">Compilação de publicações da página da <a href="https://www.facebook.com/janioquadrosbiografia/" style="color: #999999; text-decoration-line: none;" target="_blank">biografia de Jânio Quadros</a> no Facebook</i><br />
<br />
<div style="text-align: center;">
<span style="font-size: large;"><b>1985</b></span></div>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhwYSBshWnaXnndWNuZRe3jaaqEN1_sa5ImJiQ6izX31RTugyTPMo5hgSeKAt0KY_SphIfPU7c2z0LJ8CR1kk1y_AHvILFthc1KDO2uqKRVdn5MeFHkW62E0tpq5oU4qlPvONOvwDN4w8U8/s1600/janio1.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="919" data-original-width="620" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhwYSBshWnaXnndWNuZRe3jaaqEN1_sa5ImJiQ6izX31RTugyTPMo5hgSeKAt0KY_SphIfPU7c2z0LJ8CR1kk1y_AHvILFthc1KDO2uqKRVdn5MeFHkW62E0tpq5oU4qlPvONOvwDN4w8U8/s640/janio1.jpg" width="431" /></a></div>
<br />
<span style="font-size: large;">Jânio, Eloá e a vassoura gigante.</span><br />
<span style="font-size: large;">Foto de Jair Malavazi (<i>Estadão</i>) <span style="color: #cccccc;">(25/03/17)</span></span><br />
<br />
<div style="text-align: center;">
<span style="font-size: large;">**********</span></div>
<br />
<div style="text-align: center;">
<span style="font-size: large;"><b>JÂNIO E O PASQUIM</b></span></div>
<div style="text-align: center;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhesgTyFUkPDnmuHxBbaI6G-7f-z2Pit_EJ8m4Fh9UqZ7i6F73XJqZddcuYBWRjG0S_j6X_5do0BXhppbHCOcjqH6CIZlh5CaMVA21NPFtrWpBXhhEAm_HnSUoUI0soTrfhMGTVsBhmSJh-/s1600/janio2.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="960" data-original-width="691" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhesgTyFUkPDnmuHxBbaI6G-7f-z2Pit_EJ8m4Fh9UqZ7i6F73XJqZddcuYBWRjG0S_j6X_5do0BXhppbHCOcjqH6CIZlh5CaMVA21NPFtrWpBXhhEAm_HnSUoUI0soTrfhMGTVsBhmSJh-/s640/janio2.jpg" width="460" /></a></div>
<br />
<span style="font-size: large;">Primeira página da entrevista ao Pasquim, em junho de 1977. Foi uma das conversas mais divertidas e sinceras de Jânio em todos os tempos. Ele estava bem-humorado, falador e os entrevistados souberam apertá-lo sem deixá-lo retraído. Quatro ou cinco entrevistas como essa e meu trabalho seria bem mais simples. <span style="color: #cccccc;">(28/03/17)</span></span><br />
<br />
<div style="text-align: center;">
<span style="font-size: large;">**********</span></div>
<br />
<div style="text-align: center;">
<span style="font-size: large;"><b>JÂNIO E CARVALHO PINTO</b></span></div>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiEgQjkptu8seaohWguyGIOal1jEek5HD3tGewxcztQ0SJE1nc3KOLAa3dcHTWYVHBNBzRjuZFaPXTbYpTmVzd8SpvO5tLWBBMcWR0em3WDHa4cyIO6bTT9ikYnINg0lkI2OpfB-j4KHQ1u/s1600/janio3.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="960" data-original-width="748" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiEgQjkptu8seaohWguyGIOal1jEek5HD3tGewxcztQ0SJE1nc3KOLAa3dcHTWYVHBNBzRjuZFaPXTbYpTmVzd8SpvO5tLWBBMcWR0em3WDHa4cyIO6bTT9ikYnINg0lkI2OpfB-j4KHQ1u/s640/janio3.jpg" width="498" /></a></div>
<br />
<span style="font-size: large;">Em 1961, exercendo a presidência, Jânio vem a São Paulo e visita o governador Carvalho Pinto nos Campos Elíseos. Sobre eles, o quadro do grande Rodrigues Alves, ex-governador, ex-presidente e tio-avô de CP. <span style="color: #cccccc;">(12/04/17)</span></span><br />
<br />
<div style="text-align: center;">
<span style="font-size: large;">**********</span></div>
<br />
<div style="text-align: center;">
<span style="font-size: large;"><b>JÂNIO E ALTINO ARANTES</b></span></div>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj8CVzCEtV5ZdpOrqRKoGXSx6LAf1i461U_JZOOmeG8WGuJNZasBvnjvJUFWKsbkS638BwLvQIIg-2P0z-84Z8_6o45vXinnfcpUreBFBYjat_DSaDFhsIq0AMhp_Sf_vqI-OEU3yB_v7aI/s1600/janio4.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="960" data-original-width="676" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj8CVzCEtV5ZdpOrqRKoGXSx6LAf1i461U_JZOOmeG8WGuJNZasBvnjvJUFWKsbkS638BwLvQIIg-2P0z-84Z8_6o45vXinnfcpUreBFBYjat_DSaDFhsIq0AMhp_Sf_vqI-OEU3yB_v7aI/s640/janio4.jpg" width="450" /></a></div>
<br />
<span style="font-size: large;">Em visita aos Campos Elíseos, durante sua presidência, Jânio dá entrevista coletiva e toma um café sob o retrato do velho Altino Arantes (1876/1965), governador do Estado na década de 10.</span><br />
<br />
<span style="font-size: large;">Sobre Altino, a quem conheceu anos antes, Jânio dizia, referindo-se ao respeito que tinha pelo velho governador, e por sua altura privilegiada: "É homem a quem se cumprimenta na ponta dos pés". <span style="color: #cccccc;">(15/04/17)</span></span><br />
<br />
<div style="text-align: center;">
<span style="font-size: large;"><b>**********</b></span></div>
<div style="text-align: center;">
<b><br /></b></div>
<div style="text-align: center;">
<span style="font-size: large;"><b>MINAS - 1960</b></span></div>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjmFI5tJho_7_XgFYPFy18YPSa3P8lXP19IXHRs7Hov2-BTgEpjCYFqFxuFjNha2vD5d2sszG_dlEC7JTpvXK2EbqslAlnFi3qSuk7Cf5m5UdlWq_SL88IlOASV1HLJGovdz8lRYasPAhOx/s1600/janio5.png" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="725" data-original-width="552" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjmFI5tJho_7_XgFYPFy18YPSa3P8lXP19IXHRs7Hov2-BTgEpjCYFqFxuFjNha2vD5d2sszG_dlEC7JTpvXK2EbqslAlnFi3qSuk7Cf5m5UdlWq_SL88IlOASV1HLJGovdz8lRYasPAhOx/s640/janio5.png" width="486" /></a></div>
<br />
<span style="font-size: large;">Não sei quem é mais teatral, nesta foto da campanha de 1960: Jânio ou o repórter. José Aparecido assiste como se estivesse na platéia de uma das tragédias político-históricas de Shakespeare. <span style="color: #cccccc;">(16/04/17)</span></span><br />
<br />
<div style="text-align: center;">
<span style="font-size: large;"><b>**********</b></span></div>
<div style="text-align: center;">
<b><br /></b></div>
<div style="text-align: center;">
<span style="font-size: large;"><b>DONA GABRIELA</b></span></div>
<br />
<iframe allow="accelerometer; autoplay; encrypted-media; gyroscope; picture-in-picture" allowfullscreen="" frameborder="0" height="315" src="https://www.youtube.com/embed/nnGYCZl6nK0" width="560"></iframe><br />
<br />
<span style="font-size: large;">Qualquer brasileiro de cultura mediana já está cansado de saber que Jânio jamais disse "fi-lo porque qui-lo" e muito menos falou em "forças ocultas".</span><br />
<br />
<span style="font-size: large;">Mas é sempre bom relembrar as pessoas. <span style="color: #cccccc;">(19/05/17)</span></span><br />
<br />
<div style="text-align: center;">
<span style="font-size: large;"><b>**********</b></span></div>
<div style="text-align: center;">
<b><br /></b></div>
<div style="text-align: center;">
<span style="font-size: large;"><b>O "HOMEN" DE DUAS CARAS</b></span></div>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjT8d-FZTpFqWo8vjE4iCFs6HEaxVTd2dD82ys205ssUjzLyNX2VZGzpDGC9oMeBUp9jqvMmdYxKhx8OWnUNQxEYBMp14-Zi41cJELMm9J1A05CiqRgskbiOe70_Bub5xfl6sKf3wRe3Rlh/s1600/janio6.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="960" data-original-width="674" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjT8d-FZTpFqWo8vjE4iCFs6HEaxVTd2dD82ys205ssUjzLyNX2VZGzpDGC9oMeBUp9jqvMmdYxKhx8OWnUNQxEYBMp14-Zi41cJELMm9J1A05CiqRgskbiOe70_Bub5xfl6sKf3wRe3Rlh/s640/janio6.jpg" width="448" /></a></div>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<span style="font-size: large;">"Jânio Quadros jamais seria ninguém na vida se não o fossem buscar nos pantanais do Mato Grosso. Surgiu das cafundas mato-grossenses com o pelo arrepiado, sem ser onça, mas possuidor da malícia dos felinos que ele jamais teria coragem de enfrentar"...</span><br />
<br />
<span style="font-size: large;">Os panfletos anti-Jânio que surgiram quando começou a se aproximar a eleição de outubro de 1960 - na maioria dos casos pagos pela campanha de Adhemar de Barros - são tão toscos, tão idiotas, tão mal-escritos que chega a ser covardia que fossem utilizados contra Jânio.</span><br />
<br />
<span style="font-size: large;">"O <i>homen</i> de duas caras" apareceu nessa época, em princípios de 1960. Vem de uma editora do Rio que aparentemente se</span><br />
<span style="font-size: large;">especializava em espinafrar pessoas públicas por encomenda.</span><br />
<br />
<span style="font-size: large;">Nunca ficamos sabendo o porquê da palavra "homem" ter sido grafada com N na capa. Em determinado ponto (página 9) comenta-se apenas que Jânio não encontrará respaldo diante do povo, "nem como 'homem' nem como candidato". Talvez a resposta seja essa; Jânio não mereceria, no ponto de vista do autor, ser considerado sequer um homem com M. A idéia é tão cretina quanto a frase da página 36: "Daí vem a propósito lembrarmos aquela célebre frase de Shakespeare em 'Otelo': SER OU NÃO SER... Jânio Quadros!"... Queira Deus que Jânio não tenha lido isso. Entregar o "Ser ou não ser" a Othello é a única coisa que o indignaria, neste mísero panfleto.</span><br />
<br />
<span style="font-size: large;">O autor não se identifica mas no fim do livro o leitor é avisado de que já está no prelo o livro negro de Ângela Maria... <span style="color: #cccccc;">(05/06/17)</span></span><br />
<br />
<div style="text-align: center;">
<span style="font-size: large;">**********</span></div>
<div style="text-align: center;">
<br /></div>
<div style="text-align: center;">
<span style="font-size: large;"><b>JÂNIO E TANCREDO</b></span></div>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiERpHDnDXGUnhNecrqVC03QyArj_2TbnUA7QUe2z6zyK1mIT_hcXIpXwdb8VZWkfks0XJ5dnW5RRUPLMFBgWvImHgxxQKKnAIMMN6CPleTWNYQq48UM0d74uo6g7hqMAB4K474LOjLXFkT/s1600/janio7.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="522" data-original-width="374" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiERpHDnDXGUnhNecrqVC03QyArj_2TbnUA7QUe2z6zyK1mIT_hcXIpXwdb8VZWkfks0XJ5dnW5RRUPLMFBgWvImHgxxQKKnAIMMN6CPleTWNYQq48UM0d74uo6g7hqMAB4K474LOjLXFkT/s1600/janio7.jpg" /></a></div>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiYzHMK_Tlf6otyaz7drpFgmNKVmDPhOM-iGCpxrxyBHisWyKM3SoJfsDdfXE_LbXB9DTvPS5CeLJKJ2by9l38Cb7oEHRk_WoaOIdvUZ5OVF0q_m3s-5GtKav5zDjQXzUcXTVJmzJmofg2I/s1600/janio8.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="516" data-original-width="347" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiYzHMK_Tlf6otyaz7drpFgmNKVmDPhOM-iGCpxrxyBHisWyKM3SoJfsDdfXE_LbXB9DTvPS5CeLJKJ2by9l38Cb7oEHRk_WoaOIdvUZ5OVF0q_m3s-5GtKav5zDjQXzUcXTVJmzJmofg2I/s1600/janio8.jpg" /></a></div>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjuF4FwezzY3vCBLAZJlOemADQKRwo0Vhiza-FPh5Bz_5kODThPiibMMm_ISngiGS22OCSwJrDq3eg9Lymsn4nGC_BHUkAzSLZQuos0RYdY8iQHgBrBtQscu1-Z-XMcVlWhocD9A75ZubYs/s1600/janio9.jpg" imageanchor="1"><img border="0" data-original-height="486" data-original-width="643" height="301" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjuF4FwezzY3vCBLAZJlOemADQKRwo0Vhiza-FPh5Bz_5kODThPiibMMm_ISngiGS22OCSwJrDq3eg9Lymsn4nGC_BHUkAzSLZQuos0RYdY8iQHgBrBtQscu1-Z-XMcVlWhocD9A75ZubYs/s1600/janio9.jpg" width="400" /></a></div>
<br />
<span style="font-size: large;">Encontro do governador de São Paulo com Tancredo, em 56 ou 58, quando o mineiro ocupava um cargo no Banco do Brasil, por indicação de JK. (FGV) <span style="color: #cccccc;">(24/08/17)</span></span><br />
<br />
<div style="text-align: center;">
<span style="font-size: large;">**********</span></div>
<div style="text-align: center;">
<br /></div>
<div style="text-align: center;">
<span style="font-size: large;"><b>56 ANOS DE RENÚNCIA</b></span></div>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiKpz938pNdxDxb34egac_wrF6JSP7o0ss2N7XgVXRKu0YtlF-NI4Hx5qpOMvy-AyZKKSe4NrNibjxCDJSVEtIasSt8oKNw376UkwE4h0OY-2meFMEhcR47wMEh5Gr9dgFcFKJIP-eybuBU/s1600/J%25C3%25A2nio+Quadros+n%25C3%25A3o+renunciou.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1600" data-original-width="1089" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiKpz938pNdxDxb34egac_wrF6JSP7o0ss2N7XgVXRKu0YtlF-NI4Hx5qpOMvy-AyZKKSe4NrNibjxCDJSVEtIasSt8oKNw376UkwE4h0OY-2meFMEhcR47wMEh5Gr9dgFcFKJIP-eybuBU/s640/J%25C3%25A2nio+Quadros+n%25C3%25A3o+renunciou.jpg" width="434" /></a></div>
<br />
<span style="font-size: large;">Curioso que Jânio tenha renunciado há 56 anos, porque segundo Carlos Zigon, autor de um tijolo estrambótico de 250 páginas que não chega a absolutamente nenhuma conclusão, "Jânio Quadros não renunciou!"</span><br />
<br />
<span style="font-size: large;">Lançado em 1990, traz na mensagem final uma propaganda da monarquia, com vistas no plebiscito que viria pouco depois: "Este livro foi elaborado com a melhor intenção de divulgar a experiência nacional, possibilitando aos moços e à posteridade um futuro de paz, progresso e constante bem-estar. Oxalá se constitua numa pálida mensagem à Restauração do Parlamentarismo, sob uma única dinastia vitalícia, a exemplo do glorioso Reinado de S. M. D. Pedro II!" <span style="color: #cccccc;">(25/08/17)</span></span><br />
<br />
<div style="text-align: center;">
<span style="font-size: large;">**********</span></div>
<div style="text-align: center;">
<br /></div>
<div style="text-align: center;">
<span style="font-size: large;"><b>JÂNIO POR TRIMANO (1968)</b></span></div>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgSVGiC7xAjXQaAnmprfSJeXESLoAN6eNH0qAZ9y2DIekURi0Kt_SyXs2WFQIej5Fv9j3Frp9utJS7GCGNx0TnKs36hVYYMP9voQ2TkK6UZSM9OzPZs0cOGB1xL27qvAWOP1CeaO5gQ09UM/s1600/janio10.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="960" data-original-width="705" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgSVGiC7xAjXQaAnmprfSJeXESLoAN6eNH0qAZ9y2DIekURi0Kt_SyXs2WFQIej5Fv9j3Frp9utJS7GCGNx0TnKs36hVYYMP9voQ2TkK6UZSM9OzPZs0cOGB1xL27qvAWOP1CeaO5gQ09UM/s640/janio10.jpg" width="470" /></a></div>
<br />
<span style="font-size: large;">Interessante caricatura de Jânio feita pelo artista argentino radicado no Brasil, Luis Trimano, para a <i>Veja</i> de 1968. <span style="color: #cccccc;">(23/09/17)</span></span><br />
<br />
<span style="font-size: large;">Fonte: <a href="http://trimano.blogspot.com/2014/02/trimano-caricatura-na-imprensa-janio.html"><i>http://trimano.blogspot.com/2014/02/trimano-caricatura-na-imprensa-janio.html</i></a></span><br />
<br />
<div style="text-align: center;">
<span style="font-size: large;">**********</span></div>
<div style="text-align: center;">
<br /></div>
<div style="text-align: center;">
<span style="font-size: large;"><b>MONIZ BANDEIRA (1935/2017)</b></span></div>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjhvkBq-joQS2feCh0CY-5AurkXUgC7K7eBqzMRStrCthQsu2z8A14dovnhNVlpoObhu2jQwZRjrNNwzUPwzRCbHud4UVbbJLhVBARQfv3_4TYXXiBRDoChhAymYI5q_ZYU_qoFfQE4ulK1/s1600/janio11.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="530" data-original-width="560" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjhvkBq-joQS2feCh0CY-5AurkXUgC7K7eBqzMRStrCthQsu2z8A14dovnhNVlpoObhu2jQwZRjrNNwzUPwzRCbHud4UVbbJLhVBARQfv3_4TYXXiBRDoChhAymYI5q_ZYU_qoFfQE4ulK1/s1600/janio11.jpg" /></a></div>
<br />
<span style="font-size: large;">Moniz Bandeira morreu, aos 81 anos. Era polivalente: formado em Direito, doutor em Ciência Política pela USP e professor de História da Política Exterior do Brasil, na UnB. Doutor Honoris Causa pela UniBrasil, do Paraná, bem como pela UFB. Em 2006, a UBE elegeu-o, por aclamação, Intelectual do Ano de 2005, conferindo-lhe o Troféu Juca Pato, por sua obra "Formação do Império Americano (Da guerra contra a Espanha à guerra no Iraque)".</span><br />
<br />
<span style="font-size: large;">Em de 1960, com 24 anos, Moniz era redator político do Diário de Notícias e assessor político do deputado Sérgio Magalhães, do PTB. O jornal pediu que ele acompanhasse a comitiva de Jânio na viagem à Cuba e ele teve uma visão privilegiada, em primeira mão, de toda a presidência de Jânio. Seus dois livros sobre a renúncia vêm repassados de suas opiniões pessoais, muito particulares, são muito esclarecedores, pois foram escritos no calor do momento. É rico seu depoimento ao site Sul21.</span><br />
<br />
<span style="font-size: large;"><i>Viajei com Jânio Quadros seis meses, durante todo o primeiro semestre de 1960. Durante a viagem, escutei diversas vezes Jânio Quadros declarar que processaria o Congresso perante o povo, promoveria sua responsabilidade, caso ele não lhe desse as leis que pedia, culpando-o pela situação do país, por não lhe dar os instrumentos necessários para governar. Jânio Quadros manifestava o inconformismo de ter de governar dentro dos marcos constitucionais. Repetia que não poderia governar “com aquele Congresso”. A Leonel Brizola, governador do Rio Grande do Sul, o presidente Jânio Quadros disse que, “com aquele Congresso”, dominado pelos conservadores, não poderia avançar para a esquerda, tomar iniciativas para reformar as instituições e promover a transformação da estrutura econômica e social do país: limitação das remessas de lucros para o exterior, lei antitruste e reforma agrária. Precisava, portanto, de poderes extraordinários. Seduzido, Brizola comentou com o ex-presidente Juscelino Kubitschek o objetivo de Jânio Quadros e sua disposição de apoiá-lo. Porém, com Carlos Lacerda, a conversa era diferente, embora a conclusão fosse a mesma. “Com aquele Congresso”, dentro do regime democrático, não poderia governar, sem fazer “concessões às esquerdas e apelar para elas”. Necessitava, em consequência, de poderes extraordinários.</i></span><br />
<i><br /></i>
<span style="font-size: large;"><i>Com formação acadêmica, pois era formado em Direito, em Ciências Sociais e Jurídicas, e conhecimento de História, pude interpretar as manifestações que ele fazia e deduzir que sua pretensão era jogar a opinião pública contra o Legislativo e, provavelmente, dar um golpe de Estado, suspeita essa que começara a tomar corpo, desde maio de 1961, na Câmara dos Deputados. Para mim, desde a campanha eleitoral, estava claro de que a política exterior de Jânio Quadros tinha, em larga medida, caráter de propaganda política, para manter a esquerda na expectativa e conquistar-lhe a simpatia. E, como chefe da seção política do Diário de Notícias, possuía inúmeras informações sobre preparativos de um golpe de Estado, adensadas por várias iniciativas que Jânio Quadros estava a tomar na área militar. Porém, que golpe? A deflagração da crise, portanto, não me surpreendeu.</i></span><br />
<i><br /></i>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEixVT98cnfZ1tUQp-rfVg8p9unb3F-KYFYOl23HJutqJj7XbrmqvhCx2so-LLYI_HnfLRTh_qigIzex9nrlH2aodWXRUAvd0LJhX_Eqkbmwpsl9kqY3qYhyeCzVcwCJrqtbdX2YqX5EyBdq/s1600/janio12.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" data-original-height="960" data-original-width="723" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEixVT98cnfZ1tUQp-rfVg8p9unb3F-KYFYOl23HJutqJj7XbrmqvhCx2so-LLYI_HnfLRTh_qigIzex9nrlH2aodWXRUAvd0LJhX_Eqkbmwpsl9kqY3qYhyeCzVcwCJrqtbdX2YqX5EyBdq/s400/janio12.jpg" width="300" /></a></div>
<span style="font-size: large;"><i>Em agosto de 1961, fui à Bolívia fazer uma pesquisa sobre a execução dos acordos de Roboré, para a exploração em Camiri, por empresas brasileiras. De Santa Cruz de la Sierra, que me pareceu uma cidade do far-west dos Estados Unidos, na segunda metade do século XIX, com cadáveres nas ruas, após tiroteio entre forças do governo e do senador Sandoval Morón, fui a Camiri assistir ao trabalho de exploração do petróleo, e depois viajei para Cochabamba e La Paz.</i></span><br />
<i><br /></i>
<span style="font-size: large;"><i>Em La Paz, estava hospedado na residência do embaixador do Brasil, Mario Antônio de Pimentel Brandão, quando ele me mostrou telegramas do Itamaraty sobre o agravamento da crise política. Decidi regressar imediatamente ao Brasil. No dia 25 de agosto, tomei o avião para Santa Cruz de la Sierra, onde embarquei para o Brasil, em aparelho da companhia Cruzeiro do Sul. E, ao chegar a São Paulo, por volta das 14h, escutei a notícia de que Jânio Quadros renunciara à presidência da República, pois Carlos Lacerda, governador do Estado da Guanabara, havia denunciado pela televisão que ele estava a articular um golpe contra as instituições, a fim de adquirir poderes especiais, por meio do ministro da Justiça, Oscar Pedroso d’Horta. Com as informações que possuía, foi-me fácil concluir que Lacerda havia lancetado o tumor. Viajei então para o Rio de Janeiro e João Dantas, o proprietário do Diário de Notícias, mandou que fosse imediatamente para Brasília acompanhar a evolução da crise.</i></span><br />
<i><br /></i>
<span style="font-size: large;"><i>Acompanhei os acontecimentos, de dentro da Câmara dos Deputados, pois o deputado Sérgio Magalhães, meu amigo pessoal e em cujo apartamento eu sempre me hospedava, assumira a presidência do Congresso, quando o deputado Ranieri Mazzilli foi investido na presidência da República.Tinha tantas informações, de bastidores e cujas fontes (muitas das quais militares) não podia revelar. Assim, dois meses após a renúncia, em novembro, publiquei o livro O 24 de Agosto de Jânio Quadros, no qual deslindei o enigma, ao mostrar que ele renunciou à presidência da República esperando voltar ao governo com o apoio das multidões. O respeitável jornalista Carlos Castelo Branco, seu secretário de imprensa, ouviu-o dizer a Francisco Castro Neves, ministro do Trabalho: “Não farei nada por voltar, mas considero minha volta inevitável. Dentro de três meses, se tanto, estará na rua, espontaneamente, o clamor pela reimplantação do nosso governo”.</i></span><br />
<i><br /></i>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgCfm1ie1Ql6-NkhYxK5OHnCuxbqrzkR_FJK2Ov83PY85WdA-pf2IaZ39ZEsR_G_fBYaNQVBwany6t3SxIVmz7xW-l0PJ_6HjsJETP1OibOFnzWU2DWYM666bpphvXKKKC8bWNM3qEl8kyR/s1600/A+Ren%25C3%25BAncia+de+J%25C3%25A2nio+Quadros+e+a+Crise+Pr%25C3%25A9-64.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1600" data-original-width="1072" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgCfm1ie1Ql6-NkhYxK5OHnCuxbqrzkR_FJK2Ov83PY85WdA-pf2IaZ39ZEsR_G_fBYaNQVBwany6t3SxIVmz7xW-l0PJ_6HjsJETP1OibOFnzWU2DWYM666bpphvXKKKC8bWNM3qEl8kyR/s400/A+Ren%25C3%25BAncia+de+J%25C3%25A2nio+Quadros+e+a+Crise+Pr%25C3%25A9-64.jpg" width="266" /></a></div>
<span style="font-size: large;"><i>Marx comentou, no prefácio ao 18 Brumário de Luiz Bonaparte, que a história se repete, uma vez como tragédia, e a outra, como farsa. A renúncia de Jânio Quadros, em 25 de agosto de 1961, foi a farsa com que ele tentou repetir, excluindo evidentemente o tiro no coração, a comoção popular que a tragédia do suicídio de Vargas, no dia 24 de agosto de 1954, provocou. Até uma carta ele escreveu, dizendo: “Fui vencido pela reação e assim deixo o governo. Nestes sete meses cumpri o meu dever. Tenho-o cumprido dia e noite, trabalhando infatigavelmente, sem prevenções, nem rancores. Mas baldaram-se os meus esforços para conduzir esta nação, que pelo caminho de sua verdadeira libertação política e econômica, a única que possibilitaria o progresso efetivo e a justiça social, a que tem direito o seu generoso povo. Desejei um Brasil para os brasileiros, afrontando, nesse sonho, a corrupção, a mentira e a covardia que subordinam os interesses gerais aos apetites e às ambições de grupos ou de indivíduos, inclusive do exterior. Sinto-me, porém, esmagado. Forças terríveis levantam-se contra mim e me intrigam ou infamam, até com a desculpa de colaboração”. Até o estilo da carta-testamento de Vargas ele tratou de imitar. Depois da renúncia, ao embarcar para a Europa, declarou: “Enxotaram-me. Mas voltarei como Getúlio”.</i></span><br />
<i><br /></i>
<span style="font-size: large;"><i>Quadros imaginou que podia compelir o Congresso a outorgar-lhe o poder legislativo e entrar em recesso permanente, diante da mobilização popular em seu favor (que não houve) e do impasse político e constitucional que se criaria com o veto previsível dos ministros militares à investidura no cargo do vice-presidente João Goulart. Ele pretendia constituir-se como alternativa para a junta militar por ele próprio sugerida aos ministros militares. Porém, muitos acreditaram que Quadros fora deposto pelos militares por causa de sua política exterior, em defesa da autodeterminação de Cuba. Porém, dois meses depois da renúncia, em novembro, revelei o que acontecera, ao publicar O 24 de agosto de Jânio Quadros, prefaciado pelo deputado Sérgio Magalhães, do Grupo Compacto do PTB</i>. (11/11/17)</span><br />
<span style="font-size: large;"><br /></span>
<span style="font-size: large;">Fonte: <a href="https://www.sul21.com.br/postsrascunho/2011/06/moniz-bandeira-janio-tentou-repetir-a-comocao-popular-ocorrida-com-o-suicidio-de-vargas/"><i>https://www.sul21.com.br/postsrascunho/2011/06/moniz-bandeira-janio-tentou-repetir-a-comocao-popular-ocorrida-com-o-suicidio-de-vargas/</i></a></span><br />
<br />
<div style="text-align: center;">
<span style="font-size: large;">**********</span></div>
<br />
<div style="text-align: center;">
<span style="font-size: large;"><b>1955</b></span></div>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg0Yk5VR4bOlXyEioVIGH8pHTTwwaDWHuusRdK2R_U2yWXbTcWfKsYFiUHBd-20pWLBEp_gYI1GVNKbcsEqmN9L8dCJJU82qUXaScPkDtwK3m2ejKHVDRFlLSBC7ONXD1feev1_cNHbFBg3/s1600/j1.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="407" data-original-width="553" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg0Yk5VR4bOlXyEioVIGH8pHTTwwaDWHuusRdK2R_U2yWXbTcWfKsYFiUHBd-20pWLBEp_gYI1GVNKbcsEqmN9L8dCJJU82qUXaScPkDtwK3m2ejKHVDRFlLSBC7ONXD1feev1_cNHbFBg3/s1600/j1.jpg" /></a></div>
<br />
<span style="font-size: large;">Licenciado do governo de São Paulo para ajudar Juarez Távora em sua campanha presidencial. <span style="color: #cccccc;">(23/05/18)</span></span><br />
<br />
<div style="text-align: center;">
<span style="font-size: large;">**********</span></div>
<br />
<div style="text-align: center;">
<span style="font-size: large;"><b>1985</b></span></div>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhfeqpbmGWBRqmkLpXJ2BDI1m918QwHZxBbxy9dwcCQNcCgF8Ii7Cs0yr1vMt02vkmGp1QfrkeffBHE4dLVY8om1vFv0sJH1ncsGK_detKOKHw7mlofmLe-oJjK6qY2r6zOs4d3lCEYg3TU/s1600/janio13.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="894" data-original-width="960" height="372" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhfeqpbmGWBRqmkLpXJ2BDI1m918QwHZxBbxy9dwcCQNcCgF8Ii7Cs0yr1vMt02vkmGp1QfrkeffBHE4dLVY8om1vFv0sJH1ncsGK_detKOKHw7mlofmLe-oJjK6qY2r6zOs4d3lCEYg3TU/s400/janio13.jpg" width="400" /></a></div>
<br />
<span style="font-size: large;">Nesta espinhosa eleição presidencial, em que temos um elenco tão lamentável de postulantes ao cargo onde já estiveram Rodrigues Alves, Washington Luís, JK e Jânio, vamos recordar este panfleto da campanha de 1985, provavelmente elaborado por João Mellão Netto e a equipe da Juventude Janista. <span style="color: #cccccc;">(20/09/18)</span></span><br />
<br />
<div style="text-align: center;">
<span style="font-size: large;">**********</span></div>
<br />
<div style="text-align: center;">
<span style="font-size: large;"><b>ELEIÇÃO PRESIDENCIAL</b></span></div>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhB8TSUn6cncFalm7iEe4wSnhOzgs8JlmfDnfS1_-oL3OT1pAtchalYTpRpLlogFA0CWDgnWv6KnLGer-DPLnVmmjyYACTOMi0GfOadE2hSrI9H2qNLxIrT3_9XJ5rE0rDLIE-4X5m7-wox/s1600/8-10-60.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1600" data-original-width="1196" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhB8TSUn6cncFalm7iEe4wSnhOzgs8JlmfDnfS1_-oL3OT1pAtchalYTpRpLlogFA0CWDgnWv6KnLGer-DPLnVmmjyYACTOMi0GfOadE2hSrI9H2qNLxIrT3_9XJ5rE0rDLIE-4X5m7-wox/s640/8-10-60.JPG" width="478" /></a></div>
<br />
<span style="font-size: large;">Capa da Manchete, de 8 de outubro de 1960. A escolha dos brasileiros era entre Jânio - o popular, Lott - o militar, e Adhemar - o "rouba mas faz".</span><br />
<br />
<span style="font-size: large;">Repilo comparações entre Jânio e Bolsonaro ou qualquer outro. Jânio tinha disputado cinco eleições e vencido TODAS. Era experiente. Era um campeão de votos. Tinha uma longa lista de serviços prestados a São Paulo. Não era o tal "salvador da pátria" que aparece do nada e galvaniza as atenções por mero populismo. Jânio podia até ser populista e desprezar partidos, mas vinha de treze anos de trabalho incansável. Era vinho de outra pipa, como todos os outros.</span><br />
<br />
<span style="font-size: large;">Como pudemos decair tanto? <span style="color: #cccccc;">(03/10/18)</span></span><br />
<br />
<div style="text-align: center;">
<span style="font-size: large;">**********</span></div>
<br />
<div style="text-align: center;">
<span style="font-size: large;"><b>CARETA (1960)</b></span></div>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi-x7q0N-CshU_Btn6_zYHSy2ajHftskuMXPu5W1XfZygFX5ccVXg3HUCpGVOCVOafYyS6JoWHs-Du8CcSFta2TPThjLG1cHTbL7h1Vrv5PbkiUH2hhn-HpI8ZvtF2QuQQVy06qalAZYoo5/s1600/Careta+1960.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1600" data-original-width="1085" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi-x7q0N-CshU_Btn6_zYHSy2ajHftskuMXPu5W1XfZygFX5ccVXg3HUCpGVOCVOafYyS6JoWHs-Du8CcSFta2TPThjLG1cHTbL7h1Vrv5PbkiUH2hhn-HpI8ZvtF2QuQQVy06qalAZYoo5/s640/Careta+1960.JPG" width="433" /></a></div>
<br />
<span style="font-size: large;">Edição de 20 de agosto de 1960, portanto cerca de um mês e pouco antes da eleição presidencial.</span><br />
<br />
<span style="font-size: large;">A publicação não fazia qualquer segredo de sua pronunciada inclinação janista, ou do favoritismo de Jânio, e Théo, o mestre caricaturista responsável pela parte artística da revista, preparou uma capa que mostrava Jânio como Guliver em campanha entre seus adversários liliputianos, Adhemar e Lott, e o candidato a vice na chapa de Lott, João Goulart.</span><br />
<br />
<span style="font-size: large;">A comparação pode ser analisada. Em termos de experiência administrativa, Jânio e Adhemar eram equivalentes e experimentados em cargos legislativos e executivos. Valeria o gigantismo moral de Jânio em relação a Adhemar. No caso de Lott era uma questão de experiência, mesmo. O general era figura ínclita mas sem qualquer traquejo político ou administrativo.</span><br />
<br />
<span style="font-size: large;">E quanto a Jango, seu problema era o mesmo dos outros dois: eram vistos como entulho getulista que precisava ser varrido.</span><br />
<br />
<span style="font-size: large;">Jânio varreu Adhemar temporariamente. Lott foi de vez. E Jango não só não foi varrido como foi eleito vice - dentro da lei arcaica que permitia uma chapa presidencial desvinculada - e assomou à presidência sete meses depois.</span><br />
<br />
<span style="font-size: large;">Como comparar essa extraordinária campanha com o show de horrores que estamos presenciando hoje? <b><span style="color: #cccccc;">(07/10/18)</span></b></span><br />
<br />
<div style="text-align: center;">
<span style="font-size: large;">**********</span></div>
<br />
<div style="text-align: center;">
<span style="font-size: large;"><b>LOTT E JÂNIO</b></span></div>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi5SmCMnDkwKc4YPpydSAkNYkB0a2xQxRCa53QGyAnbsVmW7gLbVrm-yngphBeaitB0Piv1n4QIZl7g7aKTAytCsqJya97JZGS9vR3Vi28WMJZQ2xvcXJh6ZH-MYsoGNlbsNLx9AZTIrBxv/s1600/correio+d+amanha+julhop.png" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="323" data-original-width="551" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi5SmCMnDkwKc4YPpydSAkNYkB0a2xQxRCa53QGyAnbsVmW7gLbVrm-yngphBeaitB0Piv1n4QIZl7g7aKTAytCsqJya97JZGS9vR3Vi28WMJZQ2xvcXJh6ZH-MYsoGNlbsNLx9AZTIrBxv/s1600/correio+d+amanha+julhop.png" /></a></div>
<br />
<span style="font-size: large;">Curioso que na campanha de 60 o candidato militar - Lott - era apoiado por Prestes e os comunistas, e mesmo que os militares já tivessem dado o golpe em 24, 30, 37, 45 e 55, era Jânio - um campeão de votos, invicto de eleições democráticas - que representava a possibilidade de guerra civil.</span><br />
<br />
<span style="font-size: large;">(<i>Correio da Manhã</i>, 18/07/1960) <span style="color: #cccccc;">(10/12/18)</span></span><br />
<br />
<div style="text-align: center;">
<span style="font-size: large;">**********</span></div>
<div style="text-align: center;">
<br /></div>
<div style="text-align: center;">
<span style="font-size: large;"><b>CARETA - 1958</b></span></div>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhqP38SmQEsRiTZma6DVcuBmlLyDDVNCZPVwarq_eNTXpC3n8oB2LI9oJCDqbLv9R5J0h9tMTxAwDlS7pSS1m36jVReQqRzE7OCH7rwQRrLREMtSdygxUJONQt_2qySbQ8MfcBQZ8gk9lZO/s1600/careta+1958.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1600" data-original-width="1041" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhqP38SmQEsRiTZma6DVcuBmlLyDDVNCZPVwarq_eNTXpC3n8oB2LI9oJCDqbLv9R5J0h9tMTxAwDlS7pSS1m36jVReQqRzE7OCH7rwQRrLREMtSdygxUJONQt_2qySbQ8MfcBQZ8gk9lZO/s640/careta+1958.JPG" width="416" /></a></div>
<br />
<span style="font-size: large;">"Como artista é um espetáculo! Uns acham que ele está vivendo um drama, outros que interpreta uma farsa, uma comédia. Ele entra em cena, porém, como se fosse representar uma tragédia!..."</span><br />
<br />
<span style="font-size: large;">Os partidos, já pensando na eleição presidencial de 1960, tentam entender o histriônico e popularíssimo governador de São Paulo.</span><br />
<br />
<span style="font-size: large;">Interessante como o grande desenhista Théo simbolizou cada um: PTB - getulismo sindicalista (real ou fictício), UDN - esquerda engomada e bacharelesca, e PSD - getulismo fisiológico.</span><br />
<br />
<span style="font-size: large;">Jânio não precisava de nenhum deles. Se elegeria por qualquer partido. No fim acabou cobiçado por todos. <span style="color: #cccccc;">(11/12/18)</span></span><br />
<br />
<div style="text-align: center;">
<span style="font-size: large;"><b>**********</b></span></div>
<div style="text-align: center;">
<b><br /></b></div>
<div style="text-align: center;">
<span style="font-size: large;"><b>NA SAÍDA DA IGREJA</b></span></div>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgKAc40oOzHxv1wSMrT17_FQJRsAtTIA6GTiv6y5H7cjjGOv9rtY0iQP2n_xNUWn7sp1_oRaJHNyTWZqv8tBihSLeiEQI3Y-BsrxiLW-bchN2sGBFe4eCxBHMAk9Y4ON6kmgtHnJYA4hHJG/s1600/j2.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="549" data-original-width="554" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgKAc40oOzHxv1wSMrT17_FQJRsAtTIA6GTiv6y5H7cjjGOv9rtY0iQP2n_xNUWn7sp1_oRaJHNyTWZqv8tBihSLeiEQI3Y-BsrxiLW-bchN2sGBFe4eCxBHMAk9Y4ON6kmgtHnJYA4hHJG/s1600/j2.JPG" /></a></div>
<br />
<span style="font-size: large;">Jânio acabava de ser eleito presidente. Dias depois sua filha única se casou. Na saída da igreja, o público avança sobre o presidente com esperança e otimismo.</span><br />
<br />
<span style="font-size: large;">O presidente eleito rompe o bloqueio da polícia e abraça um sujeito que se jogou sobre ele por cima de um carro. Ele sorri. Os policiais tentam tirar o sujeito mas também não conseguem sopitar um sorriso de alegria.</span><br />
<br />
<span style="font-size: large;">Nunca o Brasil foi tão real. E nunca mais será. <span style="color: #cccccc;">(30/12/18)</span></span><br />
<br />
<div style="text-align: center;">
<span style="font-size: large;"><b>**********</b></span><br />
<br />
<span style="font-size: large;"><b>HISTÓRIA ENTRELAÇADA</b></span><br />
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjCC5R6-5WmYdi7lgRq8nFucolMx4JUFRVQAetHmN74xsqgjZ4Jg3C6CEzYjeA4v0d4Kdsr01XfEtsc1ekSrEeRFkmHg5CQU1WReAaGdkepP9Exiz77C7c6XEaMXVfxANBIYiX0hlQ0jzdE/s1600/Sem+t%25C3%25ADtulo+r.png" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="495" data-original-width="564" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjCC5R6-5WmYdi7lgRq8nFucolMx4JUFRVQAetHmN74xsqgjZ4Jg3C6CEzYjeA4v0d4Kdsr01XfEtsc1ekSrEeRFkmHg5CQU1WReAaGdkepP9Exiz77C7c6XEaMXVfxANBIYiX0hlQ0jzdE/s1600/Sem+t%25C3%25ADtulo+r.png" /></a></div>
<br />
<span style="font-size: large;">O Grupo de Pesquisa em Historiografia da Língua Portuguesa, ligado ao Programa de Estudos Pós-Graduados em Língua Portuguesa da PUC-SP e ao Programa de Pós-Graduação em Letras da Universidade Mackenzie lançou, em 2014, o sexto volume da coleção “História Entrelaçada”, tratando de “Língua Portuguesa na década de 1960: Língüística, Gramática e Educação”.</span><br />
<br />
<span style="font-size: large;">Para tanto, as autoras Neusa Barbosa Bastos e Dieli Vesaro Palma fizeram uma pesquisa abalizada e profunda, e tive o prazer de constatar que a biografia de Jânio foi de grande ajuda às duas professoras. Jânio também teria ficado satisfeito, vendo um trabalho a seu respeito sendo utilizado para compor um estudo sobre a Língua Portuguesa.</span><br />
<div class="MsoNormal" style="background-color: white; color: #333333; font-family: Georgia, serif; font-size: 13px; line-height: 20.8px; margin-bottom: 0cm;">
<i style="font-family: georgia, serif;">______________________________________</i><br />
<div style="color: black; font-family: "Times New Roman"; font-size: medium;">
<br /></div>
<div style="color: black; font-family: "Times New Roman"; font-size: medium;">
<span style="color: #333333; font-family: "georgia" , serif;"><span style="line-height: 20.8px;"><i>Jânio - Vida e Morte do Homem da Renúncia</i></span></span></div>
<div style="color: black; font-family: "Times New Roman"; font-size: medium;">
<span style="color: #333333; font-family: "georgia" , serif;"><span style="line-height: 20.8px;"><i>Vol I: "Um Moço Bem Velhinho"</i></span></span></div>
<div style="color: black; font-family: "Times New Roman"; font-size: medium;">
<span style="color: #333333; font-family: "georgia" , serif;">Bernardo Schmidt</span></div>
<div style="color: black; font-family: "Times New Roman"; font-size: medium;">
<span style="color: #333333; font-family: "georgia" , serif;">Editora O Patativa</span></div>
<div style="color: black; font-family: "Times New Roman"; font-size: medium;">
<span style="color: #333333; font-family: "georgia" , serif;">350 pgs ilustradas</span></div>
<div style="color: black; font-family: "Times New Roman"; font-size: medium;">
<span style="color: #333333; font-family: "georgia" , serif;">R$ 30,00 (Frete incluso para todo o Brasil)</span></div>
<div style="color: black; font-family: "Times New Roman"; font-size: medium;">
<span style="color: #333333; font-family: "georgia" , serif;"><span style="line-height: 20.8px;"><i><br /></i></span></span><span style="color: #333333; font-family: "georgia" , serif;"><span style="line-height: 20.8px;">Compre através do e-mail<i> editora.opatativa@gmail.com</i></span></span></div>
<i style="font-family: georgia, serif;"></i><br />
<div style="color: black; font-family: "Times New Roman"; font-size: medium;">
<span style="color: #333333; font-family: "georgia" , serif;"><span style="line-height: 20.8px;"><i>______________________________________</i></span></span></div>
</div>
<div class="MsoNormal" style="background-color: white; color: #333333; font-family: Georgia, serif; font-size: 13px; line-height: 20.8px; margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: "georgia" , serif; line-height: 20.8px;"><span style="line-height: 20.8px;"><i><br /></i></span></span><span style="font-family: "georgia" , serif; line-height: 20.8px;"></span><span style="font-family: "georgia" , serif; line-height: 20.8px;">Ver também:</span></div>
<ul style="background-color: white; color: #333333; font-family: Georgia, serif; font-size: 13px; line-height: 20.8px;">
<li><a href="http://bernardoschmidt.blogspot.com.br/2015/11/pilulas-janisticas-1.html" style="color: #999999; text-decoration-line: none;" target="_blank"><span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Pílulas Janísticas - 1</span></a></li>
<li><a href="http://bernardoschmidt.blogspot.com.br/2015/11/pilulas-janisticas-2.html" style="color: #999999; text-decoration-line: none;" target="_blank"><span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Pílulas Janísticas - 2</span></a></li>
<li><a href="http://bernardoschmidt.blogspot.com.br/2015/11/pilulas-janisticas-3.html" style="color: #999999; text-decoration-line: none;" target="_blank"><span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Pílulas Janísticas - 3</span></a></li>
<li><span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><a href="http://bernardoschmidt.blogspot.com.br/2015/12/pilulas-janisticas-4.html" style="color: #999999; text-decoration-line: none;" target="_blank">Pílulas Janísticas - 4</a></span></li>
<li><a href="http://bernardoschmidt.blogspot.com.br/2016/03/pilulas-janisticas-5.html" style="color: #999999; text-decoration-line: none;" target="_blank">Pílulas Janísticas - 5</a></li>
<li><a href="http://bernardoschmidt.blogspot.com.br/2016/05/pilulas-janisticas-6.html" style="color: #999999; text-decoration-line: none;" target="_blank">Pílulas Janísticas - 6</a></li>
<li><a href="http://bernardoschmidt.blogspot.com.br/2016/09/pilulas-janisticas-7.html" style="color: #999999; text-decoration-line: none;" target="_blank">Pílulas Janísticas - 7</a></li>
<li><a href="http://bernardoschmidt.blogspot.com.br/2017/01/pilulas-janisticas-8.html" style="color: #999999; text-decoration-line: none;" target="_blank">Pílulas Janísticas - 8</a></li>
<li><a href="https://bernardoschmidt.blogspot.com/2017/03/pilulas-janisticas-9.htmll" style="color: #999999; text-decoration-line: none;" target="_blank">Pílulas Janísticas - 9</a></li>
</ul>
<ul style="background-color: white; color: #333333; font-family: Georgia, serif; font-size: 13px; line-height: 20.8px;">
<li><span style="font-family: "georgia" , serif; line-height: 20.8px;"><a href="http://bernardoschmidt.blogspot.com.br/2013/01/janio-vida-e-morte-do-homem-da-renuncia_28.html" style="color: #999999; text-decoration-line: none;" target="_blank">Jânio - Vida e Morte do Homem da Renúncia - Parte 1</a></span></li>
<li><span style="font-family: "georgia" , serif; line-height: 20.8px;"><a href="http://bernardoschmidt.blogspot.com.br/2013/01/janio-vida-e-morte-do-homem-da-renuncia.html" style="color: #999999; text-decoration-line: none;" target="_blank">Jânio - Vida e Morte do Homem da Renúncia - Parte 2</a></span></li>
<li><span style="font-family: "georgia" , serif; line-height: 20.8px;"><a href="http://bernardoschmidt.blogspot.com.br/2013/06/entrevista-sobre-janio-quadros-no.html" style="color: #999999; text-decoration-line: none;" target="_blank">A biografia de Jânio no Programa do Jô</a></span></li>
<li><span style="font-family: "georgia" , serif; line-height: 20.8px;"><a href="http://bernardoschmidt.blogspot.com.br/2011/01/o-dia-em-que-conheci-janio.html" style="color: #999999; text-decoration-line: none;" target="_blank">O dia em que conheci Jânio</a></span></li>
<li><span style="font-family: "georgia" , serif; line-height: 20.8px;"><a href="http://bernardoschmidt.blogspot.com.br/2014/08/dirce-tutu-quadros-19432014.html" style="color: #999999; text-decoration-line: none;" target="_blank">Dirce "Tutu" Quadros (1943/2014)</a></span></li>
</ul>
<div class="MsoNormal" style="background-color: white; color: #333333; font-family: Georgia, serif; font-size: 13px; line-height: 20.8px; margin-bottom: 0cm;">
<i style="font-family: georgia, serif; line-height: 20.8px;">______________________________________</i></div>
<span style="font-size: large;"><br /></span>Bernardo Schmidthttp://www.blogger.com/profile/12196150324865840023noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4381988697960596291.post-72759995636122142072018-12-22T19:15:00.000-08:002020-01-26T12:57:17.408-08:00Ειρήνη Παπά, Eiríni Papás, Irene Papas — 3/7<br />
<div style="text-align: center;">
<span style="font-size: large;"><b><u>Os 70 anos de «Χαμένοι Άγγελοι», a estréia</u></b></span></div>
<div style="text-align: center;">
<span style="font-size: large;"><b><u>de Irene Papas no cinema</u></b></span></div>
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj3cq8qxNqzycTmWdTA3BwMUiNjJfjxGgzeniVHy_K6juuQsp_mXhP5PQy3b-gMbZcvkC7Fr18ssc8DbgNdHvn3_k6IlAw5wnVzbjTIfc9QT-zCqli77vYLPa5zBslNWAPoLc-_dJ_lXyts/s1600/%25CE%2595%25CE%25BB%25CE%25BB%25CE%25B7%25CE%25BD%25CE%25B9%25CE%25BA%25CE%25AE%25CF%2582+%25CE%25B2%25CE%25B1%25CF%2583%25CE%25AF%25CE%25BB%25CE%25B9%25CF%2583%25CF%2583%25CE%25B1%25CF%2582+%25CE%2595%25CE%25B9%25CF%2581%25CE%25AE%25CE%25BD%25CE%25B7+%25CE%25A0%25CE%25B1%25CF%2580%25CE%25AC.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="612" data-original-width="403" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj3cq8qxNqzycTmWdTA3BwMUiNjJfjxGgzeniVHy_K6juuQsp_mXhP5PQy3b-gMbZcvkC7Fr18ssc8DbgNdHvn3_k6IlAw5wnVzbjTIfc9QT-zCqli77vYLPa5zBslNWAPoLc-_dJ_lXyts/s640/%25CE%2595%25CE%25BB%25CE%25BB%25CE%25B7%25CE%25BD%25CE%25B9%25CE%25BA%25CE%25AE%25CF%2582+%25CE%25B2%25CE%25B1%25CF%2583%25CE%25AF%25CE%25BB%25CE%25B9%25CF%2583%25CF%2583%25CE%25B1%25CF%2582+%25CE%2595%25CE%25B9%25CF%2581%25CE%25AE%25CE%25BD%25CE%25B7+%25CE%25A0%25CE%25B1%25CF%2580%25CE%25AC.jpg" width="421" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><div>
<span style="font-size: small;"><i>Irene, no início da década de 70</i></span></div>
</td></tr>
</tbody></table>
<br />
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: right; margin-left: 1em; text-align: right;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhSSnd4VjHXZWzqwn90EyZD3TfKkh_OUzB3CWBZlh4mJVEqOjX8RHl2v2TEqB4p52f27pn2vGLQqe7Qe9GC52c8CQpBGK9qwwFx3cZNE6hCUjPQRWHnzSXz1HOzNwfGuSZkTabGqxxYssFX/s1600/Lelekou.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="423" data-original-width="307" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhSSnd4VjHXZWzqwn90EyZD3TfKkh_OUzB3CWBZlh4mJVEqOjX8RHl2v2TEqB4p52f27pn2vGLQqe7Qe9GC52c8CQpBGK9qwwFx3cZNE6hCUjPQRWHnzSXz1HOzNwfGuSZkTabGqxxYssFX/s400/Lelekou.jpg" width="290" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i><span style="font-size: small;">Irene, meados da década de 40</span></i></td></tr>
</tbody></table>
<span style="font-size: large;">Irene Papas, com apenas 21 anos, estava no Conservatório Dramático de Atenas trabalhando em uma montagem de <i>Macbeth </i>dirigida pelo mestre Dimítri Rontíri (1899/1982). Lá foi vista por Alékos Sakellários (1913/1991), uma das maiores inteligências da Grécia e homem dos sete instrumentos: era escritor, jornalista, dramaturgo, roteirista, compositor e mais uma série de outras coisas. Na mesma época ela chegou a participar de um espetáculo musical de </span><span style="font-size: large;">Sakellários (</span><span style="font-size: large;">«Άνθρωποι… Άνθρωποι», parceria com Christos Giannakopoulos). Ele f</span><span style="font-size: large;">icou maravilhado com a beleza de Irene, não só no palco mas andando, como qualquer outra pessoa, pela praça Syntagma, em Atenas. Consignou o fato em suas <a href="https://www.protagon.gr/epikairotita/eirini-papa-sta-92-tis-xronia-san-anoiksiatiko-louloudi-44341683457" target="_blank">memórias</a>: "Uma linda criatura com um vestido longo e simples, cheio de pregas, movendo-se com majestade, e no entanto, com simplicidade". E fez o paralelo que se repetiria tantas vezes na vida de Irene: "Como uma cariátide", comparando-a às estátuas femininas que sustentam estruturas arquitetônicas da Grécia antiga no lugar de colunas. Mas a admiração não ficou só nisso; Sakellários entrou em contato com o amigo Philoptimis Finos, dono do estúdio de cinema Finos Film, inaugurado pouco antes, e recomendou Irene. O produtor não perdeu tempo e a colocou na mais nova produção do estúdio: o filme «Χαμένοι Άγγελοι», (</span><span style="font-size: large;">"Lost Angels</span><span style="font-size: large;">", </span><span style="font-size: large;">"Anjos Perdidos"), roteiro e direção do então iniciante Nikos Tsiforos (1912/1970), mais tarde renomadíssimo na Grécia.</span><br />
<br />
<div style="text-align: left;">
</div>
<span style="font-size: large;">O filme estreou no dia 22 de dezembro de 1948. Foi um sucesso absolutamente inesperado. Bancado integralmente pelo sogro de Finos, Χαμένοι Άγγελοι liderou as bilheterias gregas e foi a alegria financeira da família. E de quebra ainda nos mostrou pela primeira vez, na exuberância de seus 22 anos, aquela que viria ser a maior atriz grega do século XX: Irene Papas.</span><br />
<br />
<span style="font-size: large;">A seguir, no terceiro artigo sobre Irene e sua carreira, e celebrando os 70 anos da estréia dessa imensa rainha no cinema, veremos um comentário inédito sobre seus primeiros sete filmes. Existe uma divisão muito clara nesse período inicial. Temos Χαμένοι Άγγελοι em 1948; um hiato até 1951, quando ela faz Νεκρή πολιτεία — ambos para a Finos Film — e a partir daí teremos cinco filmes feitos em seqüência na Itália, sendo que apenas <i>The Man from Cairo</i> é falado em inglês, por ser veículo para George Raft. Vamos a eles.</span><br />
<br />
<div style="text-align: center;">
<span style="font-size: large;"><span style="color: red;"><b><u>ΧΑΜΕΝΟΙ ΑΓΓΕΛΟΙ</u></b></span></span><br />
<b style="color: red;"><u><span style="font-size: large;">(<i>Anjos Perdidos</i>, 1948)</span></u></b></div>
<br />
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: left; margin-right: 1em; text-align: left;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhOsIvYxzMvBgy1UtZWwRoTj9wsHkQPZZdyZ10Gw4pMpZO2ngYOorEJd2if-gws4rs1VNfY__L4vFOD2zijX3g4O6jKCnoPk4ESppPpJ6X38qH9fWxDI7lV6ewGX8OjruZAnm2bFFnvePvQ/s1600/%25CE%25A7%25CE%25B1%25CE%25BC%25CE%25AD%25CE%25BD%25CE%25BF%25CE%25B9_%25CE%25AC%25CE%25B3%25CE%25B3%25CE%25B5%25CE%25BB%25CE%25BF%25CE%25B9_%2528%25CE%25B5%25CE%25BE%25CF%258E%25CF%2586%25CF%2585%25CE%25BB%25CE%25BB%25CE%25BF%2529.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="351" data-original-width="250" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhOsIvYxzMvBgy1UtZWwRoTj9wsHkQPZZdyZ10Gw4pMpZO2ngYOorEJd2if-gws4rs1VNfY__L4vFOD2zijX3g4O6jKCnoPk4ESppPpJ6X38qH9fWxDI7lV6ewGX8OjruZAnm2bFFnvePvQ/s1600/%25CE%25A7%25CE%25B1%25CE%25BC%25CE%25AD%25CE%25BD%25CE%25BF%25CE%25B9_%25CE%25AC%25CE%25B3%25CE%25B3%25CE%25B5%25CE%25BB%25CE%25BF%25CE%25B9_%2528%25CE%25B5%25CE%25BE%25CF%258E%25CF%2586%25CF%2585%25CE%25BB%25CE%25BB%25CE%25BF%2529.jpg" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i><span style="font-size: small;">Capa do DVD; infelizmente não foi possível<br />encontrar o poster original</span></i></td></tr>
</tbody></table>
<span style="font-size: large;">Elli (Smaroula Giouli) vive na pobreza com a mãe doente, Fani (Anna Hristoforidou), e o padrasto, Loukas (Mimis Fotopoulos), um picareta menor que vive entrando e saindo da cadeia. Ele conhece o traficante Hristos Terakis (Hristos Tsaganeas), que precisa de uma pessoa que sirva como mula de suas drogas. O padrasto chama Elli para o trabalho, explicando apenas tratar-se de um serviço de entregas, e acenando com o gordo pagamento que possibilitará a internação da mãe. Terakis gosta da menina e a contrata, com a condição de ela nunca revelar seu trabalho e dizer, sempre que perguntada, que só o que faz é ajudar a faxineira do escritório.</span><br />
<br />
<span style="font-size: large;">O namorado da moça, Andreas (Nikos Kazis) é um estudante de medicina que à noite ganha dinheiro como <i>crooner</i> de um restaurante de luxo. Uma noite Terakis vai até lá com sua namorada Liana (</span><span style="font-size: large;">Irene)</span><span style="font-size: large;">, pelo menos trinta anos mais nova. Linda, alta, deslumbrante, jovem e sexy. E com o ar de perversa que cai bem a uma mulher dessa idade andando com um velho evidentemente mau caráter. O rapaz e a banda ocasionalmente vão até as mesas onde há casais e cantam músicas românticas. Fazem isso na mesa de Terakis e Liana fica fascinada com o </span><i><span style="font-size: large;">crooner</span></i><span style="font-size: large;">. Ela começa a segui-lo, secretamente e descobre que ele é namorado da menina que começou a trabalhar com Terakis.</span><br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhZgOgnwiEt1D7cRlE6fIdJ1aj_ANQEnI0x5hh5qUCu9lZ4LchMtzL77i0I6tCl7lHp-b05IKBI56ftWBnRHEv3IIOk883K9AqqN4m3LdOPaVcvaGTKaMZXIbI7GBGf6UozpLcXzvp4ZLvx/s1600/Irene+Papas+1948+%25284%2529.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="403" data-original-width="557" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhZgOgnwiEt1D7cRlE6fIdJ1aj_ANQEnI0x5hh5qUCu9lZ4LchMtzL77i0I6tCl7lHp-b05IKBI56ftWBnRHEv3IIOk883K9AqqN4m3LdOPaVcvaGTKaMZXIbI7GBGf6UozpLcXzvp4ZLvx/s1600/Irene+Papas+1948+%25284%2529.jpg" /></a></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgOBOwKFr-UmmSs7lsteLeoAyFP1PweJlOj53R4yds8AihfCkYuaFo8bU1pTlXNxZvTutvJlyoq4tdUSsLRwIIzihKIQnRLFgD6TlgpyfwM4Zat_6NpNX2ojr5imCWd7VaYyfD_S6cU73rB/s1600/Irene+Papas+1948+%252810%2529.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="403" data-original-width="559" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgOBOwKFr-UmmSs7lsteLeoAyFP1PweJlOj53R4yds8AihfCkYuaFo8bU1pTlXNxZvTutvJlyoq4tdUSsLRwIIzihKIQnRLFgD6TlgpyfwM4Zat_6NpNX2ojr5imCWd7VaYyfD_S6cU73rB/s1600/Irene+Papas+1948+%252810%2529.jpg" /></a></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjuuy7MysRiOluv-Z4v0bvOrnCl9ERlHUhXvEUCMElHbj7E8Eb-5HhEC-3IaFTBSPKa-GPnWESaX-W_Jy24Q1zrARJM4jYfYtEzVurSQHuDSXqrEpiqefPpo5N1MJ_8h2hzRrJNc5hz7Hf0/s1600/Irene+Papas+1948+%252811%2529.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="401" data-original-width="560" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjuuy7MysRiOluv-Z4v0bvOrnCl9ERlHUhXvEUCMElHbj7E8Eb-5HhEC-3IaFTBSPKa-GPnWESaX-W_Jy24Q1zrARJM4jYfYtEzVurSQHuDSXqrEpiqefPpo5N1MJ_8h2hzRrJNc5hz7Hf0/s1600/Irene+Papas+1948+%252811%2529.jpg" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i><span style="font-size: small;">As primeiras cenas de Irene no cinema, com Periklis Hristoforidis (Mihalis) e Hristos Tsaganeas (Terakis). O comentário do chapeleiro Mihalis define a atriz desde sua estréia: "Que mulher!"</span></i></td></tr>
</tbody></table>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<div style="text-align: right;">
</div>
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: right; margin-left: 1em; text-align: right;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg-_9uC1NzMxNKxF0JDOv7BUQp0IoGQ3JCM-pw9jcIXuSfeeneyQcs7814nOSgJYm21An5Q2trffNwtP3No5hn3yCW6FV8u8Y1gf95wh462B9ikaRws_nreg7J7jiDJ2N58HgAcRZVc7MXG/s1600/Irene+Papas+1948+%252823%2529a.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="662" data-original-width="334" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg-_9uC1NzMxNKxF0JDOv7BUQp0IoGQ3JCM-pw9jcIXuSfeeneyQcs7814nOSgJYm21An5Q2trffNwtP3No5hn3yCW6FV8u8Y1gf95wh462B9ikaRws_nreg7J7jiDJ2N58HgAcRZVc7MXG/s1600/Irene+Papas+1948+%252823%2529a.jpg" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i><span style="font-size: small;">Aprendendo a usar a câmera: penteado "ninho de<br />pássaros" e olhar de serial killer</span></i></td></tr>
</tbody></table>
<span style="font-size: large;">Em uma das ocasiões assiste de longe uma discussão entre Andreas e Elli em que o rapaz insiste em saber de onde vem o dinheiro que paga a internação de Fani e as roupas novas de Elli. Ele desconfia que ela e Terakis tenham uma relação que vai além do amor entre pai e filha. Elli se vê na terrível situação de não poder contar nada, o que aumenta o ciúme e a desconfiança do namorado. Tendo acompanhado a discussão e a irritação de Andreas, Liana se encontra com ele e alimenta a desconfiança do rapaz: diz a ele que Terakis e Elli tem, de fato, um caso, e se Andreas quiser uma prova é só ir até a frente do escritório de Terakis à meia-noite, que é a hora em que Elli sai de lá. Um horário evidentemente suspeito para alguém que se dizia unicamente assistente da faxineira. Dentro do escritório, Terakis e Elli conversam. Ela conta do dilema de não poder falar a verdade para o namorado. Terakis diz que não há lugar para o coração nos negócios e conta sua própria história; era pobre na juventude, se apaixonou por uma mulher e ela engravidou. Mas ela o desprezou por ser pobre e foi embora com um sujeito rico. Terakis então foi para o Egito, onde se inicia sua vida de crime. Perguntado por Elli sobre o destino da mulher e do filho que tiveram, Terakis diz que a moça foi expulsa de sua casa quando a gravidez foi descoberta e o sujeito rico não se casou com ela. Elli então vai embora. Andreas fica horrorizado quando a vê saindo e pegando um táxi. Liana então se insinua mas Andreas a rejeita.</span><br />
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhwzHdzElAPZP3gEptIB0Y8fIUeloEY34fK-5DK5yRki0EyNx1Zsedjp2oOkxH4YHVyW3i7wmLgCBylOb-84mYPWWkyG5c_g-ebAetTfcMd7r1OZLKpFQzJGZG6FZLv4hV2UVUbFrKbs-ZF/s1600/Irene+Papas+1948+%252866%2529.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="778" data-original-width="547" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhwzHdzElAPZP3gEptIB0Y8fIUeloEY34fK-5DK5yRki0EyNx1Zsedjp2oOkxH4YHVyW3i7wmLgCBylOb-84mYPWWkyG5c_g-ebAetTfcMd7r1OZLKpFQzJGZG6FZLv4hV2UVUbFrKbs-ZF/s1600/Irene+Papas+1948+%252866%2529.jpg" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i><span style="font-size: small;">Liana (Irene) tenta agarrar Andreas (Nikos Kazis) mas ele se desvencilha e sai correndo. Sinceramente, é levar o "faz-de-conta" longe demais</span></i></td></tr>
</tbody></table>
<br />
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: left; margin-right: 1em; text-align: left;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhbIv_6BdVL8yyx2bOrlRpp4T27DAbkjwPSN8NYzye7SkWfB_xwDA2uofxhk-cXNlOdyIT-k7A2TDXoDTuJAM24sG78o8YJTTbg7pd2TPNBl9zOtgWrUXTVSdcKx_qDSDi8Y_IgHiiwF4RI/s1600/Irene+Papas+1948+%252874%2529.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="997" data-original-width="332" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhbIv_6BdVL8yyx2bOrlRpp4T27DAbkjwPSN8NYzye7SkWfB_xwDA2uofxhk-cXNlOdyIT-k7A2TDXoDTuJAM24sG78o8YJTTbg7pd2TPNBl9zOtgWrUXTVSdcKx_qDSDi8Y_IgHiiwF4RI/s1600/Irene+Papas+1948+%252874%2529.jpg" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i><span style="font-size: small;">Elli: "Você quer me comprar?''<br />Liana: "É uma questão de perspectiva..."<br />Liana (Irene) oferece dinheiro a Elli (Samaroula<br />Giouli): um manancial de caras de malvada </span></i></td></tr>
</tbody></table>
<span style="font-size: large;">A tentativa seguinte de Liana é com a própria Elli, a quem visita em sua casinha modesta. Liana lhe oferece dinheiro para deixar Andreas, sob o pretexto de que Elli é uma mulher fraca demais para um homem como ele. Elli fica ultrajada; diz à Liana que antes pensava que ela só vendia amor, mas agora via que ela também comprava. Diz que é pobre mas tem dignidade e expulsa Liana de sua casa.</span><br />
<br />
<span style="font-size: large;">Mais tarde vemos Loukas perdendo largas quantias de dinheiro em uma mesa de jogo. Quebrado, ele vai até o escritório de Terakis, que naquele momento entregava a Elli uma nova encomenda. Bêbado, Loukas pede dinheiro. Quando Terakis lhe diz que já lhe deu dinheiro dois dias antes, Loukas cita a fortuna que a menina lhe vem fazendo com as entregas. Elli pede para não ser envolvida na discussão e Loukas se torna violento e a estapeia. Indignado, Terakis segura Loukas, que puxa um canivete e os dois tem violenta altercação. Terakis encontra o que parece ser uma faca para abrir cartas em sua mesa e mata Loukas com várias facadas. A cena é presenciada por Elli e por Liana, que chegara há pouco.</span><br />
<br />
<span style="font-size: large;">Liana aproveita que Elli está confusa e chocada e diz a Terakis que vá embora; ela ficará e dará um jeito de atribuir o crime a outra pessoa, diz ela, olhando para Elli. Terakis sai, Liana diz a Elli para ajudá-la a carregar o corpo e quando Elli se agacha para segurar as pernas, Liana lhe dá uma pancada na cabeça com um peso de papel. Elli cai desacordada, Liana limpa as impressões digitais de Terakis da faca e deposita o objeto nas mãos de Elli. Em seguida chama a polícia. Elli é presa e, tendo levado uma pancada na cabeça, não consegue concatenar as palavras na hora de seu depoimento. Acaba assinando uma confissão do crime.</span><br />
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgpJJJ0R4poI4CXkG6kppSCn4WprCuaG-80Yl3dHatnH2VNRiAF1CEQ3o_oKl4HNDoHeLNv7ewigPc8YccVUvAP1vZ16vawjvmMFBNOjUezXwukaZSDWEMHbIJQuqa7gy2Hbtk_rNCvTSb6/s1600/Irene+Papas+1948+%252821%2529.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="986" data-original-width="549" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgpJJJ0R4poI4CXkG6kppSCn4WprCuaG-80Yl3dHatnH2VNRiAF1CEQ3o_oKl4HNDoHeLNv7ewigPc8YccVUvAP1vZ16vawjvmMFBNOjUezXwukaZSDWEMHbIJQuqa7gy2Hbtk_rNCvTSb6/s1600/Irene+Papas+1948+%252821%2529.jpg" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: small;"><i>Hristos Tsaganeas (Terakis), Smaroula Giouli (Elli), Nikos Kazis (Andreas), Irene (Liana),<br />Anna Hristoforidou (Fani) e Mimis Fotopoulos (Loukas)</i></span></td></tr>
</tbody></table>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: right; margin-left: 1em; text-align: right;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi396psBXlnDA_tvmYiQbRGKncLaPCxQYN0exF3Pjm7tkCzngWVAGsU3Hcc5RBHz6thC99iLvwYhDyBhL6A01Ku8gcBB9qzHUGdMid6nXQ2LMFYI1RzvKceqV65vA3Fm_54CHLE1xEd67DV/s1600/Irene+Papas+1948+%2528120%2529.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1100" data-original-width="334" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi396psBXlnDA_tvmYiQbRGKncLaPCxQYN0exF3Pjm7tkCzngWVAGsU3Hcc5RBHz6thC99iLvwYhDyBhL6A01Ku8gcBB9qzHUGdMid6nXQ2LMFYI1RzvKceqV65vA3Fm_54CHLE1xEd67DV/s1600/Irene+Papas+1948+%2528120%2529.jpg" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i><span style="font-size: small;">Brilhos e piteiras: uma vamp de 22 anos<br />e 1,78 de altura</span></i></td></tr>
</tbody></table>
<span style="font-size: large;">Andreas, a essa altura, já sabe de tudo e suspeita que Elli tenha sido vítima de uma armação, pois a conhece bem e sabe que ela nunca mataria ninguém. Se encontra com Liana, que está radiante e feliz, achando que Andreas finalmente decidiu ficar com ela. Mas o que ele quer, na verdade, é que ela o ajude a inocentar Elli. Liana fica ressentida e diz, com ódio, que não ajudaria Elli nem se ela fosse inocente. Andreas dispara meia dúzia de insultos à Liana e vai embora. Essa cena é particularmente memorável porque Liana é carismática e, com toda a sua vilania, é difícil não gostar dela. Antes da conversa azedar ela se mostra sincera, feliz e empolgada como uma adolescente. Sabe-se Deus por que razão ela realmente gosta do menino e vê o possível relacionamento deles como uma tábua de salvação para sua vida de mau-caratismo. Quando ele a agride verbalmente e vai embora a câmera mostra Liana ferida e triste. Não deveríamos ter pena dela, mas temos. </span><span style="font-size: large;">Além disso, dentro de todas as suas caretas e exageros de estreante no cinema, ela acerta em cheio em mostrar, no fim, uma expressão muito mais de doloroso ressentimento, do que propriamente de tristeza.</span><br />
<br />
<span style="font-size: large;">Na seqüência ela vai até o escritório de Terakis e pede sua parte no negócio todo, para poder ir embora. Ele lhe diz que ela só receberá alguma coisa depois de finalizado o julgamento que mandará Elli para a cadeia. É mais uma demonstração de que ela quer deixar essa vida o mais rápido possível. </span><span style="font-size: large;">Na clínica, Andreas conversa com Fani e a ela decide ir conversar com Terakis. Acredita que sendo mãe, saberá comover o traficante. Ao entrar em seu escritório há uma reviravolta digna da <i>comedia dellarte</i>: Fani reconhece Terakis como sendo na verdade Hristos Dalakos, o namorado a quem ela rejeitou por um homem rico quando estava grávida. Ela é a mulher sobre quem Terakis contou a Elli. Terakis, portanto é o pai de Elli. Sem saber que ele é o assassino, Fani implora que ele a ajude a inocentar a filha de ambos. Terakis fica balançado mas a mágoa de ter sido desprezado no passado fala mais alto. Ele lembra a ela que também implorou uma vez e ela o desprezou. Fani responde que eram crianças, que o momento era de salvar Elli mas ele não se abala e a expulsa de seu escritório.</span><br />
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh8_TKc7elBp_UB_bv_UVMa3FEvNAISySwMR77e50rQ3vGIPS3Vk4MiSWQJCaSpPKm6FVuYW_Kaj83G4f9UB088i4tSBmdnDsG9Z7lpyzIyxr4D3_lE4O77V_BbQJB7cN6jXyoZWVkVnsKO/s1600/Irene+Papas+1948+%2528133%2529.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1391" data-original-width="534" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh8_TKc7elBp_UB_bv_UVMa3FEvNAISySwMR77e50rQ3vGIPS3Vk4MiSWQJCaSpPKm6FVuYW_Kaj83G4f9UB088i4tSBmdnDsG9Z7lpyzIyxr4D3_lE4O77V_BbQJB7cN6jXyoZWVkVnsKO/s1600/Irene+Papas+1948+%2528133%2529.jpg" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i><span style="font-size: small;">Felicidade adolescente e ressentimento doloroso... e um chapéu<br />que parece um quiche de alho-poró</span></i></td></tr>
</tbody></table>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: left; margin-right: 1em; text-align: left;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgD_NJV63q0dIMVhTKB-CtASXQMRPlHFKSDEA_7Bq33craKP4Hp6Gb4a_6T3XTf0WMvf5o6gq-ULbmx53VEbRczP3ykJ_Q_XRL04GtsVfopNXmxIyM4DTWhIzGvp88JxZtloPYzGgZapj_T/s1600/Irene+Papas+1948+%2528165%2529.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="517" data-original-width="333" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgD_NJV63q0dIMVhTKB-CtASXQMRPlHFKSDEA_7Bq33craKP4Hp6Gb4a_6T3XTf0WMvf5o6gq-ULbmx53VEbRczP3ykJ_Q_XRL04GtsVfopNXmxIyM4DTWhIzGvp88JxZtloPYzGgZapj_T/s1600/Irene+Papas+1948+%2528165%2529.jpg" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i><span style="font-size: small;">Condenada como cúmplice</span></i></td></tr>
</tbody></table>
<span style="font-size: large;">Durante o julgamento, Liana repete a mesma história que já contara durante seu depoimento, incriminando apenas Elli. O promotor faz um violento pronunciamento pedindo a prisão perpétua para Elli. Terakis, entretanto, tem uma crise de consciência e vai até o tribunal, onde confessa seu crime e inocenta a filha. Elli é inocentada e recobra sua memória, que estava afetada desde a pancada que levou. Liana é presa como cúmplice mas antes de levarem Terakis, Elli o abraça e o chama de pai. Ele pede perdão por tudo e ela diz que vai esperá-lo.</span><br />
<br />
<span style="font-size: large;">O filme estreou em 22 de dezembro de 1948 e, como já se viu, foi um inusitado sucesso. </span><span style="font-size: large;">Nikos Tsiforos filmou Τελευταία αποστολή ("A Última Missão") no ano seguinte e o filme foi novamente protagonizado por Samaroula Giouli. Embora lançado em 1949, ele participou da competição em Cannes, em 1951. Foi o primeiro filme grego a competir no festival. </span><span style="font-size: large;">Mas só quem realmente prosperou no cinema, de todo esse elenco, foi Irene. Vários deles continuaram fazendo filmes pelas décadas seguintes, sem jamais sair da Grécia. Nikos Kazis, por sinal, se reencontraria com Irene em 1961, interpretando Hemon para a Antígona da atriz, no hoje clássico Αντιγόνη, </span><i style="font-size: x-large;">Antígona</i><span style="font-size: large;">, de Yorgos Tzavellas. </span><br />
<div>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh6hZmnIV8nd0P0MGgFa9h3xiF6hmYF19HRIgncZ0wvsXMiAij3nHc2UzMqWkIuibkZsD_x41dWJhlbMysygL8dhHarFcEo8tIQOpcRG6PiU2ySqi8PL4mzRkNnXY5ocAE8nV0N1zSyN23X/s1600/nekri+politeia.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" data-original-height="400" data-original-width="307" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh6hZmnIV8nd0P0MGgFa9h3xiF6hmYF19HRIgncZ0wvsXMiAij3nHc2UzMqWkIuibkZsD_x41dWJhlbMysygL8dhHarFcEo8tIQOpcRG6PiU2ySqi8PL4mzRkNnXY5ocAE8nV0N1zSyN23X/s320/nekri+politeia.jpg" width="244" /></a></div>
<div style="text-align: center;">
<span style="color: red; font-size: large;"><b><u>ΝΕΚΡΗ ΠΟΛΙΤΕΙΑ</u></b></span></div>
<div style="text-align: center;">
<span style="color: red; font-size: large;"><b><u>(<i>Cidade Morta</i>, 1951)</u></b></span></div>
<br />
<span style="font-size: large;">Νεκρή πολιτεία (em inglês, </span><span style="font-size: large;">"Dead City</span><span style="font-size: large;">") </span><span style="font-size: large;">é mais uma produção da Finos e o primeiro filme protagonizado por Irene. É também a estréia do jovem Frixos Iliadis tanto no roteiro quanto na direção. O pintor Petros Petrokostas (Nikos Tzogias) está voltando depois de anos de estudos em Atenas, para sua cidade natal, Mystras. Chegando é avisado por um amigo que sua família se envolveu em uma briga terrível com uma família vizinha e isso custou a vida do pai de Petros. Sua mãe (Hristina Kalogerikou), portanto, exige que ele vingue a família. Antes de poder tomar uma decisão ele se apaixona por Lena (Irene), filha de Lambros (Giannis Argyris), rival de seu pai. O velho fica sabendo do namoro, bate na filha e começa a preparar um plano para matar Petros. Na noite em que Lambros sai para matá-lo, Lena sai escondida, vestida de homem, para avisar Petros. Sem saber que é sua filha que está correndo à distância, Lambros atira em Lena. Petros a encontra agonizando e a leva para a casa dos pais. Lambros fica arrasado e se mata pouco antes da filha morrer.</span><br />
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEipcNrrFlAuJ4C4rpCITEun621Wn2DUY35t9XoqKVoqOIpmZk8AA3DDXr6BrEEr_lOUDzkwjeJOBbVrgQT9qKxRSRZKbWSQrX-CuV2gqNKCl3NHCKlASsXAdE3Azoq0fdLemr1GOIktrklZ/s1600/irene+nekru+politeia.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="524" data-original-width="561" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEipcNrrFlAuJ4C4rpCITEun621Wn2DUY35t9XoqKVoqOIpmZk8AA3DDXr6BrEEr_lOUDzkwjeJOBbVrgQT9qKxRSRZKbWSQrX-CuV2gqNKCl3NHCKlASsXAdE3Azoq0fdLemr1GOIktrklZ/s1600/irene+nekru+politeia.jpg" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i><span style="font-size: small;">Irene e Nikos Tsogias em foto de Νεκρή πολιτεία</span></i></td></tr>
</tbody></table>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh6D7N7my_wbamyJCVpSN4LTMwX77uop2R-jinie_TPXj64wejnNVR9LVBwDSbPHjfw2iAm4BCCDoJcrqvU7NLZmKmFlhyAgpXBnVEVcgvPubFcY1pTTjIYYUZsbOPQlOrlfdAt29j3LJkt/s1600/%25CE%259D%25CE%25B5%25CE%25BA%25CF%2581%25CE%25AE+%25CF%2580%25CE%25BF%25CE%25BB%25CE%25B9%25CF%2584%25CE%25B5%25CE%25AF%25CE%25B1+%25CE%2595%25CE%25B9%25CF%2581%25CE%25AE%25CE%25BD%25CE%25B7+%25CE%25A0%25CE%25B1%25CF%2580%25CE%25AC+%25282%2529.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="395" data-original-width="549" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh6D7N7my_wbamyJCVpSN4LTMwX77uop2R-jinie_TPXj64wejnNVR9LVBwDSbPHjfw2iAm4BCCDoJcrqvU7NLZmKmFlhyAgpXBnVEVcgvPubFcY1pTTjIYYUZsbOPQlOrlfdAt29j3LJkt/s1600/%25CE%259D%25CE%25B5%25CE%25BA%25CF%2581%25CE%25AE+%25CF%2580%25CE%25BF%25CE%25BB%25CE%25B9%25CF%2584%25CE%25B5%25CE%25AF%25CE%25B1+%25CE%2595%25CE%25B9%25CF%2581%25CE%25AE%25CE%25BD%25CE%25B7+%25CE%25A0%25CE%25B1%25CF%2580%25CE%25AC+%25282%2529.jpg" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i><span style="font-size: small;">Lena (Irene) posa ao lado do quadro pintado por Nikos</span></i></td></tr>
</tbody></table>
<br />
<span style="font-size: large;">Procurei uma cópia desse filme para venda, <i>streaming</i> ou download em centenas de sites do mudo inteiro. Encontrei apenas um cópia gravada da TV em baixa qualidade em um site grego. Quando soube que a Finos estava digitalizando seu catálogo e lançando-o em DVD, entrei no site da produtora mas não vi Νεκρή πολιτεία na lista. Entrei, então, em contato com a Finos e perguntei o porquê dessa ausência, sendo um filme que chegou a concorrer em Cannes e foi decisivo para popularizar Irene fora da Grécia. A resposta foi terrível:</span><br />
<span style="font-size: large;"><br /></span>
<span style="font-size: large;"><i>Infelizmente o filme Νεκρή πολιτεία não pôde ser digitalizado porque o negativo estava em péssimas condições. Esperamos poder digitalizá-lo e lançá-lo novamente para o público em breve.</i></span><br />
<br />
<span style="font-size: large;">(Δυστυχώς η ταινία “Νεκρή Πολιτεία” δεν κατάφερε να ψηφιοποιηθεί με επιτυχία γιατί το αρνητικό του φιλμ ήταν σε πολύ κακή κατάσταση. Ευελπιστούμε να καταφέρουμε κάποια στιγμή να την ψηφιοποιήσουμε και να την διαθέσουμε πάλι προς το κοινό.)</span><br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhxNf_o11cjOjs2QsJo7PuO_4UrLMShR1j2jakX3OgLDZdze7zkZrH8eiMCRdlJGRTAllMW2VlvnBAfyE6lhVsYttJ8l9Cfwgaas8m3NrkE78C9mpsqUSybOlf517E8IoKFsDab4Ai92_dL/s1600/%25CE%259D%25CE%25B5%25CE%25BA%25CF%2581%25CE%25AE+%25CF%2580%25CE%25BF%25CE%25BB%25CE%25B9%25CF%2584%25CE%25B5%25CE%25AF%25CE%25B1+%25CE%2595%25CE%25B9%25CF%2581%25CE%25AE%25CE%25BD%25CE%25B7+%25CE%25A0%25CE%25B1%25CF%2580%25CE%25AC+%25283%2529.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="706" data-original-width="547" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhxNf_o11cjOjs2QsJo7PuO_4UrLMShR1j2jakX3OgLDZdze7zkZrH8eiMCRdlJGRTAllMW2VlvnBAfyE6lhVsYttJ8l9Cfwgaas8m3NrkE78C9mpsqUSybOlf517E8IoKFsDab4Ai92_dL/s1600/%25CE%259D%25CE%25B5%25CE%25BA%25CF%2581%25CE%25AE+%25CF%2580%25CE%25BF%25CE%25BB%25CE%25B9%25CF%2584%25CE%25B5%25CE%25AF%25CE%25B1+%25CE%2595%25CE%25B9%25CF%2581%25CE%25AE%25CE%25BD%25CE%25B7+%25CE%25A0%25CE%25B1%25CF%2580%25CE%25AC+%25283%2529.jpg" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i><span style="font-size: small;">Irene em Νεκρή πολιτεία: pura poesia</span></i></td></tr>
</tbody></table>
<br />
<span style="font-size: large;">Sem alternativas, assisti a cópia que encontrei na Internet. O que me atrapalhou não foi a baixa qualidade da imagem e sim a ausência de legendas. Como nem sequer arranho o idioma, sem elas não tenho qualquer noção de tudo que foi dito nos diálogos, e não há como analisar ou resenhar detalhadamente o filme. O que posso dizer é que fotografia </span><span style="font-size: large;">(Aristeidis Karydis) </span><span style="font-size: large;">e música (Manos Hadjidakis) </span><span style="font-size: large;">são esplêndidas. Irene está linda, doce e adorável. Ao contrário da vilã sexy e careteira de seu filme anterior, ela aqui é uma jovem sofrida e amorosa. Ainda não encontrara um diretor que a ajudasse a equilibrar sua imensa dramaticidade, mas já sabia emocionar com seu choro e transmite toda a tristeza do mundo com seus olhos. A cena de sua morte é extremamente comovente.</span><br />
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEir8l5F4avOKVcwOfT4NxZr1yFuMn8Tn3MAz51vbpYJApU2yRsais8NjbTFIMJ9JcLNzRb70jaBAJVkou9xcpmIro1mCyuR7EI3pG4_rmE7-zu6iP2GT7QZ8tbYQONoKiCdSn02s9k3Ycn7/s1600/Cannes+1952.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="690" data-original-width="507" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEir8l5F4avOKVcwOfT4NxZr1yFuMn8Tn3MAz51vbpYJApU2yRsais8NjbTFIMJ9JcLNzRb70jaBAJVkou9xcpmIro1mCyuR7EI3pG4_rmE7-zu6iP2GT7QZ8tbYQONoKiCdSn02s9k3Ycn7/s1600/Cannes+1952.jpg" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i><span style="font-size: small;">Capa da TEMPO italiana, com uma mexa branca no cabelo curtíssimo, em Cannes</span></i></td></tr>
