tag:blogger.com,1999:blog-4381988697960596291.post7914474076189172072..comments2023-08-23T14:11:35.402-07:00Comments on O Patativa: Documentário sobre "Ponto de Partida", do grupo NohgátikusBernardo Schmidthttp://www.blogger.com/profile/12196150324865840023noreply@blogger.comBlogger1125tag:blogger.com,1999:blog-4381988697960596291.post-71216284854445824242011-07-18T08:05:04.547-07:002011-07-18T08:05:04.547-07:00O Grupo Nohgátikus apresentou sua peça Ponto de Pa...O Grupo Nohgátikus apresentou sua peça Ponto de Partida no FITUB -- Festival Internacional de Teatro Universitário de Blumenau --, cidade que fica em SC e que é onde moro. <br /><br />De modo geral, eu estava gostando da peça. Mas de repente, pela disposição dos assentos que me permitia ver todos os outros espectadores, comecei a notar que muitos colegas estavam enfadados com a peça antes mesmo d'ela ter chegado na metade. Culpo o grupo? Culparia se o ar de enfado fosse mostrado ao final da peça, mas foi algo que ocorreu já no início. Muitas pessoas não tem perspicácia apurada para dar conta de sutilezas e acham qualquer história espiralada maçante (o que me faz perguntar se essas pessoas são leitoras de clássicos do teatro; imagino que não avancem muito quanto tentam ler obras em que as falas têm acento/palavras dramáticas típicas das artes cênicas). Essa situação ocorre quando o público parece despreparado para a linguagem e a "vida" teatral. Uma vez, assistindo à peça Esperando Godot, dividida em duas partes, num desses festivais onde os ingressos a preços módicos não "filtram" os espectadores (muita juventude vai porque é baratinho e aprecia em nome do entretenimento vazio), pude ver que na segunda parte da peça mais da metade do público tinha ido embora. (Creio que muitos se foram porque acharam que a peça terminava naquela parte I, mesmo.) Desanimadora ocasião. Fez com que eu me perguntasse o que as pessoas esperavam de Beckett. Impacto? Falas de humor fácil? [...] Todavia, se o enfado viesse ao final, eu entenderia. Fiquei, sim, com aquele ar de "Nossa, o que está acontecendo? Isso faz parte da peça?" porque de repente foi usado um recurso de metalinguagem que não foi aproveitado linearmente: houve uma quebra -- a peça ia num dado ritmo, de repente a fórmula mudou, houve uma mistura de falas, o ritmo acelerou subitamente dando um mal estar de "vamos acabar logo com essa trama". É estranho. Assemelha-se a esses livros que a gente lê... no final, a velocidade do enredo muda, coisas abruptas acontecem: parece que o autor está desesperado para terminar a história. Não pega bem. Isso não é moderno: qualquer um nota certo despreparo. <br /><br />Apesar disso, gostei da peça, gostei dos amálgamas estilísticos, gostei de algumas composições. (Mas concordo quando você diz que aquela espécie de samba no meio de uma tragédia não pegou bem.) <br /><br />[Achei essa postagem sua porque estava à procura de críticas à peça. Até onde fui -- página 3 do Google -- só achei o seu blog comentando seriamente Ponto de Partida.] <br /><br />Até.Barbara Maidelhttps://www.blogger.com/profile/01744139821530567375noreply@blogger.com