</tbody></table>
<br />
<span style="font-size: large;">Νεκρή πολιτεία estreou na Grécia em 3 de dezembro de 1951 e foi o segundo filme grego a ser selecionado para representar o seu país em Cannes, no ano seguinte. Concorreu com vários filmes, inclusive o <i>Tico Tico no Fubá</i>, dirigido por Adolfo Celi para a Vera Cruz. Perdeu para o <i>Othelllo</i> de Orson Welles e <i>Due soldi di speranza</i>, de Renato Castellani, que empataram em primeiro lugar. Irene, porém, foi a grande estrela do festival. E mesmo tendo encantado a todos na praia francesa à qual retornaria tantas vezes, no futuro, e</span><span style="font-size: large;">la só protagonizaria um filme novamente em 1959. Agora ela teria seu primeiro ciclo italiano.</span><br />
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgTUZOx4xNhYxaOM-dB6foicnAFDdLPlFqAUoBM5_IIpLSoFYrtr0vnxqncKn2uIDqwQpJPK7sqIbNQ50JOoag7IOJeik0Jsdwrpy3EAqPzobXpw6-mCyOkOQRCgfFubyIsfWqGjZC3Da-y/s1600/Cannes+1952+%25283%2529.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="585" data-original-width="556" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgTUZOx4xNhYxaOM-dB6foicnAFDdLPlFqAUoBM5_IIpLSoFYrtr0vnxqncKn2uIDqwQpJPK7sqIbNQ50JOoag7IOJeik0Jsdwrpy3EAqPzobXpw6-mCyOkOQRCgfFubyIsfWqGjZC3Da-y/s1600/Cannes+1952+%25283%2529.jpg" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i><span style="font-size: small;">Foto do ensaio de capa da Tempo, em Cannes</span></i></td></tr>
</tbody></table>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<br />
<span style="font-size: large;">Irene promoveu </span><span style="font-size: large;">Νεκρή πολιτεία em alguns países da Europa. As duas fotos seguintes são da viagem que ela fez à Suécia, em junho de 1952.</span><br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhnBYZvV9D13zOYwtnBVwC2G_2VVcNjXn2-NMliOB1IVQqQsO-OiEHpx13hvBtJAHkuK6H0Me71_tpvHepjw_RuGqVZw9Q1k2nSrNnsTeHFjRhTrlZqEFK9nMpjnCJCJJ_JwsLQPBXBMrCE/s1600/su%25C3%25A9cia%252C+junho+de+52+%25281%2529.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="800" data-original-width="586" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhnBYZvV9D13zOYwtnBVwC2G_2VVcNjXn2-NMliOB1IVQqQsO-OiEHpx13hvBtJAHkuK6H0Me71_tpvHepjw_RuGqVZw9Q1k2nSrNnsTeHFjRhTrlZqEFK9nMpjnCJCJJ_JwsLQPBXBMrCE/s640/su%25C3%25A9cia%252C+junho+de+52+%25281%2529.jpg" width="468" /></a></div>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjfWBByuKNsoSUZ-ICe3Qhhlro9Fwz4e6nxgGk86iAZKBHaLRGtlWHuaKCPMC4FdEaJIzLceaAH4QQmrRwc73kgQKePTJ8AOoI50J1SN4v6Su3HBcg7QlKSnFH8W3P7OgFgwgXNyo5X7fAV/s1600/su%25C3%25A9cia%252C+junho+de+52+%25282%2529.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="791" data-original-width="591" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjfWBByuKNsoSUZ-ICe3Qhhlro9Fwz4e6nxgGk86iAZKBHaLRGtlWHuaKCPMC4FdEaJIzLceaAH4QQmrRwc73kgQKePTJ8AOoI50J1SN4v6Su3HBcg7QlKSnFH8W3P7OgFgwgXNyo5X7fAV/s640/su%25C3%25A9cia%252C+junho+de+52+%25282%2529.jpg" width="478" /></a></div>
<br />
<span style="font-size: large;">É uma pena. Como disse o sujeito da Finos, esperamos que algum dia esse ótimo filme grego seja lançado como deve.</span><br />
<br />
<span style="font-size: large;"></span></div>
<div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<div style="text-align: center;">
<span style="color: red; font-size: large;"><b><u>LE INFEDELI (1953)</u></b></span></div>
</div>
<div>
<br /></div>
<div>
<div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhDi_GLCptOmTUEgsfkCKyyoXQHT1KOUUOcFQaED1KPNU4T-OIo6m6UDOEdNp8AK7XDPLtZRYUXKSC6HOD3IRXOSHee1ZuJMaVL2msmlX1FyGThJ5LybkZf6K0Xlt2SuxtVqaA89Ax021YW/s1600/Le+Infedeli.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="648" data-original-width="443" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhDi_GLCptOmTUEgsfkCKyyoXQHT1KOUUOcFQaED1KPNU4T-OIo6m6UDOEdNp8AK7XDPLtZRYUXKSC6HOD3IRXOSHee1ZuJMaVL2msmlX1FyGThJ5LybkZf6K0Xlt2SuxtVqaA89Ax021YW/s400/Le+Infedeli.jpg" width="273" /></a></div>
<span style="font-size: large;">Mario Monicelli (1915/2010) já tinha quase 20 anos de carreira, 60 roteiros e dez direções quando filmou <i>Le Infedeli</i> (em inglês, </span><span style="font-size: large;">"The Unfaithfuls</span><span style="font-size: large;">")</span><span style="font-size: large;">, em 1952. Concorrera pela primeira vez em Cannes naquele ano, na mesma seleção que incluía Νεκρή πολιτεία, por </span><i><span style="font-size: large;">Guardie e Ladri</span></i><span style="font-size: large;">, com Totò (que o comediante considerava, dizem, o seu melhor filme); Piero Tellini chegou a ser premiado pelo roteiro, mas Mario não levou a Palma de Ouro. O sucesso de crítica ainda o eludiria por alguns anos. Por outro lado, não resta dúvida de que conheceu Irene em Cannes.</span><br />
<br />
<span style="font-size: large;">Entrementes, o produtor Carlo Ponti — que também ensaiava os passos para tornar-se um dos maiores produtores europeus e ainda não era casado com Sophia Loren — e o diretor Mario Soldatti chegaram da Suécia trazendo uma modelo de dezenove anos, May Britt, que desejavam introduzir no cinema. Escalaram Monicelli e seu parceiro constante de roteiro e direção, Stefano Vanzina, conhecido pelo pseudônimo artístico "Steno", para dirigir seu filme de estréia. A história é de Ivo Perilli e o roteiro é do próprio, além de Moniceli, Steno e Franco Brusati.</span></div>
<div>
<br /></div>
<div>
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: right; margin-left: 1em; text-align: right;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjHLoRINeakYLFVRpdLkqNXhws9nJisSVBDxmf7FvAaWGQCtOxBX4lAh4WcSayDJzqSR6vWuMrPGR0xo-l9ovbKO4fYUQcYKxuYhe1yZdYrk44rKtEBu7vAesrHvqDnLZaeg8d0iEps096R/s1600/Le+infedeli+may+britt.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="448" data-original-width="378" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjHLoRINeakYLFVRpdLkqNXhws9nJisSVBDxmf7FvAaWGQCtOxBX4lAh4WcSayDJzqSR6vWuMrPGR0xo-l9ovbKO4fYUQcYKxuYhe1yZdYrk44rKtEBu7vAesrHvqDnLZaeg8d0iEps096R/s320/Le+infedeli+may+britt.jpg" width="270" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i><span style="font-size: small;">Liliana (May Britt)</span></i></td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: right;">
</div>
<span style="font-size: large;">O filme começa com um empresário, o comendador Azzali (Carlo Romano), contratando o serviço de um detetive particular (Giulio Calì) para descobrir alguma indiscrição de sua esposa, Luisa (Irene Papas). O detetive entra em contato com Osvaldo Dal Prà (Pierre Cressoy), um charmoso picareta de baixo coturno, para ajudá-lo na missão. Ele segue Luisa durante uma semana mas não descobre nada. Em um dos locais onde esteve, seguindo-a, ele topa sem querer com sua ex-noiva, Liliana (May Britt), a quem não via há anos e que agora está casada com Harry Rodgers, um inglês rico (Charles Fawcett). Desapontado com o insucesso da missão, o comendador então confessa ao detetive e a Osvaldo que precisa encontrar alguma infidelidade da mulher para poder pedir o divórcio. Pouco depois ficaremos sabendo que Azzali tem uma amante, a jovem Marisa (Marina Vlady, então com quinze anos), que vive em um hotel com a mãe, às custas do comendador, esperando que ele se divorcie. Osvaldo então sugere tentar seduzir Luisa, plano aceito rapidamente pelo comendador. </span><span style="font-size: large;">O rapaz pede à Liliana que o apresente à Luisa em uma ocasião social qualquer. Esconde da ex-noiva sua condição de vagabundo e finge trabalhar em um jornal. Ela fica enciumada mas apresenta os dois. Nada acontece, embora Osvaldo detecte um clima entre Luisa e seu chofer. Ele, entretanto, não faz nada a respeito.</span></div>
<div>
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgUqE_utjaFnQUii3PmWfE9HRS1Ozi3uonR-N1aa0vDcQ5JleY7Eqd79u5hykUmV7VczuNH5pTiOJYnisMl7KXr8zeVrYNBz6OEXCjkyGAeiKxWHYyBCNjMW1d84NHFpOmdm4UAn4zwb15W/s1600/Le+infedeli+Irene.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="442" data-original-width="554" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgUqE_utjaFnQUii3PmWfE9HRS1Ozi3uonR-N1aa0vDcQ5JleY7Eqd79u5hykUmV7VczuNH5pTiOJYnisMl7KXr8zeVrYNBz6OEXCjkyGAeiKxWHYyBCNjMW1d84NHFpOmdm4UAn4zwb15W/s1600/Le+infedeli+Irene.jpg" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i><span style="font-size: small;">Osvaldo (Pierre Cressoy) e Luisa (Irene)</span></i></td></tr>
</tbody></table>
<br /></div>
<div>
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: left; margin-right: 1em; text-align: left;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjhWj2ZZIih5wz4_dndPGqswYOQ2vhKBCVIyma-jfBCs9mLZo_7aRt88SaLWbwyoe5U_wWgYfUhmRTPZGEwZDkQj9guJTDT9hJsm_ltIQfgkAfO6xNtmKkvJxN1mZ6JNbTYNJLqT5l1V5Qy/s1600/Le+infedeli+Irene+Gina.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="448" data-original-width="608" height="235" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjhWj2ZZIih5wz4_dndPGqswYOQ2vhKBCVIyma-jfBCs9mLZo_7aRt88SaLWbwyoe5U_wWgYfUhmRTPZGEwZDkQj9guJTDT9hJsm_ltIQfgkAfO6xNtmKkvJxN1mZ6JNbTYNJLqT5l1V5Qy/s320/Le+infedeli+Irene+Gina.jpg" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i><span style="font-size: small;">Lulla (Gina Lollobrigida) e Luisa (Irene)</span></i></td></tr>
</tbody></table>
<span style="font-size: large;">Dentro do círculo de grã-finas que Liliana freqüentava, somente ela e a própria Luisa não sabiam do plano de Azzali, de levantar uma infidelidade da esposa para poder divorciar-se dela. E uma dia, uma dessas grã-finas, Lulla Possenti (Gina Lollobrigida) conta tudo para Liliana. Ela corre para avisar Osvaldo, achando que Azzali o está usando sem que ele saiba, e descobre que ele não trabalha num jornal e vive em um casinha pobre. Osvaldo então confessa que fora contratado e sabia de tudo. Diz que mentiu porque tem vergonha de ser pobre. Descobrimos nessa cena que eles dois se separaram durante a guerra. Ele passou um tempo preso e ela se casou com o empresário inglês. Eles se beijam e ela então lhe oferece ajuda; consegue para ele um emprego com um dos amigos do marido. Na saída da entrevista na qual é empregado, Osvaldo inventa que o sujeito lhe pediu um depósito de 200 mil liras para poder iniciar o trabalho. Liliana lhe dá o dinheiro mas dias depois entra em contato com o amigo do marido e este lhe diz que não pediu depósito nenhum. Ela confronta Osvaldo pelo telefone, ele dá desculpas, diz que o dinheiro era para um negócio muito importante, e ela desliga na cara dele.</span></div>
<div>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjJml8wlr0DYev0enm484x1eL2eWdLI7vAnmnftcdHrna5cbp9LfA_PANEwR28NJSNJQPkICpJ9YrM7vaSBWcKmCQhb1CGZAPWRJ_kuTM9yme8p7bJrS3HUYRpyopQw9fI7rqTzCteNcF97/s1600/Irene+le+infedeli+%25281%2529.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="420" data-original-width="557" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjJml8wlr0DYev0enm484x1eL2eWdLI7vAnmnftcdHrna5cbp9LfA_PANEwR28NJSNJQPkICpJ9YrM7vaSBWcKmCQhb1CGZAPWRJ_kuTM9yme8p7bJrS3HUYRpyopQw9fI7rqTzCteNcF97/s1600/Irene+le+infedeli+%25281%2529.jpg" /></a></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgowKVKC4jPTpk5CzRuWJrq8NDvY82RV_pxKrn2IN76rbjQgh_7lLVpNxwCHVP3FvifOkNUtrNYyuCapHReWCjaEQj0c6yLpOSDaET5PrpS3IwMj3mtxQ7QYjpMz_2xoTZkbwM8DqNBZxHZ/s1600/Irene+le+infedeli+%25282%2529.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="409" data-original-width="552" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgowKVKC4jPTpk5CzRuWJrq8NDvY82RV_pxKrn2IN76rbjQgh_7lLVpNxwCHVP3FvifOkNUtrNYyuCapHReWCjaEQj0c6yLpOSDaET5PrpS3IwMj3mtxQ7QYjpMz_2xoTZkbwM8DqNBZxHZ/s1600/Irene+le+infedeli+%25282%2529.jpg" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i><span style="font-size: small;">Luisa (Irene) e Azzali (Carlo Romano)</span></i></td></tr>
</tbody></table>
<br /></div>
<div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjGlkRNqMHIWvv1S7h6YNG-jvgi9GiG21fmAYATO0S4-BvjLpDG5WzX7qj1uQVm8sZSIDxSRFzEt3aTDDf6nVyS52uPfz40qG8IjKqzDqWm6jd0M_ymcUWo7Ta3B2OAOIX_NwNB2S2MGtIG/s1600/Le+infedeli+irene+papas.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1002" data-original-width="341" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjGlkRNqMHIWvv1S7h6YNG-jvgi9GiG21fmAYATO0S4-BvjLpDG5WzX7qj1uQVm8sZSIDxSRFzEt3aTDDf6nVyS52uPfz40qG8IjKqzDqWm6jd0M_ymcUWo7Ta3B2OAOIX_NwNB2S2MGtIG/s1600/Le+infedeli+irene+papas.jpg" /></a></div>
<span style="font-size: large;">Osvaldo então procura Luisa e utiliza a carta que tinha na manga: possui provas de que ela e o chofer são amantes e se ela não lhe der 300 mil liras ele contará tudo ao marido dela. Ele consegue o dinheiro, vai até a casa de Liliana e lhe dá o cheque. Nesse dia desaparece uma jóia valiosa da casa de Liliana, e seu marido, que já não gostava da camareira da esposa, a jovem Cesarina (Anna Maria Ferrero), usa o fato para poder despedi-la. Liliana fica desesperada: Cesarina era sua fiel camareira e amiga há quase dez anos e ela sabia que a moça não poderia ter feito isso. Ela desconfia de Osvaldo.</span><br />
<br />
<span style="font-size: large;">Ultrajada pela acusação injusta Cesarina se demite. Liliana lhe consegue um emprego com uma de suas amigas grã-finas, Carla Bellaris (Tina Lattanzi). Em uma festa na casa da velha, porém, desaparece dinheiro da bolsa de uma das convidadas. Cesarina é imediatamente acusada e levada para a delegacia. O delegado a pressiona de todas as maneiras mas ela jura inocência. Ele então liga para a casa de Liliana mas quem atende é o marido, que acusa Cesarina pelo furto da jóia. O delegado informa isso à moça e a tranca em uma sala. Num surto de desespero, ela encontra uma caixa de fósforos e põe fogo na sala, sofrendo queimaduras fatais. É levada em estado terminal para o hospital. Liliana vai visitá-la e chora muito no momento em que ela morre. Quando </span><span style="font-size: large;">o féretro vai embora com Cesarina, Liliana dá de cara com Lulla. Ela confessa que foi quem roubou o dinheiro mas joga a culpa pela morte da moça em Osvaldo.</span><br />
<br />
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: right; margin-left: 1em; text-align: right;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg4a-Xyt-TLq23Dn5O_EDLe4-PmSwYawvz04zYsgHbj6F6VPlCueQBBp7ob3BYyhKQFjdTM9jf6hcRLdlKeglDWpwovZWOEoTsmVw3OLMLyXJxFV3azK094AWHPaEsZGM4hvLYplYWxbzox/s1600/Le+infedeli+%25282%2529.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="443" data-original-width="334" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg4a-Xyt-TLq23Dn5O_EDLe4-PmSwYawvz04zYsgHbj6F6VPlCueQBBp7ob3BYyhKQFjdTM9jf6hcRLdlKeglDWpwovZWOEoTsmVw3OLMLyXJxFV3azK094AWHPaEsZGM4hvLYplYWxbzox/s320/Le+infedeli+%25282%2529.jpg" width="240" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i><span style="font-size: small;">Cesarina (Anna Maria Ferrero)</span></i></td></tr>
</tbody></table>
<span style="font-size: large;">Depois do golpe em Luisa ele percebeu que as grã-finas todas eram adúlteras e viu nisso uma oportunidade excelente de descobrir indiscrições, mas ao invés de contar aos maridos, simplesmente chantagear as mulheres, conseguindo gordas quantias em dinheiro. Ele aplicou o mesmo golpe sobre Lulla e ela, sem ter de onde tirar o valor, o roubou de uma bolsa, incriminando Cesarina. Liliana não consegue mais viver com aquele monte de mentiras e conta toda a história ao delegado. Lulla e Osvaldo são intimados. Azzali e Luisa, também. Até Marisa é levada à delegacia, para a surpresa de Luisa. Todos, unanimemente, negam aquilo que foi revelado por Liliana. Osvaldo, os maridos e as mulheres dizem que tudo é mentira e que Liliana está perturbada pela morte de sua amiga. Preferem mentir do que ter que passar por um julgamento e a imolação pública da mídia. Liliana faz uma última tentativa: manda chamar o marido e confessa o caso com Osvaldo, para que ele seja incriminado ao menos pelo roubo da jóia. Mas até mesmo o marido quer evitar o escândalo e afirma que não houve nenhum roubo e que nenhuma jóia sumiu de sua casa.</span></div>
<div>
<br /></div>
<div>
<span style="font-size: large;">O delegado então libera todos e se desculpa com Liliana por não poder tomar nenhuma providência. Percebe-se que ele acredita nela e sabe que todos mentiram, mas sob o ponto de vista da lei, não há provas e não há como começar um julgamento. Ela então vai embora e dentro do automóvel parado, ainda no estacionamento da delegacia, o marido lhe pede desculpas mas diz que não pode sujar sua reputação com o julgamento. Quando vê Osvaldo sair da delegacia ela puxa um revólver do porta-luvas e o descarrega nele. Sai do carro, se entrega ao delegado e lhe diz que agora ele pode começar.</span></div>
<div>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjyVFkdtWRU20NucfARgGPUJGXY_G1fYXqOYUNGKBjPKx-AVBhdqpTQ20iddCL-dezdlLk7Mj9F5heYWF7FELJTCchLhVaoxsQN0NCOWIRTQgbhIKHTdlBSmpmantNamun2ZkkVsMHTa37e/s1600/Irene+infidele+%25281%2529.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="430" data-original-width="548" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjyVFkdtWRU20NucfARgGPUJGXY_G1fYXqOYUNGKBjPKx-AVBhdqpTQ20iddCL-dezdlLk7Mj9F5heYWF7FELJTCchLhVaoxsQN0NCOWIRTQgbhIKHTdlBSmpmantNamun2ZkkVsMHTa37e/s1600/Irene+infidele+%25281%2529.jpg" /></a></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhANR4agv_CClDn1VLTwVMgIPpQLZW_OSXbSihdXL0vjmxPrI9Si5ye_PXKgFxtx-HiA4pcwkWGnJyBMUT-K9ZAnqGRBb_nc4ull1LeBpILTVMFqf5xJuXz4p0hE8u1FlketorUwYcb2SHD/s1600/Irene+infidele+%25282%2529.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="418" data-original-width="546" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhANR4agv_CClDn1VLTwVMgIPpQLZW_OSXbSihdXL0vjmxPrI9Si5ye_PXKgFxtx-HiA4pcwkWGnJyBMUT-K9ZAnqGRBb_nc4ull1LeBpILTVMFqf5xJuXz4p0hE8u1FlketorUwYcb2SHD/s1600/Irene+infidele+%25282%2529.jpg" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i><span style="font-size: small;">Irene e Carlo Romano</span></i></td></tr>
</tbody></table>
<br /></div>
<div>
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: right; margin-left: 1em; text-align: right;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjrfS1shtzroV-_nvs35O5-K0q6xJXG1t5A7pB5B5IEfWGAAOt8nC7xLkjX_WfG-jJmvsSyCL-58VcKCNApkTBDrKA8TScIqZGyASr-eqmNx71Px7F8UpuLv1kzuI8SI8PEB_kbskVlHjfV/s1600/gina+infidele.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="444" data-original-width="321" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjrfS1shtzroV-_nvs35O5-K0q6xJXG1t5A7pB5B5IEfWGAAOt8nC7xLkjX_WfG-jJmvsSyCL-58VcKCNApkTBDrKA8TScIqZGyASr-eqmNx71Px7F8UpuLv1kzuI8SI8PEB_kbskVlHjfV/s320/gina+infidele.jpg" width="231" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i><span style="font-size: small;">Gina Lollobrigida</span></i></td></tr>
</tbody></table>
<span style="font-size: large;"><i>Le Infedeli</i> está na mesma categoria de quase todos os primeiros filmes de Irene: é hoje uma curiosidade. Eu achei ótimo; é um drama que fica um pouco mais pesado do meio para o fim mas agrada bastante. O elenco feminino é notável e traz Gina Lollobrigida, May Britt, Irene Papas, Marina Vlady e Anna Maria Ferrero. Algumas fizeram mais, outras menos sucesso, mas todas são importantes na história do cinema. O que é preciso ressaltar, aqui, é que o filme foi enganosamente vendido como sendo protagonizado por Gina Lollobrigida. Não é. Por ser a única famosa ela recebeu <i>top billing</i>, ou seja, seu nome aparece em primeiro nos cartazes e nos créditos iniciais, e isso deve ter ajudado a vender o filme e a aumentar a bilheteria, o que não aconteceria com o nome ainda desconhecido da verdadeira protagonista, que é May Britt. May está muito bem para alguém que recebeu um papel principal em seu primeiro trabalho. É evidente que ela não chega nem perto de alcançar a dramaticidade de Lollobrigida, por exemplo, que está maravilhosa nas poucas cenas em que aparece, mas o rosto de May é felino, ela é muito sensual e embora sem experiência, fez o que pôde para transmitir as grandes emoções de Liliana. Por alguma razão, provavelmente na tentativa vã de <i>latinizar</i> a sueca May, ela está com uma peruca preta. Não ficou mal.</span></div>
<div>
<br /></div>
<div>
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: left; margin-right: 1em; text-align: left;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjC6gQt6ZCRfqap_aBN6UVHMiNdedichXRbhx61_S5FtGzor03dsUO6QXz-ZpNfa63g6v2gIy4F3VUyaDpGWH4vJXIGfZCjMCLEvD8LWudk57DykwTvJx9FiwodNnyFp4PjuN2Cn2-QIRlw/s1600/Le+infedeli+Britt.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="437" data-original-width="535" height="261" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjC6gQt6ZCRfqap_aBN6UVHMiNdedichXRbhx61_S5FtGzor03dsUO6QXz-ZpNfa63g6v2gIy4F3VUyaDpGWH4vJXIGfZCjMCLEvD8LWudk57DykwTvJx9FiwodNnyFp4PjuN2Cn2-QIRlw/s320/Le+infedeli+Britt.jpg" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i><span style="font-size: small;">May Britt: Muito boa</span></i></td></tr>
</tbody></table>
<span style="font-size: large;">Irene, em seu primeiro papel fora da Grécia, cumpriu sua função primordial no filme: ser linda e fazer expressões ao mesmo tempo atraentes e maquiavélicas. Sua Luisa lembra um pouco a Liana de Χαμένοι άγγελοι. Quanto à sua aparência, ainda era um <i>work in progress</i>, mas ela aparece pela primeira vez na telona com o cabelo curto. O penteado com uma mexa branca ainda maior vem de Cannes. De qualquer forma, mesmo não tendo catapultado a carreira de Irene, <i>Le Infedeli</i> abriu uma picada e criou um nicho para onde ela voltaria várias vezes nessa década, e em muitos momentos no futuro: o cinema italiano.</span></div>
<div>
<br /></div>
<div>
<span style="font-size: large;">O filme foi lançado em 4 de fevereiro de 1953 na Itália. No fim daquele ano Gina teria uma boa alavancada em sua carreira, com a estréia de <i>Beat the Devil</i>, dirigida por John Huston e roçando ombros com Humphrey Bogart, Jeniffer Jones e Peter Lorre. Irene ainda teria que esperar alguns anos pela sua chance.</span></div>
</div>
<div>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEirNgaHFu3KULKL9FbXNPldP1ddt_Urb_8yyDuhQIJqcdL77s93G5YIkNuCoZnUMj2infSQ7srhJlgZsvyvyHVNdUqjl-vN1eUdcKXUqUOM1HDXwZ-yxoiWDyoPx9tJQ3dU3nWrQu_EMs9H/s1600/the_man_from_cairo.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" data-original-height="900" data-original-width="581" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEirNgaHFu3KULKL9FbXNPldP1ddt_Urb_8yyDuhQIJqcdL77s93G5YIkNuCoZnUMj2infSQ7srhJlgZsvyvyHVNdUqjl-vN1eUdcKXUqUOM1HDXwZ-yxoiWDyoPx9tJQ3dU3nWrQu_EMs9H/s400/the_man_from_cairo.jpg" width="256" /></a></div>
<div style="text-align: center;">
<span style="color: red; font-size: large;"><b><u>THE MAN FROM CAIRO (1953)</u></b></span></div>
<br />
<span style="font-size: large;">Aproveitando que já estava na Itália, Irene aceitou o convite para uma pequena aparição no filme <i>The Man from Cairo</i>, que —</span><span style="font-size: large;"> com exceção das locações na Algéria </span><span style="font-size: large;">—</span><span style="font-size: large;"> estava sendo filmado nos estúdios Palatine, em Roma. A direção foi do veterano Ray Enright (1896/1965). Ele era uma máquina de dirigir filmes, não importando se eram obras-primas. Bons, ruins, melhores ou piores, agradavam sempre um determinado p</span><span style="font-size: large;">úblico e isso era o suficiente para que continuasse trabalhando.</span><br />
<br />
<span style="font-size: large;">E assim como <i>Le Infedeli</i> é uma produção franco-italiana da minúscula Minerva Film, <i>The Man from Cairo</i> é uma co-produção anglo-ítalo-americana da também diminuta Lippert Pictures. A história é do húngaro Ladislas Fodor e há três roteiristas. Não deixa de haver uma certa ironia, porque o que parece é que quanto mais roteiristas, mais </span><span style="font-size: large;">rocambolesca e pouco crível é a história. E considerando o produto final, a impressão é de que esse bando de pessoas escreveu o roteiro sem ter contato entre si.</span><br />
<br />
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: left; margin-right: 1em; text-align: left;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh8sgMQ-8Kzwwgqh2w9fTJtXHPc6gWlJxcuyU1Z_iwt43KXzXKBT4px8LNESL8ZWPSkfQI-bg3KtlFU4c4Oh7IJBLH3lliMWgAtXtForpk9-bqWonq8mh0FquLD2LsOzY_oqdutG_UvtTdt/s1600/George+Raft.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="480" data-original-width="403" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh8sgMQ-8Kzwwgqh2w9fTJtXHPc6gWlJxcuyU1Z_iwt43KXzXKBT4px8LNESL8ZWPSkfQI-bg3KtlFU4c4Oh7IJBLH3lliMWgAtXtForpk9-bqWonq8mh0FquLD2LsOzY_oqdutG_UvtTdt/s320/George+Raft.jpg" width="268" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i><span style="font-size: small;">George Raft</span></i></td></tr>
</tbody></table>
<span style="font-size: large;">Em 1940, antes da invasão alemã, a França deu um jeito de retirar do país toda sua fortuna em ouro: dois bilhões de dólares em barras e moedas. Um dos carregamentos —</span><br />
<span style="font-size: large;">com cerca de 100 milhões de dólares </span><span style="font-size: large;">—</span><span style="font-size: large;"> foi interceptado e roubado. As autoridades francesas suspeitavam do único sobrevivente, o sargento Emile Touchard (Guido Celano), conhecido por não ter um dos polegares, e do general Dumond (Alfredo Varelli) que comandava a operação, e foi acusado de emitir ordens falsas que permitiram o seqüestro da carga. Antes de ser julgado por traição, Dumond fugiu e não havia mais notícia dele. Touchard estava em liberdade e vinha sendo observado pela polícia, esperançosa de que ele fosse guiá-la até quem roubou a carga. Só que cada vez que a França enviava um agente para encontrar os culpados e reaver o dinheiro, ele acabava morto no deserto. Eles decidem, então, enviar um agente norte-americano, supondo que ele passará batido pelo radar dos bandidos na Algéria. Antes do agente chegar, entretanto, quem chega é Mike Canalli (George Raft), que servira por lá durante a guerra. A polícia o interroga achando que ele é o agente enviado pela França. Ele propositalmente não desfaz a confusão.</span><br />
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiGIqiPpxPBdvnZvbyuXX5KmDsfPLwoCM4HkqrTKBfDTQADC0tcRNLnLT70om3JPwnqfLS_VcdQI6x3y1Lgg-Bze4XFIquHOeJqiPPF6fV1jFIsK4BXVTYau9FNF45TSjrn3QeZIuzHJmB6/s1600/Irene+Raft.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="778" data-original-width="496" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiGIqiPpxPBdvnZvbyuXX5KmDsfPLwoCM4HkqrTKBfDTQADC0tcRNLnLT70om3JPwnqfLS_VcdQI6x3y1Lgg-Bze4XFIquHOeJqiPPF6fV1jFIsK4BXVTYau9FNF45TSjrn3QeZIuzHJmB6/s1600/Irene+Raft.jpg" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i><span style="font-size: small;">George Raft encontra Irene Papas na banheira, em The Man from Cairo</span></i></td></tr>
</tbody></table>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhlsmRhAkr-spvpT08dZ88SoJuKcCfSQrKT9BphCNJHOens_Q2fQ3q3ZI5DDUYCd5_0jM3NUXvUl7og1a5uAdydFT4j1VuJsOr9X2Xy2YKztT3Z86ZPXihaLDp2IawS7TOnN7C1jAQaeUDP/s1600/Irene+Papas+The+man+from+Cairo+1953.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" data-original-height="857" data-original-width="327" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhlsmRhAkr-spvpT08dZ88SoJuKcCfSQrKT9BphCNJHOens_Q2fQ3q3ZI5DDUYCd5_0jM3NUXvUl7og1a5uAdydFT4j1VuJsOr9X2Xy2YKztT3Z86ZPXihaLDp2IawS7TOnN7C1jAQaeUDP/s1600/Irene+Papas+The+man+from+Cairo+1953.jpg" /></a></div>
<span style="font-size: large;">Como o filme é uma sucessão de coincidências inverossímeis que fazem crer que a capital do país é um ovo onde todo mundo se esbarra na escuridão noturna com a maior facilidade, Canalli é contatado por Touchard, que o conheceu na guerra. Este revela estar sendo perseguido e lhe dá a chave de seu quarto de hotel, para que possam conversar. O norte-americano vai para o hotel e Touchard, fugindo de um atentado, esconde-se em um pequeno estúdio onde turistas gravavam discos com notícias e demais informações. Ele conta todo o segredo do roubo da carga, os envolvidos e os inocentes. É morto na saída do local.</span><br />
<br />
<span style="font-size: large;">Enquanto isso Canalli entra no quarto de Touchard e quando abre a porta do banheiro encontra ninguém menos do que a estonteante Irene Papas na banheira. Ela é Yvonne Lebeau, a namorada de Touchard, que está se preparando para ir trabalhar em um clube noturno como dançarina. Ela sugere que ele tome um drink e aguarde Touchard. A bebida está com um sonífero e ele cai duro. Yvonne vai para seu trabalho mas recebe de um mensageiro o disco que Touchard gravou. Preocupada com o conteúdo ela o entrega para a amiga Lorraine (Gianna Maria Canale) e quando volta para o quarto de hotel, é assassinada. Canalli acorda e vê o quarto todo revirado. Vê Yvonne morta no banheiro e dá de cara com Lorraine, que foi visitá-la e também a encontra caída. Ele foge, ela grita.</span><br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhbTEKd7aoQVVCWRg3nvyS6VSN5EKJv9AqV3rEww1Fb2lUt8LzK4ThvTzZ1PJkPJIZ5HxrWc8dQHP6iOZlR872vt9PlAozHtkAxEbWgJgUves4JnTVxXnyA2pNXv-Itk4kuYEbzmXLeiOyh/s1600/irene+papas+man+from+cairo.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="432" data-original-width="554" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhbTEKd7aoQVVCWRg3nvyS6VSN5EKJv9AqV3rEww1Fb2lUt8LzK4ThvTzZ1PJkPJIZ5HxrWc8dQHP6iOZlR872vt9PlAozHtkAxEbWgJgUves4JnTVxXnyA2pNXv-Itk4kuYEbzmXLeiOyh/s1600/irene+papas+man+from+cairo.jpg" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i><span style="font-size: small;">Uma das fotos promocionais de The Man from Cairo mostra a cena de Irene na banheira.<br />É justo, já que Irene é a única razão para esse filme existir.</span></i></td></tr>
</tbody></table>
<br />
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: left; margin-right: 1em; text-align: left;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEissdMZ_Ol6HeWcf5lMGuQmz2sie5ZKFl9IzvoPfW_JoYiT9qxQWZc37GKSqpfdu99-iw1gNrpGUcFaNUDDJk0puHqcc_QLr18NhzUdS_NNSNT-mPVA8Zq0O3tG5frJ_2B3cQHX-gFcqISY/s1600/Gianna+Maria+Canale.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="480" data-original-width="457" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEissdMZ_Ol6HeWcf5lMGuQmz2sie5ZKFl9IzvoPfW_JoYiT9qxQWZc37GKSqpfdu99-iw1gNrpGUcFaNUDDJk0puHqcc_QLr18NhzUdS_NNSNT-mPVA8Zq0O3tG5frJ_2B3cQHX-gFcqISY/s320/Gianna+Maria+Canale.jpg" width="304" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i><span style="font-size: small;">Gianna Maria Canale</span></i></td></tr>
</tbody></table>
<span style="font-size: large;">Mais tarde Canalli é chamado pela polícia porque a descrição feita por Lorraine era a do norte-americano interrogado quando chegou, no dia anterior. Na hora da acareação, entretanto, Lorraine diz que aquele não era o sujeito que viu no hotel e o inocenta de tudo. Fora dali eles iniciarão um romance e Canalli descobrirá que Touchard se mancomunou com um grande empresário chamado Gille Moreau para poder movimentar o ouro, mas o empresário tinha seus próprios planos e queria livrar-se de Touchard. Yvonne contou tudo a Lorraine e esta contou a seu amante, um dono de boate chamado Basil Constantine. Este tenta uma triangulação com Moreau via Touchard mas não consegue. E a corrida do ouro segue com polícia, bandidos, empresários, assassinatos, um romance, pessoas disfarçadas, fingindo ser quem não são e etc. Eu passaria horas para detalhar as inúmeras situações absurdas, então quem quiser conhecer melhor o filme, assista. Mas eu não me daria o trabalho.</span><br />
<br />
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: right; margin-left: 1em; text-align: right;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhny5AQiD1kSDytXxmTh2JGm3dnLCPgc-VQca_853h-HsroMbidM3qq7rOJl95CS89kiNKaJ-9OEFIxNRnpdGHf44vP25LhO4TLm2lhXtoqe1m96vRy0xdo4oJkVBfi58MeqNX7ZvdfEW5I/s1600/raft+canale.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="439" data-original-width="592" height="236" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhny5AQiD1kSDytXxmTh2JGm3dnLCPgc-VQca_853h-HsroMbidM3qq7rOJl95CS89kiNKaJ-9OEFIxNRnpdGHf44vP25LhO4TLm2lhXtoqe1m96vRy0xdo4oJkVBfi58MeqNX7ZvdfEW5I/s320/raft+canale.jpg" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i><span style="font-size: small;">George Raft e Gianna Maria Canale</span></i></td></tr>
</tbody></table>
<span style="font-size: large;">Não duvido que <i>The Man from Cairo</i>, com o seu monte de personagens e de tramas seja leitura agradável para matar algumas horas numa repartição pública ou num aeroporto. Mas sua realização cinematográfica foi fraquíssima. É um filme B com um elenco acima da média. Vale pelo espetáculo daquele peixão na banheira. George Raft tinha um contrato com a Lippert e este foi o último filme que precisou fazer para eles. E é também, até onde pude apurar, a última vez que ele foi protagonista absoluto de um filme. Raft estava com quase sessenta anos e já não havia mais sentido em colocá-lo como o durão que fuma compulsivamente mas corre atrás de bandidos, consegue bater em sujeitos maiores e mais jovens, e ainda faz com que a mocinha (trinta e cinco anos mais nova) se apaixone perdidamente por ele depois de cinco minutos de conversa. Nada é crível nesse filme bobo, lançado na Itália em setembro de 1953, e nos Estados Unidos, dois meses depois. Falarei mais sobre Gianna Maria Canale daqui a pouco, quando ela se reencontrar com Irene em outra produção.</span><br />
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhr3djCZyJ13yJpCSSSZGB-88XFhLGVATPSMrKjN76B8U8HUwCSUxpXKav3EHXAf_t1KITfvdewwGQUNIm30gOrEVHRZv0J4WMlnmPd1KflOWMdcnecwvVd-tt8IOZL4oSsGhLQBJuY7MJJ/s1600/Tempo+Irene+Papas.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="716" data-original-width="523" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhr3djCZyJ13yJpCSSSZGB-88XFhLGVATPSMrKjN76B8U8HUwCSUxpXKav3EHXAf_t1KITfvdewwGQUNIm30gOrEVHRZv0J4WMlnmPd1KflOWMdcnecwvVd-tt8IOZL4oSsGhLQBJuY7MJJ/s1600/Tempo+Irene+Papas.jpg" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i><span style="font-size: small;">"A Grega de Roma"... novamente capa da TEMPO</span></i></td></tr>
</tbody></table>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<div style="text-align: center;">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjzb-2fZhxRJ_6r3I3KDZUW5MsFsGLYB-kkfCjufB1bUaoxM6dVPyB_6R-SO_0n7I0RiHsRx8-zFUJhGXn8LKmn406gp6C9hFPW7sYCqN7t0-W-lRJOHFZQNMHVlPXFMcYz_DiNxKYPcQSt/s1600/una+di+quelle+1953.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="571" data-original-width="318" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjzb-2fZhxRJ_6r3I3KDZUW5MsFsGLYB-kkfCjufB1bUaoxM6dVPyB_6R-SO_0n7I0RiHsRx8-zFUJhGXn8LKmn406gp6C9hFPW7sYCqN7t0-W-lRJOHFZQNMHVlPXFMcYz_DiNxKYPcQSt/s1600/una+di+quelle+1953.jpg" /></a></div>
<span style="color: red; font-size: large;"><b><u>UNA DI QUELLE (1953)</u></b></span></div>
<br />
<span style="font-size: large;">O ano de 1953 foi muito intenso para Irene, em termos de trabalho. Lançando praticamente um filme por mês, ela ainda encontrou tempo para fazer uma participação não-creditada no filme <i>Una di Quelle</i>, do grande ator e comediante italiano Totò (1898/1967). Direção de Aldo Fabrizi e roteiro dele e de Aldo De Benedetti baseado no livro de Giorgio Bianchi.</span><br />
<br />
<span style="font-size: large;">Rocco (Totò) e Martino (Peppino De Filippo) são dois fazendeiros ricos que vêm à cidade grande "em busca de aventuras". Em uma casa noturna Rocco acidentalmente conhece Maria (Lea Padovani), viúva com um filho doente, e devendo dinheiro a seu senhorio. Desesperada, ela contempla a possibilidade de se prostituir para conseguir o dinheiro e aquela é a primeira vez que teve coragem de tentar. O filme se desenrola a partir do encontro dos dois. É um drama com algumas cenas cômicas que se devem ao ator, mas no geral é um filme leve.</span><br />
<br />
<span style="font-size: large;">Irene aparece em uma cena rápida, na porta da casa noturna. Ela está saindo de lá e pára na porta, aguardando seu namorado. Rocco e Martino ficam maravilhados com a beleza da moça. Chove torrencialmente e Rocco tenta puxar papo com ela. Ela o ignora e pouco depois o namorado aparece. Rocco e Martino acabam levando o casal até o táxi com seu próprio guarda-chuva. É só. <i>Una di Quelle</i> estreou em Roma em 7 de outubro de 1953. É lembrado hoje só pelos fãs de Totò, que não devem fazer idéia da participação de Irene.</span><br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhvLuxFwwse4T6TMcVUy2b7xHna0A-2v0F5AZ-iiiYYFScx2AkAh-md8oELRB69bvOdgsAtImfePPyX48aDdtKgNInVy6yJe77ZUIt75ti_XlX5EV5kqJU6cD7o0ykhS38llVHwvK4zP5k5/s1600/Tot%25C3%25B2+Irene+Papas+%25284%2529.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="360" data-original-width="454" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhvLuxFwwse4T6TMcVUy2b7xHna0A-2v0F5AZ-iiiYYFScx2AkAh-md8oELRB69bvOdgsAtImfePPyX48aDdtKgNInVy6yJe77ZUIt75ti_XlX5EV5kqJU6cD7o0ykhS38llVHwvK4zP5k5/s1600/Tot%25C3%25B2+Irene+Papas+%25284%2529.jpg" /></a></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiNLSAKw_Gxc0mvWooBx7lJ6rAYqf1aDFbr48eyfiAVkyPW5RF3l698xS5YQScyoS9Sk58xpvQ7PwMs1IVTmzN7mAooGs47UkaDTVpvA-dRWPMSTEpi1FvvJbC2kbkWkPEIfbrBvKAa1TaG/s1600/Tot%25C3%25B2+Irene+Papas+%25282%2529.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="360" data-original-width="454" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiNLSAKw_Gxc0mvWooBx7lJ6rAYqf1aDFbr48eyfiAVkyPW5RF3l698xS5YQScyoS9Sk58xpvQ7PwMs1IVTmzN7mAooGs47UkaDTVpvA-dRWPMSTEpi1FvvJbC2kbkWkPEIfbrBvKAa1TaG/s1600/Tot%25C3%25B2+Irene+Papas+%25282%2529.jpg" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i><span style="font-size: small;">Irene, Totò e Peppino De Filippo</span></i></td></tr>
</tbody></table>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgRPMzj-1pv0H3I3upghgFJ5OcP0hSLxjCAcOVEQvGwW8vmnXVZzAYaR_HSu2kqxa-gZyCXg-FUfvx0vBpZM9G-X8udDx4R4bgLc3Lbd3T_-UYey84PEiw2pHTaxtyrZJvtND0QwFqCMnxx/s1600/vortice.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="494" data-original-width="329" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgRPMzj-1pv0H3I3upghgFJ5OcP0hSLxjCAcOVEQvGwW8vmnXVZzAYaR_HSu2kqxa-gZyCXg-FUfvx0vBpZM9G-X8udDx4R4bgLc3Lbd3T_-UYey84PEiw2pHTaxtyrZJvtND0QwFqCMnxx/s400/vortice.jpg" width="266" /></a></div>
<div style="text-align: center;">
<span style="color: red; font-size: large;"><b><u>VORTICE (1953)</u></b></span></div>
<br />
<span style="font-size: large;">Melodrama escrito (em parceria com três outros roteiristas) e dirigido por um mestre no gênero, o italiano Raffaello Matarazzo (1909/1966). Na tentativa de dar uma vida confortável à filha, Cesare Fanti (Paolo Ferrara) contrai várias dívidas junto ao banco onde trabalha e acaba impossibilitado de saldá-las. Arrasado, tenta o suicídio abrindo o gás de sua casa e fechando as janelas. A filha, Elena (Silvana Pampanini), chega a tempo de impedir a morte do pai. Ela então entra em contato com o dono do banco e amigo deles, Luigi Moretti (Gianni Santuccio), e pede que ele ajude o pai. Moretti diz que Cesare se afundou demais nas dívidas e já não há mais como ajudá-lo. Apaixonado por Elena e desenganado por ela no passado, Luigi sugere uma solução terrível: pagará as dívidas do velho se Elena se casar com ele. Ultrajada, Elena repete que não o ama e que está noiva do médico Guido Aurelli (Massimo Girotti). Luigi mais uma vez a chantageia: pergunta-lhe se o tal noivo aceitará casar-se com uma mulher cujo pai está na cadeia. Ela não vê outra solução senão aceitar a proposta indecorosa de Luigi e terminar o noivado com Guido, sem sequer revelar a razão de sua atitude.</span><br />
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhjVcsLJeO2X6DsqA9f49K2n4ovu_UMpZIJUduAko9EYaNHAVz-s6rr_DG9_-Cje9oIdU1RIXRFORv4D25_yn50O1rpwSjtJAtPm2U30PuAPDPyXfjU-HRb8OVEEgXSRy5xj67VbpIOrX8o/s1600/Vortice+pampanini.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="354" data-original-width="483" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhjVcsLJeO2X6DsqA9f49K2n4ovu_UMpZIJUduAko9EYaNHAVz-s6rr_DG9_-Cje9oIdU1RIXRFORv4D25_yn50O1rpwSjtJAtPm2U30PuAPDPyXfjU-HRb8OVEEgXSRy5xj67VbpIOrX8o/s1600/Vortice+pampanini.jpg" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i><span style="font-size: small;">Elena (Silvana Pampanini) e Guido (Massimo Girotti)</span></i></td></tr>
</tbody></table>
<br />
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: right; margin-left: 1em; text-align: right;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi2j0e8rp_2SIlXHwUv7gDhptgJ3nzBKw_Oo5hknuMLw3NipKgdIEwvDXXPrXPm2TRqU_0_BElG-curd9MADX0-U8EfDkxNP4ePQpYTBjvCoK_pCb8Y7ijcXzqJtk-qZCnIOtIW9H-T4vCT/s1600/Silvana+Pampanini+Vortice+1953.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="358" data-original-width="302" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi2j0e8rp_2SIlXHwUv7gDhptgJ3nzBKw_Oo5hknuMLw3NipKgdIEwvDXXPrXPm2TRqU_0_BElG-curd9MADX0-U8EfDkxNP4ePQpYTBjvCoK_pCb8Y7ijcXzqJtk-qZCnIOtIW9H-T4vCT/s320/Silvana+Pampanini+Vortice+1953.jpg" width="269" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i><span style="font-size: small;">Silvana Pampanini</span></i></td></tr>
</tbody></table>
<span style="font-size: large;">Passam-se quatro ou cinco anos. Cesare já morreu, Elena está casada com Luigi e ambos tem uma filha pequena, Anna (Maria Grazia Sandri). A casa é rica e confortável, mas Elena está apática e vai levando sua vida na inércia de um casamento que não queria e ao qual se acostumou. Luigi, por outro lado, está experimentando uma crise bastante curiosa: sabe que o casamento só aconteceu porque Elena precisava do dinheiro para ajudar o pai; passados os anos e morto Cesare, porém, Luigi julgou que a obrigação de Elena se esgotou e tinha alguma esperança de que ela passasse a amá-lo, de fato, o que não aconteceu. Ele vai viajar a negócios e diante do total desinteresse da esposa em acompanhá-lo, Luigi convida uma velha amiga, Clara (Irene), e os dois seguem juntos, de carro. Sofrem um acidente na estrada. Luigi pede a Clara, que não teve maiores contusões, que saia dali para que ele não seja comprometido pela presença dela quando forem resgatá-lo. No hospital descobre-se que ele ficou paraplégico. A grande coincidência é que o médico que trata de seu caso não é nenhum outro senão Guido, que se reencontra com Elena.</span><br />
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEinOYSShBJSS4Y4Yd4ufhDGUE3iybycYup0G2XKH0w1SS7IusWPFg9fh0TW0K_BMLR7YSZQ6pNbmnHeaqClx9E8BgV22y_85NYZ-cPMj3kY46wxLlwaEKw0NKqHcrJXMPft4cyhGioUMfv_/s1600/vortice+Irene+papas+%25281%2529.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="351" data-original-width="483" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEinOYSShBJSS4Y4Yd4ufhDGUE3iybycYup0G2XKH0w1SS7IusWPFg9fh0TW0K_BMLR7YSZQ6pNbmnHeaqClx9E8BgV22y_85NYZ-cPMj3kY46wxLlwaEKw0NKqHcrJXMPft4cyhGioUMfv_/s1600/vortice+Irene+papas+%25281%2529.jpg" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i><span style="font-size: small;">Clara (Irene) é convidada a viajar...</span></i></td></tr>
</tbody></table>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjYaQ4uWvz6UhOa49MA_M3P6mp4gVErBYc1JOH_SfoU4D2z6HhkPMnO_i1Pr9ibjlIAZ-FtxMVTU9Dvcf4JTXVut1ngCqjCo0iAE7LyUS6q-jljXRvTAG80Seqs8HQuFK1mOKkQBTsuu50X/s1600/vortice+Irene+papas+%25282%2529.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="357" data-original-width="484" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjYaQ4uWvz6UhOa49MA_M3P6mp4gVErBYc1JOH_SfoU4D2z6HhkPMnO_i1Pr9ibjlIAZ-FtxMVTU9Dvcf4JTXVut1ngCqjCo0iAE7LyUS6q-jljXRvTAG80Seqs8HQuFK1mOKkQBTsuu50X/s1600/vortice+Irene+papas+%25282%2529.jpg" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i><span style="font-size: small;">Clara (Irene) e Luigi (Gianni Santuccio), pouco antes do acidente</span></i></td></tr>
</tbody></table>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiBmORxC7NvZ7RdWejOwtkjzAsyXnYyelmygLzU0SaKExMakAyUszcUJ1KToVSUKN05CCyFJ4UOVXqAW0A-j9Aax_lY07NA55U6lbuzZcyPhFbYQQ9w4evq7GZWSV6qZRTb9Y3KS5Vid-aT/s1600/vortice+Irene+papas+%25283%2529.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="360" data-original-width="484" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiBmORxC7NvZ7RdWejOwtkjzAsyXnYyelmygLzU0SaKExMakAyUszcUJ1KToVSUKN05CCyFJ4UOVXqAW0A-j9Aax_lY07NA55U6lbuzZcyPhFbYQQ9w4evq7GZWSV6qZRTb9Y3KS5Vid-aT/s1600/vortice+Irene+papas+%25283%2529.jpg" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i><span style="font-size: small;">Luigi pede que Clara não fique lá...</span></i></td></tr>
</tbody></table>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgclqmkQtPszyJ0RgmGp5OFmiyodyHsyKf12JRCPLFFWoiOWWyd966u95rfd_PoMFK9JytjlNff8YXNN8jq3Q3y18NZ22e_8VyvEqN74KfRZQV-j124nNQXooIQr6pY92lmFm3XkSOfZMVh/s1600/vorticeirene+papas+espanha.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="369" data-original-width="559" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgclqmkQtPszyJ0RgmGp5OFmiyodyHsyKf12JRCPLFFWoiOWWyd966u95rfd_PoMFK9JytjlNff8YXNN8jq3Q3y18NZ22e_8VyvEqN74KfRZQV-j124nNQXooIQr6pY92lmFm3XkSOfZMVh/s1600/vorticeirene+papas+espanha.jpg" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i><span style="font-size: small;">O cartaz espanhol do filme traz a cena do acidente de Irene e Gianni Santuccio</span></i></td></tr>
</tbody></table>
<br />
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: left; margin-right: 1em; text-align: left;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiEvfLpxxKmUBYJFJ5KobNCUQMLJ7ujzKAKalvsZXZewR_7-Ucqk5iXYH0kRpVQxzeu2xlkl6ix6yxiefnNEaXtEoEBke6RlvKvF5NizZ4EFa6Y-CdXiJ3FAJC8x7zZOZCjSkZd9nXoaVCX/s1600/Vortice+1953+Irene+Papas.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="354" data-original-width="354" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiEvfLpxxKmUBYJFJ5KobNCUQMLJ7ujzKAKalvsZXZewR_7-Ucqk5iXYH0kRpVQxzeu2xlkl6ix6yxiefnNEaXtEoEBke6RlvKvF5NizZ4EFa6Y-CdXiJ3FAJC8x7zZOZCjSkZd9nXoaVCX/s320/Vortice+1953+Irene+Papas.jpg" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i><span style="font-size: small;">Clara (Irene) e Viaggiani (Franco Fabrizi)</span></i></td></tr>
</tbody></table>
<span style="font-size: large;">Luigi conhecia Guido e na presença da esposa e do médico ele faz um escândalo dizendo que ambos agora estão livres para ficarem juntos. Guido compreende, então, as razões que levaram Elena a terminar o noivado de ambos e casar com Luigi. Ele propõe a Elena que eles voltem mas ela está comovida com a desgraça do marido e não consegue deixá-lo. Enquanto isso quem começa a fazer visitas ao hospital é Clara, mas ela não consegue se encontrar com Luigi, por conta da constante presença de Elena. Clara não é boba e evidentemente quer uma indenização gorda pelo incômodo e sobretudo por seu silêncio. Quando Luigi recebe alta, Clara envia seu comparsa, Viaggiani (Franco Fabrizi), à casa dele para falarem da indenização. A princípio Luigi se mostra receptivo mas quando descobre o valor astronômico pedido por Clara ele fica indignado; oferece um décimo do valor e bota Viagianni para correr. Seu convívio com Elena também piora muito; antes ele trabalhava e eles se viam pouco. Agora ele está em casa o dia inteiro e os dois não têm qualquer intimidade ou afinidade. Depois de várias discussões Elena fica farta das chorumelas do marido e vai embora, avisando que ficará na casa de uma amiga o resto do dia e voltará quando ele estiver melhor.</span><br />
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhLzICUDSl3V8HfMWj4CcsojniaYqbcdDOkxNAdnGrdoOZIwWtLqjeWtEjRPD0ceDArlaziJx0fKd2TZ0sM2bLzx6MvEpj2-5Ukcf87XxuUUUaOEzAb1r-TDKyyOrgPWTCIzwrz2mWF2t2T/s1600/Irene+Papas+Vortice+1953.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="435" data-original-width="564" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhLzICUDSl3V8HfMWj4CcsojniaYqbcdDOkxNAdnGrdoOZIwWtLqjeWtEjRPD0ceDArlaziJx0fKd2TZ0sM2bLzx6MvEpj2-5Ukcf87XxuUUUaOEzAb1r-TDKyyOrgPWTCIzwrz2mWF2t2T/s1600/Irene+Papas+Vortice+1953.jpg" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i><span style="font-size: small;">Clara vai visitar Luigi</span></i></td></tr>
</tbody></table>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<div style="text-align: right;">
</div>
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: right; margin-left: 1em; text-align: right;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEijeAp1ydT7m19X14fEL70SyigQcw0AdLKRJmutGbg5ooPm2Gz-xj_W4Psl2x4xszqHUJhn-n68NAYxL6O7SPQ_plZkuQhcPsI9kUoN2L6d6hblx0OiRizl9JFd9A0zd0x07bEsaJ9LPEwV/s1600/Irene+Vortice+%25282%2529a.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="498" data-original-width="337" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEijeAp1ydT7m19X14fEL70SyigQcw0AdLKRJmutGbg5ooPm2Gz-xj_W4Psl2x4xszqHUJhn-n68NAYxL6O7SPQ_plZkuQhcPsI9kUoN2L6d6hblx0OiRizl9JFd9A0zd0x07bEsaJ9LPEwV/s1600/Irene+Vortice+%25282%2529a.jpg" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i><span style="font-size: small;">A cicatriz</span></i></td></tr>
</tbody></table>
<span style="font-size: large;">Aproveitando que a esposa saiu, Luigi telefona para Clara e pede que ela vá até lá para resolverem o assunto sem o comparsa. Os dois se trancam na sala e conversam. Luigi vai até o cofre e pega um maço de notas. Clara diz que é pouco e se exaspera; reclama que tudo aquilo é culpa de Luigi e se aproxima dele, retirando de seu rosto um adorno que cobre sua bochecha direita. Fica visível uma grande cicatriz. Ela diz que a operação plástica é cara e precisa do valor para que seu rosto volte a ser exatamente como era. Luigi não se comove e os dois discutem aos gritos. Ele começa a ter um acesso e pede a Clara que lhe traga água e seu sonífero. Orienta a moça a colocar cinco gotas mas antes que possa beber, sua filha, acordada pela gritaria, bate na porta e pede para falar com a mãe. Ele diz que a mãe está ocupada conversando com ele naquele momento e ordena à menina que volte para sua cama. Ele se aproxima da porta para falar com a filha, que está do outro lado, e dá as costas à Clara. Ela então coloca muitas gotas do sonífero no copo de água. Quando ele volta, ela lhe dá o copo e ele bebe. Ela então se mostra subitamente conformada, aceita o dinheiro e sai da sala. Volta segundos depois e vê que Guido está desacordado. Ela vai até o cofre, pega todo o dinheiro e vai embora.</span><br />
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjEFLhz5O2tW2552TeyD2HSSbAboVrNoReyrNewKc8CBLUMhkZXXLk23MGoNfX_nl7Ph55S3C310AUqV7PyoivifGzFUa-fY74BBgGrk9IV62K4TDlNCt4VFnqHYddTpsQwN4KEIUxGr3FM/s1600/Irene+Vortice+%25281%2529.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="356" data-original-width="484" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjEFLhz5O2tW2552TeyD2HSSbAboVrNoReyrNewKc8CBLUMhkZXXLk23MGoNfX_nl7Ph55S3C310AUqV7PyoivifGzFUa-fY74BBgGrk9IV62K4TDlNCt4VFnqHYddTpsQwN4KEIUxGr3FM/s1600/Irene+Vortice+%25281%2529.jpg" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i><span style="font-size: small;">A visão do cofre</span></i></td></tr>
</tbody></table>
<br />
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: left; margin-right: 1em; text-align: left;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjcZ0INkXj3g-dERnnpP2MxeTywrQyj7PjyP5JDkW0hvakA5CoEoQpOMDlBU3G8hHNTeKNcLckghhu8i4gnJM0xsEEiLIlMJL-B7Yp6SezF_DtILAj7KWSI5d2jMCHJdNfNVeZXrJZS2bN2/s1600/Pampanini.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="352" data-original-width="285" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjcZ0INkXj3g-dERnnpP2MxeTywrQyj7PjyP5JDkW0hvakA5CoEoQpOMDlBU3G8hHNTeKNcLckghhu8i4gnJM0xsEEiLIlMJL-B7Yp6SezF_DtILAj7KWSI5d2jMCHJdNfNVeZXrJZS2bN2/s320/Pampanini.jpg" width="259" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i><span style="font-size: small;">Silvana Pampanini</span></i></td></tr>
</tbody></table>
<span style="font-size: large;">Enquanto esteve fora Elena se encontrou com Guido. Ele lhe comunicou que conseguiu uma ótima oportunidade de trabalho na Venezuela e pede que ela e a filha viajem com ele. Elena se nega e Guido pergunta o que a prende ao marido. Ela responde que desde o acidente sente "piedade" e não pode deixá-lo. Se despedem e quando entra em sua sala, ela se depara com Luigi, que está morto. A polícia chega e num rápido exame fica evidente que Luigi se suicidou quando a esposa não estava presente. Só que quando a polícia está prestes a ir embora a filha de Elena aparece e o policial lhe pergunta se ela ouviu alguma coisa. A menina responde que escutou a mãe gritando. O policial julga que Elena mentiu e ela é levada à delegacia. Com medo de envolver Guido ela se recusa a dizer com quem estava quando saiu, e fica sem álibi. Ameaçada de não ver mais sua filha ela confessa que estava com Guido. Ele é chamado e confirma o álibi mas quando ela explica que eram noivos o policial duvida da história e acusa o médico de estar ajudando a ex-noiva. Ela fica presa para aguardar o julgamento e a filha é mandada para um orfanato. Guido cancela a viagem.</span><br />
<br />
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: right; margin-left: 1em; text-align: right;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj4YbsqRGUwhs4qo8l01l5afxoEPjs5D-oAXtHFnaLt5SX3uw1ZO0KrC-kFZtY0BT3onGeWsNQV3O1HbPNWgeQK64ok-ow3cVdh_qDxl10kWbcleayhyz5Qkn5-Fu6HIFNxzZJ82Lv916PW/s1600/vortice+irene+papas.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1240" data-original-width="335" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj4YbsqRGUwhs4qo8l01l5afxoEPjs5D-oAXtHFnaLt5SX3uw1ZO0KrC-kFZtY0BT3onGeWsNQV3O1HbPNWgeQK64ok-ow3cVdh_qDxl10kWbcleayhyz5Qkn5-Fu6HIFNxzZJ82Lv916PW/s1600/vortice+irene+papas.jpg" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i><span style="font-size: small;">"Não sou uma assassina!'...</span></i></td></tr>
</tbody></table>
<span style="font-size: large;">Viaggiani confronta Clara sobre seus planos. Ela fica surpresa com a irritação dele e ele lhe mostra o jornal que fala do julgamento de Elena pelo assassinato de Luigi. Clara não tinha idéia do que vinha acontecendo e fica arrasada. Chora e grita que sua intenção era apenas fazê-lo dormir para poder pegar o dinheiro. Afirma que não queria matá-lo e não é uma assassina. Viaggiani lhe dá um tapa e diz a ela que o mais importante naquele momento é ter calma e se certificar de que ninguém a viu entrar ou sair da casa. Dias depois Clara vai ao mesmo hospital para uma consulta sobre sua plástica. Guido a reconhece do tempo em que Luigi esteve lá e pergunta se ela o conhecia. Clara nega tudo e vai embora rapidamente. Desconfiado, ele levanta a ficha de Clara no hospital e solicita à polícia que a investigue por ter negado de forma terminante algo que era tão óbvio. Ela telefona para Viaggiani e informa que Guido a reconheceu. Ele vai até lá e diz a ela que se vire; já a ajudou o suficiente e não pagará por algo que é culpa unicamente dela. Quando abre a porta para sair, dá de cara com os policiais, que prendem os dois.</span><br />
<br />
<span style="font-size: large;">Anna, a filha de Elena, cai doente pela tristeza de saber que foi seu comentário que levou a mãe à prisão. Assustadas com a possibilidade da menina piorar, as freiras do orfanato dão um jeito de permitir que a mãe vá até lá e veja a filha. O reencontro é emocionante e quando chega a hora de Elena ir embora, ela se recusa a devolver a filha e se encaminha ao topo da escadas do orfanato. Desesperada, ela pretende se jogar e morrer junto com a filha, mas no momento em que vai fazê-lo, Guido chega e lhe avisa que Clara foi presa e ela foi inocentada.</span><br />
<br />
<span style="font-size: large;"><i>Vortice</i> é um dramalhão no melhor estilo daquilo que era produzido na época. Tem romance, corações partidos, sacrifícios pela família, crianças fofinhas, vilões simpáticos e uma boa carga de desgraças que terminam com um final feliz. É outro filme menor, como basicamente todos os que Irene fizera até aquele momento (excetuando-se talvez Νεκρή πολιτεία, no que tange à Grécia), mas assim como <i>Le Infedele</i>, é ótimo entretenimento. A última meia hora, que trata dos desdobramentos da morte de Luigi, se arrasta e cansa um pouco, mas em geral não é um filme ruim.</span><br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhykL5diM-msD2ym4UJEt7OgPA4udPxCff6DYk1Des1991kZuqsLfJgWpswec0tCExjYHJrSzSZiAEwkOq93C-A9gWZRDfs8se_OdgDBTVlQM2BEvRrXsgBMQGaDk_5QJdc8ztVPbTEji2r/s1600/Irene+Papas+Vortice+1953+%25282%2529.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="353" data-original-width="320" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhykL5diM-msD2ym4UJEt7OgPA4udPxCff6DYk1Des1991kZuqsLfJgWpswec0tCExjYHJrSzSZiAEwkOq93C-A9gWZRDfs8se_OdgDBTVlQM2BEvRrXsgBMQGaDk_5QJdc8ztVPbTEji2r/s320/Irene+Papas+Vortice+1953+%25282%2529.jpg" width="290" /></a></div>
<span style="font-size: large;">Irene mais uma vez é aquela vilã de quem é impossível não gostar. Ela e Franco Fabrizi são vilões meio atrapalhados e a cena de seu ataque histérico, em que descobre que matou Luigi sem querer e acaba estapeada, nos faz sentir pena dela. Além do fato de estar lindíssima. Parece uma top model, como ocorreria novamente dois anos depois em <i><a href="https://bernardoschmidt.blogspot.com/2018/10/eirini-papas-irene-papas-25.html" target="_blank">The Missing Scientists</a></i>. O contraste de sua beleza esbelta, longilínea e contemporânea com a beleza pasteurizada e datada de Silvana Pampanini é berrante. Assistindo Irene em <i>Vortice</i> tive a mesma sensação de quando via os filmes de Marilyn em início de carreira: pena dos protagonistas.</span><br />
<br />
<span style="font-size: large;">O filme foi lançado na Itália em novembro de 1953. Está inteiramente esquecido. A produção foi da Lux Film italiana. O próximo filme de Irene seria uma produção da Lux italiana e da Lux francesa.</span><br />
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiD9QSNTsV-9pqVGbirPAswOjihYwt8afyidjKEDFGFIu6oratgGBkmDQl_PVXwt6YJB27LPacmkNsVZ8VgKHd33WrglDED-oRQSF-mQGexLf_lj7D3p-Gcl1K8-u1dTGEnKOg9jhqh4dJr/s1600/Irene+Papas.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="722" data-original-width="501" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiD9QSNTsV-9pqVGbirPAswOjihYwt8afyidjKEDFGFIu6oratgGBkmDQl_PVXwt6YJB27LPacmkNsVZ8VgKHd33WrglDED-oRQSF-mQGexLf_lj7D3p-Gcl1K8-u1dTGEnKOg9jhqh4dJr/s1600/Irene+Papas.jpg" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i><span style="font-size: small;">Foto autografada por Irene nessa época. Faltam-me as palavras...</span></i></td></tr>
</tbody></table>
<br />
<div style="text-align: center;">
<span style="color: red; font-size: large;"><b><u>TEODORA (1954)</u></b></span></div>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEicGP2LqISJVq08siCOTLWVo-7JyT_1ikuOVSC48lBrUcJWGeiTPWUuKdoFFlD_50bEtSELKSucZvADkVT7ETZHVrRtR9Wh65-gMMn5-1dASXr8bdfYFREcebA6PED48AxLGW2yBENVh4tU/s1600/Teodora+1954.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" data-original-height="698" data-original-width="483" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEicGP2LqISJVq08siCOTLWVo-7JyT_1ikuOVSC48lBrUcJWGeiTPWUuKdoFFlD_50bEtSELKSucZvADkVT7ETZHVrRtR9Wh65-gMMn5-1dASXr8bdfYFREcebA6PED48AxLGW2yBENVh4tU/s400/Teodora+1954.jpg" width="276" /></a></div>
<span style="font-size: large;">O diretor italiano Riccardo Freda (1909/1999) conheceu Gianna Maria Canale em um concurso de beleza, no final dos anos 40. Largou sua esposa e começou a namorar Canale, com quem se casou e com quem teve uma frutífera parceria cinematográfica. Em 1948 o casal veio ao Brasil para filmar as externas de <i>O Guarani</i> (produção do estúdio italiano Universalia), que a despeito do título é sobre a vida de Carlos Gomes e se baseia na biografia escrita pela filha do compositor, Ítala Gomes Vaz de Carvalho</span><span style="font-size: large;">. Canale foi apresentada à imprensa nacional como "Miss Itália" daquele ano (o que não era verdade; ela simplesmente concorreu mas foi derrotada) e interpretou Henriqueta, uma das namoradas de Gomes, coadjuvando o ator português Antônio Villar, no papel do compositor, e a atriz Mariella Lotti, no papel de Lindita, que, como não vi o filme, imagino ser o apelido de </span><span style="font-size: large;">Adelina Peri, com quem Gomes se casou e teve cinco filhos (inclusive Ítala). O filme teve uma produção bem cuidada, mas foi rapidamente esquecido. Pouco depois Freda foi contratado pela Atlântida para roteirizar e dirigir um chanchada com Oscarito, Grande Otelo e Anselmo Duarte: <i>Um Caçula do Barulho</i>. Canale teve um pequeno papel. O filme foi pulverizado por Moniz Vianna, no prestigioso <i>Correio da Manhã</i>. Sobre Freda, o crítico afirma que o diretor "revela um desconhecimento quase total dos princípios mais comezinhos da cinematografia. Sua sintaxe é defeituosa, seu mal-gosto, patente". </span><span style="font-size: large;">Sobre Canale, disparou Vianna:</span><br />
<br />
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: left; margin-right: 1em; text-align: left;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgr8xKxoIs7paQ8zMZNGPzYO0Qvmnt_s7eD441jbhE46g3yYuhCo568hyphenhyphenZut4lDJU4WLmroHQSlWyHcNDaw_kwkLRg_IDA53HLkRh1W-M_0aPPuSo-ghyg8qntZDqQsZsOD60qgA18hTyL-/s1600/canale+guarani.JPG" imageanchor="1" style="clear: left; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1600" data-original-width="1093" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgr8xKxoIs7paQ8zMZNGPzYO0Qvmnt_s7eD441jbhE46g3yYuhCo568hyphenhyphenZut4lDJU4WLmroHQSlWyHcNDaw_kwkLRg_IDA53HLkRh1W-M_0aPPuSo-ghyg8qntZDqQsZsOD60qgA18hTyL-/s400/canale+guarani.JPG" width="272" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i><span style="font-size: small;">Canale, no papel de Henriqueta ("Hollywood",<br />s/data, mas provavelmente de outubro ou<br />novembro de 1948)</span></i></td></tr>
</tbody></table>
<span style="font-size: large;"><i>O filme não tem nexo, é uma coisa estapafúrdia, infamérrima. </i></span><span style="font-size: large;"><i>Vê-se uma italiana, Gianna Maria Canale, recitar em português ininteligível, e com a pose anacrônica de Francesca Bertini, um diálogo mal-decorado e mal-escrito. (...) Vêem-se, ainda, algumas mulheres anti-fotogênicas (para não usar a palavra adequada) circularem ante a câmera, provavelmente selecionadas pelo diretor a fim de estabelecer um contraste com a beleza de Maria Canale, aliás uma beleza que não atrai, acaciana e imóvel. (...) Uma droga, este "Caçula do Barulho"</i>. (06/01/1949)</span><br />
<br />
<span style="font-size: large;">Talvez por mimos desse tipo o casal não se adaptou à América do Sul e voltou para a Itália. Em 1953, em produção da Lux italiana e francesa, Freda começou a dirigir um filme sobre a imperatriz bizantina Teodora. Para tanto utilizou um argumento de André-Paul Antoine e chamou René Wheeler, Claude Accursi e Ranieri Cochetti para ajudá-lo no roteiro. O papel do marido de Teodora, o imperador Justiniano, foi para o galã francês Georges Marchal. No papel</span><span style="font-size: large;">-título estava, é claro, sua esposa.</span><br />
<br />
<div style="text-align: right;">
</div>
<div style="text-align: right;">
</div>
<div style="text-align: right;">
</div>
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: right; margin-left: 1em; text-align: right;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgLZyT4TOvTpHc6lgSKn-ZxpA-lSPvaNu5Q0-jNpoD6H_q3FYOtG6zRzlGtSqNhQFCdTwZ4ckedKNfNoHdqwyOyYGuWNqAjFtLeosNqDRg1bChsTqUFJmerjwnI6GhzliDItL51Wi9BZHqs/s1600/dn+29-12-48.JPG" imageanchor="1" style="clear: right; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1309" data-original-width="633" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgLZyT4TOvTpHc6lgSKn-ZxpA-lSPvaNu5Q0-jNpoD6H_q3FYOtG6zRzlGtSqNhQFCdTwZ4ckedKNfNoHdqwyOyYGuWNqAjFtLeosNqDRg1bChsTqUFJmerjwnI6GhzliDItL51Wi9BZHqs/s640/dn+29-12-48.JPG" width="307" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i style="font-size: 12.8px;"><span style="font-size: small;">Grande Otelo e Gianna Maria Canale<br />(Diário de Notícias, 29/12/1948)</span></i></td></tr>
</tbody></table>
<span style="font-size: large;">Teodora (500/548) era personagem pouco conhecido na telona. Sarah Bernhardt encarnara a imperatriz em peça de Victorien Sardou e alguma coisa fora feita na época do cinema mudo, mas em geral, a esposa de Justiniano ainda era terreno inexplorado no cinema. Provavelmente porque pouquíssimo se sabe concretamente sobre ela, além de que tinha origem humilde, seu pai era domador de ursos e leões no hipódromo de Bizâncio (ou Constantinopla, como já era chamada, à época) e ela conheceu Justiniano antes dele assomar ao trono; casou-se com ele e governaram juntos até a morte dela, em 548. Os únicos relatos mais ou menos substanciosos acerca de Teodora estão nos livros de seu contemporâneo Procópio de Cesaréia, mas existe uma saborosa reviravolta em sua obra; dois de seus livros — <i>História das Guerras</i>, relatando os feitos militares da era justiniana contra os persas, vândalos, mouros e godos, e <i>Monumentos</i>, incensando Justiniano e Teodora — foram lançados ainda na época em que Justiniano era Imperador de Bizâncio, e cristalizaram</span><span style="font-size: large;"> a imagem do imperador e de sua esposa como um casal exemplar, que muito fez pelo progresso e pela felicidade do império romano oriental, tendo à ilharga Belisário, um general justo e heróico.</span><br />
<br />
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: left; margin-right: 1em; text-align: left;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiVEfeSAJhrkyM6Tgc2hHb73f8UUA_7dhKM-CYBUrWy9SQiozAwhOHWFqtUrF1593tOtCCfwsH6tijxXU242IvHExC2CMSr2txW2GOlBJsGQ-JkCry_2fw2EFVxxPkjdYCYmY3Uy0MPYW3I/s1600/riccardo+freda.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="950" data-original-width="756" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiVEfeSAJhrkyM6Tgc2hHb73f8UUA_7dhKM-CYBUrWy9SQiozAwhOHWFqtUrF1593tOtCCfwsH6tijxXU242IvHExC2CMSr2txW2GOlBJsGQ-JkCry_2fw2EFVxxPkjdYCYmY3Uy0MPYW3I/s320/riccardo+freda.jpg" width="253" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i><span style="font-size: small;">Riccardo Freda</span></i></td></tr>
</tbody></table>
<span style="font-size: large;">E assim teriam os três entrado gloriosamente na eternidade, se nada menos do que mil anos depois, em 1623, não tivesse sido encontrado acidentalmente na Biblioteca do Vaticano um manuscrito inédito de Procópio, chamado de Ανέκδοτο, <i>Anékdoto</i>, que pode ser traduzido hoje em dia como "anedota" ou "anedotário", mas cuja tradução mais correta, no vernáculo da época, seria, providencialmente, a expressão "não publicado". O livro é convencionalmente chamado de "História Secreta". É uma das mais fantásticas objurgatórias de todos os tempos. Seja porque estava desiludido com os governantes, ressentido por alguma afronta, ou porque mentiu deslavadamente nos dois primeiros livros (certamente pagos com dinheiro público), ou por qualquer outra razão (o caso está em aberto até hoje), Procópio deu um pulo de 180° e escreveu o Ανέκδοτο para destruir completamente a imagem dos três. E o faz não com luvas de veludo, com sutileza e metáforas elegantes, como se poderia imaginar, e sim com o linguajar mais candente, violento, e por vezes, chulo.</span><br />
<br />
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: right; margin-left: 1em; text-align: right;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgtBHE2fit3-FKl-9Hfr-EzjlHeubcfxQx1ZzuFzOzXmny0wc7uYPD2Up7legrrwI-8SYjduof0a6vdOmt5BDwAAKa7YavFJKDYtK4-RuL3KfbWKobHGYC8Cy0IjrliutC7okvYL133itEc/s1600/Teodora.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1600" data-original-width="1115" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgtBHE2fit3-FKl-9Hfr-EzjlHeubcfxQx1ZzuFzOzXmny0wc7uYPD2Up7legrrwI-8SYjduof0a6vdOmt5BDwAAKa7YavFJKDYtK4-RuL3KfbWKobHGYC8Cy0IjrliutC7okvYL133itEc/s320/Teodora.jpg" width="222" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i><span style="font-size: small;">Detalhe de mosaico do século VI<br />retratando Teodora. Basílica de San<br />Vitale, em Rávena, na Itália</span></i></td></tr>
</tbody></table>
<span style="font-size: large;">Belisário é descrito como um corno manso, um idiota e um fraco que não merecia qualquer reconhecimento por sua participação nas guerras do império; sua esposa Antonina era uma vagabunda que seduziu o próprio enteado; Justiniano era um pervertido sexual, assassino, cruel e inescrupuloso; e a artilharia mais pesada é voltada à Teodora, caracterizada como a mais rasteira e imunda das prostitutas. Ela, que foi canonizada e é santa da Igreja Católica Ortodoxa, é descrita como uma ninfomaníaca, uma mulher de maus bofes, agourenta, invejosa e vingativa; era atriz de espetáculos obscenos ou pornográficos, vivia em bacanais e orgias e nada fizera pelo povo. Com o Ανέκδοτο, Procópio contradisse tudo o que havia escrito anteriormente e com isso conseguiu plantar a semente da dúvida nos pósteros. Hoje não há, efetivamente, como decidir qual dos dois relatos é o sincero, ou mesmo se ambos estão tisnados pela parcialidade do historiador. Logo, a história de Teodora acabou se tornando um livo em branco que pode ser escrito ao talante dos roteiristas que se debruçam sobre sua vida. E foi o que fizeram André-Paul Antoine e o time de roteiristas liderado por Riccardo Freda.</span><br />
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgyJxpWNIILrHSqfYFqn1sHYlWlrnS3mf_pkhI52YXAgTh3WRYDpzNj9Gz6_sWn94YqiQQ5hrFsU6R4Z5Ft74dtI1RNmDPboD39L1XUt56WqTgAb0Eb5KJ6uYqdRSWiqjfi1eL9yuwcTNv-/s1600/Teodora+1954+%25282%2529.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="457" data-original-width="566" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgyJxpWNIILrHSqfYFqn1sHYlWlrnS3mf_pkhI52YXAgTh3WRYDpzNj9Gz6_sWn94YqiQQ5hrFsU6R4Z5Ft74dtI1RNmDPboD39L1XUt56WqTgAb0Eb5KJ6uYqdRSWiqjfi1eL9yuwcTNv-/s1600/Teodora+1954+%25282%2529.jpg" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i><span style="font-size: small;">Gianna Maria Canale (Teodora), Georges Marchal (Justiniano), Renato Baldini (Arcas)<br />e Henri Guisol (Giovanni di Cappadocia)</span></i></td></tr>
</tbody></table>
<br />
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: right; margin-left: 1em; text-align: right;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEig5DW2KMcAuECUl52tiSNP5si08jchUpMhLykKcJuprjguxN90UDSdAm-9ABRbVGH338s3ENqQhyR5-TBtnKgW7j2GMks7mr82PPxgJ8bCwupDP6WJD0syfYcCFcMOsdZOIAa4MBrMxKKe/s1600/Teodora%252C+imperatrice.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="466" data-original-width="363" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEig5DW2KMcAuECUl52tiSNP5si08jchUpMhLykKcJuprjguxN90UDSdAm-9ABRbVGH338s3ENqQhyR5-TBtnKgW7j2GMks7mr82PPxgJ8bCwupDP6WJD0syfYcCFcMOsdZOIAa4MBrMxKKe/s400/Teodora%252C+imperatrice.jpg" width="311" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i><span style="font-size: small;">Canale: nada de "imóvel" na<br />beleza de seu corpão</span></i></td></tr>
</tbody></table>
<span style="font-size: large;">No filme (</span><span style="font-size: large;">"Teodora</span><span style="font-size: large;">", no original, </span><span style="font-size: large;">"Theodora, Slave Empress</span><span style="font-size: large;">", em inglês)</span><span style="font-size: large;">, Teodora é domadora de leões e faz apresentações sensuais de dança para o populacho de Bizâncio. Ela é pobre e vive com a mãe Egina (Olga Solbelli), com a irmã Saídia (Irene Papas), que lhe tem inveja, e com um piloto de corrida de bigas, Arcas (Renato Baldini), que é apaixonado por ela. Ela, contudo, não retribui seu amor e o considera um irmão. Em uma de suas apresentações de dança Teodora se sente atraída por um dos espectadores e se insinua para ele. O sujeito vai atrás dela no fim e os dois conversam. Interesseira, ela pede um medalhão valioso que o sujeito traz no peito. Ele não hesita em dá-lo a ela. Ela, porém, pega o medalhão, dá uma gargalhada e sai correndo. Mal sabe ela que esse era o imperador Justiniano (Georges Marchal), que por vezes se misturava à ralé para conhecer melhor suas necessidades. Inimiga das autoridades, a quem não tem medo de afrontar, e com a ajuda traiçoeira de Saídia, Teodora acaba presa pelo chefe de polícia, Andres (Roger Pigaut), por não poder explicar a origem do medalhão. O julgamento ocorre no palácio e ela reencontra Justiniano, mas não revela ser ele o dono do medalhão. Ela é sentenciada a passar um dia na prisão mas o imperador tem um surto de moralismo e exige que a pena máxima por roubo seja aplicada, ou seja, sua mão ser decepada. Ela protesta aos gritos e é levada.</span><br />
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhqQFjLbrJHyZlk22TmkYKHNBMNyq6bZpEVnm6R7bVWT3RVg5rhj8ReFoGNexv5Zc3_ilb9jYwbP6AM944_tKNTxAd74WCj0c479U0_Q4PydVld71BGGxWfoal6iR9h1Lmq4UkRdNXl7Ljw/s1600/Teodora+Irene.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="466" data-original-width="557" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhqQFjLbrJHyZlk22TmkYKHNBMNyq6bZpEVnm6R7bVWT3RVg5rhj8ReFoGNexv5Zc3_ilb9jYwbP6AM944_tKNTxAd74WCj0c479U0_Q4PydVld71BGGxWfoal6iR9h1Lmq4UkRdNXl7Ljw/s1600/Teodora+Irene.jpg" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i><span style="font-size: small;">Irene Papas: Saídia</span></i></td></tr>
</tbody></table>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<br />
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: right; margin-left: 1em; text-align: right;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhxkgT66FdlgM_K_yeQ3iVI_Nxnp8UkzuCcA_vBVJNctrwj8zN8F6YZyhX_4nt-38BYvu9En1thkWl2JnyJpk0FLVLRC4S4Obocps_btRqmE5CGbvVXSOJ8REpGuFN2tYDxkawXPqtmn_Ec/s1600/Teodora+Canale.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="441" data-original-width="528" height="267" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhxkgT66FdlgM_K_yeQ3iVI_Nxnp8UkzuCcA_vBVJNctrwj8zN8F6YZyhX_4nt-38BYvu9En1thkWl2JnyJpk0FLVLRC4S4Obocps_btRqmE5CGbvVXSOJ8REpGuFN2tYDxkawXPqtmn_Ec/s320/Teodora+Canale.jpg" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i><span style="font-size: small;">Pilotando a biga de Arcas</span></i></td></tr>
</tbody></table>
<span style="font-size: large;">Quando fica sabendo disso, Arcas aborda o imperador no hipódromo; Justiniano pretende pilotar uma das bigas que correrá dali a pouco. Arcas invoca um velho costume, segundo o qual o vencedor da corrida de bigas pode pedir qualquer coisa ao imperador, e neste caso ele se antecipa dizendo que se vencer, pedirá que a sentença sobre Teodora seja anulada. O pedido pesa na consciência de Justiniano, que se arrepende do que fez e vai até a prisão libertar Teodora. Mas quando chega lá ele descobre que ela ofereceu uma jóia a seu carcereiro (Umberto Silvestri) e ele a deixou ir embora. O carcereiro é cegado, como punição. Quando volta para sua casa Arcas encontra Teodora. Ele propõe que eles saiam de Bizâncio mas ela não aceita. Ele se enerva com a recusa e ela põe um sonífero em sua bebida. Vai até o hipódromo disfarçada e pilota a biga de Arcas. Quando a corrida começa, ela tira seu capacete e Justiniano, na biga ao lado, a reconhece.</span><br />
<br />
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: left; margin-right: 1em; text-align: left;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhJirPab14rOled66F5HwD5FZ7KtIaJ_fXSDu8MVUA2P5WiXgCl8ccJu7pOV7trQXkJfGrhnlJy6AUd3Sletp39A1EkGOVvZQBtFInkDG9QvP0ypD6n6l6a6aagPKOC3Y847wUqu3iYXcU5/s1600/Teodora+irene+Olga.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="847" data-original-width="345" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhJirPab14rOled66F5HwD5FZ7KtIaJ_fXSDu8MVUA2P5WiXgCl8ccJu7pOV7trQXkJfGrhnlJy6AUd3Sletp39A1EkGOVvZQBtFInkDG9QvP0ypD6n6l6a6aagPKOC3Y847wUqu3iYXcU5/s1600/Teodora+irene+Olga.jpg" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i><span style="font-size: small;">Saídia (Irene): incredulidade e depois puro despeito<br />ao ver a irmã pilotando a biga, em contraste com<br />a empolgação de Egina (Olga Solbelli)</span></i></td></tr>
</tbody></table>
<span style="font-size: large;">Os dois competem e Teodora vence a corrida. Saídia, que assistia a corrida com a mãe, não consegue conter o seu desdém. Mais tarde Teodora recebe o convite do imperador para visitar o palácio. Enquanto se arruma e se maquia lá mesmo, com a ajuda das serventes imperiais, o assessor mais próximo de Justiniano, Giovanni di Cappadocia (Henri Guisol) tenta agarrá-la e é rejeitado por ela. Nasce ali uma inimizade perigosa. Durante o jantar, Justiniano tenta a mesma coisa e também é rejeitado, mas por razões diferentes: Teodora lhe diz que só aceitará qualquer contato físico se eles se casarem. Ele debocha dela com uma gargalhada, mas acaba aceitando e na cena seguinte eles já aparecem casados, como imperador e imperatriz.</span><br />
<br />
<span style="font-size: large;">Em cerimônia na qual ambos recebem o general Belisário, que volta vitorioso da guerra com os persas, Teodora detecta uma conspiração de Giovanni com outros elementos palacianos e comenta com o general. Este a tranqüiliza e afirma que ao menor sinal de sedição, só o que ela deve fazer é acender uma grande fogueira, que possa ser vista de longe, e ele virá junto com o exército para proteger a soberania de Justiniano. Na cena seguinte descobriremos que quem também faz parte dessa conspiração é Arcas, que se uniu a Giovanni por ressentimento. Ele é destacado para a primeira parte do plano, que é assassinar Teodora.</span><br />
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhX00nR4lfXA5LmnWT1-3vuc6TsPCfkZC4Ea9vdwvl-rYG496xKA7T5aRhDyOkjT50Dyw0Iwu5kORA3gi7lfNXF7EdSUkLuSFmgKhr1uUdkcWIYkP0V8HNlvSSaN03A0Fbd7YK-p0qIjv4h/s1600/Teodora+Maria+Canale.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="451" data-original-width="563" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhX00nR4lfXA5LmnWT1-3vuc6TsPCfkZC4Ea9vdwvl-rYG496xKA7T5aRhDyOkjT50Dyw0Iwu5kORA3gi7lfNXF7EdSUkLuSFmgKhr1uUdkcWIYkP0V8HNlvSSaN03A0Fbd7YK-p0qIjv4h/s1600/Teodora+Maria+Canale.jpg" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i><span style="font-size: small;">Enquanto uma irmã governa...</span></i></td></tr>
</tbody></table>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjmTb4XIZB-BRR9i4JvVHIr0-p-j-kX8np_yN8oXRdXjETAZ68kdzBrsHfMSh-zui4Pl-tOI7MkTaX8QDeLp_XwKfdFZZ_5Wa7UwEJ3NVvt4yrmquPz5Uj6REq0tU9siLP26N-GJdimuPna/s1600/Papas+teodora.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="452" data-original-width="554" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjmTb4XIZB-BRR9i4JvVHIr0-p-j-kX8np_yN8oXRdXjETAZ68kdzBrsHfMSh-zui4Pl-tOI7MkTaX8QDeLp_XwKfdFZZ_5Wa7UwEJ3NVvt4yrmquPz5Uj6REq0tU9siLP26N-GJdimuPna/s1600/Papas+teodora.jpg" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i><span style="font-size: small;">... a outra se entrega ao ócio remunerado</span></i></td></tr>
</tbody></table>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: left; margin-right: 1em; text-align: left;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiGwoXDEeO6suYvslO06tc7eAdZudOqy03FPSgqxcQ8QgPkAErTNwU_lUQQ6NjQCopnSXd77IQFlZNzuZ3hwvMPUx8DCo6nFEGrlkUNIj5KvSEhowJt0nFL9Gbf6xeSOtizsZYpRhLlAb1q/s1600/Canale+teodora.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="550" data-original-width="661" height="266" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiGwoXDEeO6suYvslO06tc7eAdZudOqy03FPSgqxcQ8QgPkAErTNwU_lUQQ6NjQCopnSXd77IQFlZNzuZ3hwvMPUx8DCo6nFEGrlkUNIj5KvSEhowJt0nFL9Gbf6xeSOtizsZYpRhLlAb1q/s320/Canale+teodora.jpg" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i><span style="font-size: small;">Justiniano (Georges Marchal) e Teodora (Gianna<br />Maria Canale)</span></i></td></tr>
</tbody></table>
<span style="font-size: large;">Ele entra escondido nos aposentos dela mas quando a vê, ele fraqueja e não consegue matá-la. Ao invés disso ele conta tudo o que está acontecendo e pede a ela que se cuide. Ela o perdoa e diz a ele que vá embora o quanto antes, mas quando estão abraçados despedindo-se, Justiniano entra e tem um ataque de ciúme. Ordena aos guardas que prendam e matem Arcas mas ele consegue escapar. Teodora tenta explicar que existe uma conspiração liderada por Giovanni em andamento mas Justiniano não lhe dá ouvidos. Ao mesmo tempo, veremos Giovanni e Saídia juntos em outro cômodo do palácio; não conseguindo Teodora ele se contentou com a irmã, que é tão mau caráter quanto ele. Ele recebe a notícia de que Arcas não realizou sua parte do plano e fugiu; pensa rapidamente em como resolver essa situação e resolve cooptar Saídia. Em seguida, os guardas do palácio avisam Justiniano que um grupo de revoltosos cercou o palácio e está prestes a entrar. Ele então acredita na esposa e convoca os conspiradores para uma reunião.</span><br />
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj5PygAqMN48YqaJcAxZldDAVq7zcqepoPHGJq67IrnHWMUSSRiM3faIcI7gVttHNt_9bMDMnsVZO9E6z4Ma_dwh9MWIHHILwKI21PBV50eUzGk4YnSIj0HzQtllRBzz5er0LwgUjr_ASvu/s1600/Irene+Papas.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="401" data-original-width="563" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj5PygAqMN48YqaJcAxZldDAVq7zcqepoPHGJq67IrnHWMUSSRiM3faIcI7gVttHNt_9bMDMnsVZO9E6z4Ma_dwh9MWIHHILwKI21PBV50eUzGk4YnSIj0HzQtllRBzz5er0LwgUjr_ASvu/s1600/Irene+Papas.jpg" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i><span style="font-size: small;">Saídia (Irene) e Giovanni (</span></i><i style="font-size: 12.8px;"><span style="font-size: small;">Henri Guisol)</span></i></td></tr>
</tbody></table>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: right; margin-left: 1em; text-align: right;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjyYJ2o7Pol56yZuRU8c2_czAY9GzueSUSkak7t6kX7vkFPiqfQ30CU8eQ96LA8Bc7OAaW_Sk6Re1vM6Nwj4VCtW4AhVBWjWDPhiQe7TBTaSGB11QmKl7I7uMN_Bp60xEZyTfOxDZ0_x5h8/s1600/Teodora+Irene+Papas.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1600" data-original-width="336" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjyYJ2o7Pol56yZuRU8c2_czAY9GzueSUSkak7t6kX7vkFPiqfQ30CU8eQ96LA8Bc7OAaW_Sk6Re1vM6Nwj4VCtW4AhVBWjWDPhiQe7TBTaSGB11QmKl7I7uMN_Bp60xEZyTfOxDZ0_x5h8/s1600/Teodora+Irene+Papas.jpg" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i><span style="font-size: small;">A grande cena de Irene</span></i></td></tr>
</tbody></table>
<span style="font-size: large;">Justiniano confronta todos eles e os acusa de traição mas Giovanni nega com veemência. Exigida a prova de sua inocência, ele chama Saídia e diz a ela que conte toda a verdade. É a grande cena de Irene. Aos prantos, inventa que ela e Arcas eram namorados e pretendiam se casar, mas Teodora, com inveja de sua felicidade, roubou-o para ela e continuou o caso mesmo depois de casada. E como se essa imoralidade não fosse suficiente, ela também pretende matar o imperador. Começa uma comédia de erros. Justiniano vai até o quarto de Teodora para confrontá-la mas não a encontra, o que o faz acreditar na história de Giovanni e Saídia. Só que a imperatriz na verdade foi para o hipódromo conclamar a população a resistir ao lado de Justiniano e não ceder aos revoltosos, e também acender a fogueira que acionará o exército de Belisário. Há uma grande batalha entre revoltosos e a guarda fiel a Justiniano, e Arcas é morto.</span><br />
<br />
<span style="font-size: large;">Ela está chorando sobre o corpo quando Justiniano a encontra e ordena que ela seja executada. Para isso eles fazem um cordão de isolamento com a guarda e soltam o carcereiro cego para que ele a mate como quiser. Dali a pouco, no hipódromo, Justiniano dá de cara com Belisário e lhe pergunta o que ele está fazendo ali. O general explica o acordo que tinha com Teodora para defender o imperador. Desesperado, Justiniano confronta Giovanni uma última vez. Este já não se dá mais o trabalho de negar e diz na cara do imperador que é tudo verdade e que era uma injustiça da vida que ele próprio não fosse o imperador. Justiniano manda prendê-lo e volta correndo para o local onde deixou Teodora. Chega a tempo de matar o carcereiro e salvá-la.</span><br />
<br />
<span style="font-size: large;">Segundo o IMDB existe uma versão do filme com 126 minutos. A versão que eu assisti tem apenas 88 minutos. Espero um dia poder ver o filme na íntegra. Imagino que haja mais cenas com Irene, cuja personagem teria inúmeros aspectos de sua personalidade, sua relação com a irmã e com Giovanni a serem desenvolvidos. Embora tenha uma ótima performance, seu papel realmente parece ter sido podado. O mesmo com a mãe, Olga Solbelli, o Scarpios de Carlo Sposito, a etc. Tal como eu o vi, é um filme bonito, boa cenografia, figurinos e tudo mais, mas com um sabor de segundo time. É aquilo que se convencionou chamar de um "épico barato". A direção de atores não era o forte de Riccardo Freda então sobejam as caretas e a canastrice. Vale por Irene e Gianna Maria Canale. Sua beleza e sua sensualidade são estonteantes, na cena em que dança. O filme foi lançado na França em julho de 1954 e na Itália em setembro do mesmo ano. Não qualificou pra prêmios em festivais e hoje é praticamente desconhecido.</span><br />
<br />
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: left; margin-right: 1em;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhPnVy9Zglpf5WDblED_A4QEnrQWmWIrYlvihJbD4A0xhBE1Cex3jIfOYinAIEygSTyuX7R2-MFupxZFyAsKDRfomw3DXdSRtTUz2aCP2ovtQM-RE3T9mULqpPQis8XUL3QEO8kxZ41fvip/s1600/poster.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1600" data-original-width="1106" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhPnVy9Zglpf5WDblED_A4QEnrQWmWIrYlvihJbD4A0xhBE1Cex3jIfOYinAIEygSTyuX7R2-MFupxZFyAsKDRfomw3DXdSRtTUz2aCP2ovtQM-RE3T9mULqpPQis8XUL3QEO8kxZ41fvip/s400/poster.jpg" width="276" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="font-size: 12.8px; text-align: center;"><i><span style="font-size: small;">Um cartaz bobo, com uma cena<br />que nem existe no filme</span></i></td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: center;">
<span style="color: red; font-size: large;"><b><u>ATTILA (1954)</u></b></span></div>
<br />
<span style="font-size: large;">Enquanto Anthony Quinn, em 1954, já era um veterano com quase vinte anos de carreira e um Oscar de Melhor Ator Coadjuvante em seu currículo, Irene Papas e Sophia Loren eram meras p</span><span style="font-size: large;">rincipiantes. A diferença é que Papas estreara em 1948 e estava em seu oitavo filme. Já Loren começara em 1950 e <i>Attila</i> era seu 29º nono filme, sendo que dez deles foram feitos em 1954, ano em que sua carreira deslanchou. A grande maioria é inteiramente esquecível, mas com eles Loren foi cimentando seu prestígio na Itália e na Europa. Muito desse prestígio se devia a Carlo Ponti, produtor de vários desses filmes, e <i>Attila</i> era mais uma produção de Ponti com a Lux italiana, desta vez em parceria com Dino de Laurentiis. A direçã</span><span style="font-size: large;">o foi de Pietro Francisci e o roteiro é d</span><span style="font-size: large;">e Ennio De Concini, Frank Gervasi e Primo Zeglio. De <i>Teodora</i> para</span><br />
<span style="font-size: large;"><i>Attila</i> o que Irene fez foi voltar aproximadamente um século na his</span><span style="font-size: large;">tória conturbada do império romano, e trocar o oriente de Bizâncio pelo ocidente de Rávena.</span><br />
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgN3bxgqP_5FhAppuRUWqPBINyIs8rosakKlCoEzUevkLjME2Lm8OUFtfKe1H4lgZo11j-FanxIaqXNxEweI79V-S1AivZl7pVSEjJU72hn-KM91tjxDnbUr6mweBsGe7tln-HxJGHSqdH2/s1600/attila+irene.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="397" data-original-width="564" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgN3bxgqP_5FhAppuRUWqPBINyIs8rosakKlCoEzUevkLjME2Lm8OUFtfKe1H4lgZo11j-FanxIaqXNxEweI79V-S1AivZl7pVSEjJU72hn-KM91tjxDnbUr6mweBsGe7tln-HxJGHSqdH2/s1600/attila+irene.jpg" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="font-size: 12.8px;"><i><span style="font-size: small;">O cartaz francês, bem melhor, que destaca Irene</span></i></td></tr>
</tbody></table>
<br />
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: right; margin-left: 1em; text-align: right;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi76rX-0PcMEKzkNqfRa4_k0Y4DGgN0G-djXkfgGE8qaE7G7Hm2HqJBrR_6uCzc8Ezp_EhR_00qDClSjKn1TrbmPLpBKDQIDyUwpg-3ewKWmmFc1iMrnW_KWbyJPN2hIk_vBoIBL1xX1_9s/s1600/Attila+Irene+Papas+1954+%25282%2529.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="570" data-original-width="688" height="265" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi76rX-0PcMEKzkNqfRa4_k0Y4DGgN0G-djXkfgGE8qaE7G7Hm2HqJBrR_6uCzc8Ezp_EhR_00qDClSjKn1TrbmPLpBKDQIDyUwpg-3ewKWmmFc1iMrnW_KWbyJPN2hIk_vBoIBL1xX1_9s/s320/Attila+Irene+Papas+1954+%25282%2529.jpg" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="font-size: 12.8px; text-align: center;"><span style="font-size: small;"><i>Attila (Quinn) e Bleda (Ettore Manni)</i></span></td></tr>
</tbody></table>
<span style="font-size: large;">Embora muito do que se diga e se ensine sobre o Attila, rei dos hunos (406/453), seja baseado naquilo que disseram seus inimigos, décadas (e às vezes séculos) depois, há um mapeamento um pouco mais preciso sobre os eventos de sua vida. Se ele era ou não o demônio encarnado, como dizem alguns cronistas da época, não saberemos jamais. É muito provável, levando em conta a devastação dos povoados por onde ele passava em suas guerras. Mais provável ainda é que ele fosse tão cruel e acanalhado quanto 90% daqueles que ocuparam o trono de imperador em Roma ou em Bizâncio. O que se sabe, entretanto, é o suficiente para que um filme sobre ele não seja tão completamente ficcional como foi o filme sobre Teodora. A história começa com a visita do general romano Ézio (Henri Vidal) aos hunos, com quem pretende renovar tratados de amizade entre Roma e o rei Rua (também chamado de Ruga ou Rugila). Na chegada descobre que Rua morreu e o poder está sendo exercido por seus sobrinhos Bleda (Ettore Manni) e Attila (Anthony Quinn).</span><br />
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi0s6NRsgQ45KE1SqpEUZgSNprutd_DU8U4puxbt6dN4ray3UvUplX8mM3fpXC_mw0MDQMKnyFBraEpCU4_gm1Eu2L_SEA7S5pqtGtfOq7h1RmePgiL0tI7wQOFfdBSArVQCC-DjP0W56KU/s1600/Attila+Irene+Papas+1954+%252848%2529.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="456" data-original-width="550" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi0s6NRsgQ45KE1SqpEUZgSNprutd_DU8U4puxbt6dN4ray3UvUplX8mM3fpXC_mw0MDQMKnyFBraEpCU4_gm1Eu2L_SEA7S5pqtGtfOq7h1RmePgiL0tI7wQOFfdBSArVQCC-DjP0W56KU/s1600/Attila+Irene+Papas+1954+%252848%2529.jpg" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="font-size: 12.8px;"><i><span style="font-size: small;">Attila (Anthony Quinn)</span></i></td></tr>
</tbody></table>
<br />
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: left; margin-right: 1em;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhnRAStLeZ0VTYtNrn_JaW3MSeH_uGTuErpe6rITJrMn6cQEmbm4tT77Any8C_6RKhf6wE87yXoI5muFSwBqDocvkrvBpjy0ZADqFq2PGzK1lrtrmg71dGZrqWkeliihxA5y78-M-csOUQ_/s1600/Attila+Irene+Papas+1954+%252816%2529.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="810" data-original-width="629" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhnRAStLeZ0VTYtNrn_JaW3MSeH_uGTuErpe6rITJrMn6cQEmbm4tT77Any8C_6RKhf6wE87yXoI5muFSwBqDocvkrvBpjy0ZADqFq2PGzK1lrtrmg71dGZrqWkeliihxA5y78-M-csOUQ_/s400/Attila+Irene+Papas+1954+%252816%2529.jpg" width="310" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="font-size: 12.8px; text-align: center;"><i><span style="font-size: small;">Attila (Quinn), Bleda (Ettore Manni), Onegésio<br />(Eduardo Ciannelli) e Ézio (Henri Vidal)</span></i></td></tr>
</tbody></table>
<span style="font-size: large;">Desde logo fica claro para Ézio que Bleda é sensato e deseja viver em paz com os outros povos. Attila, por outro lado, é ignorante, belicoso e exige que o tratado seja inteiramente reescrito em favor dos hunos para que a paz prevaleça. Mesmo contrariado, Ézio aceita os termos de Attila por saber que se trata de alguém instável e incontrolável. A esposa de Attila, Grune (Irene), possui o dom de prever o futuro no sangue esparramado de um bode, e à noite, no banquete para homenagear o romano, ela vê prosperidade para os hunos, uma outra mulher tentando Attila, e o marido na entrada de Roma. Há um certo estranhamento por ele estar na entrada, e não dentro de Roma, mas ninguém dá maior atenção. De volta à Roma, Ézio é duramente repreendido pelo imperador, o cretino e histérico Valentiniano (Claude Laydu) e sua mãe Galla Placidia (Colette Régis), por ter aceito as condições absurdas de Attila para assinar o tratado de amizade. Ele argumenta que Attila é perigoso e o tratado fará com que eles ganhem tempo para treinar e armar o exército romano contra um futuro ataque dos hunos. O imperador e sua mãe não dão qualquer atenção a Ézio e ele é posto em prisão domiciliar.</span><br />
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgd1T3WftPWdTdNJ21tzgERyVNC1EjO5ROpmjTnbcfQJAXHriXG5aFYBYh-Osf48sKqtVAXt521FK5xFR6JlBeVe8UELPhCUSRjaImmts9o7KAFXsSuTnD27EZf2nMXnaYt182nMNG3bmJt/s1600/Attila+Irene+Papas+1954+%25287%2529.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="912" data-original-width="539" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgd1T3WftPWdTdNJ21tzgERyVNC1EjO5ROpmjTnbcfQJAXHriXG5aFYBYh-Osf48sKqtVAXt521FK5xFR6JlBeVe8UELPhCUSRjaImmts9o7KAFXsSuTnD27EZf2nMXnaYt182nMNG3bmJt/s1600/Attila+Irene+Papas+1954+%25287%2529.jpg" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="font-size: 12.8px;"><i><span style="font-size: small;">Grune (Irene Papas): Lendo o futuro no sangue de um bode...</span></i></td></tr>
</tbody></table>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEisk43maV0V826h0aXG9O6sgjAsC9IxNYiBXipkifP_IHQaNGZZPXKnqyuqbAub_Fw86RoryChPwh8uf9Y1eYsx3Fn7nYUP54ddYaKX86wv29nW-zxDx2AqJZo9dYMQYzkW-KiPHANt3nh5/s1600/Attila+Irene+Papas+1954+%252825%2529.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="911" data-original-width="550" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEisk43maV0V826h0aXG9O6sgjAsC9IxNYiBXipkifP_IHQaNGZZPXKnqyuqbAub_Fw86RoryChPwh8uf9Y1eYsx3Fn7nYUP54ddYaKX86wv29nW-zxDx2AqJZo9dYMQYzkW-KiPHANt3nh5/s1600/Attila+Irene+Papas+1954+%252825%2529.jpg" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="font-size: 12.8px;"><i><span style="font-size: small;">... e divertindo-se com a luta livre de Attila contra um soldado huno.</span></i></td></tr>
</tbody></table>
<br />
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: right; margin-left: 1em; text-align: right;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj5dvvXBJ-GH6w9V1otfBNj9VuzCpn79n6vPxRNYgTxFTmV41ofjlw54NaI272OJsmjbfcSVsY9VF3rPFzSTtV0A-s0Hqufs4weTe_pTi-YiNolj8Hcknp5ResIHa_vy7NUqgynv4JsnZZo/s1600/Attila+Irene+Papas+1954+%252840%2529.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="509" data-original-width="358" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj5dvvXBJ-GH6w9V1otfBNj9VuzCpn79n6vPxRNYgTxFTmV41ofjlw54NaI272OJsmjbfcSVsY9VF3rPFzSTtV0A-s0Hqufs4weTe_pTi-YiNolj8Hcknp5ResIHa_vy7NUqgynv4JsnZZo/s400/Attila+Irene+Papas+1954+%252840%2529.jpg" width="281" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="font-size: 12.8px; text-align: center;"><i><span style="font-size: small;">Honória (Sophia Loren)</span></i></td></tr>
</tbody></table>
<span style="font-size: large;">A cena é toda testemunhada pela irmã de Valentiniano, Honória (Sophia Loren), que odeia sua família e resolve usar a situação em proveito próprio. Ela vai até os aposentos de Ézio e tenta cooptá-lo para o plano de afastar seu irmão e sua mãe, deixando o caminho livre para eles dois. Ézio se recusa, afirmando que ela é tão falsa quanto seus parentes e cita seu próprio juramento de defender Roma. Ela vai embora indignada. Enquanto isso, Attila já começou a planejar o ataque dos hunos ao império romano. Bleda é contrário à idéia e lembra ao irmão o fato de terem acabado de assinar um tratado muito vantajoso com os romanos. Attila faz pouco do tratado e tanto os irmãos quanto os seguidores de cada um tem uma briga violenta. Pouco depois fazem as pazes mas percebe-se que a intenção de Attila continua sendo a mesma. No dia seguinte o seu conselheiro, Onegésio (Eduardo Ciannelli) lhe traz uma mensagem de Honória. Não conseguindo dobrar Ézio, ela toma medida bem mais radical: suplica a Attila que a livre da escravidão e a tome como esposa, lembrando ao huno que o dote é nada menos do que metade do império romano ocidental. Inclui seu anel na mensagem, como garantia. Bleda e Onegésio ficam satisfeitos com a oferta, que sinaliza a posse de metade do império sem que uma gota de sangue seja derramada. Mas Attila considera Honória uma mentirosa e sai para uma caçada com Bleda e os outros.</span><br />
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiQcsU80EVdvLsKw5WIVcA-wD99p7rRFgygAhM2CQPohiXH3duCm9xQISsHcWP0M7n2n4EDmS_hDcR1ClYr1wN8LwS5DO2VRvus0KU89Laa4BtImfqg14nvRefNrNKR63etLiMwf01DuKFC/s1600/Attila+Irene+Papas+1954+%252852%2529.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="456" data-original-width="550" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiQcsU80EVdvLsKw5WIVcA-wD99p7rRFgygAhM2CQPohiXH3duCm9xQISsHcWP0M7n2n4EDmS_hDcR1ClYr1wN8LwS5DO2VRvus0KU89Laa4BtImfqg14nvRefNrNKR63etLiMwf01DuKFC/s1600/Attila+Irene+Papas+1954+%252852%2529.jpg" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="font-size: 12.8px;"><i><span style="font-size: small;">Chega a mensagem de Honória: Grune (Irene), Attila (Quinn),<br />Bleda (Manni) e Onegésio (Ciannelli)</span></i></td></tr>
</tbody></table>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: left; margin-right: 1em;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgqNHWP5eMcWto7Ao7hs154cugxiDh8JGFhlEb2QSCmF6oYpFV3FssWl5X8sm2jh-FhlwSbeZlt5XDyS3x1MGFIBDM6WqnqcAIGZgVY-bcQWQbVZzMF2-i7dQC9ytXTUj3HEekO2wttTy64/s1600/Attila+Irene+Papas+1954+%252870%2529.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="740" data-original-width="594" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgqNHWP5eMcWto7Ao7hs154cugxiDh8JGFhlEb2QSCmF6oYpFV3FssWl5X8sm2jh-FhlwSbeZlt5XDyS3x1MGFIBDM6WqnqcAIGZgVY-bcQWQbVZzMF2-i7dQC9ytXTUj3HEekO2wttTy64/s400/Attila+Irene+Papas+1954+%252870%2529.jpg" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="font-size: 12.8px; text-align: center;"><i><span style="font-size: small;">Galla Placidia (Colette Régis), Honória (Loren),<br />Valentiniano (Claude Laydu) e o simpático<br />guepardo provador</span></i></td></tr>
</tbody></table>
<span style="font-size: large;">A caçada já estava toda planejada pelos seguidores de Attila e nela eles assassinam Bleda, que representava um obstáculo para os planos bélicos de seu irmão mais novo. Durante a cremação do rei assassinado, Attila é hostilizado a princípio mas consegue açular o povo e deixá-lo a seu favor, com promessas de prosperidade e de dominação do mundo. Os hunos partem em direção à Roma saqueando, pilhando e destruindo com selvageria os povos por onde passam. A essa altura, Galla Placidia é informada da mensagem mandada por Honória ao rei dos hunos. Ela tem uma discussão terrível com a filha e em seguida convoca uma reunião na qual desculpa-se sincera e humildemente com Ézio, transformando-o em chefe absoluto e plenipotenciário do exército romano. Valentiniano manda prender Honória mas Galla permite que a filha vá embora. Ela aproveita e segue imediatamente para o acampamento dos hunos. Ao entrar na tenda de Attila, Grune avisa o marido que ela é a mulher da previsão, e que ele deve mandá-la embora. Ele ignora Grune e recebe Honória. A conversa é tensa, ficamos sabendo que eles já se conheciam e que Honória reagiu a uma investida de Attila virando um copo de vinho em sua cara. Ele se mostra ainda ressentido com o fato antigo, mas isso não impede que os dois se beijem.</span><br />
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjYZO6ss2mwDK74DCvFLgtVyUeOQ1q_LxRNW2ucXEiGfv2D_Z7mzAdp-V-bju1Vpb-AaeVyalGB9ttqNX6GOt9VXrOHgClvrZgRNfCkQRfhHLpWXSHEN1OPYNO9QFMBE76ELmLOJE2ZbwSn/s1600/Attila+Irene+Papas+1954+%252875%2529.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1600" data-original-width="465" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjYZO6ss2mwDK74DCvFLgtVyUeOQ1q_LxRNW2ucXEiGfv2D_Z7mzAdp-V-bju1Vpb-AaeVyalGB9ttqNX6GOt9VXrOHgClvrZgRNfCkQRfhHLpWXSHEN1OPYNO9QFMBE76ELmLOJE2ZbwSn/s1600/Attila+Irene+Papas+1954+%252875%2529.jpg" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="font-size: 12.8px;"><i><span style="font-size: small;">Grune alerta Attila sobre Honória, que aparece e é recebida.<br />Loren e Papas num mesmo frame.</span></i></td></tr>
</tbody></table>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: right; margin-left: 1em; text-align: right;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEghUQ9J7eRI3wvhwJftfODYWnz8Mz2tIcjjJHjHAng9-JoafdgZO-oQYdxOJR0MyFP_PhBGgFcXfWkeNDGeISfwq-ByWXalgfcex2OqgqfPE8LKtYMyPpHZXlnfqXgG6H_flPxehrw38AE1/s1600/Attila+Irene+Papas+1954+%252895%2529.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1122" data-original-width="540" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEghUQ9J7eRI3wvhwJftfODYWnz8Mz2tIcjjJHjHAng9-JoafdgZO-oQYdxOJR0MyFP_PhBGgFcXfWkeNDGeISfwq-ByWXalgfcex2OqgqfPE8LKtYMyPpHZXlnfqXgG6H_flPxehrw38AE1/s640/Attila+Irene+Papas+1954+%252895%2529.jpg" width="307" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="font-size: 12.8px; text-align: center;"><i><span style="font-size: small;">Irene fazendo bico e um casal incompatível</span></i></td></tr>
</tbody></table>
<span style="font-size: large;">Attila, entretanto, não dá qualquer confiança à Honória e o que se esperava que acontecesse em termos de romance, não acontece. O encontro deles é frustrante. A melhor cena dessa parte do filme é Irene, linda, passando por eles com cara de brava, amuando como uma criança e tendo verdadeiro ataque de ciúmes. Mas o plano de Honória, como se viu, saiu pela culatra e ela acaba morta quando o exército de Attila e de Ézio se enfrentam. Ézio também morre durante o combate e não consegue prevenir a chegada do hunos aos portões de Roma.</span><br />
<br />
<span style="font-size: large;">As baixas entre os hunos não são tão numerosas, mas um dos filhos de Attila é morto por uma flecha com a qual um romano moribundo pretendia acertar o rei dos hunos. Quando Attila está prestes a entrar em Roma, porém, ele vê uma procissão cristã passando. Pede satisfações ao líder da procissão, que se identifica como sendo o Papa Leão I. Os dois conversam e o filme assume, de uma hora para a outra, um aspecto de filme religioso meio sem-vergonha, de deslavada propaganda católica; uma voz em <i>off</i> conta que ninguém sabe o que foi dito pelo papa ao huno, mas logo depois Attila ordena que seu exército dê meia volta e vá embora. E o filme termina com a projeção de um cruz no céu azul. Uma coisa inesperada e apelativa.</span><br />
<br />
<div style="text-align: center;">
<span style="font-size: large;">**********</span></div>
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgM2r_OkmpI_th0QsqOczpcXj4GjzIB2tYJQZkbLmUmLeYpxPzbYVZFRtEHSQRVEL15W0dNEMDXSkkvW3yi2WafpMUQRzAtnTu7y1YeERVE_lIiUy4dLmzPEiPyfRlCNbyTmNRQthcGSf0-/s1600/attila+%25283%2529.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="542" data-original-width="436" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgM2r_OkmpI_th0QsqOczpcXj4GjzIB2tYJQZkbLmUmLeYpxPzbYVZFRtEHSQRVEL15W0dNEMDXSkkvW3yi2WafpMUQRzAtnTu7y1YeERVE_lIiUy4dLmzPEiPyfRlCNbyTmNRQthcGSf0-/s1600/attila+%25283%2529.jpg" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="font-size: 12.8px;"><i><span style="font-size: small;">Irene, no camarim de Attila<br />(Esta e as duas fotos seguintes vem <a href="http://www.lombardiabeniculturali.it/fotografie/autori/25893/" target="_blank">deste site</a>)</span></i></td></tr>
</tbody></table>
<br />
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: right; margin-left: 1em; text-align: right;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgqDuPW0lA7z188yfoHL0EJU2lDS-IjgeLdYHfH6gOkF7OJUVsnI6iAxM9VaTaskMQ6YQfRWuSN_Gsxhdd_UT-bggiUyx-1GzpREJ8Ypgd_IF_-YkZmr02ZkjbTYeZFmA4ITXHGvZiGbI5H/s1600/attila+%25284%2529.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="600" data-original-width="447" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgqDuPW0lA7z188yfoHL0EJU2lDS-IjgeLdYHfH6gOkF7OJUVsnI6iAxM9VaTaskMQ6YQfRWuSN_Gsxhdd_UT-bggiUyx-1GzpREJ8Ypgd_IF_-YkZmr02ZkjbTYeZFmA4ITXHGvZiGbI5H/s400/attila+%25284%2529.jpg" width="297" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="font-size: 12.8px; text-align: center;"><i><span style="font-size: small;">Transformando-se m Grune</span></i></td></tr>
</tbody></table>
<span style="font-size: large;">Há alguns comentários a serem feitos sobre Attila. Primeiro: os diálogos são bobos e superficiais, além de derrapadas tenebrosas como a cena final, mencionada acima, mas em geral os roteiristas trabalharam bem com aquilo que tinham. Rua morreu em 434, foi sucedido pelos dois sobrinhos e os hunos rediscutiram os termos de seus tratados com o império romano. Só que esses tratados eram com o imperador Teodósio, em Bizâncio, e não com Valentiniano, em Roma (ou Rávena). Durante dezesseis anos, as investidas hunas foram contra Bizâncio. Somente em 450, cinco anos após a morte de Bleda (cujas circunstâncias são inconclusivas e discutidas até hoje) Attila começou a contemplar um ataque a Roma. Quanto à mensagem de Honória, é verdadeira mas seu conteúdo, suas razões e o divertido quiproquó que causou são outros: ela estava desgostosa porque Galla Placidia queria obrigá-la a se casar com um velho poderoso qualquer e pediu ajuda a Attila para que ele interviesse ou impedisse o casamento. Mandou seu anel com o mensageiro, certamente para que se pudesse atestar a autenticidade da mensagem. Enlouquecido, Valentiniano escreveu ao rei os hunos desautorizando a mensagem. Attila, porém, viu no anel uma proposta altamente rentável para ele e para os hunos e chegou a cobrar a mão de Honória em duas ocasiões. Ela foi exilada e não há registro de que sequer tenha conhecido Attila pessoalmente.</span><br />
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi1sxDdKvtjPhF4dxlc2MvgkDKnQ1K1PlJCPnmg9CYyiku73x_32kbXwhIe0HxQ7IRguy60n_C0tuqNovhMw8ZfEBGJAxajFt_8J4fqIVUtK3XI18osis_oqq1fIYvMzVdcnW0sFERsYUmu/s1600/attila+%25285%2529.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="457" data-original-width="563" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi1sxDdKvtjPhF4dxlc2MvgkDKnQ1K1PlJCPnmg9CYyiku73x_32kbXwhIe0HxQ7IRguy60n_C0tuqNovhMw8ZfEBGJAxajFt_8J4fqIVUtK3XI18osis_oqq1fIYvMzVdcnW0sFERsYUmu/s1600/attila+%25285%2529.jpg" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="font-size: 12.8px;"><i><span style="font-size: small;">Mandado um lanchinho embutido antes de matar e pilhar</span></i></td></tr>
</tbody></table>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiMFfi8nlhu3371ExSFdZV7KC5laZ0o3_THuBdp0VdNhffuclK0kTT6O86Ulrlx0Kv_1I-odoJcbhxujkOowaCItP5PtAcb8cI0NU3IiYedqXRHHTCMpo11p-ZeLJmC8ER_7RyHOS6yp8LU/s1600/attila+%25287%2529.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="488" data-original-width="366" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiMFfi8nlhu3371ExSFdZV7KC5laZ0o3_THuBdp0VdNhffuclK0kTT6O86Ulrlx0Kv_1I-odoJcbhxujkOowaCItP5PtAcb8cI0NU3IiYedqXRHHTCMpo11p-ZeLJmC8ER_7RyHOS6yp8LU/s1600/attila+%25287%2529.jpg" /></a></div>
<span style="font-size: large;">O encontro com o Leão I ocorreu em 452 e não teve nada de transcendental. Embora em maior número, os hunos haviam sofrido baixas enormes em destacamentos deixados para dominar prisioneiros de cidades já conquistadas. Somando-se isso ao fato de que o próprio exército de Attila estava sendo dizimado por todos os tipos de doenças, entende-se perfeitamente o porquê dele ter recuado. Enfim, os roteiristas espremeram os últimos vinte anos de Attila em um espaço curtíssimo de tempo.</span><br />
<br />
<span style="font-size: large;">Sua esposa Grune é um amálgama das várias mulheres de Attila. Sabe-se que ele teve filhos com duas delas, Kreka e Íldico. Na época do embate com o exército de Valentiniano, contudo, seus filhos já eram crescidos e dividiam com ele o governo de algumas conquistas hunas. Quanto à performance de Irene, é apenas risível. Seu papel é mínimo e a idéia de que uma mulher que certamente foi entregue à força a um líder selvagem e cruel, de quem se tornou escrava de cama e mesa, teria ciúmes dele com outra mulher, é absurda demais. Quinn está ótimo no papel que sempre lhe caiu como luva: o <i>bully</i> valentão que subjuga a todos pela força. Loren é um par de seios. Só.</span><br />
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjZbyThY2MsKbfCkcWi0jL1tfYkB1B3OUSFNjzlVAYY4U_TeEvAEUdVyUnVrf0uaCnwbxF5uuCZrKwYKTMfF6-qk9olzw8s5sgru0m3u0XFfTcPAkuZY697F7ijxz8tlY1tQ2XeGyz8vhRY/s1600/Attila+Irene+Papas+1954+%252881%2529.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="364" data-original-width="461" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjZbyThY2MsKbfCkcWi0jL1tfYkB1B3OUSFNjzlVAYY4U_TeEvAEUdVyUnVrf0uaCnwbxF5uuCZrKwYKTMfF6-qk9olzw8s5sgru0m3u0XFfTcPAkuZY697F7ijxz8tlY1tQ2XeGyz8vhRY/s1600/Attila+Irene+Papas+1954+%252881%2529.jpg" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="font-size: 12.8px;"><i><span style="font-size: small;">Irene, na foto promocional da versão alemã de Attila</span></i></td></tr>
</tbody></table>
<br />
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: right; margin-left: 1em; text-align: right;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi4kkrXhftA6XtG5NooxJ0p0oRCc2ri4nxTszlhR1dlmFD6HRpz_6Y5Chr_SnZvwEGiUJ2lcRF3efZxD85quDc7wBlBJ3lmsv3jjE6_CXbHM602hmyUDhl03qv9Xg2gFaYAaKgXfk4JrAhZ/s1600/Attila+Irene+Papas+1954+%252899%2529.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="543" data-original-width="299" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi4kkrXhftA6XtG5NooxJ0p0oRCc2ri4nxTszlhR1dlmFD6HRpz_6Y5Chr_SnZvwEGiUJ2lcRF3efZxD85quDc7wBlBJ3lmsv3jjE6_CXbHM602hmyUDhl03qv9Xg2gFaYAaKgXfk4JrAhZ/s1600/Attila+Irene+Papas+1954+%252899%2529.jpg" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="font-size: 12.8px; text-align: center;"><i><span style="font-size: small;">Jack Palance e Anthony Quinn: na comparação,<br />a versão norte-americana dá pena</span></i></td></tr>
</tbody></table>
<span style="font-size: large;">O segundo comentário é sobre a coincidência (ou não) de outro filme sobre Attila (<i>Sign of the Pagan</i>, direção de Douglas Sirk) estar sendo produzido nos Estados Unidos exatamente na mesma época, com Jack Palance no papel do rei dos hunos. Neste caso o que salta ao olhos não é apenas a coincidência mas a evidente superioridade da produção italiana, em todos os sentidos. O filme de Sirk romanceia completamente a vida de Attila e o personagem vira um sujeito fraco, que não consegue se definir entre ser um demônio que mata a própria filha ou um líder por vezes equilibrado, que respeita e teme o cristianismo. No mais, a produção norte-americana é capenga; os acampamentos militares são toscos, os palácios são pobres, os cenários tem cara de papelão; sentimos o confinamento do estúdio. O filme italiano faz milagre com seu orçamento; a fotografia é ótima, os figurinos e adereços são primorosos, a cidade dos hunos é mostrada à noite, sem aquela iluminação <i>fake</i> dos filmes norte-americanos; o palácio de Valentiniano é convincente e traz a sensação de opulência decadente que consta no roteiro. As cenas de batalha são ótimas. E embora Palance fosse um bom ator, Quinn é um Attila melhor, assim como chega a ser covardia colocar duas mulheres magníficas como Papas e Loren para competir com a beleza fria e sem graça de Ludmilla Tchérina.</span><br />
<br />
<span style="font-size: large;">O filme de Sirk estreou nos Estados Unidos em 18 de dezembro de 1954. O filme italiano estreou na Itália nove dias depois. Só chegaria aos Estados Unidos em 1958.</span><br />
<span style="font-size: large;">_________</span><span style="font-size: large;">_________</span><span style="font-size: large;">_________</span><span style="font-size: large;">_________</span><br />
<span style="font-size: large;"><br /></span>
<span style="font-size: large;"><b><u>Bibliografia</u>:</b></span><br />
<br />
Agradecimento especial à Larissa Maragno e Tom Anderson<br />
<br />
<ul style="-webkit-text-stroke-width: 0px; color: black; font-family: "Times New Roman"; font-size: medium; font-style: normal; font-variant-caps: normal; font-variant-ligatures: normal; font-weight: 400; letter-spacing: normal; orphans: 2; text-align: start; text-decoration-color: initial; text-decoration-style: initial; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; widows: 2; word-spacing: 0px;">
<li><a href="https://el.wikipedia.org/wiki/%CE%A6%CE%AF%CE%BD%CE%BF%CF%82_%CE%A6%CE%B9%CE%BB%CE%BC" target="_blank">https://el.wikipedia.org/wiki/Φίνος_Φιλμ</a></li>
<li><a href="http://eliaserver.elia.org.gr:8080/lselia/listres.aspx?lsid=139987&fcode=p410a&ftext=%CE%A3%CE%95%CE%99%CE%A1%CE%91%20%CE%9C%CE%9F%CE%A5%CE%A3%CE%99%CE%9A%CE%9F%CE%A5%20%CE%9A%CE%9F%CE%9C%CE%9C%CE%91%CE%A4%CE%99%CE%9F%CE%A5&fval=%CE%86%CE%BD%CE%B8%CF%81%CF%89%CF%80%CE%BF%CE%B9%20%CE%AC%CE%BD%CE%B8%CF%81%CF%89%CF%80%CE%BF%CE%B9.%20%CE%95%CF%80%CE%B9%CE%B8%CE%B5%CF%8E%CF%81%CE%B7%CF%83%CE%B7%20%CF%84%CF%89%CE%BD%20%CE%A7%CF%81%CE%AE%CF%83%CF%84%CE%BF%CF%85%20%CE%93%CE%B9%CE%B1%CE%BD%CE%BD%CE%B1%CE%BA%CF%8C%CF%80%CE%BF%CF%85%CE%BB%CE%BF%CF%85,%20%CE%91%CE%BB%CE%AD%CE%BA%CE%BF%CF%85%20%CE%A3%CE%B1%CE%BA%CE%B5%CE%BB%CE%BB%CE%AC%CF%81%CE%B9%CE%BF%CF%85%20%CE%BA%CE%B1%CE%B9%20%CE%9C%CE%B9%CF%87%CE%AC%CE%BB%CE%B7%20%CE%A3%CE%BF%CF%85%CE%B3%CE%B9%CE%BF%CF%8D%CE%BB&form=300006" target="_blank">http://eliaserver.elia.org.gr:8080/lselia/listres.aspx?lsid=139987&fcode=p410a&ftext=ΣΕΙΡΑ%20ΜΟΥΣΙΚΟΥ%20ΚΟΜΜΑΤΙΟΥ&fval=Άνθρωποι%20άνθρωποι.%20Επιθεώρηση%20των%20Χρήστου%20Γιαννακόπουλου,%20Αλέκου%20Σακελλάριου%20και%20Μιχάλη%20Σουγιούλ&form=300006</a></li>
<li><a href="https://en.wikisource.org/wiki/The_Secret_History/Introduction" target="_blank">https://en.wikisource.org/wiki/The_Secret_History/Introduction</a></li>
<li><a href="https://en.wikisource.org/wiki/The_Secret_History/Part_2" target="_blank">https://en.wikisource.org/wiki/The_Secret_History/Part_2</a></li>
<li><a href="http://films.blog.lemonde.fr/2015/10/26/les-infideles-1953/" target="_blank">http://films.blog.lemonde.fr/2015/10/26/les-infideles-1953/</a></li>
<li><a href="http://finosfilm.com/movies/view/8" target="_blank">http://finosfilm.com/movies/view/8</a></li>
<li><a href="http://finosfilm.com/movies/view/13" target="_blank">http://finosfilm.com/movies/view/13</a></li>
<li><a href="https://mikrofwno.gr/2018/09/eirini-pappa-afti-einai-i-teleftaia-ellinida-thea/" target="_blank">https://mikrofwno.gr/2018/09/eirini-pappa-afti-einai-i-teleftaia-ellinida-thea/</a></li>
<li><a href="https://www.espressonews.gr/%CF%80%CE%B5%CF%81%CE%B9%CE%B5%CF%87%CF%8C%CE%BC%CE%B5%CE%BD%CE%BF/%CE%AC%CF%81%CE%B8%CF%81%CE%BF/%CF%81%CE%B5%CF%80%CE%BF%CF%81%CF%84%CE%B1%CE%B6/127388/%CE%BF-%CE%AC%CE%BD%CE%B4%CF%81%CE%B1%CF%82-%CF%80%CE%BF%CF%85-%CE%BC%CF%8D%CE%B7%CF%83%CE%B5-%CF%84%CE%B7%CE%BD-%CE%B5%CE%B9%CF%81%CE%AE%CE%BD%CE%B7-%CF%80%CE%B1%CF%80%CE%AC-%CF%83%CF%84%CE%B7%CE%BD-%CF%85%CF%80%CE%BF%CE%BA%CF%81%CE%B9%CF%84%CE%B9%CE%BA%CE%AE" target="_blank">https://www.espressonews.gr/περιεχόμενο/άρθρο/ρεπορταζ/127388/ο-άνδρας-που-μύησε-την-ειρήνη-παπά-στην-υποκριτική</a></li>
<li><a href="http://www.lombardiabeniculturali.it/fotografie/autori/25893/" target="_blank">http://www.lombardiabeniculturali.it/fotografie/autori/25893/</a></li>
<li><a href="https://www.protagon.gr/epikairotita/eirini-papa-sta-92-tis-xronia-san-anoiksiatiko-louloudi-44341683457" target="_blank">https://www.protagon.gr/epikairotita/eirini-papa-sta-92-tis-xronia-san-anoiksiatiko-louloudi-44341683457</a></li>
<li><a href="http://www.thetoc.gr/magazine/eirini-pappa-i-zwntani-karuatida-egine-89" target="_blank">http://www.thetoc.gr/magazine/eirini-pappa-i-zwntani-karuatida-egine-89</a></li>
</ul>
<span style="font-size: large;">_________</span><span style="font-size: large;">_________</span><span style="font-size: large;">_________</span><span style="font-size: large;">_________</span></div>
<div>
<br />
<b><span style="font-size: large;">Ver também:</span></b><br />
<br />
<h3 class="post-title entry-title" style="background-color: white; color: #cc6600; font-family: Georgia, serif; font-size: 18.2px; font-weight: normal; line-height: 1.4em; margin: 0.25em 0px 0px; padding: 0px 0px 4px; text-align: center;">
<a href="http://bernardoschmidt.blogspot.com/2018/05/eirini-papa-irene-papas-14.html" target="_blank">Ειρήνη Παπά, Eiríni Papás, Irene Papas — 1/5</a></h3>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://bernardoschmidt.blogspot.com/2018/05/eirini-papa-irene-papas-14.html" target="_blank"><img border="0" data-original-height="421" data-original-width="547" height="246" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjgqheEr4ZxVoIOsLFAO_4aUnsZq2zb0LAnB5klIpSnCQNf6tPQOT6qksT-vn0Mc0L1ZAH4seqeM-4dQe2LFHtxIVhg3HM7dQfP1MGfim_z1cFITQOUdp8zvsJJUyP5Bz4YUOEQcZahA4kb/s320/Irene+Papas+%25CE%2595%25CE%25B9%25CF%2581%25CE%25AE%25CE%25BD%25CE%25B7+%25CE%25A0%25CE%25B1%25CF%2580%25CE%25AC+1.jpg" width="320" /></a></div>
<br />
<h3 class="post-title entry-title" style="background-color: white; color: #cc6600; font-family: Georgia, serif; font-size: 18.2px; font-weight: normal; line-height: 1.4em; margin: 0.25em 0px 0px; padding: 0px 0px 4px; text-align: center;">
<a href="http://bernardoschmidt.blogspot.com/2018/10/eirini-papas-irene-papas-25.html" target="_blank">Ειρήνη Παπά, Eiríni Papás, Irene Papas — 2/5</a></h3>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://bernardoschmidt.blogspot.com/2018/10/eirini-papas-irene-papas-25.html" target="_blank"><img border="0" data-original-height="760" data-original-width="559" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEizwQOGRSjZ892RPiTJuzlJcisRRmoNDy_oXetdvdpolcs_E3gSE7N7FrqECSNfEJkJ6pJGzS7Ua1IOCjW1GerZsjeKVtHItbaTpby83r3H8DZ6hjtTxMfY1dPGtTenQBFdWf-9RMsr8DGJ/s400/Irene+Papas+%25CE%2595%25CE%25B9%25CF%2581%25CE%25AE%25CE%25BD%25CE%25B7+%25CE%25A0%25CE%25B1%25CF%2580%25CE%25AC+2.jpg" width="293" /></a></div>
<br />
<br /></div>
Bernardo Schmidthttp://www.blogger.com/profile/12196150324865840023noreply@blogger.com4tag:blogger.com,1999:blog-4381988697960596291.post-67267074595667638882018-12-05T14:59:00.000-08:002019-09-10T00:13:24.485-07:00Чайка, Chayka, The Seagull, A Gaivota<div style="text-align: center;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiJ_mLQsSNXLU8H7xJPmTOfN3WiCmzdfcnZFry7SY3iBJnUxaQY0ZC4ymQokM_wyy2YEstuE6MQSoIncI91BVKLRpIsxHaqKBH3wC0045lgaTeVmrL0AR1cnKfDhm8LZBYSEVy-x_e5ADhk/s1600/Maria+Roksanova+e+Konstantin+Stanislavsky+1898.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="872" data-original-width="568" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiJ_mLQsSNXLU8H7xJPmTOfN3WiCmzdfcnZFry7SY3iBJnUxaQY0ZC4ymQokM_wyy2YEstuE6MQSoIncI91BVKLRpIsxHaqKBH3wC0045lgaTeVmrL0AR1cnKfDhm8LZBYSEVy-x_e5ADhk/s1600/Maria+Roksanova+e+Konstantin+Stanislavsky+1898.jpg" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i><span style="font-size: small;">Maria Roksanova (Nina) e Konstantin Stanislavsky (Trigorin) em "A Gaivota", de Tchekhov.<br />Teatro de Arte de Moscou, dezembro de 1898.</span></i><br />
<i><span style="font-size: small;">Só há uma coisa a dizer: Stanislavsky está a cara de Benício del Toro.</span></i></td></tr>
</tbody></table>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<div style="text-align: right;">
</div>
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: right; margin-left: 1em; text-align: right;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi-xzgeYm_JsJmA4hJ-UQ6P3g3zJXEPwhb0u-vcJYcKeQ3nTcIXzF9PU7ouvYcuCfz0h-MMW-z3q4hY0YdqJq4V5dXAX4q1RQZMda3pIvJet5pI_ZvIljyjAWjEb3GQpZlkjkW_fcO9ZNBC/s1600/%25D0%2595%25D0%25BB%25D0%25B8%25D0%25B7%25D0%25B0%25D0%25B2%25D0%25B5%25D1%2582%25D0%25B0+%25D0%2598%25D0%25B2%25D0%25B0%25D0%25BD%25D0%25BE%25D0%25B2%25D0%25BD%25D0%25B0+%25D0%259B%25D0%25B5%25D0%25B2%25D0%25BA%25D0%25B5%25D0%25B5%25D0%25B2%25D0%25B0.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="814" data-original-width="575" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi-xzgeYm_JsJmA4hJ-UQ6P3g3zJXEPwhb0u-vcJYcKeQ3nTcIXzF9PU7ouvYcuCfz0h-MMW-z3q4hY0YdqJq4V5dXAX4q1RQZMda3pIvJet5pI_ZvIljyjAWjEb3GQpZlkjkW_fcO9ZNBC/s400/%25D0%2595%25D0%25BB%25D0%25B8%25D0%25B7%25D0%25B0%25D0%25B2%25D0%25B5%25D1%2582%25D0%25B0+%25D0%2598%25D0%25B2%25D0%25B0%25D0%25BD%25D0%25BE%25D0%25B2%25D0%25BD%25D0%25B0+%25D0%259B%25D0%25B5%25D0%25B2%25D0%25BA%25D0%25B5%25D0%25B5%25D0%25B2%25D0%25B0.jpg" width="282" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i><span style="font-size: small;">Elizaveta Ivanovna Levkeeva (1851/1904)</span></i></td></tr>
</tbody></table>
<span style="font-size: large;">Quando Tchekhov terminou de escrever Чайка, <i>A Gaivota</i>, em novembro de 1895, o Teatro de Arte de Moscou ainda não existia. Stanislavsky vinha se firmando como um grande ator na Sociedade de Arte e Literatura fundada por ele, e Nemirovich-Danchenko era dramaturgo e professor de teatro na Escola Filarmônica de Moscou. Surgiu então a oportunidade da peça ser encenada na Festa Artística da comediante Elizaveta Ivanovna Levkeeva (1851/1904), estrela do </span><span style="font-size: large;">Александринском театр, o Teatro Alexa</span><span style="font-size: large;">ndrinsky, em São Petersburgo. O evento ficou programa</span><span style="font-size: large;">do para o dia 17 de outubro de 1896.</span><br />
<br />
<span style="font-size: large;">O texto conta a história da atriz Irina Arkadina, viúva do ator Treplev, que vai com o namorado, o famoso escritor Boris Trigorin </span><span style="font-size: large;">—</span><span style="font-size: large;"> pelo menos quinze anos mais novo do que ela </span><span style="font-size: large;">—</span><span style="font-size: large;"> passar as férias na propriedade de seu irmão Sorin, que anda sempre às voltas com problemas de saúde. Sorin vive com o sobrinho, filho de Arkadina, Konstantin. Ele tem vinte e cinco anos e deseja ser dramaturgo, mas rejeita as formas tradicionais de teatro e preconiza a criação de "novas formas" artísticas e literárias. Lá moram também o capataz Shamrayev, sua esposa Polina e a filha de ambos, Masha. Polina é infeliz no casamento e apaixonada por um dos hóspedes de Sorin, o médico Yevgeniy Sergeyevich Dorn, amigo da família. Masha, por sua vez, bebe demais e é amada pelo professor Semyon Medvedenko, cujo amor ela não corresponde porque é apaixonada por Konstantin. Só que ele, por sua vez, ama sua vizinha, Nina, que perdeu a mãe e tem um pai acanalhado e uma madrasta oportunista, que fazem e desfazem com sua herança, deixando-a à míngua. Ela tem o desejo intenso de ser atriz e é namorada de Kostia, mas se apaixona por Trigorin. A paixão é recíproca e isso desencadeará uma série de acontecimentos que darão corpo à peça.</span><br />
<div>
<br /></div>
<span style="font-size: large;">O caminho até a estréia no Alexandrinsky, porém, não foi nada tranqüilo. Naquela Rússia dos czares a censura era tão ou mais chata do que em qualquer ditadura, e não havendo maiores referências políticas no texto (além de numerosos comentários de Medvedenko sobre salários baixos, trabalho excessivo, e etc., que acabaram cortados não pelo conteúdo e sim porque atravancavam o dinamismo da peça) os censores passaram o primeiro semestre de 1896 incomodando Tchekhov por conta do estilo de vida de alguns personagens. Sobretudo de Arkadina e Trigorin, que vivem juntos e não são casados; é uma amizade colorida entre uma mulher mais velha e um sujeito mais jovem, um relacionamento aberto e a família que se vire. E foi nesse ponto que o censor torceu o nariz.</span><br />
<br />
<div style="text-align: left;">
</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: left; margin-right: 1em; text-align: left;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj1VJYqzHo2yaJ9but7_jVhRE6DDPe_nxSzkRRSQXSDVMpEyCmQ6RpkEgc7-DHK6epmXvaElxtBOBx8RDIPNsDwOqyLTB0JBnnZgaiwRyRxuRfxsX_pPJhpWH6md8KjfG-QgXYMqJNP-Q1x/s1600/Chekhov+with+the+dog+Khina.+Melikhovo+1897.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="583" data-original-width="352" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj1VJYqzHo2yaJ9but7_jVhRE6DDPe_nxSzkRRSQXSDVMpEyCmQ6RpkEgc7-DHK6epmXvaElxtBOBx8RDIPNsDwOqyLTB0JBnnZgaiwRyRxuRfxsX_pPJhpWH6md8KjfG-QgXYMqJNP-Q1x/s1600/Chekhov+with+the+dog+Khina.+Melikhovo+1897.jpg" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i style="font-size: 12.8px;"><span style="font-size: small;">Tchekhov no sítio de Melikhovo, sul de Moscou,<br />onde escreveu "A Gaivota". Na foto de 1897,<br />ele e Хиной (Khina)</span></i></td></tr>
</tbody></table>
<span style="font-size: large;">Em <a href="http://chehov.niv.ru/chehov/text/chajka-primechaniya.htmhttp://chehov.niv.ru/chehov/text/chajka-primechaniya.htm" target="_blank">carta ao autor</a>, o censor Ivan Litvinov deixou claro: "Não se trata da atriz e do escritor morando juntos, mas a tranqüila contemplação do filho e do irmão sobre esse fenômeno". </span><span style="font-size: large;">Ninharias. Bobagens. Artigos e pronomes. </span><span style="font-size: large;">Tchekhov teve que cortar frases de Sorin perguntando a Kostia sobre Trigorin, referindo-se a ele como pertencendo a Arkadina: "que tipo de pessoa é aquele </span><span style="font-size: large;"><i>seu</i> </span><br />
<span style="font-size: large;">escritor de ficção?" (что за человек </span><span style="font-size: large;">ее беллетрист?), e várias outras.</span><br />
<br />
<span style="font-size: large;">Falas de Arkadina como "Eu vou levá-lo daqui" (Я его увезу) viraram "ele vai embora" (он уедет). Falas de Kostia como "ela fuma, bebe, vive abertamente com este escritor de ficção" viraram "ela leva uma vida estúpida, desgastando-se com esse escritor de ficção" (Она ведет бестолковую жизнь, вечно носится с этим беллетристом). Ou ainda, a fala de Kostia sobre Trigorin: "Agora ele bebe uma cerveja e só consegue amar mulheres de meia-idade" (теперь он пьет одно пиво и может любить только немолодых), substituído pelo bobo e inofensivo "agora ele bebe uma cerveja e exige apenas respeito das mulheres" (теперь он пьет одно пиво и от женщин требует только уважения). E isso sem mencionar que muitas das situações e falas que tanto feriram os melindres do censor Litvinov eram influência direta da relação entre Hamlet e Gertrudes. Não há efetivamente nada de imoral ou ofensivo no texto de <i>A Gaivota</i>. Ela foi, por fim, liberada e se iniciaram os preparativos para que fosse incluída na Festa Artística de Elizaveta Levkeeva.</span><br />
<br />
<div style="text-align: right;">
</div>
<div style="text-align: right;">
</div>
<div style="text-align: right;">
</div>
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: right; margin-left: 1em; text-align: right;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjAkl61AcMDiz0cHPdfOz5Zi-3oLA1q3me47uWkyBoxkohhazuXPcXCKL0GG4ENBfmpsqyAiBeiiQszSDW078q3rv7o3OsY9ktEc4WIgc9jsl5Jb0I_YTI19Iflh75UbHjxzGe78xz17Vb6/s1600/Karpov1.png" imageanchor="1" style="clear: right; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="398" data-original-width="383" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjAkl61AcMDiz0cHPdfOz5Zi-3oLA1q3me47uWkyBoxkohhazuXPcXCKL0GG4ENBfmpsqyAiBeiiQszSDW078q3rv7o3OsY9ktEc4WIgc9jsl5Jb0I_YTI19Iflh75UbHjxzGe78xz17Vb6/s320/Karpov1.png" width="307" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i style="font-size: 12.8px;"><span style="font-size: small;">Evtikhy Karpov</span></i></td></tr>
</tbody></table>
<span style="font-size: large;">Havia uma certa expectativa porque desde <i>Ivanov</i> (1887) e <i>Leshiy</i> (1889) </span><span style="font-size: large;">— trabalhos que não agradaram o autor, levando-o a mudar várias coisas no primeiro e reescrever completamente o segundo </span><span style="font-size: large;">—</span><span style="font-size: large;"> </span><br />
<span style="font-size: large;">Tchekhov não escrevia uma peça longa. O diretor chamado foi Evtikhy Karpov, que já trabalhara como ator, dramaturgo e agora era diretor artístico do Alexandrinsky. Os atores eram excelentes. Alguns, como Vladimir Davydov, já eram ligados a Tchekhov há tempos, outros, como Vera Komissarzhevskaya, eram talentos ascendentes que vinham brilhando cada vez mais, e não pairava a menor dúvida sobre a competência de todos eles. Este é o elenco selecionado por Karpov para a estréia mundial de <i>A Gaivota</i>: Vera Komissarzhevskaya (Nina), Roman Apollonsky (Konstantin), Antonina Dyuzhikova (Arkadina), Nikolai Sazonov (Trigorin), Maria Mikhaylovna Chitau (Masha), Vladimir Nikolaevich Davydov (Sorin), Modest Pisarev (Dorn), Antonina Abarinova (Polina) Alexander Parchin (Medvedenko) e Konstantin Aleksandrovich Varlamov (Shamrayev). Não bastasse o ótimo elenco, a orquestra ainda acompanharia peça com seleções de Schubert.</span><br />
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg-n6KJ2TX0gwyhuNu69-ZUfxR6_yZD9A9Fyi3HLJg2v9fwAuUzWOL66ycc1zewygSisTWSCkKGrWGGj1mh1NEex7u6q5kttdWHpO4cE2s7MUO3KWmbHDSLFffrc_HKrF4z2Nux0QEx8fYG/s1600/chayka+seagull+1896.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1343" data-original-width="485" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg-n6KJ2TX0gwyhuNu69-ZUfxR6_yZD9A9Fyi3HLJg2v9fwAuUzWOL66ycc1zewygSisTWSCkKGrWGGj1mh1NEex7u6q5kttdWHpO4cE2s7MUO3KWmbHDSLFffrc_HKrF4z2Nux0QEx8fYG/s1600/chayka+seagull+1896.jpg" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i><span style="font-size: small;">Os pioneiros: Roman Apollonsky (Konstantin), Vera Komissarzhevskaya (Nina), Nikolai Sazonov (Trigorin), Antonina Dyuzhikova (Arkadina), Maria Chitau (Masha), Alexander Parchin (Medvedenko), Vladimir Davydov (Sorin), Antonina Abarinova (Polina),<br />Modest Pisarev (Dorn) e Konstantin Varlamov (Shamrayev)</span></i></td></tr>
</tbody></table>
<br />
<span style="font-size: large;">Foi um desastre. Seja porque <i>A Gaivota</i> estava sendo falsamente vendida como uma comédia, quando é, no máximo, um drama com algumas situações moderadamente cômicas, seja pelo fato de que Levkeeva era uma estrela de comédias no Alexandrinsky, ou sabe-se lá o que passou pela cabeça do povo em São Petersburgo, o certo é que o público compareceu àquela noite preparado para rir. E foi o que aconteceu. Quem conta é o próprio <a href="http://chehov.niv.ru/chehov/text/chajka-primechaniya.htm" target="_blank">Evtikhy Karpov</a>:</span><br />
<br />
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: left; margin-right: 1em; text-align: left;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj6wesUkkwqpvd7TwsjlDxM-OexXdra-JHlEHKMwPgbhz_NMpSU8ez2FPTIXajQ45UdDXrTO48_FCQHUwGWDSFNoON2JiDeR5-5v_EEehamRys7m09h2a2EtLEpaOPQGHBEUpR6QkC3oK51/s1600/%25D0%2590%25D1%2584%25D0%25B8%25D1%2588%25D0%25B0+1896.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="557" data-original-width="308" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj6wesUkkwqpvd7TwsjlDxM-OexXdra-JHlEHKMwPgbhz_NMpSU8ez2FPTIXajQ45UdDXrTO48_FCQHUwGWDSFNoON2JiDeR5-5v_EEehamRys7m09h2a2EtLEpaOPQGHBEUpR6QkC3oK51/s1600/%25D0%2590%25D1%2584%25D0%25B8%25D1%2588%25D0%25B0+1896.jpg" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i style="font-size: 12.8px;"><span style="font-size: small;"><a href="http://seagull.ifmo.ru/spectacle" target="_blank">Cartaz</a> de "A Gaivota" em sua estréia mundial,<br />em São Petersburgo, 17/10/1896</span></i></td></tr>
</tbody></table>
<span style="font-size: large;"><i>Na primeira cena, quando Masha sugere que Medvedenko cheire o rapé (...) houve risos na platéia. (...) O público aproveitava todas as ocasiões para rir. (...) Nina (Komissarzhevskaya), nervosa, trêmula, como uma debutante, começa seu monólogo: "Pessoas, leões, águias e perdizes, veados com chifres"... o riso incontrolável do público... Komissarzhevskaya aumenta o tom de voz, fala com o coração, sinceramente, fortemente, nervosamente... a platéia se acalma. Escutam tensamente. Sentimos que a artista capturou o público. Mas aí vem a pergunta de Arkadina: "Sinto cheiro de enxofre. Isso é necessário?"... novamente causa riso homérico. (...) O público não apreciou o maravilhoso, pela sua simplicidade artística, fim do 2º ato. Obviamente estavam esperando algo completamente diferente e ficaram desapontados. O 3º ato trouxe ao público grande diversão. Sai Treplev com um curativo na cabeça, uma gargalhada na platéia. Arkadina troca o curativo, riso incontrolável. (...) A cena final do 3º ato desaparece. O barulho na platéia. Discussões entre autor e atores... vaias... Anton Pavlovich entra na minha sala, pálido, com um sorriso confuso e congelado: "O autor falhou"..</i>.</span><br />
<br />
<span style="font-size: large;">Tchekhov sumiu depois da peça. Voltou às duas da manhã. Ao amigo e agente Aleksey Suvorin afirmou categoricamente: "Se eu viver mais 700 anos, não darei mais uma única peça ao teatro. Assim será. Tenho má sorte nessa área". Escreveu ao irmão Mikhail no dia seguinte: "O teatro respirava maldade". A Nemirovich-Danchenko, um mês depois, foi ainda mais contundente: "O ar estava repassado de ódio". Se Tchekhov achou que o público estava com má-vontade, mal perdia por esperar pela imprensa no dia seguinte. Os jornais de Petersburgo foram de uma crueldade absurda: "Escândalo quase sem precedentes"; "um fracasso tão estonteante, um fiasco tão espantoso"; "a peça fracassou... como peças raramente fracassam"; "<i>A Gaivota</i> morreu. Foi assassinada pela vaia unânime do público". Algumas críticas (como esta, de um jornal de negócios) pareciam escritas com o fito exclusivo de magoar o autor:</span><br />
<br />
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: right; margin-left: 1em; text-align: right;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjAnd0GjZuPN-x3S3U8KjW9CVBrxTzoRR17HSplCcO1VatyYOk8OjrhCq2USJo-kLLCEI5qPdjKZLkFu5VbSb1Nxxn3Qf98edZ7pXQovwOCt3NgS5wL1gY3b9ZHYhhZrsKE1cb5N5qkebwQ/s1600/P.+M.+Svobodin%252C+V.N.+Davydov%252C+A.P.+Chekhov+and+A.S.+Suvorin+Photograph+by+K.+Shapiro+1889.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="457" data-original-width="345" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjAnd0GjZuPN-x3S3U8KjW9CVBrxTzoRR17HSplCcO1VatyYOk8OjrhCq2USJo-kLLCEI5qPdjKZLkFu5VbSb1Nxxn3Qf98edZ7pXQovwOCt3NgS5wL1gY3b9ZHYhhZrsKE1cb5N5qkebwQ/s400/P.+M.+Svobodin%252C+V.N.+Davydov%252C+A.P.+Chekhov+and+A.S.+Suvorin+Photograph+by+K.+Shapiro+1889.jpg" width="301" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i><span style="font-size: small;">Velhos amigos: os atores Pavel Matveyevich<br />Svobodin e Vladimir Nikolaevich Davydov,<br />Tchekhov e Aleksey Suvorin, 1889</span></i></td></tr>
</tbody></table>
<span style="font-size: large;"><i>Depois do 3º ato a vaia se tornou comum, ensurdecedora, expressando o veredito unânime de milhares de espectadores para essas "novas formas" e essa bobagem nova que "nosso talentoso escritor de ficção" decidiu levar à cena. O 4º ato foi ainda pior: tosses, risos do público e, de repente, uma exigência completamente sem precedentes: "Baixem a cortina!"</i></span><br />
<br />
<span style="font-size: large;">Aleksey Suvorin foi o único crítico que surgiu para defender o autor. Editor do jornal Новое время ("Novo Tempo"), escreveu um desagravo ao amigo:</span><br />
<br />
<span style="font-size: large;"><i>Hoje é um dia de festa para muitos escritores e jornalistas. A comédia do escritor russo mais talentoso que surgiu nos anos 80 não teve sucesso, e essa é a razão para a festa. (...) Oh, escritores e juízes! Quem são vocês? Quais são seus nomes e méritos? Em minha opinião, Anton Tchekhov pode dormir tranqüilo e trabalhar. (...) Ele permanecerá na literatura russa com seu talento brilhante, e vocês vão zumbir, zumbir e desaparecer. (...) Durante meus trinta anos freqüentando os teatros como crítico, vi tanto o sucesso da insignificância, que o fracasso de uma peça de talento não me abalou nem um pouco.</i></span><br />
<br />
<span style="font-size: large;">As críticas continuaram, igualmente virulentas, e algumas poucas vozes se levantaram aqui e ali para elogiar ou consolar Tchekhov. A mais trágica ironia dissso tudo é que passada a noite da Festa Artística, <i>A Gaivota</i> ainda teve quatro outras representações, e segundo inúmeros testemunhos, a peça foi bem recebida pelo público. Vera Komissarzhevskaya fez questão de escrever a Tchekhov depois da apresentação do dia 21: “Voltei agora do teatro. Anton Pavlovich, meu querido (...)! O sucesso é completo, unânime, aquele que deveria ter sido mas não pôde ser”. O público que esperava o humor típico das peças de Elizaveta Levkeeva não veio mais e deu espaço à gente que saberia compreender a riqueza intelectual e humana de uma obra de Tchekhov.</span><br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: left; margin-right: 1em; text-align: left;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhCqB6lFB1-kCtVbzI5NXeb9eMNbhxqW3rtMNUxMLijmoAF8gOxQhAtNVZfB3fpKsTemndSZQ45egJMrSnaWIeZZMmsbWbsRQHS0L_0XU46bgVsHMIYx0IZfk2iLiXxRjV9gbeJkdQ0uke-/s1600/Komisarjevskaya+Nina+1896.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="600" data-original-width="484" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhCqB6lFB1-kCtVbzI5NXeb9eMNbhxqW3rtMNUxMLijmoAF8gOxQhAtNVZfB3fpKsTemndSZQ45egJMrSnaWIeZZMmsbWbsRQHS0L_0XU46bgVsHMIYx0IZfk2iLiXxRjV9gbeJkdQ0uke-/s400/Komisarjevskaya+Nina+1896.jpg" width="322" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i><span style="font-size: small;">Vera Komissarzhevskaya na cena em que Nina<br />interpreta a peça de Kostia</span></i></td></tr>
</tbody></table>
<span style="font-size: large;">A peça ia ser publicada quando ocorreu o fracasso do dia 17. Tchekhov escreveu a Suvorin: "Suspenda a impressão da peça. Nunca esquecerei a noite de ontem". Ao editor Vukol Mikhaylovich Lavrov, que solicitava autorização para publicar <i>A Gaivota</i> em sua revista, Русская мысль ("Pensamento Russo"), Tchekhov foi curto e grosso: "Não vou publicar uma peça na 'Pensamento Russo'. (...) Uma peça em uma revista não é adequado. É aborrecido de se ler. (...) Na 'Pensamento Russo' eu quero ser apenas um escritor de ficção".</span><br />
<br />
<span style="font-size: large;">É uma grande sorte da posteridade que as mágoas de Tchekhov se evaporavam assim que ele obtinha um sucesso. <i>A Gaivota</i> teve três outras adaptações somente naquele fim de ano, em Taganrog, Kiev e Yaroslavl. Foram elogiadas, e o autor voltou atrás em tudo que afirmou: não parou de escrever para teatro até morrer e ainda permitiu a publicação da peça em dezembro, pela "Pensamento Russo". O texto original, sem os cortes da censura, que valiam apenas para apresentações teatrais. O ano seguinte seria para Tchekhov processar e digerir a odisséia inicial de <i>A Gaivota</i>. </span><br />
<br />
<div style="text-align: center;">
<span style="font-size: large;">**********</span></div>
<br />
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: right; margin-left: 1em; text-align: right;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgK9ibXUg4uPQSHqNniyf_k5_-YVLmXSPNG-IC_gBeg1a7EzoQT_RrqO3LYpWKuIceic2Y8s0uaGnEgqZZV_6MPBVF8hyphenhyphen8iRpBvvpj7M-5l5eXhjgT70xqZ717dP2E8m8ohXubPZsRngV4d/s1600/Tchekhov+e+Nemirov-Danchenko.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="445" data-original-width="310" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgK9ibXUg4uPQSHqNniyf_k5_-YVLmXSPNG-IC_gBeg1a7EzoQT_RrqO3LYpWKuIceic2Y8s0uaGnEgqZZV_6MPBVF8hyphenhyphen8iRpBvvpj7M-5l5eXhjgT70xqZ717dP2E8m8ohXubPZsRngV4d/s1600/Tchekhov+e+Nemirov-Danchenko.jpg" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i><span style="font-size: small;">Tchekhov e Nemirovich-Danchenko</span></i></td></tr>
</tbody></table>
<span style="font-size: large;">O contato de Tchekhov dentro do grupo que vinha esquematizando desde 1897 a criação do Teatro de Arte de Moscou não era Stanislavsky, e sim Vladimir Ivanovich Nemirovich-Danchenko (1858/1943). Com o primeiro existiria posteriormente um determinado grau de afinidade artística e uma parceria que rendeu bons frutos no MXAT. Mas esses frutos vieram quase que <i>apesar</i> da parceria, e não graças a ela. Já Danchenko era dois anos mais velho que Tchekhov e fazia tempo que havia entre ambos amizade e admiração. Ele pediu ao autor que autorizasse a encenação de <i>A Gaivota</i> na temporada inaugural do MXAT, argumentando que seu desejo era dar à peça, finalmente, a montagem que ela merecia, e com todo o <i>input</i> que o autor achasse necessário. Tchekhov aceitou e voltou a trabalhar no texto. A direção do espetáculo foi dividida entre Stanislavsky </span><span style="font-size: large;">— encarregado da linha interpretativa a ser seguida pelos atores </span><span style="font-size: large;">— e Danchenko, responsável pela maior parte dos ensaios.</span><br />
<br />
<span style="font-size: large;"><i>A Gaivota</i> seria a sétima, das nove peças programadas para inaugurar o MXAT, a partir de outubro de 1898: </span><span style="font-size: large;">1) <i>Tsar Fyodor Ivanovich</i> (Царь Фёдор Иоаннович), de Aleksei Konstantinovich Tolstoy, no dia 14; 2) <i>O Sino Afundado</i> ("Die versunkene Glocke"), de Gerhart Hauptmann, no dia 19; 3) <i>O Mercador de Veneza</i>, de Shakespeare, no dia 21; 4) <i>Auto-governo</i> (Самоуправцы), de Alexey Pisemsky, em 4 de novembro; 5) <i>Mirandolina</i> ("La Locandiera"), de Carlo Goldoni, em 2 de dezembro, em programa duplo com 6) <i>A Sorte de Greta</i> ("Gretes Glück"), de Emil Marriot (pseudônimo de Emilie Mataja); 7) <i>A Gaivota</i>, no dia 17; 8) a <i>Antígona</i> de Sófocles, no dia 12 de janeiro de 1899 e, para encerrar, 9) <i>Hedda Gabler</i>, de Henrik Ibsen, no dia 19 de fevereiro.</span><br />
<br />
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: left; margin-right: 1em; text-align: left;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjNjgwwYksJjjKBzkSgEzV7s4zQaRe4S0PE-tgFizkq0WXfwZShT_3etMoJ9Tst7doEqyAmHJTXqeGE2vo-PbHeqiOLcvTiEcbN3Ar4W0ZPfkMdX9-rIjgV3zFlnwW8RubsXgnD_kNRaIme/s1600/Ostrovich.png" imageanchor="1" style="clear: left; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="379" data-original-width="277" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjNjgwwYksJjjKBzkSgEzV7s4zQaRe4S0PE-tgFizkq0WXfwZShT_3etMoJ9Tst7doEqyAmHJTXqeGE2vo-PbHeqiOLcvTiEcbN3Ar4W0ZPfkMdX9-rIjgV3zFlnwW8RubsXgnD_kNRaIme/s1600/Ostrovich.png" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i><span style="font-size: small;">Alexander Ostrovsky</span></i></td></tr>
</tbody></table>
<span style="font-size: large;">Em um <a href="http://teatr-lib.ru/Library/MAT_v_kritike/MAT_v_kritike_1898-1905/" target="_blank">jornal</a> publicado no dia da estréia do MXAT, com <i>Tsar Fyodor Ivanovich</i>, veremos referências à inclusão de peças como <i>Tio Vanya</i>, de Tchekhov (editada no ano anterior e sendo encenada nas províncias), <i>A Dama do Mar </i>("Fruen fra Havet"), de Ibsen, e <i>Dote</i> (Бесприданница), de Alexander Nikolayevich Ostrovsky (1823/1886). Por alguma razão, nenhuma dessas peças entrou na temporada inaugural. No caso de <i>Vanya</i> podemos conjecturar que o assunto foi discutido e julgaram mais conveniente remontar <i>A Gaivota</i>, escrita antes e ainda inédita em Moscou, e deixar <i>Vanya</i> para o ano seguinte, o que de fato ocorreu. No caso de Ibsen, era um dos autores favoritos de Nemirovich-Danchenko, foi influência decisiva em sua carreira de dramaturgo e estaria sempre presente nos repertórios russos. Mas não consegui encontrar uma única montagem de Ostrovsky nas temporadas sucessivas do MXAT. E não faço idéia do porquê. Foi figura da maior importância na cultura russa do século XIX, um dos maiores (senão o maior) comediógrafos russos, apreciado e reverenciado por Tchekhov (que chega a citá-lo em <i>Tio Vanya</i>), e teria sido uma bela homenagem póstuma.</span><br />
<br />
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: right; margin-left: 1em; text-align: right;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgXLeERu7_jgo3mzrvDX8_JXuwRFn18GzI2wRSaERkSLN1CJTVwxhrRGXpPzsx0AujFHPc4dcAeT29PUW-h5eNspv8gaZx9Jyh6Mlh03GdA4YQrpj620PHbWNw0TgrzYlPlZrgdk5-KKKQb/s1600/tsar.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1199" data-original-width="888" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgXLeERu7_jgo3mzrvDX8_JXuwRFn18GzI2wRSaERkSLN1CJTVwxhrRGXpPzsx0AujFHPc4dcAeT29PUW-h5eNspv8gaZx9Jyh6Mlh03GdA4YQrpj620PHbWNw0TgrzYlPlZrgdk5-KKKQb/s400/tsar.jpg" width="295" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i><span style="font-size: small;">Cartaz da apresentação de Tsar Fyodor<br />Ivanovich no MXAT</span></i></td></tr>
</tbody></table>
<span style="font-size: large;">Uma homenagem póstuma, por sinal, é a que estava sendo prestada a Aleksei Tolstoy. A escolha de <i>Tsar Fyodor Ivanovich</i> para inaugurar o MXAT estava longe de ser uma escolha aleatória. A peça é sobre Fyodor Ivanovich, imperador da Rússia de 1584 a 1598, conhecido por ser um homem religioso e bom, ao mesmo tempo em que politicamente era fraco e ineficiente, razão pela qual o governo foi exercido, em grande parte de seu império, pelo cunhado Boris Godunov. Foi editada por Tolstoy na Europa em 1868 e imediatamente censurada para o teatro. Segundo o Ministério do Interior, havia passagens que ridicularizavam o imperador e provocariam risos na platéia, o que era desrespeitoso com a figura do monarca. Tolstoy fez mudanças, tentou acomodar o texto para o critério sensível e quebradiço dos censores, mas não houve solução. A peça era a segunda, de uma trilogia sobre Boris Godunov. A primeira foi <i>A Morte de Ivan, o Terrível</i> (Смерть Иоанна Грозного), sobre o pai de Fyodor, lançada em 1866 e a terceira, <i>Tzar Boris</i> (Царь Борис) foi lançada em 1870. A segunda é a mais conhecida, e considerada talvez a obra-prima de Tolstoy. Ele morreu em 1875, sem vê-la encenada.</span><br />
<br />
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: left; margin-right: 1em; text-align: left;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgYRrL6EIkHTmZIcL6XQrfKzH-9Ch9dhrW0zWISbTFGUDnswirJfDxcML3JrCcNnolEfnm3mylHsje9KcSOOA5qtkrAav9rNrYh50ADcU3qy-VkGY2Xa5GtDYjsB7bvaVisURxVvjmql2ui/s1600/tolstoy.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="421" data-original-width="300" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgYRrL6EIkHTmZIcL6XQrfKzH-9Ch9dhrW0zWISbTFGUDnswirJfDxcML3JrCcNnolEfnm3mylHsje9KcSOOA5qtkrAav9rNrYh50ADcU3qy-VkGY2Xa5GtDYjsB7bvaVisURxVvjmql2ui/s320/tolstoy.jpg" width="228" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i><span style="font-size: small;">Aleksey Tolstoy</span></i></td></tr>
</tbody></table>
<span style="font-size: large;">A má-vontade do governo imperial com a peça foi se distendendo com os anos e em 1890 ela recebeu uma montagem amadora em Petersburgo (a censura só se aplicava a montagens profissionais). Já em meados da década de 90, Nemirovich-Danchenko e Aleksey Suvorin conseguiram cooptar o príncipe Sergey Aleksandrovich </span><span style="font-size: large;">—</span><span style="font-size: large;"> irmão do imperador Alexandr III </span><span style="font-size: large;">—</span><span style="font-size: large;"> para a causa que apoiavam, ou seja, derrubar integralmente a censura sobre a peça de Tolstoy. Com alguns pequenos ajustes o governo russo acabou cedendo e a peça entrou em ensaios simultâneos no MXAT e no antigo Teatro Apraksin, de Petersburgo, que agora abrigava a companhia de Suvorin e Pyotr Gnedich. Curiosamente, a montagem de Petersburgo, dirigida por Gnedich estreou dois dias antes que a do Teatro de Arte de Moscou, e obteve grande sucesso. A montagem do MXAT também foi largamente apreciada e permaneceu em cartaz, alternando-se com as outras do repertório, até fevereiro do ano seguinte. Uma consagração. E uma homenagem justa, mas tardia ao grande Aleksey Tolstoy.</span><br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: right; margin-left: 1em; text-align: right;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj9uyvkvnNbBF_fuTFQwYm-5EhDWcSpOTAkABDRL8b1w2imLahMhJewlAMIvMJNvoLx3BrHIVsTE-vQyRWN6uD7Nx5nKiXnjG_kSmYDX-DmSby8l_iQrIee7DwDtD1qENk5KyFqccZPcoT2/s1600/Meyerhold.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="800" data-original-width="523" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj9uyvkvnNbBF_fuTFQwYm-5EhDWcSpOTAkABDRL8b1w2imLahMhJewlAMIvMJNvoLx3BrHIVsTE-vQyRWN6uD7Nx5nKiXnjG_kSmYDX-DmSby8l_iQrIee7DwDtD1qENk5KyFqccZPcoT2/s400/Meyerhold.jpg" width="261" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i><span style="font-size: small;">Vsevolod Meyerhold</span></i></td></tr>
</tbody></table>
<span style="font-size: large;">Este foi o elenco selecionado para a estréia de <i>A Gaivota</i> no Teatro de Arte de Moscou, em 17 de dezembro de 1898: Maria Roksanova (Nina), Stanislavsky (Trigorin), Olga Leonardovna Knipper (Arkadina), Vsevolod Emilievich Meyerhold (Kostia), Maria Lilina (Masha), Vasiliy Luzhsky (Sorin), Alexandr Artiom (Shamrayev), Yevgeniya Raevskaya (Polina), Aleksandr Vishnevsky (Dorn), Ioasaf Aleksandrovich Tikhomirov (Medvedenko), Aleksandr Andreyev (Yakov) e Maria Petrovna Nikolayeva (criada). Alguns vinham da Sociedade de Arte e Literatura de Stanislavsky, como era o caso de Maria Lilina (casada com o ator desde de 1889), </span><span style="font-size: large;">Vasiliy Luzhsky e Alexandr Artiom; outros eram alunos de Nemirovich-Danchenko na Sociedade Filarmônica, como </span><span style="font-size: large;">Maria Roksanova, Olga Knipper e Vsevolod Meyerhold. Foi durante os ensaios desse espetáculo, aliás, que Tchekhov se apaixonou por Olga e os dois começaram a ter um caso que desembocou no casamento de ambos, em 1901. Quanto a Meyerhold, alguns anos ainda teriam que passar até que ele se tornasse o maior diretor, criador e teórico do teatro, depois de Stanislavsky, na primeira metade do século XX.</span><br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEivObkWtlscomOo-APMSpteYrSSTxyVrjRft2Hdfenbc1rfZCMZ1PGl_QHW80tSuCFsVz6mSpLZ4Qtovyhob-o11r03QS8GDP4ONXkFMNzU58Yf7Mi8NFNkWWT2nXdGpFsXFlI7O9X-QCJH/s1600/A+Gaivota%252C+1898+a.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="396" data-original-width="566" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEivObkWtlscomOo-APMSpteYrSSTxyVrjRft2Hdfenbc1rfZCMZ1PGl_QHW80tSuCFsVz6mSpLZ4Qtovyhob-o11r03QS8GDP4ONXkFMNzU58Yf7Mi8NFNkWWT2nXdGpFsXFlI7O9X-QCJH/s1600/A+Gaivota%252C+1898+a.jpg" /></a></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgu6zuVV3Ec_j0w80qrje6Zj0FjYGY6qTU7ohgmJKxxeTA0fOdAqa5ovP3tAeoTbDv3DohRtLq18d3irCNeU51OYNZfQFDD9vmrQuMIXjjT0-4MphChyMo_PTvmRC_ZFVZRz0jL9OG7RfL2/s1600/A+Gaivota%252C+1898.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="395" data-original-width="571" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgu6zuVV3Ec_j0w80qrje6Zj0FjYGY6qTU7ohgmJKxxeTA0fOdAqa5ovP3tAeoTbDv3DohRtLq18d3irCNeU51OYNZfQFDD9vmrQuMIXjjT0-4MphChyMo_PTvmRC_ZFVZRz0jL9OG7RfL2/s1600/A+Gaivota%252C+1898.jpg" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i><span style="font-size: small;">As fotos clássicas da leitura de "A Gaivota" com a presença do autor, Anton Tchekhov. Acima vemos autor e elenco descontraídos. Abaixo, da esq., em pé: Nemirovich-Danchenko, Vasiliy Luzhsky, alguém que suponho ser Aleksandr Andreyev (que fazia o papel mínimo de Yakov) e<br />Maria Nikolayeva, que além de pequenos papéis (como esse, da criada), trabalhava também<br />no departamento de figurino do MXAT. Da esq., sentados: </span></i><i style="font-size: 12.8px;"><span style="font-size: small;">Yevgeniya</span></i><i><span style="font-size: small;"> Raevskaya, Aleksandr<br />Vishnevsky, Alexandr Artiom, Olga Knipper, Stanislavsky, Tchekhov, Maria Lilina,<br />Ioasaf Tikhomirov, Maria Roksanova e Vsevolod Meyerhold</span></i></td></tr>
</tbody></table>
<br />
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: left; margin-right: 1em; text-align: left;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjgIiIxHDmMJqpFsG1QGNN361C6BWdYxvb3v2CDAzpwqHDB9ofWognx0XtvOAE-SGTUEtirMt1xJQFCOOq8zRCGnvh75v25CrFKtykqsMCdojSJjy9I7IMhIwC3j-BtwLSV2xjhjz-L1k08/s1600/547c7f_e20de60bddca41d481c83bb3c517ee16.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="640" data-original-width="252" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjgIiIxHDmMJqpFsG1QGNN361C6BWdYxvb3v2CDAzpwqHDB9ofWognx0XtvOAE-SGTUEtirMt1xJQFCOOq8zRCGnvh75v25CrFKtykqsMCdojSJjy9I7IMhIwC3j-BtwLSV2xjhjz-L1k08/s1600/547c7f_e20de60bddca41d481c83bb3c517ee16.jpg" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i><span style="font-size: small;">Cartaz anunciando a estréia de<br />"A Gaivota" no MXAT</span></i></td></tr>
</tbody></table>
<span style="font-size: large;">Não havia desde o início uma definição sobre quem interpretaria Trigorin, então ensaios chegaram a ocorrer trazendo o ator Mikhail Egorovich Darsky no papel do escritor, por indicação de Danchenko, e Stanislavsky no papel de Dorn. A escolha não agradou ninguém e Darsky foi rapidamente substituído pelo próprio Stanislavsky. Este, por sua vez, foi muito meticuloso em sua direção. Preparou um caderno onde consignou todas as indicações sobre o texto, som, iluminação e marcações minuciosas que deveriam ser passadas aos atores. Havia até desenhos, <i>storyboards</i> daquilo que ele planejava como interação do elenco com o cenário (esse caderno foi publicado no ano da morte de Stanislavsky, em 1938). Externamente, aquilo mostrava entusiasmo e determinação; intimamente, a mudança de Dorn para Trigorin havia sido traumática e o ator estava enfrentando grandes dificuldades em desenvolver seu próprio papel.</span><br />
<br />
<span style="font-size: large;">Os dois diretores também não andavam falando a mesma língua. À frente dos ensaios, Danchenko simplesmente descartou algumas indicações de Stanislavsky na direção de atores, que ele julgou que estavam mais atrapalhando do que ajudando na criação dos personagens. Segundo <a href="https://books.google.com.br/books?id=KsuHAgAAQBAJ&pg=PA102" target="_blank">Nick Worrall</a>, "Stanislavsky estava preparado para admitir que não avaliara corretamente a qualidade da peça de Tchekhov. Ele evitara o entusiasmo de Nemirovich, do qual não compartilhava, enquanto reconhecia a compreensão mais sutil que seu sócio possuía do teatro contemporâneo".</span><br />
<br />
<span style="font-size: large;">Tchekhov deu carta branca a Danchenko e, escaldado pela experiência de dois anos antes, preferiu não comparecer à estréia. Permaneceu em sua nova casa em Yalta, para onde se mudara a fim de cuidar da saúde, que vinha fraquejando por conta da tuberculose. Na noite do dia 17 ele estava uma pilha de nervos e a preocupação fazia seu estado geral piorar. Por sorte não havia razão para isso. A </span><span style="font-size: large;"> estréia da peça foi um sucesso avassalador. Tudo aquilo que deu errado na estréia de Petersburgo funcionou perfeitamente, desta vez. A platéia ficou maravilhada com o texto, todos receberam múltiplos aplausos em cena aberta e a ovação no fim do espetáculo foi maciça. Já no fim do 3º ato o público gritava freneticamente, exigindo a presença do autor.</span><br />
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi4IsRKtHTU_4TpY-VYDhrxUuVMebLjlM2BGo2n53XjyL5cDklOLkOI21ORMNWcuEhpw6hbhYaT1LYmWah4ZYaryy7MqxUP6xgLvD9L5t09z7FNalG4PsgcVdpqzXLx-leaG48BmfrTfFIK/s1600/yanka.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="800" data-original-width="715" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi4IsRKtHTU_4TpY-VYDhrxUuVMebLjlM2BGo2n53XjyL5cDklOLkOI21ORMNWcuEhpw6hbhYaT1LYmWah4ZYaryy7MqxUP6xgLvD9L5t09z7FNalG4PsgcVdpqzXLx-leaG48BmfrTfFIK/s640/yanka.jpg" width="572" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i><span style="font-size: small;">Propaganda da estréia de "A Gaivota" em jornal de Moscou</span></i></td></tr>
</tbody></table>
<br />
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: right; margin-left: 1em; text-align: right;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhfrXw4qY68VNqHhBXjhy4psoExbqPjWp7OBpAcYY8JfYMuwwtxm7LFGB9Pifxado9zLJCyy-QnOs0aJNcmLE3Qprbo7EbXrMjWZw9kw6MYeYK0qGnuLLljC-qwgm7QoGYzDRn6rKxeui7U/s1600/Vladimir+Nemiroch-Danchenko.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="383" data-original-width="310" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhfrXw4qY68VNqHhBXjhy4psoExbqPjWp7OBpAcYY8JfYMuwwtxm7LFGB9Pifxado9zLJCyy-QnOs0aJNcmLE3Qprbo7EbXrMjWZw9kw6MYeYK0qGnuLLljC-qwgm7QoGYzDRn6rKxeui7U/s320/Vladimir+Nemiroch-Danchenko.jpg" width="259" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i><span style="font-size: small;">Nemirovich-Danchenko</span></i></td></tr>
</tbody></table>
<span style="font-size: large;">Coube a <a href="http://chehov.niv.ru/chehov/letters/1897-1898/letter-2530.htm" target="_blank">Nemirovich-Danchenko</a> explicar que Tchekhov não estava lá, mas o fez com um toque de mestre: antes que o público pudesse esboçar qualquer decepção por sua ausência, ele perguntou se eles desejavam que um telegrama fosse enviado imediatamente a Yalta, em nome deles. Foi uma cena de filme; o público gritou, em uníssono: "Queremos! Queremos!" Eis o telegrama, assinado por todo o elenco, enviado pouco depois da meia-noite:</span><br />
<br />
<span style="font-size: large;"><i>"A Gaivota" acabou de ser representada, o sucesso é colossal. A partir do 1º ato a peça capturou o público de uma tal forma que o que veio em seguida foi uma série de triunfos. (...) Com minha declaração depois do 3º ato de que o autor não estava no teatro, o público exigiu que mandássemos um telegrama em nome dele. Estamos loucos de felicidade. Todos beijamos você fortemente. Escreverei com detalhes.</i></span><br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<span style="font-size: large;">Assim que recebeu o telegrama, Tchekhov respondeu: "Diga a todos: agradeço infinitamente, com todo meu coração. Continuo em Yalta, como Dreyfus na Ilha do Diabo [referência a Alfred Dreyfus, condenado injustamente em 1894 à prisão perpétua na Ilha do Diabo, na costa da Guiana Francesa. Foi anistiado em 1899]. Sinto falta de estar com vocês. Seu telegrama me deu saúde e alegria. <i>Tchekhov</i>".</span><br />
<br />
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: left; margin-right: 1em; text-align: left;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjEvfvZ2OmK_fWHcRIWPMduHXTPRPKlqD2u5vIe-N94Ce-pH_jsPv0CkhX4_ane9Wo9MlQygkuZNsoDUI9AKa4C9ChWojaZWj3fI938qyzJfOvAgAiwD8npqwhyphenhyphenSYJjLNFnMZSsGTYIulDM/s1600/%25D0%259F%25D0%25B5%25D1%2582%25D1%2580+%25D0%2593%25D0%25BD%25D0%25B5%25D0%25B4%25D0%25B8%25D1%2587.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="758" data-original-width="611" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjEvfvZ2OmK_fWHcRIWPMduHXTPRPKlqD2u5vIe-N94Ce-pH_jsPv0CkhX4_ane9Wo9MlQygkuZNsoDUI9AKa4C9ChWojaZWj3fI938qyzJfOvAgAiwD8npqwhyphenhyphenSYJjLNFnMZSsGTYIulDM/s320/%25D0%259F%25D0%25B5%25D1%2582%25D1%2580+%25D0%2593%25D0%25BD%25D0%25B5%25D0%25B4%25D0%25B8%25D1%2587.jpg" width="257" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i><span style="font-size: small;">Pyotr Gnedich</span></i></td></tr>
</tbody></table>
<span style="font-size: large;">Toda a hostilidade da imprensa de Petersburgo se transformou em exaltação pela imprensa de Moscou. O próprio <a href="http://teatr-lib.ru/Library/MAT_v_kritike/MAT_v_kritike_1898-1905/#_Toc202263217" target="_blank">Pyotr Gnedich</a>, escrevendo sobr</span><span style="font-size: large;">e <i>A Gaivota</i> para a "Novo Tempo", no mês segu</span><span style="font-size: large;">inte, mostrou que a atitude daqueles jornalistas não seria esquecida tão facilmente, e na certeira referência a um "sibilo perverso" ele corrobora a impressão de Tchekhov, de que o ar do Alexandrinsky estava "repassado de ódio":</span><br />
<br />
<span style="font-size: large;"><i>Este fracasso da peça </i>[em Petersburgo]<i> foi um dos maiores atos de injustiça à pura criação autoral. Ao lado das comédias vulgares que fizeram sucesso junto ao "grande" público, "A Gaivota", fresca, brilhantemente escrita, talvez sutil demais para a compreensão de nossos críticos, não só não recebeu aprovação, mas foi acompanhada por um sibilo perverso. Em letra de fôrma, quase todos os jornais, exceto por Aleksey Suvorin, reagiram ao drama com um tipo de hostilidade, quase com maldade.</i></span><br />
<br />
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: right; margin-left: 1em; text-align: right;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi68RT2E8ipACIaJ78fCPuY7PiWCMbs-tkz3EsqwPEHtLK9ZJE84p1FNdYiTzQ4XMEvksU7eaXuTBVMj7-oqIlJhnXKk2SFUCFXtSW_Vj0OOfSGO2iVXM9Hy7LV8W0iPFrVUnomVHoc26NX/s1600/%25D0%25AD%25D1%2584%25D1%2580%25D0%25BE%25D1%2581%252C+%25D0%259D%25D0%25B8%25D0%25BA%25D0%25BE%25D0%25BB%25D0%25B0%25D0%25B9.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="420" data-original-width="277" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi68RT2E8ipACIaJ78fCPuY7PiWCMbs-tkz3EsqwPEHtLK9ZJE84p1FNdYiTzQ4XMEvksU7eaXuTBVMj7-oqIlJhnXKk2SFUCFXtSW_Vj0OOfSGO2iVXM9Hy7LV8W0iPFrVUnomVHoc26NX/s320/%25D0%25AD%25D1%2584%25D1%2580%25D0%25BE%25D1%2581%252C+%25D0%259D%25D0%25B8%25D0%25BA%25D0%25BE%25D0%25BB%25D0%25B0%25D0%25B9.jpg" width="211" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i><span style="font-size: small;">Nikolay Efros</span></i></td></tr>
</tbody></table>
<span style="font-size: large;">O afamado crítico Nikolay Yefimovich Efros comentou em publicação do <a href="http://teatr-lib.ru/Library/MAT_v_kritike/MAT_v_kritike_1898-1905/#_Toc202263214" target="_blank">dia 23</a>: "Vocês já sabem que a performance foi um grande sucesso. Tanto a peça quanto a performance. Nos círculos teatrais só se fala na <i>Gaivota</i>. (...) Há muito que uma peça moderna não desperta tão intenso interesse. Sim, o Teatro de Arte obteve uma grande vitória".</span><br />
<br />
<span style="font-size: large;">Mikhail, irmão de Tchekhov, assistiu a estréia e mandou-lhe uma <a href="http://chehov.niv.ru/chehov/letters/1897-1898/letter-2528.htm" target="_blank">carta</a> que poderia ser considerada um molde daquilo que a imprensa toda viria a dizer sobre o espetáculo. E é também divertido ver como ele elogia sua futura cunhada: "O cenário é perfeito. (...) A atriz, mãe de Treplev, foi interpretada pela docílima atriz Knipper, incrivelmente talentosa. Foi um prazer vê-la e ouvi-la. O doutor, Treplev, o professor e Masha foram excelentes. Não gostei particularmente de Trigorin e da própria Gaivota. Stanislavsky interpretou um Trigorin preguiçoso e a Gaivota é má atriz. Mas a interpretação em geral é tão real que esquecemos tratar-se de uma peça". </span><span style="font-size: large;">Essa seria a tônica de todos os comentários: Olga e Lilina foram esplêndidas. Texto e cenário foram ótimos. O realismo é notável. Stanislavsky foi fraco e Maria Roksanova foi péssima.</span><br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg_VBamc3A02Tjl4fctjEcHwyCdRx5Qp0NM4y2o85nlryfSy9mogahjWkCgTwM-8QTVN6mcl1eIzYAI0ctzmnjCvZBejP8Q1SZ7q3JajFgbR1n_uwpTDnp_TMCDqAvhPc45-CWiVKADTZtR/s1600/Olga+Knipper+%2528Arkadina%2529+e+Stanislavsky+%2528Trigorin%2529+%25284%2529.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="520" data-original-width="537" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg_VBamc3A02Tjl4fctjEcHwyCdRx5Qp0NM4y2o85nlryfSy9mogahjWkCgTwM-8QTVN6mcl1eIzYAI0ctzmnjCvZBejP8Q1SZ7q3JajFgbR1n_uwpTDnp_TMCDqAvhPc45-CWiVKADTZtR/s1600/Olga+Knipper+%2528Arkadina%2529+e+Stanislavsky+%2528Trigorin%2529+%25284%2529.jpg" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i><span style="font-size: small;">Olga Knipper (Arkadina) e Stanislavsky (Trigorin), 1898</span></i></td></tr>
</tbody></table>
<br />
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: left; margin-right: 1em; text-align: left;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiwzY5NjdUMt3yfIUyDN9mdmNDaJoiPrT-6uQLnTeWm9AyxgXO7TfgFrgQy88GRKwq0HQHmQZoTM0ZVmyULY7R07QTzVfIQGsnJeMkUjozchIW1FdXSiEDwebzrLyWbWEmZjHp74n1DbCLc/s1600/%25D0%259C%25D0%25B8%25D1%2585%25D0%25B0%25D0%25B8%25D0%25BB-%25D0%259F%25D0%25B0%25D0%25B2%25D0%25BB%25D0%25BE%25D0%25B2%25D0%25B8%25D1%2587-%25D0%25A7%25D0%25B5%25D1%2585%25D0%25BE%25D0%25B21.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="662" data-original-width="509" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiwzY5NjdUMt3yfIUyDN9mdmNDaJoiPrT-6uQLnTeWm9AyxgXO7TfgFrgQy88GRKwq0HQHmQZoTM0ZVmyULY7R07QTzVfIQGsnJeMkUjozchIW1FdXSiEDwebzrLyWbWEmZjHp74n1DbCLc/s320/%25D0%259C%25D0%25B8%25D1%2585%25D0%25B0%25D0%25B8%25D0%25BB-%25D0%259F%25D0%25B0%25D0%25B2%25D0%25BB%25D0%25BE%25D0%25B2%25D0%25B8%25D1%2587-%25D0%25A7%25D0%25B5%25D1%2585%25D0%25BE%25D0%25B21.jpg" width="246" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i><span style="font-size: small;">Mikhail, irmão mais moço de Tchekhov</span></i></td></tr>
</tbody></table>
<span style="font-size: large;">Depois do telegrama inicial, Nemirovich-Danchenko mandou a prometida <a href="http://chehov.niv.ru/chehov/letters/1897-1898/letter-2540.htm" target="_blank">carta</a> a Tchekhov; Olga Knipper "é uma Arkadina incrível, perfeita". Maria Lilina "foi um grande sucesso". O comentário sobre Meyerhold é hilário: "Ele foi doce, comovente e indubitavelmente degenerado". Stanislavsky "captou com êxito o tom suave e molenga [do personagem]". E por fim fala de Maria Roksanova, mas fica evidente que ele a exime de qualquer erro, e culpa Stanislavsky (referindo-se a ele por seu nome do meio): "Roksanova foi a mais fraca de todos, a quem Alekseyev cofundiu, forçando-a a interpretar como se fosse uma tonta. Fiquei irritado com ela e ordenei que ela voltasse ao tom lírico anterior. Ela está confusa". Por que a confusão? O que aconteceu, efetivamente, foi que dias antes ocorrera o programa duplo do MXAT, com <i>La Locandiera</i> e <i>Gretes Glück</i>. A comédia de Goldoni é conhecida e agradou. Já <i>Gretes Glück</i>, que teve direção de Nemirovich-Danchenko, chocou o público. O texto da austríaca Emil Marriot estava muito à frente de seu tempo; é um drama sobre uma mulher cuja mãe quer casá-la com um sujeito rico, então dá um jeito de afastá-la do rapaz que ela ama e a moça se casa com um ricaço com quem não tem qualquer afinidade. Como conseqüência, ela é infeliz. Tempos depois ela descobre a armadilha da mãe e isso desencadeia nela um processo de psicose que vai levando-a aos poucos à loucura.</span><br />
<br />
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: right; margin-left: 1em; text-align: right;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi3F6raJheuw1NPOBnAM1nqk226_wjWdzF9zeRcGEEwGvwdh27_3-7_1EY7GldInmy5ld5oa1FdYu0MrUBkdcj9HiNR_CFXbITGfzWCuOBnEBM_z6pL_W_wydt1n6TldzGwNjffjPaV-YkP/s1600/emil.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="645" data-original-width="469" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi3F6raJheuw1NPOBnAM1nqk226_wjWdzF9zeRcGEEwGvwdh27_3-7_1EY7GldInmy5ld5oa1FdYu0MrUBkdcj9HiNR_CFXbITGfzWCuOBnEBM_z6pL_W_wydt1n6TldzGwNjffjPaV-YkP/s320/emil.jpg" width="232" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i><span style="font-size: small;">Emilie Mataja/ Emil Marriot</span></i></td></tr>
</tbody></table>
<span style="font-size: large;">A crítica se dividiu; <a href="http://teatr-lib.ru/Library/MAT_v_kritike/MAT_v_kritike_1898-1905/#_Toc202263210" target="_blank">metade</a> elogiou Roksanova, no difícil papel de Greta, ressaltando que conquanto lhe faltasse técnica e ela fosse exagerada em seus gestos, a atriz conseguiu transmitir com incrível realismo o declínio mental de Greta, mantendo o público atento e emocionado, e a outra <a href="http://teatr-lib.ru/Library/MAT_v_kritike/MAT_v_kritike_1898-1905/#_Toc202263211" target="_blank">metade</a> ficou desconfortável ou escandalizada com o que seria a "obscenidade" do texto e a interpretação canhestra e over de Roksanova: "A Sra. Roksanova tremeu com todo seu corpo, constantemente chacoalhando a cabeça, esbugalhou os olhos incrivelmente, ficou paralisada com a boca aberta, representou um ataque de cólera, guinchou como uma histérica, etc.". Na mesma medida, "Olhei diversas vezes para os olhos vermelhos daqueles sentados ao meu lado e vi lágrimas; senti que a Sra. Roksanova várias vezes me capturou com o drama de Greta e me carregou com ela para o palco (...); ela viveu o drama de Greta e personificou essa imagem". Até aí, nada que não aconteça a qualquer companhia estável de repertório. O episódio foi superado e a temporada continuou.</span><br />
<br />
<span style="font-size: large;">Veio <i>A Gaivota</i>, porém, e quando Roksanova deu à Nina </span><span style="font-size: large;">—</span><span style="font-size: large;"> por uma orientação equivocada, ou simplesmente incompreensível, de Stanislavsky </span><span style="font-size: large;">—</span><span style="font-size: large;"> </span><span style="font-size: large;">sobretudo na cena crucial do 4º ato, um colorido de desequilíbrio muito semelhante ao de Greta, isso desagradou público e crítica. E aquele setor da crítica que já ficara estomagada com o MXAT pela simples montagem da peça de Marriot </span><span style="font-size: large;">—</span><span style="font-size: large;"> onde uma esposa tem nojo de qualquer intimidade com o marido e sua simples presença física lhe provoca acessos de loucura, coisa que certamente não caiu bem nos círculos mais embolorados e conservadores </span><span style="font-size: large;">—</span><span style="font-size: large;"> aproveitou a oportunidade para se vingar do grupo açoitando a atriz.</span><br />
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgzRuOKMvKc1A3SfnOaRzydpQ5ALUsGklw7nWWUnPla_7B-ge61zEyo3XwqNpMyn6LnPHpDpNCVci6_A941dZ3l1DIdVFXU4mYN7gIE8QKi8iS4iFvQydZzdYPGkx3GxeFsGBr8yLo19e3W/s1600/Luzhsky%252C+Meyerhold+e+Maria+Roksanova.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="477" data-original-width="551" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgzRuOKMvKc1A3SfnOaRzydpQ5ALUsGklw7nWWUnPla_7B-ge61zEyo3XwqNpMyn6LnPHpDpNCVci6_A941dZ3l1DIdVFXU4mYN7gIE8QKi8iS4iFvQydZzdYPGkx3GxeFsGBr8yLo19e3W/s1600/Luzhsky%252C+Meyerhold+e+Maria+Roksanova.jpg" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i><span style="font-size: small;">Vasiliy Luzhsky (Sorin), Vsevolod Meyerhold (Kostia) e Maria Roksanova (Nina)</span></i></td></tr>
</tbody></table>
<br />
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: left; margin-right: 1em; text-align: left;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgJjsyXREh0BJzhStYjhRn1wZmbPOQTYskWkeOlcfIHgIC-HVg3c9gseS_3j281A8gvd_p8h8_Huzh2M1UHHwsUGJ8CCNPtw7lJKc0Pnex3WUB6JOXZlmsCKyu7XAnp6GVKDazkEjQ_3Gph/s1600/Olga+Knipper+%2528Arkadina%2529+e+Vsevolod+Meyerhold+%2528Kostia%2529.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="363" data-original-width="310" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgJjsyXREh0BJzhStYjhRn1wZmbPOQTYskWkeOlcfIHgIC-HVg3c9gseS_3j281A8gvd_p8h8_Huzh2M1UHHwsUGJ8CCNPtw7lJKc0Pnex3WUB6JOXZlmsCKyu7XAnp6GVKDazkEjQ_3Gph/s1600/Olga+Knipper+%2528Arkadina%2529+e+Vsevolod+Meyerhold+%2528Kostia%2529.jpg" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i><span style="font-size: small;">Olga Knipper (Arkadina) e Vsevolod Meyerhold<br />(Kostia), em cena dramática do 3º ato</span></i></td></tr>
</tbody></table>
<span style="font-size: large;">O crítico <a href="http://teatr-lib.ru/Library/MAT_v_kritike/MAT_v_kritike_1898-1905/#_Toc202263212" target="_blank">Sergey Glagol</a> elogiou Olga Knipper, à cuja performance "não se pode fazer qualquer reparo". Com uma ressalva curiosa: "Foi muito difícil acreditar que tínhamos alguém de 43 anos, mãe de um filho completamente adulto, sendo que diante de nós não havia um jovem, e sim uma jovem Irina Nikolayevna". Meyerhold "deixou uma impressão forte e inesperada" no papel de Kostia. "Diante de nós estava um bom ator dramático, que nos deu uma imagem vívida da neurastenia sofrida por Konstantin desde a infância. A cena com a mãe no 3º ato foi interpretada com tanta sinceridade por ele e a Srta. Knipper que a platéia cobriu-os de aplausos em cena aberta". Sobre Stanislavsky, Glagol achou "um pouco mais fraco. Um imagem vaga, obscura", que ele debitou à maquiagem excessiva sob os olhos do ator, "esses olhos sombrios e vilanescos no lerdo e lascivo Trigorin". E na seqüência sobram pauladas em Maria Roksanova:</span><br />
<br />
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: right; margin-left: 1em; text-align: right;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj2NgIVA7u8brENVrdcXiagf8YNATV1JrvLW0ZSrAMVfS4CxKhlltQBsgreXbXcJCIR3Qppib8Jwh5kO0BIePjfw_A9sTssA2hX3mXCPQJQ22O2u5lfrJmz_YEykTBWkSWmxI5FYozYLTdJ/s1600/Roksanova+Chayka.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="755" data-original-width="505" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj2NgIVA7u8brENVrdcXiagf8YNATV1JrvLW0ZSrAMVfS4CxKhlltQBsgreXbXcJCIR3Qppib8Jwh5kO0BIePjfw_A9sTssA2hX3mXCPQJQ22O2u5lfrJmz_YEykTBWkSWmxI5FYozYLTdJ/s400/Roksanova+Chayka.jpg" width="266" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i><span style="font-size: small;">Maria Roksanova (Nina)</span></i></td></tr>
</tbody></table>
<i><span style="font-size: large;">A Sra. Roksanova </span></i><span style="font-size: large;">—</span><i><span style="font-size: large;"> a Gaivota </span></i><span style="font-size: large;">—</span><i><span style="font-size: large;"> infelizmente não só não satisfez a ninguém na platéia, mas, ao contrário, foi especialmente desagradável aos nervos de todos. No fim, novamente estava diante de nós a cansada e doente Greta, e não a eufórica Gaivota, olhando para o mundo de Deus com seus olhos de criança, abertos, surpresos e acreditando que as celebridades não plantam ou comem, mas se alimentam da eterna contemplação de sua própria magnificência. Há papéis onde o artista tem que ser em primeiro lugar cativante, tocante e doce para o público. A platéia deve amá-lo e simpatizar com ele desde sua primeira aparição no palco, ou o personagem desaparece. A Gaivota é um desses papéis e se a Sra. Roksanova provoca pena, então não é pena dela, nem por sua situação dramática, mas pelos seus nervos esgotados. O tempo todo havia uma questão na platéia: "Por que esse papel está sendo interpretado pela Sra. Roksanova e não por outra pessoa?" </span></i><span style="font-size: large;"><i>(...) Aparentemente </i>[na peça do 1º ato]<i> a Sra. Roksanova recitou mal de propósito e tentou realçar a leitura inepta de Zarechnaya. Ela gritou e uivou, e ouvi-la foi simplesmente constrangedor. (...) Não há nada que valha registro na Sra. Roksanova e na última cena, brilhantemente escrita pelo autor, ninguém teve pena dela, mas é porque já estavam entediados... Por que a Sra. Roksanova interpretou essa personagem?</i></span><i><span style="font-size: large;">"</span></i><br />
<br />
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: left; margin-right: 1em; text-align: left;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjJmyJ8Cs6RkltousqGk1SsgsDEFSIt_KDGb_YyFtK3cd8UWoShv7bMa5i47Oyp_V5xrb6WW8ljxEh5V-VJLeIV-dXDkP64fb_wRJ-Hd3iyXiZJ4S_4pum4m2xhXTSrMjyr75DuvdyXRS1Y/s1600/Olga+Knipper+%2528Arkadina%2529+e+Stanislavsky+%2528Trigorin%2529+%25281%2529.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="398" data-original-width="310" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjJmyJ8Cs6RkltousqGk1SsgsDEFSIt_KDGb_YyFtK3cd8UWoShv7bMa5i47Oyp_V5xrb6WW8ljxEh5V-VJLeIV-dXDkP64fb_wRJ-Hd3iyXiZJ4S_4pum4m2xhXTSrMjyr75DuvdyXRS1Y/s1600/Olga+Knipper+%2528Arkadina%2529+e+Stanislavsky+%2528Trigorin%2529+%25281%2529.jpg" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i><span style="font-size: small;">Olga Knipper (Arkadina) e Stanislavsky (Trigorin)</span></i></td></tr>
</tbody></table>
<span style="font-size: large;">A <i>Folha Moscovita</i> do <a href="http://teatr-lib.ru/Library/MAT_v_kritike/MAT_v_kritike_1898-1905/#_Toc202263213" target="_blank">dia 20</a> fez uma crítica séria sem qualquer vontade de agradar ou de agredir. Sobre as performances, já se diz de cara que seguindo a orientação dos diretores (de total realismo e naturalismo) "a individualidade deles desapareceu sem deixar rastro", o que significa a ausência de qualquer tipo de interpretação lírica ou gongórica de um texto tão moderno. E fala sobre cada um deles: "O Sr. Stanislavsky, no papel brilhantemente composto do escritor Trigorin, criou o tipo de homem que perdeu completamente a vontade, é fraco, confuso, com um sorriso patético, indefeso, movimentos incertos, com um olhar perdido de semi-êxtase". Como se vê, uma caracterização inteiramente errada. O articulista elabora: "A idéia geralmente aceita de uma pessoa de talento, inteligência, observação, grande fama, vai completamente contra as características que Stanislavsky enfatizou, e, portanto, a impressão deixada por sua interpretação foi de muita estranheza e causou apenas perplexidade".</span><br />
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiK-pQN18ZO9V9lB00Vyux9oeLTyB-LzoW7-uw2NWQ5Qv5JbyfKhyphenhyphenioJjNGyXKDeClCYXkRhVY8w7kPLSkZvq7tegQ6qKXs6SwrgZBMkmAMlwxxPb2G9lMLeKDPui23xTD9FhDZ3bYC31Mj/s1600/Lilina.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="348" data-original-width="485" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiK-pQN18ZO9V9lB00Vyux9oeLTyB-LzoW7-uw2NWQ5Qv5JbyfKhyphenhyphenioJjNGyXKDeClCYXkRhVY8w7kPLSkZvq7tegQ6qKXs6SwrgZBMkmAMlwxxPb2G9lMLeKDPui23xTD9FhDZ3bYC31Mj/s1600/Lilina.jpg" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i><span style="font-size: small;">Stanislavsky (Trigorin), Maria Lilina (Masha) e Maria Roksanova (Nina)</span></i></td></tr>
</tbody></table>
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiCkJQL37VIEuBR8VCN8ED6fhf_LwJ2AEN7D4L3Hr9gKBrcC616qZ_f1xq9OW0KtKu67bZcy3vO0ZcxtcyCCV-wITmK1cbeOU1-YGHysGfhqBczm6aG09LQcCJJkHvEdszNkAPy7CjiE09r/s1600/Yanca1.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="336" data-original-width="486" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiCkJQL37VIEuBR8VCN8ED6fhf_LwJ2AEN7D4L3Hr9gKBrcC616qZ_f1xq9OW0KtKu67bZcy3vO0ZcxtcyCCV-wITmK1cbeOU1-YGHysGfhqBczm6aG09LQcCJJkHvEdszNkAPy7CjiE09r/s1600/Yanca1.jpg" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i><span style="font-size: small;">Ioasaf Tikhomirov (Medvedenko), Vasiliy Luzhsky (Sorin), Meyerhold (Kostia), Olga Knipper (Arkadina), Stanislavsky (Trigorin), Maria Lilina (Masha), Yevgeniya Raevskaya (Polina),<br />Alexandr Artiom (Shamrayev) e Aleksandr Vishnevsky (Dorn)</span></i></td></tr>
</tbody></table>
<br />
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: right; margin-left: 1em; text-align: right;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhsOTh3ZDpI61JotLWUNP569a7KIj7xikQl-cFjnPqFNp1yhyphenhyphen0HJAOOKftrvzabPTidVSC3sTO4mV0gzgkOoZZCXYOCRSahc0TGH-8MFTxG3yidkoTKkjaKnp90kIK1m5m5LO92skAcHsyD/s1600/polina+dorn.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="398" data-original-width="310" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhsOTh3ZDpI61JotLWUNP569a7KIj7xikQl-cFjnPqFNp1yhyphenhyphen0HJAOOKftrvzabPTidVSC3sTO4mV0gzgkOoZZCXYOCRSahc0TGH-8MFTxG3yidkoTKkjaKnp90kIK1m5m5LO92skAcHsyD/s1600/polina+dorn.jpg" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: small;"><i>Yevgeniya</i></span><i><span style="font-size: small;"> Raevskaya (Polina) e Aleksandr<br />Vishnevsky (Dorn)</span></i></td></tr>
</tbody></table>
<span style="font-size: large;">O comentário sobre o Sorin de Vasiliy Luzhsky é controverso; o crítico elogia a performance mas destaca que o ator se preocupou demais com os achaques reais do homem que acabou de ter um derrame. É o momento, possivelmente, em que o realismo tromba com a arte. Segundo o crítico, "talvez de um ponto de vista médico essa imagem seja verdadeira e aconteça da maneira que o Sr. Luzhsky demonstrou, mas não é esteticamente agradável ou artístico; essa é a área da medicina, e não da arte". Sobre o elenco feminino:</span><br />
<br />
<span style="font-size: large;"><i>A Sra. Roksanova, que interpretou o papel de Nina Mikhailovna Zarechnaya, foi mais fraca que as outras. A atriz andou, por assim dizer, no mesmo tom do Sr. Stanislavsky e retratou uma psicopata enlouquecida; afetou a peça com as mesmas deficiências de Stanislavsky, e como seus personagens estão muito interligados na trama, ambos produziram um efeito em geral indesejável na peça. Bem melhor foi a atriz da personagem Masha Shamrayeva, a Sra. Lilina; a atriz tem muita simplicidade, agarrou bem a idéia do papel e o segurou num tom vital e correto. A Srta. Knipper também esteve muito bem interpretando a atriz Irina Nikolayevna Arkadina; ela teve momentos dramáticos mais fracos, mas quando o papel vai a um tom mais animado, como nos primeiros atos, a Srta. Knipper lidou com ele perfeitamente.</i></span><br />
<br />
<span style="font-size: large;">Lamento por Maria Roksanova. Deve ter sido um prazer amargo e frustrante, para ela, fazer parte dessa montagem. E também não devia ser segredo que Tchekhov tinha um carinho muito especial pela linda e talentosa Vera Komissarzhevskaya, a Nina pioneira de Petersburgo. Sobre ela, o autor teria <a href="https://russiainphoto.ru/exhibitions/645/#10" target="_blank">dito</a>, tempos depois: "Até hoje vejo Komissarzhevskaya em Nina e nunca vou esquecê-la nesse papel... ninguém foi tão verdadeira e me entendeu tão profundamente quanto Vera Fedorovna... uma atriz maravilhosa...".</span><br />
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhSuicuQHFbcPmj3cdpnS6ClMXd790NrkA7hoAtpOJce48DqkLUfW26sSt-ADHdIwu3jQNyfaiE8LB7_9JEXIUp3yvbrfwW4vGXpWHnPnb5IRmUI2pVdEAeCaQWDbTml0S8I7gUMn3gUoGb/s1600/%25D0%2592%25D0%25B5%25D1%2580%25D0%25B0+%25D0%259A%25D0%25BE%25D0%25BC%25D0%25B8%25D1%2581%25D1%2581%25D0%25B0%25D1%2580%25D0%25B6%25D0%25B5%25D0%25B2%25D1%2581%25D0%25BA%25D0%25B0%25D1%258F.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="814" data-original-width="564" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhSuicuQHFbcPmj3cdpnS6ClMXd790NrkA7hoAtpOJce48DqkLUfW26sSt-ADHdIwu3jQNyfaiE8LB7_9JEXIUp3yvbrfwW4vGXpWHnPnb5IRmUI2pVdEAeCaQWDbTml0S8I7gUMn3gUoGb/s640/%25D0%2592%25D0%25B5%25D1%2580%25D0%25B0+%25D0%259A%25D0%25BE%25D0%25BC%25D0%25B8%25D1%2581%25D1%2581%25D0%25B0%25D1%2580%25D0%25B6%25D0%25B5%25D0%25B2%25D1%2581%25D0%25BA%25D0%25B0%25D1%258F.jpg" width="443" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: small;"><i>Sobre ela, disse Tchekhov: "Ninguém foi tão verdadeira e me entendeu tão profundamente<br />quanto Vera Fedorovna... uma atriz maravilhosa..."</i></span></td></tr>
</tbody></table>
<br />
<span style="font-size: large;">Vera Fedorovna </span><span style="font-size: large;">Komissarzhevskaya viveu Nina em mais duas ocasiões, com sua própria companhia, em 1901 e 1905. Ela teve uma carreira de sucesso, se tornou uma das maiores atrizes russas e morreu de varíola em 1910, com apenas quarenta e seis anos. É nome de teatro em Petersburgo até hoje.</span><br />
<br />
<div style="text-align: center;">
<span style="font-size: large;">**********</span></div>
<br />
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: left; margin-right: 1em; text-align: left;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhJyQSZvaph796E4UArt2RrOHWIpTSTRNGmNtbU6TwvgKfY1l3leLSxofc94v1hEJH_mvmQadhau6z4QE-Py9HDAwwugcubdN2MmXnl-1BNyzx6K5Dnyy1hJivzeufOuvSzmpAsBPhxey8Z/s1600/Tchekhov.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="640" data-original-width="413" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhJyQSZvaph796E4UArt2RrOHWIpTSTRNGmNtbU6TwvgKfY1l3leLSxofc94v1hEJH_mvmQadhau6z4QE-Py9HDAwwugcubdN2MmXnl-1BNyzx6K5Dnyy1hJivzeufOuvSzmpAsBPhxey8Z/s400/Tchekhov.jpg" width="257" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i><span style="font-size: small;">Tchekhov em foto autografada. O que está<br />escrito no autógrafo, só Deus sabe</span></i></td></tr>
</tbody></table>
<span style="font-size: large;">A peça teve dezenove apresentações nessa temporada e foi remontada várias vezes nos anos seguintes, inclusive em temporadas do MXAT em Yalta, em 1900, na qual Roksanova foi substituída pela belíssima Maria Andreyeva, e em 1905, em Moscou, onde Maria Lilina assumiu o papel de Nina.</span><br />
<br />
<span style="font-size: large;">Para se ter uma idéia, já no fim de 1898 a peça foi traduzida para o tcheco e montada em Praga. Enquanto Tchekhov foi vivo a peça recebeu traduções para o servo-croata, o búlgaro e o alemão. Ele só foi assistir a peça em maio de 1899, em apresentação fechada no Teatro Nikitsky, de Moscou, e teve a mesma reação de todos; criticou Stanislavsky e Roksanova, sugeriu mudanças, e etc., mas no cômputo geral, a partir da montagem do MXAT <i>A Gaivota</i> só deu alegrias a Tchekhov.</span><br />
<br />
<span style="font-size: large;">Abaixo veremos uma modesta anális</span><span style="font-size: large;">e sobre quatro versões de <i>A Gaivota</i>: o filme de Sidney Lumet, em 1968; a versão televisiva de 1974 dirigida por Sergei Desnitsky, baseada na montagem do MXAT, também de 1968, dirigida por Boris Livanov; a versão televisiva de 1975 dirigida por John J. Desmond, baseada na montagem do Williamstown Theatre Festival de 197</span><span style="font-size: large;">4, com direção de </span><span style="font-size: large;">Nikos Psacharopoulos; e o filme de 2018, dirigido por Michael Mayer.</span><br />
<br />
<div style="text-align: center;">
<span style="font-size: large;">**********</span></div>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgEWchNmKR9ZLnWvzET3xaPMKGQ1_W9SLLze1RnV1mlYCVwpA-CFsjPJ4KpSMUBy9raeJPTATWlPLC8VrbG63Lc72dN-iguv0JQLBqxmKbXlXJutxktayrf6QvGoLe8EcvUi5Im7o5Mey21/s1600/The+Seagull+1968+-+Lumet.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" data-original-height="1221" data-original-width="800" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgEWchNmKR9ZLnWvzET3xaPMKGQ1_W9SLLze1RnV1mlYCVwpA-CFsjPJ4KpSMUBy9raeJPTATWlPLC8VrbG63Lc72dN-iguv0JQLBqxmKbXlXJutxktayrf6QvGoLe8EcvUi5Im7o5Mey21/s400/The+Seagull+1968+-+Lumet.jpg" width="261" /></a></div>
<div style="text-align: center;">
<span style="color: red; font-size: large;"><b><u>THE SEA GULL (1968)</u></b></span></div>
<br />
<span style="font-size: large;">É uma pena que no documentário <i>By Lumet</i> (2017), de Nancy Buirski, Sidney Lumet não diga nada sobre a produção de <i>The Sea Gull</i>, ou as razões que o levaram a escolher essa peça de Tchekhov. Ficamos com as conjecturas: sabemos que o diretor gostava de teatro, fez teatro em sua juventude e a essa altura de sua carreira já contava com adaptações cinematográficas de peças do quilate de <i>Iceman Cometh</i> e <i>Long Day's Journey into Night</i>, de O'Neill, e <i>A View from the Bridge</i>, de Arthur Miller. É também mais ou menos notório que o diretor não conseguia um sucesso maciço desde <i>The Hill</i>, em 1965. A partir de então vieram três filmes </span><span style="font-size: large;">—</span><span style="font-size: large;"> <i>The Group, The Deadly Affair, Bye Bye Braverman</i> </span><span style="font-size: large;">—</span><span style="font-size: large;"> que não foram ruins, mas não apeteceram ao público como se esperaria, em se tratando de um produto vindo de Lumet. É o momento em que ele junta um prestigioso grupo de atores (ingleses em sua maioria), sendo que já havia trabalhado anteriormente com 90% deles, e monta <i>The Sea Gull</i>: Simone Signoret (Arkadina), Vanessa Redgrave (Nina), David Warner (Kostia), James Mason (Trigorin), Denholm Elliot (Dorn), Kathleen Widdoes (Masha), Harry Andrews (Sorin) e Eileen Herlie (Polina). A tradução ficou a cargo da folclórica Moura Budberg, que fora casada com Gorki, tivera um caso com H.G. Wells e sobre quem pesava a suspeita de ter sido agente dupla da URSS e da Inglaterra. Melhor teria sido que Lumet fizesse um filme sobre a vida dessa colorida personagem.</span><br />
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: left; margin-right: 1em; text-align: left;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi6qa1PwzV1bAzRdjOIFLdZgnbJlw_vbqnkUgGHK0Zl2RzNFXhCBm6C_c-CW2FjgjtOKXk8RNQJq9BNiSDukvi5aSJKibX8rmCSNjF-ENOv1zJr1_RkCogD2WUPgBIOxLueVYJb4VTMh66S/s1600/Simone+Signoret+seagull.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1550" data-original-width="1169" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi6qa1PwzV1bAzRdjOIFLdZgnbJlw_vbqnkUgGHK0Zl2RzNFXhCBm6C_c-CW2FjgjtOKXk8RNQJq9BNiSDukvi5aSJKibX8rmCSNjF-ENOv1zJr1_RkCogD2WUPgBIOxLueVYJb4VTMh66S/s400/Simone+Signoret+seagull.jpg" width="301" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i><span style="font-size: small;">Simone Signoret no papel de Arkadina, em<br />foto promocional de "The Sea Gull"</span></i></td></tr>
</tbody></table>
<span style="font-size: large;">O diretor conseguiu juntar um grande elenco. Só que não era o elenco certo. Todos,
unanimemente, são ótimos atores. Mas foram mal-escolhidos ou são mal-dirigidos.
Comecemos por Simone Signoret. Ela estava com 47 anos, portanto na idade certa
para interpretar Arkadina. O diretor, contudo, não poderia ter sido mais
infeliz na escolha. Primeiro porque o inglês de Signoret era tenebroso e mal se
compreende o que ela diz na maior parte do filme. Foi um erro infantil chamar
uma famosa atriz francesa para interpretar uma atriz russa em inglês. Segundo
que o cigarro acabou com sua voz e ela já não possuía mais um espectro vocal
amplo o suficiente para as explosões ocasionais de Arkadina. Ela desperdiça uma
cena atrás da outra. Terceiro que a mãe de Konstantin é uma personagem cheia de
pequenas características e nuances de personalidade; ela é vaidosíssima, está
apavorada com a perspectiva de envelhecer, é egoísta, invejosa, mesquinha,
péssima mãe, avarenta e mentirosa. Ao mesmo tempo é carismática, charmosa e sedutora, o que
às vezes torna seu personagem menos detestável. Com exceção das duas últimas
características, Signoret não transmitiu nada. Sua performance é morna, sem
graça, monocórdia e sem qualquer emoção. Ela continuava uma mulher muito
atraente, mas até isso passa em brancas nuvens, por conta do segundo erro de
Lumet: a escolha de James Mason para o papel de Trigorin.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiVaRCbZZGnMBT9xQg5g8aISJIFbZkKWTnRxbVChtThZODj-smahCuwVppeLd5mP_u8dBvAYlnXdlXU02PwvLt45NGO9otJcIHPwPtGXAnyTShYZmIOEEEg-6TyKBvVdcmBozG9-ObE5rqW/s1600/sea+gull+sidney+lumet.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1500" data-original-width="1000" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiVaRCbZZGnMBT9xQg5g8aISJIFbZkKWTnRxbVChtThZODj-smahCuwVppeLd5mP_u8dBvAYlnXdlXU02PwvLt45NGO9otJcIHPwPtGXAnyTShYZmIOEEEg-6TyKBvVdcmBozG9-ObE5rqW/s640/sea+gull+sidney+lumet.jpg" width="426" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i><span style="font-size: small;">Da esq.: Simone Signoret, Alred Lynch, Kathleen Widdoes, James Mason, Eileen Herlie, Ronald Radd, Denholm Elliott, Harry Andrews, Vanessa Redgrave e David Warner</span></i></td></tr>
</tbody></table>
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: right; margin-left: 1em; text-align: right;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhWaazPO8jn_DcJoPlLvfnkkO_6DZD3Poabom39boEhD1494XJanEWAKTWPEl6uM2aPLOQjqdsdNSW1mM3OAJRgAQ7DxNWDFsawi6ZuzhKhzUejtvoIZDPO6te1lx2ODoiUUdlAcOJkqUtr/s1600/james+Mason+The+Sea+Gull.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1555" data-original-width="1163" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhWaazPO8jn_DcJoPlLvfnkkO_6DZD3Poabom39boEhD1494XJanEWAKTWPEl6uM2aPLOQjqdsdNSW1mM3OAJRgAQ7DxNWDFsawi6ZuzhKhzUejtvoIZDPO6te1lx2ODoiUUdlAcOJkqUtr/s320/james+Mason+The+Sea+Gull.jpg" width="238" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i><span style="font-size: small;">James Mason no papel de Trigorin, em<br />foto promocional de "The Sea Gull"</span></i></td></tr>
</tbody></table>
<span style="font-size: large;">Kostia o
descreve como alguém que “nem chegou aos quarenta” (Сорок лет будет ему еще не
скоро) e Mason estava com quase sessenta anos. Sim, ele estava muito bem
conservado e não parecia ter tudo isso, mas tinha uma aparência suficientemente
madura para que seu caso com Arkadina não fosse considerado aquilo que de fato
era: o namoro de uma mulher de quase cinqüenta anos com um homem dez ou quinze
anos mais novo. Não que se tratasse de algo escandaloso; pelo contrário, ambos
eram artistas, tinham o teatro e a literatura em comum, o relacionamento era
relativamente aberto e não havia nada errado com a diferença de idade. Mas para
quem via de fora, era o típico caso da mulher que procura sua juventude perdida
no relacionamento com um homem mais jovem e bonito. E não é isso que sentimos
entre Mason e Signoret — que são basicamente aquele casal de meia idade que
transa uma vez por ano e procura sua diversão fora do relacionamento — como
também não é o que sentimos entre Mason e Vanessa Redgrave, que interpreta
Nina.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg9jPjSKjVHEmTmL1xv9s4OlxyKE-5VVPbEi1HaD7xuJpBAiiXE62YBA4iUilBmZLkn1kmEPiWpH1p7-V2dk7yZ7IpicTvZJMgThRP_N9ifDkIvGn2Oy4_jLcqCkgp9m9vArp_0p89KR8NM/s1600/Vaaessa+Redgrave+The+Sea+Gull+Lumet+1968+%25281%2529.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="488" data-original-width="563" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg9jPjSKjVHEmTmL1xv9s4OlxyKE-5VVPbEi1HaD7xuJpBAiiXE62YBA4iUilBmZLkn1kmEPiWpH1p7-V2dk7yZ7IpicTvZJMgThRP_N9ifDkIvGn2Oy4_jLcqCkgp9m9vArp_0p89KR8NM/s1600/Vaaessa+Redgrave+The+Sea+Gull+Lumet+1968+%25281%2529.jpg" /></a></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjufgu9wTWbeBefTiA9I7bYwnYZ4RltnHgoPxfqU-_ypsI1gQd0W1q97LHyEM_y3HVbsM8QpQcJLyQgv4Ndg4LzNCYEt2Sj-CTm3bR8Z-OFmHDxxciJ8gKSD_2Ppn2BRPywrs915pQ0IEO-/s1600/Vaaessa+Redgrave+The+Sea+Gull+Lumet+1968+%25282%2529.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="489" data-original-width="564" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjufgu9wTWbeBefTiA9I7bYwnYZ4RltnHgoPxfqU-_ypsI1gQd0W1q97LHyEM_y3HVbsM8QpQcJLyQgv4Ndg4LzNCYEt2Sj-CTm3bR8Z-OFmHDxxciJ8gKSD_2Ppn2BRPywrs915pQ0IEO-/s1600/Vaaessa+Redgrave+The+Sea+Gull+Lumet+1968+%25282%2529.jpg" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i><span style="font-size: small;">Fotos promocionais de "The Sea Gull"; acima Vanessa Redgrave e James Mason<br />e abaixo, Sidney Lumet dirige Vanessa Redgrave</span></i></td></tr>
</tbody></table>
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: left; margin-right: 1em; text-align: left;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhs7ZXx1q3J2_u8rke_SHkjOE4NgBsxs2SG_dvmPlfGcQ6p8yQrhPRIpC_YNEgZejgHNEjaLZUthg7x1BcdgCDuco1FWO_hRxZTz7tA-TTPc9PFDjuhaFPt9PJdAWyiZfxHYnZLB_wlZQNa/s1600/Vanessa+Redgrave+The+Sea+Gull.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1555" data-original-width="1132" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhs7ZXx1q3J2_u8rke_SHkjOE4NgBsxs2SG_dvmPlfGcQ6p8yQrhPRIpC_YNEgZejgHNEjaLZUthg7x1BcdgCDuco1FWO_hRxZTz7tA-TTPc9PFDjuhaFPt9PJdAWyiZfxHYnZLB_wlZQNa/s400/Vanessa+Redgrave+The+Sea+Gull.jpg" width="290" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i><span style="font-size: small;">Vanessa Redgrave no papel de Nina, em<br />foto promocional de "The Sea Gull"</span></i></td></tr>
</tbody></table>
<span style="font-size: large;">A dinâmica
entre Trigorin e Nina não tem qualquer mistério: ela é jovem, linda, energética
e cheia de sonhos, e ele é mais velho, e além do charme da maturidade ainda tem
o atrativo de ser um escritor consagrado. Mason era um excelente ator dramático,
mas jamais convenceu no romance; possuía zero <i>sex appeal</i> e ficou parecendo aquele tio velho que pira nas
novinhas, uma espécie de Humbert — que interpretara no <i style="mso-bidi-font-style: normal;">Lolita</i> de Kubrick, seis anos antes — mais velho e mais entediado; no
fim da cena do grande monólogo de Trigorin, quando Nina termina dizendo “<i style="mso-bidi-font-style: normal;">I should demand glory! Real dazzling,
blinding glory!</i>” (зато бы уж я потребовала славы... настоящей, шумной
славы.) e novamente pouco depois, quando ele é avisado que não irão embora,
Mason fulmina Vanessa com um olhar que deveria denotar paixão contida e satisfação
íntima pela futura realização de um desejo mútuo; ao contrário, o que fez foi
olhá-la como um touro velho olha para um frango, com uma lubricidade que
resvala para o psicótico e não tem absolutamente nada a ver com o escritor. Trigorin
é um sujeito rodado, sofisticado, experiente, sabe muito bem o fascínio que
provoca nas mulheres e jamais perderia o controle de uma situação como essa;
mostrá-lo resfolegando, abaladíssimo diante da lenga-lenga de Nina foi um
erro grotesco de direção.</span><br />
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhTzuECbQ0UguADkeK49AgBr6DEvgewY8BhYCCT8b1q3z1iSwZ3piKDooO1umFkcuEpPt9f5vW5XeglFcdcz3XaODXpPDNznaV2dupL_1UP8TPACzKwKODwCL2CaUxtCPAhQ6chuNHDyTvr/s1600/PETER+FINCH+%2526+PEGGY+ASHCROFT+1964+in+The+Seagull.jpeg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="799" data-original-width="594" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhTzuECbQ0UguADkeK49AgBr6DEvgewY8BhYCCT8b1q3z1iSwZ3piKDooO1umFkcuEpPt9f5vW5XeglFcdcz3XaODXpPDNznaV2dupL_1UP8TPACzKwKODwCL2CaUxtCPAhQ6chuNHDyTvr/s640/PETER+FINCH+%2526+PEGGY+ASHCROFT+1964+in+The+Seagull.jpeg" width="475" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i><span style="font-size: small;">Peggy Ashcroft (Arkadina) e Peter Finch (Trigorin) na montagem de Tony Richardson<br />no Queen's Theatre, em 1964</span></i></td></tr>
</tbody></table>
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<div style="text-align: right;">
</div>
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: right; margin-left: 1em; text-align: right;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjkJ8_eOLR0-By9sTk1daLpMGt0ovwfgZApjA2axst8A2cJVKws1q1656WEG9Xz5_2KVAki2VbY14Iha2rckxKRoVtwRVIA2Mc6neCyvlxButeetyZyTCzWrLoWHme4K76uCJYUzMMM07P2/s1600/Seagull+1964.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1017" data-original-width="735" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjkJ8_eOLR0-By9sTk1daLpMGt0ovwfgZApjA2axst8A2cJVKws1q1656WEG9Xz5_2KVAki2VbY14Iha2rckxKRoVtwRVIA2Mc6neCyvlxButeetyZyTCzWrLoWHme4K76uCJYUzMMM07P2/s320/Seagull+1964.jpg" width="230" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i style="font-size: 12.8px;"><span style="font-size: small;">Capa do programa de "The Seagull"<br />no Queen's Theatre, em 1964</span></i></td></tr>
</tbody></table>
<span style="font-size: large;">E o erro se amplifica quando verificamos que Vanessa foi uma Nina quase perfeita. Esse não foi, por sinal, o primeiro contato dela com o personagem; participara, em
1964, de uma montagem dirigida por Tony Richardson (seu marido de 1962 a 1967 e
pai de suas duas filhas, Natasha e Joely) no Queen’s Theatre de Londres.</span><br />
<br />
<span style="font-size: large;">Com
ela estavam George Devine (Dorn), Peggy Ashcroft (Arkadina), Peter McEnery (Konstantin)
e Peter Finch, esse sim, um Trigorin crível e perfeito em tudo e por tudo. A
posteridade só lamenta que a versão cinematográfica não tenha contado com Finch
reprisando o papel que fez no teatro. Quanto à Vanessa, a despeito de tudo, fez lindamente o papel
de Nina, no filme. Talvez tímida demais, quando a personagem na verdade me parece puxar
mais para o lado sociável e expansivo, mas também podemos vê-la sensível,
vulnerável e com um traço cortante de tristeza, pela desintegração de sua vida
familiar e pela ausência de um porto seguro. É um belo trabalho da atriz.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg40lTxDmCYhaWgMElgpCqExaeJnasMOYBirWseyN0TnaY3r7IwkqXzkovO4IlwSxdZg-AawwVOqC7QHjREFMXs4kCc2SLnB7T6gFpgyimP2we9cf1Wd9Y_-ciP4qVwOFdT8N1TeMAPk-cU/s1600/David+Warner+The+Seagull+%25282%2529.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="448" data-original-width="560" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg40lTxDmCYhaWgMElgpCqExaeJnasMOYBirWseyN0TnaY3r7IwkqXzkovO4IlwSxdZg-AawwVOqC7QHjREFMXs4kCc2SLnB7T6gFpgyimP2we9cf1Wd9Y_-ciP4qVwOFdT8N1TeMAPk-cU/s1600/David+Warner+The+Seagull+%25282%2529.jpg" /></a></div>
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: left; margin-right: 1em; text-align: left;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj_FckQ5uNzKkJDgCQca3EdfL07SDqda4Cc1NPX5kpNikdn4Yt1yg9XsqsFgOBFRiYQMNvfxydU129XnNAMRoC7QcQuMWNggBkonAfhE4NkrLgclVZwnnx-SqQtFGuMvdtvAbGoTr-uzsaV/s1600/David+warner+seagull.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1570" data-original-width="1180" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj_FckQ5uNzKkJDgCQca3EdfL07SDqda4Cc1NPX5kpNikdn4Yt1yg9XsqsFgOBFRiYQMNvfxydU129XnNAMRoC7QcQuMWNggBkonAfhE4NkrLgclVZwnnx-SqQtFGuMvdtvAbGoTr-uzsaV/s400/David+warner+seagull.jpg" width="300" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i><span style="font-size: small;">David Warner no papel de Kostia, em foto<br />promocional de "The Sea Gull"</span></i></td></tr>
</tbody></table>
<span style="font-size: large;">David Warner
é um Kostia chatíssimo e intoleravelmente depressivo. O rapaz que procura novas
formas de expressão teatral e se pergunta como serão as coisas daqui a
“duzentos mil anos” está mais para o bipolar, para o ciclotímico, do que para o
sujeito que está com cara de desgraça e expressão de prisão de ventre o dia inteiro. Sem falar que Kostia é
infantil, inseguro, carente, corre atrás de Nina e de Arkadina como um
cachorrinho, precisa da aprovação de ambas para tudo o que faz, e me parece
mais coerente mostrá-lo em seus altos e baixos do que num baixo permanente, que
é o erro no qual incidiu Warner. Também neste caso, prejudica a presença
claudicante de Signoret, pois algumas das melhores cenas da peça são entre mãe
e filho e não há Cristo que nos faça crer que aqueles dois são parentes. Muito
menos mãe e filho.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-size: large;">Denholm
Elliott (Dorn) e Eileen Herlie (Polina) estão razoáveis e esquecíveis na mesma medida; Harry Andrews erra
no tom dado ao personagem e faz um Sorin que pende entre o casca-grossa e o decrépito.
Não gostei. O Medvedenko de Alfred Lynch é bom, dentro das limitações do papel, e acaba se beneficiando do artifício usado por Lumet, de mostrar em close
silencioso a reação de alguns personagens; no 4º ato, por exemplo, há uma
cena em que Medvedenko e Dorn descem um lance de escada carregando Sorin sobre
sua cadeira de rodas. Depois desse grande esforço físico ele olha para Masha,
bem-humorado; ela ri, debochada, quando percebe que ele ainda não foi embora e
dispara o amargo “<i style="mso-bidi-font-style: normal;">I wish I’d never laid
eyes on you</i>”. A câmera então se fecha sobre ele, que se senta lentamente,
com uma expressão de profunda mágoa, e atinge seu objetivo de comover.
Medvedenko é um personagem patético mas é raro que se coloque o dedo na ferida
da crueldade de Masha. E por falar nela, a performance de Kathleen Widdoes
também envereda por caminho equivocado, assim como Warner e Andrews.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhBdfWFHjabe24Wrg62-nWXrK71NZXyOab60wtXdD7guT5FJUZh6l962LppCiEiWuX-acQZjtuFnD0AQOf5JnSB5DkCRhUYfd6kI_WmPGsYIgr7hORn1d-_69y0AIiShLbrp6JU3sXzikoC/s1600/Seagull.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="944" data-original-width="822" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhBdfWFHjabe24Wrg62-nWXrK71NZXyOab60wtXdD7guT5FJUZh6l962LppCiEiWuX-acQZjtuFnD0AQOf5JnSB5DkCRhUYfd6kI_WmPGsYIgr7hORn1d-_69y0AIiShLbrp6JU3sXzikoC/s640/Seagull.jpg" width="556" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i><span style="font-size: small;">Denholm Elliott (Dorn), Alfred Lynch (Medvedenko), Harry Andrews (Sorin)<br />e Vanessa Redgrave (Nina)</span></i></td></tr>
</tbody></table>
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: right; margin-left: 1em; text-align: right;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgwwts_PiowkAgGSJRZDWpiVxIQ4w7kJleQdPM990_nBJAk7AXFjxP3sr6_OzaAD86dv6KOpnNO6Z4mYm0yn1GI_LIQNl2yjO7iXzJrgsjwPQcdlElrTjIBwEUfsSSsMu_MKdbqsZWHBO7b/s1600/Kathleen+Widdoes.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="920" data-original-width="742" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgwwts_PiowkAgGSJRZDWpiVxIQ4w7kJleQdPM990_nBJAk7AXFjxP3sr6_OzaAD86dv6KOpnNO6Z4mYm0yn1GI_LIQNl2yjO7iXzJrgsjwPQcdlElrTjIBwEUfsSSsMu_MKdbqsZWHBO7b/s320/Kathleen+Widdoes.jpg" width="257" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i><span style="font-size: small;">Kathleen Widdoes</span></i></td></tr>
</tbody></table>
<span style="font-size: large;">Já começa
com o erro de Lumet, de mostrá-la no início do filme aos beijos e amassos com
Medvedenko, como se ele fosse meramente um <i style="mso-bidi-font-style: normal;">fuck
buddy</i> com quem ela não tem qualquer envolvimento que não seja físico.
Absurdo. A trama de <i style="mso-bidi-font-style: normal;">A Gaivota</i> é a
própria “quadrilha” de Drummond: Medvedenko amava Masha, que amava Kostia, que
amava Nina e Arkadina, que amavam Trigorin, que não amava ninguém. Sem falar em
Shamrayev, que ama Polina, que ama Dorn, que se sente velho. Com exceção do
médico e de Trigorin, todos amam e sofrem sem qualquer recompensa. Masha não
ama o pai, despreza a mãe por ser igual a ela, não é correspondida nem de longe
em seu amor por Kostia, tolera com profundo enfado o amor de Medvedenko e ainda
tem os dois pés no alcoolismo por ser tão infeliz. Kathleen Widdoes constrói
uma Masha estranhamente espevitada. Ela fala rápido, de maneira assertiva e
resoluta. É como se Widdoes tentasse passar a imagem daquele depressivo que
está em pleno estado de euforia; pode até fazer
sentido, mas não está em sintonia com as rubricas de Tchekhov porque joga o
alcoolismo para segundo plano. Na primeira cena do 2º ato, por exemplo, Widdoes
se levanta, diz que é hora do almoço e quando sai andando é como se tropeçasse.
Diz “<i style="mso-bidi-font-style: normal;">my leg has gone to sleep</i>” e vai
embora. No filme a cena cai no vazio porque no texto a rubrica é clara. Quando
começa a andar Tchekhov descreve: “Preguiçosamente, em ritmo lerdo” (Идет
ленивою, вялою походкой.), mostrando claramente que ela está quase se arrastando, o que dá a deixa para que ela disfarce a
embriaguez fingindo que sua perna dormiu.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: left; margin-right: 1em; text-align: left;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh0SyIZcLghozOQZHvllpMhnuXawvEJ08LxChvWg75wyGYZkcVVIMxAWz1gAuSaE-PN2IxZjC-uMVGlN9vRF4Z3n8hQScXWCsbXrIzEmPSkmSzcjAsxaFONulu4RFHEzvNJG60-iW3hLqVC/s1600/the+seagull.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="546" data-original-width="415" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh0SyIZcLghozOQZHvllpMhnuXawvEJ08LxChvWg75wyGYZkcVVIMxAWz1gAuSaE-PN2IxZjC-uMVGlN9vRF4Z3n8hQScXWCsbXrIzEmPSkmSzcjAsxaFONulu4RFHEzvNJG60-iW3hLqVC/s400/the+seagull.jpg" width="304" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i><span style="font-size: small;">Vanessa e a filha Natasha interpretam Arkadina<br />e Nina no Queen's Theatre, em 1985</span></i></td></tr>
</tbody></table>
<span style="font-size: large;">Outra
questão inexplicável é o porquê de Lumet ter cortado do diálogo entre Masha e
Trigorin o anúncio de que ela resolveu se casar com Medvedenko. É o próprio tema da conversa, já que ela afirma que deixará seu amor não-correspondido por Kostia para trás de uma vez por todas através do casamento. É momento
importante da conversa porque Masha não é tanto uma amiga do escritor, quanto
sua depoente, e as informações que lhe dá são todas parte do mosaico em que se constitui
essa complicada família e seus agregados, e que podem ou não ser usadas em
livro por Trigorin. A primeira fala de Masha nesse início de 3º ato é justamente
“<i style="mso-bidi-font-style: normal;">I’m telling you all this because you are
a writer. </i><i style="mso-bidi-font-style: normal;"><span lang="EN-GB" style="mso-ansi-language: EN-GB;">You may use it if you wish</span></i><span lang="EN-GB" style="mso-ansi-language: EN-GB;">” (</span>Все<span style="mso-ansi-language: EN-GB;"> </span>это<span style="mso-ansi-language: EN-GB;"> </span>я<span style="mso-ansi-language: EN-GB;"> </span>рассказываю<span style="mso-ansi-language: EN-GB;"> </span>вам<span lang="EN-GB" style="mso-ansi-language: EN-GB;">, </span>как<span style="mso-ansi-language: EN-GB;"> </span>писателю<span lang="EN-GB" style="mso-ansi-language: EN-GB;">. </span>Можете воспользоваться.). Ademais, corta-se
a incredulidade do escritor sobre esse casamento e a explicação de Masha, que é
retrato quiçá de quantos casamentos da época (e ainda hoje): “Meu professor não
é muito inteligente, mas é uma pessoa gentil, pobre e me ama muito. Sinto, por
ele.” (Мой учитель не очень-то умен, но добрый человек и бедняк, и меня сильно
любит. Его жалко.) </span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-size: large;">Inteiramente filmado na Suécia, foi lançado no fim de 68 nos Estados Unidos e ao longo do ano seguinte no resto do mundo. É dos filmes menos significativos de Sidney Lumet. Vanessa Redgrave voltou à <i>Gaivota</i> em 1985 no mesmo Queen’s Theatre, sob a direção de Charles Sturridge, desta vez no papel de Arkadina, tendo sua filha Natasha Richardson no papel de Nina e Jonathan Pryce como Trigorin.</span><br />
<br />
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: right; margin-left: 1em; text-align: right;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjgLLMk1T9kLWNb5Ja6Sc0AQTWjrXtPiMxd5o7DApDVOpjjd-pMFFydGFiWa6MGu9yK4sDlMsqS5qGPdIP_PpcecrRp6Vv5h3CTWKiW5p6EWkVY2n8GC3WiqcAvHZwYMe_Q2bW4wO1fWTMT/s1600/Chaika+1968.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="478" data-original-width="480" height="318" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjgLLMk1T9kLWNb5Ja6Sc0AQTWjrXtPiMxd5o7DApDVOpjjd-pMFFydGFiWa6MGu9yK4sDlMsqS5qGPdIP_PpcecrRp6Vv5h3CTWKiW5p6EWkVY2n8GC3WiqcAvHZwYMe_Q2bW4wO1fWTMT/s320/Chaika+1968.jpg" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i><span style="font-size: small;">Acredito ser o panfleto que acompanhava</span></i><br />
<i><span style="font-size: small;">a encenação da peça em 1968</span></i></td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: center;">
<span style="color: red; font-size: large;"><b><u>ЧАЙКА (1974)</u></b></span></div>
<br />
<span style="font-size: large;">Enquanto o filme de Lumet concluía sua pós-produção para ser lançado no fim de 1968, estreava no МХАТ им. М. Горького </span><span style="font-size: large;">— </span><span style="font-size: large;">o Teatro de Arte de Moscou batizado em homenagem a Maksim Gorki </span><span style="font-size: large;">—</span><span style="font-size: large;"> uma montagem de <i>A Gaivota</i> dirigida por Boris Livanov, trazendo grandes atores da então União Soviética, entre eles Angelina Stepanova (Arkadina), Oleg Strizhenov (Konstantin), Galiks Kolchitskiy (Sorin), Svetlana Korkoshko (Nina), Leonid Gubanov (Trigorin), </span><span style="font-size: large;">Vladlen Davydov (Dorn), </span><span style="font-size: large;">Yevgeniya Khanayeva (Polina) e Nikolai Alekseyev (Medvedenko), entre outros. Mas não era uma remontagem qualquer e sim a celebração dos setenta anos da inauguração do MXAT</span><span style="font-size: large;">. </span><span style="font-size: large;">Como geralmente acontecia nestes casos, a montagem de Livanov entrou em repertório e foi representada pela URSS durante alguns anos. Em 1971 houve uma transmissão do espetáculo pela rádio estatal. No ano seguinte Livanov morreu aos 68 anos, o que não impediu que o espetáculo fosse filmado para TV em 1974, com direção de </span><span style="font-size: large;">Sergei Desnitsky, seguindo à risca a direção original. Graças a essa gravação, lançada recentemente em DVD, podemos sentir pelo menos um pouco a experiência de estar no MXAT e assistir <i>A Gaivota</i> tal qual foi encenada por Boris Livanov em 1968.</span><br />
<br />
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: left; margin-right: 1em; text-align: left;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjWOiplYIfpoLIx_eUw-dxxlWyHwZLuCbZEFNO80KrSmuOExoD_C7vyp12lLe_gzJgWd6f0LhradedSfQ3QUppvMoX_OQg1KX_MbpZw-pZ-_5GXy3Rlle5Prqzm00sirqb47_Yc2QcW4qQn/s1600/Boris+Livanov.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="448" data-original-width="347" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjWOiplYIfpoLIx_eUw-dxxlWyHwZLuCbZEFNO80KrSmuOExoD_C7vyp12lLe_gzJgWd6f0LhradedSfQ3QUppvMoX_OQg1KX_MbpZw-pZ-_5GXy3Rlle5Prqzm00sirqb47_Yc2QcW4qQn/s320/Boris+Livanov.jpg" width="247" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i><span style="font-size: small;">Boris Livanov</span></i></td></tr>
</tbody></table>
<span style="font-size: large;">Talvez por isso </span><span style="font-size: large;">—</span><span style="font-size: large;"> por não ter feito qualquer esforço em adaptar a encenação à linguagem televisiva, por manter a teatralidade até os mínimos detalhes, nos gestos e pausas, na duração excessiva, os figurinos alegóricos, a maquiagem carregada, a estranhíssima </span><span style="font-size: large;">narração em <i>off</i> ap</span><span style="font-size: large;">resentando as trocas de ato, o vetustíssimo e embolorado <i>two-strip</i> technicolor, os erros palmares de continuidade que mostram </span><span style="font-size: large;">Oleg Strizhenov </span><span style="font-size: large;">mais e menos loiro na mesma cena, tudo isso coroado pelo silêncio sepulcral da ausência de público ou de acompanhamento musical </span><span style="font-size: large;">—</span><span style="font-size: large;"> esta versão russa é pra lá de indigesta. O elenco enfrentava uma questão complicada: Angelina Stepanova era uma atriz competente mas estava com 63 anos e não havia maquiagem ou peruca que a fizessem parecer mais jovem. Logo, provocava risos a idéia de que no 3º ato da peça o Trigorin de </span><span style="font-size: large;">Leonid Gubanov rejeitaria </span><span style="font-size: large;">Svetlana Korkoshko, na beleza sumarenta de seus 25 anos, por uma velhota toda emperiquitada como a Arkadina de Angelina. Dito isso, e mencionados os problemas de Чайка no atacado, manda a justiça que se diga: quem tiver a paciência de atravessar acordado as três horas desta versão corre o risco de encontrar mais qualidades do que defeitos, no varejo.</span><br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgjFixJ0DZKUmMf8DP8gKh3cPzJUapFSCnPQ7fhXxiXz8RWNfILrbuvtX7d2wgcI3pauouU1td2MiJlerjWRvCrFgpRVGzTf3EZppmyg79agWK068Yjn_np4l_WX_IZLKSIs_qherlFhjmE/s1600/%25D0%25A7%25D0%25B0%25D0%25B9%25D0%25BA%25D0%25B0%252C+Chayka%252C+The+Seagull%252C+A+Gaivota+%252818%2529.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="809" data-original-width="515" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgjFixJ0DZKUmMf8DP8gKh3cPzJUapFSCnPQ7fhXxiXz8RWNfILrbuvtX7d2wgcI3pauouU1td2MiJlerjWRvCrFgpRVGzTf3EZppmyg79agWK068Yjn_np4l_WX_IZLKSIs_qherlFhjmE/s1600/%25D0%25A7%25D0%25B0%25D0%25B9%25D0%25BA%25D0%25B0%252C+Chayka%252C+The+Seagull%252C+A+Gaivota+%252818%2529.jpg" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i style="font-size: 12.8px;"><span style="font-size: small;">Svetlana Korkoshko (Nina), Leonid Gubanov (Trigorin), Angelina Stepanova (Arkadina), Oleg Strizhenov (Konstantin), Nikolai Alekseyev (Medvedenko) e Galiks Kolchitskiy (Sorin)</span></i></td></tr>
</tbody></table>
<br />
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: right; margin-left: 1em; text-align: right;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEijePZSym2y90RLHtVYuN88eMLa5krFZPj_YWEkUsfIvGE5U_c-BvHSQq7X7DEM26wDN3w357euL8Wlw-DicbLtrrrEmf0BbXBDqgPUI1fQppaT2IILynJ3CvqQFtriXytgTwWAMGjmBQSp/s1600/%25D0%25A7%25D0%25B0%25D0%25B9%25D0%25BA%25D0%25B0%252C+Chayka%252C+The+Seagull%252C+A+Gaivota+%252820%2529.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="480" data-original-width="379" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEijePZSym2y90RLHtVYuN88eMLa5krFZPj_YWEkUsfIvGE5U_c-BvHSQq7X7DEM26wDN3w357euL8Wlw-DicbLtrrrEmf0BbXBDqgPUI1fQppaT2IILynJ3CvqQFtriXytgTwWAMGjmBQSp/s320/%25D0%25A7%25D0%25B0%25D0%25B9%25D0%25BA%25D0%25B0%252C+Chayka%252C+The+Seagull%252C+A+Gaivota+%252820%2529.jpg" width="252" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i><span style="font-size: small;">Lev Ivanov (Dorn) e </span></i><i style="font-size: 12.8px;"><span style="font-size: small;">Yevgeniya<br />Khanayeva</span></i><i style="font-size: 12.8px;"><span style="font-size: small;"> (</span></i><i style="font-size: 12.8px;"><span style="font-size: small;">Polina</span></i><i style="font-size: 12.8px;"><span style="font-size: small;">)</span></i></td></tr>
</tbody></table>
<span style="font-size: large;">Podemos citar dois aspectos positivos, e por incrível que pareça, insuperáveis, desta versão. O primeiro é a relação entre Dorn e Polina. O solteiro convicto e a esposa infeliz (e louca para entregar-se ao adultério) recebem sempre o mesmo tratamento: Polina o segue como uma cachorrinha, implora, suplica, choraminga e ele responde sempre com entediada indiferença, o que, aparentemente, só faz aumentar o desejo dela. Além disso ela tem ciúme de Arkadina; ambas regulam de idade mas os homens cobrem a atriz de elogios e gentilezas, enquanto Polina não é sequer notada. E por fim, não se descarta a idéia de que entre Arkadina e Dorn tenha havido mais do que amizade, num passado remoto. A montagem de Livanov inovou na entrada dos dois; no texto de Tchekhov ela está ralhando com ele, repreendendo-o por estar sem as galochas, pelo interesse que demonstrou por Arkadina no dia anterior, e etc. Ele, por sua vez, responde, distraído, ao mesmo tempo em que cantarola versos de Nikolay Nekrasov (1821/1877) — "Não diga que a juventude está acabada" (Не говори, что молодость сгубила) — e Vasily Krasov (1810/1854) — "Eu novamente fico fascinado com você" (Я вновь пред тобою стою очарован).</span><br />
<br />
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: left; margin-right: 1em; text-align: left;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEibFEoSPPjiNuvHE3OGNTw6D81b9_YRq7kBvsvIuvycVkOdBH0Cczw6Hl2n1cYObIEua0I0OXxuyXPnFuIup6RpIz73o9xLFsRXVxfB2VgZZL5jkJIJgoCGvaSVBOsY7tDO8xlarpzELbCa/s1600/%25D0%25A7%25D0%25B0%25D0%25B9%25D0%25BA%25D0%25B0%252C+Chayka%252C+The+Seagull%252C+A+Gaivota+%252859%2529.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="480" data-original-width="409" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEibFEoSPPjiNuvHE3OGNTw6D81b9_YRq7kBvsvIuvycVkOdBH0Cczw6Hl2n1cYObIEua0I0OXxuyXPnFuIup6RpIz73o9xLFsRXVxfB2VgZZL5jkJIJgoCGvaSVBOsY7tDO8xlarpzELbCa/s320/%25D0%25A7%25D0%25B0%25D0%25B9%25D0%25BA%25D0%25B0%252C+Chayka%252C+The+Seagull%252C+A+Gaivota+%252859%2529.jpg" width="272" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i><span style="font-size: small;">Yevgeniya Khanayeva (Polina)</span></i></td></tr>
</tbody></table>
<span style="font-size: large;">Na peça e no filme (</span><span style="font-size: large;">Vladlen Davydov foi substituído por Lev Ivanov), os dois entram de braços dados, como aves canoras, entoando uma ária alegre e espirituosa (que infelizmente não pude identificar) e se olhando cheios de paixão. Nem amantes eles parecem, e sim, namorados, mesmo. Quando param e começam o diálogo, efetivamente, Polina é determinada e assertiva. É irônica e divertida. Mantém Dorn na ponta dos pés para responder suas cobranças. Ele é carinhoso e atencioso com ela. O contrário do que vemos em todas as outras versões. </span><span style="font-size: large;">Os dois conversam intimamente e ao sentir que o clima está esquentan</span><span style="font-size: large;">do demais eles voltam a cantar. Uma solução estupenda. Assistem a apresentação de Nina lado a lado, ela se agarra a ele, e bebem champagne juntos quando a apresentação é interrompida. </span><span style="font-size: large;">É como se nesta <i>Gaivota</i> fossem suprimidos os choramingos de Polina, pelo menos nos dois primeiros atos. </span><span style="font-size: large;">Se não são feitos por dois atores carismáticos e que saibam dosar os queixumes e essa enrolação do casal, Polina e Dorn se tornam chatos e acabam ignorados. </span><span style="font-size: large;">Yevgeniya Khanayeva, com sua voz jovem, ligeira, e a expressão </span><span style="font-size: large;">de intenso desejo em um momento, e de triste resignação no outro, é excelente. Lev Ivanov também tem ótima performance.</span><br />
<br />
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: right; margin-left: 1em; text-align: right;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjpfnohYD38cP91Q2oZGExHmGOHWriHJoaZED8TZ3YnR7fCV4ep0zbjx2Txd45AR5yBRYv-4M42KV0NzEmnWhLOo_OGqCZmAGtWtwyJaPpzYVEhYnn8z-Fl4f5bXLPrfuZM3dJhOpcNNBTF/s1600/Irina+Miroshnichenko.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="600" data-original-width="414" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjpfnohYD38cP91Q2oZGExHmGOHWriHJoaZED8TZ3YnR7fCV4ep0zbjx2Txd45AR5yBRYv-4M42KV0NzEmnWhLOo_OGqCZmAGtWtwyJaPpzYVEhYnn8z-Fl4f5bXLPrfuZM3dJhOpcNNBTF/s400/Irina+Miroshnichenko.jpg" width="275" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i><span style="font-size: small;">A Masha de Irina Miroshnichenko,<br />MXAT, 1968 (<a href="https://miroshnichenko.livejournal.com/94182.html" target="_blank">Fonte</a>)</span></i></td></tr>
</tbody></table>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-size: large;">E o segundo </span><span style="font-size: large;">ponto positivo</span><span style="font-size: large;">, certamente insuperável, e cereja
do bolo nesta montagem, é a Masha de Irina Miroshnichenko. Ela se formou pelo
MXAT em 1965, no ano s</span><span style="font-size: large;">eguinte fez uma ponta no épico <i>Andrey Rublev</i>, de Tarkovski, e vinha trabalhando regularmente em teatro e cinema. Segundo <a href="https://miroshnichenko.livejournal.com/50387.html" target="_blank">ela</a>, “um de meus primeiros papéis foi
Masha em <i>A Gaivota</i>. Na opinião da
impren</span><span style="font-size: large;">sa, da gente de teatro e, conseqüentemente, na minha própria opinião,
esse papel se tornou um dos melhores da minha vida, apesar de eu estar apenas
começando”. Não resta dúvida. Ela também conta que Boris Livanov queria que Masha, na
aparência, lembrasse uma “sufragista”:</span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-size: large;"><i>Fui até a biblioteca para ler: que tipo de movimento
era esse, no início do século passado, e como se vestiam as mulheres
sufragistas. A parir daí comecei a criar uma imagem. Imediatamente veio um “canotier”
</i>[chapéu de palha]<i> que foi desenhado pela maravilhosa figurinista </i>[Vera
Ippolitovna]<i> Aralova. Em seguida foi adicionado um “pince-nez” </i>[óculos sem hastes que Masha leva pendurado à cintura]<i>. Considerando
que na época eu tinha uma silhueta curvilínea e uma cintura pequena, nasceu a
idéia de um largo cinto de couro, o que, a princípio, as mulheres no tempo de
Tchekhov não usavam muito. Era um pouco masculino, exageradamente largo. E com
tudo isso Masha ficou com um ar presunçoso, tentando parecer aquela garota
incrivelmente interessante que Treplev deveria ter amado.</i></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhBjMkT625h5JmsMI4ZJxRX8quoETS2LBbWexbwtgEhCIHJQ5MEsGHdQ70LVVEiuqIP_Q2NcXViulqJzhy0hyphenhyphenx_vUoFygL0WR-HvAnRLa0y1l77C0uStivM5W-wjzWmjw_VM-GqItqBEjJL/s1600/irina1.png" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="255" data-original-width="543" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhBjMkT625h5JmsMI4ZJxRX8quoETS2LBbWexbwtgEhCIHJQ5MEsGHdQ70LVVEiuqIP_Q2NcXViulqJzhy0hyphenhyphenx_vUoFygL0WR-HvAnRLa0y1l77C0uStivM5W-wjzWmjw_VM-GqItqBEjJL/s1600/irina1.png" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: left; margin-right: 1em; text-align: left;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhmNMnASDlNblue0uoRvlDklCgmhTb_KBM-JqFgdokOdcLdY9-dXuOmquh0hAj1GDPbCEZinLQBA1lbVUiot7-qnJIksZG6Lvo-ayIsDzDPoz0V5M1txeeUjiP9HHXJKlmznU0vInshY_hX/s1600/irina.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="398" data-original-width="315" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhmNMnASDlNblue0uoRvlDklCgmhTb_KBM-JqFgdokOdcLdY9-dXuOmquh0hAj1GDPbCEZinLQBA1lbVUiot7-qnJIksZG6Lvo-ayIsDzDPoz0V5M1txeeUjiP9HHXJKlmznU0vInshY_hX/s400/irina.jpg" width="316" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i><span style="font-size: small;">Aqui e acima: Irina interpreta Masha em Чайка</span></i><i style="font-size: 12.8px;"><span style="font-size: small;">,<br />MXAT, 1968</span></i></td></tr>
</tbody></table>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-size: large;">As sufragistas </span><span style="font-size: large;">— representantes do movimento feminino que reivindicava direitos iguais para as mulheres, especialmente o direito a voto </span><span style="font-size: large;">— podem </span><span style="font-size: large;">ter desaparecido no primeiro quadrante do século XX, mas a intenção de sua Masha é transmitida de forma <a href="https://miroshnichenko.livejournal.com/94182.html" target="_blank">atemporal</a>: "Ela sempre foi moderna! No fluxo, na plasticidade, na maneira de falar. Falava com uma entonação de hoje. Eu especificamente procurei isso! Preservar o texto, tradição, estilo, cenário, visão diretorial, mas introduzindo a mim mesma, minha própria interpretação de sua imagem".</span><br />
<br />
<span style="font-size: large;">Miroshnichenko fez muito mais do que isso. Sua performance é perfeita e sua Masha é de longe a melhor de que temos registro. É trabalho meticuloso, em que ela explora com dedicação e paciência todas as camadas do oceano de personalidade e sofrimento da pobre </span><span style="font-size: large;">filha de </span><span style="font-size: large;">Shamrayev. </span><span style="font-size: large;">Svetlana Korkoshko era bonita mas sua Nina é encadernadinha e não sai nem por um minuto da zona de conforto da atriz. Miroshnichenko, por outro lado, tem uma presença fortíssima, um rosto extremamente expressivo, uma voz grave, poderosa, e é tão competente na execução daquilo que esmiuçou até os mais ínfimos detalhes que sua personagem assume foros de protagonista. É a coadjuvante que engole o elenco principal.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEipCCe4F9Hfx-6kinJ5MVR2CKotbpJ7Ph9uPHWH4DmSXHcKPpY2YOGJUvmhEXuMS6zPIWEvkm7-qCYkMqTjlmnbw37GkBrqL9lHQPUsGIEN04hQ68G7B4UX-XoxgAtsnMJkp6CAMwyWTuo7/s1600/%25D0%25A7%25D0%25B0%25D0%25B9%25D0%25BA%25D0%25B0%252C+Chayka%252C+The+Seagull%252C+A+Gaivota+%25281%2529.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="414" data-original-width="556" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEipCCe4F9Hfx-6kinJ5MVR2CKotbpJ7Ph9uPHWH4DmSXHcKPpY2YOGJUvmhEXuMS6zPIWEvkm7-qCYkMqTjlmnbw37GkBrqL9lHQPUsGIEN04hQ68G7B4UX-XoxgAtsnMJkp6CAMwyWTuo7/s1600/%25D0%25A7%25D0%25B0%25D0%25B9%25D0%25BA%25D0%25B0%252C+Chayka%252C+The+Seagull%252C+A+Gaivota+%25281%2529.jpg" /></a></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjyfgnBi0f54MtKnxryvoxzfnNA25KXEtsUUqt-y8WrTCqYP2a8Ljh88PdCFVJlmWKiFPQnugGEPaoWbq7g-VdCJsWuv38N5LmadWpvx3F75S94RI3VJxVvXZ5xJmY9B21-cfIGyX9R-532/s1600/%25D0%25A7%25D0%25B0%25D0%25B9%25D0%25BA%25D0%25B0%252C+Chayka%252C+The+Seagull%252C+A+Gaivota+%252810%2529.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="415" data-original-width="553" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjyfgnBi0f54MtKnxryvoxzfnNA25KXEtsUUqt-y8WrTCqYP2a8Ljh88PdCFVJlmWKiFPQnugGEPaoWbq7g-VdCJsWuv38N5LmadWpvx3F75S94RI3VJxVvXZ5xJmY9B21-cfIGyX9R-532/s1600/%25D0%25A7%25D0%25B0%25D0%25B9%25D0%25BA%25D0%25B0%252C+Chayka%252C+The+Seagull%252C+A+Gaivota+%252810%2529.jpg" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i><span style="font-size: small;">"Одолжайтесь." A oferta bem-humorada e algo cruel do rapé, depois de<br />partir o coração de Medvedenko (</span></i><span style="font-size: small;"><i>Nikolai Alekseyev)</i></span></td></tr>
</tbody></table>
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj3JsfHdfUboxxW0vWBmY5-zG_55wYGpiYPLLBJMAXEsA8eFlN9idU-2NPi0iXM-tNKrLKGo2z1tEosBMyCnDF5zwFuMKvhjZZLSlb5bino2B0fV0Udo5a5q0K-t-c5Ica_AGPyDgklXIx5/s1600/%25D0%25A7%25D0%25B0%25D0%25B9%25D0%25BA%25D0%25B0%252C+Chayka%252C+The+Seagull%252C+A+Gaivota+%25284%2529.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" data-original-height="507" data-original-width="324" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj3JsfHdfUboxxW0vWBmY5-zG_55wYGpiYPLLBJMAXEsA8eFlN9idU-2NPi0iXM-tNKrLKGo2z1tEosBMyCnDF5zwFuMKvhjZZLSlb5bino2B0fV0Udo5a5q0K-t-c5Ica_AGPyDgklXIx5/s1600/%25D0%25A7%25D0%25B0%25D0%25B9%25D0%25BA%25D0%25B0%252C+Chayka%252C+The+Seagull%252C+A+Gaivota+%25284%2529.jpg" /></a></div>
<span style="font-size: large;">Embora lamentemos que ela nunca tenha se estendido em comentários acerca da notável composição de sua Masha, podemos pegar carona em um conceito específico: sua interpretação é moderna. Mais do que moderna, é <u>realista</u>. A grande crítica a essa montagem de Чайка é justamente ela preservar um estilo quadrado, artificial, eivado de caretas e maneirismos. Miroshnichenko nada contra essa maré. Suas reações são eminentemente orgânicas e quaisquer gestos serão conseqüência do que sente e nunca mero adorno interpretativo.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-size: large;">Em sua primeira cena com o Medvedenko de Nikolai Alekseyev vemos o delicioso contraste que existe entre a verdadeira pujança de emoções que Irina sabe transmitir, combinada ao comedimento e à parcimônia com que são transmitidas. Há momentos em que ela sai do seu limbo emocional, seja na felicidade infantil de estar sobre o palco construído por Kostia, seja na ironia cruel de oferecer o rapé a Medvedenko logo depois de desenganá-lo sobre a possibilidade de algum dia retribuir seu amor. Durante a apresentação de Nina ela é quem mais reage, quem mais sofre, quem mais sente a provação artística de Kostia, e o quanto aquilo significa para ele. E quando tudo fracassa e ele sai correndo, ela se senta, sozinha no mundo. Ouve-se a música doce e suave do outro lado do lago; a Masha de Irina é um palhaço triste. Um personagem chapliniano, um Buster Keaton. Ela é a tristeza.</span><br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh9yuNV57gYPgfs4fMfnr2W7uhnvRZvrc4Wfdu4xU4yZWA8Lwrpq7QIyQ4_4GJeaEJQwvwQXwyUuIaDlfQq2mtHbwVgaCvBQeZDl1wUOjFKZjTz8TVjsOULGcfWgZX92mwLVGD6nHXNXHLm/s1600/%25D0%25A7%25D0%25B0%25D0%25B9%25D0%25BA%25D0%25B0%252C+Chayka%252C+The+Seagull%252C+A+Gaivota+%252837%2529.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="370" data-original-width="553" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh9yuNV57gYPgfs4fMfnr2W7uhnvRZvrc4Wfdu4xU4yZWA8Lwrpq7QIyQ4_4GJeaEJQwvwQXwyUuIaDlfQq2mtHbwVgaCvBQeZDl1wUOjFKZjTz8TVjsOULGcfWgZX92mwLVGD6nHXNXHLm/s1600/%25D0%25A7%25D0%25B0%25D0%25B9%25D0%25BA%25D0%25B0%252C+Chayka%252C+The+Seagull%252C+A+Gaivota+%252837%2529.jpg" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i><span style="font-size: small;">Masha: um palhaço triste</span></i></td></tr>
</tbody></table>
<br />
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: left; margin-right: 1em; text-align: left;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhqcBB6d6cWT8JstZR_HAyt-DgJJeRc2UNPA3fDEzDmVuRinYqOLTBzCiqTMfDdB_aSwaXqs0rDbwns5OaYGXTrHrae4fBkyo1doFcPzgpdSrfdKIT58Zxln4dQnOWmm7iv18yrnuxO1V65/s1600/%25D0%25A7%25D0%25B0%25D0%25B9%25D0%25BA%25D0%25B0%252C+Chayka%252C+The+Seagull%252C+A+Gaivota+%252845%2529.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="480" data-original-width="593" height="259" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhqcBB6d6cWT8JstZR_HAyt-DgJJeRc2UNPA3fDEzDmVuRinYqOLTBzCiqTMfDdB_aSwaXqs0rDbwns5OaYGXTrHrae4fBkyo1doFcPzgpdSrfdKIT58Zxln4dQnOWmm7iv18yrnuxO1V65/s320/%25D0%25A7%25D0%25B0%25D0%25B9%25D0%25BA%25D0%25B0%252C+Chayka%252C+The+Seagull%252C+A+Gaivota+%252845%2529.jpg" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i><span style="font-size: small;">Comovente: Irina Miroshnichenko (Masha)<br />e Lev Ivanov (Dorn)</span></i></td></tr>
</tbody></table>
<span style="font-size: large;">Dali a pouco, quando encontra Kostia e o exorta a voltar para sua casa, ele cospe um raio em sua direção. Masha se encolhe e baixa a cabeça, como um animalzinho assustado. Ele vai embora e ela vai levantando a cabeça aos poucos, humilhada, até resignar-se com o escárnio do "juventude, juventude...". É comovente. Termina o primeiro ato confessando a Dorn que ama Konstantin. Seu choro é cortante. Não arrebenta diques e inunda cidades, mas transborda e se infiltra. É simplesmente real.</span><br />
<br />
<span style="font-size: large;">A primeira cena do 2º ato tem dois momentos muito marcantes: no texto original, o tédio toma conta do grupo reunido no jardim e Masha aproveita para pedir a Nina que recite falas da malfadada peça de Konstantin. Nina, sem qualquer cerimônia, replica: "Você quer, mesmo? É tão desinteressante". Masha, então ("contendo seu fascínio", segundo a rubrica), diz: "Quando ele lê alguma coisa, seus olhos queimam e seu rosto fica pálido. Ele tem uma voz linda e triste; e o jeito de um poeta". (Когда он сам читает что-нибудь, то глаза у него горят и лицо становится бледным. У него прекрасный, печальный голос; а манеры, как у поэта.) E fica por isso mesmo.</span><br />
<br />
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: right; margin-left: 1em; text-align: right;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiBbIxe435RpClKN1gWzvl1_LESKbmJ_nS37fkJSfDkgM2tj9pk49NXg_HnxBgwi5dDAQmWruYuiUsA4Wlv3H_gb91yopIaDm_nLDfeMCFI6kWrmkSWvsoTCOF3MRIsLErH8oqP3g8WwspW/s1600/%25D0%25A7%25D0%25B0%25D0%25B9%25D0%25BA%25D0%25B0%252C+Chayka%252C+The+Seagull%252C+A+Gaivota+%252857%2529.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="459" data-original-width="342" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiBbIxe435RpClKN1gWzvl1_LESKbmJ_nS37fkJSfDkgM2tj9pk49NXg_HnxBgwi5dDAQmWruYuiUsA4Wlv3H_gb91yopIaDm_nLDfeMCFI6kWrmkSWvsoTCOF3MRIsLErH8oqP3g8WwspW/s400/%25D0%25A7%25D0%25B0%25D0%25B9%25D0%25BA%25D0%25B0%252C+Chayka%252C+The+Seagull%252C+A+Gaivota+%252857%2529.jpg" width="297" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i><span style="font-size: small;">"Ele tem uma voz linda e triste;<br />e o jeito de um poeta"...</span></i></td></tr>
</tbody></table>
<span style="font-size: large;">Boris Livanov alterou a cena: Masha faz o pedido, Nina pergunta se ela realmente quer, cortando-se o comentário sobre ser "desinteressante". Ao invés disso Masha apenas acena positivamente com a cabeça. Nina levanta-se e recita as primeiras falas da peça. Masha reage cheia de emoção, chega a repetir as palavras do texto, e no fim faz seu comentário sobre a voz de Kostia e seu jeito de poeta. Uma ótima idéia, e o que poucos sabem é que isso estava no texto original encenado no Alexandrinsky, em 1896. Refundido pelo próprio autor para a Русская мысль, ele cortou essa parte. Livanov, inteligente, a colocou de volta, melhorando a dinâmica morna e sem graça da cena, adicionando-lhe o elemento dramático e valorizando essa fala, que geralmente é ignorada.</span><br />
<br />
<span style="font-size: large;">A saída de Masha é outra pérola de criação diretor/atriz: ao se levantar ela solta um gritinho e diz sorrindo, bem-humorada, que sua perna dormiu. Percebe, então, que está sendo observada e julgada silenciosamente por todos. Ela fecha a cara e vai andando lentamente, parando para fazer uma mesura debochada a cada um deles. Faz uma última mesura diante de todos e bate a porta atrás de si, indignada. Sensacional! Essa cena do jogo de croquet existe para pincelar aspectos gerais do tédio em que eles vivem, como a vaidade ridícula de Arkadina, a decrepitude de Sorin, a embriaguez de Masha e a inutilidade de Shamrayev. Boris Livanov triplicou a importância de Masha e tornou essa cena muito mais rica em drama e comédia.</span><br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg7bD7SRBQjObq61R5qamt6l-VGC2XxTccCvQbYSEVA0xqxrxf-yrfq9-WSPP2DvbvwspklytVID5tPpF1VHmzOoiVKBvFgxizrMLIWEyK1HOHCvUP2X857qEXd-NoLucyEjydFDpw14LgC/s1600/%25D0%25A7%25D0%25B0%25D0%25B9%25D0%25BA%25D0%25B0%252C+Chayka%252C+The+Seagull%252C+A+Gaivota+%252866%2529.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="410" data-original-width="549" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg7bD7SRBQjObq61R5qamt6l-VGC2XxTccCvQbYSEVA0xqxrxf-yrfq9-WSPP2DvbvwspklytVID5tPpF1VHmzOoiVKBvFgxizrMLIWEyK1HOHCvUP2X857qEXd-NoLucyEjydFDpw14LgC/s1600/%25D0%25A7%25D0%25B0%25D0%25B9%25D0%25BA%25D0%25B0%252C+Chayka%252C+The+Seagull%252C+A+Gaivota+%252866%2529.jpg" /></a></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgS2sPLPBk0H7xvbqBMMuP08zp2XycIR7jAez6biL0vfGv_c0oUne4mxCFgqTolJUR3wHlUmxysi2ko-0fpDzl5E9M8hU_5W7bgoxhO3GmORLF95mUhDxniz1qKLoCjvMGX9aEPwevC24DM/s1600/%25D0%25A7%25D0%25B0%25D0%25B9%25D0%25BA%25D0%25B0%252C+Chayka%252C+The+Seagull%252C+A+Gaivota+%252865%2529.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="431" data-original-width="570" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgS2sPLPBk0H7xvbqBMMuP08zp2XycIR7jAez6biL0vfGv_c0oUne4mxCFgqTolJUR3wHlUmxysi2ko-0fpDzl5E9M8hU_5W7bgoxhO3GmORLF95mUhDxniz1qKLoCjvMGX9aEPwevC24DM/s1600/%25D0%25A7%25D0%25B0%25D0%25B9%25D0%25BA%25D0%25B0%252C+Chayka%252C+The+Seagull%252C+A+Gaivota+%252865%2529.jpg" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i><span style="font-size: small;">Uma perna dormindo, acima, com Medvedenko (Nicolai Alekseyev); e abaixo,<br />um salamaleque desaforado para Arkadina (Angelina Stepanova)</span></i></td></tr>
</tbody></table>
<br />
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: left; margin-right: 1em; text-align: left;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgOA9J8qd38VOnodIkk42_fICt0EZ7bmjo2fIPWTITe36y0amwtHhCDbB43EByU1jB6qPzm5adsReQwWq-Y3uCfHgiOnpA4Slk9P7Vxb8iAWZx_J-VMRhASlfPEy41ac8nXgJonWCt4K6gt/s1600/%25D0%25A7%25D0%25B0%25D0%25B9%25D0%25BA%25D0%25B0%252C+Chayka%252C+The+Seagull%252C+A+Gaivota+%252871%2529.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="480" data-original-width="640" height="240" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgOA9J8qd38VOnodIkk42_fICt0EZ7bmjo2fIPWTITe36y0amwtHhCDbB43EByU1jB6qPzm5adsReQwWq-Y3uCfHgiOnpA4Slk9P7Vxb8iAWZx_J-VMRhASlfPEy41ac8nXgJonWCt4K6gt/s320/%25D0%25A7%25D0%25B0%25D0%25B9%25D0%25BA%25D0%25B0%252C+Chayka%252C+The+Seagull%252C+A+Gaivota+%252871%2529.jpg" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i><span style="font-size: small;">Leonid Gubanov (Trigorin) e Irina (Masha)</span></i></td></tr>
</tbody></table>
<span style="font-size: large;">No 3º ato veremos, por fim, a interpretação mais consciente e correta da principal característica de Masha: seu alcoolismo. Sabemos que ela utiliza o rapé (o pó da folha de tabaco), que era costume bastante comum, na época. Mas descobrimos também que ela bebe muito mais do que seria socialmente aceito. Ela pode não ser a pessoa que engrola a língua e cai de bêbada, mas é seguro que bebe quando tem vontade e sem pedir autorização a quem quer que seja. Talvez resida nessa inconformidade de Nina — abandonando tudo para tornar-se atriz, mesmo contra a determinação de seu pai — e no comportamento não convencional de Masha, a mão reformista, vanguardista e liberal de Tchekhov. Como acontece freqüentemente em suas peças, personagens por vezes se tornarão arautos das opiniões mais progressistas do próprio autor. A conversa com Trigorin, por exemplo, existe para Masha anunciar que vai se casar não por amor, mas para arrancar do peito o amor que sente por outro homem. Nada mais racional e indicativo de que, apesar de seu caos sentimental, Masha está tentando manter algum controle sobre sua vida afetiva. Bem ou mal isso prova uma certa autonomia.</span><br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhPDoyZxr3KAxqjRRq1H0DtqEcf1eK97Lz80UZU3cZ9hHtW6c8oMYNvC-iIQA-Wvcd_LWuzuA__BlvY8KMyCL5dCTien-jRRZyBsz3W3BTS8rU-QSukZ3Nh5O8pvzgmMs9PHVMK25IwP0OZ/s1600/%25D0%25A7%25D0%25B0%25D0%25B9%25D0%25BA%25D0%25B0%252C+Chayka%252C+The+Seagull%252C+A+Gaivota+%252880%2529.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" data-original-height="480" data-original-width="496" height="309" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhPDoyZxr3KAxqjRRq1H0DtqEcf1eK97Lz80UZU3cZ9hHtW6c8oMYNvC-iIQA-Wvcd_LWuzuA__BlvY8KMyCL5dCTien-jRRZyBsz3W3BTS8rU-QSukZ3Nh5O8pvzgmMs9PHVMK25IwP0OZ/s320/%25D0%25A7%25D0%25B0%25D0%25B9%25D0%25BA%25D0%25B0%252C+Chayka%252C+The+Seagull%252C+A+Gaivota+%252880%2529.jpg" width="320" /></a></div>
<span style="font-size: large;">Ela supera em muito a sufragista que Livanov queria só na aparência e transforma-se em uma feminista <i>avant la lettre</i>. Pouco depois, quando propõe que bebam mais uma dose, ela percebe o olhar de </span><span style="font-size: large;">reprovação do escritor e dispara, em verdadeiro desagravo feminista: "A</span><span style="font-size: large;">s mulheres bebem mais do que você imagina. A minoria bebe abertamente, como eu. E a maioria, em segredo. Sim. E todas bebem vodca ou conhaque"</span><span style="font-size: large;">. (Женщины пьют чаще, чем вы думаете. Меньшинство пьет открыто, как я, а большинство тайно. Да. И всё водку или коньяк.) Ao despedir-se ela pede que Trigorin lhe mande seus livros com uma dedicatória que é um diamante da lavra tchekhoviana e ao mesmo tempo descrição lapidar de todos que se sentem à margem daquilo que é convencional: "À Maria, cuja origem não é lembrada, e cuja razão para viver neste mundo é desconhecida". (</span><span style="font-size: large;">Марье, родства не помнящей, неизвестно для чего живущей на этом свете.)</span><br />
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgnPwr9HlAnKTSssurSZVEST6WEpS5L7y09APj6FmMj7gGPjkJzyj_kABFiZs3tcLJ7dioYSbIbHqptniYNvTmRBF1dEuwoPqGFKWzX_wIJyukcUMQ0y2OerH5PASWyWt9R092Ip1hjbfYe/s1600/%25D0%25A7%25D0%25B0%25D0%25B9%25D0%25BA%25D0%25B0%252C+Chayka%252C+The+Seagull%252C+A+Gaivota+%252884%2529.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="434" data-original-width="545" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgnPwr9HlAnKTSssurSZVEST6WEpS5L7y09APj6FmMj7gGPjkJzyj_kABFiZs3tcLJ7dioYSbIbHqptniYNvTmRBF1dEuwoPqGFKWzX_wIJyukcUMQ0y2OerH5PASWyWt9R092Ip1hjbfYe/s1600/%25D0%25A7%25D0%25B0%25D0%25B9%25D0%25BA%25D0%25B0%252C+Chayka%252C+The+Seagull%252C+A+Gaivota+%252884%2529.jpg" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i><span style="font-size: small;">Ressentimento e comiseração</span></i></td></tr>
</tbody></table>
<br />
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: left; margin-right: 1em; text-align: left;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhP1mDoDDWFA5pBPE0XDmJoxfAGPtST8PPyzzMCbPF4-L1yom7_dxUthZVo64chAyNPr0ocLNW34D-5e6HUBdV5zrc8h2Vr47Lo_YMhbI7sqHDzbyVMbPdrfnJcCD_1G_c6djFPAdJM8moQ/s1600/%25D0%25A7%25D0%25B0%25D0%25B9%25D0%25BA%25D0%25B0%252C+Chayka%252C+The+Seagull%252C+A+Gaivota+%252873%2529.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1439" data-original-width="640" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhP1mDoDDWFA5pBPE0XDmJoxfAGPtST8PPyzzMCbPF4-L1yom7_dxUthZVo64chAyNPr0ocLNW34D-5e6HUBdV5zrc8h2Vr47Lo_YMhbI7sqHDzbyVMbPdrfnJcCD_1G_c6djFPAdJM8moQ/s640/%25D0%25A7%25D0%25B0%25D0%25B9%25D0%25BA%25D0%25B0%252C+Chayka%252C+The+Seagull%252C+A+Gaivota+%252873%2529.jpg" width="284" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i><span style="font-size: small;">Ну, вот!...</span></i></td></tr>
</tbody></table>
<span style="font-size: large;">Irina Miroshnichenko tem um trabalho primoroso. Como foi observado há pouco, a atriz dá o tom definitivo do alcoolismo de Masha. Ela tem uma afetação levíssima, que é mais de exaustão emocional do que efeito da bebida, e uma espécie de máscara com que disfarça sua tristeza permanente. Uma falsa bipolaridade. Ela terá um sorriso bonito no rosto, às vezes divertido, como quem está num pilequinho leve, às vezes triste. Mas esse sorriso vai desabar cada vez que a resposta de Trigorin envolver Konstantin.</span><br />
<br />
<span style="font-size: large;">Sua expressão é de algum otimismo quando fala que vai se casar, mas assim que o escritor lhe responde não ver a necessidade disso a máscara cai e ela revela a morte nos olhos. E vai equilibrando os dois estados de espírito admiravelmente. Quando bebe a primeira dose faz uma cara deliciosa de satisfação; na segunda ela oferece o brinde a Trigorin e seu rosto é da mais pura e vulnerável docilidade. Já ao sugerir que ele peça a Arkadina para ficar ela é só deboche, descendo sem escalas ao inferno quando Trigorin lhe fala do duelo a que foi desafiado por Kostia. Ao falar de Medvedenko ela é um misto de comiseração e ressentimento. Ela sente demais. Por isso está sempre exausta. A máscara vai e volta quando ela se despede, mas em um momento da mais dolorosa sinceridade ela pede ao escritor que não tenha dela uma recordação ruim. Trigorin beija sua mão quase com fervor e entende-se, porque a vontade é abraçá-la. Uma beleza de cena. Me pergunto até se a Masha de Irina não é excessivamente enternecedora e comovente, porque acaba se tornando, em vários aspectos, mais cativante do que Nina.</span><br />
<iframe allowfullscreen="" frameborder="0" height="360" mozallowfullscreen="" src="https://player.vimeo.com/video/300147180" webkitallowfullscreen="" width="560"></iframe><br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhYiB3Z32lRFIO2PO-isF5WaHnvA-M8fec3F7JyGaKw3RMtNn_fKINQDvY8uqZ2WxWkapzzNiTM0xpdJtUy2jGsVhIYT6NHembVlHelDaA3R4lUXZHk_Jn963ZamgmmKcw6fgUbrW5hKPhI/s1600/%25D0%25A7%25D0%25B0%25D0%25B9%25D0%25BA%25D0%25B0%252C+Chayka%252C+The+Seagull%252C+A+Gaivota+%252895%2529.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" data-original-height="480" data-original-width="414" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhYiB3Z32lRFIO2PO-isF5WaHnvA-M8fec3F7JyGaKw3RMtNn_fKINQDvY8uqZ2WxWkapzzNiTM0xpdJtUy2jGsVhIYT6NHembVlHelDaA3R4lUXZHk_Jn963ZamgmmKcw6fgUbrW5hKPhI/s320/%25D0%25A7%25D0%25B0%25D0%25B9%25D0%25BA%25D0%25B0%252C+Chayka%252C+The+Seagull%252C+A+Gaivota+%252895%2529.jpg" width="276" /></a></div>
<span style="font-size: large;">No 4º ato ela segue brilhante e não parece ser coincidência que Boris Livanov construiu o desfecho da peça em torno dela. Por toda a movimentação dessa cena, estando ela em primeiro plano com Polina ou Medvendenko, ou simplesmente ouvindo Kostia falar de Nina, percebemos que Masha está presente. No texto, mais próximo ao fim, ela se limita a dizer os números do jogo de que todos participam, menos Kostia. Não há mais falas ou rubricas referentes a ela a partir da chegada de Nina, em outra sala. Nesta versão, assim que se ouve o tiro, Dorn sai e retorna, inventando que foi uma ampola de éter, em sua maleta, que explodiu. Na seqüência chama Trigorin e lhe avisa que Kostia se matou. A peça deveria terminar aí, mas o que acontece é que a atenção se volta para Masha, que, visivelmente perturbada, continua mecanicamente dizendo os números. Quando Arkadina vence o sorteio, Masha desaba em sua cadeira e começa a chorar convulsivamente. Pano rápido.</span><br />
<br />
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: left; margin-right: 1em; text-align: left;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi04OqFE_byxc5DMM-jnJLdpSHXuQua5MDnUPb7_Q3ql0IAx-T8sBO80tl6namVTGF6cUhR_Z8IDbeQPcXnGVfpN5zyR1mVGx8hfHd6gEWoq21QniENGAZxZ0QX0L6Z5uSEk3QpvGOSAf9j/s1600/55093.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="420" data-original-width="279" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi04OqFE_byxc5DMM-jnJLdpSHXuQua5MDnUPb7_Q3ql0IAx-T8sBO80tl6namVTGF6cUhR_Z8IDbeQPcXnGVfpN5zyR1mVGx8hfHd6gEWoq21QniENGAZxZ0QX0L6Z5uSEk3QpvGOSAf9j/s1600/55093.jpg" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i><span style="font-size: small;">Uma das Arkadinas de Irina, em 2002</span></i></td></tr>
</tbody></table>
<span style="font-size: large;">Essa versão televisiva foi ao ar em 1974. Irina Miroshnichenko voltou à <i>Gaivota</i> exatamente dez anos depois, continuando a exitosa associação que iniciara já em meados da década de 70 com o diretor Oleg Yefremov. E desta vez ela interpretou Arkadina. Foi, novamente, um sucesso. Essa montagem de Yefremov vem sendo refeita (conforme observado no início, é costume do teatro russo manter a montagem como um todo em repertório e reprisá-la, eventualmente, mesmo quando o diretor já morreu) desde a década de 80. Sempre que há comemorações do MXAT ou de artistas envolvidos com a montagem original, Irina interpreta Arkadina. Uma das últimas vezes foi no aniversário de 70 anos da própria Irina, em julho de 2012. É pena que não haja (até onde eu sei) registro em video das montagens iniciais de Yefremov com Irina no papel de Arkadina. Seria muito interessante conhecer seu trabalho na época em que ela e a personagem regulavam de idade. Como quase tudo que foi feito por essa magnífica atriz, deve ter sido um belo trabalho.</span><br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEinm9bC1-RJJ9nr73a8TP2SeziDv-qOLcov3F4IjBWUMG33K66ms6yyPtbH8b1A00_DQM_-4JOvClt6vm-u2QrlwSUihxU5mb3YZ6cV5DWFNImGR7v9Ozx5gEITt8K_AwM1laLPnQ3qVDYP/s1600/%25D0%25A7%25D0%25B0%25D0%25B8%25CC%2586%25D0%25BA%25D0%25B0+2012+%25281%2529.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="360" data-original-width="480" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEinm9bC1-RJJ9nr73a8TP2SeziDv-qOLcov3F4IjBWUMG33K66ms6yyPtbH8b1A00_DQM_-4JOvClt6vm-u2QrlwSUihxU5mb3YZ6cV5DWFNImGR7v9Ozx5gEITt8K_AwM1laLPnQ3qVDYP/s1600/%25D0%25A7%25D0%25B0%25D0%25B8%25CC%2586%25D0%25BA%25D0%25B0+2012+%25281%2529.jpg" /></a></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiAiSKs9jJt9rpoCWM8_cIK0IMXV7xH__BsEbvTL6ARoz9H_CCcxTmPTLLw18VBTVs9GAinVSKqhxXUE9ZnMTRkPyCohz-nZIGUK9qtt0g1ep8Jnld8iOgAaEovmMCEBNZWUhcMqG2YDSRg/s1600/%25D0%25A7%25D0%25B0%25D0%25B8%25CC%2586%25D0%25BA%25D0%25B0+2012+%25282%2529.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="360" data-original-width="480" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiAiSKs9jJt9rpoCWM8_cIK0IMXV7xH__BsEbvTL6ARoz9H_CCcxTmPTLLw18VBTVs9GAinVSKqhxXUE9ZnMTRkPyCohz-nZIGUK9qtt0g1ep8Jnld8iOgAaEovmMCEBNZWUhcMqG2YDSRg/s1600/%25D0%25A7%25D0%25B0%25D0%25B8%25CC%2586%25D0%25BA%25D0%25B0+2012+%25282%2529.jpg" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i><span style="font-size: small;">Outra Arkadina, para o Kostia de Yuri Chursin, em 2012</span></i></td></tr>
</tbody></table>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhEZ1DUh48jR5zAnckgk2eQ8fUPy5DwCCQrCTiZlYlooKcNZ8lXthB2ZixA8I4GaNoDPMhxyCVOph1EIV4g7VTZr5HhUFrQgC-4Tg1khzJzU4E8gO27QuQyh1PsRg20FVwKrftmDN3iVhhW/s1600/seagull+wtf.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" data-original-height="728" data-original-width="460" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhEZ1DUh48jR5zAnckgk2eQ8fUPy5DwCCQrCTiZlYlooKcNZ8lXthB2ZixA8I4GaNoDPMhxyCVOph1EIV4g7VTZr5HhUFrQgC-4Tg1khzJzU4E8gO27QuQyh1PsRg20FVwKrftmDN3iVhhW/s400/seagull+wtf.jpg" width="252" /></a></div>
<div style="text-align: center;">
<span style="color: red; font-size: large;"><b><u>THE SEAGULL (1975)</u></b></span></div>
<br />
<span style="font-size: large;">O festival anual de teatro da cidade de Williamstown (The Williamstown Theatre Festival), em Massachusetts, completou 20 anos em 1974. Para comemorar a efeméride, o diretor Nikos Psacharopoulos (1928/1989) decidiu encenar <i>The Seagull</i>, utilizando a famosa tradução feita em 1938 pelo dramaturgo e escritor Stark Young (1881/1963) para a companhia do casal de atores Alfred Lunt e Lynn Fontaine; e na seqüência ainda viriam <i>The Three Penny Opera</i>, de Brecht e Weil, <i>The Rivals</i>, de Richard Brinsley Sheridan, e <i>Juno and the Peacock</i>, de Sean O'Casey. Escolheu atores que já haviam participado ou mesmo iniciado suas carreiras no festival e para a peça de Tchekhov este foi o elenco escalado: Frank Langella (Konstantin), Blythe Danner (Nina), Lee Grant (Arkadina), Kevin McCarthy (Trigorin), Marian Mercer (Masha), William Swetland (Sorin), Olympia Dukakis (Polina), Louis Zorich (Dorn), David Clennon (Medvedenko) e George Ede (Shamrayev). A peça ficou em cartaz de 4 a 13 de julho de 1974 e logo foi combinado que o espetáculo seria filmado para a série "Great Performances" (ou "Theatre in America"), da PBS. Há uma grande vantagem nessa versão televisiva dirigida por John J. Desmond, porém, que é o fato deles poderem levar para o ar livre toda a ação dos dois primeiros atos, como a apresentação de Nina, o diálogo entre Nina e Trigorin, etc., adicionando o elemento cinematográfico em um simples programa de TV. <i>The Seagull</i> foi ao ar pela PBS em 5 de janeiro de 1975, sem alterações de elenco.</span><br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjOrq3cFrcXqx-QEGwKtRa_yQibpHs-110_lZXKCbja9n7dIfLOGJvIFNNDmt4KD-EN8Cyzt761-ZtPVkBOXOJRHugW5dpaZOLL684-EGbvgT6Yd9GvDgWRovGs1to-78NU9FkZEHrWhQQ3/s1600/The+Seagull+wtf+%25283%2529.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="311" data-original-width="460" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjOrq3cFrcXqx-QEGwKtRa_yQibpHs-110_lZXKCbja9n7dIfLOGJvIFNNDmt4KD-EN8Cyzt761-ZtPVkBOXOJRHugW5dpaZOLL684-EGbvgT6Yd9GvDgWRovGs1to-78NU9FkZEHrWhQQ3/s1600/The+Seagull+wtf+%25283%2529.jpg" /></a></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjbXaRyDMKNfTqZ3J4zQx3FOI8xXgwObDKFu0iFhNagZYnLwX1yXkIlhUSSw6AHVLto08eWzE2CZ4ubGl-23WKgIJY-wxmLDBYgHdKpK0b8XfnUF0DKCjTAuo_8tNMGTgCgZ7gG8z6LohbK/s1600/The+Seagull+wtf+%25287%2529.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="356" data-original-width="460" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjbXaRyDMKNfTqZ3J4zQx3FOI8xXgwObDKFu0iFhNagZYnLwX1yXkIlhUSSw6AHVLto08eWzE2CZ4ubGl-23WKgIJY-wxmLDBYgHdKpK0b8XfnUF0DKCjTAuo_8tNMGTgCgZ7gG8z6LohbK/s1600/The+Seagull+wtf+%25287%2529.jpg" /></a></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjcZFauT4QSzhha9Wgjw8kiUlHir8FYEJ1aSmf4pX9StDqFb3KhSlPKLCUDprI2js4SUgsWdGGkcq8HSitfmZP8PcJMjLkLsIrWlMvMVBA-n-oY_Xx68kTXA2-F_X9Q-Q3eAiFHcxZ2CSk8/s1600/The+Seagull+wtf+%25289%2529.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="366" data-original-width="460" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjcZFauT4QSzhha9Wgjw8kiUlHir8FYEJ1aSmf4pX9StDqFb3KhSlPKLCUDprI2js4SUgsWdGGkcq8HSitfmZP8PcJMjLkLsIrWlMvMVBA-n-oY_Xx68kTXA2-F_X9Q-Q3eAiFHcxZ2CSk8/s1600/The+Seagull+wtf+%25289%2529.jpg" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i><span style="font-size: small;">Blythe Danner, Frank Langella, Olympia Dukakis, Louis Zorich e William Swetland: fotos da montagem original de The Seagull, no Williamstown Theatre Festival, em 1974 (<a href="https://wtfestival.org/main-events/sea-gull-the-3/" target="_blank">Fonte</a>)</span></i></td></tr>
</tbody></table>
<br />
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: left; margin-right: 1em; text-align: left;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiyr2unUdBKtSALWgBDXCLwFMmeN4dPb5-vYJJ1bcR7owhyphenhyphenfadS6u2UKuB1RssWmiWQjPTn9ahK7SkVWfzL_LKXtNtAli5aiIVBZb6eleSRUJ-FSt0cLL4aVqiwiGuZTSQ3CgeePOkBXk4v/s1600/Nikos+Psacharopoulos.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="442" data-original-width="362" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiyr2unUdBKtSALWgBDXCLwFMmeN4dPb5-vYJJ1bcR7owhyphenhyphenfadS6u2UKuB1RssWmiWQjPTn9ahK7SkVWfzL_LKXtNtAli5aiIVBZb6eleSRUJ-FSt0cLL4aVqiwiGuZTSQ3CgeePOkBXk4v/s320/Nikos+Psacharopoulos.jpg" width="262" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i><span style="font-size: small;">Nikos Psacharopoulos</span></i></td></tr>
</tbody></table>
<span style="font-size: large;">Estou me baseando na versão televisiva para todos os comentários, mas acredito que Nikos Psacharopoulos revolucionou a encenação de <i>The Seagull</i> com essa montagem. É, sem qualquer exagero, um trabalho magistral. É vastamente superior às outras versões cinematográficas ou televisivas a que tivemos acesso. Em primeiro lugar falemos do elenco, certamente o mais homogêneo, mais afinado, e, sem demérito dos outros, o que realizou a melhor performance dessa peça de Tchekhov. Todos desenvolveram e criaram em cima de seus papéis. E até mesmo quando a abordagem não é perfeita, o trabalho não perde em autenticidade. Frank Langella é o Kostia quintessencial. O ator </span><span style="font-size: large;">— dono </span><span style="font-size: large;">de uma das mais belas e versáteis vozes do teatro e de Hollywood </span><span style="font-size: large;">—</span><span style="font-size: large;"> entendeu o personagem como ninguém e deu-lhe as mais variadas cores e texturas psicológicas. Kostia é, finalmente, o carente patológico que Tchekhov desenhou tão bem. É órfão de pai morto e mãe viva; não teve jamais o estímulo de Arkadina para nada; pelo contrário: só críticas. Está frustrado, desorientado e chegando aos trinta anos com a psique de um menino de catorze. Não transcende a necessidade de aprovação da mãe e com isso a sua insegurança o impede de se relacionar saudavelmente com qualquer mulher. Langella é tão brilhante que passeia por todos esses estados de espírito com a maior realidade.</span><br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjUWRRbXEhpDK3DzhVmd4TzTTIeYGWd-8qdqK9IKs9mprSY0htIgIW8VXG6EsUOhUiWYo30O7NswrEQ6VHO6PLW_nsObRvR22ZVIMOhiAPqhTYSY8O-lDhAR4XsVLgWW514hPD4C9w-To1F/s1600/The+Seagull+1975+%252860%2529.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1037" data-original-width="519" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjUWRRbXEhpDK3DzhVmd4TzTTIeYGWd-8qdqK9IKs9mprSY0htIgIW8VXG6EsUOhUiWYo30O7NswrEQ6VHO6PLW_nsObRvR22ZVIMOhiAPqhTYSY8O-lDhAR4XsVLgWW514hPD4C9w-To1F/s1600/The+Seagull+1975+%252860%2529.jpg" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i><span style="font-size: small;">Frank Langella (Konstantin), Blythe Danner (Nina), Lee Grant (Arkadina), Kevin McCarthy (Trigorin), David Clennon (Medvedenko), Marian Mercer (Masha), Olympia Dukakis (Polina), Louis Zorich (Dorn), William Swetland (Sorin) e George Ede (Shamrayev)</span></i></td></tr>
</tbody></table>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgsTD4bQxWByTLaFsfybO_HbWdoFRAoTei9iQ3_QAkYJ3zEzdcbT8OxGL1fpqyCLo4NCKNv-P0EY5FdGYbfXkfGYxDDbmlDxZNiZQcsO5mv-I5si-dpuNU7tEiBydd1UGJ_UswVbH0wxlc4/s1600/seagull+pbs.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" data-original-height="1600" data-original-width="1140" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgsTD4bQxWByTLaFsfybO_HbWdoFRAoTei9iQ3_QAkYJ3zEzdcbT8OxGL1fpqyCLo4NCKNv-P0EY5FdGYbfXkfGYxDDbmlDxZNiZQcsO5mv-I5si-dpuNU7tEiBydd1UGJ_UswVbH0wxlc4/s400/seagull+pbs.jpg" width="285" /></a></div>
<span style="font-size: large;">Sua primeira cena com Sorin o mostra feliz, ansioso, resoluto como toda a criança inflada artificialmente, cheio de uma certeza infantil que não se sustenta em nada, mas naquele momento existe porque o tio lhe dá o respaldo familiar que ele anseia e Nina lhe dá o apoio moral e afetivo que ele precisa tão desesperadamente. Sem falar que a encenação da peça é um ato espetacular de rebelião contra Arkadina, desde a escolha de uma peça autoral até a escalação de Nina para a protagonista, o que coloca a mãe na horrenda e desconhecida posição de coadjuvante na vida do filho. Quando Nina aparece, Kostia é a felicidade e a carência incorporados; ninguém além de Langella conseguiu transmitir uma felicidade tão pura e tão intensa quando diz "<i>I love her! I do! Even the sound of her footsteps is lovely, I'm insanely happy!</i>", e depois correndo como um cachorrinho ao ver o dono. Grita, corre, dá pulos, é uma criança, e não um homem apaixonado. Quando Arkadina chega e tenta roubar seu holofote com a citação de Gertrude, Langella faz uma expressão séria, contrafeita, que vai na mosca; Lumet fez uma cena em que mãe e filho batem bola, Simone Signoret lhe manda um beijo!... Aqui veremos só tensão e desconforto entre ambos, e com o desastre da apresentação, Kostia mergulhará em seu inferno pessoal e não voltará nunca mais a esse momento breve em que a vida parecia lhe sorrir.</span><br />
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjoV3AEleB5CSlzfk6GJ0xxIpGJ3wH9V3VpOzAmGH5qJwOv8IWvvpluvXJuluRs6vsRoS7q1vKBra7GJBKbXabzoezRo54V00FXDOHuTGutr46j91bCjyt4FK9zjeXj63fqWimNb7fp9DCp/s1600/The+Seagull+1975+%25283%2529.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="419" data-original-width="543" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjoV3AEleB5CSlzfk6GJ0xxIpGJ3wH9V3VpOzAmGH5qJwOv8IWvvpluvXJuluRs6vsRoS7q1vKBra7GJBKbXabzoezRo54V00FXDOHuTGutr46j91bCjyt4FK9zjeXj63fqWimNb7fp9DCp/s1600/The+Seagull+1975+%25283%2529.jpg" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i><span style="font-size: small;">"... show us what will be... in two hundred thousand years"...</span></i></td></tr>
</tbody></table>
<br />
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: left; margin-right: 1em; text-align: left;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh0m-Y5Re2rmEdSggXxJPvTbnxdbARPlNhNXt0CnnSGYXTxMp1b1v1V07dZl0SEy_1MOWxtjVFym94mawjvpljBgLg4bDfCUjthhKerw9N0L5mL373gTnD8KLcMlMcJD7HFJdHlHGYAhUtY/s1600/The+Seagull+1975+%25285%2529.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="460" data-original-width="394" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh0m-Y5Re2rmEdSggXxJPvTbnxdbARPlNhNXt0CnnSGYXTxMp1b1v1V07dZl0SEy_1MOWxtjVFym94mawjvpljBgLg4bDfCUjthhKerw9N0L5mL373gTnD8KLcMlMcJD7HFJdHlHGYAhUtY/s320/The+Seagull+1975+%25285%2529.jpg" width="274" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i><span style="font-size: small;">Frank Lagella: Kostia</span></i></td></tr>
</tbody></table>
<span style="font-size: large;">No diálogo com Nina sobre a gaivota morta ele está em plena crise. Mas não uma simples crise depressiva; ele apresenta todos os sintomas de transtorno bipolar; esfrega as mãos, altera a voz, esbugalha os olhos, dá uma série de tabefes na própria testa e no momento seguinte se queixa chorosamente de que ela não o ama mais. Na verdade o que caracteriza essa cena é o fato de ser, a rigor, um monólogo. Não passa despercebido o fato de que Kostia apresenta seus queixumes, depois apresenta também as supostas réplicas e críticas de Nina, e para coroar esse festival de bipolaridade ele apresenta sua resposta a essas críticas, o que faz de Nina uma figurante dessa blablação histérica. E tudo isso diante do olhar reativo absolutamente perfeito de Blythe Danner, que no começo ainda tenta discutir mas quando vê que Kostia está em seu transe maníaco-depressivo, limita-se a assistir, quieta, e espera terminar, como se fosse um ataque epilético. Na discussão com Arkadina no 3º ato Kostia vai do filho mais meigo e dócil para um adolescente mal-criado e agressivo. O que acontece com a Arkadina de Lee Grant é um verdadeiro <i>catfight</i> sem o desforço físico. Os dois se arranham e se laceram verbalmente. Terminada a gritaria, Langella tem um acesso fantástico de choro. A pluralidade de emoções que deu a seu Kostia, sua voz e a liberdade com que deu vazão a esses sentimentos, fazem desse um dos melhores trabalhos de sua carreira.</span><br />
<br />
<span style="font-size: large;">Para que não se diga que só tenho elogios à sua interpretação, ressalto que Langella é excessivamente careteiro em algumas cenas. Entende-se que Kostia não seja exatamente uma pessoa normal, mas com um rosto expressivo como o de Frank Langella é preciso ter cuidado para não exagerar.</span><br />
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjjwjibzSlh1YKWbHrAMGHcMd9XBwj09S3CGd8KK5VAwDqaaVOE38Z5HtEQjNfaQpNZXOC3AuPBLmeHpZACfDdC7VWgNjn5so8P81Pt2PvPhxmercuWdy86WaK_Bk1jMKtjGi-YEfq5GWNE/s1600/The+Seagull+1975+%25288%2529.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="450" data-original-width="565" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjjwjibzSlh1YKWbHrAMGHcMd9XBwj09S3CGd8KK5VAwDqaaVOE38Z5HtEQjNfaQpNZXOC3AuPBLmeHpZACfDdC7VWgNjn5so8P81Pt2PvPhxmercuWdy86WaK_Bk1jMKtjGi-YEfq5GWNE/s1600/The+Seagull+1975+%25288%2529.jpg" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i style="font-size: 12.8px;"><span style="font-size: small;">Blythe Danner (Nina) e Frank Langella (Kostia)</span></i></td></tr>
</tbody></table>
<br />
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: right; margin-left: 1em; text-align: right;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEisnGg1fIsbBVpFJ9pXQ67CVlKtuAFxzUyIFo-iPdUDIUTqCYGZX-ho_KiDRkCPQEJyCGbORbG6srgxn3-jRY9x0GSMyXP6crTZbTaAJ6z4MGn9nV5fg0uHeQ1ikPavXofNiboeEqQNUjMm/s1600/The+Seagull+1975+%25289%2529.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="460" data-original-width="462" height="318" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEisnGg1fIsbBVpFJ9pXQ67CVlKtuAFxzUyIFo-iPdUDIUTqCYGZX-ho_KiDRkCPQEJyCGbORbG6srgxn3-jRY9x0GSMyXP6crTZbTaAJ6z4MGn9nV5fg0uHeQ1ikPavXofNiboeEqQNUjMm/s320/The+Seagull+1975+%25289%2529.jpg" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i><span style="font-size: small;">Blythe Danner: Nina</span></i></td></tr>
</tbody></table>
<span style="font-size: large;">Blythe Danner, na minha concepção, redefine o papel de Nina. Vanessa Redgrave criou o template cinematográfico para o papel, mas Danner destruiu esse molde. Sua Nina age menos como o gato acuado de Vanessa e reage com força. É menos vulnerável, seu sangue ferve e ela tem vontade própria. Já no início há um gol de placa quando a tradução de Stark Young e a direção de Nikos Psacharopoulos fazem com que a interpretação de Nina para a peça de Kostia não seja um mero falatório que ninguém entende. Danner faz questão de interpretar cada fala e dar uma emoção real a todas elas. Não é algo que cansa e passa batido. Ouvimos com atenção e absorvemos o que diz o estranho personagem do futuro, o único habitante que sobrou na Terra, que guarda em sua mente a existência de toda a humanidade e se diz "a alma do mundo". Quando a coisa desanda ela se apresenta a todos sem timidez, como deve ser. Ela quer ser atriz e está se apresentando a um grupo que inclui uma atriz famosa e um escritor consagrado; não há qualquer sentido em agir como um bicho do mato. Sua primeira conversa com Trigorin é a dramatização exata da conversa de uma fã com seu ídolo. No 2º ato, em sua interação com Arkadina ela também tem a medida certa da gentileza que não excede os limites da conveniência.</span><br />
<br />
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: left; margin-right: 1em; text-align: left;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiiziFZKjhjtZQaNCqd_Za8eCqfZLyzObiWVBZTSzuk8jr0r1ebNEclbuuqSSeRemRhgeuWh-tZIheYydXxEUk2zbkhXj2o__XWDrBgC9QU8ryHX-aJZ62vQQeo2S4b2gE0IavodIlJTMQz/s1600/The+Seagull+1975+%252815%2529.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="460" data-original-width="582" height="252" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiiziFZKjhjtZQaNCqd_Za8eCqfZLyzObiWVBZTSzuk8jr0r1ebNEclbuuqSSeRemRhgeuWh-tZIheYydXxEUk2zbkhXj2o__XWDrBgC9QU8ryHX-aJZ62vQQeo2S4b2gE0IavodIlJTMQz/s320/The+Seagull+1975+%252815%2529.jpg" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i><span style="font-size: small;">Blythe Danner (Nina) e Kevin McCarthy (Trigorin)</span></i></td></tr>
</tbody></table>
<span style="font-size: large;">O mesmo na sua excepcional interpretação do diálogo com o Trigorin de Kevin McCarthy. Tudo em Danner é coerente e está bem dosado. Ela tem uma voz rouca divertida e um sorriso bem-humorado e atraente. Suas reações durante a longa cena com o escritor são irretocáveis. Por vezes sentimos que é ela quem está conduzindo a conversa e esculpindo a interpretação de McCarthy com suas reações. Ela ouve com atenção, se delicia com o assunto, com os detalhes, se permite viajar, desejar, sonhar acordada e pensar alto até o ponto de se emocionar e ficar perturbada com a própria imaginação. Está muito longe de se manter num patamar de mero deslumbramento (erro lamentável no qual incorre a próxima Nina abordada, de Saoirse Ronan). Mas ao mesmo tempo em que está se apaixonando pelo escritor ela guarda um tipo de carinho por ele e demonstra uma preocupação inusitada e genuína com seu bem-estar. É criação de Blythe.</span><br />
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiswqG_uachpYQKSiQ4wVoYvKRmZXadYex3QeVS11RbBgDB_7LnRckXtuE9IScT23KfoO9kv0JIdAZjQPuXMpFI4zPUk7RGanmV2Wc9_soTIacA2T9o_x4_JoHkDUrpJrWl123FB8nM_Yml/s1600/The+Seagull+1975+%252814%2529.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="379" data-original-width="540" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiswqG_uachpYQKSiQ4wVoYvKRmZXadYex3QeVS11RbBgDB_7LnRckXtuE9IScT23KfoO9kv0JIdAZjQPuXMpFI4zPUk7RGanmV2Wc9_soTIacA2T9o_x4_JoHkDUrpJrWl123FB8nM_Yml/s1600/The+Seagull+1975+%252814%2529.jpg" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i><span style="font-size: small;">Blythe Danner (Nina)</span></i></td></tr>
</tbody></table>
<br />
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: right; margin-left: 1em; text-align: right;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgDFDbsKj8GmJJmivTx6HmcpLbJIrcLgnBH8b4FmjylqSD5QYEsRPAosVKezoI9Oe0NOoS4IhXxBJaxpqPMTPuypuy6apD_6u3zS6VyT5r97IesbFpsKi8g9EFV21T5zzOCwKs0zgdemdAN/s1600/The+Seagull+1975+%252818%2529.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="460" data-original-width="551" height="267" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgDFDbsKj8GmJJmivTx6HmcpLbJIrcLgnBH8b4FmjylqSD5QYEsRPAosVKezoI9Oe0NOoS4IhXxBJaxpqPMTPuypuy6apD_6u3zS6VyT5r97IesbFpsKi8g9EFV21T5zzOCwKs0zgdemdAN/s320/The+Seagull+1975+%252818%2529.jpg" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i><span style="font-size: small;">Blythe Danner (Nina) e Frank Langella (Kostia)</span></i></td></tr>
</tbody></table>
<span style="font-size: large;">O diferencial de Danner, e seu grande mérito, é ser uma personagem solar, leve e gostosa por toda a peça, e dar uma volta de 180º em sua última cena. Seu reencontro com Kostia depois das desgraças e do fracasso é chocante. A situação se inverte completamente; quem está descompensada e desequilibrada agora é Nina. E Kostia vira espectador para o palanfrório desordenado dela. Interpretar uma mulher que está perdendo o juízo é armadilha fácil para o <i>overacting</i> (como ocorreu já a Maria Roksanova em 1898 e acabou de ser observado, aliás, em relação a Frank Langella), mas Danner foi exemplar. Vanessa Redgrave estava doce demais para alguém tão no fundo do poço, e Danner insere um elemento de irritação, uma espécie de ultraje às avessas por estar sendo bem tratada, que aumenta muito a dramaticidade. Mais uma vez a adaptação do texto de Tchekhov foi bem feita e ajudou: quando Nina pede água, no texto vemos apenas "Me dê água" (Дайте воды...). Danner pede, "<i>Give me some water, please</i>", e repete, batendo na mesa, "<i>Give me some water, water, water, water</i>". Perfeito. E do desequilíbrio ela vai ao desespero absoluto com o "<i>I love him passionately. I love him to desperation!</i>", mais emocionante e mais efetiva do que qualquer outra Nina.</span><br />
<br />
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: left; margin-right: 1em; text-align: left;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjuffbQKPmGuD2iRfN-nP1RucudCN5E0-vl0i6-tgEWKBlhd0CPhPUhRxtbgpFTeTd2a7aE4ChnmvrOilVOEzwK4psnLO8DKkodTFnnpKqsIFvgIDCU4dejEx8YH6QKSDJn8fLxq_SMfbPP/s1600/The+Seagull+1975+%252827%2529.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="459" data-original-width="365" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjuffbQKPmGuD2iRfN-nP1RucudCN5E0-vl0i6-tgEWKBlhd0CPhPUhRxtbgpFTeTd2a7aE4ChnmvrOilVOEzwK4psnLO8DKkodTFnnpKqsIFvgIDCU4dejEx8YH6QKSDJn8fLxq_SMfbPP/s320/The+Seagull+1975+%252827%2529.jpg" width="254" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i><span style="font-size: small;">Lee Grant (Arkadina)</span></i></td></tr>
</tbody></table>
<span style="font-size: large;">Depois da Arkadina amorfa e equivocada de Simone Signoret, Lee Grant dá um show de talento. Ao contrário da francesa, cuja performance tinha uma única nota, Lee faz com grande competência aquilo que poucas atrizes conseguem: deixar toda mesquinhez e a pobreza de espírito da personagem a descoberto, sem que tenhamos raiva dela. As características de Arkadina são basicamente todas negativas. Na cena inicial já ficamos sabendo que ela não se dignou sequer a ler o que Kostia escreveu (e não lerá jamais qualquer coisa que seja da lavra de seu próprio filho); ela é insegura, vaidosa, invejosa e morre de medo que seu filho desenvolva talento que venha a lhe trazer prestígio superior ao dela; durante a peça ela tem um comportamento desrespeitoso, faz comentários depreciativos sobre o texto, esconde seu riso de deboche sob o leque (criação de Lee) e é, por fim, responsável pelo fracasso da apresentação. A propósito da vaidade, aliás, Nikos Psacharopoulos teve a feliz idéia de cortar da cena do croquet todo aquele monólogo idiota de Arkadina sobre estar sempre em forma, o cabelo, as roupas, e etc. Com isso, livrou-se de uma barriga que deixa a cena mais longa do que seria recomendável, e de f</span><span style="font-size: large;">alas inúteis e redundantes (erro de Michael Mayer na versão de 2018).</span><span style="font-size: large;"> Não é preciso vergastar o tema para que compreendamos que ela é uma coroa vaidosa.</span><br />
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh0y350cbwIvZWRp1SAQY7vKJo88v9tX_oc-PbTAED2ZgexUDDw_VwerARviyJt05ihcrnpfeDufsnP9TFSXac7mZVFVIv0gORemQ1PZLNC_eFwbzn-LcCuzZY-vm7zs6-rWnJT8KoYR_tr/s1600/The+Seagull+1975.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="374" data-original-width="543" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh0y350cbwIvZWRp1SAQY7vKJo88v9tX_oc-PbTAED2ZgexUDDw_VwerARviyJt05ihcrnpfeDufsnP9TFSXac7mZVFVIv0gORemQ1PZLNC_eFwbzn-LcCuzZY-vm7zs6-rWnJT8KoYR_tr/s1600/The+Seagull+1975.jpg" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i><span style="font-size: small;">"My most esteemed lady"...</span></i></td></tr>
</tbody></table>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<div style="text-align: right;">
</div>
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: right; margin-left: 1em; text-align: right;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiOhm_r7x7uquNUPyFiuF0AquV1YRSK2VmzIIEDBNQP4y3O8sGiuV_CryGJ9gvWfWRyQ7ipUFKUhxjp-qS79BIEJ7YJQxmY0xAZ_9F0OdFDNHWe7nEWsxyLLmCabSFlUpiBH5bsgo5eRcq8/s1600/The+Seagull+1975+%252856%2529.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="512" data-original-width="310" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiOhm_r7x7uquNUPyFiuF0AquV1YRSK2VmzIIEDBNQP4y3O8sGiuV_CryGJ9gvWfWRyQ7ipUFKUhxjp-qS79BIEJ7YJQxmY0xAZ_9F0OdFDNHWe7nEWsxyLLmCabSFlUpiBH5bsgo5eRcq8/s1600/The+Seagull+1975+%252856%2529.jpg" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i style="font-size: 12.8px;"><span style="font-size: small;">- You parasite!<br />- Miser!</span></i></td></tr>
</tbody></table>
<span style="font-size: large;">No 3º ato ela tem três cenas seguidas que são um retrato do verdadeiro desastre de mãe que ela é: começa com a cena em que Sorin sugere que ela compre um terno e banque uma viagem internacional ao filho. Ela demonstra outro de seus múltiplos defeitos de caráter: é avarenta. O <i>timing</i> de Lee e William Swetland (Sorin) é perfeito e na seqüência há um verdadeiro <i>tour de force</i> com Frank Langella. Nessa cena é impactante o momento em que Kostia a elogia pelos seus <i>clever fingers</i>, enquanto ela refaz seu curativo; o close em Lee revela seu mal-estar com o elogio. Quando Kostia segue na mesma linha e confessa que nos últimos dias ele a ama "<i>as fully and as tenderly as when I was a child</i>", Lee mal consegue conter seu desconforto. Ela sabe que aquele apego infantil não é saudável, mas também não move um músculo para ajudar o filho a sair daquele marasmo. Prefere ver o irmão e o filho definharem do que gastar um mísero copeque. Mas também não quer saber da fadiga que isso trará. Para piorar, a cena seguinte vai mostrá-la se arrastando vexaminosamente por Trigorin, a fim de impedir que ele consuma seu caso com Nina. Ou seja, ao invés de se preocupar em salvar o filho, que mal começou a viver e já tem uma tentativa de suicídio em seu currículo, ela está mais concentrada em manter um romance de fancaria com um homem mais jovem que evidentemente não a ama.</span><br />
<br />
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: left; margin-right: 1em; text-align: left;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgs6PxSEbUMt9IMuh9nUr9Y_OJBwORluCeIxctzdpG_K5qelxufsovVW_Ms9s9_T28mlFM3i-Azb4L9MZ8r7WilCVkj0Z1cqClZVTzOS5w-zCPMtg-_QCYh0Cuxixj2PSN7xOlyN3L7E36I/s1600/The+Seagull+1975+%25281%2529.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="460" data-original-width="393" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgs6PxSEbUMt9IMuh9nUr9Y_OJBwORluCeIxctzdpG_K5qelxufsovVW_Ms9s9_T28mlFM3i-Azb4L9MZ8r7WilCVkj0Z1cqClZVTzOS5w-zCPMtg-_QCYh0Cuxixj2PSN7xOlyN3L7E36I/s320/The+Seagull+1975+%25281%2529.jpg" width="273" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i><span style="font-size: small;">Kevin McCarthy (Trigorin) e<br />Lee Grant (Arkadina)</span></i></td></tr>
</tbody></table>
<span style="font-size: large;">Lee não tem uma voz poderosa mas usa muito bem aquilo que tem. Em cenas como a peça do 1º ato ou nas brigas com Kostia e com Trigorin, no 3º, ela compensa com grande dramaticidade aquilo que eventualmente lhe falta em voz. Seu <i>timing</i> com Langella quando os dois se agridem e ela o chama de "parasita" é sensacional. A cena tem um <i>crescendo</i> que é de arrepiar. Com Trigorin é a mesma coisa; ela sabe o que está acontecendo, está séria, e aos poucos seu rosto vai se quebrando, até se desfazer em lágrimas. Ela então se queixa aos gritos, "<i>Everybody in this house has conspired today to torment me!</i>", e "<i>Am I so old?</i>" É a deixa para iniciar um misto de chantagem emocional com a verdadeira cachoeira de bajulação com que cobre Trigorin. Arkadina sempre consegue o que quer, não importando quem será destruído no meio do caminho. É importante notar que tudo isso é crível e funciona tão bem com Lee porque do alto de seus então cinqüenta anos, ela era uma mulher extremamente atraente. Simone Signoret e James Mason são um casal insípido e inodoro, assim como Annette Benning e Corey Stoll parecem mãe e filho. Não convencem. Não há afinidade e, sobretudo, não há <i>sex appeal</i>. Lee, por outro lado, não era só bonita; ela era sensual, coquete e jovial. Sua dinâmica com Kevin McCarthy é crível. Quando estão juntos, quando se tocam, quando se abraçam, vemos um casal. Pode não haver amor. Mas há atração física e até um certo companheirismo.</span><br />
<br />
<span style="font-size: large;">Ainda sobre Lee: sua chegada, no 4º ato, depois de dois anos, é digna da grande atriz que ela é. Sua expressão é tão eloqüente, de uma ternura tão imensa que voltamos ao que foi dito há pouco: é impossível odiá-la. Mesmo quando sabemos que por trás dessa expressão doce e amorosa há uma mãe horrível, ausente e egoísta.</span><br />
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhg5D5A2wDtcBJKjw8n3-M_0vYaUZeg8u1kgHL1_JV9qimBS4mNCpD1_sIYre8kZgI49e37Mj5iH90dEeXmYt-ndZ3JreF1B3Qkmvd1UqmjkI8guBuElh_QON1KXT0JE4GqvggEoXlbarsK/s1600/The+Seagull+1975+%252859%2529.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="441" data-original-width="564" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhg5D5A2wDtcBJKjw8n3-M_0vYaUZeg8u1kgHL1_JV9qimBS4mNCpD1_sIYre8kZgI49e37Mj5iH90dEeXmYt-ndZ3JreF1B3Qkmvd1UqmjkI8guBuElh_QON1KXT0JE4GqvggEoXlbarsK/s1600/The+Seagull+1975+%252859%2529.jpg" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i><span style="font-size: small;">Kevin McCarthy (Trigorin)</span></i></td></tr>
</tbody></table>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhP9gqB4oKR-LqlTCALAonaIgG_XNmuZMBEEUPE4gbyD17ztE_il5GdniS2CyEkpBrSFQwdV9hQTtXnTR2OmM8NYXhrMmDTzPbvVaG1FANdn-0Apd7ZWXf3XoXIR4SJJgcjBQuPQNfW4fby/s1600/The+Seagull+1975+%25282%2529.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" data-original-height="460" data-original-width="425" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhP9gqB4oKR-LqlTCALAonaIgG_XNmuZMBEEUPE4gbyD17ztE_il5GdniS2CyEkpBrSFQwdV9hQTtXnTR2OmM8NYXhrMmDTzPbvVaG1FANdn-0Apd7ZWXf3XoXIR4SJJgcjBQuPQNfW4fby/s320/The+Seagull+1975+%25282%2529.jpg" width="295" /></a></div>
<span style="font-size: large;">Kevin McCarthy estava com exatos sessenta anos quando participou do <i>The Seagull</i> em Williamstown. Mas ao contrário de James Mason </span><span style="font-size: large;">—</span><span style="font-size: large;"> fora de forma, mal-ajambrado e lembrando aquele tiozinho cafona que pinta o cabelo </span><span style="font-size: large;">—</span><span style="font-size: large;"> ele continuava muito bonito e parecia ter vinte anos menos. É perfeito como par romântico de Arkadina e objeto do desejo de Nina. Podemos até questionar se ele não é bonito ou viril demais para o escritor que, embora consagrado, segue sendo o <i>boy toy</i> de uma atriz mais velha (imagem que Corey Stoll, apesar de Annette Benning, consegue passar, de vez em quando). Em suas próprias palavras, ele é "<i>limp, weak, always submissive</i>", e ainda se pergunta: "<i>Is it possible that this can appeal to a woman?</i>" (Вялый, рыхлый, всегда покорный — неужели это может нравиться женщине?) De uma forma ou de outra, ele é um excelente Trigorin e se desincumbe galhardamente de sua grande cena. Vemos aqui novamente a solaridade que acompanha Nina e a <i>vibe</i> de toda esta versão: enquanto o Trigorin de Mason é abúlico e não provoca qualquer empatia, e o de Leonid Gubanov nos leva ao sono profundo, McCarthy </span><span style="font-size: large;">—</span><span style="font-size: large;"> com a coadjuvância preciosa de Blythe Danner </span><span style="font-size: large;">—</span><span style="font-size: large;"> torna seu relato vespertino divertido e interessante.</span><br />
<br />
<span style="font-size: large;">É outra distinção positiva desta <i>Gaivota</i>: ela se atreve a ser bem-humorada. Em nenhuma outra versão veremos Nina e Trigorin se dando à liberdade de rir de algumas de suas desventuras criativas. Como já consignei em outro texto sobre Tchekhov, a tal "densidade" dos personagens tchekhovianos, o tédio ou o constante ímpeto de filosofar não significam sisudez ou chatice. É um grande erro de interpretação.</span><br />
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhmQ5FS2NzI7UoVMo72O9BO574oOpM5_WsP6x6VSB4uZGMTAWAovE71txXQZeIsOAYExBsLHGa_AauA0eQprkhsHfPgRXofz0lxImemON_mee60LCh88gxOcYaN4Z27CsXW7V1ne3YV5rDn/s1600/The+Seagull+1975.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="372" data-original-width="541" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhmQ5FS2NzI7UoVMo72O9BO574oOpM5_WsP6x6VSB4uZGMTAWAovE71txXQZeIsOAYExBsLHGa_AauA0eQprkhsHfPgRXofz0lxImemON_mee60LCh88gxOcYaN4Z27CsXW7V1ne3YV5rDn/s1600/The+Seagull+1975.jpg" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i><span style="font-size: small;">Marian Mercer (Masha)</span></i></td></tr>
</tbody></table>
<br />
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: left; margin-right: 1em; text-align: left;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgWzPm7rG0k5EwKOhRkdkUO6umkQa1YUx6opl4ECjV-6edWIWuubJ0kFPXmp4wrZohFcUX6MVJ2oWxZpPVjQad0nS6sAHOEnm9nBbkUt7ItpZ454IlbxCu-mL-YbUqFzd0K5iYEmOcKN6Dz/s1600/The+Seagull+1975+%252835%2529.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="460" data-original-width="540" height="272" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgWzPm7rG0k5EwKOhRkdkUO6umkQa1YUx6opl4ECjV-6edWIWuubJ0kFPXmp4wrZohFcUX6MVJ2oWxZpPVjQad0nS6sAHOEnm9nBbkUt7ItpZ454IlbxCu-mL-YbUqFzd0K5iYEmOcKN6Dz/s320/The+Seagull+1975+%252835%2529.jpg" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i><span style="font-size: small;">"I love Konstantin!..."</span></i></td></tr>
</tbody></table>
<span style="font-size: large;">Marian Mercer é um caso à parte. Eu adorei sua interpretação doce, meiga e amável de Masha, mas infelizmente ela se distanciou demais da personagem. Não vejo problemas em suavizar certas características, elaborar sobre outras, podar um pouco aqui e acrescentar ali, mas não há uma única centelha de alcoolismo ou de azedume em Mercer. Ela passou ao largo desse traço inarredável na composição de Masha. Ela é a bêbada mais sóbria que existe, e é docílima com Medvedenko. Quando diz o sombrio "<i>I'm in mourning for my life, I'm unhappy</i>", logo no começo, seu semblante é lhano, amoroso e cheio de bonomia. Ela é tão doce que </span><span style="font-size: large;">Medvedenko</span><span style="font-size: large;"> "cresce", de certa forma e não sentimos tanta pena dele. Sentimos pena <i>dela</i>, mas pelas razões erradas. Mercer tinha uma voz linda, um rosto expressivo e malgrado ter ido em uma direção errada, era uma boa atriz e fez um belo trabalho.</span><br />
<br />
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: right; margin-left: 1em; text-align: right;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiIFvtFmECRu0i6KbSvASL7EOmKRpAdDoWrb-reMUIspI-e3r6XN_-OBKNmBwAWtWoGqTWQ3DQUDy_RTKeQjW_eAT1ZIUtgudd1AmK3UN4N6ANNhTWMpkgJqoA3BA6a-l0VuIZzWE6UNQig/s1600/The+Seagull+1975+%25283%2529.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="433" data-original-width="378" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiIFvtFmECRu0i6KbSvASL7EOmKRpAdDoWrb-reMUIspI-e3r6XN_-OBKNmBwAWtWoGqTWQ3DQUDy_RTKeQjW_eAT1ZIUtgudd1AmK3UN4N6ANNhTWMpkgJqoA3BA6a-l0VuIZzWE6UNQig/s320/The+Seagull+1975+%25283%2529.jpg" width="279" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i><span style="font-size: small;">William Swetland (Sorin) e<br />Frank Langella (Kostia)</span></i></td></tr>
</tbody></table>
<span style="font-size: large;">William Swetland é um ótimo Sorin. Na contramão do velho barulhento e embolorado de Harry Andrews, Swetland é um Sorin amigável, divertido e que ri de seus próprios fracassos. Achei a abordagem correta. Com todas as frustrações e revezes pelos quais passou, ele gosta de estar vivo e por isso reclama que Dorn não lhe dá nenhum remédio. Também é bonita e sincera sua afeição pelo sobrinho. Seu personagem é base de uma discussão filosófica que Tchekhov propõe sobre o medo da morte; ele não conseguiu nada do que queria e justamente por isso se apega à vida que lhe resta, na esperança de um dia atingir algo; já Dorn, com sua vida intensa e cheia de realizações, é indiferente e tem um ponto de vista racional e niilista. Louis Zorich, que interpreta o médico Yevgeniy Sergeyevich Dorn, é perfeito. É maduro, tem um charme desprendido e meio desajeitado, como um galã de outra época.</span><br />
<br />
<span style="font-size: large;">Zorich era casado na vida real com Olympia Dukakis (uma ótima Polina, divertida e humilde) e realiza, junto a Frank Langella, uma das melhores cenas de toda a peça. É quando Kostia reaparece, depois de interromper a apresentação de Nina e fugir; Dorn foi o único que o aguardou, apenas para elogiá-lo. Na peça o médico faz o elogio e Kostia o abraça em silêncio, agradecido. Mas aqui há uma inovação: Kostia reage com grande emoção ao elogio de Dorn e repete algumas vezes, com a voz embargada: "<i>Thank you! Thank you... thank you!</i>", para só então abraçar o médico, efusivamente. É a cena mais comovente da peça, criada unicamente com a inserção do agradecimento, que não existe no texto original. Uma beleza.</span><br />
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj5UxprcgSpGu11itqB-vWpPh_hHxtmLYgcIGKVS65RdfInngopBamMgvehcl1pimJwFAaOozgEnMevtJ4QV1cFBOOYKAohk3zDIWJP3IEr7ouo_bjlQMl6-iAwymGMt3n7I_SQXKiUCN9a/s1600/The+Seagull+1975+%252822%2529.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="354" data-original-width="542" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj5UxprcgSpGu11itqB-vWpPh_hHxtmLYgcIGKVS65RdfInngopBamMgvehcl1pimJwFAaOozgEnMevtJ4QV1cFBOOYKAohk3zDIWJP3IEr7ouo_bjlQMl6-iAwymGMt3n7I_SQXKiUCN9a/s1600/The+Seagull+1975+%252822%2529.jpg" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i><span style="font-size: small;">Dukakis e Zorich: casados na vida real</span></i></td></tr>
</tbody></table>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgXLGSGW2i9F98KC0kwSv-fTDcG0z0VGT-DgM9HSsMSMBgDdtWGxkwvvEy-7PsnonB6wo_-obGAHn6vE43H-0F96Evxt_huQeqVCnBB1euJO8s47lxXbDf9gd0SJ4OcLkKHfuqCKsTazTb8/s1600/The+Seagull+1975+%252833%2529.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="353" data-original-width="542" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgXLGSGW2i9F98KC0kwSv-fTDcG0z0VGT-DgM9HSsMSMBgDdtWGxkwvvEy-7PsnonB6wo_-obGAHn6vE43H-0F96Evxt_huQeqVCnBB1euJO8s47lxXbDf9gd0SJ4OcLkKHfuqCKsTazTb8/s1600/The+Seagull+1975+%252833%2529.jpg" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i><span style="font-size: small;">"Thank you! Thank you... thank you!"...</span></i></td></tr>
</tbody></table>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: left; margin-right: 1em; text-align: left;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiSAbHVE7bRXleZLdYdI_OAcwO7S_W5hHj0B7xKmWqx5YwxXnIXiX0NXutaIQl0R53ovB4DyK-BIVcF3VtuJAPE5K_s4KiD_2rLh6Hn-R8tbmL1eutUbAoL6kPhq2i8BeMENGGZnhU2xQFc/s1600/Arthur+B.+Rubinstein.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="667" data-original-width="534" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiSAbHVE7bRXleZLdYdI_OAcwO7S_W5hHj0B7xKmWqx5YwxXnIXiX0NXutaIQl0R53ovB4DyK-BIVcF3VtuJAPE5K_s4KiD_2rLh6Hn-R8tbmL1eutUbAoL6kPhq2i8BeMENGGZnhU2xQFc/s320/Arthur+B.+Rubinstein.jpg" width="256" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i><span style="font-size: small;">Arthur B. Rubinstein (1938/2018):<br />mestre compositor</span></i></td></tr>
</tbody></table>
<span style="font-size: large;">Para terminar, valem dois registros: Shamrayev é um personagem quadrado que não permite maiores vôos. Todos os atores que o interpretaram nestas versões fizeram um bom trabalho. Mas George Ede é meu favorito. Ele valoriza e dá real humor às bobagens ditas pelo caseiro bronco de Sorin. E segundo, acredito que um dos maiores trunfos desta montagem televisiva </span><span style="font-size: large;">—</span><span style="font-size: large;"> senão o maior </span><span style="font-size: large;">—</span><span style="font-size: large;"> é a maravilhosa trilha sonora composta pelo norte-americano Arthur B. Rubinstein. É raríssimo haver acompanhamento musical original em peças filmadas para a televisão, e ainda mais raro que o trabalho seja tão perfeito em sua simplicidade e tão certeiro no entrosamento com as falas, as cenas e as situações. Falas individuais ou cenas inteiras crescem em dramaticidade, em leveza ou em puro encantamento com os interlúdios musicais. O tema principal é tocado com acordeon e flauta no início, mas sua versão no encerramento, com xilofone e violino, é preciosa. A composição de Rubinstein é uma pérola. Ele era um grande compositor de trilhas para cinema e TV e morreu este ano, aos 80 anos.</span><br />
<br />
<span style="font-size: large;">O elenco </span><span style="font-size: large;">desta <i>Gaivota</i> é bastante longevo. Frank Langella está com 80 anos, Blythe Danner está com 75, Olympia Dukakis está com 87, Ge</span><span style="font-size: large;">orge Ede também está com 87 e David Clennon está com 75 anos. William Swetland morreu em 2003 aos 90 anos. Kevin McCarthy morreu em 2010 aos 96 anos. Marian Mercer morreu em 2011 aos 75 anos, e Louis Zorich morreu em janeiro deste ano aos 93 anos.</span><br />
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEij7I3BC-noWXVnRGIS5YgHiR_nVtZonfHoKBAXm0NZOj3ZJFTd4NnxrA240PshlkE5gTvbBs-zXgX4qHX4CLKPj9Is7sH61vfFS3PGyP6UeftQTkrDw5wD5AgyhIeMLNChit0yYS8g713u/s1600/seagull.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" data-original-height="1600" data-original-width="1080" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEij7I3BC-noWXVnRGIS5YgHiR_nVtZonfHoKBAXm0NZOj3ZJFTd4NnxrA240PshlkE5gTvbBs-zXgX4qHX4CLKPj9Is7sH61vfFS3PGyP6UeftQTkrDw5wD5AgyhIeMLNChit0yYS8g713u/s400/seagull.jpg" width="270" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<div style="text-align: center;">
<span style="color: red; font-size: large;"><b><u>THE SEAGULL (2018)</u></b></span></div>
<br />
<span style="font-size: large;">Em 2015 se
iniciou a filmagem de uma nova versão cinematográfica de “A Gaivota”. Só que
enquanto a de 1969 trouxe Sidney Lumet e Moura Budberg como dupla criativa,
este projeto ficou a cargo de dois novatos: Michael Mayer (direção) e Stephen
Karam (roteiro). À primeira vista o elenco agrada. Saoirse Ronan (Nina) vinha de
fazer <i>Brooklyn</i>, sucesso considerável
de crítica que lhe rendeu uma indicação ao Oscar; Corey Stoll (Trigorin) vivia
o sucesso das primeiras temporadas de <i>House
of Cards</i>; Elisabeth Moss (Masha) ainda não tivera o <i>big break</i> de <i>The Handmaid’s
Tale</i> mas era conhecida no meio televisivo por sua participação na série <i>Mad Men</i>, além de já impressionar com sua expressão permanente de esquizofrênica; Annette
Bening (Arkadina) acabava de fazer uma ponta no ótimo e injustamente ignorado <i>Danny Collins</i>, com Al Pacino; Brian
Dennehy (Sorin) é um talento conhecido e consumado; Mare Winningham (Polina) é
um talento bissexto; e me foge inteiramente a razão pela qual teriam sido
chamadas pessoas como Jon Tenney (Dorn) e Billy Howle (Konstantin). Juntando
tudo e todos, o resultado é bem ruim. O roteirista — um dramaturgo sem
qualquer peça conhecida — comete o mais primário dos erros de um novato: tem a
pretensão de querer inventar em cima de uma obra-prima.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhRzFvoSLaC6nxtM-4OtLv3fVSLZfJ-q3Km4JKkQoXeOXYfNfoK88Wvl7j9alw2scs-Pq17Io-sqQOOn6b97BgeyRmKE9XUmnCbE60ptwtpeIcnHT-lIfbaPA6U5RcObeKVNMxigNQOyRKN/s1600/seagull+2018+%252811%2529.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="411" data-original-width="559" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhRzFvoSLaC6nxtM-4OtLv3fVSLZfJ-q3Km4JKkQoXeOXYfNfoK88Wvl7j9alw2scs-Pq17Io-sqQOOn6b97BgeyRmKE9XUmnCbE60ptwtpeIcnHT-lIfbaPA6U5RcObeKVNMxigNQOyRKN/s1600/seagull+2018+%252811%2529.jpg" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i><span style="font-size: small;">Saoirse Ronan em uma das primeiras fotos promocionais de "The Seagull"</span></i></td></tr>
</tbody></table>
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: left; margin-right: 1em; text-align: left;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg6qM4zL88diQfETPZUgaNOzlnxllR_97pANNmFVntdIbsOvXUQ2r8iAELR-5KGHX9pKjLVEvPIUNrlhjWMfKvrROrQB4XB2NNvelXEYCeoTp4hP-P37_6urphrkIOasNOBbtyHh4HBevVf/s1600/bening-seagull-mayer.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="799" data-original-width="1197" height="213" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg6qM4zL88diQfETPZUgaNOzlnxllR_97pANNmFVntdIbsOvXUQ2r8iAELR-5KGHX9pKjLVEvPIUNrlhjWMfKvrROrQB4XB2NNvelXEYCeoTp4hP-P37_6urphrkIOasNOBbtyHh4HBevVf/s320/bening-seagull-mayer.jpg" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i><span style="font-size: small;">Corey Stoll, Annette Benning e o diretor<br />Michael Mayer</span></i></td></tr>
</tbody></table>
<span style="font-size: large;">O filme já
começa com um <i>flashforward</i>
completamente idiota e desnecessário. Depois veremos praticamente todos os
diálogos sendo cortados, inclusive alguns que são essenciais para a compreensão
dos personagens, como a conversa de Masha e Medvedenko ou a de Kostia e seu
tio, antes da peça ser encenada. Dorn nem sequer menciona seu principal mote,
que é a oferta constante das “gotas valerianas”, calmante natural feito à base de uma erva — que segundo as
memórias de Stanislavsky era coisa que o próprio Tchekhov costumava fazer, já
que antes de ser dramaturgo se formara em medicina — provável indicativo de que
sua clientela se deveria muito mais ao charme e ao sucesso com as mulheres do
que à competência na profissão. A vítima número um, entretanto, é Trigorin. A
cena entre ele e Nina é picotada e entrecortada de interlúdios bobos mostrando
o ciúme de Kostia.</span><br />
<br />
<span style="font-size: large;">A conversa do escritor e sua jovem admiradora — uma pérola de
Tchekhov, onde ele descreve com humor, brilho e inteligência a vida difícil,
cruel e ao mesmo tempo empolgante e gratificante de um escritor consagrado, em
contraponto à idéia edulcorada e fantasiosa que a jovem tem da profissão e de
suas supostas recompensas — é completamente podada e o que fica é superficial e
sem graça. </span><span style="font-size: large;">Parece haver uma preocupação muito maior no enquadramento inútil do
rosto dos dois personagens (olhando para a câmera, como se estivessem se
encarando) do que no extraordinário conteúdo humano e intelectual do que está
sendo dito.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhnFwkSoRAaadRHU56RCeyKj3C3Zl4r8ZDw9WiMrqwM1EwipNg90UykieW1RCcHXj5JbjlahO8rabgDRkCxZ7wFa8Obz-hirUUqc9r0sxglTkf7wfl3xv0lzjV2mrrkaf_qwFrQl4Q7U-_P/s1600/corey.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="468" data-original-width="557" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhnFwkSoRAaadRHU56RCeyKj3C3Zl4r8ZDw9WiMrqwM1EwipNg90UykieW1RCcHXj5JbjlahO8rabgDRkCxZ7wFa8Obz-hirUUqc9r0sxglTkf7wfl3xv0lzjV2mrrkaf_qwFrQl4Q7U-_P/s1600/corey.jpg" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i style="font-size: 12.8px;"><span style="font-size: small;">Olhando para a câmera como se estivessem olhando um para o outro.<br />Não é exatamente a invenção da roda</span></i></td></tr>
</tbody></table>
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: right; margin-left: 1em; text-align: right;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEga8h0RPDg5YziI-r0ezEvCycmt3BMwui4y6dUcKofrJIwZudZA6V6R4fXB-CmF_SuReYTua_p1xn7V_xh5V5y4_izXZsZzTjdQDkfPXhb_9eC6R2x30ichZ8PWG2J3FERtKem6dk_CKsxG/s1600/seagull+2018+%252816%2529.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1001" data-original-width="1110" height="288" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEga8h0RPDg5YziI-r0ezEvCycmt3BMwui4y6dUcKofrJIwZudZA6V6R4fXB-CmF_SuReYTua_p1xn7V_xh5V5y4_izXZsZzTjdQDkfPXhb_9eC6R2x30ichZ8PWG2J3FERtKem6dk_CKsxG/s320/seagull+2018+%252816%2529.jpg" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i><span style="font-size: small;">Saoirse Ronan (Nina) e Corey Stoll (Trigorin)</span></i></td></tr>
</tbody></table>
<span style="font-size: large;">Não se fala
das angústias e da insegurança de Trigorin, de sua derrota eterna para Tolstoi
e Turgueniev, e Nina é mantida em um patamar de tietagem pura e simples, como
se ela só pensasse em fama e não visse o processo criativo como uma coisa divina
e transcendental. Ao invés disso, o roteirista lança mão de coisa ainda pior:
ele inventa falas. No texto de Tchekhov, Trigorin demonstra enfado quando Nina
lhe despeja hipérboles de admiração. Quando ela lhe diz, entre outras coisas,
que sua vida é linda, o escritor dispara, mas logo volta atrás: “O que há de
tão bonito nela? (olha o relógio) Eu tenho que escrever, agora. Desculpe, eu
não tenho tempo... (ri) Você, como dizem, pisou no meu calo favorito e agora estou
começando a ficar ansioso e um pouco irritado. Entretanto, vamos conversar.
Vamos conversar sobre minha vida linda e brilhante... bem, onde começamos?” (Что
же в ней особенно хорошего? (Смотрит на часы.) Я должен сейчас идти и писать.
Извините, мне некогда... (Смеется.) Вы, как говорится, наступили на мою самую
любимую мозоль, и вот я начинаю волноваться и немного сердиться. Впрочем,
давайте говорить. Будем говорить о моей прекрасной, светлой жизни... Ну-с, с
чего начнем?)</span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: left; margin-right: 1em; text-align: left;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgmlUBhqOFD12GBzflFBgXQSmIOKlSxJAy68GLsXUvdupmv-TE5eIBpaNMk_IepKcGMdMvs_kYXF_fTiMQ06tcTgJo4KrlSVG2Q-nJSrINEpv-9ZnxGh_vf99fMYcbnF5BGKFDJS5IisUWe/s1600/seagull+2018+%252812%2529.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="684" data-original-width="437" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgmlUBhqOFD12GBzflFBgXQSmIOKlSxJAy68GLsXUvdupmv-TE5eIBpaNMk_IepKcGMdMvs_kYXF_fTiMQ06tcTgJo4KrlSVG2Q-nJSrINEpv-9ZnxGh_vf99fMYcbnF5BGKFDJS5IisUWe/s400/seagull+2018+%252812%2529.jpg" width="255" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i><span style="font-size: small;">Saoirse Ronan (Nina)</span></i></td></tr>
</tbody></table>
<span style="font-size: large;">No filme, a conversa
vira uma bagunça com a ordem toda trocada e em meio a qualquer elogio de Nina,
ele a chama de “ingênua”: “<i>To me you
sound a bit naive</i>”, ao que ela responde, irritada: “<i>Well, to me you sound jaded and pompous!</i>” (“Pois para mim você
parece entediado e metido!”). Ela se levanta e vai embora e ele vai atrás dela
e continuam conversando. Ridículo. Uma invenção infeliz e incoerente. Desde antes da peça de Kostia, Nina já deixa claro que Arkadina, uma atriz famosa, não lhe provoca qualquer
nervosismo, e que seu verdadeiro medo é interpretar para Trigorin, por quem ela
tem verdadeira veneração intelectual e um fascínio incontrolável pelo que ela
imagina ser o estilo de vida de um escritor consagrado. Na cena da gaivota
morta Tchekhov põe nos lábios de Konstantin a fala mais perfeita que existe
para descrever o ciúme, o ressentimento, a baixa auto-estima, a derrota e,
acima de tudo, a certeza de não ter sobre Nina o efeito que Trigorin consegue
provocar sem ter sequer ciência disso. É quando Kostia e Nina vêem o escritor de
longe. Ao reparar a reação de Nina ele diz: “Esse sol nem sequer se aproximou
de você e você já está sorrindo, com os olhos derretidos em seus raios. Eu não
vou incomodá-la”. (Это солнце еще не подошло к вам, а вы уже улыбаетесь, взгляд
ваш растаял в его лучах. Не стану мешать вам.) Karam teve a audácia de cortar
essa fala.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: right; margin-left: 1em; text-align: right;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgysJX7sFb60Gu60VhHl2ePOooK7uyDlENvOJaoxGKAdZy9cj_hjVyCF52hKHxX_tj_8l8r6nMxES-FcnznUrp529eWyXn_9A-V0HKHjzrWo-qkKNaknfxvwvByYEM8wbuRcac3xm0FqYKR/s1600/seagull+2018+%25289%2529.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1280" data-original-width="852" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgysJX7sFb60Gu60VhHl2ePOooK7uyDlENvOJaoxGKAdZy9cj_hjVyCF52hKHxX_tj_8l8r6nMxES-FcnznUrp529eWyXn_9A-V0HKHjzrWo-qkKNaknfxvwvByYEM8wbuRcac3xm0FqYKR/s400/seagull+2018+%25289%2529.jpg" width="266" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i><span style="font-size: small;">Elizabeth Moss (Masha): uma sufragista</span></i><br />
<i><span style="font-size: small;">mais </span></i><i style="font-size: 12.8px;"><span style="font-size: small;">óbvia e menos estilizada que</span></i><br />
<i><span style="font-size: small;">Irina Miroshnichenko</span></i></td></tr>
</tbody></table>
<span style="font-size: large;">O fascínio
de Nina depois vira paixão, amor, e por fim, uma obsessão completamente
doentia. Durante a conversa com Trigorin ela afirma que “sua cabeça está
girando” (Голова кружится... Уф!...). É uma piada de mau gosto achar que ela
seria mimada e grosseira com uma pessoa que possui esse tipo de ascendência
sobre ela.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-size: large;">Já no caso
de Masha, no 4º ato ela repete a Polina o que já dissera a Trigorin: há que
arrancar o amor pela raiz. Está se referindo a Kostia, evidentemente, tanto é
que logo em seguida ainda se lamenta com a mãe, dizendo que só o que precisa é
não vê-lo todos os dias, e que tudo seria melhor se eles obtivessem, de uma
vez, a transferência de “meu Semyon” (моему Семену, em raríssimo comentário
carinhoso obre o marido) para outra cidade. Pois o diretor inventou de Masha
repetir a fala olhando para Medvedenko, como se fosse o amor dele que devesse
ser arrancado. Errado.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-size: large;">Por outro lado,
não deixa de ser divertida a cena de Arkadina sendo coagida a cantar “Olhos Negros”
(Очи чёрные), deixando a descoberto seu ciúme de Nina (embora funcionasse
melhor se ela tivesse cantado em russo, na tentativa de dar ao filme pelo menos
uma sombra de autenticidade). O mesmo se pode dizer sobre o viés dado ao
personagem de Sorin, que ao contrário de sua têmpera mansa e adoentada torna-se
um crítico ferrenho da avareza de sua irmã. Não é tchekhoviano, mas é divertido. É também bonita a composição cinematográfica do barco que desliza pelo lago calmo e
ensolarado com Trigorin e Nina, ao som do Étude Op. 2, de Alexander Scriabin; e por fim, funcionou bem que a cena final combinasse a expressão de torpor de Arkadina com a narração em <i>off</i> do monólogo de Nina, na peça malfadada de Kostia. Por aí se vê que quando inventam <i>junto</i> ao texto e não <i>além</i> do texto, diretor e roteirista se dão melhor.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi40UC4TvqIel7h33JOMy1VzcokSRybR-YtcbqipJl6dLhzgtF51hEHIlqTIAkS_V_pzZNGglxKtnN2CxcMAP8KHN79DvlwZztsDQuqIFiWef4yGNp6NSy87hzui51lkAhfXTtbAC7j-S5p/s1600/seagull+2018+%252819%2529.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="332" data-original-width="558" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi40UC4TvqIel7h33JOMy1VzcokSRybR-YtcbqipJl6dLhzgtF51hEHIlqTIAkS_V_pzZNGglxKtnN2CxcMAP8KHN79DvlwZztsDQuqIFiWef4yGNp6NSy87hzui51lkAhfXTtbAC7j-S5p/s1600/seagull+2018+%252819%2529.jpg" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i><span style="font-size: small;">No lago, ao som de Scriabin</span></i></td></tr>
</tbody></table>
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<div style="text-align: left;">
</div>
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: left; margin-right: 1em; text-align: left;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjbcXC26qS16A1uKVRgXlOavalOWYw2XJkHXKfDmR_7apzxJwbPZzECe6nJ1NfKADt01t9FmRNNv8LhZ_LIuxxrPuwUqD9qsGSpaprMzVYTcRLabaSaDXTAH-ppA233m-oQXPiwbfsUOMoG/s1600/seagull+2018+%252817%2529.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="360" data-original-width="503" height="229" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjbcXC26qS16A1uKVRgXlOavalOWYw2XJkHXKfDmR_7apzxJwbPZzECe6nJ1NfKADt01t9FmRNNv8LhZ_LIuxxrPuwUqD9qsGSpaprMzVYTcRLabaSaDXTAH-ppA233m-oQXPiwbfsUOMoG/s320/seagull+2018+%252817%2529.jpg" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i><span style="font-size: small;">Saoirse Ronan: uma mulher e seu sorriso</span></i></td></tr>
</tbody></table>
<span style="font-size: large;">O elenco
sofre pelas indicações equivocadas de roteiro e direção. Saoirse Ronan ilumina cada
quadro do filme com seu sorriso, mas sua Nina é ainda mais rasa do que o lago
da propriedade de Sorin. Ela é uma menina mimada e bobalhona e sua cena final não
comove ninguém. Corey Stoll tem uma performance mais contemporânea do que seria
desejável mas não compromete, considerando que seu papel foi pulverizado por
Karam. Annette Benning faz o papel de maneira competente, mas não memorável. Ela continua sendo uma mulher bonita mas falta-lhe
talvez o carisma de Simone Signoret ou a latente energia sexual de Lee Grant. Sua
relação com Stoll não convence, a cena em que ela se humilha para que ele não fique mais um dia está toda cortada e não tem graça, e em sua interação com o filho ela é apenas a mãe
chata e manipuladora, e não se sobressai a profunda mesquinhez de sua alma.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhOsMfh0pXl6RsEb630RFzB2CmL-veZnldyjNZy1O1nHti4LPg51BgGlA0S7gQYbx4rxlSlUSfmjD68V1FGRCVFpE41MuD2dIueTZ440ZQgEDbYb6BS01mhYzZLgqGmxsuO4B851gtO-_oo/s1600/seagull+2018+%252822%2529.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="831" data-original-width="515" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhOsMfh0pXl6RsEb630RFzB2CmL-veZnldyjNZy1O1nHti4LPg51BgGlA0S7gQYbx4rxlSlUSfmjD68V1FGRCVFpE41MuD2dIueTZ440ZQgEDbYb6BS01mhYzZLgqGmxsuO4B851gtO-_oo/s1600/seagull+2018+%252822%2529.jpg" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i><span style="font-size: small;">Annette Benning (Arkadina), Elizabeth Moss (Masha), Mare Winningham (Polina),<br />Brian Dennehi (Sorin), Jon Tenney (Dorn) e Michael Zegen (Medvedenko)</span></i></td></tr>
</tbody></table>
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: right; margin-left: 1em; text-align: right;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhE71oww0sVeuvxSeX075pNKSpvscWnRpRmAIDlcyBxUp7pMUYuF8qf0E3CrBY6VWNQrVys6rZiCnNn4mr2adsklbTNx9VSW2iPF3QEqt2GZ0rJPOp4k1mKu1Di_bpHQ9dwCJzFZ7va-NwX/s1600/Seagull+Billy+Howle.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="420" data-original-width="401" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhE71oww0sVeuvxSeX075pNKSpvscWnRpRmAIDlcyBxUp7pMUYuF8qf0E3CrBY6VWNQrVys6rZiCnNn4mr2adsklbTNx9VSW2iPF3QEqt2GZ0rJPOp4k1mKu1Di_bpHQ9dwCJzFZ7va-NwX/s320/Seagull+Billy+Howle.jpg" width="305" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i><span style="font-size: small;">Billy Howle: Não.</span></i></td></tr>
</tbody></table>
<span style="font-size: large;">Elisabeth
Moss está completamente over. Ressuscitou o <i>canotier</i> de Irina Miroshnichenko mas não passa de uma bêbada desagradável e ranheta. Sua interpretação consiste em caretas, sorrisos psicóticos e choros de mentira, sem qualquer sentimento real, sobretudo porque ninguém acreditaria
que ela está perdidamente apaixonada e se consumindo por um sensaborão ridículo como o Konstantin
de Billy Howle. Não conheço outros trabalhos desse rapaz, mas sua performance
nesse filme é péssima. Tinha três ou quatro participações em televisão
quando o chamaram para um papel celebrizado por craques extraordinários como
David Warner e Frank Langella. Um grande erro. A choradeira incessante de Mare
Winningham acaba distraindo o público do foco, que seria seu romance frustrado
com o Dorn de Jon Tenney. Como o papel do médico também foi estupidamente esvaziado,
ambos sobram e não deixam qualquer recordação. Outro que some é o Medvedenko de Michael Zegen. </span><span style="font-size: large;">Resta o Sorin de Brian Dennehy,
que é muito bom e talvez a melhor performance do elenco.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-size: large;">O filme vem
sendo lançado mundialmente</span><span style="font-size: large;"> </span><span style="font-size: large;">partir de
abril deste ano. Ainda não chegou ao Brasil.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-size: large;"><br /></span>
<span style="font-size: large;">____</span><span style="font-size: large;">____</span><span style="font-size: large;">____</span><span style="font-size: large;">____</span><span style="font-size: large;">____</span><span style="font-size: large;">____</span><span style="font-size: large;">____</span><span style="font-size: large;">____</span><span style="font-size: large;">____</span><span style="font-size: large;">____</span><span style="font-size: large;">__</span><br />
<br />
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: left; margin-right: 1em; text-align: left;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhq9KtzKEAlpTqT6pnInatUB7M6s9sk9k27Lyb5pnWz0n7FRFBLyjsHMp08KtIRZFpST9sJuu8AbP7qSTDRM2oHm90VPK8Mtj2EiC8djgWA1bpJ_3J5X7RU6qHbJswtTNNw4ZVDW6mxmfva/s1600/mayara+magri.png" imageanchor="1" style="clear: left; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="736" data-original-width="1050" height="280" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhq9KtzKEAlpTqT6pnInatUB7M6s9sk9k27Lyb5pnWz0n7FRFBLyjsHMp08KtIRZFpST9sJuu8AbP7qSTDRM2oHm90VPK8Mtj2EiC8djgWA1bpJ_3J5X7RU6qHbJswtTNNw4ZVDW6mxmfva/s400/mayara+magri.png" width="400" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i><span style="font-size: small;">No camarim de A Gaivota, com Regina Oliveira<br />e Mayara Magri</span></i></td></tr>
</tbody></table>
<span style="font-size: large;">Em 1994 tive meu primeiro contato com a peça assistindo a montagem dirigida pelo competente Francisco Medeiros, que utilizou a tradução de Tatiana Belinky. Foi no porão do Centro Cultural da Vergueiro e tenho várias recordações. Sobretudo de Mayara Magri, excelente como Nina, Walderez de Barros, uma ótima Arkadina e, sobretudo, a Masha de Maria Letícia, uma atriz brilhante que infelizmente não tenho visto, ultimamente. Do elenco masculino lembro-me que o Kostia de Marco Ricca (produtor da peça) me pareceu talvez mais agressivo e menos vulnerável do que do que seria ideal, e Genésio de Barros não esteve à altura de Trigorin. Mas a impressão geral deixada pelo espetáculo foi bastante positiva. </span><span style="font-size: large;">Anos depois, em 1998, cometi o crime de perder Fernandona e sua filha repetindo Vanessa Redgrave e Natasha Richardson na dobradinha Arkadina/Nina para o Kostia de Matheus Nachtergaele e o Shamrayev de Abujamra. Imperdoável.</span><br />
<span style="font-size: large;">____</span><span style="font-size: large;">____</span><span style="font-size: large;">____</span><span style="font-size: large;">____</span><span style="font-size: large;">____</span><span style="font-size: large;">____</span><span style="font-size: large;">____</span><span style="font-size: large;">____</span><span style="font-size: large;">____</span><span style="font-size: large;">____</span><span style="font-size: large;">__</span><br />
<span style="font-size: large;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-size: large;"><br /></span>
<span style="font-size: medium;"><b><u>Bibliografia:</u></b></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<br />
Agradecimento especial à Larissa Maragno e Tom Anderson<br />
<br />
<ul>
<li>O site <a href="http://chehov.niv.ru/" target="_blank">Антон Павлович Чехов</a> tem um material de arquivo extraordinário, incluindo grande parte de sua correspondência e documentação copiosa sobre as diversas montagens de suas peças.</li>
<li>O site <a href="http://teatr-lib.ru/Library/MAT_v_kritike/MAT_v_kritike_1898-1905/" target="_blank">Театральная библиотека Сергеева</a> é uma vasta biblioteca virtual que traz, transcritos na íntegra, artigos sobre as montagens de inúmeras temporadas do MXAT, desde a primeira.</li>
<li>O site <a href="https://ilibrary.ru/" target="_blank">Интернет-библиотека Алексея Комарова</a> é de onde vem o texto original de <i>A Gaivota</i> utilizado por mim neste artigo.</li>
</ul>
</div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<ul>
<li>CATLING, Jo. <i><a href="https://books.google.com.br/books?id=oaWlLtAwn3cC&pg=PA343" target="_blank">A History of Women's Writing in Germany, Austria and Switzerland</a></i>. Melbourne, Cambridge, 2000.</li>
<li>HERCHER, Jutta & outros.<i> <a href="https://books.google.com.br/books?id=Qhra5b24d4EC&pg=RA3-PT51" target="_blank">Chekhov on Theatre</a></i>. New York, Opus, 2013.</li>
<li>WORRALL, Nick. <i><a href="https://books.google.com.br/books?id=KsuHAgAAQBAJ&pg=PA102" target="_blank">The Moscow Art Theatre</a></i>. New York, Routledge, 1996.</li>
</ul>
<ul>
<li><a href="http://chehov.niv.ru/chehov/letters/1897-1898/letter-2476.htm" target="_blank">http://chehov.niv.ru/chehov/letters/1897-1898/letter-2476.htm</a></li>
<li><a href="http://chehov.niv.ru/chehov/letters/1897-1898/letter-2528.htm" target="_blank">http://chehov.niv.ru/chehov/letters/1897-1898/letter-2528.htm</a></li>
<li><a href="http://chehov.niv.ru/chehov/letters/1897-1898/letter-2530.htm" target="_blank">http://chehov.niv.ru/chehov/letters/1897-1898/letter-2530.htm</a></li>
<li><a href="http://chehov.niv.ru/chehov/letters/1897-1898/letter-2540.htm" target="_blank">http://chehov.niv.ru/chehov/letters/1897-1898/letter-2540.htm</a></li>
<li><a href="http://chehov.niv.ru/chehov/letters/1899/letter-2565.htm" target="_blank">http://chehov.niv.ru/chehov/letters/1899/letter-2565.htm</a></li>
<li><a href="http://chehov.niv.ru/chehov/text/chajka-primechaniya.htm" target="_blank">http://chehov.niv.ru/chehov/text/chajka-primechaniya.htm</a></li>
<li><a href="https://en.wikipedia.org/wiki/Konstantin_Stanislavski" target="_blank">https://en.wikipedia.org/wiki/Konstantin_Stanislavski</a></li>
<li><a href="https://en.wikipedia.org/wiki/Maria_Roksanova" target="_blank">https://en.wikipedia.org/wiki/Maria_Roksanova</a></li>
<li><a href="https://en.wikipedia.org/wiki/Moscow_Art_Theatre_production_of_The_Seagull" target="_blank">https://en.wikipedia.org/wiki/Moscow_Art_Theatre_production_of_The_Seagull</a></li>
<li><a href="https://en.wikipedia.org/wiki/Olga_Knipper" target="_blank">https://en.wikipedia.org/wiki/Olga_Knipper</a></li>
<li><a href="https://en.wikipedia.org/wiki/Vsevolod_Meyerhold" target="_blank">https://en.wikipedia.org/wiki/Vsevolod_Meyerhold</a></li>
<li><a href="http://flibusta.site/b/377051/read" target="_blank">http://flibusta.site/b/377051/read</a></li>
<li><a href="https://ilibrary.ru/text/971/index.html" target="_blank">https://ilibrary.ru/text/971/index.html</a></li>
<li><a href="https://kristina-lenora.livejournal.com/9285.html" target="_blank">https://kristina-lenora.livejournal.com/9285.html</a></li>
<li><a href="http://meyerhold-rgali.ru/articles/1" target="_blank">http://meyerhold-rgali.ru/articles/1</a></li>
<li><a href="https://miroshnichenko.livejournal.com/50387.html" target="_blank">https://miroshnichenko.livejournal.com/50387.html</a></li>
<li><a href="https://miroshnichenko.livejournal.com/94182.html" target="_blank">https://miroshnichenko.livejournal.com/94182.html</a></li>
<li><a href="https://miroshnichenko.livejournal.com/10674.html" target="_blank">https://miroshnichenko.livejournal.com/10674.html</a></li>
<li><a href="https://miroshnichenko.livejournal.com/114687.html" target="_blank">https://miroshnichenko.livejournal.com/114687.html</a></li>
<li><a href="http://mxat.ru/history/persons/nikolaeva-grigoryeva/" target="_blank">http://mxat.ru/history/persons/nikolaeva-grigoryeva/</a></li>
<li><a href="https://ru.wikipedia.org/wiki/%D0%9D%D0%B5%D0%BA%D1%80%D0%B0%D1%81%D0%BE%D0%B2,_%D0%9D%D0%B8%D0%BA%D0%BE%D0%BB%D0%B0%D0%B9_%D0%90%D0%BB%D0%B5%D0%BA%D1%81%D0%B5%D0%B5%D0%B2%D0%B8%D1%87" target="_blank">https://ru.wikipedia.org/wiki/Некрасов,_Николай_Алексеевич</a></li>
<li><a href="https://ru.wikipedia.org/wiki/%D0%9E%D0%B1%D1%89%D0%B5%D1%81%D1%82%D0%B2%D0%BE_%D0%B8%D1%81%D0%BA%D1%83%D1%81%D1%81%D1%82%D0%B2%D0%B0_%D0%B8_%D0%BB%D0%B8%D1%82%D0%B5%D1%80%D0%B0%D1%82%D1%83%D1%80%D1%8B" target="_blank">https://ru.wikipedia.org/wiki/Общество_искусства_и_литературы</a></li>
<li><a href="https://ru.wikipedia.org/wiki/%D0%A1%D0%BF%D0%B5%D0%BA%D1%82%D0%B0%D0%BA%D0%BB%D0%B8_%D0%9C%D0%BE%D1%81%D0%BA%D0%BE%D0%B2%D1%81%D0%BA%D0%BE%D0%B3%D0%BE_%D0%A5%D1%83%D0%B4%D0%BE%D0%B6%D0%B5%D1%81%D1%82%D0%B2%D0%B5%D0%BD%D0%BD%D0%BE%D0%B3%D0%BE_%D1%82%D0%B5%D0%B0%D1%82%D1%80%D0%B0" target="_blank">https://ru.wikipedia.org/wiki/Спектакли_Московского_Художественного_театра</a></li>
<li><a href="https://ru.wikipedia.org/wiki/%D0%A2%D0%B5%D0%B0%D1%82%D1%80_%D0%A1%D1%83%D0%B2%D0%BE%D1%80%D0%B8%D0%BD%D0%B0" target="_blank">https://ru.wikipedia.org/wiki/Театр_Суворина</a></li>
<li><a href="https://ru.wikipedia.org/wiki/%D0%A2%D0%BE%D0%BB%D1%81%D1%82%D0%BE%D0%B9,_%D0%90%D0%BB%D0%B5%D0%BA%D1%81%D0%B5%D0%B9_%D0%9A%D0%BE%D0%BD%D1%81%D1%82%D0%B0%D0%BD%D1%82%D0%B8%D0%BD%D0%BE%D0%B2%D0%B8%D1%87" target="_blank">https://ru.wikipedia.org/wiki/Толстой,_Алексей_Константинович</a></li>
<li><a href="https://ru.wikipedia.org/wiki/%D0%A6%D0%B0%D1%80%D1%8C_%D0%A4%D1%91%D0%B4%D0%BE%D1%80_%D0%98%D0%BE%D0%B0%D0%BD%D0%BD%D0%BE%D0%B2%D0%B8%D1%87_(%D0%BF%D1%8C%D0%B5%D1%81%D0%B0)" target="_blank">https://ru.wikipedia.org/wiki/Царь_Фёдор_Иоаннович_(пьеса)</a></li>
<li><a href="https://ru.wikipedia.org/wiki/%D0%A7%D0%B0%D0%B9%D0%BA%D0%B0_(%D0%BF%D1%8C%D0%B5%D1%81%D0%B0_%D0%A7%D0%B5%D1%85%D0%BE%D0%B2%D0%B0)" target="_blank">https://ru.wikipedia.org/wiki/Чайка_(пьеса_Чехова)</a></li>
<li><a href="https://ru.wikipedia.org/wiki/%D0%A7%D0%B5%D1%85%D0%BE%D0%B2,_%D0%90%D0%BD%D1%82%D0%BE%D0%BD_%D0%9F%D0%B0%D0%B2%D0%BB%D0%BE%D0%B2%D0%B8%D1%87" target="_blank">https://ru.wikipedia.org/wiki/Чехов,_Антон_Павлович</a></li>
<li><a href="https://ru.wikisource.org/wiki/%D0%AF_%D0%B2%D0%BD%D0%BE%D0%B2%D1%8C_%D0%BF%D1%80%D0%B5%D0%B4_%D1%82%D0%BE%D0%B1%D0%BE%D1%8E_%D1%81%D1%82%D0%BE%D1%8E_%D0%BE%D1%87%D0%B0%D1%80%D0%BE%D0%B2%D0%B0%D0%BD" target="_blank">https://ru.wikisource.org/wiki/Я_вновь_пред_тобою_стою_очарован</a></li>
<li><a href="https://ru.wikisource.org/wiki/%D0%92%D0%B0%D1%81%D0%B8%D0%BB%D0%B8%D0%B9_%D0%98%D0%B2%D0%B0%D0%BD%D0%BE%D0%B2%D0%B8%D1%87_%D0%9A%D1%80%D0%B0%D1%81%D0%BE%D0%B2" target="_blank">https://ru.wikisource.org/wiki/Василий_Иванович_Красов</a></li>
<li><a href="https://russiainphoto.ru/exhibitions/645/#10" target="_blank">https://russiainphoto.ru/exhibitions/645/#10</a></li>
<li><a href="https://russiainphoto.ru/photos/219366/" target="_blank">https://russiainphoto.ru/photos/219366/</a></li>
<li><a href="http://seagull.ifmo.ru/spectacle" target="_blank">http://seagull.ifmo.ru/spectacle</a></li>
<li><a href="https://stihiolubvi.ru/nekrasov-nikolai/ne-govori-chto-molodost-sgubila.html" target="_blank">https://stihiolubvi.ru/nekrasov-nikolai/ne-govori-chto-molodost-sgubila.html</a></li>
<li><a href="http://teatr-lib.ru/Library/MAT_v_kritike/MAT_v_kritike_1898-1905/" target="_blank">http://teatr-lib.ru/Library/MAT_v_kritike/MAT_v_kritike_1898-1905/</a></li>
<li><a href="https://tvkultura.ru/brand/show/brand_id/31393/" target="_blank">https://tvkultura.ru/brand/show/brand_id/31393/</a></li>
<li><a href="https://wtfestival.org/main-events/sea-gull-the-3/" target="_blank">https://wtfestival.org/main-events/sea-gull-the-3/</a></li>
<li><a href="https://www.culture.ru/movies/997/chaika" target="_blank">https://www.culture.ru/movies/997/chaika</a></li>
<li><a href="https://www.mk.ru/culture/2010/12/10/551215-yaytsa-chayki.html" target="_blank">https://www.mk.ru/culture/2010/12/10/551215-yaytsa-chayki.html</a></li>
<li><a href="http://www.mxat.ru/english/history/" target="_blank">http://www.mxat.ru/english/history/</a></li>
<li><a href="http://www.mxat.ru/history/performance/1898_the_seagull/" target="_blank">http://www.mxat.ru/history/performance/1898_the_seagull/</a></li>
<li><a href="https://www.mxatmuseum.com/-----c1yjt" target="_blank">https://www.mxatmuseum.com/-----c1yjt</a></li>
<li><a href="https://www.mxatmuseum.com/vystavki-sentyabr-dekabr-2017">https://www.mxatmuseum.com/vystavki-sentyabr-dekabr-2017</a></li>
<li><a href="https://www.sandralousada.com/collections/play-performances/products/george-devine-peter-mcenery" target="_blank">https://www.sandralousada.com/collections/play-performances/products/george-devine-peter-mcenery</a></li>
<li><a href="http://www.staroeradio.ru/audio/8060" target="_blank">http://www.staroeradio.ru/audio/8060</a> </li>
<li><a href="https://www.theguardian.com/stage/2017/sep/01/ann-jellicoe-obituary" target="_blank">https://www.theguardian.com/stage/2017/sep/01/ann-jellicoe-obituary</a></li>
<li><a href="https://www.worthpoint.com/worthopedia/peggy-ashcroft-peter-finch-vanessa-1728795526" target="_blank">https://www.worthpoint.com/worthopedia/peggy-ashcroft-peter-finch-vanessa-1728795526</a> </li>
</ul>
</div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
________________________________________________________<br />
<br />
<b><span style="font-size: large;">Ver também:</span></b><br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://bernardoschmidt.blogspot.com/2017/09/tio-vania-uncle-vanya-dyadya-vanya-12.html" target="_blank"><img border="0" data-original-height="780" data-original-width="858" height="290" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjuf0vfJ2e-sGYqgCEh87PXprBX3Sw84h-zyWxh5c1H-BBprn0PXI9qdXj22K7BESzfEAoz0-6s8SfEc0L__u9mocVy8TdiDRJb2UCVP-qFRuQQ4fAydoCgovue-RvCwKJgkJs1U82sdhMS/s320/capaa.png" width="320" /></a></div>
<br />
<a href="https://bernardoschmidt.blogspot.com/2017/09/tio-vania-uncle-vanya-dyadya-vanya-12.html" style="background-color: white; color: #333333; display: block; font-family: Georgia, serif; font-size: 18.2px; text-align: center; text-decoration-line: none;">Tio Vânia, Uncle Vanya, Dyadya Vanya, Дядя Ваня - 1/2</a><br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://bernardoschmidt.blogspot.com/2017/10/tio-vania-uncle-vanya-dyadya-vanya-22.html" target="_blank"><img border="0" data-original-height="513" data-original-width="567" height="289" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg7Bdq-S32M2w-iZrr0iG9a1IkLV2yrUJS8H5EZKnCmzeh9W4nyp7D7-PEbFqxMiWvO_j6gvmTineNYY_GiG2bhcmA32vEM3Lx7rO26bAHzzWrISEDEfj5c6lcm9r03UAQ7teEra-D-K6PR/s320/Uncle+Vanya+Dyadya+Vanya.png" width="320" /></a></div>
<br />
<a href="https://bernardoschmidt.blogspot.com/2017/09/tio-vania-uncle-vanya-dyadya-vanya-12.html" style="background-color: white; color: #333333; display: block; font-family: Georgia, serif; font-size: 18.2px; text-align: center; text-decoration-line: none;"></a><a href="https://bernardoschmidt.blogspot.com/2017/10/tio-vania-uncle-vanya-dyadya-vanya-22.html" style="color: #333333; display: block; font-size: 18.2px; text-align: center; text-decoration-line: none;">Tio Vânia, Uncle Vanya, Dyadya Vanya, Дядя Ваня - 2/2</a><a href="https://bernardoschmidt.blogspot.com/2017/10/tio-vania-uncle-vanya-dyadya-vanya-22.html" style="color: #333333; display: block; font-size: 18.2px; text-align: center; text-decoration-line: none;"><br /></a></div>
</div>
Bernardo Schmidthttp://www.blogger.com/profile/12196150324865840023noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4381988697960596291.post-62831799758861298052018-11-24T18:42:00.000-08:002020-02-22T09:16:47.464-08:00Minestrone Cultural XIV<span style="font-size: large;"><br /></span>
<br />
<div style="text-align: center;">
<span style="color: red; font-size: large;"><b>FBF 1990</b></span></div>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgQtungYblOIE30_3IXR2-fgL5WYgQPAkmWXnTGdaacpLPSj1FpNdqZN_0L6zUak-chp5EsWQGT1kzxCD5iBJ3t8srKae2q0HY5jrIkD5cFcSg75kmL9n5QFO9syMl0EfPM7_Tnult7tEwA/s1600/anita+leoc%25C3%25A1dia.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="369" data-original-width="563" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgQtungYblOIE30_3IXR2-fgL5WYgQPAkmWXnTGdaacpLPSj1FpNdqZN_0L6zUak-chp5EsWQGT1kzxCD5iBJ3t8srKae2q0HY5jrIkD5cFcSg75kmL9n5QFO9syMl0EfPM7_Tnult7tEwA/s1600/anita+leoc%25C3%25A1dia.jpg" /></a></div>
<br />
<span style="font-size: large;">Com a filha de Olga e Prestes, Anita Leocádia, em dezembro de 1990 na antiga Livraria Cultura do Conjunto Nacional. Lançamento de seu livro - um trabalho profundo e meticuloso - sobre a Coluna liderada por seu pai e Miguel Costa.</span><br />
<br />
<span style="font-size: large;">Nascida na prisão de mulheres de Barnim-strasse, em Berlim, na Alemanha nazista de Hitler, Anita é uma mulher brilhante. Discordo de uma boa parte de seus pontos de vista políticos e ideológicos, mas é impossível não admirar o que disse recentemente, em entrevista ao <i>Jornal do Comércio</i>:</span><br />
<br />
<span style="font-size: large;">"Lula nunca me enganou, nem a mim, nem ao meu pai. O PT nunca nos enganou, pois é um partido comprometido com a burguesia. O Lula não quis estudar, e se deixou levar pelos intelectuais burgueses. Os próprios governos Lula estiveram comprometidos com os setores dominantes, governando para a burguesia, garantindo os interesses do grande capital internacionalizado. Não houve ruptura. Na verdade, foi a continuidade do governo neoliberal de Fernando Henrique Cardoso". <span style="color: #cccccc;">(17/08/2018)</span></span><br />
<br />
<div style="text-align: center;">
<span style="color: red; font-size: large;"><b>WAR MACHINE (2017)</b></span></div>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgyhznFcVUrpy-IJDiFD9gFBxDCNLUEC5YMCWWrzGBKo6SPGiAHJDL6VT3bZZ8jkJoi9QfmQr1En9ftVqy-WwMfaJuhSmIp4R19rLbdIifB30FcQ6x4f5Ftg0WOKlPZ58MSLtM0eP5TYCy-/s1600/war.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="597" data-original-width="426" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgyhznFcVUrpy-IJDiFD9gFBxDCNLUEC5YMCWWrzGBKo6SPGiAHJDL6VT3bZZ8jkJoi9QfmQr1En9ftVqy-WwMfaJuhSmIp4R19rLbdIifB30FcQ6x4f5Ftg0WOKlPZ58MSLtM0eP5TYCy-/s320/war.jpg" width="228" /></a></div>
<span style="font-size: large;">Mais uma bomba produzida a peso de ouro pela Netflix. Não consegui assistir inteiro. Ao contrário de "Beirut", com Jon Hamm, lançado este ano, que - mesmo superficial e pouco crível - é um suspense político interessante e com um roteiro razoável e dinâmico, "War Machine" se arrasta por duas horas nas idas e vindas do general Glen McMahon e suas tentativas de cooptar aliados para um plano de pacificação e reconstrução do Afeganistão.</span><br />
<br />
<span style="font-size: large;">A narração é chata e irritante e o roteiro é raso e de um humor que efetivamente não tem graça. A performance de Brad Pitt alcança novos píncaros de canastrice. Ele é tão forçado que parece estar imitando seu próprio personagem de "Bastardos Inglórios" com uma voz completamente artificial. Simplesmente não convence. O elenco é bom mas ninguém se destaca. O único prazer é rever Meg Tilly, que continua linda aos 57 anos.</span><br />
<br />
<span style="font-size: large;">Desperdício. <span style="color: #cccccc;">(25/08/2018)</span></span><br />
<br />
<div style="text-align: center;">
<span style="font-size: large;"><b><span style="color: red;">BEATRIZ SEGALL</span></b></span></div>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiOzq7sLmFCdpe9MFbIBj97vt2AmOhdkxfQx_zIuY2x7nwG1G7Vur_JOxhP0uuQv6Dd1duSJao2A1siqvP-zI_nUFqMMCtTTVpJlhMQ208FMFEcXDYVQvReW2wiRl3ANpgE-prpDUQ2qgXU/s1600/Beatriz+Segall.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" data-original-height="555" data-original-width="555" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiOzq7sLmFCdpe9MFbIBj97vt2AmOhdkxfQx_zIuY2x7nwG1G7Vur_JOxhP0uuQv6Dd1duSJao2A1siqvP-zI_nUFqMMCtTTVpJlhMQ208FMFEcXDYVQvReW2wiRl3ANpgE-prpDUQ2qgXU/s320/Beatriz+Segall.jpg" width="320" /></a></div>
<span style="font-size: large;">Eu não tinha conhecimento maior de teatro ou de interpretação quando assisti "Vale Tudo", em 1988, aos 16 anos. A excelência do elenco, entretanto, era tão gritante que não havia como ficar indiferente. Lembro-me de Sebastião Vasconcelos, em papel pequeno bem no início, mas plenamente suficiente para estampar a fogo seu selo constante de superioridade artística. Renata Sorrah foi outra que deu aulas cada vez que apareceu na tela, com sua voz cortante e sua dramaticidade torrencial. Foi um dos melhores papéis de Reginaldo Farias, de Glória Pires e de Ricelli. Mas a recordação de todos, eternamente, será a Odete Roitman de Beatriz Segall. A atriz trazia para o folhetim de Gilberto Braga não só talento mas a classe necessária para o papel, que em Beatriz - uma mulher elegante e culta, além de nora de Lasar Segall e de Jenny Klabin Segall - era natural. E uma certa arrogância que - dizem - era algo peculiar na própria atriz.</span><br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjg927oZH6lyBTuknbvVPMPU9MJ6KLREiX79lW_rOtCqmcD90cWRd-IZeFA5rK44oknwRSUtyYX1TWnG0tOQXrgfL4VgRqPjom9ywI78NM0aM7qjY5QSPxgizVQuYDvsi2cmpsKO5_5h8bh/s1600/odete.jpeg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="499" data-original-width="464" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjg927oZH6lyBTuknbvVPMPU9MJ6KLREiX79lW_rOtCqmcD90cWRd-IZeFA5rK44oknwRSUtyYX1TWnG0tOQXrgfL4VgRqPjom9ywI78NM0aM7qjY5QSPxgizVQuYDvsi2cmpsKO5_5h8bh/s320/odete.jpeg" width="297" /></a></div>
<span style="font-size: large;">O papel foi aquele sucesso estratosférico que constrói e destrói uma carreira. Beatriz, que na época já contava quase 40 anos de teatro e TV, experimentou fama que jamais conhecera. Suas cenas foram todas extraordinárias, absolutamente perfeitas. Uma, em particular, me vem à lembrança, em verdadeiro <i>tour de force</i> com Nathalia Timberg. As duas discutiam e acabavam aos prantos; Beatriz chorava convulsivamente. Minha mãe, assistindo comigo, parecia Polonius na cena dos atores (quando este observa a Hamlet a dramaticidade do ator que interpreta Enéias, <i>"Look, whether he has not turned his colour and has tears in's eyes"</i>), e em determinado momento vira para mim e diz: "Olha como ela chora de verdade!" Um espetáculo de talento. A cena de seu assassinato eletrizou o país. E no entanto, como destaquei há pouco, o papel fez e desfez sua carreira. Marcada a ferro pela classuda, perversa e arrogante Odete, Beatriz não recebeu mais ofertas que lhe agradassem ou fugissem do estereótipo criado em "Vale Tudo". A conseqüência é que sua carreira televisiva nunca mais teve um sucesso que sequer se aproximasse dos píncaros de Odete Roitman.</span><br />
<br />
<div style="text-align: right;">
</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEigGVUuiI7T8e2FCl_MiabKa_GMFWyQoCrun2MbMAykYTjPJBonxR5TtOhEiMtjY7idApFdEFs7U3v0ZfYk5PUpeDjYaSno0wIKfgNlhFH3Dd9Szvf5AB2NjwkRjD8VRp-jO-iMim3mj6W_/s1600/Beatriz1.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" data-original-height="592" data-original-width="676" height="280" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEigGVUuiI7T8e2FCl_MiabKa_GMFWyQoCrun2MbMAykYTjPJBonxR5TtOhEiMtjY7idApFdEFs7U3v0ZfYk5PUpeDjYaSno0wIKfgNlhFH3Dd9Szvf5AB2NjwkRjD8VRp-jO-iMim3mj6W_/s320/Beatriz1.jpg" width="320" /></a></div>
<span style="font-size: large;">Assisti Beatriz no teatro duas vezes. A primeira foi no SESC Anchieta (hoje Consolação) em 1993, em uma peça de Luis Alberto de Abreu chamada "Guerra Santa", com direção de Gabriel Villela. Da peça tenho poucas recordações, mas houve uma cena específica para que Beatriz, sentada ligeiramente à esquerda do proscênio, cantasse uma música. E cantou com uma amadurecida e belíssima voz de contralto. Uma beleza. Por aí se pode entender a frustração de atores como Beatriz com aquilo que se lhes oferecia na TV; ela estava com quase 70 anos, preparada para grandes desafios e para oferecer caviar ao público. E só o que recebia de escritores e produtores, porém, eram cópias de Odete ou bobagens que não lhe interessavam. Em 1997 o diretor do grupo Tapa, Eduardo Tolentino, seguiu com sua estupenda iniciativa de convidar atores consagrados para dividir o palco com o seu grupo. Convidou Beatriz para protagonizar "Do Fundo do Lago Escuro", que o autor, Domingos de Oliveira, definia, brincando, como "uma ficção biográfica". Bom. Mas pouco para Beatriz.</span><br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhnzBdcxDT-P2bOUVno7nYKvurlQdtI43GJsLSfIbKDFcI1sVRh2fZboqt7-O5j0oTNIxRrR4S6b1Zf37-heK2NlvSEFj8e-MjLd2eML6IZHWG2sWCL6zw45-x3r-7EF45AtahPPF_vgJKi/s1600/beatriz.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="450" data-original-width="564" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhnzBdcxDT-P2bOUVno7nYKvurlQdtI43GJsLSfIbKDFcI1sVRh2fZboqt7-O5j0oTNIxRrR4S6b1Zf37-heK2NlvSEFj8e-MjLd2eML6IZHWG2sWCL6zw45-x3r-7EF45AtahPPF_vgJKi/s1600/beatriz.jpg" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i><span style="font-size: small;">Guerra Santa (Foto de Lenise Pinheiro)</span></i></td></tr>
</tbody></table>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh6TAkUPxcVk3rMYnG9xuJhlo15YZHN6iovaNZx-Dy3phKJokikIloZizGj_6c611ReUxLOdXNjRS9O6RP0kHkrIAJ-HxpqwLUspdKPZgUrCqlqDTQXYszW_s1Vki0KeEqAz-SN0e6tMCZ0/s1600/beatriz2.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="712" data-original-width="717" height="317" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh6TAkUPxcVk3rMYnG9xuJhlo15YZHN6iovaNZx-Dy3phKJokikIloZizGj_6c611ReUxLOdXNjRS9O6RP0kHkrIAJ-HxpqwLUspdKPZgUrCqlqDTQXYszW_s1Vki0KeEqAz-SN0e6tMCZ0/s320/beatriz2.jpg" width="320" /></a></div>
<span style="font-size: large;">Infelizmente perdi "Três Mulheres Altas", de Albee, que Beatriz encenou em 1995, e sobretudo lamento não tê-la visto no palco com Miriam Pires, em "Ponto de Vista", de David Hare (e mesmo em "Quarta-Feira, sem Falta, Lá em Casa", de Mario Brasini, que a crítica espinafrou). Pude vê-la uma última vez de perto há três anos, na gravação de seu Persona em Foco, o excelente programa de Atilio Bari. Era inacreditável que ela estivesse com 89 anos. Estava bonita, vestida de forma discretamente moderna, andava com tranqüilidade, falava com uma voz forte e bem modulada, lembrava-se de tudo, parecia uma senhora chegando no máximo aos 60. E o temperamento estava lá. Foi doce e simpática quando quis, mas quando se deu conta de que o público - formado por estudantes de teatro - não conhecia certos textos citados (ou encenados anteriormente) por ela, não perdeu a oportunidade de expressar seu descontentamento, criticando abertamente aquela falta imperdoável de cultura.</span><br />
<br />
<span style="font-size: large;">Gostaria de tê-la visto como Gertrude, no Hamlet de Walmor, mas eu ainda não era nascido. E na década de 90 sonhei em vê-la como Volumnia, para o Coriolano de Luis Melo. Mas foi só um sonho.</span><br />
<br />
<span style="font-size: large;">Beatriz era uma grande atriz, daquelas que não se fazem mais, e merecia ter recebido papéis à altura de seu talento. <span style="color: #cccccc;">(06/09/2018)</span></span><br />
<br />
<div style="text-align: center;">
<span style="color: red; font-size: large;"><b>BIBI</b></span></div>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://entretenimento.uol.com.br/noticias/redacao/2018/09/10/bibi-ferreira-anuncia-aposentadoria-dos-palcos-aos-96-anos.htm?fbclid=IwAR212AU257-VEDxoj_DDiR8PAC7xQveiUr2gNbmMvaGqsNiI6QVU0seBFtE" target="_blank"><img border="0" data-original-height="344" data-original-width="515" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgX8olh-ZczNsqQFpJIHltwcaWhxfNXtvZICcdK50rfskL_im7uKJWZmJhJsX4-wjprFNcabYdggO2WFbUjyzlvGmo9NVCo8K4RxssNm3YWlYDP3zPCI8FIudtjg0VP2PPJq-v8H4pjLP-e/s1600/Bib+%25283%2529.jpg" /></a></div>
<br />
<span style="font-size: large;">Sim, está na hora. E ela está viva e bem. Simplesmente chegou a hora de parar. Mas o desejo de que ela seguisse se apresentando eternamente não acaba.</span><br />
<br />
<span style="font-size: large;">Quem viu, viu. Quem não viu, não saberá jamais o que foi o prazer excelso de ver nossa primeira dama do teatro, tão brilhante, tão plural, tão perfeita, encantando com seu talento superlativo.</span><br />
<br />
<span style="font-size: large;">Um beijo, amada Bibi! <span style="color: #cccccc;">(10/09/2018)</span></span><br />
<br />
<div style="text-align: center;">
<span style="color: red; font-size: large;"><b>I, CLAUDIUS (1976)</b></span></div>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj6EdSBPvavc9eb_5TE2bYMva7G63BqcxdfX6RDH0paT5hkRs_ROq7XVuzfl3L_Gy0hWEQQ2bnBEJMyETYDJzRERuSddt9bPI6ivDiy_sKkYLOsehbvT0cAIHHCkQTvx_KmAlExD7Kj95Wr/s1600/claudius.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1363" data-original-width="1000" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj6EdSBPvavc9eb_5TE2bYMva7G63BqcxdfX6RDH0paT5hkRs_ROq7XVuzfl3L_Gy0hWEQQ2bnBEJMyETYDJzRERuSddt9bPI6ivDiy_sKkYLOsehbvT0cAIHHCkQTvx_KmAlExD7Kj95Wr/s320/claudius.jpg" width="233" /></a></div>
<span style="font-size: large;">Com grande atraso assisto uma das obras-primas da BBC, o seriado "I, Claudius", de 1976, com roteiro de Jack Pulman e direção de Herbert Wise. A série tem 13 episódios e está baseada nos dois best-sellers de Robert Graves, "I, Claudius" (1934) e "Claudius the God" (1935), que contam a história política de Roma de meados do século anterior à era cristã, até meados do primeiro século D.C. - a chamada dinastia "júlio-claudiana" - em primeira pessoa, como se fossem as memórias de Cláudio.</span><br />
<br />
<span style="font-size: large;">Derek Jacobi precisou sempre atentar para o exagero na utilização de seus imensos recursos interpretativos, e Cláudio - manco, gago e com um acentuado tique que o fazia mexer a cabeça - representou um papel que lhe caiu como luva. Sou grande admirador de Jacobi e sua performance causa um misto de admiração e mal-estar. O elenco todo é muito bom; vemos talentos promissores como Patrick Stewart (Sejanus) e John Rhys-Davies (Macro), misturados a talentos alcançando o pleno fastígio como o grande e saudoso John Hurt, estupendo no papel de Calígula e assentando as bases para o que seria a interpretação definitiva de Malcolm Mcdowell, três anos depois.</span><br />
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiGCozuqzp5VerqtOM6AqqDVjNuidTSRhre2Zjj1undXymdpiuuhyvtHyhxCkdwLRTUO0SQwrQdmUne1cQx9C5smQPlqd9h93DkDVOGAnrWOqdltdazgY0ZERtoSNV-23IbsrkTYKMlgCEs/s1600/iclaudius.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="346" data-original-width="561" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiGCozuqzp5VerqtOM6AqqDVjNuidTSRhre2Zjj1undXymdpiuuhyvtHyhxCkdwLRTUO0SQwrQdmUne1cQx9C5smQPlqd9h93DkDVOGAnrWOqdltdazgY0ZERtoSNV-23IbsrkTYKMlgCEs/s1600/iclaudius.jpg" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i><span style="font-size: small;">George Baker (Tiberius), John Hurt (Calígula) e Derek Jacobi (Claudius)</span></i></td></tr>
</tbody></table>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgzj-i8CK6-VDq3Vx_xT19AokeZBC7qDVNPuJC7jL3x70iRhAn0C_PLgMRClLuz2r23JmuZ3MZEY5aPesk2mm8oilNFcD1KT-G03Nfxz5dPNKhdlxnu4VFjjL0Wx7aoQSUJ7_csu52lqTsd/s1600/John+Hurt.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" data-original-height="675" data-original-width="721" height="299" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgzj-i8CK6-VDq3Vx_xT19AokeZBC7qDVNPuJC7jL3x70iRhAn0C_PLgMRClLuz2r23JmuZ3MZEY5aPesk2mm8oilNFcD1KT-G03Nfxz5dPNKhdlxnu4VFjjL0Wx7aoQSUJ7_csu52lqTsd/s320/John+Hurt.jpg" width="320" /></a></div>
<span style="font-size: large;">Brian Blessed e Siân Phillips, porém, são a cereja desse bolo e tem, em "I, Claudius", as melhores performances de suas carreiras, encarnando Augusto e Lívia.</span><br />
<br />
<span style="font-size: large;">Muita coisa me impactou em "I, Claudius" mas não falarei sobre isso agora. No momento venho apenas comentar que em se tratando de um império corrupto, eivado de incompetência e transbordando cretinos, imorais e assassinos, é impossível não fazer um oportuno paralelo com o Brasil. Sobretudo com a manada que compõe esta eleição. No episódio 7 veremos Sejanus entrando em desgraça com Tibério. O paralelo começa com o fato de que o imperador não escolheu outro senão seu sobrinho-neto Calígula - um tarado psicopata desde a infância - para ser seu grande conselheiro e sucessor. Ecos do PT. Ele pergunta ao jovem como prender Sejanus e destituí-lo de seu cargo de chefe da guarda pretoriana sem revoltar seus subordinados. Na resposta de Calígula está a escolha de todos os candidatos a presidente, sem exceção.</span><br />
<br />
<span style="font-size: large;">"Se você não conseguir encontrar um homem com integridade, procure um homem com ambição. Encontre um cachorro que comerá outro cachorro".</span><br />
<br />
<span style="font-size: large;">Ecos do PT. <span style="color: #cccccc;">(22/09/2018)</span></span><br />
<br />
<div style="text-align: center;">
<span style="color: red; font-size: large;"><b>DISSIMILIS, SED ÆQUALIS</b></span></div>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEixZq69tIA28irGweZhun0HBIktoV1Fnv_kjKQruOuivs_n3gTs9k9QaU2q3QNaLDZYxYNP7YKOpfPrym_FUGZrAUBMcmEk-jp4Q9LGKa78RKVCQfUan44W-lentyLs6OIhoC34vMHVtEjx/s1600/M%25C3%25A1rio+Covas.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="429" data-original-width="566" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEixZq69tIA28irGweZhun0HBIktoV1Fnv_kjKQruOuivs_n3gTs9k9QaU2q3QNaLDZYxYNP7YKOpfPrym_FUGZrAUBMcmEk-jp4Q9LGKa78RKVCQfUan44W-lentyLs6OIhoC34vMHVtEjx/s1600/M%25C3%25A1rio+Covas.jpg" /></a></div>
<br />
<span style="font-size: large;">O ano era 1990 e o evento era a inauguração do comitê de Franco Montoro, candidato ao senado. A eleição era para o governo e os candidatos eram Mário Covas, Luiz Antônio Fleury Filho, Plínio de Arruda Sampaio e Paulo Maluf. Além deles ainda tínhamos retardatários como Almino Affonso e Adhemarzinho.</span><br />
<br />
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: left; margin-right: 1em; text-align: left;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjX0aPuYnyLFzKZk8F6pKqOQkcXIy3wtwqVc45ImDiMN856tPgG1qA56dNmbMsXnPyZOH37RYjKD4VSj6oYOahyphenhyphenwrvVmkTF5uOGHHfgea1lO2yC3t3K4t_1pqDjb5G0ztD7U8tMuOwcpNyM/s1600/pl%25C3%25ADnio.png" imageanchor="1" style="clear: left; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="491" data-original-width="641" height="245" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjX0aPuYnyLFzKZk8F6pKqOQkcXIy3wtwqVc45ImDiMN856tPgG1qA56dNmbMsXnPyZOH37RYjKD4VSj6oYOahyphenhyphenwrvVmkTF5uOGHHfgea1lO2yC3t3K4t_1pqDjb5G0ztD7U8tMuOwcpNyM/s320/pl%25C3%25ADnio.png" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i><span style="font-size: small;">Plínio, em entrevista à program da Rede Manchete<br />durante a campanha de 1990</span></i></td></tr>
</tbody></table>
<span style="font-size: large;">Covas e Plínio dispensam comentários. São duas das melhores figuras que tivemos em nossa política. No fim de sua vida Plínio ainda emprestou o verniz de sua inteligência e de sua humanidade ao PSOL, antes desse partido descambar para a vexaminosa posição de reles satélite do PT.</span><br />
<br />
<span style="font-size: large;">Almino era vice do governador em fim de mandato, Orestes Quércia, e mesmo sabendo que não tinha cacife eleitoral para vencer resolveu se candidatar por despeito, depois de ser preterido por Quércia na escolha do sucessor, que recaiu sobre Fleury. Este fora presidente da associação dos ministérios públicos e secretário de segurança de Quércia. Adhemarzinho - campeão de votos para federal em várias legislaturas - vinha agora na lanterna, tentando recobrar algum prestígio eleitoral de seu pai, governador três vezes, o velho Adhemar de Barros.</span><br />
<br />
<span style="font-size: large;">Quanto a Maluf... bom, Maluf era Maluf. Prefeito e governador biônico - e fragorosamente derrotado por Tancredo no Colégio Eleitoral - queria se livrar dessa pecha de uma vez por todas, se elegendo diretamente para o cargo. Usava nessa eleição, pela primeira vez, os serviços de um publicitário que se tornaria célebre: Duda Mendonça.</span><br />
<br />
<span style="font-size: large;">Com exceção de Fleury, que vinha do ministério público e estava na política há menos de uma década, todos tinham de 25 a 30 anos de experiência com cargos executivos ou legislativos.</span><br />
<br />
<span style="font-size: large;">Foi uma eleição renhida. Maluf ia para sua quinta tentativa de chegar ao executivo pelo voto. Estava alinhado com o então presidente Fernando Collor. Fleury trazia o prestígio do governo de Quércia, pródigo em realizações (e em outras coisas que não vem a pelo comentar). Ambos foram para o segundo turno e Fleury venceu. Maluf venceu a eleição para a prefeitura, dois anos depois.</span><br />
<br />
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: right; margin-left: 1em; text-align: right;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEja0-5HPpg-bA3N5-tqzmS20UHeRjc2aaLnzgdHizX-cEvhhJgxYUSUvoCYw5np9kTJ7oFXYSzHDp6FLtpBAnok-Ue1-jY5dxRD_NEps5747MTdG-CYDP0oX61A1hWH0LznGhj7-_lOoyK1/s1600/C%25C3%25B4va.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="322" data-original-width="396" height="260" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEja0-5HPpg-bA3N5-tqzmS20UHeRjc2aaLnzgdHizX-cEvhhJgxYUSUvoCYw5np9kTJ7oFXYSzHDp6FLtpBAnok-Ue1-jY5dxRD_NEps5747MTdG-CYDP0oX61A1hWH0LznGhj7-_lOoyK1/s320/C%25C3%25B4va.jpg" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i><span style="font-size: small;">Covas, no horário eleitoral de 1990</span></i></td></tr>
</tbody></table>
<span style="font-size: large;">Covas esperou pacientemente a eleição seguinte e se elegeu governador em 1994. Se reelegeu em 1998. Seu companheiro de chapa: Geraldo Alckmin.</span><br />
<br />
<span style="font-size: large;">Vendo os favoritos de hoje me pergunto: como pudemos decair tanto? E ao mesmo tempo faço uma analogia interessante com essa eleição de 1990: por que, tendo candidatos bons, escolhemos sempre os piores? E atenção para o fato de que disse "escolhemos", o que significa que me incluo naqueles que incidiram repetidas vezes nesse erro. Por que, tendo candidatos com a experiência de Geraldo e Ciro, o Brasil está dividido entre um extremista hidrófobo e o garoto de recados de um presidiário?</span><br />
<br />
<span style="font-size: large;">Nesta eleição vamos votar com consciência e com equilíbrio: Geraldo 45, Márcio França 40, Mara Gabrilli 457 e Roberto Freire 2323. <span style="color: #cccccc;">(06/10/2018)</span></span><br />
<br />
<div style="text-align: center;">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEikwnKSySCnud7QMe_eSAOT6eWkmwsKg6NoufibvBFX0t4giKqvVecxFf-JOmHqboCdhu39CRAN5BvKj9xvAzGdZgDjSPEBg8YCmT-HCdxJbhx7pCZ0lJhcCYMbv4jczRvsmCkDasyiMPWu/s1600/Sanju.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="660" data-original-width="528" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEikwnKSySCnud7QMe_eSAOT6eWkmwsKg6NoufibvBFX0t4giKqvVecxFf-JOmHqboCdhu39CRAN5BvKj9xvAzGdZgDjSPEBg8YCmT-HCdxJbhx7pCZ0lJhcCYMbv4jczRvsmCkDasyiMPWu/s320/Sanju.jpg" width="256" /></a></div>
<span style="color: red; font-size: large;"><b>SANJU (2018)</b></span></div>
<br />
<span style="font-size: large;">O ator Sanjay Dutt (cujo apelido é "Sanju") parecia destinado a ter uma vida agitada e repleta de eventos, cheia de alegrias e tristezas. Seu pai - Sunil Dutt - foi ator e diretor de cinema, ativista social e ministro, na Índia. Sua mãe, Nargis, foi uma das atrizes mais famosas de Bollywood nas décadas de 40 e 50. Mais tarde também se popularizou pelo ativismo social.</span><br />
<br />
<span style="font-size: large;">A vida de Sanju, entretanto, tem um elemento a mais: ele foi associado aos ataques terroristas de Bombaim, em 1993, o que acabou jogando-o em um torvelinho de acusações de terrorismo, pelos anos seguintes. Amigo do ator, a quem chegou a dirigir no cinema, o aclamado e respeitado diretor indiano Rajkumar Hirani resolveu escrever um roteiro com seu colega Abhijat Joshi sobre a vida de Sanjay. O resultado é o filme "Sanju", lançado este ano, e que, a exemplo de vários outros filmes de Hirani, já é uma das maiores bilheteria de Bollywood em todos os tempos.</span><br />
<br />
<span style="font-size: large;">A história gira em torno do envolvimento de Sanju (Ranbir Kapoor) com as drogas, o impacto disso em sua família, sua relação com o pai (Paresh Rawal) e com Kamlesh, seu melhor amigo (Vicky Kaushal), sua odisséia no cinema e a ligação com o terrorismo. O filme começa com Sanju prestes a ser preso e tentando desesperadamente contar sua própria versão dos fatos, mas para isso terá que convencer uma biógrafa que se mantém cética diante do convite.</span><br />
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhJqigf3rMTlrMnZTIXj5UpmyjbcrVEPnXif5Wv1zO7JnGG9uOS-sgF0oL5LmsHRbHztJ17GbyiEZbaAs6NBEW854FM771OeAQ4OKopgzxr9phpsy-2NWgV65ijRPmSr9eWC4K-YLka-Fon/s1600/Manisha-Nargis.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="351" data-original-width="495" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhJqigf3rMTlrMnZTIXj5UpmyjbcrVEPnXif5Wv1zO7JnGG9uOS-sgF0oL5LmsHRbHztJ17GbyiEZbaAs6NBEW854FM771OeAQ4OKopgzxr9phpsy-2NWgV65ijRPmSr9eWC4K-YLka-Fon/s1600/Manisha-Nargis.jpg" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i><span style="font-size: small;"><a href="https://www.bollywoodlife.com/news-gossip/exclusive-manisha-koirala-on-playing-nargis-dutt-in-sanju-i-was-a-little-apprehensive-because-of-the-health-factor/" target="_blank">Manisha Koirala</a> interpreta Nargis (à dir.), a mãe de Sanju</span></i></td></tr>
</tbody></table>
<br />
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: right; margin-left: 1em; text-align: right;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjfvG0ZVJELfJ02QtkA2s5gf8IhqeuvRllkKaGnY54guymR23feV711I-wtppeUfoVmnUlLosVhbhkl4sUgn42bg2aTYmYCdtYL3YyqZeNImL9gNGKrhv4RdCWlxhRp6AdjZD-dpiB9zIo8/s1600/sanju-ranbir-sonam.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="700" data-original-width="600" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjfvG0ZVJELfJ02QtkA2s5gf8IhqeuvRllkKaGnY54guymR23feV711I-wtppeUfoVmnUlLosVhbhkl4sUgn42bg2aTYmYCdtYL3YyqZeNImL9gNGKrhv4RdCWlxhRp6AdjZD-dpiB9zIo8/s320/sanju-ranbir-sonam.jpg" width="274" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i><span style="font-size: small;">Sonam Kapoor e anbir Kapoor<br />em cena de "Sanju"</span></i></td></tr>
</tbody></table>
<span style="font-size: large;">"Sanju" é feito nos moldes de Bollywood, então o drama nunca pesa demais, a comédia é levada até um ponto aceitável, há números musicais curtos e muito coloridos e a mensagem é transmitida de forma direta e geralmente sentimental. Hirani é um mestre de sua arte; "Sanju" tem duas horas e quarenta minutos, e se assiste com o máximo prazer. O elenco está afinadíssimo e impressionam, pela qualidade, as performances de Rawal e Kaushal. Mesmo coadjuvantes, a linda Sonam Kapoor e a ótima Manisha Koirala também brilham. Ranbir Kapoor tem o melhor papel de sua carreira e seu trabalho camaleônico nos carrega de maneira crível e convincente pelos quase quarenta anos cobertos pelo filme.</span><br />
<br />
<span style="font-size: large;">Gostei muito. Vou procurar os filmes anteriores de Hirani. São todos clássicos na Índia e na Ásia, onde o cineasta já recebeu dezenas de prêmios. Mas ele nunca foi sequer indicado nos festivais de cinema ocidentais. É uma pena. E uma injustiça. <span style="color: #cccccc;">(16/10/2018)</span></span><br />
<br />
<div style="text-align: center;">
<span style="color: red; font-size: large;"><b>THEY'LL LOVE ME WHEN I'M DEAD (2018)</b></span></div>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjmd5IQ9A3rveb1K5uqmUZu-HER_uroe9pezBZ_kYlbPTFQOMOX52kJmNsKdB64X95K4M3Lwwq4_DS-A7SNnrDdYxeIAcuIJkYauT17YscpMuADL-fqUypWafB2wzsn8_3rctZ00Lzz7bny/s1600/they%2527ll+love+me+when+i%2527m+dead.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1500" data-original-width="1013" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjmd5IQ9A3rveb1K5uqmUZu-HER_uroe9pezBZ_kYlbPTFQOMOX52kJmNsKdB64X95K4M3Lwwq4_DS-A7SNnrDdYxeIAcuIJkYauT17YscpMuADL-fqUypWafB2wzsn8_3rctZ00Lzz7bny/s400/they%2527ll+love+me+when+i%2527m+dead.jpg" width="270" /></a></div>
<span style="font-size: large;">"Passeio pela mente caótica de um criador irresponsável" seria um título mais adequado a este documentário sobre o último filme que Welles tentou dirigir e não foi finalizado, estando hoje enlatado e engavetado. A mística que acompanha a vida de Welles - considerado gênio aos 26 anos e tentando repetir o feito pelos quarenta e quatro anos seguintes - não é desconhecida; ele não conseguiu realizar um trabalho com inteira liberdade depois de Kane, fosse porque jamais estava de acordo com os executivos que bancavam seus filmes e insistiam em dar palpites que ele rejeitava, fosse porque quando tentava produzir de forma independente estourava prazos e orçamentos e acabava sem dinheiro. Podemos discutir se tal era culpa da falta de sensibilidade, de tino comercial ou de simples incompetência de quem quer que estivesse produzindo, ou da irresponsabilidade fundamental de Welles, que se atirava sem rede de segurança na realização de projetos que não tinham pé nem cabeça, eram bancados inicialmente por figuras excêntricas e de caráter geralmente questionável e invariavelmente naufragavam no meio do caminho, por falta de um planejamento básico.</span><br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhGRjpSE3YliT4Va5IqFAmRCSbJ4cYwQTLMRy_naSN_VN_8ZbSR2g0K1R-h5qCd0sm1JtHK1XI14W2OeKuFIw1w4a0NyyfRlmVFK4oVWDyNc5If19qfvZ-OpTTz6xLq9hl9mq5jN7hRE2Mc/s1600/the+other+sidee+of+the+wind.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" data-original-height="1600" data-original-width="1154" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhGRjpSE3YliT4Va5IqFAmRCSbJ4cYwQTLMRy_naSN_VN_8ZbSR2g0K1R-h5qCd0sm1JtHK1XI14W2OeKuFIw1w4a0NyyfRlmVFK4oVWDyNc5If19qfvZ-OpTTz6xLq9hl9mq5jN7hRE2Mc/s320/the+other+sidee+of+the+wind.jpg" width="229" /></a></div>
<span style="font-size: large;">No caso de "The Other side of the wind" vemos um projeto que se arrastou por mais de uma década, vítima permanente da falta de dinheiro. Mas vemos também que quando o dinheiro existia, ele era usado de maneira inteiramente irresponsável por Welles. Filmava sem roteiro, contratava gente que não era do meio, perdia-se na filmagem de maluquices - como "os anões no chão e no teto", que não existiam e obrigavam o elenco a uma mímica surrealista que os atores nunca souberam o que significava - e não estipulava um cronograma para o trabalho. Por vezes me veio à lembrança a célebre filmagem de "City Lights" (1931), de Chaplin - um verdadeiro gênio que Welles amava e invejava profundamente - onde milhares de quilômetros de filme foram gastos ao longo de meses até que a história tomasse uma forma perfeita na cabeça do cineasta. A diferença é que Chaplin era responsável e metódico. Era voluntarioso, irritadiço e propenso a isolamentos prolongados. Mas seus humores eram conseqüência da gestação de suas obras-primas. Ele gastava tempo infindável e verdadeira fortuna em filme, apavorando os executivos que o bancavam, mas quando terminava e apresentava o produto final ao público, redimia-se e reafirmava-se como gênio. Welles, não.</span><br />
<br />
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: left; margin-right: 1em; text-align: left;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgYhDPKp5ACVCQ6eZn7A9GzkjszRWgvLLczlZqCemq0LzRSSlCA6yV6NvP-7u4JOnbpU_AFf4hkpxqrpJ36zuJrpuH7XYzOiaDtITYXdTzB5ZTb4A5E_SBWBkath8-XMKT3dymJUnfsyzjX/s1600/huston+welles1.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="961" data-original-width="1440" height="213" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgYhDPKp5ACVCQ6eZn7A9GzkjszRWgvLLczlZqCemq0LzRSSlCA6yV6NvP-7u4JOnbpU_AFf4hkpxqrpJ36zuJrpuH7XYzOiaDtITYXdTzB5ZTb4A5E_SBWBkath8-XMKT3dymJUnfsyzjX/s320/huston+welles1.jpg" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i><span style="font-size: small;">John Huston, protagonista de "The other side of<br />the wind" e o diretor Orson Welles</span></i></td></tr>
</tbody></table>
<span style="font-size: large;">Na minha concepção, Welles se deixou levar por duas forças incontroláveis: seu talento e seu ego. Ambos gigantes. Mas incompatíveis artisticamente. Nas décadas de 60 e 70 a incapacidade de Welles de concluir seus trabalhos começou a se tornar lendária e ele próprio se transformou em um personagem caricatural de si mesmo. Era o gênio de um único trabalho, feito há décadas, mas dono de uma inteligência tão rica e de uma personalidade tão espaçosa que não havia como negar-lhe o título de gênio. Mas havia, sim, como impedi-lo de concluir seus trabalhos caso não honrasse os mais comezinhos compromissos financeiros, ou fosse roubado pelo seus estranhíssimos parceiros profissionais. E foi aí que a carreira de Welles sucumbiu. Aparentemente ele terminou as filmagens de "The Other side of the wind". Aos trancos e barrancos, mas terminou. O que não significa que o filme estivesse pronto; ele estava em um estágio bastante cru de pós-produção, com cerca de um terço do filme editado, sem trilha sonora e sem uma porção de outras providências que precedem um lançamento.</span><br />
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEihHl2efIzoociG-55cMB_rTeH9Ch6XNnO74EDdE55CcnNauBkPtFq2uGJZVGk2A6-gEaplzpe_RIOdvm5Jq9SNWc4gzo-PHG0HApY7h6aYCN10nwEUW4CTcH3PzdbMj1LMLZYGbh5_kIXi/s1600/John-Huston-Orson-Welles-and-Peter-Bogdanovich.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="314" data-original-width="554" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEihHl2efIzoociG-55cMB_rTeH9Ch6XNnO74EDdE55CcnNauBkPtFq2uGJZVGk2A6-gEaplzpe_RIOdvm5Jq9SNWc4gzo-PHG0HApY7h6aYCN10nwEUW4CTcH3PzdbMj1LMLZYGbh5_kIXi/s1600/John-Huston-Orson-Welles-and-Peter-Bogdanovich.jpg" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i><span style="font-size: small;">Huston, Orson e Peter Bogdanovich em momento pra lá de descontraído nas<br />filmagens de ''The other side of the wind"</span></i></td></tr>
</tbody></table>
<br />
<span style="font-size: large;">Não obstante, há três anos, depois de longa batalha judicial, a Netflix injetou dinheiro na finalização do filme e na produção deste documentário. Uma equipe de editores de imagem e som foi contratada, o compositor Michel Legrand (que já trabalhara com Welles em "F for Fake") foi chamado para compor a trilha sonora, seguindo uma recomendação do diretor, de que a música do filme seria "jazz", e o filme foi lançado há dois meses no Festival de Veneza. Não assisti e não sei se assistirei. Por mais boa vontade que se possa ter por esse projeto, não é um filme de Welles. É apenas uma curiosidade.</span><br />
<br />
<span style="font-size: large;">O documentário é bom, sem ser excepcional. Não gostei do recurso de utilizar valiosos depoentes sem que se lhes dê nome, função e assim por diante. É a Netflix querendo inventar moda e sendo apenas burra.</span><br />
<br />
<span style="font-size: large;">Mas recomendo pelo conteúdo abordado.</span><span style="font-size: large;"> </span><span style="color: #cccccc; font-size: large;">(07/11/2018)</span><br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<div style="text-align: center;">
<span style="color: red; font-size: large;"><b>2x VAN GOGH</b></span></div>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhGryVsQ4e0dOpzq0olpMlqjI3yQ-nVfa3poMQ5SDc7G-AKpzfl4v0pAR6LS1jx6CRYJDErbRrty5q_ud4g8J4TccL5QtU5IxyIhI4CODEN3LHJ2ZNwnEmX9-La84daUonQi-FiCfUdUZsQ/s1600/lust.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" data-original-height="1000" data-original-width="657" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhGryVsQ4e0dOpzq0olpMlqjI3yQ-nVfa3poMQ5SDc7G-AKpzfl4v0pAR6LS1jx6CRYJDErbRrty5q_ud4g8J4TccL5QtU5IxyIhI4CODEN3LHJ2ZNwnEmX9-La84daUonQi-FiCfUdUZsQ/s400/lust.jpg" width="262" /></a></div>
<span style="font-size: large;">O primeiro filme sobre Van Gogh, "Lust for Life", é de 1956 e tem direção de Vincente Minelli. É baseado no livro de Irving Stone (lançado em 1934) e roteirizado por Norman Corwin. Começa com o fracasso de Van Gogh em seguir o ministério do pai, e seu subseqüente envio como missionário às paupérrimas minas de carvão no sul da Bélgica. Vai acompanhando em pinceladas rápidas a vida tumultuada do pintor: os fracassos sucessivos, a pertinácia, as novas tentativas, ainda mais obstinadas, a dedicação esquizofrênica a seu ofício e à sua arte, a solidão crônica, sua estada em Paris com o generoso irmão Theo, o sonho de uma colônia de pintores em Arles e a convivência intensa e violenta com Gaughin, o adeus à sua sanidade, o adeus à sua orelha, internação, Auvers, e declínio.</span><br />
<br />
<span style="font-size: large;">O filme de Minelli é excelente e tem duas vigas mestras: primeiro a direção de arte, que mistura locações onde o próprio Van Gogh esteve e a recriação verdadeiramente artesanal desses locais. É um trabalho bem cuidado, rico e autêntico. E segundo, o trabalho de Kirk Douglas. O ator é provavelmente a última pessoa em quem eu teria pensado para esse papel. Não imaginei que ele conseguiria transmitir toda a carência e a vulnerabilidade de Van Gogh, e ele o fez muito bem. É uma de suas melhores performances. Anthony Quinn não inova; é o bully de sempre, grosseirão, briguento e ignorante. E solapou o Oscar de Melhor Ator Coadjuvante daquele ano. Kirk levou só o Globo de Ouro de Ator Principal. Deveria ter sido ao contrário.</span><br />
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiYgP01i6IQE6lWrioUN3UWqt8D_872dla7oDA6PD0qjrM-SujGC7ftUGpGusoQhorfO3OO5l59oiEmAxWXiyIvuEKSILNJ2oC5w2nTXFXzUZbwFMp6NfHS4lWUVQgwStivZCrIQ_4_eO-b/s1600/lust1.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="437" data-original-width="550" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiYgP01i6IQE6lWrioUN3UWqt8D_872dla7oDA6PD0qjrM-SujGC7ftUGpGusoQhorfO3OO5l59oiEmAxWXiyIvuEKSILNJ2oC5w2nTXFXzUZbwFMp6NfHS4lWUVQgwStivZCrIQ_4_eO-b/s1600/lust1.jpg" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i><span style="font-size: small;">Kirk Douglas</span></i></td></tr>
</tbody></table>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh6yl1f09gMZHek0j6FyEnhS6rfdKhnydRzFj5Kx7rZIq3l_oK7kQ7hBX3UMa-L2_I_WbKtyiX6QZUUdoh8yTKnB_h9VT5uxc3Hq__k-CNvwh4XA9JF14j8cmupe7uAmBRCUk7m1JMqPMZQ/s1600/loving.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1464" data-original-width="1000" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh6yl1f09gMZHek0j6FyEnhS6rfdKhnydRzFj5Kx7rZIq3l_oK7kQ7hBX3UMa-L2_I_WbKtyiX6QZUUdoh8yTKnB_h9VT5uxc3Hq__k-CNvwh4XA9JF14j8cmupe7uAmBRCUk7m1JMqPMZQ/s400/loving.jpg" width="272" /></a></div>
<span style="font-size: large;">"Loving Vincent" foi dirigido pela polonesa Dorota Kobiela e a estória foi criada e roteirizada por ela, Hugh Welchman e Jacek Dehnel. Um ano após a morte de Van Gogh, o dono da última casa que ele alugou encontra uma carta não enviada dele para Theo. Entrega a carta a Roulin, que se encarregava do envio das múltiplas cartas escritas mensalmente por Van Gogh a seu irmão. Este, por sua vez, resolve mandar o filho entregar a carta pessoalmente a Theo. E chegando a Paris o rapaz entra em contato com novas informações, depoimentos conflitantes, e todo um conjunto de elementos que o fará redescobrir o velho amigo de seu pai.</span><br />
<br />
<span style="font-size: large;">O diferencial no trabalho de Dorota é que "Loving Vincent" é uma animação pintada a óleo, mostrando os locais onde Van Gogh esteve e as pessoas que ele conheceu a partir de seus próprios quadros. O filme é um desenho animado que utiliza atores e atrizes, mas a imagem é toda processada como se fosse uma pintura de Van Gogh. Para isso Dorota coordenou uma equipe de 95 pintores. A experiência visual é extraordinária. Nunca se viu coisa assim e o esforço é dos mais comendáveis. (spoilers) Eu só gostaria que o roteiro tivesse sido um pouco menos infanto-juvenil, e não tivesse se perdido naquela investigação inútil da morte de Van Gogh. Com um recurso artístico tão inédito e tão interessante, as possibilidades eram infinitas. Pelo lado positivo ele oferece alguns elementos que são omitidos ou ignorados no filme de 1956, como o destino de Theo.</span><br />
<br />
<span style="font-size: large;">Seja como for, recomendo os dois. Primeiro o de 1956, para que o neófito descubra quem foi Van Gogh, e em seguida o de 2017. <span style="color: #cccccc;">(20/11/2018)</span></span><br />
<br />
<div style="text-align: center;">
<span style="color: red; font-size: large;"><b>HÁ 25 ANOS, TONZINHO</b></span></div>
<br />
<div style="text-align: center;">
<span style="font-size: large;"><b>TBT 28/11/1993</b></span></div>
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiRZ-D0pz6E3_LaR66G-Yj5YUz6LwonR9idDSSlLKUOaoBnol0TgSh7n-XsPZQJoOwpDD7W2PX0Gq-IoCHcgZTXsWT3n5y-agppyQDkRXI1dKeH64LbzI9d478Ow8lFXI1T3kmQSptdkxK9/s1600/Tom+Jobim+Ibirapuera.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="436" data-original-width="551" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiRZ-D0pz6E3_LaR66G-Yj5YUz6LwonR9idDSSlLKUOaoBnol0TgSh7n-XsPZQJoOwpDD7W2PX0Gq-IoCHcgZTXsWT3n5y-agppyQDkRXI1dKeH64LbzI9d478Ow8lFXI1T3kmQSptdkxK9/s1600/Tom+Jobim+Ibirapuera.jpg" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i><span style="font-size: small;">Tonzinho no Ibirapuera, 28/11/2018</span></i></td></tr>
</tbody></table>
<br />
<span style="font-size: large;">Maluf se elegeu prefeito no segundo turno da eleição de 1992. Venceu Suplicy. Se a esquerda e a classe artística já abominavam Maluf antes dessa eleição, agora a coisa estava bem pior. Para tentar aplacar um pouco a raiva e a decepção de seus adversários derrotados, o prefeito eleito convidou Rodolfo Konder - figura admirável, respeitada e acima de qualquer suspeita - para ser seu Secretário de Cultura. Konder aceitou e ao longo de 1993, primeiro ano do mandato malufista, ele promoveu grandes espetáculos na "Praça da Paz", espaço reservado para shows no Parque do Ibirapuera.</span><br />
<br />
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: right; margin-left: 1em; text-align: right;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjZZIzF1BXrZma1OPWaUIdwf9ovqmKoqzMABNnRQWWFJghx7P-C9KmpyBlNBDjofrQLH39pL3cM5uLNMlGyBB3xHfCvUis8hMRZfwZ7SfjLitloYndjqJH0qmlTKDJdvl4U-NP8RdGwePV1/s1600/konder2.JPG" imageanchor="1" style="clear: right; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="320" data-original-width="280" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjZZIzF1BXrZma1OPWaUIdwf9ovqmKoqzMABNnRQWWFJghx7P-C9KmpyBlNBDjofrQLH39pL3cM5uLNMlGyBB3xHfCvUis8hMRZfwZ7SfjLitloYndjqJH0qmlTKDJdvl4U-NP8RdGwePV1/s1600/konder2.JPG" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i><span style="font-size: small;">Rodolfo Konder</span></i></td></tr>
</tbody></table>
<span style="font-size: large;">No início de novembro eu li em algum jornal que Rodolfo Konder convidara Tom Jobim para se apresentar no Ibirapuera, no fim daquele mês. Aguardei ansiosamente e no domingo, por volta de dez ou onze horas da manhã do dia 28 de novembro, eu estava sentado bem perto do palco, com minha velha câmera, no meio de "cerca de 30 mil pessoas, de acordo com a Polícia Militar, ou mais de 50 mil, segundo a prefeitura" (<i>FSP, 29/11/1993</i>).</span><br />
<br />
<span style="font-size: large;">O céu estava completamente azul, a temperatura estava agradável e lembro-me de Tom comentando "o dia está tão lindo"... o cosmos pareceu conspirar pela beleza daquele dia e daquele espetáculo, o primeiro de Tom ao ar livre.</span><br />
<br />
<span style="font-size: large;">O show se dividia entre o início que ele cantava com sua banda, o momento sozinho ao piano e a volta da banda para o fim. A chamada "Banda nova" incluía sua esposa Ana e a filha Elizabeth nos vocais, além do filho Paulo no violão. Tom brincava que isso se devia ao "velho costume brasileiro de empregar parentes". Estavam lá também Danilo Caymmi na flauta e sua esposa Simone nos vocais.</span><br />
<br />
<span style="font-size: large;">Quando foi tocada "Garota de Ipanema" Tom deixou que o público cantasse. Levantou-se, acenou, despedindo-se e foi andando lentamente para os bastidores. Esperava-se que ele voltasse. Terminada a música as palmas ecoaram, generosas, e o público ficou alguns minutos pedindo bis. Percebi que Tom não voltaria. Fui até a parte de trás do palco e perguntei por Tom. "O Tom já foi", disseram. Como não era afeito a shows ele preferia ir antes para não ter que enfrentar a comoção com o público que viria a seguir.</span><br />
<br />
<span style="font-size: large;">Tonzinho não voltaria mais a São Paulo. Foi seu último show, aqui. Ele se foi um ano depois, em 8 de dezembro de 1994. Essa é uma de duas ou três fotos que tirei desse show.</span><br />
<br />
<span style="font-size: large;">Eu tinha 21 anos. Infelizmente não pude beijar suas mãos. Mas só de poder assistir Tonzinho, tão perto, já foi um dos mais sublimes prazeres da minha vida. <span style="color: #cccccc;">(22/11/2018)</span></span><br />
<br />
<div style="text-align: center;">
<span style="color: red; font-size: large;"><b>F. MURRAY ABRAHAM</b></span></div>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh7LssMa25Qc0J3gjSMsLQ7aNghxTr4N-ioDNOrNNEifix1JNmuj8_VxHA2yuQt2baGMJkKCju-NFZ-igNgU5lFaoYUarfZ2vscy-C78gnZkh8sW_EWjQ5lSkidysRFWVrwat-L1Mn4Wkf5/s1600/murray1.jpg" imageanchor="1"><img border="0" data-original-height="489" data-original-width="550" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh7LssMa25Qc0J3gjSMsLQ7aNghxTr4N-ioDNOrNNEifix1JNmuj8_VxHA2yuQt2baGMJkKCju-NFZ-igNgU5lFaoYUarfZ2vscy-C78gnZkh8sW_EWjQ5lSkidysRFWVrwat-L1Mn4Wkf5/s1600/murray1.jpg" /></a></div>
<br />
<span style="font-size: large;">Com o magnífico F. Murray Abraham em outubro de 1997, na saída do Royale Theatre de Nova York (hoje chamado - quem diria? - "The Bernard B. Jacobs Theatre"), depois de uma apresentação de <i>The Triumph of Love</i>, com direção de Michael Mayer. Adaptação de <i>Le Triomphe de l'Amour</i>, de Marivaux, com texto de James Magruder e músicas de Jeffrey Stock e Susan Birkenhead. De quebra, inteiramente por acidente - já que meu único interesse era ver Abraham - acabei conhecendo o trabalho e o talento superior de uma das maiores atrizes da Broadway, Betty Buckley (quando assisti <i>Cats</i> em 1985 ela acabava de ser substituída por Laurie Beechman).</span><br />
<br />
<div style="text-align: left;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhgYechjb5qORjVWjJDMCfRz7FCFgbt5leT4NILK62I_CVjglmZHwRlwWJXsPRI6wm5wFinT2PG9tFRmTx40NbU8c8wkjn7IiTQRl-vkAhtURFy4_-bOni13Dl_ZlQThRRWmUmTZcW2Dqht/s1600/triumph+of+love.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="397" data-original-width="250" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhgYechjb5qORjVWjJDMCfRz7FCFgbt5leT4NILK62I_CVjglmZHwRlwWJXsPRI6wm5wFinT2PG9tFRmTx40NbU8c8wkjn7IiTQRl-vkAhtURFy4_-bOni13Dl_ZlQThRRWmUmTZcW2Dqht/s320/triumph+of+love.jpg" width="200" /></a></div>
<span style="font-size: large;">Musicais não são a praia de Abraham mas sua simples presença no palco valeu milhares de vezes a peça. Conversei com ele no fim, falei-lhe de minha admiração desde <i>Amadeus</i> e perguntei-lhe por que o víamos interpretar Buckingham em cenas esparsas de <i>Looking for Richard</i>, de Al Pacino, e no fim o papel foi para Kevin Spacey. Ele disse que Pacino o convidara para o papel, mas que compromissos o impediram de ir até o fim da filmagem. O que terá acontecido? Não consigo imaginar nem mesmo Abraham dizendo "não" a Pacino, pelo projeto que for. Mas enfim, é uma pena.</span><br />
<br />
<span style="font-size: large;">Na despedida, beijei-lhe a mão. Ele me disse "Thank you" várias vezes, e depois "gracias". Pausou por um momento e me disse: "That's not right. That's not the way to say thank you in Brazil, is it?" Explico ao mestre a palavra certa e ele me diz, com sotaque engraçado: "Yes, <i>obregado</i>!"</span><br />
<br />
<span style="font-size: large;"></span>
<br />
<div style="text-align: center;">
<span style="color: red; font-size: large;"><b>MARÍLIA PÊRA E GIULIA GAM</b></span></div>
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhnzYPJBuYbjJk9hlmiOsoBWzqM2gMsRPb3h1xqxKbQMYelOHxYAK6BGAU0bQNh-obBwHzJwDv2VG2tR4Mn75QDOgA8lwcZ2H_RkC8Ae2TkaBkyaYb1-W1O8hYYa6QIikhjLkrs4kRBhw3M/s1600/mar%25C3%25ADlia+%25282%2529.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="494" data-original-width="542" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhnzYPJBuYbjJk9hlmiOsoBWzqM2gMsRPb3h1xqxKbQMYelOHxYAK6BGAU0bQNh-obBwHzJwDv2VG2tR4Mn75QDOgA8lwcZ2H_RkC8Ae2TkaBkyaYb1-W1O8hYYa6QIikhjLkrs4kRBhw3M/s1600/mar%25C3%25ADlia+%25282%2529.jpg" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i><span style="font-size: small;">Marília e Giulia em cena de "O Primo Basílio", 1988</span></i></td></tr>
</tbody></table>
<br />
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: right; margin-left: 1em; text-align: right;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgGzztDEyNlQcNtb0_0a1Wnhzy0qLKnqBYsgwftAffd2LxJqGHjlY0PP3KaNVvwI1StxU3YQspUWsNpqPwtOnXcuK-oegKQYwWUumWztbqMWLEeSW3hTvd_uYiVR2ZLknZZuQg35kqy0evc/s1600/Mar%25C3%25ADlia2.png" imageanchor="1" style="clear: right; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="356" data-original-width="545" height="209" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgGzztDEyNlQcNtb0_0a1Wnhzy0qLKnqBYsgwftAffd2LxJqGHjlY0PP3KaNVvwI1StxU3YQspUWsNpqPwtOnXcuK-oegKQYwWUumWztbqMWLEeSW3hTvd_uYiVR2ZLknZZuQg35kqy0evc/s320/Mar%25C3%25ADlia2.png" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i><span style="font-size: small;">Com Marília, 1996</span></i></td></tr>
</tbody></table>
<span style="font-size: large;">Em 1996 Marília Pêra encenou em São Paulo a peça "Master Class", de Terence McNally, direção de Jorge Takla, sobre um curto período no qual Maria Callas deu aulas na prestigiosa Julliard School, em Nova York. O espetáculo foi interessante, Marília deu um show de talento interpretando Callas, mas a grande surpresa, pelo menos para mim, estava nos bastidores. Terminada a peça fui ao camarim e lá, em meio a artistas, imprensa e amigos da atriz, estava ninguém menos do que Giulia Gam, com quem Marília contracenara, oito anos antes, naquela que considero provavelmente a melhor minissérie brasileira de todos os tempos: "O Primo Basílio", adaptação da obra de Eça de Queiroz feita por Gilberto Braga e Leonor Bassères, direção de Daniel Filho.</span><br />
<br />
<span style="font-size: large;">Cumprimentei Marília com o prazer e a admiração de sempre, mas não resisti e disse a ela que a presença de ambas não podia deixar de me trazer à retentiva os embates entre a odiosa "Senhora Dona Juliana" e a linda e fogosa Luísa, personagens dela e de Giulia na inesquecível minissérie (à direita, no detalhe). Marília riu, adorou a lembrança e contou à Giulia. Aproveitei para pedir uma foto das duas, que aceitaram, humildes e brilhantes como sempre foram.</span><br />
<br />
<span style="font-size: large;">Aí está a foto. Um momento inesquecível. Uma lembrança doce da grande e saudosa Marília, ao lado da linda e talentosa Giulia Gam.</span><br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgLmu9PLQ6jwGCot0DgFjrT9xhfaW1GxumGUeHdNy9Uq6p7L6DKePJUHXPhymuJlzcs0ifOy9wkzmR1WLmKWSQPpECzHHx1lF87EAjdnVrm-bLCnLDiRAJVpX-LUGBVR5_p_YBuN8QUwVeo/s1600/Mar%25C3%25ADlia1.png" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="770" data-original-width="550" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgLmu9PLQ6jwGCot0DgFjrT9xhfaW1GxumGUeHdNy9Uq6p7L6DKePJUHXPhymuJlzcs0ifOy9wkzmR1WLmKWSQPpECzHHx1lF87EAjdnVrm-bLCnLDiRAJVpX-LUGBVR5_p_YBuN8QUwVeo/s1600/Mar%25C3%25ADlia1.png" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i style="font-size: 12.8px;"><span style="font-size: small;">Giulia Gam e Marília Pêra, camarim do Teatro Cultura Artística, 1996</span></i></td></tr>
</tbody></table>
<br />
<div style="text-align: center;">
<span style="color: red; font-size: large;"><b>PERÍODO HERÓICO</b></span></div>
<br />
<span style="font-size: large;">Duas efemérides do rádio, acontecidas em 1950: primeiro vem a BANDEIRANTES com a extraordinária inovação de ficar 24 horas no ar, fato ainda inédito em todo o Brasil.</span><br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjUMjdTA7VYai9M9qq89Kxahwrn0swYXaLexbiSHh9WHcyxcoDqVoXQx5NmFcOrvVDh_wE8MMYmh_X9W6wJOLYeN7SadlQiORRbwRNRofAhO4MVK7jVM_v7-uj0Y69Cz0utNq88y5ehN9qu/s1600/Bandeirantes.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="960" data-original-width="616" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjUMjdTA7VYai9M9qq89Kxahwrn0swYXaLexbiSHh9WHcyxcoDqVoXQx5NmFcOrvVDh_wE8MMYmh_X9W6wJOLYeN7SadlQiORRbwRNRofAhO4MVK7jVM_v7-uj0Y69Cz0utNq88y5ehN9qu/s640/Bandeirantes.jpg" width="410" /></a></div>
<br />
<span style="font-size: large;">E ao mesmo tempo a RECORD inaugura a pré-história do Globocop e da pesquisa eleitoral, espalhando seis aviões por São Paulo com um time de jornalistas que incluía Murillo Antunes Alves e Sebastião Leporace, entre outros, a fim de colher a opinião do povo acerca das eleições de outubro de 1950. Período heróico.</span><br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiuD2_kGith-SQPI5geZ-leMS58e-1QcZb4MLe8Qg-H8-jFTSc7tHXZJnu0FQ28AVqNVMfeaIVzWdrCjT4wpdlBkjwX2KARioN7EC-d-Am63uBi3vaj8YWMLyp8ikXpx-r6LGBLSUiGQz-n/s1600/Record.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="960" data-original-width="632" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiuD2_kGith-SQPI5geZ-leMS58e-1QcZb4MLe8Qg-H8-jFTSc7tHXZJnu0FQ28AVqNVMfeaIVzWdrCjT4wpdlBkjwX2KARioN7EC-d-Am63uBi3vaj8YWMLyp8ikXpx-r6LGBLSUiGQz-n/s640/Record.jpg" width="420" /></a></div>
<br />
<div>
<br /></div>
<span style="background-color: white; color: #333333; font-family: "georgia" , serif;">___________________________________</span><br />
<span style="background-color: white; color: #333333; font-family: "georgia" , serif;"><br /></span><span style="background-color: white; color: #333333; font-family: "georgia" , serif; font-size: 13px;">Veja mais:</span><br />
<span style="background-color: white; color: #333333; font-family: "georgia" , serif; font-size: 13px;"></span><span style="background-color: white; color: #333333; font-family: "georgia" , serif; font-size: 13px;"></span><br />
<ul style="background-color: white; color: #cc6600; font-family: georgia, serif; font-size: 18.2px; line-height: 1.4; margin: 0.5em 0px; padding: 0px 2.5em;">
<li style="font-family: "trebuchet ms", trebuchet, verdana, sans-serif; margin: 0px 0px 0.25em; padding: 0px;"><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm;">
<span style="color: #e36c0a; font-family: "georgia" , serif; font-size: 14pt;"><a href="http://bernardoschmidt.blogspot.com.br/2014/04/minestrone-cultural_18.html" style="color: #cc6600; display: block; text-decoration-line: none;" target="_blank">Minestrone Cultural</a></span></div>
</li>
<li style="font-family: "trebuchet ms", trebuchet, verdana, sans-serif; margin: 0px 0px 0.25em; padding: 0px;"><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm;">
<a href="http://bernardoschmidt.blogspot.com.br/2015/01/minestrone-cultural-ii.html" style="color: #cc6600; display: block; font-family: georgia, serif; font-size: 14pt; text-decoration-line: none;" target="_blank">Minestrone Cultural II</a></div>
</li>
<li style="font-family: "trebuchet ms", trebuchet, verdana, sans-serif; margin: 0px 0px 0.25em; padding: 0px;"><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm;">
<span style="color: #e36c0a; font-family: "georgia" , serif; font-size: 14pt;"><a href="http://bernardoschmidt.blogspot.com.br/2015/07/minestrone-cultural-iii.html" style="color: #cc6600; display: block; font-size: 14pt; text-decoration-line: none;" target="_blank">Minestrone Cultural III</a></span></div>
</li>
<li style="font-family: "trebuchet ms", trebuchet, verdana, sans-serif; margin: 0px 0px 0.25em; padding: 0px;"><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm;">
<span style="color: #e36c0a; font-family: "georgia" , serif; font-size: 14pt;"><a href="http://bernardoschmidt.blogspot.com.br/2016/02/minestrone-cultural-iv.html" style="color: #cc6600; display: block; font-size: 14pt; text-decoration-line: none;" target="_blank">Minestrone Cultural IV</a></span></div>
</li>
<li style="font-family: "trebuchet ms", trebuchet, verdana, sans-serif; margin: 0px 0px 0.25em; padding: 0px;"><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm;">
<span style="color: #e36c0a; font-family: "georgia" , serif; font-size: 14pt;"><a href="http://bernardoschmidt.blogspot.com.br/2016/05/minestrone-cultural-v.html" style="color: #cc6600; display: block; font-size: 14pt; text-decoration-line: none;" target="_blank">Minestrone Cultural V</a></span></div>
</li>
<li style="font-family: "trebuchet ms", trebuchet, verdana, sans-serif; margin: 0px 0px 0.25em; padding: 0px;"><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm;">
<span style="color: #e36c0a; font-family: "georgia" , serif; font-size: 14pt;"><a href="http://bernardoschmidt.blogspot.com/2016/08/minestrone-cultural-vi.html" style="color: #cc6600; display: block; text-decoration-line: none;" target="_blank">Minestrone Cultural VI</a></span></div>
</li>
<li style="font-family: "trebuchet ms", trebuchet, verdana, sans-serif; margin: 0px 0px 0.25em; padding: 0px;"><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm;">
<a href="http://bernardoschmidt.blogspot.com.br/2016/09/minestrone-cultural-vii.html" style="color: #cc6600; display: block; font-family: georgia, serif; font-size: 14pt; text-decoration-line: none;" target="_blank"><span style="color: #e36c0a;">Minestrone Cultural VII</span></a></div>
</li>
<li style="font-family: "trebuchet ms", trebuchet, verdana, sans-serif; margin: 0px 0px 0.25em; padding: 0px;"><a href="http://bernardoschmidt.blogspot.com.br/2016/12/minestrone-cultural-viii.html" style="color: #cc6600; display: block; font-family: georgia, serif; font-size: 14pt; text-decoration-line: none;" target="_blank"><span style="color: #e36c0a;">Minestrone Cultural VIII</span></a></li>
<li style="font-family: "trebuchet ms", trebuchet, verdana, sans-serif; margin: 0px 0px 0.25em; padding: 0px;"><a href="https://bernardoschmidt.blogspot.com.br/2017/05/minestrone-cultural-ix.html" style="color: #cc6600; display: block; font-family: georgia, serif; font-size: 14pt; text-decoration-line: none;" target="_blank"><span style="color: #e36c0a;"><h3 class="post-title entry-title" style="color: #cc6600; font-size: 18.2px; font-weight: normal; line-height: 1.4em; margin: 0.25em 0px 0px; padding: 0px 0px 4px;">
Minestrone Cultural IX</h3>
</span></a></li>
<li style="font-family: "trebuchet ms", trebuchet, verdana, sans-serif; margin: 0px 0px 0.25em; padding: 0px;"><h3 class="post-title entry-title" style="font-family: georgia, serif; font-size: 18.2px; font-weight: normal; line-height: 1.4em; margin: 0.25em 0px 0px; padding: 0px 0px 4px;">
<span style="color: #e36c0a; font-size: 14pt;"><a href="https://bernardoschmidt.blogspot.com.br/2017/10/minestrone-cultural-x.html" style="color: #cc6600; display: inline; font-size: 14pt; text-decoration-line: none;" target="_blank">Minestrone Cultural X</a></span></h3>
</li>
<li style="font-family: "trebuchet ms", trebuchet, verdana, sans-serif; margin: 0px 0px 0.25em; padding: 0px;"><h3 class="post-title entry-title" style="font-family: georgia, serif; font-size: 18.2px; font-weight: normal; line-height: 1.4em; margin: 0.25em 0px 0px; padding: 0px 0px 4px;">
<span style="color: #e36c0a; font-size: 14pt;"><a href="https://bernardoschmidt.blogspot.com.br/2018/02/minestrone-cultural-xi.html" style="color: #cc6600; display: inline; font-size: 14pt; text-decoration-line: none;" target="_blank">Minestrone Cultural XI</a></span></h3>
</li>
<li style="font-family: "trebuchet ms", trebuchet, verdana, sans-serif; margin: 0px 0px 0.25em; padding: 0px;"><h3 class="post-title entry-title" style="font-family: georgia, serif; font-size: 18.2px; font-weight: normal; line-height: 1.4em; margin: 0.25em 0px 0px; padding: 0px 0px 4px;">
<span style="color: #e36c0a; font-size: 14pt;"><a href="http://bernardoschmidt.blogspot.com/2018/05/minestrone-cultural-xii.html" style="color: #cc6600; display: inline; font-size: 14pt; text-decoration-line: none;" target="_blank">Minestrone Cultural XII</a></span></h3>
</li>
<li style="font-family: "trebuchet ms", trebuchet, verdana, sans-serif; margin: 0px 0px 0.25em; padding: 0px;"><h3 class="post-title entry-title" style="font-family: georgia, serif; font-size: 18.2px; font-weight: normal; line-height: 1.4em; margin: 0.25em 0px 0px; padding: 0px 0px 4px;">
<span style="color: #e36c0a; font-size: 14pt;"><a href="https://bernardoschmidt.blogspot.com/2018/07/minestrone-cultural-xiii.html" target="_blank">Minestrone Cultural XIII</a></span></h3>
</li>
</ul>
<span style="font-size: large;"></span>Bernardo Schmidthttp://www.blogger.com/profile/12196150324865840023noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4381988697960596291.post-79477068919735062512018-11-02T07:55:00.002-07:002018-11-02T07:55:37.297-07:00Moro Ministro<div>
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: left; margin-right: 1em; text-align: left;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiQIGZ-k60D-HCnSR7goUH6GBNF-mFRuPcuVMS3lYCKTrQM9a36C5dv7cB6VHKPVV7ENI9Y_QzRO8WEXNcJVnniW4J51no5ahp-1sz-32XoAX6NA_0LBAazZJjDSUPtru18WYIjAlbZr9WU/s1600/sergio-moro.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="434" data-original-width="450" height="308" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiQIGZ-k60D-HCnSR7goUH6GBNF-mFRuPcuVMS3lYCKTrQM9a36C5dv7cB6VHKPVV7ENI9Y_QzRO8WEXNcJVnniW4J51no5ahp-1sz-32XoAX6NA_0LBAazZJjDSUPtru18WYIjAlbZr9WU/s320/sergio-moro.jpg" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i><span style="font-size: small;">Sérgio Moro</span></i></td></tr>
</tbody></table>
<div>
<span style="font-size: large;">Vejo com simpatia e otimismo a escolha de Moro para o futuro super-ministério da Justiça. Sou crítico de Bolsonaro desde o primeiro momento mas estou longe de sectarismos e me dá satisfação poder elogiar os acertos daqueles a quem critico. E neste caso creio que Bolso foi feliz na escolha e na iniciativa. Enquanto Trump - seu deplorável alterego norte-americano - se rodeou só de imbecis e nulidades, Bolso demonstra a um tempo humildade e arrojo, com essa indicação. Sabe que Moro é um homem sério, de personalidade, inteligente e conhecedor de suas atribuições e não o convidaria se o objetivo fosse de alguma forma desprimoroso. No ministério que cuidará não só da justiça mas englobará também a Polícia Federal, ele quer alguém que tenha credibilidade junto à classe política e junto ao povo.</span></div>
<div>
<br /></div>
<div>
<span style="font-size: large;">A escolha de Moro - assim como a tentativa frustrada de transformar Janaína Paschoal em vice - traz um elemento simbólico equivalente ou maior ao que será sua conseqüência prática: por conta de idiotices como elogiar Brilhante Ustra e um verdadeiro elenco de bobagens ditas no passado, a oposição a Bolso o compara a um nazista, a um fascista, a um prussiano ensandecido, a um sujeito que não hesitaria em pisar na Constituição, e assim por diante. Moro, por outro lado, representa o Estado de Direito, o respeito às leis, a aplicação draconiana da Justiça e, acima de tudo, o freio que impedirá quem quer que seja de extrapolar de sua autoridade, invadindo a autoridade alheia. Se me afigura como uma garantia, de Bolsonaro ao povo brasileiro, de que o ministério da Justiça - e portanto do Direito, dos direitos e da constituição - estará nas mãos de alguém que não permitirá que ela seja malbaratada.</span></div>
<div>
<br /></div>
<div>
<span style="font-size: large;">Os lulopetistas, é claro, estão histéricos. Moro é o sujeito que liderou o processo que levou pra cadeia o Pulha de Garanhuns e alguns de seus asseclas. Ver Sérgio Moro receber um convite que assume foros evidentes de recompensa ao magnífico trabalho exercido nestes últimos anos pela força-tarefa de Curitiba deve provocar revertérios de medo ao que restou da bancada da chupeta. Estão inclusive desenterrando uma entrevista dada por Moro em 2016 na qual dizia que não entraria jamais na política. Ahã. No Vox Populi de 1978 Lula disse exatamente a mesma coisa. Dois anos depois fundou o PT e em 1982 concorreu a governador. Foda-se. As pessoas mudam.</span></div>
<div>
<br /></div>
<div>
<span style="font-size: large;">Em relação à extinção de alguns ministérios e o agrupamento de outros, a grita também vem com o selo permanente de mimimi lulopetista. Durante o governo da Rainha Louca chegamos a um píncaro inaudito do mais sórdido aparelhamento do estado, com 39 ministérios, cada um deles servindo de cabide gigante para centenas e centenas de acólitos, apaniguados e demais agregados do lulopetismo. Ainda durante o terremoto "Dilma", o número caiu para 31. Temer cortou mais dois e temos hoje 29 ministros e secretários. Os Estados Unidos tem uma área com 1 milhão a mais de km² do que o Brasil e uma população superior em 120 milhões de pessoas; contando o vice-presidente, eles tem 23 ministérios.</span></div>
<div>
<br /></div>
<div>
<span style="font-size: large;">Há que cortar ministérios MESMO. Depois de 16 anos de incompetência e corrupção, o governo vai ter que fazer uma belíssima bariátrica. Ou uma grande redução de mama e reaprender a governar de forma austera. Fundir agricultura e meio ambiente foi uma má idéia e o povo apedrejou. A assessoria de Bolso voltou atrás e pelo jeito não haverá mais a fusão. Tanto melhor. Aplauda-se o governo pela capacidade de reconhecer um equívoco. Aplauda-se qualquer pessoa capaz de fazer aquilo que um lulopetista vai morrer sem conseguir: voltar atrás e admitir que errou.</span></div>
Bernardo Schmidthttp://www.blogger.com/profile/12196150324865840023noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4381988697960596291.post-3519600335224189862018-10-26T05:26:00.002-07:002019-08-31T16:16:24.551-07:00Ειρήνη Παπά, Eiríni Papás, Irene Papas — 2/7<div>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEho4LjwjJtr1ZhsJxwK44UHBX6U4gq_NzQa1SR409Jm2fiuRt4wh1nMX8G9Z5_HJCdikfevGBCpBsCtYIuL-umyqzvgzlFCkFnVBLDoepZVIBBgePzPiFc-jqIxBfBV5VN5kXNEnZMTuyFm/s1600/Papas3.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="760" data-original-width="559" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEho4LjwjJtr1ZhsJxwK44UHBX6U4gq_NzQa1SR409Jm2fiuRt4wh1nMX8G9Z5_HJCdikfevGBCpBsCtYIuL-umyqzvgzlFCkFnVBLDoepZVIBBgePzPiFc-jqIxBfBV5VN5kXNEnZMTuyFm/s1600/Papas3.jpg" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i><span style="font-size: small;">Irene, circa 1965</span></i></td></tr>
</tbody></table>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<span style="font-size: large;">Neste segundo artigo procurarei abordar vários dos filmes políticos de que Irene participou, cobrindo invasões européias, guerra fria, pós-nazismo, ditadura sul-americana, até o épico <i>Z</i>, que tocou tão de perto o coração da atriz. Na seqüência há comentários sobre dois filmes que tem a máfia como tema. </span><span style="font-size: large;">Farei uma distinção, dentro da carreira de Irene, entre filmes políticos, filmes históricos e filmes específicos sobre a Segunda Guerra, então <i>Guns of Navarone</i>, <i>Battle of Sutjeska</i> e <i>The Assisi Underground</i> terão um capítulo próprio mais à frente.</span><br />
<br />
<br />
<div style="text-align: center;">
<span style="font-size: large;"><b><u>FILMES POLÍTICOS</u></b></span></div>
<span style="font-size: large;"><br /><table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: left; margin-right: 1em; text-align: left;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiRaMnXuZv0cTzrYtEm_CxCFlAv1CUw90I_SWohsU68eRLO7P7FXA-yLlunorwyjFs0iKf9mc2nXs53xnj5nuxQp8n5METGJG8LxA4WAjPPv8JAWxoS2DG3MDu_NejppMCcZTT9jhBG_kp2/s1600/The+Missing+Scientists.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1600" data-original-width="1200" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiRaMnXuZv0cTzrYtEm_CxCFlAv1CUw90I_SWohsU68eRLO7P7FXA-yLlunorwyjFs0iKf9mc2nXs53xnj5nuxQp8n5METGJG8LxA4WAjPPv8JAWxoS2DG3MDu_NejppMCcZTT9jhBG_kp2/s400/The+Missing+Scientists.jpg" width="300" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i><span style="font-size: small;">Posterzinho mequetrefe feito </span></i><i style="font-size: 12.8px;"><span style="font-size: small;">pela </span></i><i style="font-size: 12.8px;"><span style="font-size: small;">"Renown"</span></i><br />
<i style="font-size: 12.8px;"><span style="font-size: small;">para o filme que, </span></i><i style="font-size: 12.8px;"><span style="font-size: small;">pelo </span></i><i style="font-size: 12.8px;"><span style="font-size: small;">jeito, não tem poster</span></i></td></tr>
</tbody></table>
</span><br />
<div style="text-align: center;">
<span style="font-size: large;"><b style="color: red;"><u>THE MISSING SCIENTISTS (1955)</u></b></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-size: large;">Este é um
dos filmes menos significativos da carreira de Irene, e ao mesmo tempo um dos
mais curiosos. Em primeiro lugar porque tem apenas quarenta e cinco minutos, ou
seja, mal qualifica para ser um longa e está mais para um episódio de série
televisiva. Em segundo lugar os primeiros seis minutos do filme são um documentário sobre as instalações nucleares de Harwell, em Oxfordshire, então nos perguntamos se é um filme ou um documentário com cenas
dramatizadas. E terceiro porque diz o IMDB que seu lançamento ocorreu na Inglaterra
em 1955 sem especificar o mês, o que nos dá a sensação de que ele nunca foi
exibido comercialmente. Foi provavelmente encomendado pelo governo da Alemanha
Ocidental como propaganda anti-bélica e anti-comunista e nunca entrou em cartaz. A propósito, ele não tem cartaz. A foto
utilizada aqui (bem tosca, aliás) foi elaborada por uma empresa chamada “Renown Pictures LTD.”,
que restaurou a cópia original (mal e porcamente) em 2009 e deve ter os direitos sobre o filme, já que vem comercializando-o via <i>streaming</i> pela Amazon.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiJgHICEb07ddKRYCD4z3WoRBUv0AnyfVJCCSbYVlZcdNkB6lYZPu403Bt5DZ5Tar3Q57cjeSu21suIeDtgdGgVzJ2EQgSg17jvXbnW4vp0ufkxsX5LxtStsagtNcFtbatvYFJQFYng14Pi/s1600/The+Missing+1955.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" data-original-height="480" data-original-width="640" height="240" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiJgHICEb07ddKRYCD4z3WoRBUv0AnyfVJCCSbYVlZcdNkB6lYZPu403Bt5DZ5Tar3Q57cjeSu21suIeDtgdGgVzJ2EQgSg17jvXbnW4vp0ufkxsX5LxtStsagtNcFtbatvYFJQFYng14Pi/s320/The+Missing+1955.jpg" width="320" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-size: large;">O site da “Renown”
nos oferece pistas interessantes. Eles afirmam ser uma distribuidora
independente de filmes B britânicos e esclarecem parte da questão quando
explicam que esses filmes eram feitos “como apoio da atração principal,
produzido geralmente com um orçamento modesto, embora fossem terreno fértil
para futuros atores, escritores e diretores”. Ou seja, um curta anabolizado exibido
antes do filme que as pessoas de fato foram assistir. <i>The Missing Scientists</i> nada tem de britânico, mas como a “Renown”
também se descreve como dona de “uma das maiores coleções privadas de direitos
cinematográficos do mundo”, não seria absurdo imaginar que dentro de um lote adquirido,
consistindo de curtas esquecidos das décadas de 30 a 50, entrassem as produções
da obscura “Interwest Film”, responsável pelo filme. Além disso, considerando a
duração, a superficialidade e, sobretudo, a presença da jovem e estupenda Irene
Papas, <i>The Missing Scientists</i> se
enquadra facilmente na categoria de um filme barato feito para promover uma
estrela em ascensão.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: left; margin-right: 1em; text-align: left;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgZHOcb2VZr3mA7F74JzQC4WugAdPrRlaKOg_btpTx307g3w27TLiLnTvdC0zp8Z1pSFdSW9s2Uwatl9G6-jyTdfAUmeyNYs-fMIp0CnOEd3o5_cUOytFcglIfaxl2Oyed18ep2vHtVNuIc/s1600/Istv%25C3%25A1n+Sz%25C3%25A9kely+Steve+Sekely.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="511" data-original-width="397" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgZHOcb2VZr3mA7F74JzQC4WugAdPrRlaKOg_btpTx307g3w27TLiLnTvdC0zp8Z1pSFdSW9s2Uwatl9G6-jyTdfAUmeyNYs-fMIp0CnOEd3o5_cUOytFcglIfaxl2Oyed18ep2vHtVNuIc/s320/Istv%25C3%25A1n+Sz%25C3%25A9kely+Steve+Sekely.jpg" width="248" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i><span style="font-size: small;"><a href="https://index.hu/tudomany/tortenelem/2017/10/08/szegeny_szekelyt_meg_az_agai_is_huzza/" target="_blank">Székely</a> em meados da década de 30,<br />ainda na Hungria</span></i></td></tr>
</tbody></table>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-size: large;">Dito isto,
analisemos a equipe envolvida na produção do filme. O diretor é o húngaro Steve
Sekely (1899/1979), que começou a trabalhar com cinema na Hungria, usando seu verdadeiro
nome, Székely István. De 1930 a 1938 ele dirigiu quase trinta filmes de
grande apelo comercial e popular, com as maiores estrelas do cinema húngaro. Era conhecido e respeitado. Por
essa época a ameaça do nazi-fascismo deixou de ser só uma ameaça e Székely, que
era judeu, preferiu não ficar para ver a Hungria cair sob o domínio de Hitler,
o que ocorreu pouco depois. Foi para os Estados Unidos com a esposa, a atriz Irén Ágai, a quem dirigiu em vários de seus filmes. N</span><span style="font-size: large;">ão
encontrando,</span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-size: large;">possivelmente,</span><span style="font-size: large;"> lugar nos grandes estúdios, se contentou com produções menores,
filmes B de baixo orçamento, com estúdios de segunda como o Republic, o
Monogram, PRC, e qualquer pessoa que puxasse um tal</span><span style="font-size: large;">ão de cheque e pagasse os
custos da produção. O mais marcante, entretanto, é que em meio a caça-níqueis divertidos
como <i>Revenge of the Zombies</i> (1943) ou
<i>Blonde Savage</i> (1947), Székely sempre
dava um jeito de produzir filmes com um pano de fundo pacifista ou anti-</span><span style="font-size: large;">nazista.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: right; margin-left: 1em; text-align: right;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEijk2f7crEJgOMYukskIjf1RRs5IzFw1g7SitNE4hJI34LyalukU_y8FZlc-gg9BE1tDCDJkTZU6eHFfkKYHAJNW2zUOT21q7Uz2FLOV26dsYooyq6-eMtd0kIdOt4P7Rg07CVUCUR0cNj3/s1600/bondage.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1000" data-original-width="671" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEijk2f7crEJgOMYukskIjf1RRs5IzFw1g7SitNE4hJI34LyalukU_y8FZlc-gg9BE1tDCDJkTZU6eHFfkKYHAJNW2zUOT21q7Uz2FLOV26dsYooyq6-eMtd0kIdOt4P7Rg07CVUCUR0cNj3/s400/bondage.jpg" width="267" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i><span style="font-size: small;">Women in Bondage, que em português recebeu<br /> o nome de "Escravas de Hitler"</span></i></td></tr>
</tbody></table>
<span style="font-size: large;">Em 1943 ele
dirig</span><span style="font-size: large;">iu <i>Women in Bondage</i>, que o
público deve ter ido assistir em hordas, crente de que era algo erótico ou
pervertido, e na verdade é a história de uma mulher que volta à Alemanha depois
de um tempo e fica horrorizada com a maneira criminosa que as mulheres estão
sendo tratadas pelo governo nazista (daí o termo “bondage”). Tinha o título alternativo de <i>Hitler's Women</i>. Em Portugal recebeu o nome de <i>Escravas do Nazismo</i>. No Brasil, <i>Escravas de Hitler</i>. E isso em pleno
auge da segunda guerra.</span><br />
<br />
<span style="font-size: large;">Em 1944 vieram, um atrás do outro, <i>Waterfront</i>, sobre um espião nazista que perde uma caderneta com
endereços secretos e começa a ser chantageado; e <i>Lake Placid Serenade</i>, sobre um patinadora no gelo que entra em
desespero quando descobre que seu país, a Tchecoslováquia, foi invadida pelos
nazistas. Não importava que fossem filmes de 70 minutos ou superficiais. </span><span style="font-size: large;">Székely era um diretor de filmes B e essa foi a maneira que encontrou de ajudar os aliados e seus amigos húngaros que sofriam a dominação nazista. Em 1950 sua esposa morreu, com apenas 38 anos e ele seguiu trabalhando, agora também em TV. E é a essa altura que chegamos a <i>The Missing Scientists</i>.</span><br />
<br />
<div style="text-align: left;">
</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: left; margin-right: 1em; text-align: left;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgdJNIXk8rQxOtsfHO6wXMO0l0vK4o9oPzTZEQ9AIjFZ4bVe6EnyMD527D5UEwxeIkS86lY5V1RqFyJkZE7BYYqse_Gen8kiHlLel5S99iX2pFQDzbrhpHDwtguDhWGgtkQB4qHNLgFD0VQ/s1600/The+Missing+Scientists+1955+Irene+Papas+%252810%2529.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="853" data-original-width="668" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgdJNIXk8rQxOtsfHO6wXMO0l0vK4o9oPzTZEQ9AIjFZ4bVe6EnyMD527D5UEwxeIkS86lY5V1RqFyJkZE7BYYqse_Gen8kiHlLel5S99iX2pFQDzbrhpHDwtguDhWGgtkQB4qHNLgFD0VQ/s400/The+Missing+Scientists+1955+Irene+Papas+%252810%2529.jpg" width="312" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i><span style="font-size: small;">Friedrich Joloff, Kurt Kreuger, Reinhard Kolldehoff<br />e Paul Campbell</span></i></td></tr>
</tbody></table>
<span style="font-size: large;">Os roteiristas chamados foram o casal George e Gertrude Fass, que faziam tudo em dupla e trabalhavam quase que exclusivamente em televisão. Não posso deixar de registrar que em 1958 o Teleteatro Tupi encenou uma peça deles com o nome de "Alguém precisa matar" (é possível que seja <i>Murder is a bottomless well</i>, apresentada na mesma época na TV americana). Foi o casal Fass que criou e roteirizou a trama rocambolesca e absurda de <i>The Missing Scientists</i>.</span><br />
<br />
<span style="font-size: large;">É sobre dois cientistas, Max Anders (Kurt Kreuger) e Gio Manfredi (Friedrich Joloff), que trabalham no laboratório de pesquisa nuclear de Harwell, na Inglaterra. </span><span style="font-size: large;">Eles recebem uma proposta para trabalhar na Alemanha Oriental, com a promessa de que ganharão seus próprios laboratórios e fundos ilimitados para pesquisa. O motivo para terem aceito, segundo Anders, é que não havia incentivo à pesquisa no lado ocidental. Junto a eles virão também os cientistas norte-americanos </span><span style="font-size: large;">Dr. Ambrose, </span><span style="font-size: large;">Dr. Renard e sua filha Ruth Renard, que deixarão seus postos na usina de Oak Ridge, no Tennessee. Anders e Manfredi não comparecem a Harwell e começam a ser procurados.</span><br />
<br />
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: right; margin-left: 1em; text-align: right;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj0vxhwPmnuxVKSBLmjRM3FcrGjisLTya5F2ZV56Ecvc-U92J_qoeKy2jzdUx5-WZB3aVmfdvdyTnVqrgEtWFsgklXi2fuN6__Gx272GwERHCrw1doPRwVlbPYB_w6qQPNYngFJ3RgTgR3J/s1600/The+Missing+Scientists+1955+Irene.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="470" data-original-width="576" height="260" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj0vxhwPmnuxVKSBLmjRM3FcrGjisLTya5F2ZV56Ecvc-U92J_qoeKy2jzdUx5-WZB3aVmfdvdyTnVqrgEtWFsgklXi2fuN6__Gx272GwERHCrw1doPRwVlbPYB_w6qQPNYngFJ3RgTgR3J/s320/The+Missing+Scientists+1955+Irene.jpg" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i><span style="font-size: small;">Kurt Kreuger e Irene</span></i></td></tr>
</tbody></table>
<span style="font-size: large;">Gina (Irene Papas), namorada de Anders, encontra um bilhete de uma mulher falando sobre um encontro deles em Munique, e a suspeita faz com que ela procure a polícia norte-americana. Como se tratava de deserção, inicia-se uma operação entre a Scotland Yard e </span><span style="font-size: large;">a polícia americana na Alemanha</span><span style="font-size: large;">. As coisas desandam; descobre-se que o Dr. Renard se desentendeu com os alemães orientais e foi assassinado. Quanto ao bilhete trazido por Gina, era Ruth Renard se fazendo passar por outra pessoa, e ela também é demovida de participar da deserção. No fim, a polícia decide que o agente </span><span style="font-size: large;">Dick Richard (Paul Campbell) se infiltrará no grupo, como se fosse Ambrose, e Gina se fará passar por Ruth Renard. O objetivo é avisar os cientistas de que Renard foi morto, Ruth e Ambrose desistiram e tudo não passa de uma armação dos orientais para que eles se tornem prisioneiros e trabalhem para desenvolver os planos genocidas de Berlim.</span><br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjwQ6F1tjCmGZ_uPtpUr5BLHIRk38V3A3TClCyD7MDuhl9YyXfHkB_Oe7M2zYOD1wHkHBzJvNd14P74ld7qASDsXvj_vF-JqqBXLHy8mcSqAjgFzulTRfWlHG2lxEfXV8R32KfBEsGi2FOJ/s1600/The+Missing+Scientists+1955+Irene+Papas+%25281%2529.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="574" data-original-width="532" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjwQ6F1tjCmGZ_uPtpUr5BLHIRk38V3A3TClCyD7MDuhl9YyXfHkB_Oe7M2zYOD1wHkHBzJvNd14P74ld7qASDsXvj_vF-JqqBXLHy8mcSqAjgFzulTRfWlHG2lxEfXV8R32KfBEsGi2FOJ/s1600/The+Missing+Scientists+1955+Irene+Papas+%25281%2529.jpg" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i><span style="font-size: small;">Visual inqualificável... uma mistura de Julie Andrews com Christy Turlington</span></i></td></tr>
</tbody></table>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgg9L9oztKT2Dl2_CnFP2VLl15whYQyzR7Tnl6qeuRfyp-FJ5dSfCy-mg15AnkgNsHNVYnV6HrPvjEnq-PKWxnOLN542IXlrQVxLSdYm-iG1cgSK2a6NkkH6uknXWeBnM0V9bMFXku8P_EE/s1600/The+Missing+Scientists+1955+Irene+Papas+%252811%2529.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="481" data-original-width="490" height="313" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgg9L9oztKT2Dl2_CnFP2VLl15whYQyzR7Tnl6qeuRfyp-FJ5dSfCy-mg15AnkgNsHNVYnV6HrPvjEnq-PKWxnOLN542IXlrQVxLSdYm-iG1cgSK2a6NkkH6uknXWeBnM0V9bMFXku8P_EE/s320/The+Missing+Scientists+1955+Irene+Papas+%252811%2529.jpg" width="320" /></a></div>
<span style="font-size: large;">Todos se reúnem em uma casa de Munique, controlada pelo agente alemão Valentin Kolchak (Reinhard Kolldehoff), que só aguarda a chegada de todos para que possam se encaminhar a um aeroporto clandestino e cruzar a fronteira. Gina reencontra Anders e os outros se passando por Ruth e num momento em que Kolchak sai da sala ela conta tudo. Anders não acredita e confronta o alemão, revelando a farsa de Gina e Dick e </span><span style="font-size: large;">botando o plano da polícia a perder. O alemão nega as afirmações de Gina, mas o estrago já foi feito: todos desistem de ir, menos Anders. Kolchak promete que os outros poderão ir embora sem quaisquer problemas e os dois vão para o aeroporto. Chegando lá, bêbado, com uma garrafa na mão, o alemão confirma que serão todos assassinados, assim como Renard. Anders então finge que vai beber, toma a garrafa e a arrebenta na cabeça do alemão. </span><span style="font-size: large;">Volta correndo para a casa, onde encontra toda a operação policial, mas nem sinal de seus amigos.</span><br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhOwFF3CILJ3U9e1lm3KegtZwRJjDyjTcw4nT_7749-DIGtjTclR2AEg1aifuYk8POC75I9hjszBGFXqpR0MZA4UcZ_EM6o4JT1qkpDsiYORnX_1oleWLoTNhiH3RSTNz8cDI6xmn102GBP/s1600/The+Missing+Scientists+1955+Irene+Papas+%25288%2529.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="959" data-original-width="539" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhOwFF3CILJ3U9e1lm3KegtZwRJjDyjTcw4nT_7749-DIGtjTclR2AEg1aifuYk8POC75I9hjszBGFXqpR0MZA4UcZ_EM6o4JT1qkpDsiYORnX_1oleWLoTNhiH3RSTNz8cDI6xmn102GBP/s1600/The+Missing+Scientists+1955+Irene+Papas+%25288%2529.jpg" /></a></div>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: right; margin-left: 1em; text-align: right;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgf81CcIoLFlQQGXX-DSlJTexLe6wjfVUqv7WIQIL8UZQNj7PnhyphenhyphenpwFkriSWeyJMPtLAGB-0K3VUzSVGfUghwJJyDvHzfLRfhAnbPf4ZYEbteCiw4qyHAHz1dnTdccjvUJTFxkWy8pLOcvA/s1600/The_Missing_Scientists_1955+Jackie+Collins.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="404" data-original-width="339" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgf81CcIoLFlQQGXX-DSlJTexLe6wjfVUqv7WIQIL8UZQNj7PnhyphenhyphenpwFkriSWeyJMPtLAGB-0K3VUzSVGfUghwJJyDvHzfLRfhAnbPf4ZYEbteCiw4qyHAHz1dnTdccjvUJTFxkWy8pLOcvA/s320/The_Missing_Scientists_1955+Jackie+Collins.jpg" width="268" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i><span style="font-size: small;">Jackie Collins, aos 18 anos</span></i></td></tr>
</tbody></table>
<span style="font-size: large;">Ele então se recorda que Manfredi carregava consigo algum tipo de material radioativo dentro de um pequeno container. Utilizando um contador <i>geiger</i> eles descobrem que estão todos amordaçados e presos atrás de uma parede. Eles são soltos e o final é feliz. Pelo menos para eles, porque a família Renard deve ter sofrido muito. E há ainda uma última curiosidade. Além de Papas, que precisaria ainda de algum tempo para que o público compreendesse que era um crime ambiental cortar suas sobrancelhas, havia uma atriz ainda mais nova nesse filme, que iniciara sua carreira no ano anterior: Jacqueline Collins, que fazia o papel da esposa de Gio Manfredi. Era irmã mais nova de Joan Collins, trabalhou por alguns anos mas já na década de 60 se aposentou para escrever romances, tornando-se uma das maiores best-sellers dos Estados Unidos.</span><br />
<br />
<span style="font-size: large;"><i>The Missing Scientists</i> é o que é. Quarenta e cinco minutos do que poderia ser uma série semanal com casos de polícia. Uma bobagem leve e inofensiva que só se salvou do limbo pela presença de Irene. Concluo fazendo uma ressalva da maior justiça: a música que acompanha o filme é bonita, bem executada e de grande qualidade. Uma trilha sonora digna de um filme de Hollywood. Mas como se trata de uma produção menor, compositor, orquestrador e músicos não são citados nos créditos. Uma pena.</span></div>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh0-apUVkbbRtDrCD5RwETuCzusZvbK3m1DosVeFJhhU7w3W62QxlGudHTNXr84Wd2hzlVZVmYR6HrPlPhBZ0POBUm_FfzSmFnwJelMF9SHRVXqeC_oz3oxeQvSA4mPUdkymjRjXMZKoJGZ/s1600/Gorke+Trave.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="489" data-original-width="344" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh0-apUVkbbRtDrCD5RwETuCzusZvbK3m1DosVeFJhhU7w3W62QxlGudHTNXr84Wd2hzlVZVmYR6HrPlPhBZ0POBUm_FfzSmFnwJelMF9SHRVXqeC_oz3oxeQvSA4mPUdkymjRjXMZKoJGZ/s400/Gorke+Trave.jpg" width="281" /></a></div>
<div style="text-align: center;">
<span style="color: red; font-size: large;"><b>GORKE TRAVE (1966)</b></span></div>
<br />
<span style="font-size: large;">Filme do iugoslavo (nascido na atual Sérvia) Zivorad Mitrovic, da primeira leva de cineastas iugoslavos do pós-guerra. Roteiro de Frida Filipovic e Michael Mansfeld.</span><br />
<br />
<span style="font-size: large;">Garota iugoslava —</span><span style="font-size: large;"> Lea Weiss (Papas) </span><span style="font-size: large;">—</span><span style="font-size: large;"> é enviada ao campo de concentração de Auschwitz. Há um conventilho reservado para bandidos de alto coturno no campo, e ela se prostitui ali por pequenas regalias. Bonita e jovem, é retirada do conventilho por um médico da Gestapo </span><span style="font-size: large;">—</span><span style="font-size: large;"> Dr. Berger (Hans Zesch-Ballot) </span><span style="font-size: large;">—</span><span style="font-size: large;"> que faz experiências com esterilização nas prisioneiras. Ela se torna vítima da experiência e logo depois amante do general. Com isso consegue se livrar das experiências seguintes, que envolvem o congelamento de pessoas e outras monstruosidades. Quando se cansa da moça, o médico a envia de volta ao conventilho, onde ela permanece até o fim da guerra. Anos mais tarde, ela conta parte de sua história a um namorado </span><span style="font-size: large;">—</span><span style="font-size: large;"> Bora Petrovic (Daniel Gélin) </span><span style="font-size: large;">—</span><span style="font-size: large;"> que lança as memórias em livro.</span><br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: right; margin-left: 1em; text-align: right;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjDyLtIbEwI1Dnm-nHdGWadVhrhVBtk4ae_qG2YKhnzE-AduCGcb3_SSfSVcOKHJ0djFiJt5gvpBdeTrF4MCqSCSZmq817tGNCr0BermgQk7iH_jl-gcAfu2JM0WYIS75991ysBw42U0InW/s1600/Gorke+trave+1967.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="995" data-original-width="648" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjDyLtIbEwI1Dnm-nHdGWadVhrhVBtk4ae_qG2YKhnzE-AduCGcb3_SSfSVcOKHJ0djFiJt5gvpBdeTrF4MCqSCSZmq817tGNCr0BermgQk7iH_jl-gcAfu2JM0WYIS75991ysBw42U0InW/s400/Gorke+trave+1967.jpg" width="260" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i><span style="font-size: small;">Lea: prostituição e experiências<br />monstruosas</span></i></td></tr>
</tbody></table>
<span style="font-size: large;">Em seguida ela se casa com um repórter francês que morre cobrindo a guerra da Indochina. Ela resolve se estabelecer na Alemanha, onde recebe uma compensação financeira irrisória pelos seus sofrimentos durante a guerra, e desconhece o fato de que seus benfeitores são a irmã de um general da SS —</span><span style="font-size: large;"> Elsa (Radmila Gutesa) </span><span style="font-size: large;">—</span><span style="font-size: large;"> e o assessor jurídico </span><span style="font-size: large;">—</span><span style="font-size: large;"> Walden (Werner Peters) </span><span style="font-size: large;">—</span><span style="font-size: large;"> do médico que a seviciou.</span><br />
<br />
<span style="font-size: large;">Passados vinte anos, um promotor —</span><span style="font-size: large;"> Hoffmann (Heinz Drache) </span><span style="font-size: large;">—</span><span style="font-size: large;"> começa a juntar provas para poder prender Berger, que está solto e feliz. Procura Lea, que se recusa a ajudar e ainda nega tudo que foi publicado no livro de Bora. Hoffmann vai a Belgrado e pede que Bora vá com ele até a Alemanha para tentar convencer Lea a testemunhar. Ele aceita e os dois descobrem que Lea está sendo chantageada e ameaçada para não testemunhar. Aos poucos ela vai se abrindo e contando detalhes ainda mais terríveis de seu inferno no campo de concentração. E com isso as ameaças vão aumentando e acabando com a frágil estabilidade emocional e mental de Lea. Os pesadelos com o passado, que a infernizam desde a guerra, vão se tornando piores e se misturando com a realidade.</span><br />
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiHhQiuCnCoequo232-nff8lueLsfpgBLochwNNdb4_N9pDx5up4TMqXR8BjMKQsw2Dqlo8tGevz6aD1_GrmSK_D-UgaUpJv8ow_mV4RAnaroOsqYELozAxqq37nvOrQCxh6sJUOQKd8Hx7/s1600/Gorke+trave+1967+%25283%2529.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1448" data-original-width="1147" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiHhQiuCnCoequo232-nff8lueLsfpgBLochwNNdb4_N9pDx5up4TMqXR8BjMKQsw2Dqlo8tGevz6aD1_GrmSK_D-UgaUpJv8ow_mV4RAnaroOsqYELozAxqq37nvOrQCxh6sJUOQKd8Hx7/s640/Gorke+trave+1967+%25283%2529.jpg" width="506" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i><span style="font-size: small;">Papas: Beleza inigualável</span></i></td></tr>
</tbody></table>
<br />
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: left; margin-right: 1em; text-align: left;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhbd4_1ztLyw-mmiOa3NcuNppSfr-4xAjE2Hg8M4ZrwJGiuwxMbAJhcm5jgau5SlKsjT72JOG7_C3sFVbD8PFVXsH-jmabKx267c9k44Cn6GjBE3OBYvUkTcS6mfyZLcuOTNQdjxXDbgPg3/s1600/zeugin+aus+der+h%25C3%25B6lle+%25282%2529.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="309" data-original-width="425" height="232" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhbd4_1ztLyw-mmiOa3NcuNppSfr-4xAjE2Hg8M4ZrwJGiuwxMbAJhcm5jgau5SlKsjT72JOG7_C3sFVbD8PFVXsH-jmabKx267c9k44Cn6GjBE3OBYvUkTcS6mfyZLcuOTNQdjxXDbgPg3/s320/zeugin+aus+der+h%25C3%25B6lle+%25282%2529.jpg" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i><span style="font-size: small;">Papas e Daniel Gélin</span></i></td></tr>
</tbody></table>
<span style="font-size: large;">É um filme de baixa qualidade artística. Não conheço a obra de Mitrovic, se ele tem ou não filmes reconhecidos, mas <i>Gorke Trave</i> parece um trabalho de alunos de segundo ano em uma faculdade de cinema. A produção até que não é ruim mas o roteiro é deplorável e a direção está abaixo do amador. A história tem seu relevo e poderia ter resultado em um filme bem interessante, inclusive por trazer a ótica iugoslava, pouquíssimo conhecida do ocidente, mas os diálogos são tão idiotas que não provocam qualquer emoção. Poucas vezes vi situações de tamanha dramaticidade sendo conversadas de maneira tão cretina e artificial. Daniel Gélin e Heinz Drache são insípidos e inodoros. Bora e Hoffman são dois </span><span style="font-size: large;"><i>bullies</i></span><span style="font-size: large;"> </span><span style="font-size: large;">trapalhões,</span><span style="font-size: large;"> que não conseguem dar uma dentro, chateiam a pobre mulher até que ela revele aquilo que tenta desesperadamente esconder, sabendo o quanto isso a perturba e o quanto põe sua vida em perigo, e quando isso acontece eles ficam abobados, sem saber o que fazer. </span><br />
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhy8F3OsmaayL8dEge1Uf-bJMvBcmN1lhtKs9MC4bl0xPcoxzlnL6YqAq-OXOGu2JxGC7AcZPaLTA34JDFzYenMTGeV0mqe0njiFHgGO609ybd_ipuCzl2Q6Nx8eXMQhHj4yuCnMeXnXOyA/s1600/Papas+Heinz+Drache+Jean+Claudio.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="422" data-original-width="548" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhy8F3OsmaayL8dEge1Uf-bJMvBcmN1lhtKs9MC4bl0xPcoxzlnL6YqAq-OXOGu2JxGC7AcZPaLTA34JDFzYenMTGeV0mqe0njiFHgGO609ybd_ipuCzl2Q6Nx8eXMQhHj4yuCnMeXnXOyA/s1600/Papas+Heinz+Drache+Jean+Claudio.jpg" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i><span style="font-size: small;">Jean Claudio, Papas e Heinz Drache</span></i></td></tr>
</tbody></table>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj-EyTcJwJePh8lijVn4R0pJvjsFkLwH79tXl1W7ZsosxBIb-y6AG6q3BkgQXf1FMAWGC3VERt52p8i-ixnShA6WiXdwraeIb4aaMuxLtwIBZPh5d8wtwbxH8GJUfds4BAd_9yCF9-_A467/s1600/irene-papas+%25282%2529.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="594" data-original-width="457" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj-EyTcJwJePh8lijVn4R0pJvjsFkLwH79tXl1W7ZsosxBIb-y6AG6q3BkgQXf1FMAWGC3VERt52p8i-ixnShA6WiXdwraeIb4aaMuxLtwIBZPh5d8wtwbxH8GJUfds4BAd_9yCF9-_A467/s1600/irene-papas+%25282%2529.jpg" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i><span style="font-size: small;">Lançamento de Gorke Trave, 1966</span></i></td></tr>
</tbody></table>
<br />
<span style="font-size: large;"><span style="font-size: medium;"></span></span><span style="font-size: large;"><i>Gorke Trave</i> </span><span style="font-size: large;">— "ervas amargas" </span><span style="font-size: large;">— é uma referência ao <i>maror</i> e ao <i>chazeret</i>, pratos servidos na páscoa judaica e que podem ser feitos com alface, escarola ou endívia. No filme, há uma cena em que Lea está lendo o livro para o qual deu seu fatídico depoimento e em certa passagem ela fala de como era o <i>Pessach</i> na casa de seu avô. As ervas amargas simbolizam o sofrimento dos judeus no Egito; neste caso, Lea faz um paralelo do sofrimento dos judeus no exílio.</span><br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgoETrSy7DFi4itB-GIq0obQqvWdZrjF9HGZjnht3T-Hb0sorSuIaqtMr9tNoXfGhj4dw2UzJuJsw0zkiS1CuUR9yxrQUsFUR_Gm0YqqWuTrmN6_lw9XI1v3JWjZw4e4d0Mji1Bx4BgGkvr/s1600/Gorke+trave+1967+%25281%2529.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="544" data-original-width="720" height="241" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgoETrSy7DFi4itB-GIq0obQqvWdZrjF9HGZjnht3T-Hb0sorSuIaqtMr9tNoXfGhj4dw2UzJuJsw0zkiS1CuUR9yxrQUsFUR_Gm0YqqWuTrmN6_lw9XI1v3JWjZw4e4d0Mji1Bx4BgGkvr/s320/Gorke+trave+1967+%25281%2529.jpg" width="320" /></a></div>
<span style="font-size: large;">O filme foi lançado em 1966 na Iugoslávia e no ano seguinte na Alemanha Ocidental, com os títulos <i>Bittere Kräuter</i> (literal) ou <i>Die Zeugin aus der Hölle</i> ("A Testemunha do Inferno"), mais popular. E desapareceu com toda a razão, logo em seguida. A única coisa que salva este filme do penumbroso abismo de merecido esquecimento, é a presença catártica de Irene Papas. É de se pensar o porquê deste filme tão bobo ser o segundo que ela fez depois do sucesso avassalador de <i>Zorba</i>; talvez pelo fato de que, por conta do <i>typecast</i>, choveram papéis de gregas exóticas que não lhe apresentavam maior desafio; ou porque ela sempre apreciou a idéia de trabalhar em países com culturas diferentes. Papas aparenta estar falando inglês mas é dublada em servo-croata, e graças à direção capenga ela está deliciosamente careteira. Mas se há um razão para perdoar Mitrovic por <i>Gorke Trave</i> é ele não ter economizado cenas em que podemos ver Papas em toda o esplendor de sua beleza. Tudo nela é maravilhoso. Lamenta-se que o material seja tão ruim, porque nas mãos de um verdadeiro cineasta, a atriz teria dado uma performance poderosa, assustadora e comovente. Não é o que acontece, mas pelo menos eterniza-se a divina beleza refulgente </span><span style="font-size: large;">de seus 39 anos.</span><br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEix3Fhyphenhyphen7sXekkt5zCXdUbRw7vzFZXXgUJno67NnHaXfQ9fJtRFN0xp5Dr5w654TNfhyKhHWwmOveZxWjxaUnndzGKAQA24FGHnu8KFIZjKdXwPx7Zu-zYLamfpFp0We1xPJdiaCwlAYRq1M/s1600/z.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" data-original-height="999" data-original-width="723" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEix3Fhyphenhyphen7sXekkt5zCXdUbRw7vzFZXXgUJno67NnHaXfQ9fJtRFN0xp5Dr5w654TNfhyKhHWwmOveZxWjxaUnndzGKAQA24FGHnu8KFIZjKdXwPx7Zu-zYLamfpFp0We1xPJdiaCwlAYRq1M/s400/z.jpg" width="288" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: center;">
<span style="color: red; font-size: large;"><b><u>Z (1969)</u></b></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<o:p><i>Muito já se falou e ainda se fala sobre Z, então ao invés de mais uma análise, prefiro historiar o processo de realização do filme, que é pouco conhecido.</i></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-size: large;">A Grécia
levou décadas para que sua situação política se estabilizasse, após a 2ª
Guerra. Houve guerra civil, gabinetes se sucederam, a monarquia se equilibrava
por um fio e pouco ajudou que nas eleições parlamentares de 1961 fosse eleita maioria
da União Nacional Radical, partido conservador criado pelo Primeiro-ministro Konstantínos
Karamanlís, em seu terceiro mandato. O velho Geórgios Papandréou, ex-Primeiro-ministro,
fundador e líder do partido adversário, a União Central, acusou fraude e
violência no pleito, além da ação de um “paraestado” (ou “estado paralelo”) na
concretização desse logro eleitoral, que envolveria a Agência Nacional de
Segurança Grega (EYP) e grupos paramilitares. Em meio a essa grita, que em nada
alterou o resultado das eleições, quem assomou ao parlamento helênico pela
Esquerda Democrática Unida — o outro partido oposicionista, que concorreu
coligado com a União Central — foi o médico e ex-atleta Grigoris Lambrakis, que
desde a 2ª Guerra pautava sua agenda política pelo pacifismo.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: left; margin-right: 1em; text-align: left;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgj7AtH4fN2FvVqBvD60n5ooUeC27KDpHOEWJoXXqAIuFtrxJDiMQvomqtXsYqbEBaYgMLBZl-Z9tahsdcMh_AXi0UUWhAHwkA_VkouseidFinYJ8Lzvu8sI6fC5AzRqLEoRon7P6ovCSdU/s1600/500408710-612x612.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="612" data-original-width="440" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgj7AtH4fN2FvVqBvD60n5ooUeC27KDpHOEWJoXXqAIuFtrxJDiMQvomqtXsYqbEBaYgMLBZl-Z9tahsdcMh_AXi0UUWhAHwkA_VkouseidFinYJ8Lzvu8sI6fC5AzRqLEoRon7P6ovCSdU/s320/500408710-612x612.jpg" width="230" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i><span style="font-size: small;">A célebre imagem de Lambrakis</span></i></td></tr>
</tbody></table>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-size: large;">Entretanto,
os movimentos pacifistas daquela época, ao redor do mundo, eram associados
diretamente ao comunismo; o Conselho Internacional da Paz surgira em 1950 sob
inspiração do Kominform, pregando o desarmamento, o anti-imperialismo e a
soberania dos povos. Quando Lambrakis resolveu criar uma comissão internacional
de paz na Grécia, alinhada extra-oficialmente a esse Conselho, a polícia passou
a reprimir todas as manifestações organizadas por ele. Isso ocorreu um punhado
de vezes, não só na Grécia, e ficou particularmente célebre a marcha pacifista que
ia da cidade de Maratona a Atenas, em abril de 1963, quando a polícia prendeu dezenas
de manifestantes e Lambrakis seguiu sozinho erguendo uma faixa com a palavra “Grécia”,
ladeada do símbolo universal da paz. A situação era bem mais grave do que se
podia supor, e a repressão policial vinha acompanhada de constantes ameaças de
morte ao médico. E em 22 de maio de 1963, um mês depois da marcha de Maratona,
Lambrakis levou uma paulada na cabeça, saindo de uma palestra que acabara de
proferir em um auditório, na cidade de Tessalônica, e morreu cinco dias depois,
de traumatismo craniano.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div style="text-align: right;">
</div>
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: right; margin-left: 1em; text-align: right;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjE-D3pV-zZes8vmZZDc9A688ghCOcy6X3yuOkrwBQE1NxhDTRXLwtGW0ZYF8gnHEGmT8aD5hwMqNFly5VCNAhSUj4xS8xYTIX2Tl1zGdRBe2yy2V76s0i76PVR7YmZN0EQLQsiNPhxOrZY/s1600/lambrakis2.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="350" data-original-width="226" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjE-D3pV-zZes8vmZZDc9A688ghCOcy6X3yuOkrwBQE1NxhDTRXLwtGW0ZYF8gnHEGmT8aD5hwMqNFly5VCNAhSUj4xS8xYTIX2Tl1zGdRBe2yy2V76s0i76PVR7YmZN0EQLQsiNPhxOrZY/s1600/lambrakis2.jpg" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i><span style="font-size: small;">Lambrakis</span></i></td></tr>
</tbody></table>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-size: large;">O
assassinato provocou grande comoção popular. Cerca de duzentas mil pessoas
acompanharam o enterro gritando as palavras de ordem “Você vive, você vive,
você nos conduz”, que em grego é «Ζεις, ζεις, εσύ μας οδηγείς». Karamanlís não
teve opção senão permitir que uma investigação profunda ocorresse para que o
culpado, ou os culpados, fossem levados a julgamento e condenados. Entram em cena
o investigador Christos Sartzetakis, o promotor Nikos Athanasopoulos e o
procurador Pavlos Delaportas. Liderados pelo primeiro, os três levaram a cabo
uma operação que revelou uma gigantesca rede de corrupção policial e
acobertamento de crimes políticos com inúmeras ramificações nas esferas do
governo, da polícia, do Exército e até mesmo em círculos da família real. Os
dois criminosos responsáveis pela morte de Lambrakis (Emannouel Emannouilides e
Spyros Gotzamanis) foram presos e, depois de três vitórias consecutivas, a
União Nacional Radical finalmente perdeu a eleição parlamentar de novembro
daquele ano para a União Central, de Papandréou. Desgostoso, e estremecidas
suas relações com o rei, Karamanlís renunciou ao cargo de Primeiro-ministro e
se auto-exilou, permanecendo longe da Grécia por onze anos.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiLR5ohEMVqLJU7yJB39iSf8gw69PZ_OJyfdCm2O-H7OVN-4Q3iQlzYC77LkXweNiSZIHj_0cdApS2-s4JO7NkPYuy1pVy7ZfBr1ecvGBdToqnwxpNwf1y__4kTdZyYuwSpnpsthubxU1KC/s1600/Lampraki.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="600" data-original-width="430" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiLR5ohEMVqLJU7yJB39iSf8gw69PZ_OJyfdCm2O-H7OVN-4Q3iQlzYC77LkXweNiSZIHj_0cdApS2-s4JO7NkPYuy1pVy7ZfBr1ecvGBdToqnwxpNwf1y__4kTdZyYuwSpnpsthubxU1KC/s640/Lampraki.jpg" width="458" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i><span style="font-size: small;">O impressionante funeral de Lambrakis</span></i></td></tr>
</tbody></table>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: left; margin-right: 1em; text-align: left;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi3KHm5JzY0KHLXVbaPtmcZG66JEqeboVlphzu2I7qf2JUE5NmYs8Y04-v2pyT0gaDTeDpsHkZFQGFwSBi61zVRVV_o0p_xSRtAWZQsqUMvp68WjCX2hR0vjoIsCKYK42oflQFfhDOjkBXl/s1600/Christos.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="423" data-original-width="303" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi3KHm5JzY0KHLXVbaPtmcZG66JEqeboVlphzu2I7qf2JUE5NmYs8Y04-v2pyT0gaDTeDpsHkZFQGFwSBi61zVRVV_o0p_xSRtAWZQsqUMvp68WjCX2hR0vjoIsCKYK42oflQFfhDOjkBXl/s320/Christos.jpg" width="228" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i><span style="font-size: small;">Christos Sartzetakis em 1965</span></i></td></tr>
</tbody></table>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-size: large;">A renúncia
não acalmou os ânimos. Em março de 64 morreu o rei Pávlos e assumiu o seu filho
de apenas 24 anos, o inexperiente Konstantinos II. Os primeiros ministros se
sucederam, Papandréou assumiu o cargo em duas ocasiões, por curto período de
tempo, mas a incapacidade de articulação política do novo rei deteriorou ainda
mais a cisão direita x esquerda que se arrastava há 20 anos. Nesse meio tempo, em
1966, na véspera do julgamento de Emannouilides e Gotzamanis, o escritor Vasílis
Vasilikós concluiu a extensa pesquisa que empreendera nos últimos dois anos sobre
o assassinato de Lambrakis e a investigação que veio a seguir. Sabendo que o
assunto era explosivo, mudou os nomes dos envolvidos, o que parece ter sido uma
ironia, já que a história real está toda lá. Além disso, o nome escolhido para
o título foi a letra “Z” do alfabeto latino, que possui perfeita identidade
fonética com a expressão grega “Ζει” — “ele vive” — remetendo diretamente ao
funeral de Lambrakis.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: right; text-align: right;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiYwA2_fUiZPbNO1PwQ3oYqerzK2FDCcFITBWHEgGmB9QuCJ5QVFb5x24X82UT-f1QmEd2-D8ersUXdQ60Ihb59zMtNyebo_FNqwKOzY0HvFIj0jPJGORnVi9atNFZ2Il9DQxUCwsa6m0y6/s1600/z+galimard.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="346" data-original-width="235" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiYwA2_fUiZPbNO1PwQ3oYqerzK2FDCcFITBWHEgGmB9QuCJ5QVFb5x24X82UT-f1QmEd2-D8ersUXdQ60Ihb59zMtNyebo_FNqwKOzY0HvFIj0jPJGORnVi9atNFZ2Il9DQxUCwsa6m0y6/s1600/z+galimard.jpg" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i><span style="font-size: small;">1ª edição francesa</span></i></td></tr>
</tbody></table>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-size: large;">Em outubro
os dois criminosos foram condenados, mas não por assassinato, e sim por
agressão, em manobra protecionista evidente do tribunal grego, e ao invés de
pena de morte ou prisão perpétua foram sentenciados a onze (Gotzamanis) e oito
anos e meio (Emannouilides ) de prisão. Os outros 29 envolvidos — inclusive
generais que ajudaram a acobertar o crime — também tiveram penas leves. O
veredito provocou revolta na Grécia. Em novembro Vasilikós publicou “Z”,
inicialmente em seis partes, na revista “Tachydrómos”, e ao mesmo tempo em
livro.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-size: large;">Quem passava
pela Grécia por essa época, visitando a família, era o jovem cineasta Costa
Gavras. Ganhou do irmão uma cópia de “Z”, e em abril de 1967, quando voltava
para a França — onde morava desde a época da faculdade e realizava a maior
parte de seus filmes — eclodiu na Grécia o golpe militar que levou ao governo
uma junta de coronéis. Geórgios Papandréou ficou em prisão domiciliar (com
quase 80 anos e a saúde debilitada), centenas de pessoas foram presas, “Z” foi
censurado e tanto Vasilikós quanto Christos Sartzetakis foram exilados (o
último foi preso duas vezes e torturado antes do exílio). O próprio rei, que tentou
contemporizar com os militares também acabou exilado, em dezembro daquele ano. Emannouilides,
Gotzamanis e os outros envolvidos foram postos em liberdade, mas o livro já tinha
sido lançado, traduzido para o francês e Costa Gavras estava em adiantadas
negociações com o autor sobre transformar “Z” em filme. Por mais que os
militares agora governando a Grécia quisessem impedir, a história de Lambrakis
se tornaria conhecida mundialmente.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div style="text-align: left;">
</div>
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: left; margin-right: 1em; text-align: left;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi7MSTWhLZpLoCpGnKLSZaqc3gmpg1kMzSjsQOL1Za6WnRHuK2MLcVaRNZiDyQVEVheAEV0q9eogGVUsiexvibuQ86Cne5fCvSH86Q5yeWIS0tdlc8TPo7PrRiNCpbb5AkOxMuiLYl2h-m2/s1600/gavras+semprun.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="250" data-original-width="400" height="200" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi7MSTWhLZpLoCpGnKLSZaqc3gmpg1kMzSjsQOL1Za6WnRHuK2MLcVaRNZiDyQVEVheAEV0q9eogGVUsiexvibuQ86Cne5fCvSH86Q5yeWIS0tdlc8TPo7PrRiNCpbb5AkOxMuiLYl2h-m2/s320/gavras+semprun.jpg" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i><span style="font-size: small;">Da esq.: Costa Gavras, Jorge Semprun<br />e Yves Montand</span></i></td></tr>
</tbody></table>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-size: large;">Costa escreveu
o roteiro com Jorge Semprun, escritor e político espanhol que vivera na França
durante muitos anos e que rompera recentemente com o partido comunista de seu
país. Ele trazia caudaloso <i>know-how</i>
sobre o funcionamento de ações subversivas e suas conseqüências, o que enriqueceu
sobremaneira o trabalho do diretor, ainda um noviço no incipiente gênero do
cinema político. Costa chamou dois atores com quem já trabalhara anteriormente,
para os papéis principais: Yves Montand seria Lambrakis, referido apenas como “o
doutor”; e Jean-Louis Trintignant para o papel de Sartzetakis, referido apenas
como “o juiz”. Os experientes, mas desconhecidos fora de seus países de origem,
Marcel Bozzuffi (Emannouilides) e Renato Salvatori (Gotzamanis), interpretaram
os assassinos de Lambrakis, com os nomes respectivamente de “Vago” e “Yago”. O
garoto Jacques Perrin interpreta o repórter que cobre todo o acontecimento
desde o início. Vendo que Gavras não poderia filmar nem na Grécia e nem na
França, tal o grau de explosividade do assunto, Perrin foi também responsável
por conseguir as locações na Algéria, onde o filme todo acabou sendo feito.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiZFsdMCdegf3t_MkWD2biW9VAPPO_WhXlEBIs0tunRutR7emW8kd5FQ0k7lS2PC4hYyGl3yddZR1tX0YJSNjFIgRyLcwo5ARfIaVgnLVjqJ1DcdjxkhHa1_cRMZWWE8_P63-EUseQvKpYb/s1600/costa+raoul.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="433" data-original-width="561" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiZFsdMCdegf3t_MkWD2biW9VAPPO_WhXlEBIs0tunRutR7emW8kd5FQ0k7lS2PC4hYyGl3yddZR1tX0YJSNjFIgRyLcwo5ARfIaVgnLVjqJ1DcdjxkhHa1_cRMZWWE8_P63-EUseQvKpYb/s1600/costa+raoul.jpg" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i><span style="font-size: small;">O câmera Raoul Coutard e Costa, durante as filmagens de Z</span></i></td></tr>
</tbody></table>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: right; margin-left: 1em; text-align: right;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgtmyIVYaLyxK6Or3mId80zPUFfxMxmkUMD8CPVgwalUrRex8YoRH9cx4nFCP5aIwJgPTGlWoCaqmrnb5ddr5l0XRe2befHOem_r-DpC26JYzddE3JXe74JYxFyhvEGoyo1_n-_w3yvHUqa/s1600/MV5BNTQyNWQwMGYtODZjNy00YWNiLTg2YTUtMmQ5N2EzYTZkY2ZkXkEyXkFqcGdeQXVyMjUyNDk2ODc%2540._V1_SY1000_CR0%252C0%252C846%252C1000_AL_.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1000" data-original-width="846" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgtmyIVYaLyxK6Or3mId80zPUFfxMxmkUMD8CPVgwalUrRex8YoRH9cx4nFCP5aIwJgPTGlWoCaqmrnb5ddr5l0XRe2befHOem_r-DpC26JYzddE3JXe74JYxFyhvEGoyo1_n-_w3yvHUqa/s400/MV5BNTQyNWQwMGYtODZjNy00YWNiLTg2YTUtMmQ5N2EzYTZkY2ZkXkEyXkFqcGdeQXVyMjUyNDk2ODc%2540._V1_SY1000_CR0%252C0%252C846%252C1000_AL_.jpg" width="337" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i><span style="font-size: small;">Irene e Montand em cena de Z</span></i></td></tr>
</tbody></table>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-size: large;">Com o elenco
praticamente todo escalado, Costa esbarrou em um problema sério: por razões
óbvias ele desejava utilizar atores gregos em <i>Z</i>, e havia dezenas deles querendo participar. Mas era impossível.
Com os coronéis no poder, os atores sabiam que trabalhar em uma adaptação
cinematográfica do livro de Vasilikós, filmado em outro país, era, no mínimo, a
certeza de não poder mais voltar para a Grécia. Não há gregos, portanto, no
elenco de <i>Z</i>. Com uma única exceção: a
maior atriz grega de todos os tempos, Irene Papas. Inteligente, culta e antenada
politicamente, ela desprezava o golpe, era amiga de Andreas, filho de Geórgios
Papandréou, e comparecera ao enterro de Lambrakis. E provavelmente por ser uma
figura tão respeitada, conhecida e admirada no mundo inteiro, Irene não era
incomodada pelos generais. E mesmo que fosse, ela dava de ombros. Segundo Costa
Gavras, em depoimento de 2009:</span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-size: large;"><i>Irene (...) estava representando "a
velha Grécia" </i>[anterior ao golpe]<i>.
Os coronéis tomaram o poder em um momento em que a Grécia estava se
transformando de fato em um país democrático. Todos estavam dizendo "que
ótimo, as coisas estão mudando profundamente na Grécia", e eles pararam
com tudo, de um dia para outro. Então foi uma grande frustração, um grande ódio
por eles. E Irene Papas, de certa forma, estava disposta a mostrar tudo isso: o
ódio por eles, e também a dor que ela sentia. (...) Os coronéis não podiam
tocar Irene Papas, não importa o que ela tivesse feito. Então ela pôde participar
do filme sem problemas.<o:p></o:p></i></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj-ZNBGmfF3SeJk8K-GBmr1yt96FDX6auXKbcMmFm8FcoyVR53MgCLkl4v1qSYWzDUDBEPjjf22IyzdN3Pb7MzmQvJK0TTP3eMLK4BdxHr7G3KjGl3G42VFl-keQQlt8t_UUR7zIf614Lgs/s1600/Irene+z.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="435" data-original-width="550" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj-ZNBGmfF3SeJk8K-GBmr1yt96FDX6auXKbcMmFm8FcoyVR53MgCLkl4v1qSYWzDUDBEPjjf22IyzdN3Pb7MzmQvJK0TTP3eMLK4BdxHr7G3KjGl3G42VFl-keQQlt8t_UUR7zIf614Lgs/s1600/Irene+z.jpg" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i><span style="font-size: small;">Irene e Bernard Fresson, em foto promocional de Z</span></i></td></tr>
</tbody></table>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhOhUq5zHJrom-R3xFzpo5a93sMXezogBPVg0uK2I2NXy98c_z-0Cvm5PYXlbWxVzSwTlXrIcTxm-Lp64HalubypzgYqNeByhy5awkcw1X0Qi3_b0Uk0j84boIxudC4CKks9yjXnqqPXx2r/s1600/Irene+z1.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="387" data-original-width="551" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhOhUq5zHJrom-R3xFzpo5a93sMXezogBPVg0uK2I2NXy98c_z-0Cvm5PYXlbWxVzSwTlXrIcTxm-Lp64HalubypzgYqNeByhy5awkcw1X0Qi3_b0Uk0j84boIxudC4CKks9yjXnqqPXx2r/s1600/Irene+z1.jpg" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i><span style="font-size: small;">Irene, em flashback de Z</span></i></td></tr>
</tbody></table>
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: left; margin-right: 1em; text-align: left;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjeViMav4K_fnvr9DCQZgyxRQRw468xzjAcoyOx1Invy78-L05EXkv1OIU8mhmZ_WuqHfNBTJksjCOUVqxOKpFzXWuaGiYJhFanBDsALpxzpsm_oUPR04FMeSDOauWiM_ROfVuaEFqeahpy/s1600/Irene+z+%25282%2529.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="416" data-original-width="310" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjeViMav4K_fnvr9DCQZgyxRQRw468xzjAcoyOx1Invy78-L05EXkv1OIU8mhmZ_WuqHfNBTJksjCOUVqxOKpFzXWuaGiYJhFanBDsALpxzpsm_oUPR04FMeSDOauWiM_ROfVuaEFqeahpy/s1600/Irene+z+%25282%2529.jpg" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i><span style="font-size: small;">Irene, em Z</span></i></td></tr>
</tbody></table>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-size: large;">Não
exatamente “sem problemas”. Papas já não filmava na Grécia fazia alguns anos e só voltaria a filmar em seu país quase dez anos depois. E o papel da viúva é curto, mas tem uma imensa carga
sentimental e simbólica. Na pele de Irene, conforme o comentário de Costa, ela
representa o país. É a mulher grega, a esposa grega. E é, em última análise,
viúva de todos os assassinados pela repressão e posteriormente pelo golpe
militar. Sua tristeza é a tristeza de todas as mulheres que tiveram seus
maridos presos, exilados, torturados ou mortos. Existe, porém, uma história
maior dessa viúva, que não é contada em <i>Z</i>.
O público fora da Grécia estava alheio aos fatos relativos à vida pessoal de
Lambrakis, e como Costa foi sutilíssimo ao mostrar em um rápido <i>flashback</i> que o
doutor fora infiel à sua esposa, a recordação que temos é da longa e comovente
cena em que Irene junta os pertences do marido, como a loção pós-barba, o
pijama e coisas assim, até ser interrompida pelo sempre inconveniente (mas
necessário) repórter de Jacques Perrin.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-size: large;">Na verdade,
a vida conjugal de Lambrakis estava longe de ser um mar de rosas; ele era
casado com Dímitra Batariá, com quem tinha um filho, mas pelo menos dois outros
filhos foram reconhecidos posteriormente como sendo do médico, um deles
enquanto ele ainda era vivo, inclusive. Dímitra, por sua vez, casou-se
novamente em 1965, com um oficial do exército e não teve qualquer participação
na elaboração do roteiro ou do filme. O personagem de Irene recebeu o nome
(nada original) de “Hélène”.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiGJoZ1RHvsBDowMHJ7YV_3Uf4fpU01REA8et7Tir_y6mD79Jy4nqHqm1W1suy3BWVEbR05S0uDSyBBZNBiyFB8-bLy6y3UKy_R_blp95OsPkIoYorUR9dl4qNRTnXoMFLgq8glMM9WRHMx/s1600/z+elenco.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="463" data-original-width="561" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiGJoZ1RHvsBDowMHJ7YV_3Uf4fpU01REA8et7Tir_y6mD79Jy4nqHqm1W1suy3BWVEbR05S0uDSyBBZNBiyFB8-bLy6y3UKy_R_blp95OsPkIoYorUR9dl4qNRTnXoMFLgq8glMM9WRHMx/s1600/z+elenco.jpg" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i><span style="font-size: small;">Yves Montand, Irene Papas, Marcel Bozzuffi e Jean-Louis Trintignant</span></i></td></tr>
</tbody></table>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div style="text-align: right;">
</div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: right; margin-left: 1em; text-align: right;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgREL_bR8ePlB_oSAUNdIWZTowtRCo1k9bgDdvfVxCxd37a8y-GqhFsG-Km-Qpy1PhG3Dg51mRvlhXtZCZayDt93hBmKS14DiPCIkCQU-wXtHJz5oDa6N8myd_2wB1EdPQIxbYyHcg4YHHY/s1600/b_23738_or_147.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1600" data-original-width="1164" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgREL_bR8ePlB_oSAUNdIWZTowtRCo1k9bgDdvfVxCxd37a8y-GqhFsG-Km-Qpy1PhG3Dg51mRvlhXtZCZayDt93hBmKS14DiPCIkCQU-wXtHJz5oDa6N8myd_2wB1EdPQIxbYyHcg4YHHY/s320/b_23738_or_147.jpg" width="232" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i style="font-size: 12.8px;"><span style="font-size: small;"><a href="http://www.mikistheodorakis.gr/el/multimedia/photos/all/?st=100" target="_blank">Mikis Theodorákis</a>, em 1968</span></i></td></tr>
</tbody></table>
<span style="font-size: large;">A trilha
sonora de <i>Z</i> também tem uma história notável
de bastidores. A primeira e única opção de Costa para essa função era Mikis
Theodorákis. Ele não era apenas um dos maiores nomes da música grega, indicado
recentemente ao Grammy e ao Globo de Ouro pela trilha sonora do <i>Zorba</i> (filme de Michális Kakogiánnis que
tornou Irene Papas uma das atrizes mais famosas do mundo, na ocasião), mas era
medularmente engajado politicamente. Além de ter freqüentes problemas com a censura
pelo teor político de suas músicas, Mikis era um grande amigo de Lambrakis e
com a morte do ativista, fundou e foi posteriormente eleito presidente da “Juventude
Democrática de Lambrakis” (Δημοκρατική Νεολαία Λαμπράκη), associada à Esquerda
Democrática Unida. Esse movimento paralelo seguia os ideais políticos e
pacifistas de Lambrakis, e chegou a ter cinqüenta mil membros. Em 1964 Mikis
também foi eleito para parlamento helênico através da Esquerda Democrática.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: left; margin-right: 1em; text-align: left;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhxGCxFf7uVPOtmjxGg-6PgCfUCDWSeO6uR2MK0IDqLiryZkzPy-yh0IEy9hUaPSz7EIrFe3Vw7QpUq9SzTpEnHf0UXr_6Arzdn9EPmNKSOPfnk7kmT80_nvTvoyDeV7eK4YDYeCf6HpklR/s1600/1963.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1222" data-original-width="1600" height="244" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhxGCxFf7uVPOtmjxGg-6PgCfUCDWSeO6uR2MK0IDqLiryZkzPy-yh0IEy9hUaPSz7EIrFe3Vw7QpUq9SzTpEnHf0UXr_6Arzdn9EPmNKSOPfnk7kmT80_nvTvoyDeV7eK4YDYeCf6HpklR/s320/1963.jpg" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i><span style="font-size: small;"><a href="http://www.mikistheodorakis.gr/el/multimedia/photos/bydate/?d=1970" target="_blank">Theodorákis</a> em um evento da Juventude<br />Democrática de Lambrakis, em 63</span></i></td></tr>
</tbody></table>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-size: large;">Tudo isso
terminou com o golpe. Dias antes, pressentindo a gravidade da situação, o
compositor criou a “Frente Patriótica”, movimento que fortaleceria a oposição
nas eleições seguintes, mas era tarde demais. Com a ascensão dos coronéis ele ficou
preso durante seis meses e logo depois enviado, com a família, para um
confinamento em um vilarejo chamado Zatouna. Para não despertar quaisquer
suspeitas Costa mandou sua esposa ao vilarejo, com seu nome de solteira. Ela conseguiu
se avistar com o compositor, a quem explicou a situação e pediu, em nome de
Costa, que ele participasse de <i>Z</i>.
Mikis, evidentemente impossibilitado de compor, escreveu apenas um bilhete ao
diretor, dando-lhe autorização para varejar suas partituras inéditas e utilizar o que
ele quisesse, na trilha sonora do filme. O trabalho árduo de orquestração desse
material ficou todo a cargo do maestro Bernard Gérard.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-size: large;">Vale ressaltar
que exatamente durante esse período, no início de 1968, Irene Papas estava nos estúdios
da RCA, em Nova York, gravando um LP com onze músicas de Theodorákis.
Incentivada por Michális Kakogiánnis — que assinou o texto da contra-capa — a
atriz, dona de uma voz linda, séria, sensual e cheia de personalidade, deu sua valiosa
contribuição, usando sua fama para popularizar mundialmente a música de seu conterrâneo, vocalizando seu
protesto veemente à perseguição e prisão de um artista tão importante para a Grécia e batendo
de frente com a ditadura de seu próprio país.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjzQupVQ1sRNOk17eYzjdWV-nQSSmtuSqlKC5LHZ8oHHI2m8lV0XXWAmuManeQOQl8TARCB2ImspuAegw1AOuxRsEtAYqbR1COGIvhlMaNFIu3s21crOBDC8ljOfeCb754vcaaKK6TQproq/s1600/Papas+Theodor%25C3%25A1kis+1.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="493" data-original-width="500" height="393" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjzQupVQ1sRNOk17eYzjdWV-nQSSmtuSqlKC5LHZ8oHHI2m8lV0XXWAmuManeQOQl8TARCB2ImspuAegw1AOuxRsEtAYqbR1COGIvhlMaNFIu3s21crOBDC8ljOfeCb754vcaaKK6TQproq/s400/Papas+Theodor%25C3%25A1kis+1.jpg" width="400" /></a></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg7pxHp2AbwhvcsPrx3NpvQp9cjYC1d7dmqLYcEXbXFMsCXEFFuGXy9Xs2_Um6GD9PXVaVcX4trw01X3ZS39gfNGiO2D3ZzaDjQmaFOYTwASvLqymaeF3Jb6osC1C13eB4vTvVzWDPRFz9v/s1600/Papas+Theodor%25C3%25A1kis.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1412" data-original-width="1402" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg7pxHp2AbwhvcsPrx3NpvQp9cjYC1d7dmqLYcEXbXFMsCXEFFuGXy9Xs2_Um6GD9PXVaVcX4trw01X3ZS39gfNGiO2D3ZzaDjQmaFOYTwASvLqymaeF3Jb6osC1C13eB4vTvVzWDPRFz9v/s400/Papas+Theodor%25C3%25A1kis.jpg" width="397" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i><span style="font-size: small;">Capa e contra-capa. Clique para ver o texto em alta resolução</span></i></td></tr>
</tbody></table>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: right; margin-left: 1em; text-align: right;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhdGJH5o7FKm8fUWUu-bHt2K0vRfgdGeM-mOXcZLO1tLk5iusAnmcLTXaUfWxxC29cHDjNpoSJmWcOWH9iIFtgiclL1zOWYKFrqGsDigi5gRQPJV9fY7QTEEUny3-hd1VKM0iiz4mCQL8ss/s1600/Costa+Papas+Montand.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="318" data-original-width="563" height="180" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhdGJH5o7FKm8fUWUu-bHt2K0vRfgdGeM-mOXcZLO1tLk5iusAnmcLTXaUfWxxC29cHDjNpoSJmWcOWH9iIFtgiclL1zOWYKFrqGsDigi5gRQPJV9fY7QTEEUny3-hd1VKM0iiz4mCQL8ss/s320/Costa+Papas+Montand.jpg" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i><span style="font-size: small;">Costa, Papas e Montand</span></i></td></tr>
</tbody></table>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-size: large;"><i>Z</i> teve sua première em fevereiro de
1969, na França, nove meses depois dos protestos estudantis de maio de 1968. O
momento não poderia ser de maior efervescência política. Ditaduras espocavam
pelo mundo, a Europa ainda vivia os ecos da Primavera de Praga, a Guerra do
Vietnan continuava firme e forte, e o governo grego proibiu sumariamente a
exibição do filme, assim como todos os países que possuíam, naquele momento, uma
ditadura de direita (circunstância que permitiu, curiosamente, que Z fosse
exibido no Festival de Cinema de Moscou em junho daquele ano, na então União Soviética).
Na Grécia, por sinal, nunca houve um “lançamento”, propriamente dito. No
Brasil, por exemplo, o filme só chegou em 1980, em plena abertura do governo
Figueiredo. Onde pôde ser exibido, entretanto, o filme foi um sucesso
avassalador. Costa recebia notícias de que ao fim da exibição, em determinados
países, o filme era aplaudido em pé pelos espectadores.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: left; margin-right: 1em; text-align: left;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiRnZuZAwK7yJ6Kvc-f-unW935eMARIW6fUxnXMMBL7fqvsh7d-in5vYE_4P0S6tlUXOjq_zrk1BCOGmbIsEEHbPQQ8jfqGeblHzLhbyimlclxEj-SSgq9BKOzWHchqimBGbG5_79azorEh/s1600/Z+-+Italian+Poster.jpeg" imageanchor="1" style="clear: left; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1549" data-original-width="1107" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiRnZuZAwK7yJ6Kvc-f-unW935eMARIW6fUxnXMMBL7fqvsh7d-in5vYE_4P0S6tlUXOjq_zrk1BCOGmbIsEEHbPQQ8jfqGeblHzLhbyimlclxEj-SSgq9BKOzWHchqimBGbG5_79azorEh/s320/Z+-+Italian+Poster.jpeg" width="228" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i><span style="font-size: small;">Poster italiano</span></i></td></tr>
</tbody></table>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-size: large;">A carreira
internacional de <i>Z</i> parecia das mais promissoras, mas quando foi indicado a cinco Oscars — Melhor Edição,
Melhor Filme Estrangeiro, Melhor Filme, Melhor Direção e Melhor Roteiro
Adaptado — a viúva de Lambrakis resolveu processar os produtores do filme. No
fim <i>Z</i> ganhou apenas Edição e Filme
Estrangeiro, o que é uma grande injustiça, já que teria sido o primeiro filme
não falado em inglês a ganhar o prêmio de Melhor Filme. O processo
aparentemente não deu em nada mas o então presidente da Academia, o ator
Gregory Peck, afirmou a Costa Gavras que o processo provocara mal-estar entre
membros da Academia e custara muitos votos ao filme. Segundo o historiador de
cinema Peter Cowie, o processo certamente não partiu de Dímitra, e sim da
pressão dos coronéis.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-size: large;">A situação
não foi muito melhor nos outros festivais. Em Cannes o filme venceu Melhor Ator
(Jean-Louis Trintignant) e Costa recebeu o prêmio do Júri por unanimidade. Mas
perdeu a Palma de Ouro para o hoje esquecido <i>If...</i>, dirigido por Lindsay Anderson. Mikis Theodorákis ganhou o
BAFTA de Melhor Trilha Sonora e <i>Z</i>
levou o Globo de Ouro de Melhor Filme Estrangeiro. E mais um punhado de
primeiros prêmios em festivais regionais norte-americanos. É pouco para uma
obra-prima como <i>Z</i>. Mas foi um filme bastante aclamado e instrumental na vitoriosa
carreira futura de Costa Gavras. Pessoalmente lamento que Marcel Bozzuffi —
espetacular como o facinoroso Vago — não tenha sido premiado por seu trabalho,
embora sua carreira hollywoodiana tenha florescido graças à sua performance em <i>Z</i>.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjRVYNaFNd8vMjawJaBbRjAVZf-XsSwJRFl64nqYLRznXJUviBCB17av0zSfSl8PsXvu8-p_xQcGWj4a3fm7GeVhzSi6ASFqcr9rufiZPAJxvkreXPJD5gtkYWhG_A_qLQ_8gxcVtnKcTFp/s1600/Cannes+1969.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="505" data-original-width="547" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjRVYNaFNd8vMjawJaBbRjAVZf-XsSwJRFl64nqYLRznXJUviBCB17av0zSfSl8PsXvu8-p_xQcGWj4a3fm7GeVhzSi6ASFqcr9rufiZPAJxvkreXPJD5gtkYWhG_A_qLQ_8gxcVtnKcTFp/s1600/Cannes+1969.jpg" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i><span style="font-size: small;">Cannes, 1969. Da esq.: Georges Géret, Jacques Perrin, Clotilde Joano, Irene Papas,<br />Marcel Bozzuffi, Costa Gavras e Yves Montand</span></i></td></tr>
</tbody></table>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-size: large;">Mikis
Theodorákis foi transferido de Zatouna para o campo de concentração de Oropos. Quando
se soube que estava tuberculoso e com a saúde cada vez pior, iniciou-se um
grande movimento internacional, liderado por inúmeros elementos da classe artística,
para que fosse permitida sua saída da Grécia. Em 1970 os coronéis o exilaram e
ele passou os quatro anos seguintes na França, até o fim do período da ditadura
dos coronéis, em 1974. Ele está vivo e bem, aos 93 anos.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: right; margin-left: 1em; text-align: right;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiEceuydbkkcfdee-xitM-Jnm_Oq699kuI0xipRa6TxGFV7fKdqpVxtpWtoF4NqFQ2gc6paFxaL5Sj0UxeB6g9VaBNgYjLqguVQ-2iqQ8wjhs8w-vxxX3d-Qx6LCqSw3Xz7kVaeNaIUhXFV/s1600/2009.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="512" data-original-width="319" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiEceuydbkkcfdee-xitM-Jnm_Oq699kuI0xipRa6TxGFV7fKdqpVxtpWtoF4NqFQ2gc6paFxaL5Sj0UxeB6g9VaBNgYjLqguVQ-2iqQ8wjhs8w-vxxX3d-Qx6LCqSw3Xz7kVaeNaIUhXFV/s1600/2009.jpg" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i><span style="font-size: small;">Reencontro, em 2009, no lançamento do DVD<br />restaurado: acima, Vasilikós, Papas e Costa;<br />e abaixo, Costa, Sartzetakis e Theodorákis</span></i></td></tr>
</tbody></table>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-size: large;">Restaurada a democracia e abolida a monarquia,</span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-size: large;">Konstantínos Karamanlís assumiu como Primeiro Ministro pela quarta vez, em 1974, foi reeleito em 1977 e exerceu o cargo até 1980, quando se tornou o terceiro presidente da 3º República Helênica. Em 1985 foi sucedido por ninguém menos do que </span><span style="font-size: large;">Christos Sartzetakis, que desde o julgamento de Lambrakis e as ignomínias que sofreu durante a ditadura, era considerado um herói da Grécia. Ele deixou a presidência em 1990 e foi sucedido por </span><span style="font-size: large;">Karamanlís, que ficou no cargo até 1995 e morreu três anos depois, aos 91 anos. </span><span style="font-size: large;">Sartzetakis está com 89 anos.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-size: large;">Costa Gavras
está com 85 anos e acaba de concluir
as filmagens de “Adults in the room”, adaptação do livro de Yanis Varoufakis. Vasílis
Vasilikós está com 83 anos. Seu livro mais conhecido é “Z”.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-size: large;">Em 2009 foi lançado o DVD de <i>Z</i>, com uma versão restaurada sob a supervisão de Costa Gavras e Raoul Coutard. O filme foi mostrado em um festival de cinema francês, e com exceção de Marcel Bozzuffi, morto em 1988, Yves Montand, morto em 1991, e Jean-Louis Trintignant (talvez por algum impedimento pessoal), estavam todos lá: Costa, Papas, Vasilikós, Theodorákis e Sartzetakis.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh1bVR4eBqF73OPCW0X4SUPguRF0cpYh7lsUO9OVai5mqQuBJ_sv2HfuJyqGfyPfJp2Qt1EgZi_btnWhLmy32zK67AVZfFa1j6igshn_DKTeN3mkKLFbK-91zRk10djB7pS9g6POhQX6Tlb/s1600/Lion_of_the_Desert.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1200" data-original-width="898" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh1bVR4eBqF73OPCW0X4SUPguRF0cpYh7lsUO9OVai5mqQuBJ_sv2HfuJyqGfyPfJp2Qt1EgZi_btnWhLmy32zK67AVZfFa1j6igshn_DKTeN3mkKLFbK-91zRk10djB7pS9g6POhQX6Tlb/s400/Lion_of_the_Desert.jpg" width="298" /></a></div>
<div style="text-align: center;">
<span style="color: red; font-size: large;"><b>OMAR MUKHTAR, "LION OF THE DESERT" (1980)</b></span></div>
<br />
<span style="font-size: large;">Belíssimo e injustamente esquecido épico do diretor Mustafa Akkad sobre o holocausto promovido pelos italianos na Líbia, a partir de 1911, e no caso específico do filme, em 1930, oitavo ano da "era fascista". Mussolini (Rod Steiger), já em pleno surto de megalomania genocida, estava irritado com o fato de que cinco generais enviados para subjugar a Líbia, então colônia italiana, acabaram derrotados pela resistência liderada por Omar Mukhtar (Anthony Quinn). O professor e dito "general" era expoente do movimento senussida, que visava a integridade política e religiosa do islamismo e se opunha às invasões européias na África. Lutara contra o protetorado britânico no Egito, a expansão francesa no Chade e há vinte anos se estabelecera na região da Cyrenaica (leste do país) dando dores de cabeça aos italianos que insistiam em manter a Líbia como parte do império italiano. Farto com a derrota, Mussolini resolve destacar um dos mais sanguinários de seus generais, Rodolfo Graziani (Oliver Reed) para derrubar de vez Mukhtar e seus </span><span style="font-size: large;"><i>mujahidin</i>.</span><br />
<br />
<span style="font-size: large;">Na chegada ao país um dos <i>attachés</i> de Graziani já é avisado que a batalha sendo travada ali não pode ser conhecida no resto do mundo pois as regras da Convenção de Genebra estão sendo olimpicamente ignoradas. Isso nos dá a medida do tipo de expedientes utilizados pelos italianos: </span><span style="font-size: large;">assassinatos em massa, tortura, estupros e enforcamentos (que </span><span style="font-size: large;">devem ter sido cuidadosamente estudados pelo então jovem Hitler, que em 1930 ainda não passava de um quadro promissor do partido nazista alemão)</span><span style="font-size: large;">. Além disso, como até aquele momento ninguém do exército invasor fora capaz sequer de identificar Mukhtar, cuja identidade era protegida por todos, os italianos retaliavam incendiando metade da produção alimentícia de todo e qualquer povoado, para que eles não pudessem sustentar os <i>mujahidin</i>.</span><br />
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhzievJGavRPcfrdWkaO8lMhk23UFdEE4lSAucg8KXXe1erKbGnM7NAAVOiGcRcqRGM4AQvVdGxVZCEjGHfZ3XPS9ol5fVI4kmaQbo8_wPe720faO55Jk6YxkNzq4wda4GBuzgXGu7g_iyK/s1600/quinn+mukhtar.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="389" data-original-width="563" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhzievJGavRPcfrdWkaO8lMhk23UFdEE4lSAucg8KXXe1erKbGnM7NAAVOiGcRcqRGM4AQvVdGxVZCEjGHfZ3XPS9ol5fVI4kmaQbo8_wPe720faO55Jk6YxkNzq4wda4GBuzgXGu7g_iyK/s1600/quinn+mukhtar.jpg" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i><span style="font-size: small;">Omar Mukhtar (1858/1931) e Anthony Quinn</span></i></td></tr>
</tbody></table>
<br />
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: right; margin-left: 1em; text-align: right;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEizDJhOQirypzTCC2-KUuRm8ED2V35-hAJOMKNRg-lvmMFYCgj84EF6qd2pBu2HVc0IMH7F52tMAGHcL6SqP-ZZngUUpkA8IGWlUWmJuvfxw8ql-zMX4kI1jWB3Sa2W3oMOBQiL2Sz-Ijbi/s1600/Reed+Graziani.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="720" data-original-width="691" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEizDJhOQirypzTCC2-KUuRm8ED2V35-hAJOMKNRg-lvmMFYCgj84EF6qd2pBu2HVc0IMH7F52tMAGHcL6SqP-ZZngUUpkA8IGWlUWmJuvfxw8ql-zMX4kI1jWB3Sa2W3oMOBQiL2Sz-Ijbi/s320/Reed+Graziani.jpg" width="307" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i><span style="font-size: small;">Rodolfo Graziani: Oliver Reed</span></i></td></tr>
</tbody></table>
<span style="font-size: large;">Quando a primeira investida de Graziani, através de um de seus generais, é derrotada, sua vingança é barbárica: ele ordena a dizimação de centenas de povoados e a criação de um campo de concentração gigante, para abrigar mais de quinhentas mil pessoas. Ocorre então um encontro entre Mukhtar e o coronel Diodiece (Raf Vallone), representante diplomático de Graziani. O objetivo do encontro não era obter a paz e sim ganhar tempo para que a artilharia pesada (tanques e aviões) solicitada pelo general chegasse à Líbia. E quando isso ocorre a resistência começa a ser destruída. Mas não sem causar grandes baixas ao exército de Graziani, que em um último gesto de crueldade, pede a Mussolini autorização para fechar a fronteira com o Egito com a construção de uma "muralha de Adriano". O artifício utilizado na Inglaterra pelo imperador romano Públio Trajano Adriano no século II foi para barrar a entrada de invasores escoceses. Neste caso a muralha </span><span style="font-size: large;">—</span><span style="font-size: large;"> feita de arame farpado, e não pedras e madeira, como a construção de Adriano </span><span style="font-size: large;">—</span><span style="font-size: large;"> </span><span style="font-size: large;">impediria ao mesmo tempo a fuga para o país vizinho e inutilizaria a única entrada restante por onde a resistência recebia seus mantimentos. Daí até a prisão de Mukhtar foi uma questão de tempo.</span><br />
<br />
<div style="text-align: left;">
</div>
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: left; margin-right: 1em; text-align: left;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhABSZHiD-EP-DCKBGNH_KeB1J1-4V7nugSQqKXolKZHfFa3n_QrXV2P1ZJkCUDYx6_iwXo_CKmsSxdZCX2L2HrmrKUqx-jmEUvApm_ImFCWiufDv5YyycG3RbHzVa3i44P4HJS8NlUOCPE/s1600/Lion+Of+The+Desert+1981.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1406" data-original-width="1112" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhABSZHiD-EP-DCKBGNH_KeB1J1-4V7nugSQqKXolKZHfFa3n_QrXV2P1ZJkCUDYx6_iwXo_CKmsSxdZCX2L2HrmrKUqx-jmEUvApm_ImFCWiufDv5YyycG3RbHzVa3i44P4HJS8NlUOCPE/s400/Lion+Of+The+Desert+1981.jpg" width="316" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i><span style="font-size: small;">Raf Vallone, John Gielgud, Rod Steiger<br />e Anthony Quinn</span></i></td></tr>
</tbody></table>
<span style="font-size: large;">Anthony Quinn não precisa inovar na interpretação para se sair muito bem no papel de Mukhtar. Sua imagem e sua presença são suficientes. Rod Steiger reprisou o papel de Mussolini, que já interpretara em 1974, no filme <i>Mussolini ultimo atto</i>, de Carlo Lizzini. Ele era um ator extraordinário e faz um bom Mussolini, embora mais cheio dos cacoetes interpretativos do próprio Steiger do que do ditador italiano. Há também o pequeno equívoco (do diretor) de que em 1930 o <i>duce</i> ainda não havia adotado o visual "bola de bilhar". O amado e odiado <i>hellraiser</i> Oliver Reed está perfeito como o elegante psicopata Rodolfo Graziani. Ele e Quinn são perfeitos antípodas. Raf Vallone é um ótimo Diodiece, e por seus olhos azulíssimos vemos toda a gentileza de seu caráter e o sentimento de revolta, ultraje e, por fim, impotência diante das monstruosidades de seus superiores. Os coadjuvantes são todos excelentes e vale registro o trabalho de Eleonora Stathopoulou, mãe do garoto Ali (Ihab Werfali), que infelizmente parece ter abandonado a profissão depois de apenas um punhado de filmes. Mario Feliciani também está ótimo em sua única cena, no papel do detestável comissário Lobito. O mesmo se pode dizer do sofrido e honesto Sandrini, de Stefano Patrizi. E há uma agradável e curta participação especial de John Gielgud, no papel de El Gariani, amigo de infância de Mukhtar.</span><br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi6cx54q8zj2o_esRjTyxFoERzEW_3zGzJeONG8BKuyNSCNQNhtilVB8cozwOGZKPN1vid_7YkOvQHPG72UcxkgdsKmiNYJAfZu145JqaHpJ4trRJlQ4WQQezuyY9xYyibITL_bSsSmsrUl/s1600/Irene+Papas+lion+of+desert.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="790" data-original-width="462" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi6cx54q8zj2o_esRjTyxFoERzEW_3zGzJeONG8BKuyNSCNQNhtilVB8cozwOGZKPN1vid_7YkOvQHPG72UcxkgdsKmiNYJAfZu145JqaHpJ4trRJlQ4WQQezuyY9xYyibITL_bSsSmsrUl/s1600/Irene+Papas+lion+of+desert.jpg" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i><span style="font-size: small;">Papas: maravilhosa, como sempre</span></i></td></tr>
</tbody></table>
<br />
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: right; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjwyqM_ZpQWhvKWpadNHFvmsDvu7rvDdzVYYZ9cwIN_nIqdbz2CQJ8ucjw59sNE5R95PYp18W18IGt0FWKavo36jCZldqYLxorqlSsNFh9Nv6cMRpD1OKyHdUxIR939CVNPDnMCZsSoz98R/s1600/Irene+Papas%252C+Eleonora+Stathopoulou+e+Ihab+Werfali.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1000" data-original-width="863" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjwyqM_ZpQWhvKWpadNHFvmsDvu7rvDdzVYYZ9cwIN_nIqdbz2CQJ8ucjw59sNE5R95PYp18W18IGt0FWKavo36jCZldqYLxorqlSsNFh9Nv6cMRpD1OKyHdUxIR939CVNPDnMCZsSoz98R/s320/Irene+Papas%252C+Eleonora+Stathopoulou+e+Ihab+Werfali.jpg" width="276" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i><span style="font-size: small;">Papas, Eleonora Stathopoulou e Ihab Werfali</span></i></td></tr>
</tbody></table>
<span style="font-size: large;">Irene Papas faz o pequeno, mas seminal papel de Mabrouka, que tem sua família inteira dizimada. Quando sua filha Aisha é raptada, seu marido </span><span style="font-size: large;">Salem (Andrew Keir) e </span><span style="font-size: large;">seu filho Ismail (Rodolfo Bigotti) se juntam ao grupo de Mukhtar. Ela vai sozinha para o campo de concentração e lá realiza um trabalho heróico e benemérito, ajudando os feridos e os famintos, além de auxiliar a mãe de Ali </span><span style="font-size: large;">— viúva desde um recente </span><span style="font-size: large;">embate com o exército </span><span style="font-size: large;">—</span><span style="font-size: large;"> que estava na mira dos guardas do campo. Como se isso não fosse o bastante, ela ainda participa de um grupo que contrabandeia mantimentos para os <i>mujahidin</i>. Em uma dessas ocasiões, ela pergunta a Salem pelo filho e o silêncio do marido revela o enforcamento de Ismail. Mabrouka contrai o rosto de dor e começa a esfregá-lo lentamente no arame farpado. E pouco depois, enquanto ela diz "my baby...", veremos sua testa sangrando pelo auto-flagelo. Uma cena fortíssima em que brilha a tragicidade dessa imensa atriz. Como ocorre com todos os filmes, contamos os segundos até que ela apareça novamente.</span><br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEji_wuVFGye4hlZDQrNJo_38Mip76J8QSU5xMPJl__JB1nm7H9oXujVuRevzgWxqUgRHcDLhIcMDYet1mMMY4VmtAM66kaGKEV-QGpZREcNJpfOtE9W63syewdLFJ2xAFd3c0LPNfDxL3GC/s1600/Lion+Of+The+Desert+1981+Papas.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="378" data-original-width="557" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEji_wuVFGye4hlZDQrNJo_38Mip76J8QSU5xMPJl__JB1nm7H9oXujVuRevzgWxqUgRHcDLhIcMDYet1mMMY4VmtAM66kaGKEV-QGpZREcNJpfOtE9W63syewdLFJ2xAFd3c0LPNfDxL3GC/s1600/Lion+Of+The+Desert+1981+Papas.jpg" /></a></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhYv7M0baPxlwkREO1yYgJt8ZQUPftSe76s0W6YyLaixgdQdc6dGX-YgXCSJDRV-Zmhn2I4YOtsithhn7OK4xqRk_IZS6cF-1ydv_V7I6R-J6FuSVVQ18z6phaCksJ373jxMpO1g3QgvjHA/s1600/akkad+papas.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="339" data-original-width="555" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhYv7M0baPxlwkREO1yYgJt8ZQUPftSe76s0W6YyLaixgdQdc6dGX-YgXCSJDRV-Zmhn2I4YOtsithhn7OK4xqRk_IZS6cF-1ydv_V7I6R-J6FuSVVQ18z6phaCksJ373jxMpO1g3QgvjHA/s1600/akkad+papas.jpg" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i style="font-size: 12.8px;"><span style="font-size: small;">Mustafa Akkad dirigindo Irene Papas</span></i></td></tr>
</tbody></table>
<br />
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: right; margin-left: 1em; text-align: right;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgN_otYUzsAhSwhZKChN1uHaJndoThBVIE4sAIIcA5_Pbm_nDq3ncH-tJw4QvA9wBpD0EsOT3NoYw3Hc3oAKvPmUFYl3-bggRz_IuaB1Sko62MMaDwqq5E43yLRUB7zk6BQ4voYT3q8VezG/s1600/MustafaAkkad.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="960" data-original-width="780" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgN_otYUzsAhSwhZKChN1uHaJndoThBVIE4sAIIcA5_Pbm_nDq3ncH-tJw4QvA9wBpD0EsOT3NoYw3Hc3oAKvPmUFYl3-bggRz_IuaB1Sko62MMaDwqq5E43yLRUB7zk6BQ4voYT3q8VezG/s320/MustafaAkkad.jpg" width="260" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i style="font-size: 12.8px;"><span style="font-size: small;">Mustafa Akkad</span></i></td></tr>
</tbody></table>
<span style="font-size: large;">Também gelam a alma as imagens de arquivo em que vemos os campos de concentração construídos nessa época, e que supliciaram a população líbia por tantos anos. Considerado desonroso e ofensivo para o exército italiano, o filme foi banido na Itália durante 27 anos. Só pôde ser assistido em 2009. Esta f</span><span style="font-size: large;">oi a última, das sete vezes em que Irene Papas dividiu a telona com Anthony Quinn. Foi também o último roteiro de Harry Craig (que também roteirizou <i>The Message</i>, de Akkad, com Quinn e Papas), que ele finalizou pouco antes de morrer de câncer no pulmão, em 1978.</span><br />
<br />
<span style="font-size: large;">Mustafa Akkad gostava mais de produzir do que dirigir. Dirigiu apenas três filmes e produziu dezenas. Lamentavelmente, esse excelente cineasta e pacifista de escol, e sua filha, morreram em um ataque terrorista na Jordânia, em 2005.</span><br />
<br />
<span style="font-size: large;">Recomendo. O holocausto judeu não foi o único, no século XX. Houve outros. Precisamos conhecê-los. E abominá-los igualmente.</span><br />
<br />
<div style="text-align: center;">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgL3Km1hxF-qT_kakuLG4fGgiZkF53RRTHZC_pbxvnNZONYNgb_EiVJH5lunyTUqE-q0NyM1GfqWvqLemJr5_Z9OFOLTPN892EAjvL9eUov087wHwu1HFI858EgshyphenhyphenngJxa4RpR-1ZAw2vw/s1600/Sweet-Country-Mihalis-Kakogiannis-1987.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="871" data-original-width="580" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgL3Km1hxF-qT_kakuLG4fGgiZkF53RRTHZC_pbxvnNZONYNgb_EiVJH5lunyTUqE-q0NyM1GfqWvqLemJr5_Z9OFOLTPN892EAjvL9eUov087wHwu1HFI858EgshyphenhyphenngJxa4RpR-1ZAw2vw/s400/Sweet-Country-Mihalis-Kakogiannis-1987.jpg" width="266" /></a></div>
<span style="color: red; font-size: large;"><b><u>SWEET COUNTRY (1987)</u></b></span></div>
<br />
<span style="font-size: large;">O romance “Sweet Country”, de Caroline Richards, teve sua primeira edição em 1979, apenas seis anos após o golpe militar que derrubou Salvador Allende. O filme foi todo filmado na Grécia, em 1985 e lançado nos Estados Unidos em janeiro de 1987. Ben (John Cullum) é um norte-americano que trabalha no Chile e vive em uma casa de campo com a esposa, Anna (Jane Alexander). Os dois são pegos de surpresa pelo golpe e se vêem envolvidos com a situação quando uma amiga deles, Eva Araya (Carole Laure), é presa e torturada por ter sido secretária da esposa de Allende. Eva, sua irmã Monica (Joanna Pettet) e os pais delas (Irene Papas e Jean-Pierre Aumont) são os únicos amigos de Anna no Chile e ela se sente compelida a ajudar. Através de Paul (Franco Nero)</span><span style="font-size: large;">, um jornalista canadense, Anna ingressa em um grupo clandestino de apoio à resistência. Infeliz com a vida e o casamento, ela começará a ter um caso com Paul. Mal sabe ela, entretanto, que esse grupo não se limita a tirar pessoas do país, mas também realiza ações como assassinar carrascos e torturadores.</span><br />
<br />
<span style="font-size: large;"><span style="font-size: medium;"></span>
</span>
<br />
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: right; margin-left: 1em; text-align: right;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg217XLBzLPXTWTNFCI7WXK8B7UdVEYQFW7JMs2H_3sJQdPUvpPpY2WWxDPbysCq46lDUGUgbSDIBN5vRQ8wPDSOnNjP3r9zoxf8Kim1_2o-fTSJmUJUIstggGxl8c4kj4SX8ONtfggKzhC/s1600/b_1503_or_13gyrisma00001.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1180" data-original-width="1600" height="235" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg217XLBzLPXTWTNFCI7WXK8B7UdVEYQFW7JMs2H_3sJQdPUvpPpY2WWxDPbysCq46lDUGUgbSDIBN5vRQ8wPDSOnNjP3r9zoxf8Kim1_2o-fTSJmUJUIstggGxl8c4kj4SX8ONtfggKzhC/s320/b_1503_or_13gyrisma00001.jpg" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i><span style="font-size: small;"><a href="https://www.mcf.gr/index.php/el/filmografia/156-glykeia-patrida" target="_blank">Michális Kakogiánnis</a>, dirigindo Sweet Country"</span></i></td></tr>
</tbody></table>
<span style="font-size: large;">A trama vai ficando mais densa quando Juan (Randy Quaid), um militar bronco e semi-retardado que prendeu Eva na casa de sua irmã, após encontrar uma foto autografada de Allende dentro de um livro, fica fascinado com ela e resolve procurá-la depois de sua libertação. Ele pergunta se pode voltar à noite com um colega para um encontro romântico com Eva e Monica. E para agradar Eva ele afirma que devolverá a foto autografada. Elas aceitam, tentam enrolar os dois mas Juan volta no dia seguinte e estupra Eva. Monica então pede ajuda a Anna e ao grupo clandestino para retirar a irmã do país. Eles conseguem ajuda da embaixada italiana através do padre Venegas (Pierre Vaneck)</span><span style="font-size: large;">, amigo de Ben. E como a embaixada fica ao lado de um convento, eles resolvem esconder Eva por lá, o que facilitaria a fuga. Mas Juan, desobedecendo ordens expressas de seus superiores </span><span style="font-size: large;">— que não querem confusões com os norte-americanos, que são seus maiores aliados —</span><span style="font-size: large;"> permanece no encalço delas e quando vão pular o muro que separa o convento da embaixada, Eva e Ben são mortos.</span><br />
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi-6z6c9X-_oFinp872yescR7Nf504lZaEk1rV_nDpHY5gp2RXJjz_UkHH4C9ao5HO9Na1e-UdIYv4dFRNiaMjya8pUXtr_WJ-bDNfv4AMADRKG-lEroWhcfkmFm7Ivo20RV7UWWLIvThul/s1600/Carole+Laure+Sweet+Country.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="411" data-original-width="549" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi-6z6c9X-_oFinp872yescR7Nf504lZaEk1rV_nDpHY5gp2RXJjz_UkHH4C9ao5HO9Na1e-UdIYv4dFRNiaMjya8pUXtr_WJ-bDNfv4AMADRKG-lEroWhcfkmFm7Ivo20RV7UWWLIvThul/s1600/Carole+Laure+Sweet+Country.jpg" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i><span style="font-size: small;">Eva (Carole Laure): espancamentos e queimaduras de cigarros</span></i></td></tr>
</tbody></table>
<br />
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: left; margin-right: 1em; text-align: left;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg_J98uV4wqIzsxZWAz4OnfJHs0P2r8A_IfUGtXDH5dJl9IqlIYphdrG3En6VjOgIxkH9UDNXgt-XLzAa_F0uJatEUhcICfO1JbHKVboyTAJOkAZ3oK18AYtK7KAwqETVwyf8uG0_F5GS1c/s1600/Sweet+Country+1987+Papas+%25282%2529.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="874" data-original-width="718" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg_J98uV4wqIzsxZWAz4OnfJHs0P2r8A_IfUGtXDH5dJl9IqlIYphdrG3En6VjOgIxkH9UDNXgt-XLzAa_F0uJatEUhcICfO1JbHKVboyTAJOkAZ3oK18AYtK7KAwqETVwyf8uG0_F5GS1c/s400/Sweet+Country+1987+Papas+%25282%2529.jpg" width="327" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i><span style="font-size: small;">Jane Alexander, John Cullum, Franco Nero<br />e Carole Laure</span></i></td></tr>
</tbody></table>
<span style="font-size: large;">É um projeto ambicioso de Michális Kakogiánnis, cujo forte não era exatamente o cinema político. E a empreitada infelizmente não agradou nem público e nem crítica. A meu ver, tanto o livro quanto o filme em si têm alguns defeitos fundamentais. No caso do trabalho de Caroline Richards (que não li), ele cai em uma esparrela comum desse tipo de literatura, que é querer enfiar um elemento melodramático de romance em uma história terrível que vai necessariamente envolver torturas e mortes. Os sentimentos não se misturam e não há catarse que sobreviva quando vemos mulheres nuas sendo abusadas e espancadas por militares em uma cena, e Paul e Anna dando beijinhos e abraços em outra. A situação é grave demais para que o público se importe se Ben e Monica tiveram um caso dois anos antes, se Anna tem ciúmes e se sente diminuída como mulher quando está na presença de Monica e probleminhas sentimentais desse nível. É a ausência de romancezinhos melodramáticos que faz a excelência dos filmes de Costa Gavras, por exemplo. Eles poluem e atrapalham a narrativa. Quem suportaria ver cenas meigas e sanitizadas de sexo à meia luz em filmes como <i>Z</i> ou <i>L’aveu</i>? Seria absurdo.</span><br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgJawZ44EQSmDlA9WaEDih8YhDkZF0lk2TxzdRMIioToeMoNCBgi4wk41hUKUZzyRytZhlMikpOrsQw2zoYsXF1pLf2tI5wVqKOkbF95m7msURC0xbMO-357g1Ws0WttlZyrFqMsL7zbarC/s1600/Sweet+Country+Mihalis+Kakogiannis+1987+Irene+Papas+%25281%2529.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="442" data-original-width="548" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgJawZ44EQSmDlA9WaEDih8YhDkZF0lk2TxzdRMIioToeMoNCBgi4wk41hUKUZzyRytZhlMikpOrsQw2zoYsXF1pLf2tI5wVqKOkbF95m7msURC0xbMO-357g1Ws0WttlZyrFqMsL7zbarC/s1600/Sweet+Country+Mihalis+Kakogiannis+1987+Irene+Papas+%25281%2529.jpg" /></a></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj0R35jQuFqqfi6YYNoxsYAjQ_ztA4PTK4Ws7S1gg-TKfq4mFAuDaPjikpaM6DVVpJg5_2syBrIpmTvus-9Wf3aZWoelpuaT6mCpX6v0gDYKfL1hM1a6BpiepSb92AlMtdDSZJW4Vyuhh2M/s1600/Sweet+Country+Mihalis+Kakogiannis+1987+Irene+Papas+%25282%2529.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="411" data-original-width="551" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj0R35jQuFqqfi6YYNoxsYAjQ_ztA4PTK4Ws7S1gg-TKfq4mFAuDaPjikpaM6DVVpJg5_2syBrIpmTvus-9Wf3aZWoelpuaT6mCpX6v0gDYKfL1hM1a6BpiepSb92AlMtdDSZJW4Vyuhh2M/s1600/Sweet+Country+Mihalis+Kakogiannis+1987+Irene+Papas+%25282%2529.jpg" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="font-size: 12.8px;"><i><span style="font-size: small;">Giannis Voglis e Irene Papas. Ela grita para o camburão que levou sua filha Eva</span></i></td></tr>
</tbody></table>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: left;">
<br /></div>
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: right; margin-left: 1em; text-align: right;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjXmEZ5KdqGw8_jo0QbbNa4diwSsb_tPirylCyM3lC6-UN6_6gss34WK0NCr3uRLLF6WAwavNO36D68I0CGlOq-UFJQtJ4ziUmQyra_M_Q3b4MApdhd6vrWwK2HQYAvq1ppVH08E91-A1_N/s1600/Sweet+Country+1987+Papas+%25281%2529.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="875" data-original-width="719" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjXmEZ5KdqGw8_jo0QbbNa4diwSsb_tPirylCyM3lC6-UN6_6gss34WK0NCr3uRLLF6WAwavNO36D68I0CGlOq-UFJQtJ4ziUmQyra_M_Q3b4MApdhd6vrWwK2HQYAvq1ppVH08E91-A1_N/s400/Sweet+Country+1987+Papas+%25281%2529.jpg" width="327" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i><span style="font-size: small;">Joanna Pettet, Randy Quaid, Pierre Vaneck<br />e Irene Papas</span></i></td></tr>
</tbody></table>
<span style="font-size: large;">No caso do filme, a questão é mais complicada: em primeiro lugar, a versão que chegou até nós em VHS ou DVD tem 130 minutos, o que, segundo o IMDB, são pelo menos vinte minutos a menos do que a versão original, que tinha 150 minutos. Um verdadeiro universo de drama pode ter desaparecido nesses vinte minutos. Em segundo lugar, os personagens têm um desenvolvimento relativamente raso; sentimos o drama da linda e doce Carole Laure, ou de sua irmã Joanna Pettet, mas não chegamos a nos conectar com Jane Alexander, que sem embargo é uma atriz magnífica. John Cullum é um bom ator, assim como Franco Nero é muito carismático, mas também não há maior afinidade com nenhum deles, que vem e vão sem deixar grande recordação. E há uma espécie de consenso de que Randy Quaid foi uma escolha inteiramente equivocada para o papel de Juan. É discutível. Sim, ele não tem absolutamente nada de chileno e sua performance está sempre no limiar do cômico, o que é inadmissível, neste caso.</span><br />
<br />
<span style="font-size: large;">Por outro lado, ninguém ali convence como chileno — nem Papas, em papel pequeno e sem qualquer brilho, o que impressiona em se tratando de uma atriz conhecida pela universalidade de sua aparência, e além dos mais num trabalho com Kakogiánnis, seu grande </span><span style="font-size: large;">parceiro cinematográfico e teatral — e seu personagem é raso.</span><br />
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhEJS_liN4Xusr6aJYiQei8kUMEXHndKgkjgknQ6Y5PtUxUs-HX3wWSp0cpczgqGHC7MNSnSQjMj5_6dHL1DddGIiqpPL7PnVIDT6Cara_eWmvNkU5apldWVY455taQ338Aoave4Kc66HH0/s1600/Sweet+Country+Mihalis+Kakogiannis+1987+Irene+Papas+%25284%2529.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="452" data-original-width="549" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhEJS_liN4Xusr6aJYiQei8kUMEXHndKgkjgknQ6Y5PtUxUs-HX3wWSp0cpczgqGHC7MNSnSQjMj5_6dHL1DddGIiqpPL7PnVIDT6Cara_eWmvNkU5apldWVY455taQ338Aoave4Kc66HH0/s1600/Sweet+Country+Mihalis+Kakogiannis+1987+Irene+Papas+%25284%2529.jpg" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i><span style="font-size: small;">Irene e Joanna Pettet</span></i></td></tr>
</tbody></table>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh3eb0Nbj_zU4YBFFzVMV2_Uheje-0Px3XsgCw8Q7EeF4G7SlpSvijTTBZbKaxRXAhS4VBp7fo6XbnPzi-8uSNs4WMAUHystZadHYS8EigUvhuyLugfbHgBqddLCnRbmPrtcS8S_hgHsiJU/s1600/Sweet+Country+Mihalis+Kakogiannis+1987+Irene+Papas+%25283%2529.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="413" data-original-width="548" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh3eb0Nbj_zU4YBFFzVMV2_Uheje-0Px3XsgCw8Q7EeF4G7SlpSvijTTBZbKaxRXAhS4VBp7fo6XbnPzi-8uSNs4WMAUHystZadHYS8EigUvhuyLugfbHgBqddLCnRbmPrtcS8S_hgHsiJU/s1600/Sweet+Country+Mihalis+Kakogiannis+1987+Irene+Papas+%25283%2529.jpg" /></a></div>
<br />
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: right; margin-left: 1em; text-align: right;"><tbody>
<tr></tr>
</tbody></table>
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: right; margin-left: 1em; text-align: right;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjuTP9IF4NOsYk0xwwABKZoJPMbeCDiIEgMgBP_rBP4pyWLFqHh2cxFlZds0lvcbics4EmPtUHXXjTX-nXXcO_FAKmbnselZFTdDBBpkhVjfpDoVINTCpIW1YrrSvfqDAPfjfRON6tilwc4/s1600/Sweet+Country+Papas+Laure+%25282%2529.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="524" data-original-width="349" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjuTP9IF4NOsYk0xwwABKZoJPMbeCDiIEgMgBP_rBP4pyWLFqHh2cxFlZds0lvcbics4EmPtUHXXjTX-nXXcO_FAKmbnselZFTdDBBpkhVjfpDoVINTCpIW1YrrSvfqDAPfjfRON6tilwc4/s1600/Sweet+Country+Papas+Laure+%25282%2529.jpg" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i><span style="font-size: small;">Irene Papas e Carole Laure</span></i></td></tr>
</tbody></table>
<span style="font-size: large;">Em mais de
uma ocasião vamos reparar que pérolas estão sendo jogadas ao vento pelos
atores, porque as cenas são bobas e não-memoráveis. Exemplo disso é o momento
em que Venegas diz a Evelyn, namorada de Paul, “<i>my dear, when you are a latin american, dying for your beliefs is
easier than making others live by them</i>”, algo perspicaz, inteligente, e que
não deveria sumir entre outras cenas menores. Quando é libertada da prisão, Eva
tenta dar seu sobretudo a uma presa que ficou no ginásio onde estavam todas
detidas. A presa reage com violência e xinga Eva de vadia burguesa, e de como
ela deve estar se sentindo o máximo, agora que foi torturada, embora vá simplesmente
voltar para sua vida de luxo e inutilidade. Outro daqueles momentos da maior profundidade
dialética que mereceriam uma análise um pouco menos rápida. A reunião do grupo clandestino,
em que uma freira lê a carta apavorante de uma mulher de 60 anos que sofreu as
piores sevícias sexuais nas mãos de torturadores, tem um impacto momentâneo e é
logo esquecida. No fim, por culpa dos romances, fica uma desagradável sensação
de o tema foi tratado de uma forma leve, onde o coração partido de Anna, quando
suspeita que Paul é um mentiroso, tem mais importância do que o estupro de Eva
e a miséria dos presos políticos. </span><br />
<br />
<span style="font-size: large;"></span>
<br />
<div style="text-align: center;">
<span style="font-size: large;"><b><u>PAPAS E A MÁFIA</u></b></span></div>
<br />
<span style="font-size: large;">Seguem dois filmes nos quais a temática é a máfia italiana. O mais importante deles — <i>A Ciascuno il Suo</i> (1967) — já foi analisado no primeiro artigo.</span><br />
<br /></div>
<div>
<div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjqjk0HBKy6P6hGlc7VgSoq7IE3RZiaDE9YUmzCDbBXGRXDj1TeaZ8IljKfN2_gySTQ_P1snWpwvQDM57SA1aHeGFgY6n7Px2yIKUVZ2X5LR-1Q8vimLociCUWt2_xHN7FyZHn4jQ4HkgNc/s1600/brotherhood_1968.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1600" data-original-width="686" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjqjk0HBKy6P6hGlc7VgSoq7IE3RZiaDE9YUmzCDbBXGRXDj1TeaZ8IljKfN2_gySTQ_P1snWpwvQDM57SA1aHeGFgY6n7Px2yIKUVZ2X5LR-1Q8vimLociCUWt2_xHN7FyZHn4jQ4HkgNc/s640/brotherhood_1968.jpg" width="274" /></a></div>
<div style="text-align: center;">
<span style="color: red; font-size: large;"><b><u>THE BROTHERHOOD (1968)</u></b></span></div>
</div>
<div>
<br /></div>
<div>
<span style="font-size: large;"><i>The Brotherhood</i> foi o primeiro roteiro original de Lewis John Carlino para o cinema. Mas ao contrário de Mario Puzo, Lewis não escrevia romances ou novelas. E a Máfia também não era exatamente um assunto de sua predileção. Tem-se essa impressão pelo fato de <i>The Brotherhood</i> guardar tantas semelhanças com <i>The Godfather</i>, lançado em livro no ano seguinte (1969). Há quem diga que o filme dirigido por Martin Ritt exerceu grande influência sobre a obra de Francis Ford Coppola. Talvez, em termos de roteiro. Há situações parecidíssimas não só no primeiro, mas no segundo <i>Godfather</i>. Em termos cinematográficos, entretanto, embora Ritt fosse um craque e seu filme seja pioneiro do gênero, ele produziu apenas um bom almoço executivo, ao passo que Coppola produziu um banquete inigualável e inesquecível para quatrocentos talheres.</span><br />
<br />
<span style="font-size: large;">O filme começa com Vince (Alex Cord) chegando à Itália para visitar seu irmão mais velho, Frank. No aeroporto, um motorista se prontifica a levá-lo e uma das pessoas a quem ele pergunta entra secretamente em contato com Frank (Kirk Douglas) e o avisa que tem alguém procurando por ele. Frank se arma e segue com seus capangas até o local deserto, no meio da Sicília, aonde o motorista do aeroporto foi instruído a levar qualquer um que perguntasse por ele. Chegando lá o motorista puxa uma arma e orienta Vince a subir até o topo de um morro, onde Frank o observa de longe. No meio do caminho Frank reconhece Vince e ele dá ordem para que os capangas baixem as armas. Os irmãos se cumprimentam e seguem até a casa de Frank.</span><br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjLMO34u4woLyu-Mxn7yWrwrkPqWRSMjJZqbANpq8DVUkIdcVyjvKzjJX6LpV9-t0Pb5w-ZiUFpE1G0h5tDd0oHXeaJwEZYCotj7slJB2On_TXlsUFCnF3skMBpmkD9KW3tYOF_24QK-1M5/s1600/The+Brotherhood+Irene+Papas.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1519" data-original-width="1196" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjLMO34u4woLyu-Mxn7yWrwrkPqWRSMjJZqbANpq8DVUkIdcVyjvKzjJX6LpV9-t0Pb5w-ZiUFpE1G0h5tDd0oHXeaJwEZYCotj7slJB2On_TXlsUFCnF3skMBpmkD9KW3tYOF_24QK-1M5/s640/The+Brotherhood+Irene+Papas.jpg" width="502" /></a></div>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgDrD4KzGSU0FKgU_CCgoZcFS_ii6KJ0D3fcIIuaJqbC7XAHAP_dxrV9AYDrtpumCrgMJTwdfW83Cu3NkNV0jisAgyL6BAb6rxFKYD1jKwXCSb-SEMhLKzMNd44LucsQ1ylrRQER_IplJQW/s1600/The+Brotherhood+Papas+Douglas+%25282%2529.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="732" data-original-width="581" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgDrD4KzGSU0FKgU_CCgoZcFS_ii6KJ0D3fcIIuaJqbC7XAHAP_dxrV9AYDrtpumCrgMJTwdfW83Cu3NkNV0jisAgyL6BAb6rxFKYD1jKwXCSb-SEMhLKzMNd44LucsQ1ylrRQER_IplJQW/s640/The+Brotherhood+Papas+Douglas+%25282%2529.jpg" width="506" /></a></div>
<br />
<span style="font-size: large;">Lá se juntam à esposa de Frank, Ida (Irene Papas), e tomam um café. Conversam sobre como estão as coisas, a esposa de Vince, Emma, a filha de Frank e Ida, Carmela, que ficou nos Estados Unidos, sobre o os filhos de Vince, eles fazem planos para o dia seguinte e Vince vai descansar. Frank está satisfeito e de bom humor, feliz por rever o irmão, até que Ida o traz de volta à realidade, pergunta a razão para Frank estar ali e avisa que "ele vão mandar alguém". Frank cai das nuvens e se inicia um flashback que explicará o que aconteceu nos meses anteriores.</span></div>
<div>
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi9IPFyiZow9HTaN-kWzLYWTpNjS1l9tllgQAXxTbpCktfE9Zc6R_hQrNEYmaju9qReP-KnHWIyaPog_TOonr1unmjvvxt2jARDmxP2bwRFNW4XG9LjkY5KQuQtrbugHWLLHUsMo5nCv6l-/s1600/The+Brotherhood+Papas+Douglas+%25284%2529.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="406" data-original-width="522" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi9IPFyiZow9HTaN-kWzLYWTpNjS1l9tllgQAXxTbpCktfE9Zc6R_hQrNEYmaju9qReP-KnHWIyaPog_TOonr1unmjvvxt2jARDmxP2bwRFNW4XG9LjkY5KQuQtrbugHWLLHUsMo5nCv6l-/s1600/The+Brotherhood+Papas+Douglas+%25284%2529.jpg" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i><span style="font-size: small;">Papas e Douglas</span></i></td></tr>
</tbody></table>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgtrHbEVyVPFxq9xi61TWzt3vW3syGbi_IAzJAdxxZ4S5EghlkyuP0tx7sMkxhZLmqRDJ00cB_pteL5f7lkVIkbKiDXytVYLcEDoY5Yev9qg3NTl3O_oMqaZ3roA07__MSafBTY4RXVXRV7/s1600/The+Brotherhood+Papas+Douglas+%25283%2529.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="333" data-original-width="555" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgtrHbEVyVPFxq9xi61TWzt3vW3syGbi_IAzJAdxxZ4S5EghlkyuP0tx7sMkxhZLmqRDJ00cB_pteL5f7lkVIkbKiDXytVYLcEDoY5Yev9qg3NTl3O_oMqaZ3roA07__MSafBTY4RXVXRV7/s1600/The+Brotherhood+Papas+Douglas+%25283%2529.jpg" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i><span style="font-size: small;">"They're going to send someone"...</span></i></td></tr>
</tbody></table>
<br /></div>
<div>
<span style="font-size: large;">O flashback começa na festa de casamento de Vince, uma típica celebração familiar da máfia italiana. Vince se casou com Emma (Susan Strasberg), filha de Dominick Bertolo (Luther Adler), um dos sócios de Frank. Durante a festa fica evidente que há uma cisão na "família"; de um lado está um ramo mais antigo, já ultrapassado, que era muito ligado a Antonio Ginetta, pai de Frank e Vince, e não se mistura com o ramo mais novo por não reconhecer nele um compromisso com a honra da família; e um ramo mais contemporâneo (que inclui Dominick), que por sua vez não vê o ramo antigo com bons olhos, por considerá-lo retrógrado e simplório, em termos de negócios.</span><br />
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEird8pSl2uBJvCyWWbbmOSOONpkUj3vJiyLMMSjsGMvcE4c2AJWhgtb6O87zTCZEnQAWVzPk6QlxlXHLgABbUCRq9OEpDytITY_8ls3gdfGS99QeiuQj2agnfhbWApxLbC1u4-CG50ESDwj/s1600/The+Brotherhood+1968.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="451" data-original-width="550" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEird8pSl2uBJvCyWWbbmOSOONpkUj3vJiyLMMSjsGMvcE4c2AJWhgtb6O87zTCZEnQAWVzPk6QlxlXHLgABbUCRq9OEpDytITY_8ls3gdfGS99QeiuQj2agnfhbWApxLbC1u4-CG50ESDwj/s1600/The+Brotherhood+1968.jpg" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i><span style="font-size: small;">O casamento. Em pé: Luther Adler, Connie Scott e Kirk Douglas. Sentados,<br />Susan Strasberg, Alex Cord e Irene Papas (foto promocional)</span></i></td></tr>
</tbody></table>
<br />
<div style="text-align: right;">
</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjqimagAOYLLfzdbqLrWLWSxGgBK9ayL-7_4oTZbaiSGU0oXkwkoC6woBM_GkIQQJol9z8lGQNEtK5BVnYiRgLN4pCIwaGeJxO5GCU7qgTlf6InquO5Y4DDAZXkrOqGkYdFyVcWBr-xzcuD/s1600/The+Brotherhood+Papas+Douglas+%25281%2529.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" data-original-height="731" data-original-width="575" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjqimagAOYLLfzdbqLrWLWSxGgBK9ayL-7_4oTZbaiSGU0oXkwkoC6woBM_GkIQQJol9z8lGQNEtK5BVnYiRgLN4pCIwaGeJxO5GCU7qgTlf6InquO5Y4DDAZXkrOqGkYdFyVcWBr-xzcuD/s400/The+Brotherhood+Papas+Douglas+%25281%2529.jpg" width="313" /></a></div>
<span style="font-size: large;">Frank se equilibra entre os dois; o primeiro por estima e respeito, e o segundo por estarem lá seus quatro sócios nos variados empreendimentos da família. Na mesma festa Vince confessa a Frank que embora tenha cursado a faculdade e esteja recebendo convites de grandes empresas, seu desejo é trabalhar junto com o irmão nos negócios da família. Frank aceita e coloca o irmão como responsável da parte financeira de seus negócios. </span></div>
<div>
<br /></div>
<div>
<span style="font-size: large;">Mas o problema de Frank com seus sócios não é apenas um conflito de gerações. Em uma das reuniões do grupo, meses depois, é aventada uma possibilidade de expansão em empresas de eletrônicos que ajudariam a lavar o dinheiro da Máfia através de negócios legítimos. Frank discorda da expansão e é o único voto contrário, sem saber que Dominick já cooptara Vince para ser o responsável por essa ramificação. Terminada a reunião, Dominick vai até o genro e avisa que se Frank continuar com esse comportamento, batendo sempre de frente com as decisões dos quatro sócios, ele poderá ser expulso da família. Afirma que nesse caso Vince terá que tomar uma decisão: sair junto com o irmão ou ficar com eles. Vince vai até o escritório de Frank e expõe a situação. Frank tenta fazer o irmão compreender que essa era a maneira que o pai deles trabalhava, mas o argumento não convence Vince, que se coloca ao lado dos sócios e vai embora depois de uma discussão desagradável que quase provoca o rompimento de ambos.</span></div>
<div>
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiz4nnRBFsa73Vq-Ya55uIc7HYjh5CiUOrjvXQn8cSNLoDssQixn-YPAm1_wCoz4815pqW53UyvPCHD09C2p3YJ6uB28pGn-3kctVQSXAb3rGsU3KVSvOksbaFfAhtCMX008qffTxSXnWV6/s1600/The+Brotherhood.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="305" data-original-width="555" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiz4nnRBFsa73Vq-Ya55uIc7HYjh5CiUOrjvXQn8cSNLoDssQixn-YPAm1_wCoz4815pqW53UyvPCHD09C2p3YJ6uB28pGn-3kctVQSXAb3rGsU3KVSvOksbaFfAhtCMX008qffTxSXnWV6/s1600/The+Brotherhood.jpg" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i style="font-size: 12.8px;"><span style="font-size: small;">Alex Cord </span></i></td></tr>
</tbody></table>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj8YJOOWFzgD1nmh5Z6oMfdgMyiCC7tEEr4riKjbxB8biSq1AZgGUfDsoI75D0ogTWnCHr2rtw5UQddOAVD_zzHrrkcjrWSL_6kBpvjbWQmRYliOPG0CxWEmTQymNnhFwii5i2K5urQPrQV/s1600/The+Brotherhood+%2528Martin+Ritt%252C+1968%2529.avi_snapshot_00.41.37_%255B2018.05.29_20.56.13%255D.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="333" data-original-width="555" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj8YJOOWFzgD1nmh5Z6oMfdgMyiCC7tEEr4riKjbxB8biSq1AZgGUfDsoI75D0ogTWnCHr2rtw5UQddOAVD_zzHrrkcjrWSL_6kBpvjbWQmRYliOPG0CxWEmTQymNnhFwii5i2K5urQPrQV/s1600/The+Brotherhood+%2528Martin+Ritt%252C+1968%2529.avi_snapshot_00.41.37_%255B2018.05.29_20.56.13%255D.jpg" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i><span style="font-size: small;">Alex e Kirk</span></i></td></tr>
</tbody></table>
<br /></div>
<div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: left; margin-right: 1em; text-align: left;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjy8pwyhimHay4OwbYug90J5lP1fLlntW4j1AmJbUcry_TtCMJM_3UJF8gAgntWNb6eS9iZRNINkZr3lb3goYXFcdn52Dyew2DCn4zhQJjcJUdZu5NpwNYOBZAkuN4dYikkFmIeMHY7ztb4/s1600/The+Brotherhood+Luther.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="336" data-original-width="419" height="256" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjy8pwyhimHay4OwbYug90J5lP1fLlntW4j1AmJbUcry_TtCMJM_3UJF8gAgntWNb6eS9iZRNINkZr3lb3goYXFcdn52Dyew2DCn4zhQJjcJUdZu5NpwNYOBZAkuN4dYikkFmIeMHY7ztb4/s320/The+Brotherhood+Luther.jpg" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i style="font-size: 12.8px;"><span style="font-size: small;">Luther Adler</span></i></td></tr>
</tbody></table>
<span style="font-size: large;">A situação se complica ainda mais quando Don Peppino (Eduardo Ciannelli), o mais respeitado dos velhos mafiosos, resolve contar a Frank a seguinte história: trinta e cinco anos antes, um dos chefões tentou trazer um grupo de pessoas para a família e eles não permitiram, por se tratar de irlandeses, "camorristi i giudei", ou seja, membros da Camorra, máfia napolitana com a qual a Cosa Nostra não tinha uma boa relação, e para piorar, judeus irlandeses, o que feria o princípio do sangue puro dos italianos da família. O chefão, então, mandou matar quarenta e um dos mafiosos que se opunham à entrada do grupo camorrista, entre eles, Antonio Ginetta. </span><span style="font-size: large;">Don Peppino</span><span style="font-size: large;"> revela a Frank que o informante (ou "fink", na gíria dos mafiosos) dos camorristas, responsável pela entrega dos quarenta e um nomes, foi ninguém menos do que Dominick Bertolo. Don Peppino incumbe Frank de exercer a justiça da Família sobre Dominick. Frank tenta se recusar, explica que seu irmão é genro de Dominick, mas Peppino coloca a intimação em termos de honra e Frank aceita a incumbência.</span></div>
<div>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi_emUr-8JpUOxQnJFvgON59NtomTUM2hMm-Svu9LCF5gsrD8UlLMqW3-3Qi7jr8IN3VpeaXpx3xIojQixOS6f7l9vD8rPWVOj0zaC0dmnLSom5X5yaidQmLImXCSzj2n2m0AZXHEUWcLN2/s1600/s-l1600.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" data-original-height="1024" data-original-width="799" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi_emUr-8JpUOxQnJFvgON59NtomTUM2hMm-Svu9LCF5gsrD8UlLMqW3-3Qi7jr8IN3VpeaXpx3xIojQixOS6f7l9vD8rPWVOj0zaC0dmnLSom5X5yaidQmLImXCSzj2n2m0AZXHEUWcLN2/s400/s-l1600.jpg" width="311" /></a></div>
<span style="font-size: large;">Perturbado pela difícil situação em que foi posto pelos velhos, Frank vai até a casa de Vince. Faz as pazes com o irmão e convida sua família — incluindo Dominick — para jantarem em sua casa, no dia seguinte. O jantar começa bem mas quando os três se juntam para falar de negócios a coisa desanda novamente. Frank proíbe o irmão de participar da empreitada dos eletrônicos. Vince afirma que não receberá mais ordens de Frank por ele ter sido derrotado na votação e Frank lhe dá um soco. No dia seguinte há uma última reunião dos cinco sócios em que Frank e Dominick se agridem verbalmente, Dom chamando Frank de "sigi" ("siciliano", mas também definição coloquial do mafioso da Cosa Nostra) e Frank chamando Dom de "camorrista bastard". Mais tarde Vince vai até a casa de Frank com um apelo para que ele e Dom façam as pazes e resolvam essa situação amigavelmente. Frank concorda e pede a Vince que marque um encontro dos dois para o dia seguinte. Vince acredita que eles resolverão o assunto dos eletrônicos, mas Frank pretende cuidar da incumbência de Don Peppino.</span></div>
<div>
<br /></div>
<div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhmmQ5g9ROwXCjzjqHcErlEmckEbTdEBC4LMZCkw2hVeVLbVMAOijLyeZoXk1v1hEYmnkCfqipZhyphenhyphenclf3vSsWlhghKNhkvyxbl40oYGpyryM3x51VtVggKLbgMNjShhjAwbCeVi3OLSHIPd/s1600/The+Brotherhood+%2528Martin+Ritt%252C+1968%2529.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="336" data-original-width="504" height="213" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhmmQ5g9ROwXCjzjqHcErlEmckEbTdEBC4LMZCkw2hVeVLbVMAOijLyeZoXk1v1hEYmnkCfqipZhyphenhyphenclf3vSsWlhghKNhkvyxbl40oYGpyryM3x51VtVggKLbgMNjShhjAwbCeVi3OLSHIPd/s320/The+Brotherhood+%2528Martin+Ritt%252C+1968%2529.jpg" width="320" /></a></div>
<span style="font-size: large;">E é o que acontece. Frank e Dom se encontram, vão almoçar mas no caminho Frank conta toda uma história para que Dom perceba que sua traição foi finalmente descoberta. Ele o mata utilizando um método de enforcamento em que Dom é amarrado pelo pescoço como um porco, e enquanto ele estrebuchava, Frank lia o nome dos mortos por culpa de sua traição. Consumado o ato, Frank foge para a Sicília com sua mulher. Mas a notícia corre rapidamente e a represália não se faz esperar: Jim (Murray Hamilton), um dos sócios de Frank — o mais canalha e corrupto — joga a bomba em cima de Vince: ele terá que ir à Itália e matar o irmão. Se não o fizer, é sua família que vai pagar com a morte. A essa altura Vince e a mulher já tem dois filhos, além da sobrinha Carmela (Connie Scott). Sem alternativas, ele vai. E assim termina o flashback.</span></div>
<div>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEifih-LsVwNkPiVOXFfFyyKrTTW7j_0Dgi47gR41MxAL_FHVFhGfbW-alUxp-3nrIOUbxbqtOMwIHKrJNOSYAiCA_sPBW54Ac95qkfCsCTk9R1dvx7t0rh1vnCY30iBIo7I2oU5E2BQmVzq/s1600/the+brotherhood+kirk+1968.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="458" data-original-width="556" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEifih-LsVwNkPiVOXFfFyyKrTTW7j_0Dgi47gR41MxAL_FHVFhGfbW-alUxp-3nrIOUbxbqtOMwIHKrJNOSYAiCA_sPBW54Ac95qkfCsCTk9R1dvx7t0rh1vnCY30iBIo7I2oU5E2BQmVzq/s1600/the+brotherhood+kirk+1968.jpg" /></a></div>
<br /></div>
<div>
<span style="font-size: large;">Na Sicilia, verifica-se que Ida tinha razão: eles iam mandar alguém. Só não se esperava que fosse Vince. Mas Frank acaba entendendo o que vai acontecer e no dia seguinte à chegada de Vince ele leva o irmão para um grande almoço cheio de celebrações, música, dança e convidados. E só depois de horas de festa, Frank despede-se de Ida e desaparece com Vince. Em local ermo, Frank entrega-lhe a arma que era do pai deles e exorta o irmão a matá-lo, por saber que ele não tem como escapar dessa intimação. E Vince mata seu irmão.</span><br />
<br />
<span style="font-size: large;">A recepção de <i>The Brotherhood</i> foi morna; o único prêmio ao qual o filme concorreu foi o de Melhor Roteiro no WGA Award, o prêmio do Writers Guild of America, o Sindicato de Roteiristas. Perdeu para Mel Brooks, com <i>The Producers</i>.</span></div>
<div>
<br /></div>
<div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgXq1BDOxFGPa4Bx4_iOwwBdKBzRb4TaojhNelhn_KfwxfFf3bjkGPLsQztU9nGogWmQgV41VrGczNedbOnVoYLzplvFDRlkrif2wklEUPvsF7Rwd8Cy-eh2vEwpbTWuM1w-GNUCAuquvXr/s1600/MPW-95670.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" data-original-height="760" data-original-width="501" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgXq1BDOxFGPa4Bx4_iOwwBdKBzRb4TaojhNelhn_KfwxfFf3bjkGPLsQztU9nGogWmQgV41VrGczNedbOnVoYLzplvFDRlkrif2wklEUPvsF7Rwd8Cy-eh2vEwpbTWuM1w-GNUCAuquvXr/s400/MPW-95670.jpg" width="263" /></a></div>
<div style="text-align: center;">
<span style="color: red; font-size: large;"><b><u>PIAZZA PULITA (1973)</u></b></span></div>
</div>
<div>
<br /></div>
<div>
<span style="font-size: large;">Filme B baseado numa estória do ator de faroeste Tony Anthony, com roteiro dele e de Norman Thaddeus Vane, com direção de Luigi Vanzi. "Piazza Pulita" é uma expressão italiana que significa "limpeza total", muito coerente com o filme. Em inglês o nome é <i>Pete, Pearl and the Pole</i>, em referência a Pete (Tony), Pearl (Lucretia Love) e <i>The Pole</i>, apelido de Polese, o mafioso interpretado por Adolfo Celi. Em português o título é simples e bobo: <i>1931, New York Violenta</i>.</span></div>
<div>
<br /></div>
<div>
<span style="font-size: large;">Tony é Pete, um criminoso menor que faz pequenos serviços para diferentes famílias da máfia italiana em Nova York. Morto um chefão, ele é contratado para acompanhar o corpo até a Sicilia, onde a família quer que ele seja enterrado. Só que ele descobre que 500 mil dólares foram costurados dentro do corpo e é isso, na verdade, que a família deseja enviar para a Itália. Pete então vai até outro chefão, Polese, dono de uma destilaria — que acaba de matar Bruno (Richard Conte), para quem vendia bebida durante a época da proibição — e propõe que eles sequestrem o corpo durante o velório, matem o novo chefão da família e dividam o dinheiro assim que o trabalho estiver terminado.</span></div>
<div>
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg43AwvPZCAtoK4RcbwqWIN5mWvV0q7B4MwGKJ2cajLmZ-x-8X7fcRKjqmp1ijCrSxWJHS4MYYZMlh-t60l2JXs70isK9KCvXyTBjeKEjrCWk6o49HQEHZ0SI4LRs-12ST2SWSkWvkIsYyA/s1600/Piazza+Celli.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="229" data-original-width="558" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg43AwvPZCAtoK4RcbwqWIN5mWvV0q7B4MwGKJ2cajLmZ-x-8X7fcRKjqmp1ijCrSxWJHS4MYYZMlh-t60l2JXs70isK9KCvXyTBjeKEjrCWk6o49HQEHZ0SI4LRs-12ST2SWSkWvkIsYyA/s1600/Piazza+Celli.jpg" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i><span style="font-size: small;">Adolfo Celi e Tony Anthony</span></i></td></tr>
</tbody></table>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjGge8h_J26UY8lnkjDMNNEj-GRJ_AM0E6nIhkHzC2fCl4ci9moOMS9h9RNIMi3HQV_X2kvMIB_P_Ln7TKsbXTkrr8XLHH-aAXD-uZhgOdg4EMjFG7Ikh77_gGkI0RIV4zkBIU_WUhlOXst/s1600/Piazza+Papas.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="228" data-original-width="559" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjGge8h_J26UY8lnkjDMNNEj-GRJ_AM0E6nIhkHzC2fCl4ci9moOMS9h9RNIMi3HQV_X2kvMIB_P_Ln7TKsbXTkrr8XLHH-aAXD-uZhgOdg4EMjFG7Ikh77_gGkI0RIV4zkBIU_WUhlOXst/s1600/Piazza+Papas.jpg" /></a></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgLraRbJITsKsKHuokPAZIhBri-EkA6EW2zlHAOHdosu6WkRIED2AkkYGbm3qaAHzHfia3ZcYUWphwzG_auT12lGYJFdT-QLGTSH8WZ4jjGlDc0tqDFvolnZ1vk6Ae6vKkltGUxCBPZraBR/s1600/Piazza+Pullita+%25281%2529.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="226" data-original-width="558" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgLraRbJITsKsKHuokPAZIhBri-EkA6EW2zlHAOHdosu6WkRIED2AkkYGbm3qaAHzHfia3ZcYUWphwzG_auT12lGYJFdT-QLGTSH8WZ4jjGlDc0tqDFvolnZ1vk6Ae6vKkltGUxCBPZraBR/s1600/Piazza+Pullita+%25281%2529.jpg" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i><span style="font-size: small;">Papas: linda e dramática em sua única cena</span></i></td></tr>
</tbody></table>
<br /></div>
<div>
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: left; margin-right: 1em; text-align: left;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg0VQBLA0f5NoOtv6AVmk6YUotJhl-4DNzdC29rOT_Dk0zpLU7r9LCWIZgBCKCmZInBBvePt2QMQ0Slg7F9MOUHLBpxcyeJcZE9vjrsPXuGFeny9wfeNBIkAZjur1Zuf0IUrkonfFt-y03E/s1600/Piazza+Pullita+%25282%2529.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="285" data-original-width="560" height="162" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg0VQBLA0f5NoOtv6AVmk6YUotJhl-4DNzdC29rOT_Dk0zpLU7r9LCWIZgBCKCmZInBBvePt2QMQ0Slg7F9MOUHLBpxcyeJcZE9vjrsPXuGFeny9wfeNBIkAZjur1Zuf0IUrkonfFt-y03E/s320/Piazza+Pullita+%25282%2529.jpg" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i><span style="font-size: small;">Celi e Tony retalhando o corpo do chefão</span></i></td></tr>
</tbody></table>
<span style="font-size: large;">É uma das cenas mais violentas do filme, e bastante chocante, se considerarmos a época: Pete puxa uma faca em meio ao velório e corta o peito do falecido como se ele fosse um frango, a fim de tirar o dinheiro, e tudo isso na frente da viúva do chefão, Donna Mimma. Não fosse o suficiente, eles enfiam o novo chefão da família no mesmo caixão e pregam a tampa. Pete, Polese e seus homens vão embora carregando os dois chefões no mesmo caixão (jogado em seguida numa vala em chamas), enquanto Donna Mimma berra o tempo todo e dispara um sem número de imprecações e de ameaças de vingança. Donna Mimma é Irene, em sua única cena, que vai da dramaticidade contida da viúva até o ultraje supremo pela profanação do cadáver de seu marido, culminando com expressões de ódio e vingança. Por que ela aceitou fazer uma única cena em um filme tão medíocre, só Deus e ela própria poderão responder.</span></div>
<div>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi8NV-l-Ruwg0O5P698b41RfHRlHSz_KqlSmrkzPQp4vhvE9JWh9_MFo3nL9pCFnjJjJ8ZM7UYzxoASdJmhHZybBjgEBtPGwRerVSzb5TwfMLVUd4oSgb9d58oZHonVk6eVM70Kvz3wR4dH/s1600/Piazza+Papas+%25281%2529.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="848" data-original-width="555" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi8NV-l-Ruwg0O5P698b41RfHRlHSz_KqlSmrkzPQp4vhvE9JWh9_MFo3nL9pCFnjJjJ8ZM7UYzxoASdJmhHZybBjgEBtPGwRerVSzb5TwfMLVUd4oSgb9d58oZHonVk6eVM70Kvz3wR4dH/s1600/Piazza+Papas+%25281%2529.jpg" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i style="font-size: 12.8px;"><span style="font-size: small;">O desperdício de um talento superior</span></i></td></tr>
</tbody></table>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<br /></div>
<div>
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: right; margin-left: 1em; text-align: right;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgi3FflTKwzFgEzqLYLHfvA18tyO6YsdxrfLoVfycIlSVDRQsaeoL6AptWwkU137bmy2T4eWDFLFoMy_k3_O67i10l_jltrko3e9FkYfkD4i6Gg-jXhbD8wBU9bMCB_iPK2mSA0L8Xpzx9V/s1600/Piazza+Celi+Lucretia.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="286" data-original-width="387" height="236" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgi3FflTKwzFgEzqLYLHfvA18tyO6YsdxrfLoVfycIlSVDRQsaeoL6AptWwkU137bmy2T4eWDFLFoMy_k3_O67i10l_jltrko3e9FkYfkD4i6Gg-jXhbD8wBU9bMCB_iPK2mSA0L8Xpzx9V/s320/Piazza+Celi+Lucretia.jpg" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i><span style="font-size: small;">Lucretia Love e Celi</span></i></td></tr>
</tbody></table>
<span style="font-size: large;">Quando chega a hora de dividir o dinheiro, entretanto, Polese resolve ficar com tudo. Expulsa Pete de sua casa e o ameaça de morte caso ele tente alguma coisa. E é lógico que ele faz exatamente isso: sequestra Pearl, a namorada de Polese, e propõe trocá-la pelo dinheiro. Eles se dão muito bem durante o cativeiro. Na hora da troca Pete é pego pelos capangas de Polese, tem a sola de seu pé cortada e é jogado em um processador de carvão. Pearl se apieda e providencia um enterro digno para ele, e é quando ela descobre que ele não morreu e continua caído no mesmo local. Ela lhe dá um dinheiro e volta para Polese. Pete vai, então, até a casa de Polese, que reuniu todos os seus capangas para avisar que quer se aposentar. Dará, entretanto, uma compensação financeira a cada um deles. Mostra uma árvore de natal que tem maços de notas, como enfeites. Pete fuzila todos, menos Pearl.</span></div>
<div>
<br /></div>
<div>
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: left; margin-right: 1em; text-align: left;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjUfy7TqO0K2uVbJ8t7gsb4OC6hqAQ9tMN0yMAoPspuP3aKbShHGmHgzn6bV-SvToNvSiyr7dgyFaV_IvekRlPHUElu1SIKAiey7hS73dN8sYMR4NKDdXbyRp8ebvFc_WoFlUndVjzFXFBv/s1600/Lucretia+Love.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1245" data-original-width="987" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjUfy7TqO0K2uVbJ8t7gsb4OC6hqAQ9tMN0yMAoPspuP3aKbShHGmHgzn6bV-SvToNvSiyr7dgyFaV_IvekRlPHUElu1SIKAiey7hS73dN8sYMR4NKDdXbyRp8ebvFc_WoFlUndVjzFXFBv/s320/Lucretia+Love.jpg" width="253" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i><span style="font-size: small;">Lucretia Love: ótima</span></i></td></tr>
</tbody></table>
<span style="font-size: large;">Mas há uma última reviravolta: enquanto está colocando o dinheiro em uma bolsa, Polese tem um último suspiro de vida e lhe dá várias navalhadas, algumas fatais. Morre em seguida. Pete sai pela chuva carregando o saco de dinheiro mas cai, por conta dos ferimentos. Pearl pega o dinheiro e vai embora.</span></div>
<div>
<br /></div>
<div>
<span style="font-size: large;">Além de ser um filme de segunda, ele tem provavelmente a pior dublagem de todos os tempos. Foi lançado em março de 1973 na Itália e teve um lançamento praticamente nulo nos Estados Unidos, no ano seguinte. Imagina-se que tenha sido feito dentro do hype de filmes de máfia iniciado com <i>The Brotherhood</i>, e que alcançou seu ápice com <i>The Godfather</i>, lançado meses antes (que aliás inclui Richard Conte em seu elenco, no papel de Barzini) mas está a anos-luz da obra-prima de Coppola. Deveria ir para a vala comum dos filmes ruins, mas permanece vivo pela presença linda e luminosa de Papas, Celi e até mesmo da ótima Lucretia Love, que infelizmente não vingou no cinema.</span><br />
<span style="font-size: large;">_________________________________________</span><br />
<br />
<span style="font-size: medium;"><b><u>Bibliografia</u></b></span><br />
<br />
<span style="font-size: small;">Agradecimento especial à Larissa Margano e Tom Anderson</span><br />
<ul>
<li>Entrevista com Costa Gavras em 2009 (DVD comemorativo da Criterion)</li>
<li>Comentários de Peter Cowie (DVD comemorativo da Criterion)</li>
<li><a href="https://cultura.hu/szub-kultura/a-hyppolit-a-lakaj-rendezoje/">https://cultura.hu/szub-kultura/a-hyppolit-a-lakaj-rendezoje/</a></li>
<li><a href="https://el.metapedia.org/wiki/%CE%93%CF%81%CE%B7%CE%B3%CF%8C%CF%81%CE%B7%CF%82_%CE%9B%CE%B1%CE%BC%CF%80%CF%81%CE%AC%CE%BA%CE%B7%CF%82">https://el.metapedia.org/wiki/Γρηγόρης_Λαμπράκης</a></li>
<li><a href="https://el.wikipedia.org/wiki/%CE%9C%CE%AF%CE%BA%CE%B7%CF%82_%CE%98%CE%B5%CE%BF%CE%B4%CF%89%CF%81%CE%AC%CE%BA%CE%B7%CF%82">https://el.wikipedia.org/wiki/Μίκης_Θεοδωράκης</a></li>
<li><a href="https://en.wikipedia.org/wiki/Grigoris_Lambrakis">https://en.wikipedia.org/wiki/Grigoris_Lambrakis</a></li>
<li><a href="https://en.wikipedia.org/wiki/Mikis_Theodorakis">https://en.wikipedia.org/wiki/Mikis_Theodorakis</a></li>
<li><a href="https://index.hu/tudomany/tortenelem/2017/10/08/szegeny_szekelyt_meg_az_agai_is_huzza/">https://index.hu/tudomany/tortenelem/2017/10/08/szegeny_szekelyt_meg_az_agai_is_huzza/</a></li>
<li><a href="http://theodorakism.blogspot.com/2013/09/blog-post_1820.html">http://theodorakism.blogspot.com/2013/09/blog-post_1820.html</a></li>
<li><a href="https://tvxs.gr/news/%CF%83%CE%B1%CE%BD-%CF%83%CE%AE%CE%BC%CE%B5%CF%81%CE%B1/%CE%B3%CF%81%CE%B7%CE%B3%CF%8C%CF%81%CE%B7%CF%82-%CE%BB%CE%B1%CE%BC%CF%80%CF%81%CE%AC%CE%BA%CE%B7%CF%82-%CE%BF-%CE%BC%CE%B1%CF%81%CE%B1%CE%B8%CF%89%CE%BD%CE%BF%CE%B4%CF%81%CF%8C%CE%BC%CE%BF%CF%82-%CF%84%CE%B7%CF%82-%CE%B5%CE%B9%CF%81%CE%AE%CE%BD%CE%B7%CF%82-%CE%BA%CE%B1%CE%B9-%CF%84%CE%B7%CF%82-%CE%B4%CE%B7%CE%BC%CE%BF%CE%BA%CF%81%CE%B1%CF%84%CE%AF%CE%B1%CF%82">https://tvxs.gr/news/σαν-σήμερα/γρηγόρης-λαμπράκης-ο-μαραθωνοδρόμος-της-ειρήνης-και-της-δημοκρατίας</a></li>
<li><a href="https://www.mcf.gr/index.php/el/filmografia/156-glykeia-patrida">https://www.mcf.gr/index.php/el/filmografia/156-glykeia-patrida</a></li>
<li><a href="http://www.mikistheodorakis.gr/el/multimedia/photos/bydate/?d=1970">http://www.mikistheodorakis.gr/el/multimedia/photos/bydate/?d=1970</a></li>
<li><a href="https://www.renownfilms.co.uk/about_us.html">https://www.renownfilms.co.uk/about_us.html</a></li>
<li><a href="http://www.sartzetakis.gr/bio/cvgr.html">http://www.sartzetakis.gr/bio/cvgr.html</a></li>
</ul>
<span style="font-size: large;">_________________________________________</span><br />
<span style="font-size: large;"></span><br />
<b><span style="font-size: large;"><u>Ver também:</u></span></b><br />
<br />
<h3 class="post-title entry-title" style="background-color: white; color: #cc6600; font-family: Georgia, serif; font-size: 18.2px; font-weight: normal; line-height: 1.4em; margin: 0.25em 0px 0px; padding: 0px 0px 4px; text-align: center;">
<a href="http://bernardoschmidt.blogspot.com/2018/05/eirini-papa-irene-papas-14.html" style="color: #cc6600; display: block; text-decoration-line: none;" target="_blank">Ειρήνη Παπά, Eiríni Papás, Irene Papas — 1/5</a></h3>
<br style="background-color: white; color: #333333; font-family: Georgia, serif; font-size: 13px;" />
<div class="separator" style="background-color: white; clear: both; color: #333333; font-family: Georgia, serif; font-size: 13px; text-align: center;">
<a href="https://bernardoschmidt.blogspot.com/2018/05/eirini-papa-irene-papas-14.html" target="_blank"><img border="0" data-original-height="421" data-original-width="547" height="246" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjgqheEr4ZxVoIOsLFAO_4aUnsZq2zb0LAnB5klIpSnCQNf6tPQOT6qksT-vn0Mc0L1ZAH4seqeM-4dQe2LFHtxIVhg3HM7dQfP1MGfim_z1cFITQOUdp8zvsJJUyP5Bz4YUOEQcZahA4kb/s320/Irene+Papas+%25CE%2595%25CE%25B9%25CF%2581%25CE%25AE%25CE%25BD%25CE%25B7+%25CE%25A0%25CE%25B1%25CF%2580%25CE%25AC+1.jpg" style="border: 1px solid rgb(204, 204, 204); padding: 4px;" width="320" /></a></div>
<br />
<a href="https://bernardoschmidt.blogspot.com/2018/12/eirini-papas-irene-papas-35.html" style="background-color: white; color: #333333; display: block; font-family: Georgia, serif; font-size: 18.2px; text-align: center; text-decoration-line: none;">Ειρήνη Παπά, Eiríni Papás, Irene Papas — 3/5</a><br />
<div class="separator" style="background-color: white; clear: both; color: #333333; font-family: Georgia, serif; font-size: 13px; text-align: center;">
<a href="https://bernardoschmidt.blogspot.com/2018/12/eirini-papas-irene-papas-35.html" target="_blank"><img border="0" data-original-height="612" data-original-width="403" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhvwFZjxCB8CHsGOWtQ7O5eopS-HxcVWQAEfQCfdWKhOqT_xgXzUqQkUmVI_b1SnCkXrh_VCMwcxOiHs1YdgqNAShw15InKAoruOD8xyBfBEZ1Z6SnFO97daam-ve9gmeNthyphenhyphenv4xGXP8-am/s320/%25CE%2595%25CE%25BB%25CE%25BB%25CE%25B7%25CE%25BD%25CE%25B9%25CE%25BA%25CE%25AE%25CF%2582+%25CE%25B2%25CE%25B1%25CF%2583%25CE%25AF%25CE%25BB%25CE%25B9%25CF%2583%25CF%2583%25CE%25B1%25CF%2582+%25CE%2595%25CE%25B9%25CF%2581%25CE%25AE%25CE%25BD%25CE%25B7+%25CE%25A0%25CE%25B1%25CF%2580%25CE%25AC.jpg" style="border: 1px solid rgb(204, 204, 204); padding: 4px;" width="210" /></a></div>
<br /></div>
</div>
Bernardo Schmidthttp://www.blogger.com/profile/12196150324865840023noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4381988697960596291.post-1398104106152724302018-10-08T00:03:00.000-07:002018-10-13T01:43:31.636-07:00Geraldo, a Hidra e o Poste<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEien2o0ppr-_Q2xzRUwnZXkXBbVQxCPK5PkZ2RLYFPcRvcrZHAqktQXTrSwvL46oHcnioG1TR18l3LeeUv0C5BZRZfbHzJZmuyH8kwchNJ5HNsWCAvdy8k0QAfT248BcD4hSgmLj6jKhzM_/s1600/hidra.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="399" data-original-width="517" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEien2o0ppr-_Q2xzRUwnZXkXBbVQxCPK5PkZ2RLYFPcRvcrZHAqktQXTrSwvL46oHcnioG1TR18l3LeeUv0C5BZRZfbHzJZmuyH8kwchNJ5HNsWCAvdy8k0QAfT248BcD4hSgmLj6jKhzM_/s1600/hidra.jpg" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i><span style="font-size: small;">Hidra de Lerna</span></i></td></tr>
</tbody></table>
<br />
<span style="font-size: large;">Não sei nem por onde começar... não vou sequer tentar analisar o resultado das urnas porque negar o fato de que Bolso surge como a maior liderança política brasileira dos últimos anos seria burrice. Sua votação foi excepcional e é estarrecedora sua influência na vitória de candidatos ao senado, à câmara e às assembléias pelo Brasil inteiro. Seus filhos no Rio e em SP, Janaína e outros não estão apenas eleitos, mas alguns estão eleitos com as maiores votações da história. É um fenômeno. Arrisco apenas alguns comentários pontuais:</span><br />
<br />
<span style="font-size: large;">1 - Esta eleição está marcada por erros de estratégia, teimosia e o elemento "poste". Há poucos meses ninguém duvidava que Geraldo seria eleito, não só pelo acordo com o centrão, mas pela rejeição a Bolsonaro e a candidatura surrealista de Lula. Começa o erro brutal: em um momento em que a vida das pessoas se encontra dentro do tablet e do smartphone, Geraldo e sua campanha relegaram a internet a segundo plano, confiaram cegamente no horário eleitoral e, o que é pior, fizeram um programa nos moldes tradicionais, num estilo que se tornou obsoleto desde o impeachment. Para coroar esse festival de equívocos, Geraldo ainda pegou Bolso para Cristo, fustigando uma liderança e uma militância que se mostram tão impermeáveis à verdade e ao bom senso quando a do PT. Com isso, irritou o voto conservador que ainda decidia entre ele e Bolso como alternativas ao lulopetismo e acabou provocando o efeito contrário; entre uma candidatura moderada que abriu concessões políticas indesejáveis mas toleráveis, dentro de um contexto maior, esse indeciso preferiu uma candidatura que não faz concessões a nada e a ninguém, para o bem ou para o mal.</span><br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjhdVr2fCCMAw07gkP3heBhGqQHHL_H9f5ScHPn0PySj29gmk4FRe-PTjCAMY0SeSoyN9lLgj6Lche9Rzj4nzGKpQWvu8FoFxWF_5hHZvSCZhnXkbAPAcmzai8Vb_v407opEUsTqpVO2Ukh/s1600/alckmin.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" data-original-height="332" data-original-width="319" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjhdVr2fCCMAw07gkP3heBhGqQHHL_H9f5ScHPn0PySj29gmk4FRe-PTjCAMY0SeSoyN9lLgj6Lche9Rzj4nzGKpQWvu8FoFxWF_5hHZvSCZhnXkbAPAcmzai8Vb_v407opEUsTqpVO2Ukh/s320/alckmin.jpg" width="307" /></a></div>
<span style="font-size: large;">Paradoxalmente, Geraldo se mostrou apático e repetitivo nos debates. Se mostrou como é, de fato, porque conforme já ressaltei anteriormente, ele não é uma pessoa reativa ou sangüínea; é um político sereno e metódico e jamais protagonizaria um barraco com quem quer que fosse. Com o atentado a Bolso e a definição do poste como cabeça de chapa do PT, Geraldo teria que assumir uma atitude mais agressiva, se não em termos de temperamento, pelo menos em termos de seu posicionamento no combate à corrupção. Ou desapareceria em meio a tantos fatos novos. O conservador indeciso não sabe o que é "centrão" e não acompanha política regional, então não fazia nem questão que Geraldo jogasse Aécio e Richa na fogueira, ou que aparecesse carregando metralhadoras, mas certamente queria ouvi-lo jurar apoio incondicional à Lava-Jato e condenar com veemência a participação de um preso condenado, dando as cartas nesta eleição. Foi o que fez Álvaro Dias. Só que o conservador indeciso não conhece Álvaro Dias; ele estava entre Geraldo, pela experiência, e, lá longe, Amoêdo, por ser novo na política. Quando o primeiro se cercou do centrão, além de se mostrar insípido e cheio de rodeios e ademanes na hora de exaltar Moro e a Lava-Jato, e o segundo se mostrou muito inteligente mas, no fim das contas, um Bolso-light com 425 milhões no banco, a direita indecisa parou de procurar alternativas e resolveu votar no próprio Bolso.</span><br />
<br />
<span style="font-size: large;">Geraldo também não conseguiu ganhar a esquerda indecisa, e ao contrário do que se imagina, parte dela pendia em sua direção. Seja pelo fato de que nem todo esquerdista acha que Lula não sabia de nada, seja porque o poste é medíocre e foi um péssimo prefeito, seja porque Ciro é propenso a explosões e tem a seu lado figuras horrorosas como Kátia Abreu e Carlos Luppi, seja porque Marina não convence ou porque Boulos é o mais deplorável exemplo de petista no armário, havia uma esquerda equilibrada e pragmática que não descartava a possibilidade de votar em Geraldo, que sempre se manteve ao largo de radicalizações. Isso terminou quando veio o acordo com o centrão, e foi ratificado nos debates, quando, em caso concreto, Ciro se mostrou mais ágil e mais convincente. Eu esperava ansioso a troca de idéias dos dois por serem ambos os melhores e mais experientes, entre todos, mas o resultado decepcionou. Ciro despejava números e planos, muito loquaz, muito empolgado e empolgando quem ouvia; Geraldo repetia o mesmo discurso. Há um plano de governo, Geraldo estudou-o e limitava-se a repeti-lo. Seu discurso é encadernado. Só que o eleitor de hoje é raso e imediatista. Não quer saber de explicações longas e quadradas. Quer frases de efeito. Quer algo impactante. Haja vista os <i>keynotes</i> da Apple, em que os executivos que criam os programas e as inovações são os mesmos que se apresentam para uma platéia de acionistas e desenvolvedores e tem que explicar essas novidades - não importa o quão complexas - num tom divertido e atraente. O mesmo se aplica à política. Ciro deu um baile nos debates. Geraldo sumiu.</span><br />
<br />
<span style="font-size: large;">Vale dizer que Ciro só não está no segundo turno porque até pouco tempo ainda tentava seduzir os lulopetistas. Em entrevista a um programa de TV maranhense, em julho, afirmou, sobre Lula, que ele "só tem chance de sair da cadeia se a gente assumir o poder e organizar a carga. Botar juiz para voltar para a caixinha dele, botar o Ministério Público para voltar para a caixinha dele e restaurar a autoridade do poder político". Indecisos de centro e de direita o riscaram sumariamente de suas listas naquele momento. Dias depois, estomagado, declarou, referindo-se ao poste e à rainha louca: "Eles querem criar uma comoção no país para quando o Lula for declarado inelegível, eles apontam um novo poste. A pergunta é: o Brasil aguenta outro poste? Ou parte da grave situação que estamos vivendo devemos à escolha de um poste pelo Lula?" Perdeu ali os votos de petistas arrependidos em cima do muro.</span><br />
<br />
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: left; margin-right: 1em; text-align: left;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjFQCCGwoNokAmTYnPvz93UvYOsvquLSVMNJuCT1BOZTCFlbywhnn0O4ewN0xrlF2JQa_XrbHksZi-7vSNNKlVkp-6xX8-tqyZZ2K0xaZ6WaCLI0C6WNCltxEyf5hxBhQq-lbl4uGPZIJ4A/s1600/ciro.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="488" data-original-width="630" height="247" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjFQCCGwoNokAmTYnPvz93UvYOsvquLSVMNJuCT1BOZTCFlbywhnn0O4ewN0xrlF2JQa_XrbHksZi-7vSNNKlVkp-6xX8-tqyZZ2K0xaZ6WaCLI0C6WNCltxEyf5hxBhQq-lbl4uGPZIJ4A/s320/ciro.jpg" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i><span style="font-size: small;">Lula e Ciro</span></i></td></tr>
</tbody></table>
<span style="font-size: large;">No fim, a direita indecisa votou em Bolso e a esquerda indecisa votou útil em Ciro. Marina e Boulos foram "cristianizados" em favor de Ciro; Geraldo e Álvaro foram "cristianizados" em favor de Bolso; o poste teve uma votação baixa, se compararmos com números do PT em outras eleições presidenciais, mas suficiente para levá-lo raspando ao segundo turno; Amoêdo e Daciolo surpreenderam, embora com votações inexpressivas e só Meirelles teve integrais os minguados votos que porventura amealhou com sua campanha rica e inútil. Um resultado dramático. Porque Marina e Boulos são genéricos do PT, assim como Álvaro e Amoêdo são variações de Geraldo. E enquanto lulopetistas seguiam caninamente a orientação do chefe e votavam em um poste, Geraldo foi abandonado pelo partido e pelos eleitores. Cristianizou-se uma das maiores figuras políticas de São Paulo nos últimos quinze anos. Lula, por exemplo, jamais conseguiu vencer uma única eleição no primeiro turno nas CINCO vezes em que disputou a presidência. Geraldo venceu as duas últimas eleições para governador com folga, no primeiro turno. E hoje, Bolso teve quase DEZ vezes mais votos do que ele. Uma derrota amarga e, creio eu, injusta.</span><br />
<br />
<span style="font-size: large;">2 - Este é um momento de reflexão para todos, mas sobretudo para os lulopetistas. A exemplo de seu chefe e guru espiritual, eles não sabem de nada, não conhecem nenhum escândalo de corrupção e não se conformam com o impeachment. Pior do que isso: debitam todos os problemas do Brasil a FHC e aos dois anos de Temer, absolvem o PT de toda e qualquer acusação e costumam perguntar o que foi que mudou, politicamente, desde o impeachment. Eu respondo o que foi que mudou: a paciência do povo acabou. ISSO mudou. Enquanto o PSDB batia carteiras e fazia conchavos pela governabilidade, o povo agüentava quieto porque a moeda foi estabilizada, a inflação foi controlada e a vida do brasileiro melhorou (embora tanto o PT quanto Bolso - antípodas siameses - tenham votado contra o Plano Real).</span><br />
<br />
<span style="font-size: large;">Quando Lula entrou e começou seus programas assistencialistas, o povo achou engraçado e embarcou na festa. Durante o mensalão fizeram vista grossa e reelegeram Lula. O Brasil estava no piloto automático da estabilidade de FHC, e o povo estava contente. Só que quando chegou a conta, o governo já estava inteiramente aparelhado, quarenta ministérios, dezenas de estatais para abrigar apaniguados, lavagem de dinheiro disfarçada de "obras em países irmãos", centenas de milhares de cargos comissionados inúteis, ganhando fortunas; o governo começou a pedalar, iniciou o desmantelamento da Petrobrás e os valores da corrupção começaram a orçar pelos bilhões. Da estabilidade de FHC o país mergulhou em um abismo de inflação, PIB negativo e 14 milhões de desempregados. O povo não achou mais graça. A festa acabou, Moro surgiu e a rainha louca foi defenestrada, com toda a razão. Mas não sem antes receber um perdão sórdido e malévolo de Livrandowski no Congresso, mantendo seus direitos políticos.</span><br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgqrIdk-GxhQFHzEuCfozc5WysyohlsYPC8hK-zb7OLcsvq9_D6JyNn57DSlMWE0Gk4BdDAHalqD56WK6CbrTCtEgrP8FYkyfqrSAELm4vRwXvEVKNvUnLH82OUcfQtONpgCf_B_v4z8IIW/s1600/mili.jpeg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" data-original-height="373" data-original-width="650" height="183" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgqrIdk-GxhQFHzEuCfozc5WysyohlsYPC8hK-zb7OLcsvq9_D6JyNn57DSlMWE0Gk4BdDAHalqD56WK6CbrTCtEgrP8FYkyfqrSAELm4vRwXvEVKNvUnLH82OUcfQtONpgCf_B_v4z8IIW/s320/mili.jpeg" width="320" /></a></div>
<span style="font-size: large;">Antigamente, quando um político era pego com a boca na botija, ele ficava quieto e desaparecia do radar político para cumprir sua pena e ser esquecido pelo povo. Ou pelo menos ter sua culpa esquecida pelo povo. Depois tentava voltar, com ou sem sucesso. O PT aproveitou a burrice de sua militância e a costumeira complacência do STF para testar uma nova modalidade de canalhice: cometer o crime, ser pego, inicialmente prometer investigação e mais à frente simplesmente negar tudo, dizer que não sabia de nada, jogar a culpa no governo anterior ou na justiça, declarar-se "preso político" e se candidatar o quanto antes, para conseguir o foro privilegiado. É quando a justiça de Sérgio Moro começa a não ser suficiente para uma imensa parte do povo. É aquela parte do povo que vê a corrupção acontecer impunemente. Que vê petistas e psolistas protegendo Cesare Battisti. Que vê petistas e psolistas criticando ditaduras mas incensando Fidel, Chavez e agora, Maduro. Que vê petistas defendendo os direitos dos bandidos mas nunca dos policiais. Que vê Lula afagar Maluf, Sarney e Renan. Que vê o MST invadindo fazendas e destruindo colheitas. Que os vê invadindo prédios e cobrando aluguel. Que não tem o que comer mas vê artistas milionários fazendo campanha contra o impeachment. Que vê Gilmar Mendes colocar Abdelmassih em liberdade. Que vê a rainha louca nomear o ex-advogado de José Dirceu para uma cadeira no STF. Que vê gente suja e ladra dando as cartas no senado.</span><br />
<br />
<span style="font-size: large;">É o momento em que aquela opção nunca nem sequer cogitada, por ser radical demais, começa a fazer sentido. É o momento em que surge Bolso.</span><br />
<br />
<span style="font-size: large;">O que foi que mudou? A rainha louca foi derrotada em sua acintosa disputa por uma cadeira no senado. Os lulopetistas consideravam sua vitória favas contadas. Se iludiram da mesma forma que se iludiram com os movimentos do "não vai ter golpe" e do "elenão". Como em grupo e nas redes sociais são muito barulhentos, temos a impressão de que são muitos. Não são. O poste, por exemplo, teve 29% de votos nesta eleição. Menos do que os 33% de Aécio em 2014. A rainha louca teve 46% no primeiro turno de 2010 e 41% no primeiro turno de 2014. E hoje recebeu um catártico "não" da brava população mineira.</span><br />
<br />
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: left; margin-right: 1em; text-align: left;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiVVABamstLVRHOhNpPa2Ao8xT-Qc8jqxORU1p-avd0jw00bdRvJRYEWcFvZ3dUZv8snqs33P-AhQ5_AoGyj2VNhcojH0YGRMBurC0e1diECj61a5DbWsvtJ-1iUQyM0tqMIOmeTanXBYeN/s1600/gleisi.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="223" data-original-width="325" height="219" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiVVABamstLVRHOhNpPa2Ao8xT-Qc8jqxORU1p-avd0jw00bdRvJRYEWcFvZ3dUZv8snqs33P-AhQ5_AoGyj2VNhcojH0YGRMBurC0e1diECj61a5DbWsvtJ-1iUQyM0tqMIOmeTanXBYeN/s320/gleisi.jpg" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i><span style="font-size: small;">Rainha Louca e Crazy</span></i></td></tr>
</tbody></table>
<span style="font-size: large;">O mesmo ocorreu Brasil afora com gente desclassificada e oportunista como Lindbergh, Graziotin, Requião, Pimentel, Jucá, o clã Sarney e tantos outros. Aécio e Crazy Hoffman nem tentaram o senado por se saberem derrotados. Satisfizeram-se com uma cadeira, escondida entre as 513 da Câmara Federal. De cambulhada liquidou-se até a candidatura de Suplicy, considerado a flor do pântano petista. O impeachment abriu essa porteira. E quando o povo viu essa tentativa psicótica de Lula se manter na mídia e de devolver o poder ao PT, não importando a que custo ou a que quantidade de vergonha alheia, Bolso ganhou corpo e tentáculos. Mitologia grega pura. Para enfrentar o mal causado pelos corruptos Zeus mandou Sérgio Moro. Quando os corruptos decidiram enfrentá-lo e continuaram com seus mal-feitos, Zeus se irritou com essa insolência e desta vez resolveu mandar um monstro: Bolso. E assim como a Hidra de Lerna, a cada cabeça cortada, nascem duas. A cada paulada, ele fica maior. Com ele vem uma militância muito pior do que a do PT. Muito mais barulhenta, menos lida, mais radical e mais obstinada. Uma militância que foi temperada e escaldada pela incapacidade dos lulopetistas admitirem um erro. Uma militância que - ao contrário do PSDB - não quer mais diálogo com Lula e PT.</span><br />
<br />
<span style="font-size: large;">E, ao que parece, entre os corruptos que vão presos mas o STF põe em liberdade, e a Hidra, desta vez Hércules ficará ao lado da Hidra. Porque o PT é tão dissimulado, tão mentiroso e sua corrupção foi tão cínica e deslavada, que o povo perdeu a noção do certo e do errado e já não sabe mais se prefere os corruptos ou a Hidra. Se prefere a camarilha que elogia e sustenta ditaduras de esquerda e há anos usa da política para roubar, beneficiar os seus e impedir a justiça de puni-los, ou o radical despreparado, destemperado, homofóbico, que elogia um torturador, mas, até onde se sabe, é honesto.</span><br />
<br />
<span style="font-size: large;">Sim, lulopetista. A culpa do surgimento e do crescimento desmesurado de Bolso é única e exclusivamente <b>SUA</b>.</span><br />
<br />
<span style="font-size: large;">Por enquanto é só.</span><br />
<br />
____________________________________________Bernardo Schmidthttp://www.blogger.com/profile/12196150324865840023noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4381988697960596291.post-39638093128359144882018-10-03T12:46:00.001-07:002018-10-08T00:03:51.052-07:00Accedente voto<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhsJaYXp9wUHgcL3Q_uPWR0do4BtiewQ6aaNE0_tdz43MdOrJLxYLqO4OCU7ztzMzjcLWhNMcJtEWWIL7gUbbN92Atn0ltuJmGy-1SW5piIs8yewEAjedUcovDa6eWG0otpgk70FoUz0_LR/s1600/elen%25C3%25A3o.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="511" data-original-width="511" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhsJaYXp9wUHgcL3Q_uPWR0do4BtiewQ6aaNE0_tdz43MdOrJLxYLqO4OCU7ztzMzjcLWhNMcJtEWWIL7gUbbN92Atn0ltuJmGy-1SW5piIs8yewEAjedUcovDa6eWG0otpgk70FoUz0_LR/s1600/elen%25C3%25A3o.jpg" /></a></div>
<br />
<span style="font-size: large;">Esta eleição está sendo um triste aprendizado para todos nós. Os amigos e amigas petistas fecharem com o poste não me surpreende; esse poste se elegeu lambendo Maluf e hoje está lambendo Renan, e não se ouve sobre isso um pio de revolta dos petistas. Se amanhã Lula mandar sua militância votar no Bolsonaro o movimento muda para "ele sim" da noite para o dia. Lulopetistas são vacas de presépio e serão para sempre. E sobre os bolsominions prefiro nem me pronunciar. São lulopetistas sem sensibilidade artística e sem diploma universitário. Igualmente sectários. Igualmente incapazes de digerir a opinião alheia. Gêmeos xifópagos.</span><br />
<br />
<span style="font-size: large;">O que mais chamou minha atenção recentemente foi ter saído inteiramente pela culatra o movimento do "ele não". Enquanto ocorria foi uma belezura; todo mundo usando esse avatar no Facebook e no Instagram, artistas participando, até a Madonna apareceu pra dar pitaco, e reservou-se um dia para que o movimento se mostrasse nas ruas. Na hora das pesquisas pós-movimento, verificou-se que a votação de Bolso cresceu na mesma medida em que aumentou a rejeição ao poste. Bolso saiu absolutamente ileso da grita internética.</span><br />
<br />
<span style="font-size: large;">O que se depreende disso é que os organizadores desse movimento parecem ter esquecido que rede social é rede social, e o Brasil não resiste a uma micareta. Vejamos: as manifestações pró-impeachment de Dilma foram antológicas porque o objetivo era um só: retirar o PT do poder a pontapés. Não havia líderes e ninguém estava pedindo votos. Não havia bandeiras vermelhas ou metralhadoras. Era um balaio de gatos que se juntou de verde e amarelo para exigir que a camarilha petista fosse varrida da presidência. Só. Já o "ele não" caiu na vala comum do oportunismo. É um movimento que se mostrou formado por 90% de lulopetistas e 10% de gente bem-intencionada que não quer ver Bolso na presidência. O resto é micareta. Gente que não está nem aí para a eleição mas viu uma festa acontecendo e caiu pra dentro. Os indecisos certamente perceberam a chicana e descarregaram seus votos em Bolso. Perceberam duas coisas:</span><br />
<br />
<span style="font-size: large;">1) o "ele não" poderia tranqüilamente ser chamado de "poste sim", palhaçada comum nas estratégias lulopetistas quando confrontados com a possibilidade da derrota. Vide "não vai ter golpe" e idiotices desses mesmo jaez. Se no lugar de Bolso estivesse qualquer um dos outros candidatos, o movimento ia ser igual. Se fosse o Ciro seria "machista não", se fosse o Geraldo, "chuchu não", se fosse a Marina, "crente não", e assim por diante. O lulopetista encontraria alguma coisa para encher a boca e tentar a desmoralização do adversário. Dane-se a corrupção do PT, danem-se os machistas dentro do PT, dane-se tudo. Existe uma chance de voltar pro bem-bom? Meu pirão primeiro.</span><br />
<br />
<span style="font-size: large;">2) Um movimento "contra" algo ou alguém tem uma legitimidade no mínimo questionável dentro do primeiro turno de um processo eleitoral. Se o PT abomina Bolso de tal forma não seria o caso de fazer propaganda A FAVOR do seu próprio candidato, que está bem nas pesquisas, ao invés de CONTRA o outro? É claro que sim, só que o teto para se elogiar o poste é baixíssimo, considerando que ele chegou sem quaisquer predicados aos cargos que exerceu, e neles teve uma performance abaixo do medíocre. Sem falar que sua candidatura, como testa de ferro de um presidiário, é vexaminosa e ofensiva para os brasileiros de bem, e os indecisos não estão alheios a isso.</span><br />
<br />
<span style="font-size: large;">Quem quer a derrota do bolsopetismo deve votar de forma consciente e clara. Meu voto neste primeiro turno é A FAVOR de Geraldo Alckmin - 45, Márcio França - 40 e Mara Gabrilli - 457.</span>Bernardo Schmidthttp://www.blogger.com/profile/12196150324865840023noreply@blogger.com0